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#a menina não tem um dia de descanso
nenekkasa · 8 months
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indo para o ultimo ep de osni mas queria desenhar esse momento deles os dois no ep6 :((
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linaofnix · 4 months
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EVA DE DOMINICI? não! é apenas ALINA PETROV, ela é filha de NIX do chalé 24 e tem VINTE E CINCO ANOS. a tv hefesto informa no guia de programação que ela está no NÍVEL I por estar no acampamento há dois anos, sabia? e se lá estiver certo, LINA é bastante ASTUTA mas também dizem que ela é PAVIO CURTO. mas você sabe como hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
PLAYLIST — CONNECTIONS — PINTEREST
BIOGRAFIA:
Tudo começou na noite em que um jovem humano se apaixonou perdidamente pela deusa da escuridão e dos feitiços, ao final do terceiro mês Nyx estava gravida do homem, e quando soube da noticia rapidamente desapareceu, dissipando-se no ar e abandonando o humano a mais completa confusão. nove meses depois nascera Alina, a menina dos olhos. na mesma noite em que nascera fora deixada na porta da casa de seu pai, enrolada em um manto escuro sem qualquer bilhete que explicasse a sua presença. durante alguns anos somente os dois se bastavam, mas ao completar seis anos um acontecimento trágico mudou a vida de Alina. um ataque provocado pelo fogo levou o pai para o descanso profundo, enquanto a criança que assistia escondida milagrosamente teve a sua vida poupada.
sem o conhecimento de nenhum parente próximo, bastou apenas alguns dias para que a pequena Alina fosse levada para o orfanato, onde a garota ficara por nove longos anos. ao completar quinze anos, Alina recebeu a noticia de que uma tia distante iria leva-la de lá, e embora algo parecido com revolta crescesse em seu peito toda vez que ela pensava em deixar seus amigos para trás, parte dela também ansiava por uma vida longe daquelas paredes brancas que a cercavam. ela se mudou para outra cidade, para uma outra rua e indiscutivelmente para uma outra vida. no subúrbio, ela cresceu com uma família rodeada de mulheres, as tias, vizinhas e tias-avós que enchiam a casa e preenchiam as ruas todos os dias, de modo que não demorou tanto tempo para que lina se acostumasse com tanto afeto e tumulto. tudo corria relativamente bem até que as tias decidiram que era melhor para o seu crescimento se Alina fosse estudar na cidade vizinha, e mesmo após algumas horas de discussões, elas se foram - as sete - espremidas como sardinhas dentro de um carro na busca de cruzar a rodovia. mas elas não cruzaram. um acidente aconteceu e tudo que Alina ouviu depois disso foi o silêncio… até acordar no acampamento.
graças a criação nada ceticista, foi um pouco menos difícil para Alina entender e se adequar as regras do acampamento, visto que já tinha alguma ciência de seus poderes, embora não soubesse exatamente de onde vinham. lina pode ter sido considerada um pouco arisca e difícil de lidar nos primeiros meses de acampamento, afinal, não era uma tarefa fácil entender que sua vida inteira havia sido revirada de cabeça para baixo e que seus poderes eram vindos de uma divindade, que por acaso, também era a mãe que a abandonara. eram coisas demais para assimilar, e talvez até o presente momento ela ainda não tenha assimilado por completo, mas de alguma forma conseguiu se adequar a vivência do acampamento, o que não significa que ela tenha se tornado menos difícil de lidar com o passar do tempo. até hoje, Alina afirma não saber como sobreviveu ao acidente de carro e de que forma foi parar no acampamento mas talvez essa tenha sido a tal chamada silenciosa de dionísio.
PODERES: capacidade de controlar e criar uma névoa escura e mística que induz a realidade.
HABILIDADES: sentidos aguçados e previsão.
ARMA: adaga de prata e ferro- a adaga por si só possui uma capacidade alta de dano por conta da lamina e da inclinação em que fora forjada, porém, se estiver encantada a adaga pode ser letal.
MALDIÇÃO: alina sempre soube que havia algo de diferente com ela, embora não soubesse precisar o que era, mas as vezes a garota tinha pesadelos noturnos que acabavam por se concretizar e em outras vezes pensava escutar coisas mesmo quando ninguém estava falando. no entanto, somente aos quinze anos, quando foi morar com as tias, é que ela começou a entender e estudar as suas habilidades com o incentivo das mesmas e descobriu o motivo dos incêndios que aconteciam ao seu redor ao longo da vida, a maldição de hades. viera logo depois de uma briga do deus com a sua mãe, e se não podia atacar nix, certamente faria isso com a sua filha.
PERSONALIDADE: briguenta demais, mística demais. de espirito livre, tem uma certa dificuldade em lidar com autoridade e não suporta ser dirigida ou liderada. não é muito fácil se aproximar dela, Alina é mais reservada e arisca na maioria das vezes, e por isso tem poucos - mas bons - amigos. porém, quem consegue se aproximar logo percebe o jeito cativante e leal dela. possui um temperamento forte, é teimosa, cabeça dura e dificilmente abaixa a guarda, por isso dificilmente consegue se manter longe de problemas. lina gosta de flertes desavisados, mas raramente se envolve de verdade com alguém, para ela os flertes são mais como uma simples provocação. sua independência e coragem são pontos fortes, mas apesar de aparentar ser inabalável é mais frágil do que se pensa.
aparência: os longos fios volumosos e negros emolduravam o seu rosto fino e delicado. os lábios avermelhados tendiam por manterem-se em um habitual sorriso, que só lhe era tirado do rosto quando se deparava com provocações alheias, tal como com desrespeito ou injustiça. os grandes olhos com as íris escuras delatavam uma profundidade que Alina tendia esconder. a pele clara e macia renegava a palidez de muitas outras e davam-lhe um tom saudável as bochechas devido a leve exposição ao sol, enquanto o corpo curvilíneo era sempre envolto por roupas com tecidos leves mas que também fossem práticos para que permitissem a condução de qualquer atividade. múltiplos anéis, brincos e braceletes também adornavam a sua pele, em maioria eram feitos de arabescos e pedras. mesmo com seu pequeno corpo adquiriu a habilidade de lutar quando necessário, carregando sempre consigo a adaga de prata que era usada com tamanha destreza que chegava a impressionar até os guerreiros mais treinados, e também era ótima em escalada.
TRIVIA:
passou os primeiros meses desacordada por conta do acidente, era sempre "aquela garota em coma" mas tempos depois ela acordou, ainda que sua memoria tenha apenas flashes do seu primeiro ano.
uma feiticeira com especialidade em previsão, apesar de não ser especialista em poções, alina conhece muitas ervas e plantas graças aos estudos que as tias forneceram.
alina chegou ao acampamento tem dois anos, mas já sente que conhece bem o local.
inspirações: tokyo (la casa de papel), violet baudelaire (a series of unfortunate events), elizabeth bennet (pride and prejudice), layla williams (sky high), robin scherbatsky (how i met your mother) e mais…
suas tias eram, na verdade, as guardiãs de alina, e embora ela pense o contrario, elas não morreram no acidente de carro, apenas ajudaram a garota a chegar até o acampamento enquanto ela permanecia inconsciente.
possui um gatinho que se chama Morte e morava com ela antes do acampamento
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Capitulo 203
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Querido diário, eu tive o pior pesadelo esta noite. 
Sonhei que Lysandre estava atrás de mim e queria me matar. 
Acordei suando frio, mas tentei não pensar muito nisso e segui meu dia normalmente.
Queria eu que esse diário fosse normal, mas afinal, nem minha aparência é normal… Foda-se, eu sou um alien dimensional, quem eu to querendo enganar?
Rayan e Ambre estavam nos trailers conosco pouco antes da desgraça estourar dias atrás.
Ambre estava recuperada já graças aos Nathanieis.
Não queríamos perder tempo, mas tivemos que esperar alguns dias antes de tomar mais uma ação.
E agora… bem…
Esse dia de hoje começou péssimo e agora, nesse exato momento que estou escrevendo, é basicamente uma terapia que estou fazendo comigo mesma depois de toda a merda que aconteceu de uma vez.
Estamos nesse exato momento escondidos do Lysandre em uma casa abandonada pouco antes de partir.
Estávamos tentando recuperar o aparelho dimensional do Armin pra irmos pra dimensão distorcida do Lysandre pra finalmente entrarmos no bunker.
Não sabemos como nem quando o aparelho foi roubado, mas estamos em desespero.
É nossa última chance.
Estou escrevendo a luz de velas em um canto dessa casa abandonada que encontramos no meio do mato pouco antes de partir dessa linha.
Nós viemos pra essa casa no início da semana, muita coisa aconteceu nesse período.
Não vou contar 100% o que houve, só os eventos importantes, apenas tendo em mente que tudo aconteceu no período de 2 semanas.
Minha vida tem sido um inferno sem descanso…
Bem, o estopim pra bomba explodir foi a Nina.
Sim, a Nina.
Durante um dia em que estávamos nessa casa abandonada nos escondendo do Lysandre, Thomas e Rémy enquanto vigiam o lado de fora encontraram a Nina.
Obviamente contiveram ela e a jogaram dentro da casa sob vigilância.
Foi uma confusão, afinal, se o Ken estava morto, era culpa dela que dedurou tudo pro Lysandre.
Nunca iriamos confiar nela depois daquilo.
Daniel estava desesperado quando viu que a Nina estava lá, ele não tinha encontrado com ela desde que soube da morte de seu querido amigo Ken.
“Nina… O QUE FAZ AQUI?!” ele já perdeu o controle assim que a viu.
“Eu quero ajudar, dessa vez é sério, me desculpem e–” Antes que ela pudesse falar mais, ele já arremessou uma cadeira na direção dela.
“EU NÃO QUERO OUVIR SUA VOZ!!! CALA A MERDA DESSA SUA BOCA IMUNDA QUE SÓ SERVIU PRA MATAR O KENTIN!!” ele estava rouco de tanto gritar e chorava com muita raiva.
Ele estava tendo um princípio de crise, e dessa vez não tínhamos o Ken pra conter ele.
Nina chorava desesperada, e tentávamos conter o Daniel.
Ele tinha motivo pra estar com tanta raiva, era a menina que ele cresceu com e por quem era apaixonado, que foi responsável pela morte de seu melhor amigo. 
Nina apesar de assustada, não tirava a razão do Daniel.
“Eu sei que nada do que eu falar vai trazer o Ken de volta… me perdoa, eu queria proteger vocês! Eu não esperava que fossem matar ele e—”
“NÓS FALÁVAMOS TODOS OS DIAS PRA VOCÊ QUE O LYSANDRE ERA O VILÃO DA HISTORIA! VOCÊ PREFERIA DAR OUVIDOS PRA MERDA DE UM POLÍTICO DO QUE PROS SEUS AMIGOS!! NINA, NÓS CRESCEMOS JUNTOS! EU TE AMEI MAIS DO QUE COMO UMA AMIGA, EU FUI APAIXONADO POR VOCÊ!! E POR SUA CULPA MINHA ÚNICA FAMÍLIA, MEU MELHOR AMIGO ESTÁ MORTO!!!” Armin arremessava mais coisas na direção dela que se quebravam ao redor dela que dava pequenos gritos, mas só chorava e aceitava que estava ouvindo, repetindo sem parar “desculpa Daniel.”
Depois de uma discussão acalorada, Daniel finalmente se acalmou e parou de lançar objetos em Nina. Todos estavam exaustos, tanto fisicamente quanto emocionalmente. 
A cena estava tensa e ninguém sabia como agir diante da situação. Daniel estava fora de si e Nina parecia ter finalmente percebido o erro que cometeu. Eu precisava intervir antes que a situação piorasse ainda mais. “Daniel, você precisa se acalmar. Não é com violência que vamos resolver isso”, disse tentando acalmar ele.
Daniel estava perdendo o controle mais e mais, e era difícil contê-lo. 
Armin, que estava ao seu lado, tentava acalmá-lo, já que são tecnicamente a mesma pessoa, ele sabia o que fazer, mas nada parecia funcionar. 
Armin colocou o Daniel sentado e ele chorava e colocava a mão na cabeça em crise.
Nina, por sua vez, chorava e se desculpava sem parar, sabendo que nada que dissesse poderia mudar o passado e trazer Kentin de volta. 
Foi quando ouvimos um barulho vindo do lado de fora da casa. Rémy, que estava de guarda, se aproximou correndo e sussurrou algo no ouvido de Thomas. 
O clima tenso dentro da casa aumentou ainda mais, e todos ficamos em silêncio, esperando para ver o que estava acontecendo.
Thomas se aproximou de nós e disse: "Lysandre está vindo para cá. Precisamos sair daqui agora".
“Não ele não está! Ele pode estar por perto, mas ele não sabe que estão nessa casa, de verdade e—” Nina foi bruscamente cortada por Daniel.
“Espera que a gente confie em você?! Faça-nos o favor e suma daqui!” ele gritava.
“Nina, o que quer dizer? Por que ele não viria aqui?” Nathaniel deu a chance dela falar.
“Eu vim com ele escondido, ele não sabe, desde a morte do Ken eu me infiltrei na casa dele e vi ele usar o aparelho de viagem varias vezes. Em uma das vindas dele eu fui ao ratio do aparelho e vim com ele infiltrada pra entender o que tava acontecendo…” Nina dizia.
“Eu não sei até agora como ele me roubou… e como ele mudou de dimensão a primeira vez…” Armin do passado dizia.
“Talvez da mesma forma que a Nina fez.” Violette dizia tímida.
“OK, mas o Lysandre tá vindo mesmo?” Armin do passado perguntou pra Rémy e Thomas que afirmaram com a cabeça.
“Eu to falando que não e–” 
“Nina, eu acredito que você está arrependida e quer ajudar, mas precisamos pensar em uma forma de provar sua lealdade. Não podemos só sair acreditando em você. Alguma ideia de como?”, Nathaniel perguntou tentando encontrar uma solução pacífica. 
Nina olhou para mim, olhou pro Daniel que desviava o olhar e ainda chorando disse que tinha um plano. 
“Não vamos ouvir agora, ela pode estar ganhando tempo. Castiel, amarre a Nina e vende ela, vamos levá-la conosco pro esconderijo, quando estivermos seguros ouvimos o que ela tem a nos dizer.” Armin do presente pegou a mochila que estava preparando para essa situação e disse: "Vamos pelo túnel secreto que encontrei na semana passada". 
Sem dar espaço pra Nina falar.
Era arriscado, mas era nossa única opção. 
Saímos correndo pela porta dos fundos e entramos no túnel. Era escuro e úmido, mas pelo menos estaríamos longe de Lysandre por um tempo. Andamos por cerca de 10 minutos, quando chegamos a uma escadaria que dava para a superfície. 
Thomas subiu primeiro para verificar se era seguro, e logo nos chamou. Subimos correndo a escadaria e saímos em uma rua deserta. 
Não sabíamos para onde ir, mas precisávamos sair dali antes que Lysandre nos encontrasse. Foi então que ouvimos um barulho vindo de uma caverna próxima. 
Decidimos nos aproximar com cautela, e Castiel foi na frente com Azriel verificar se havia alguém ou algo lá dentro. 
"Parece vazia", Azriel disse, decidimos entrar. 
Era uma caverna grande e escura, com teias de aranha por toda parte. 
A Nina mesmo vendada chorava muito.
Ela tinha informações valiosas sobre Lysandre e sua organização, informações que poderiam ajudar a acabar com tudo isso de uma vez por todas. 
Decidi puxar assunto com a Nina novamente, mas ela não queria falar comigo ou com Daniel, ela queria falar diretamente com o líder do grupo naquele momento, o Thomas. 
Não era uma ideia fácil de engolir, confiar em alguém que já nos prejudicou antes, mas era a única pista que tínhamos no momento. 
Falei com Thomas, ele ficou relutante, mas acabou concordando em falar com Nina. 
Tiraram a venda dela, e Thomas foi com ela pros fundos da caverna, acompanhado de Chani a tira colo. 
Ficamos apenas no aguardo, em silêncio, apreensivos com tudo.
Foi uma reunião tensa e perigosa, mas ao que tudo indicava, Nina entregou informações valiosas sobre as próximas ações do Lysandre. Ela realmente estava vigiando ele… ela realmente queria compensar tudo que fez.
Mas ela escolheu falar com o Thomas porque não queria ser interrompida como seria com o Daniel.
Com isso, pudemos armar um plano para deter Lysandre de uma vez por todas. E assim, finalmente, acabamos com essa história de terror. 
…Ou pelo menos achávamos que daria certo de alguma forma… 
Todos nós pagamos um preço alto, mas estávamos prontos para seguir em frente, juntos, como uma família.
E a nina, ainda não tinha nossa confiança, e pra ser sincera, duvido que um dia recuperaria essa confiança do Daniel…
Nina passou todo o mapeamento local e onde o Lysandre se encontrava enquanto estava nessa linha, e isso sim foi o que me chocou: ele estava escondido na versão da minha casa dessa linha temporal.
Sim, isso mesmo.
Armin olhava pra mim sabendo que eu estava apreensiva.
“É mentira né?” Rémy dizia.
“Podem confirmar se quiserem, inclusive a casa está cercada de guardas dele… Eu saí de lá.” Nina falava.
Se ela saiu de lá, significa que ele veio usando o portal…? Pelo que o Armin do passado disse, sua maquina transfere a pessoa de uma dimensão pra outra não de local.
Se eles vieram da minha casa o Lysandre sabe do portal…?
Eu perguntei se a Nina sabia do portal, ela disse que não viu nada, e que pela postura do Lysandre ele parecia não ter visto nada também.
Não desamarrar ela em momento algum, e ela pareceu só aceitar isso.
Começamos a nos organizar para ir ver a “casa dele”, na esperança de conseguir algo.
Estava amanhecendo já.
Nina nos passou os horários e padrões do Lysandre.
E assim montamos times para ficar na casa abandonada, ficar com a Nina e ir comigo em minha antiga casa.
Armin como sempre não aceita sair da minha cola, especialmente desde que começamos a ser ativos com a situação, ele conversou com o Daniel e os dois instalaram comunicadores em seus fones que os ajudassem a falar um com o outro e transmitir informações para caso de emergência e até mesmo tirar dúvidas com a própria Nina.
Fora isso, levamos conosco um dos 3 Nathanieis, no caso, o que era amigo do Lysandre, já que ele poderia ver um padrão e o Azriel.
Não levamos muita gente conosco por motivos óbvios.
Nina e Daniel foram até metade do local, pra poder nos dar ordens, e deixamos Peggy junto com o Daniel para controla-lo caso ele explodisse com ela.
E assim fomos até a cidade.
Fizemos como planejado, Azriel e Nathaniel aguardavam do lado de fora da casa, e como Nina falou, sim, tinham guardas cuidando da minha antiga casa…
Ela não mentiu.
Eu sabia que a Boreal dessa linha temporal estava morta, ou nunca existiu, o Armin do passado havia me dito sobre isso já, o problema é que nunca pensei que descobriria o que houve com ela…
Armin e eu entramos na minha casa, estava completamente vazia, mas parecia que alguém tinha saído recentemente.
Se estivéssemos certos, o Lysandre estava usando a casa.
Armin usou a tática que ele usava no colégio pra desligar o sinal da casa pra caso houvesse câmeras e algo do gênero envolvendo os arredores com fios de cobre.
Azriel se manteve do lado de fora vigiando.
Queríamos algo pra usar contra o Lysandre.
Procuramos em todo canto, foi quando o Armin desceu as escadas do porão e logo voltou assustado.
“Achou algo?”
Ele olhou pra mim me empurrando pra longe da porta do porão.
“Sim…”
“O que achou Armin?” perguntei assustada com sua reação.
“Algo que não deve ver…” ele dizia.
“Fala logo!” eu tentava empurrar ele.
“Cotoco Ciclope live action.” quando ele falou isso eu me lembrei na hora da fanfic que ele criou no meu diário antes de perder a memória.
E congelei… Quanto tempo fazia que o Lysandre estava nessa linha…?
Foi ele quem mutilou a minha eu dessa linha temporal e prendeu no porão…?
Eu queria vomitar só de imaginar que tinha uma versão minha mutilada no porão do Lysandre.
Ar me abraçou com força tentando me acalmar. Afinal, Lysandre poderia voltar a qualquer momento, e eu não podia perder tempo chorando.
Decidimos procurar mais pela casa, mas agora com ainda mais cautela. 
Eu estava tremendo de medo, mas precisava manter a mente focada em encontrar alguma pista sobre o que o Lysandre estava planejando. 
Vasculhamos cada canto da casa, mas não encontramos nada de valor.
Foi quando o Armin decidiu olhar nos pertences do Lysandre, que ainda estavam lá. Encontramos um caderno com anotações sobre experimentos genéticos. 
Havia nomes de várias pessoas que eu conhecia, incluindo o meu. As anotações mostravam que o Lysandre estava planejando criar seres com habilidades sobre-humanas, tipo os animais do Castiel, só que com seres humanos. 
Ele estava usando os rituais ocultos dele para isso. 
Foi aí que tudo se encaixou. 
A Boreal dessa linha não estava apenas desaparecida, ela havia sido assassinada pelo Lysandre porque ela provavelmente era um dos experimentos dele também. 
Ele quer, sim, se vingar de mim, mas ele está tentando alcançar um nível de poder ainda mais insano, seja pra vir atrás de mim ou até pra se sentir mais forte em modo geral, controlar pessoas é o que ele mais preza.
Fora que se der certo, ele com certeza sabe que poderá trazer a sua irmã de volta.
E agora, ele estava atrás de mim e dos meus amigos para nos usar em seus experimentos também, além de sua vingança doentia em cima de mim. 
Nós tínhamos que agir rápido. 
Ele com certeza sabia onde estávamos e o que estávamos fazendo, e ele com certeza estava fazendo o Armin e o Nathaniel de idiotas, Armin e Nathaniel achavam estarem um passo a frente do Lysandre, mas ele estava um passo a frente da gente.
Tudo seria tão mais prático se o Lysandre não existisse… Como pude ser apaixonada por essa coisa um dia?
Como nunca enxerguei sua verdadeira natureza?!
“Armin” eu falei sem mais nem menos caminhando pela casa e me sentindo meio nostalgica.
“Oi?”
“...Um dia vamos voltar a ter uma vida normal? Sabe, pelo menos perto do normal…? Igual quando morávamos juntos aqui?” eu dizia passando a mão sobre a janela. Eu não o olhava, mas pela pausa que ele deu, ele estava tentando ter forças pra continuar o dialogo.
“É pra isso que estou lutando né…?” ele respondeu.
“O Armin do futuro parece ter desistido… Ele não fala conosco e só fica no PSP.” respondi.
“Duvido. Ele com certeza tá tramando algo… Só não sabemos se ele vai nos ajudar, e eu duvido muito que ele vá nos ajudar.” ele tinha um ponto forte. Armin foi longe desse jeito e não vai desistir nem nos deixar chegar perto da Boreal.
Ele em breve será nosso inimigo, e sinto que isso está mais próximo do que eu imagino…
Eu tenho certeza que ele sabe o que está acontecendo, e fingir que ele não sabe chega a ser piada.
Explorei mais um pouco antes de me retirar com o Armin. Não tivemos avanço algum além do trauma de que eu estava destroçada no porão.
O lugar estava completamente destruído, com paredes desmoronando e objetos quebrados espalhados por todo o lado. 
Eu senti uma mistura de curiosidade sobre o que houve ali e medo, mas sabia que precisava manter a calma para conseguir pegar o que precisava e voltar para casa abandonada. 
Finalmente consegui pegar tudo o que precisávamos e comecei a me retirar do local.
À medida que andávamos pelos corredores do andar de cima, a sensação de que alguém nos observava aumentava. 
Eu sabia que precisávamos de um plano, mas a tensão era tão alta que mal conseguíamos raciocinar direito. Foi quando ouvimos um barulho vindo do lado de fora da casa. 
Fomos correndo até a janela e ouvimos algo inesperado.
Nina estava solta e começou a gritar com um guarda.
Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo - Nina estava nos ajudando?
Mas isso era ruim… se ela estava tomando aquela atitude, significava que…
Foi quando ouvimos uma voz atrás de nós: "Finalmente nos encontramos de novo". Era Lysandre.
Armin e eu demos um pulo pra trás, mas não tínhamos pra onde fugir.
Meu coração disparava, ele não ia cometer o mesmo erro da outra vez.
Armin foi rápido e quebrou a janela com o cotovelo e já me jogou de lá enquanto levava um tiro de raspão na perna.
Eu gritei seu nome desesperada, e vi os guardas se reunirem ao nosso redor.
Eu podia ouvir o som de uma arma sendo sacada e me encolhi ainda mais, sentindo meu coração parar. 
Armin apertou minha mão com força e eu soube que ele estava tão assustado quanto eu.
Eu o puxei com minha super força e tentei correr de lá, mesmo com ele ferido e sendo muito mais alto que eu.
Foi quando ouvi um disparo na minha frente, mas eu não fui atingida.
"Eu dedurei a localização da Boreal para o guarda. Eu achei que estava fazendo o melhor para o Ken, mas agora vejo que fui egoísta" Nina estava em pé na nossa frente e disse isso, com lágrimas nos olhos.
“Eu não vou deixar mais ninguém morrer por minha causa, mesmo sendo alguém desconhecido de mim. Se o Ken e o Dan lutaram por causa dessa garota, eu também vou lutar por ela!” Nina gritou disparando novamente.
Ela estava armada, e ao seguir seu alvo notei que ela havia dado dois tiros no Lysandre.
Porém, aparecia que nada fazia efeito, ele estava intacto, e caminhava em sua direção.
Seu olhar era vazio, sem emoção alguma, e ele carregava uma arma em suas mãos.
Nina se assustou. Ela sabia que aquele Lysandre não era o mesmo de antes, pelo menos não o que ela idolatra esse tempo todo, agora ela estava conhecendo o verdadeiro Lysandre. 
"O-O que você quer?" ela perguntou pro Lysandre, sua voz estava tremendo. 
"Você sabe o que eu quero", ele respondeu, com uma voz fria e calculada apontando sua cabeça em minha direção.
Nina engoliu em seco, percebendo que não havia escapatória e levantou a arma mais uma vez na direção dele e atirou, mas mais uma vez, foi em vão… O que ele se tornou…?
"Por que você está fazendo isso, Nina?" Lysandre falou calmamente. 
"Porque eu não quero que você machuque a Boreal!" Nina respondeu, claramente descontrolada. 
Lysandre parecia surpreso, mas não parecia assustado. Ele parecia estar em controle da situação. Fiquei assustada com a frieza dele. Ele realmente mudou muito desde que o conheci, ou melhor, ele não mudou, eu quem mudei minha percepção. 
"Nina, não é assim que se resolve as coisas", eu disse, tentando acalmar a situação e afasta-la do local. 
Nina não parecia me ouvir. Ela continuou a encarar o Lysandre, e eu comecei a temer pelo pior. 
Ela tentou correr em um momento, mas Lysandre a alcançou facilmente. 
Ele a agarrou pelo braço e apontou a arma para sua cabeça. 
"Por que está fazendo isso?" ela implorou, tentando manter a calma. 
"Porque você é o único obstáculo que me impede de conseguir o que quero no momento. Mas obrigado Nina, você foi útil esse tempo todo. É uma pena que não foi leal até o fim.", Lysandre disse com frieza, antes de puxar o gatilho.
O som ensurdecedor da arma ecoou pela rua. 
E eu pude ouvir o som do sangue espirrando.
Eu não podia ficar de olho fechado, então lentamente abri o olho, e arma estava na minha cara.
Não tive tempo sequer de olhar o corpo da Nina no chão.
Armin estava jogado do meu lado estático, ele falava meu nome bem baixinho repetidamente.
Eu fechei o olho, esperando pelo impacto da bala, mas nada aconteceu. 
Eu abri o olho devagar e vi que Nathaniel, estava segurando o braço de Lysandre. 
"Você não pode fazer isso", Nathaniel gritou, tentando tirar a arma das mãos de Lysandre. 
"Vocês precisam sair daqui agora", disse Nathaniel, com um olhar sério no rosto.
Não precisamos de mais incentivo. Corremos o mais rápido que pudemos, tentando fugir do perigo. 
Corri o mais rápido que pude, sem olhar para trás. 
Mas Lysandre estava em nosso encalço.
"Eu não vou deixar você escapar, Boreal!!", gritou ele, com raiva. 
Eu sabia que Nathaniel estava segurando Lysandre, mas por quanto tempo ele conseguiria fazê-lo? 
Bem esse Nathaniel era muito forte.
Eu corri na direção do Daniel que estava no canto sendo segurado pela Peggy.
Ele chorava muito e estava desesperado querendo se aproximar dela.
Acho que no fim, apesar de todo o ódio, ele ainda amava ela, claro, isso não ia passar do nada.
Mas não tínhamos tempo pra ficar ali pensando, tínhamos que aproveitar o tempo ganho do Nathaniel pra correr, eu era o alvo, e todos iam sofrer comigo.
Até então eu tinha total confiança que o Nathaniel sairia são e salvo. Afinal, sabíamos que ele era mais forte que todos ali, mas eu já devia ter desconfiado quando vi o Lysandre tomar tiros e mais tiros e se regenerar na minha frente… Devia ter desconfiado que o pior aconteceria…
Enquanto corríamos de lá, de repente, ouvimos um grito de dor intensa. 
Quando nos viramos, vimos o Nathaniel partindo completamente no meio, como se fosse uma folha de papel.
Foi a coisa mais grotesca que eu vi na minha vida.
Eu tentava a todo custo ignorar, e era puxada por Peggy, mas era horrível, horrível, a imagem não saia da minha mente, por que eu sou obrigada a passar por isso??
Nós corríamos, e só ouvíamos a voz do Lysandre ecoando na rua.
Lysandre matou Nathaniel em frio sangue, sem hesitar. Eu queria gritar, mas não podia chamar atenção pra nossa localidade, além do mais, fiquei chocada demais para fazer qualquer coisa. Eu nunca vi tanta violência na minha vida. "Nathaniel!" Eu exclamei chorosa, correndo para longe. 
Lysandre estava parado ao lado dele, parecendo satisfeito consigo mesmo. 
Eu não conseguia entender como alguém poderia ser tão cruel.
Assim que chegamos em casa, eu tremia muito, muito mesmo.
E Daniel começou a gritar, e gritar, e gritar mais enquanto chorava intensamente segurando algo.
Quando perguntamos o que houve, ele mostrou, Nina roubou a máquina dimensional e colocou no bolso do Daniel…
Ela nos ajudou antes de morrer… Nina…Nathaniel…
Não importa como corrijamos tudo isso…A morte de Ken, Nathaniel e Nina, a luta contra Lysandre... tudo isso mudou minha vida para sempre.
Meu grupo estava cada vez mais reduzido…E eu cada vez mais sem esperanças…
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Elas!
Elas. Às 11 horas as portas pretas, com alta segurança e sem saber o que há lá dentro abrem. Quem passa por fora ou não conhece, passa até despercebido pela bela arquitetura contemporânea do prédio localizado bem no meio da Selva de Pedras chamada São Paulo. Sem citar bairro, rua, número ou características, as meninas começam a chegar de toda parte da capital, do estado, da região, do Brasil e até do mundo. Cheias de sonhos, elas entram no prédio, vão para seus respectivos andares e começam a se produzir sensualmente para ganhar dinheiro. Elas são lindas, cheirosas, têm um brilho nos olhos diferenciado porém incrível. Elas são fortes, maravilhosas, empoderadas, amigas, cheias de planos e se amam muito. Uma é advogada. Outra é estudante de engenharia. Uma deseja ajudar a família. Outra quer ser rica. Tem uma que trabalha todo dia, chegando cedo e saindo tarde, para pagar o tratamento da mãe que está internada gravemente no hospital. Conheci uma que quer ficar mais gostosa, colocando silicone em todo canto. Tive o privilégio de virar amigo de uma que o seu sonho é comprar um apartamento. Cada uma delas têm seus objetivos, metas e sonhos. Elas se dividem em duas: as que amam estar ali e as que estão ali para alcançar o que querem. Assim como o relógio aponta 11 horas para elas, ele aponta para eles. Eles: homens de todo o mundo, altos, baixos, pretos, brancos, ricos, pobres, mancos, malhados, casados, solteiros, magros, gordos, legais, chatos, educados, mal educados, bonitos, feios, simpáticos, antipáticos, nojentos, limpinhos, fedorentos, cheirosos, sem noção, deficientes físico, atletas, cantores, estudantes, favelados, burgueses, políticos, empresários, juízes, delegados, frentistas e homens de todos os jeitos e tipos. Eles chegam com o tesão a mil, a fim de meter, gozar e ir embora. Na maioria dos casos, não há sequer algum tipo de conexão entre eles e elas. É tudo troca de uma metida rapidinha por dinheiro. E quanto a isso, elas são super profissionais. Quando prontas, arrumadas, maquiadas, sensuais e cheirosas, elas vão para o salão com todo narcisismo, máscaras para tampar quaisquer problemas e com garra para seduzir alvos que lhe trarão dinheiro. Cada uma tem a sua estratégia e elas conseguem sim o que querem com estas. Com sangue nos olhos, choro preso e sem prazer algum, a Rafaela é escolhida por um cliente para dar prazer a ele. Eles entram naquele quarto minúsculo com uma cama pequena, um lençol sujo e uma lixeira cheia de preservativos rompidos e gala escorrendo pelo saco. O cheiro é de sexo com homens sujos. É forte, dá ânsia e só não é tão abafado porque tem ventiladores em cima que deixam menos pior. É… menos pior. 15 minutos se passam e eu grito: "— Rafaela, vai dobrar?". Ela: "— NÃOOO!", com voz pós-sexo-com-alguém-que-está-pagando-por-isso. Fim do programa. Ela sai do quarto, se acerta ($) com o cafetão e vai para o "camarim" se arrumar para o próximo. Sim, sim, eu trabalho lá. Eu fui contratado para os fins de semana, que super lotam demais, para atender no bar e organizar a área do salão. O som de lá é de música alta, o que faz atrair os clientes não só para um sexo com as lindas garotas, mas também para gastar com bebidas alcoólicas de todos os tipos. Uns até gastam todo o seu salário lá. O que não é problema meu, aliás. Agora, às 21 horas, o relógio diz que o contemporâneo irá fechar. Acabou-se tudo. A maioria delas vai viver suas reais vidas sem máscaras, com um nome totalmente diferente e dando um descanso para si. Uma vai de metrô, outra a pé, uma de carro e a última volta para a sua cidadezinha ser uma simples líder de jovens da Igreja Assembleia de Deus Tradicional no interior de São Paulo. Todas elas merecem respeito, amor, serem felizes e serem a mulher que eles quiserem ser. É sobre elas.
Leandro Di Jesus
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strawmariee · 2 years
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Pior que Sinto Falta
Johnny Joestar x Leitora.
Rápidos avisos: Existência de palavrões durante a escrita; Já tem muito tempo que não lia SBR, então me perdoem se a personalidade não estiver 100% parecida com o retratado no mangá.
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O som dos cascos de meu cavalo preenchiam o silêncio confortante que fazia neste fim de tarde. Olhei para meu lado e admirei o maravilhoso pôr do sol, que me banhava com seus confortantes raios calorosos. Ao mesmo tempo que o admirava, eu buscava algum lugar que pudesse fazer um pequeno acampamento para que o meu cavalo e eu pudéssemos descansar depois de mais um longo dia de corrida.
Comecei a sentir um frio na barriga quando vi que não tinha lugar algum que me passasse a sensação de segurança. Mordi meu lábio inferior enquanto fitei meu cavalo que cavalgava mais devagar a cada passo. Sem dúvidas precisávamos de um descanso.
– Hey, (S/n)! Aqui!
Olhei em direção a voz e dei um sorriso aliviado ao ver Gyro acenando para mim. Eu guiei meu cavalo até onde ele estava.
– Nunca pensei que diria isso, mas estou feliz em te ver cowboy.
– Nyo, ho! A maioria das damas dizem o mesmo. Tirando a primeira parte de sua frase, claro.
Dei uma risadinha enquanto desmontava de meu cavalo e o levava até onde estava mais dois dele, um sendo de Gyro claro e o outro… Bom, estava sendo cuidado pelo dono.
Inspirei fundo e coloquei meu cavalo ao lado dos deles, ignorando a presença de Johnny que agora tinha os olhos em mim, me vigiando como um falcão.
– Oi.
Dei um pulinho já que não esperava que fôssemos interagir. Meu plano era ignorá-lo, mas já vi que ele falhou.
– Olá.
Disse e tirei de minha bolsa uma maçã e estendi para meu cavalo que a farejou antes de comê-la em uma só bocada. Dei uma risadinha enquanto acariciava seu focinho murmurando um “Bom garoto” baixinho. Olhei para Johnny que quando notou que eu o encarava, se virou para sua égua, imitando minha ação anterior.
– Como é o nome dela?
– Slow Dancer.
Acenei em concordância. Era a primeira vez em tanto tempo que nós tínhamos uma conversa.
Depois do tempo que ele ainda era um jóquei nos afastamos.
Nós éramos bons amigos, eu o conheci pois meu pai cuidava dos equinos de seu irmão Nicholas e um dia ele me levou junto já que eu era apaixonada por cavalos. O tempo foi passando e com nossa amizade se fortalecendo cada vez mais, eu percebi que quando eu o via, eu sentia coisas que não sentia com outras pessoas, como à vontade de ficar com ele sempre, de fazer ele rir, fazer ele me notar cada vez mais… E foi aí que eu percebi: Eu tinha sido mais uma vítima do cupido, eu estava amando Johnny.
Mas só percebi meus próprios sentimentos na mesma época que ele havia ganhado uma competição de Kentucky, dando a ele mais popularidade e menos tempo para ficarmos juntos. De vez em quando ele me contava sobre como as meninas viviam suspirando e caindo aos seus pés, e eu sempre sorrindo e lhe dando alguns conselhos, já que era esse o meu papel de amiga. Certo?
No entanto, tudo isso mudou quando ele havia saído com mais alguma de suas namoradas e, por uma ação sua, acabou levando um tiro que o deixou paraplégico. Quando eu soube da notícia por meio da “namorada” dele, que por sinal já estava nos braços de outro, eu fui correndo até onde me informaram que ele estava.
Eu entrei na sala em que ele estava, vendo seu tronco enfaixado e, em sua perna esquerda, uma linha ligada a uma bolsa de soro que estava com seu sangue. Balancei a cabeça e foquei minha atenção aos olhos azulados que me olhavam, mas diferente de antes, eles pareciam sem brilho.
Eu peguei um banquinho e me sentei ao lado de sua cama.
– Johnny, você está bem?
– Eu pareço estar bem?- Me encolhi um pouco com sua resposta grosseira, mas mordi meu lábio vendo que isso havia sido uma pergunta idiota.
– Desculpe, foi idiota de mim perguntar.
Mais uma vez o silêncio nasceu ali. Ele não estava mais me observando, sua atenção era no teto imundo daquele lugar.
– Oque faz aqui?
– Eu fiquei preocupada com você Jojo, quando soube do que aconteceu eu vim imediatamente para cá.
– Entendi.
– Como você ficou assim?
– Eu ia ver alguma peça com a minha namorada, mas aconteceu algo e acabei levando um tiro.
– Não queria ser eu a dizer isso… Mas sua “namorada” estava nos braços de outro quando fui perguntar sobre você.
Seus olhos se arregalaram e vi o ódio plantado em seus olhos, e eu não o julgo, estaria do mesmo jeito.
– Aquela…
– Deixa aquela vadia pra lá, ela não te merecia.- Ele me olhou com cara de poucos amigos.- Mas… Oque foi o “algo” que aconteceu?
– Não quero falar disso.
Eu apenas concordei, querendo evitar dele se sentir pressionado pra falar. Ele parecia tão vazio, e aquilo me doeu muito. Inconscientemente coloquei minha destra em seus cabelos, me assustando quando ele agarrou meu pulso com força.
– Não me toque.
– Mas…
– Eu sou uma aberração, fique longe de mim!
– Você não é nada disso Johnny, por favor, calma!
– Como você quer que eu fique calmo?! Eu estou paralítico, porra!- Me encolhi quando seu tom de voz aumentou.- Quer saber? Saia daqui, eu quero ficar sozinho.
– Mas Johnny…
– Apenas faça isso! Você só se faz de boa samaritana, se só é minha amiga por causa do meu status, fala de uma vez!
Naquele momento foi como se uma estaca perfurasse meu coração. Como ele podia pensar aquilo de mim? Eu estava junto dele por que realmente me importava com ele!
Senti meus olhos arderem e em seguida lágrimas escorrerem em minhas bochechas.
– Está certo, seu idiota! Mas saiba que todo esse tempo que passamos juntos não era mero fingimento, é por que eu realmente gosto de você!
E antes de qualquer resposta dele eu saí dali em passos pesados. Naquele dia evitava qualquer assunto que o envolvesse, foi uma benção quando meu pai avisou a minha mãe e eu que nos mudaríamos para outra cidade. Parecia que o universo realmente estava do meu lado.
Mas cá estamos nós de novo, depois de alguns anos no mesmo ambiente… Que irônico.
Infelizmente ainda senti meu coração disparado quando o vi de longe, ainda no começo da corrida. Não sabia oque o levou a Steel Ball Run, mas admirava sua determinação de ainda competir apesar de seu estado.
– Heeey, oque estão fazendo?- Gyro se aproximou de nós e colocou um de seus braços em volta de meu ombro e me puxando para mais perto dele, como se fôssemos próximos.
– Não estamos fazendo nada. Mas ei, oque você vai preparar para nós comermos? Eu tenho certeza que você tem um talento com comida.
Aquilo o fez me dar um sorriso convencido com aqueles estranhos dentes de ouro dele que estava escrito “Go! Go! Zeppeli!”.
– Ora, parece que você percebeu mais um de meus talentos.- Arqueei uma das minhas sobrancelhas em dúvida, oque fez seu sorriso morrer.- Está duvidando de mim?
– Sim, estou.
– Pois você se arrependerá disso senhorita (S/n), pode esperar pra ver!
Ele saiu dali e foi direto para a fogueira que eu nem tinha visto que havia sido feita. Ouvi uma pequena risada e me virei para Johnny que tinha um pequeno sorriso em seus lábios enquanto ele me olhava. Virei meu rosto, acabando nossa troca de olhares.
Eu não vou me render aos meus desejos, aos meus sentimentos que eu acreditei terem sumido, mas eles só estavam enterrados, e no momento que eu o reencontrei, eles voltaram. Merda.
Caminhei até Zeppeli que a cada ação sua para fazer uma sopa, me olhava com fogo nos olhos, como se quisesse que eu prestasse atenção em suas habilidades culinárias, me fazendo dar uma risadinha.
– Experimenta.
Ele me deu uma vasilha, que estava cheia de sopa. Seus olhos agora estavam em mim, ele me olhava com olhos de coruja. Tomei um gole e arregalei os olhos.
– Viu? Eu disse que cozinhava bem.
– Já bebi melhores.- Ele fez um perfeito “O” em sua boca, como se eu tivesse falado o maior absurdo do mundo. Não consegui me segurar e ri de sua cara.- Estou brincando, não precisa ficar emocionado.
– Nyo ho, não fiquei. Se você não tivesse gostado, o problema estaria em você.
Ele pegou uma vasilha para si e a encheu de sopa, a tomando rapidamente. Eu terminei de comer e estranhei que Johnny não havia vindo comer.
Me virei e vi que ele estava ao meu lado.
– Não vai comer?
– Bem, você está com minha vasilha então…- Eu olhei o objeto em minhas mãos e arregalei os meus olhos.
– Por que não me falou antes?! Droga, onde tem algum rio para eu lavar isso?
Me levantei e olhei ao redor, procurando algum sinal de água, mas infelizmente não tinha um por perto. Senti sua mão em meu pulso e o olhei.
– Está tudo bem, apenas me dê ela.
Soltei meu pulso de sua mão e entreguei a vasilha para ele, me sentando de volta enquanto ele ia em direção a fogueira e pegava um pouco da sopa para si.
Eu encarei meu pulso e tive um deja vú do dia que nossa amizade acabou, por isso a minha reação anterior.
Gyro tirou um ursinho de pelúcia rosa de sua bolsa e ficou com ele nos braços. Dei uma risadinha e ele me olhou, sorrindo de volta.
– Ei (S/n), quer ouvir uma melodia?
– E lá vamos nós…- Ouvi Johnny murmurar antes de meus ouvidos serem preenchidos pela melodia Pizza Mozzarella.
✽  ✽  ✽
Depois de ouvir tanto ao ponto de decorar a melodia e a letra, Gyro disse que já dormiria e entrou em seu saco de dormir, murmurando um “Boa noite!” e se virando de costas depois de pegar seu urso.
Sorri e olhei para o céu, o admirando por estar mais estrelado, sem a lua para atrapalhar o brilho das estrelas.
– Por que entrou nessa corrida?- Me virei na direção de Johnny, que parecia um pouco mais relaxado agora que Gyro tinha apagado.
– Bem, eu só quero ganhar algo para ajudar os meus pais. Depois de tudo que eles fizeram por mim, eu quero recompensá-los de alguma forma.
Eu fui sincera com meus objetivos, eu estava com isso em mente desde quando eu ganhei um irmãozinho e as coisas pareciam estarem desandando um pouco devido ao aumento de gastos. Eles insistiam que eu não precisava ajudá-los, mas eu não queria ser apenas um peso.
– Isso é incrível, eu admiro isso (S/n).
– E você? Por que quis entrar na Steel Ball Run?
– Bem, eu meio que sinto que posso voltar a andar com a ajuda de Gyro.
– Oque?!- Eu tampei minha boca e olhei para Gyro. Ok, ele não havia acordado, que sono mais pesado!- Como?
– É complicado de explicar, mas é algo a ver com a rotação das bolas que ele carrega.
– Então você quer as bolas do Gyro? Huuum, não sabia que tinha ido para esse lado Johnny.
– Cala a boca!
Eu comecei a rir e ele se esticou em minha direção, seu rosto vermelho junto com sua expressão de raiva me fez rir mais ainda. Até que ele perdeu o equilíbrio e acabou caindo da cadeira de rodas, vindo para cima de mim.
– Eita! Você está bem?
– Pelo menos isso fez você parar de rir.
Eu dei mais uma risadinha antes de eu me enrijecer. Nós estávamos abraçados, e isso me fez sentir um frio na barriga e meu coração bater mais rápido.
Droga… Se controla!
Eu o fiz sentar ao meu lado naquele tronco que simulava um banco, seus olhos ainda não se desgrudando de mim. Fingi uma tosse e comecei a arrumar meus cabelos que tinham se bagunçado um pouco com oque havia acontecido.
– Eu sinto muito.
– Hum? Está tudo bem, eu tenho uma escova pra isso!- Eu busquei na minha bolsa a bendita, mas eu parei quando ele segurou meu ombro.
– Não estou falando disso.- Ele deu um suspiro.- Estou falando daquele dia… O dia que eu fiquei paralítico.
– Ah… Tá tudo bem…
– Não, não está.- Ele me virou para si, não me dando a chance de mudar o rumo daquela conversa.- Eu fui um idiota com você (S/n), eu me sinto um merda desde aquele dia. Você não imagina o quanto eu senti sua falta…
Arregalei os meus olhos e virei meu rosto, evitando mais uma vez naquele dia o seu olhar intenso.
– Olhe para mim.- Ele colocou sua mão em meu rosto e me fez encará-lo.- Sabe o quanto eu te procurei desde aquela nossa briga? O quanto de cartas que eu te enviei? Eu até mesmo fui a sua casa, mas quando me avisaram que você e sua família se mudaram, eu vi que não tinha mais jeito… Eu havia perdido uma pessoa tão importante pra mim…
Seu rosto estava cada vez mais perto do meu, seus olhos desviando para meus lábios. Meu pobre coração era quem estava sofrendo ali, com o quão intenso estava suas batidas.
– Por favor, me perdoe (S/n).- Ele se aproximou mais e segurou firme meu rosto enquanto beijava minha bochecha. Tão suavemente que eu quase não senti.- Me perdoe por não ter lhe valorizado… Por ter sido tão grosso com você sendo que você foi a única que se preocupou verdadeiramente comigo…- A cada pausa em sua frase, ele descia mais os seus beijos.- E por ter demorado tanto pra entender oque eu realmente sinto por você.
Senti sua outra mão descer em meu corpo até chegar em minha cintura e a apertar antes de ele deixar seu rosto em frente ao meu e olhar pra mim enquanto acariciava minha bochecha.
Ali estava apenas o meu corpo, minha alma já havia saído de meu corpo quando ele havia começado a beijar meu rosto. Ele encostou nossas testas.
– Eu quero te beijar.
Puta que pariu.
Puta que pariu.
Puta que pariu!
Minha mente gritava não, me lembrando do quanto eu sofri desde aquele dia por perder meu único amigo e amor, o quanto eu jurei nunca mais lhe dar uma segunda chance, o quanto eu bati em meu travesseiro imaginando seu rosto.
Mas meu coração gritava sim, que eu nunca o havia superado, o quanto eu precisava dele, oque eu sentia quando estávamos juntos, que eu realmente o amava, independente de quanto tempo se passasse e do tanto que eu tentasse esconder.
O pior é que eu ainda sentia falta dele, apesar de tudo.
Ele ainda me olhava, como se esperasse uma resposta minha. E então, eu finalmente lhe dei uma resposta.
Eu fechei meus olhos.
Senti seus lábios contra os meus em um selinho demorado. Seu polegar foi até meu queixo, o puxando para baixo devagar enquanto ele aprofundava nosso beijo. Coloquei minha mão em sua nuca e entrelacei meus dedos em seu cabelo enquanto ele descia sua mão que estava em meu rosto para o meu pescoço, me causando arrepios.
Sua respiração começou a ficar mais pesada e seu aperto em minha cintura aumentou, me dando a certeza que ficaria uma marca ali. Senti a falta de ar chegar e terminei o beijo.
Mas ele não parecia ter gostado.
Ele segurou meus cabelos e me puxou para mais um beijo, me fazendo gemer de surpresa, pois fui pega desprevenida. Comecei a arfar enquanto ele me beijava com firmeza, coloquei as mãos em seu peito e o afastei, oque o fez me olhar emburrado.
Foi tudo menos intimidante, por causa do seu batom todo manchado.
– Gyro está bem ali Johnny.
– E daí?
– E se a gente acordar ele?
– Ele não vai, aquele ali dorme como uma pedra.- Mordi meu lábio pensativa, oque fez ele olhar meus lábios de novo.- Apenas esqueça ele…
Ele beijou minha bochecha e eu suspirei enquanto nos beijávamos de novo. Ah, com certeza eu já estava viciada naquilo.
Ouvi um barulho vindo da direção de Gyro e me afastei rapidamente de Johnny, vendo que o cowboy só tinha virado de lado. Eu olhei para Johnny enquanto ele tinha um sorriso malicioso.
– Vamos parar por aqui, ok?
Me virei pronta pegar meu saco de dormir, mas Johnny segurou meu pulso.
– Quando tudo isso acabar, eu quero me casar com você.- Olhei para ele surpresa, não acreditando que ouviria aquelas palavras de seus lábios sendo direcionadas a minha pessoa.
– Ah, aí você vai ter que me pagar um jantar primeiro.- Ele deu uma risadinha enquanto acariciava minha mão.
– Te pagarei oque quiser, querida.
Fim.
Cena Bônus:
Me espreguicei enquanto via o nascer do sol. Que bela manhã! Me espreguicei e já comecei a arrumar o meu saco de dormir.
– Bom dia dorminhoca!- Olhei na direção da voz de Gyro que já estava arrumando sua bagagem.
– Bom dia senhor cowboy! Pronto para continuar?
– Querida, eu já nasci pronto.
– Aqui.
Eu olhei para meu outro lado e vi que Johnny me estendia um pedaço de pão. Corei com aquele simples ato.
– Obrigada.
– Sem problemas.
Sorri antes de pegar o pão e dar uma mordida, estava delicioso! Johnny foi guiando sua cadeira de rodas até Slow Dancer, antes de montar nela e ir até Gyro.
– Vamos, melhor irmos logo antes que outros candidatos nos passem.
– Nyo ho, não tinha te visto tão determinado assim!
– Deve ser por causa da Pizza Mozzarella.- Segurei o riso quando vi Johnny me olhar mortalmente.
– Ora, eu fico contente que vocês tenham o gosto adequado para admirarem minhas canções! Talvez eu deva cantar ela mais vezes, oque acha Johnny?
– Sim, vou me lembrar de sempre estar com meu caderno para anotar a letra.
Ele se afastou dali e eu comecei a arrumar a minha bagagem também. Não há tempo para pausas, tinha que continuar se quisesse ganhar o prêmio!
– Ei (S/n).
– Hum?- Me virei e me assustei quando vi Gyro tão perto de mim.
– Você se divertiu muito com Johnny ontem? Vocês podiam ter feito menos barulho né? Vocês acabaram estragando meu sono de beleza.
Eu arregalei os olhos e senti meu rosto vermelho enquanto ele sorria com aqueles dentes de ouro.
– Dá próxima vez me chamem, hein?
– FILHO DA PUTA!
Ele riu da minha reação e antes de eu acertar um soco em seu rosto, ele correu até seu cavalo e fez ele ficar apoiado nas duas patas traseiras antes de correr até Johnny enquanto ria alto para quem quer que ouvisse.
Eu ainda vou acertar a cara dele e arrancar aqueles dentes podres!
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lobo-lunar · 2 years
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Digamos que eu seja um avaliador do céu;
Com todo respeito a minha humanidade... mas cadê ela?
eu deixaria um mendigo com fome em mesa farta (claro que né se ele me procurar dou-lhe algumas migalhas e esbanjo minha hipocrisia de que todos devemos ajudar).
Fico procurando meu coração, entre uma criança ou um cão (me traz o whisky e o balão) acho que gostaria de uma felina no canto dela so exigindo a mordomia de direito, cafune, ração e cama quente; nada diferente de uma humana embora o gato seja egoista num dia de tristeza comigo estaria, no país dos pais de abandono a geraçao sem pai louca pra ser um lendário, não vai ser perante aos abortos que tem minha concordancia (continuem assim meninas) pois hoje o amor é superfície fútil e mal sabemos que ate o nome concebido fará um pensamento futuro estrategico ou não em torno da vida dessx human
Não somos calculistas pois cansamos de ser exatos sentimentos,
Não somos frios pois quando nos tem algo a ofercer ou a ganhar atuamos em cima dos melhores sentimentos vistos pela humanidade,
Hoje nem eu sei meu básico de ser, por me achar deslocado em um planeta no qual nasci, não tenho vontade de me aproximar, de esvaziar pois quanto mais sentimentos mostrados mais somos menosprezados
Quantos mais falamos menos nos ouvem e quanto mais calados rapido esquecidos.
Nao sei me expressar... (claro que não você ja teve lugar de fala em família onde você pudesse impor seu coração sem que a pessoa responda usando alguem de referencia ao seu sentimento alegando o seu não estar certo)
Ou pior aqueles elogios rebaixando ecomparando você a alguém (não isso não é comparação isso é exemplo)
Se meu metodo de viver nunca te interessou como poder comparar com algo ou alguem que nem se quer passa em minha mente
É igual jogar um gato pro alto achando q ele vai voar e ele cai em pé
(Pronto pra revidar mas como vc não viu como um ataque então se defenda)
Isso são apenas resquisos do que me resta de carne pois minha alma tem sede por vida assim como a carne de descanso e nesse mundo parece que só vivem de alma aqueles que descansam onde a carne apodrece
Nós mesmos colocamos validade ao infinito então que porta se abrirá do uni verso que não seja eterno?
Lobo sem moon
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childofnix · 2 years
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as ninfas espalharam que alina parrish hawthorne chegou ao acampamento e estão dizendo que se parece com katherine mcnamara mas deve apenas ser o poder da névoa o confundindo. ela tem vinte e cinco anos e é do panteão grego, filha de nyx. dizem as más línguas que lina é pavio curto, mas também é astuta em seus melhores dias, por isso está na quarta coorte. espero que se adapte bem, estamos muito felizes por tê-la aqui!
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Tudo começou na noite em que um jovem humano se apaixonou perdidamente pela deusa da escuridão e dos feitiços, e não tardou para que todo o amor se tornasse maldição. ao final do terceiro mês Nyx estava gravida do homem, e quando soube da noticia rapidamente desapareceu, dissipando-se no ar e abandonando o humano a mais completa confusão. nove meses depois nascera Alina, a menina dos olhos. na mesma noite em que nascera fora deixada na porta da casa de seu pai, enrolada em um manto escuro sem qualquer bilhete que explicasse a sua presença. surpreendeu a todos o fato da criança ter aparecido tão repentinamente, mas parte do desamparo foi preenchido com a alegria que a doce criança exalava. durante alguns anos somente os dois se bastavam, mas ao completar seis anos um acontecimento trágico mudou a vida de Alina. um ataque provocado pelo fogo levou o pai para o descanso profundo, enquanto a criança que assistia escondida entre os tecidos, milagrosamente teve a sua vida poupada.
sem o conhecimento de nenhum parente próximo, bastou apenas alguns dias para que a pequena Alina fosse levada para o orfanato Saint Olympia, onde a garota ficara por nove longos anos. diferente do esperado, o trágico acontecimento não destruiu a graça a menina carregava consigo, e ela até podia dizer que havia conseguido ser feliz ali. ou ao menos que havia feito laços fortes que permaneceriam pelo longo da vida. aos quinze anos, Alina recebeu a noticia de que uma tia distante iria leva-la de lá, e embora algo parecido com revolta crescesse em seu peito toda vez que ela pensava em deixar seus amigos para trás, parte dela também ansiava por uma vida longe daquelas paredes brancas que a cercavam, ela queria ir além… e foi. com a promessa de que voltaria e com o beijo selado aos dedos de seus amigos.
ela se mudou para outra cidade, para uma outra rua e indiscutivelmente para uma outra vida. no subúrbio, ela cresceu com uma família rodeada de mulheres, as tias, vizinhas e tias-avós que enchiam a casa e preenchiam as ruas todos os dias, de modo que não demorou tanto tempo para que lina se acostumasse com tanto afeto e tumulto. tudo corria relativamente bem até que as tias decidiram que era melhor para o seu crescimento se Alina fosse estudar na cidade vizinha, e mesmo após algumas horas de discussões, elas se foram - as sete - espremidas como sardinhas dentro de um carro na busca de cruzar a rodovia. mas elas não cruzaram. um acidente aconteceu e tudo que Alina ouviu depois disso foi o silêncio… até acordar no acampamento.
graças a criação nada ceticista, foi um pouco menos difícil para Alina entender e se adequar as regras do acampamento, visto que já tinha alguma ciência de seus poderes, embora não soubesse exatamente de onde vinham. lina pode ter sido considerada um pouco arisca e difícil de lidar nos primeiros meses de acampamento, afinal, não era uma tarefa fácil entender que sua vida inteira havia sido revirada de cabeça para baixo e que seus poderes eram vindos de uma divindade, que por acaso, também era a mãe que a abandonara. eram coisas demais para assimilar, e talvez até o presente momento ela ainda não tenha assimilado por completo, mas de alguma forma conseguiu se adequar a vivência do acampamento, o que não significa que ela tenha se tornado menos difícil de lidar com o passar do tempo. até hoje, Alina afirma não saber como sobreviveu ao acidente de carro e de que forma foi parar no acampamento mnemeîon, mas talvez essa tenha sido apenas uma ajudinha dos Deuses.
maldições: depois de desafiar Afrodite sobre a real existência do amor, alina passou a carregar a maldição de que sempre que beija alguém ela automaticamente perde o interesse pela pessoa, com exceção de quando eles já possuem uma conexão anterior.
alina sofreu com terrores noturnos durante toda a vida, e no dia em que se enfureceu com Morfeu, ele a amaldiçoou fazendo com que parte dos seus pesadelos sonhos se tornassem reais. como na vez em que a garota sonhou que havia uma chuva de pássaros se alvoroçando ao redor dela e acordou com um pássaro morto em sua cama.
poderes e habilidades: alina sempre soube que havia algo de diferente com ela, embora não soubesse precisar o que era, mas as vezes a garota tinha pesadelos noturnos que acabavam por se concretizar, em outras vezes pensava escutar coisas mesmo quando ninguém estava falando, ou em todas as vezes em que um incêndio começava próximo a ela. no entanto, somente aos quinze anos, quando foi morar com as tias, é que ela começou a entender e estudar as suas habilidades com o incentivo das mesmas, assim desenvolveu a Umbracinese: capacidade de controlar e criar uma névoa escura e mística. Mistiocinese: capacidade de realizar alguns feitiços e formas de magia e Alteração da realidade: capacidade de controlar a nevoa, podendo manipular a realidade e induzir pessoas a acreditarem naquilo em que quiser.
arsenal: adaga de prata - a adaga por si só possui uma capacidade alta de dano por conta do ferro e da inclinação em que fora forjada, porém, se estiver encantada a adaga pode ser letal.
colar de pedra da lua - ela o possui desde que nasceu e sente que com ele consegue falar com Nyx (embora nem sempre ela responda) se sente ouvida e é o instrumento capaz de romper por alguns instantes o véu com o outro mundo.
cartas de tarot - as cartas foram dadas pelas tias e também são enfeitiçadas, com elas alina consegue ver sobre o futuro de quem está lendo, embora as vezes as visões sejam distorcidas, ou apenas distantes do que ela queira ver. alina não consegue enxergar nada sobre o seu próprio futuro com elas.
aparência: os longos fios volumosos e vermelhos emolduravam o seu rosto fino e delicado. os lábios avermelhados tendiam por manterem-se em um habitual sorriso, que só lhe era tirado do rosto quando se deparava com provocações alheias, tal como com desrespeito ou injustiça. os grandes olhos com as íris escuras delatavam uma profundidade que Alina tendia esconder. a pele clara e macia renegava a palidez de muitas outras e davam-lhe um tom saudável as bochechas devido a leve exposição ao sol, enquanto o corpo curvilíneo era sempre envolto por roupas com tecidos leves mas que também fossem práticos para que permitissem a condução de qualquer atividade. múltiplos anéis, brincos e braceletes também adornavam a sua pele, em maioria eram feitos de arabescos e pedras. mesmo com seu pequeno corpo adquiriu a habilidade de lutar quando necessário, carregando sempre consigo a adaga de prata que era usada com tamanha destreza que chegava a impressionar até os guerreiros mais treinados, e também era ótima em escalada.
personalidade: briguenta demais para uma semideusa da quarta coorte, mas mística e misteriosa demais para pertencer a qualquer outra coorte. de espirito livre, tem uma certa dificuldade em lidar com autoridade e não suporta ser dirigida ou liderada. não é muito fácil se aproximar dela, Alina é mais reservada e arisca na maioria das vezes, e por isso tem poucos - mas bons - amigos. porém, quem consegue se aproximar logo percebe o jeito cativante e leal dela. possui um temperamento forte, é teimosa, cabeça dura e dificilmente abaixa a guarda, por isso dificilmente consegue se manter longe de problemas. lina gosta de flertes desavisados, mas raramente se envolve de verdade com alguém, para ela os flertes são mais como uma simples provocação. sua independência e coragem são pontos fortes, mas apesar de aparentar ser inabalável é mais frágil do que se pensa.
TRIVIA:
!!! importante !!! depois do acidente de alina, ela foi levada a encontro da mãe no submundo (lendas antigas diziam que Nix habitava uma caverna escura no submundo de Hades, e de lá ela fazia suas previsões sobre as almas). alina passou dois anos no local vivendo com a mãe, para só depois ser enviada para o acampamento. no entanto, ela se lembra dos seus dias lá como flashes e partes de um sonho que não sabe ser real.
ela é uma feiticeira com especialidade em adivinhação e algumas magias elementais, mas apesar de não ser especialista em poções, alina conhece muitas ervas e plantas graças aos estudos que as tias forneceram.
alina chegou ao acampamento tem dois anos, mas já sente que conhece bem o local.
inspirações: tokyo (la casa de papel), violet baudelaire (a series of unfortunate events), elizabeth bennet (pride and prejudice), layla williams (sky high), robin scherbatsky (how i met your mother) e mais...
suas tias eram, na verdade, as guardiãs de alina, e embora ela pense o contrario, elas não morreram no acidente de carro, apenas ajudaram a garota a chegar até o acampamento enquanto ela permanecia inconsciente.
possui um gatinho que se chama Morte e morava com ela antes do acampamento
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Eu tenho um filho
isso mesmo
Eu agora tenho um filho. Tem noção? Fico chocada sempre que realizo isso. Eu nunca quis casar, mas sempre quis ter um filho. Mas eu casei. E com esse marido eu tenho esse filho.
Por anos achei que seria uma menina. Até nome tinha. Nos meus devaneios ou mente criativa qual faz parecer que é algo metafísico, essa menina já me rodeava. Mas aí descobri que seria um menino. E o choque do primeiro instante? “Como assim? E a menina onde tá?”. Mas em seguida passou, e hoje faz total sentido eu ser mãe de um menino. Sou louca nele, louquinha…
No rosto não tem nada de nenhum de nós dois, a personalidade parece ser ímpar também. As unhas dele não sei de quem puxou. E o polegar das mãos que não reconheço? Tô amando ver quem ele é.
Eu tive medo de não engravidar. Quando eu quis pela 1a vez, já não era tão nova, e não pude realizar… meu projeto teve que esperar, antes eu precisa tirar do meu corpo o que não cabia nele, que crescia por conta própria sem eu saber nem querer. Ninguém quer. Mas acontece. E ao primeiro sinal de liberdade, eu fui lá e fiz.
Meu filho veio rápido, tão rápido que eu duvidei: “e aquilo tudo que eu pensava, que me dava medo? Que parecia destino? E a minha idade? Iiii esse nenê vai nascer com algum problema.”
Eu nunca descansei, eu não descanso. Minha mente trabalha e trabalha nas coisas mais mirabolantes. E me confunde… aff.
Meu filho nasceu de um parto potente do qual eu sinto muita saudade. Foi dilacerador sem sofrer nenhuma laceração. Na dor da alma rasgando sem nenhuma anestesia. Chorando e cansada, dei tudo de mim. Ele nasceu. Eu nasci. Nós nascemos.
Que dia…
Mas eu tive medo, sempre tenho. Eu tive ansiedade, sempre tenho. As vezes cansa demais administrar essa gangorra que ora to assim, ora não tô.
Quero vida plena, vida leve. Meu filho desabrochou em mim todos os botões fechados, abriu todas as caixas trancadas a prego, abriu todas as portas do corredor ao mesmo tempo, quebrou todas as garrafas, sacudiu todos os lençóis.
O puerpério é uma ponte que se atravessa deixando pra trás o que não é mais em direção ao que ainda vai ser. E como faz pra cruzar essa ponte sem querer se jogar no mar? É atravessar de olhos vendados, pés atados, parece até que ando de costas!
É melhor seguir em frente, apesar de tudo. Sempre em frente (uma delas me diz).
Vai cega, cagada, apanhando, mais vai. Isso tem um custo, mas… isso é viver.
/ Meu filho, me emociona te ver, me emociona te ver. Me emociona. Nunca mais serei a mesma de antes e nem quero ser. Tô rindo da minha cara de tão mãezinha que estou como nunca achei que seria. E achando que sempre fui assim, afinal eu estou toda ali. Que rombo, que tombo, que incrível. Isso nem a minha mente mais ativa, minha intuição mais vivida puderam adivinhar.
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acaixadonada · 16 days
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Dia 98134092803948230+ Chaves que virei, portas que abri, sorriso, acordar para a vida... LÁ VEM TEXTÃO GROBOPREI!
Nem sei mais em qual dia do desafio parei, mas sinceramente? Não estou me cobrando por isso como antes me cobrava. Escrever, mesmo que mais ou menos, né.. não nasci escritora, é um prazer pra mim. Escrevo porque gosto, porque é um escape, porque... ajuda a focar nas coisas boas que quero para mim, tem me ajudado e muito á soltar coisas que me prendiam e me faziam mal, tem me ajudado á soltar o passado, tem me ajudado á me transformar e olhar para o futuro com boas expectativas.
Peraí.. pausa para a música: More than this tocando ♥
Bem, fiquei refletindo: colocar pressão nas coisas que amamos "para cumprir um cronograma" ou porque alguém instruiu á fazer de tal maneira, ou de tantas a tantas vezes por semana só nos faz criar aversão por aquilo que era caro para nós. Não quero isso. Os temas eram e são interessantes.. me fizeram refletir bastante mas... fugir deles não é o fim do mundo. Esses últimos dias resolvi parar, dar um descanso ao meu cérebro e foi bom. Voltarei ao desafio de escrita quando quiser e sem pressão. Não preciso cumprir daquela maneira. Tenho uma vida toda para concluir haha
Well... a vida tem sido tão boa comigo! Dizer obrigado é pouco. Voltei a sorrir, coisa que nunca soube o que era. Hoje posso dizer que eu não sabia o que era realmente sorrir "com o coração", com vontade. Sempre odiei "mostrar meus dentes", e agora é só o que faço. Meu irmão chegou a me questionar, brincando comigo, pensando que "alguém" estava me causando esse efeito.
Errado ele não está (de certa forma). É Deus mesmo! Ele não acreditou em mim. "Mano, eu não esconderia de você" Logo dele, não! Foi e é Deus mesmo, sempre foi. Tem sido Deus, e eu mesma, aprendendo a me amar porque Deus me ama. Não imaginava que a jornada melhoraria TANTO! Estou tão feliz! E é "só" Deus e eu! Homem nenhum. hahahahaha Pelo menos homem encarnado, não! Estou solteira, comprometida com Deus somente e estou gostando disso. Estou na melhor fase da minha vida. Nem mesmo o meu tão antigo "medo" de uma possível "infertilidade" me incomoda mais. Foda-se.
Só que... o ceticismo do meu irmão me fez refletir. "Sinto cheiro de novidade no ar", eu respondi: JURA?! DEUS TE OUÇA, ESTOU QUERENDO! Ele duvidou de mim (e até onde sei, pela primeira vez na vida). Meu irmão está crente de que meu bem estar, meu sorrir com frequência se deve a companhia de um homem.
Até entendo o ceticismo dele: Eu não costumo postar fotos sorrindo. Mas sorrindo de verdade, "de boca aberta, exibindo meus dentes". Eu odeio meus dentes. MAS essa semana entendi que o que sempre odiei na minha aparência tem deixado de me incomodar. Cheguei num ponto onde não me importo e não vou deixar de sorrir mais por coisas em mim, na minha aparência que me incomodam e que no devido tempo ($) serão alteradas. Que coisa! Cansei de deixar de sorrir porque meu sorriso me incomodava, de olhar as pessoas nos olhos "porque odeio meus olhos e como eles desviam porque querem me irritar". O que eu mais odiava na minha aparência parou de me incomodar na proporção que um dia incomodava. Comecei a notar que a cor dos meus olhos são lindas; comecei a destacá-las. Foda-se que eles vão desviar. Tenhos olhos bonitos e vou chamar a atenção para eles sim, PONTO FINAL. Entendi finalmente que não sou menos bonita porque sou "diferente". Literalmente me despi de todas as porcarias que cresci ouvindo sobre minha aparência... e consegui me enxergar. Como é bom finalmente ter uma auto estima saudável!
Quanto tempo passei querendo "ser como as outras" quando na verdade eu já era boa o suficiente.. que desperdício! Queria ter os olhos "retos" de uma, o nariz empinado de outra, não suar tanto como aquela menina tal... ser magra como a outra porque sempre ouvi críticas que "era grande" sendo que na verdade sou normal, só não sou magérrima... O sorriso perfeito da fulana. Queria ter a inteligência da Heloíse, quando na verdade eu também era. Só precisava deixar de ser preguiçosa. Eu queria ser qualquer pessoa, menos eu mesma em razão de coisas idiotas que meninos idiotas me falavam na escola. Engraçado... a mesa virou não é mesmo!?
Caramba... eu absorvia as coisas com facilidade, sempre preferi cultura (livros, cinema, viagens) a ficar falando de bobagem como as outras meninas, até certo período tinha notas ótimas apesar do tdah, e ainda assim me comparava as "meninas bonitas" que não tiravam nem um 7 e só sabiam falar dos rapazes. E só hoje enxergo as coisas citadas acima. Focava no negativo, nas coisas que me falavam que eram feias em mim ao invés de ignorá-las e focar as coisas que sempre fui boa em fazer, em como aprendia fácil o que queria, como absorvia as informações.. nossa. Hoje entendo muita coisa.
Eu queria ser como elas.. que ilusão. Realmente, depois de alguns anos até me misturei... e que perda de tempo. Onde elas estão hoje?! Até onde sei (literalmente) longe de mim. Não sou melhor do que ninguém. Mas finalmente acordei e entendi que não sou pior e tampouco inferior.
Realmente... esse foi um "plot twist" que eu não esperava. Eu nunca imaginei que um dia viraria "a mesa" dessa maneira. Nunca imaginei que fosse me enxergar de maneira diferente. Alguns podem até dizer que sou convencida... mas não. Estou enxergando minhas qualidades além dos meus defeitos mesmo, e aprendi que está tudo bem valorizá-las. Gostei disso!
Pausa: I WANNA KNOW WHAT LOVE IS! I WANT YOU TO SHOW MEEEEEEEEEEE
I WANT TO FEEL WHAT LOVE IS, I KNOW YOU CAN SHOW MEEEEEE
Nossa.. eu ouvia TANTO essa música antes do Lucas entrar na minha vida. Essa música é como se fosse um anúncio de bons presságios... E QUER SABER, TOMO POSSE!
Voltando: Só ontem me dei conta do quanto estou sorrindo "sem motivo aparente", e poxa... pareço louca, mas estou gostando. Passei TANTOS ANOS chorando com e sem motivo que hoje sorrir por gostar de sorrir.. é a realização de um sonho. Meu sonho mesmo era ser feliz. E consegui. ♥
Obrigada Lucas, cê só me trouxe coisas boas! Desejo que Deus e a vida te retribuam tudo de bom que cê me trouxe ♥
Enfim, voltando a programação "normal" e claro, vou colocar I want to know what love is "on repeat" e vou ouvir de novo porque sim! Essa música é minha favorita.. e ela me transporta para....hum bem... ela me lembra que hoje sei o que é amor mesmo e que... as coisas boas são possíveis pra mim.
Deve ser por isso que o meu irmão encarou com ceticismo a minha resposta: está acostumado a me ver séria, rir em alguns momentos, sorrir de boca fechada ou cobrindo minha boca quando vou sorrir.. e de repente "meu sorriso está cheio de dentes". Até entendo. Mas porque as pessoas tem tanta dificuldade em aceitar que uma mulher está sorrindo por estar bem consigo mesma?! Porque tem dificuldade em aceitar que não tem um homem por trás do sorriso!?
Por trás do meu sorriso tem Deus. Ele me devolveu tudo.. me ensinou auto responsabilidade, me fez enxergar meus erros, as crenças que precisava mudar, mas também me devolveu minha dignidade, me fez me enxergar como sou, meu valor, me ensinou a me amar... como não vou sorrir depois de tudo isso?! É estranho ouvir das pessoas que "estou diferente". Ué, eu só estou sendo eu mesma e sem reservas. Sem me conter tanto.. não estou tão preocupada como antes com bobagens. Não estou preocupada "que minha intensidade" incomode. Eu amo as pessoas e ponto, se isso incomoda não é problema meu. Se eu não posso espalhar amor num ambiente então porque estou ali!?
I want to know what love is PELA TERCEIRA VEZ PORQUE SIM! Quero fazer uma "lavagem cerebral" em mim mesma com essa música. Me faz me sentir bem haha
Mas tomo posse! Sendo brincadeira ou não esse "sinto cheiro de novidade" do meu irmão, eu tomo posse. Eu também estou sentindo o cheiro de novidade.
E outro ponto de vista: Ele não deixa de estar certo. É uma novidade eu estar sorrindo com vontade, porque quero sorrir, porque estou feliz, porque estou irradiando sentimentos bons, porque estou livre das minhas amarras e traumas... porque sou eu mesma. Porque recuperei minha confiança e fé em Deus, na vida e em mim. Ele está certo, tudo isso é novidade. Ninguém nunca me viu sentir tanto prazer na vida como hoje.
De novo: Deus é o meu "segredo".
Deus, alimentar pensamentos sobre as coisas que quero na minha vida, focar nas coisas que gosto, fazer o que gosto, tirar um tempo para fazer algo que regule minhas emoções, me alimentar com conteúdos sobre coisas que eu gosto, investir em mim, estudar... Sempre que você investe em você mesmo o retorno é esse: sorrir com vontade, amor á vida.
Bommmm... estou receptiva ao que é pra mim, e espero pacientemente. Se tem uma coisa que a vida tem me ensinado é que vale a pena esperar pelo que é bom e que coisas boas levam tempo. Alguns medos citados anteriormente não me incomodam mais e nem mesmo passam pela minha mente. Enquanto isso vou aproveitando para cuidar de mim, me alimentar mais com que é bom e alimenta a alma: boas companhias, bom conteúdo.
E pensar que tem gente que tem pavor de ficar solteiro(a). É TÃO BOMMMM! É um tempo maravilhoso para se construir ♥
Eu fui tão bem tratada, tão respeitada e amada (e hoje consigo enxergar isso Graças a Deus... apesar de ter deixado minhas inseguranças me cegar tanto e decidir tomar atitudes idiotas por causa disso) que... menos do que isso não quero e não aceito mais não. Hoje entendo, ainda bem! Nunca é tarde para aprender. Foi libertador entender quais atitudes minhas eram problemáticas e estavam convidando os abusos para a minha vida, assim como foi libertador enxergar como eu estava ferindo as pessoas a minha volta.. pessoas que amo. Foi libertador abrir os olhos.
Onde já se viu... Hoje olho com compaixão quem fui ontem porque sei e entendo o que estava de fato acontecendo dentro de mim mas ao mesmo tempo eu fico chocada e me questionando: Uai, isso aqui é TÃO óbvio e se eu estivesse atenta teria percebido o problema nisso aqui. Constatei que hoje me choco com o que um dia foi "normal" para mim e que bom que finalmente me choca! Que bom que acordamos, não é?! Obrigado, por ter acordado! ♥
Foi libertador aprender que sou a maior responsável por tudo, portanto posso modificar tudo. Entender como, quais atitudes minhas estavam facilitando a ação de algumas pessoas na minha vida, como convidei o abuso para minha vida me ajudou a virar a chave mais importante, e finalmente quebrar meus padrões.
Essa semana tive uma revelação.. percebi que finalmente quebrei um padrão que influiu muito na minha vida.. mas vou continuar em outro artigo porque esse já ficou muito grande. A necessidade de desabafar é grande mas... não preciso aumentar esse artigo e deixar na altura do amor da minha vida né?!
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fredborges98 · 1 month
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Bom dia!
A Esquerda que Amamos.
Uma homenagem ao artista plástico Kennedy Salles.
Por: Fred Borges
A Esquerda que amamos não é corrupta, incompetente, não compra juízes, nem deputados ou senadores.
A esquerda que amamos não é fanática, alienada, extremista, não invade palácios, propriedades públicas ou privadas, não queima a terra, não entrega a pátria.
A esquerda que amamos não persegue, julga na instância maior do Direito, sem direito a defesa ou recursos.
A esquerda que amamos não persegue adversários, a ponto de os jogarem, expelirem ao exílio, não é revanchista, admite e faz a " mea culpa" e admite todos os desvios morais e éticos cometidos no passado recente e presente.
A esquerda que amamos é das mãos de:Leonardo da Vinci,Vincent van Gogh,Anita Malfatti e Diego Velázquez pintando: As meninas.
A esquerda que amamos nada tem a ver com a prevalescencia ou domínio da direita, mas da união das duas mãos, mãos tão importantes no Bolero de Ravel,ele que compôs o concerto para mão esquerda.
A performance de Yuja Wang é admirável e alguém comentaria, foi um concerto para mão esquerda e a perna direita, aliás que pernas!
Não! A música deve estar no seu lugar, a harmonia, a melodia, o compasso, assim como a pátria,nem a direita e nem a esquerda, sem preconceitos, sem passagens bíblicas históricas que reforcem os preconceitos em torno da esquerda que amamos, revolucionária para o bem de todos, nunca centralizadora, de discursos superados pelo tempo, que colocam a direita como fascista e seriam eles nazistas ou neo nazistas? Ou simplesmente Neo da película, Matriz, da Pirula Azul ou Vermelha?
Ou seria NEO da nova- velha esquerda sem renovação dos seus quadros políticos e centrada na ditadura ou "ditador relativo" de esquerda e de Lula?
Pode Ditadura da Esquerda?
Não pode Ditadura da Direita?
Ou não pode nenhum tipo de Ditadura?
Na Bíblia encontramos:
Salmos 110:1
Salmo de Davi. Assim declarou o SENHOR ao meu Senhor: “Assenta-te à minha direita e aguarda, enquanto de teus inimigos faço um objeto de descanso para teus pés!”
Atos 2:34,35
Porquanto, Davi não foi elevado aos céus, mas ele mesmo declarou: ‘O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita …
1 Coríntios 15:25
Porque é necessário que Ele reine até que absolutamente todos os seus inimigos sejam prostrados debaixo de seus pés.
Hebreus 1:3,13
Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando tudo o que há pela Palavra do seu poder. Depois de haver realizado a purificação dos pecados, Ele se assentou à direita da Majestade nas alturas, …
Hebreus 10:12,13
Jesus, no entanto, havendo oferecido para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus, …
Hebreus 12:2
"...olhando fixamente para o Autor e Consumador da fé: Jesus, o qual, por causa do júbilo que lhe fora proposto, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus.
Jesus Cristo era canhoto ou destro?
Jesus Cristo não seria para todos?
“Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! Ser gauche( esquerda) na vida.”Carlos Drummond de Andrade.
Em latim, a direita e a esquerda eram dextra e sinistra. A primeira palavra ficou associada ao que é direito, reto, louvável — enquanto a segunda está ligada aos fatos mais sinistros, como acidentes.
A esquerda que amamos é sinistra? Nunca!
A esquerda no Brasil é um acidente político partidário eleitoral?
Não! Se o é, é aconselhável corrigir a rota, pois por muitos menos a esquerda já foi queimada e está paulatinamente sendo queimada pelas bordas, bordas de um prato de sopa, sopa de caldo verde, caldo vermelho ibérico, de panelas da paelha com direitos aos círculos viciantes das lulas da Valente Valência!
Nas línguas germânicas a esquerda está também sendo queimada, no inglês, no alemão, no holandês e principalmente no iídiche pelos Judeus.
Em inglês (S) leup (balançar como um coxo), que virou lyft (fraco, inútil) e, por fim, left no inglês moderno que virou: leftovers e left behind!
Se estivermos virados para Norte, o Sol nasce à nossa direita e põe-se à esquerda. Assim, a direita ficou associada à mão do nascente, que traz a vida, e a esquerda como a do poente, que tira.
A esquerda que amamos tira direitos adquiridos, conquistados, tira a democracia, a livre expressão e no seu lugar aprisiona, escraviza, aterroriza, ameaça, demoniza,queima florestas, intervém ou interfere em Estatais,na economia de mercado, imprime discursos vazios e populistas, nos coloca nas trevas, trevas dos aposentados e paraíso para marginais e o Deep State?
A Esquerda que Amávamos.
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cherrywritter · 2 months
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Pós trauma
Casa Kent – Condado de Lowell, Smallville, Kansas
2ª semana de janeiro, ano 2021
Finalmente havia acabado todos os transtornos estudantis em que estava metida tanto nos cursos universitários quanto na Academia de Gotham, que era obrigada a frequentar para ter um histórico exemplar no colegial e garantir ainda mais minhas qualificações estudantis e futuras oportunidades no mercado de trabalho. Concluí as entregas dos projetos científicos e as provas semestrais de medicina e advocacia. Iniciei minhas qualificações na área de medicina, além de conquistar a aprovação para estagiar logo que retornasse das férias de final de ano.
Pude ter um final de ano razoavelmente tranquilo. Por mais que meu psicológico e meu corpo não estivessem bem, não deixava com que isso transparecesse em casa ou quando estava na Caverna, Monte das Ostras, durantes as missões ou auxiliando Dinah e Tornado nos relatórios das equipes. Na verdade, não conseguia compreender como arranjava tanto tempo para fazer e participar de todas as tarefas e compromissos que tinha nas vinte e quatro horas do dia.
Fui até Smallville a pedido do meu pai para resolver alguns problemas que ele havia arranjado com Clark. Mais uma vez questionei-o por ficar vigiando a agenda familiar do Superman e ele simplesmente me ignorou como sempre com uma carranca desenhada em seu rosto. Aproveitei para ajudar os Titãs antes de realmente me dirigir a casa de Martha Kent. Queria aguardar Clark do lado de fora, nos campos congelados, mas Conner insistiu incansavelmente para que eu entrasse e jantasse com eles. Seria um jantarem família, o que me deixava desconfortável. Todos são acolhedores, carismáticos, um cenário completamente diferente do que tinha em Gotham.
Após uma longa conversa pessoal com Clark para apaziguar a situação entre ele e meu pai, além de reportar os planos que ele havia feito pra que ambos trabalhassem juntos em algumas missões especiais, decidi que era hora de voltar para casa.
- Querida, imagina que vou deixá-la sair a esta hora da noite com uma nevasca para ir até a costa leste. Você pode dormir na sala. – Disse Martha com seu sorriso doce. – Tem algumas mantas que separei para se aquecer durante a noite. Também vou deixar a lareira acesa para se aquecer melhor. O frio não perdoa esta casinha em noites como esta.
- Obrigada, senhora Kent. Não queria incomodá-la. Realmente não teria problemas em voltar. – Martha sorriu mais docemente ainda. Suas pequenas rugas se desenhavam como linhas fininhas em sua pele beijada pelo tempo e pelo sol.
- Menina, você precisa de um pouco de descanso. Conner vive dizendo que você não para um por um segundo. Aproveite esse fim de semana. Conheça a cidade. – Vencida, apenas sorri e concordei.
- Vou ver com a Lois algum pijaminha para te emprestar. Conner, mostre o banheiro para a Vic, por favor.
Conner sinalizou com a cabeça para que eu o seguisse até o andar de cima da casa. Era possível ouvir a conversa de Lois e de Martha sobre o tal pijama, sendo entendido que não havia nenhum reserva para que me pudesse emprestar. Minha sorte, acredito que seja um costume feminino, é que sempre tenho em minha bolsa um kit de lingerie reserva caso aconteça algum imprevisto. Como ainda não consigo controlar firmemente a energia vital, preciso sempre estar preparada para momentos como esse, pois, ao menos a roupa intima tenho que garantir. Agora estou ponderando a necessidade de andar com roupa extra e uma mochila caso tenha que dormir fora de casa.
- Dona Martha te convenceu a ficar? – Perguntou retoricamente, rindo. Estava com toalhas no braço, as deixou em cima da bancada da pia. – Aqui é o banheiro, água quente para o lado esquerdo. Vou verificar se a caldeira está funcionando direitinho. Os últimos sempre tomam banho gelado.
Assenti e sorri sem jeito. Abri o registro e senti as gotículas da água quase congelada tocar a pele das minhas canelas e pés. Me arrepiei por inteiro. Odiava frio. Esperei a água aquecer, mas nada acontecia. Tinha conhecimento de que chuveiro a gás demorava, porem nunca tive a experiência de um chuveiro a gás em uma casa muito mais simples que a Mansão Wayne.
Escutei os passos firmes de Conner, a água continuava congelando o ambiente, e ele parou de andar quando a voz da sua mãe o chamou bem baixinho. Ele a pediu para esperar e bateu na porta do banheiro. Me entregou algumas bacias com água bem quente, uma caneca e um pano para usar como esponja. Talvez o aquecedor tivesse quebrado ou poderia ter acabado o gás. Tomei banho sem muita pressa para aquecer meu corpo, sequei-me e me enrolei nas toalhas para manter o quentinho. Não demorou para que Marta aparecesse na porta do banheiro para me entregar uma muda de roupas. Parecia que ela tinha o timing perfeito para tudo.
- Aqui, querida. Conner me deu esse moletom para que você possa usar. É de cordão, então não vai cair na sua cintura.
- Obrigada, senhora Kent.
Após vestir-me, desci para a sala e me sentei em frente a lareira para observar o fogo e brincar um pouco com ele. Era completamente estranho não fazer minhas tarefas rotineiras, nem me aplicar aos estudos ou as leituras. Porém, ali havia uma paz diferente. Um lugar silencioso, longe de todos os barulhos da cidade, dos carros, da multidão. Não havia sirenes, ambulâncias ou polícias. Sem tiros, sem explosões, sem alarmes de bancos disparados. Sem gritos, turbulência, sem violência. Diferente da realidade que eu vinha tendo há quase três anos.
Passou uma, duas, quatro horas. Não conseguia dormir. Não compreendia se estava me sentindo estranha por estar em uma casa completamente diferente ou por estar ansiosa para escrever o trabalho de conclusão de curso de advocacia. Procurei meu computador na mochila, o cabo de conexão e o liguei. Não havia sinal de internet, mas isso não era problema quando eu poderia ser a internet. Abri o arquivo do trabalho, vasculhei minhas pesquisas mais recentes e abri mais duas telas para que eu pudesse fazer mais tarefas enquanto escrevia.
Meu caso era real e processual comum e seria julgado em dezembro, porém eu vi a oportunidade de transformá-lo em um caso pro bono. Avaliei os requisitos e o histórico que havia dentro e fora da empresa. Não havia renda familiar, houve congelamento dos bens e recursos, apresentando incapacidade financeira. A empresa era uma das melhores da região, vinha crescendo e estava se tornando uma grande empresa de recurso. Realizei a petição como se deve para apresentar ou tribunal e busquei uma empresa de advocacia pro bono que se encaixasse com os valores apresentados do réu em questão.
Houve desvio de verbas desconhecidos pelos CEOs e pelos administradores e dono da empresa. Um grupo de funcionários alegava não estar recebendo salário há mais de três anos e diziam estarem sendo obrigados a permanecer na empresa por meio de coação. Pesquisei sobre processos parecidos e encontrei uma enxurrada de empresas que se encontravam na mesma situação, com o mesmo tipo de processo e alegações idênticas. Era uma máfia, com certeza. Averiguei todos os históricos das empresas exemplares e em menos de um ano após a entrada desses funcionários, abriram falência. Todos tinham honras para com seus compromissos, mas esses funcionários ganharam. A falência se tornou efetiva e uma grande empresa se beneficiou de menos um concorrente.
Obviamente fui atrás de seus fornecedores e encontrei envolvimento até mesmo de funcionários de cargos públicos que os ajudavam a falir as tais empresas que eram os alvos daquele semestre ou daquele ano. Era o que eu precisava para concluir o pedido de pro bono e assistência jurídica gratuita. O próximo passo foi realizar o dossiê com todas as informações, realizar o ADR e a negociação. Fiz todos os relatórios, adicionei todas as informações possíveis e apresentei a abordagem do caso. Todos os tramites legais foram realizados conforme a universidade e a justiça exigem.
- Você não tem jeito. – Era Conner se aproximando de mim com duas xícaras de café em mãos. Ele se sentou ao meu lado, me entregou uma e observou, curioso, a tela do notebook. – É o tal trabalho de conclusão? – Assenti.
- Falta anexar os casos similares para poder enviar para o meu tutor. – Dou um longo gole no café após saborear seu perfume. – Não sabia que fazia um café tão gostoso.
- Como sabe que fui eu?
- O gosto do café da sua mãe é diferente e ela não faz ele tão forte quanto o seu. – Ri baixinho. – Por que está acordado a essa hora?
- Pesadelo. Lembranças de um tempo não muito agradável em outras realidades.
- Posso aliviar isso para você.
- Quero lidar com isso sozinho, Vic. E estar com você já me ajuda a esquecer. – Sorri, feliz e apaixonada. Era ótimo estar com ele e saber que eu lhe fazia bem.
Amanhecemos abraçados e com os membros mais velhos da família Kent nos observando da porta da cozinha com risos baixos e contidos. Que situação. Devia estar vermelha com isso, mas também não podia me culpar ou julgar. Conner desceu para ficar comigo e cá estávamos numa situação familiar que eu não queria passar. Éramos amigos e não queria ser mal compreendida. O pior era que estava morrendo de fome devido a energia gasta e por ter dormido pouco. Com algumas cutucada, acordei Conner e vi seus olhos azuis sorrirem para mim. Ou talvez eu estava imaginando coisas.
- É melhor ir para a cidade para tomar café. Vou acabar com a dispensa da sua mãe se comer a quantidade que preciso comer. – Conner assentiu e se levantou.
- Vou pegar um casaco grosso e vamos.
- Parece que teve uma ótima noite, Victoria. – Disse Clark com seu tom sinuoso. Lois o cutucou e o repreendeu com seu olhar, mas ele não se aguentava com seu sorriso travesso.
- Não faço ideia do que está falando. – Digo balançando negativamente a cabeça. – Estava concluindo meu trabalho de madrugada.
Pego meu notebook, guardo minhas coisas na mochila, organizo todos os cobertores que a senhora Kent me ofereceu, os empilhando após dobrá-los, subi para minha higiene matinal e recebi o tal casaco grosso que Conner disse que pegaria.
- Estamos indo! – Ele disse. – Não nos esperem para o jantar!
Caverna, Monte das Ostras – Happy Harbor, Rhode Island
Antigo Monte da Justiça, 3ª semana de janeiro
Havia sido uma madrugada cansativa em Gotham. Mal tive uma hora sequer para descansar ou uma pequena pausa para tomar um banho e tirar as gosmas não identificadas do meu corpo.
Após um breve descanso em Smallville, minhas tarefas triplicaram e foi nesse momento que notei que estava mais rápida. Velocidade flash, na verdade. Ainda não se aplicava consideravelmente em relação a movimentação das pernas, mas meus dedos e minhas mãos estavam extremamente rápidos. Digitava e realizava tarefas manuais entre cinco a 20 segundos. As mais demoradas, bem demoradas, terminava em até meia hora.
Estava na enfermaria realizando um curativo rotineiro quando senti a aproximação de Kaldur.
- Virou a noite de novo? – Sorri para Kaldur, rendida. Não havia como negar diante da situação visual que me encontrava e as possíveis olheiras e maquiagem preta mal removida em volta dos olhos. Estava parecendo meu pai.
- Vou dar licença a vocês. – Disse Rachel se levantando e cobrindo o braço com seu casaquinho de lã. – Obrigada mais uma vez, Vic. Uma semana? – Assenti e ela se retirou.
- O que houve? – Perguntou-me, preocupado.
- Gar está resfriado, espirrou, virou um tigre e rasgou o braço da Rachel.
- Não, Victoria. – Disse após um breve riso. – O que houve com você!?
- Ah! – Suspiro, exausta. – O sangue é dos criminosos, a gosma é do Crocodilo e o resto deve ser alguma mistura de droga com componente de bomba, glicerina. Não faço ideia. Dei o azar de cruzar com ele em Port Adams quando estava voltando. Foi uma longa noite de Arkham a Adams. Malucos fugiram, contrabando de armas e drogas, gangues...
- E sexo? – Zombou. – Máscara Negra? – Afirmo. – Dick e Tim também têm reclamado.
- Mais uma noite normal e tranquila em Gotham. Só que você não veio até aqui para compartilhar trivialidades. – Me aproximo de Kaldur sentindo a tensão e a pressão que o envolvia energeticamente. – O que está acontecendo, meu amigo?
Kaldur me encarou um pouco receoso. Acariciei seu rosto para logo depois o abraçar com força. Eu sentia seu mal-estar, sua agonia. Não demorou muito para que ele começasse a desabar em lágrimas e deixar seus músculos relaxarem. O abracei ainda mais forte e acariciei sua nuca para que a tensão pudesse deixá-lo em paz.
- Estou exausto, Vic. – Disse engolindo o choro. – Exausto. Não queria fazer isso... pedir isso, mas não tenho saída. Há horas que precisamos aceitar que... – Coloco meus dedos em seus lábios para o calar.
- Está tudo bem, Kaldur. No que posso ajudar? – Digo me afastando um pouco dele e me apoiando na bancada logo atrás de mim.
- Não sabemos quem é, mas está destruindo os arredores de Atlântida, atacando as periferias, ameaçando a corte de morte. Já houve ataques que contivemos, mas está complicado demais para que eu dê conta sozinho com a guarda.
- Acha que é o Mestre do Oceano?
- Talvez... depois que ele fugiu da prisão...
- Ele sempre quis assumir o trono. – Completei. Ele jamais desistiria dessa loucura até o fim de seus dias. – Mas ele não poderia assumir a não ser que...
- Que ele também mate a rainha e o herdeiro. – Disse um pouco frustrado.
- Precisa de proteção. De uma equipe. – Ele afirmou. – Quantos?
- Cinco no máximo. A viagem não é muito longa até o refúgio seguro. Depois eu e os guardas de Atlântida tomaremos conta até que meu rei possa retornar.
- Vou montar a equipe. Me dê uma ou duas horas para organizar tudo e tomar um banho. Essa gosma bizarra está me agoniando. Repuxa a pele.
  Kaldur assentiu rindo um pouco desanimado. Dou algumas batidinhas em seu ombro e caminho para o meu dormitório para finalmente tomar um banho e me livrar daquele traje intermediário de Gotham que usei antes de ser envenenada. Arranquei minhas botas, tirei o traje como se estivesse como um band-aid grudado na minha pele e desintegrei a máscara. A gosma havia endurecido meu cabelo, meu corpo estava num misto de vermelho em várias tonalidades com preto, que eu tinha certeza de que não era petróleo. Fedia demais para ser. Credo, coisa horrível de tirar do cabelo. Se cair, será de grande ajuda.
Embaixo do chuveiro, esfregando todo meu corpo, ponderei sobre os nomes que escolheria. Não queria fazer essa escolha. Não queria e talvez nem estivesse preparada para isso, mas também deveria priorizar a experiência dos integrantes e o ambiente que estaríamos. A formação seria inusitada e um tanto caótica a meu ver, mas eram os únicos que se adaptariam bem a situação e dariam a assistência certa. Talvez eu devesse pedir a opinião de Dick, mas não daria tempo. Meu irmão ainda não tinha voltado de Gotham.
Após o banho, arrumei os trajes de mergulho e enviei uma mensagem aos escolhidos. Pedi para estarem no cais em meia hora e avisei que as mochilas estavam prontas. Enviei a localização para ter certeza de que não erraria. Vesti meu traje negro, manga longa, com o símbolo do morcego em branco iluminado, a gola cobria quase todo meu pescoço e tinha um corte em V bem estreito. Imitava o couro, tinha detalhes como a armadura do meu pai, ombreiras, proteção. Grande parte era conectado a fibras de energia vital que eu havia criado e tecido.
Era muito mais adaptável as minhas condições e não havia falhas. Um meio termo até que eu consiga criar e manter indefinidamente um traje como minha segunda pele e não precisar mais depender de vestimentas. O símbolo é uma espécie de parâmetro para meu nível de energia. Quanto mais apagado, menos energia tenho restante. Uma forma de vigiar minhas condições e um alarme para que eu tomasse cuidado e me alimentasse o mais rápido possível.
Estava ansiosa
Chequei o submarino para ter a certeza de que todos os equipamentos estavam de acordo com as exigências de segurança. O salto, os pés descasos, os tênis. Todos haviam chegado. Fechei os olhos, senti a água fluir pela minha pele e respirei fundo. A energia da água leva todos os males para longe. Pelo menos é o que dizem.
  Sai de baixo do submarino e vim para a área aberta do cais. Coloquei meu cabelo molhado para trás e recebi olhares insatisfeitos. Apenas Gar mantinha seu sorriso iluminado e olhos brilhantes. Kaldur me ofereceu sua mão para que eu subisse ao cais e prontamente aceitei. Em seguida, o atlante me ofereceu um grande copo de café e alguns lanchinhos. Estava morta de fome e morrendo de sono. Sorri em agradecimento e, depois de um longo gole de café, tomei a frente para passar as primeiras orientações.
- Bom dia, equipe! Temos a missão de sermos os guardas do rei Arthur durante alguns dias. Fiz uma dispensa para nós no submarino com os alimentos que cada um comemos. Acredito que não levaremos mais do que uma semana para irmos e voltarmos dessa missão. – Tento manter o clima leve e o sorriso no rosto. – Kaldur vai passar as próximas orientações até chegarmos em Atlântida. Espero que os trajes e os cilindros de oxigênio sejam suficientes.
- Você vai fora do submarino? – Conner me indagou com um tom de voz abrupto. Parecia levemente incomodado com a possibilidade.
- É melhor que eu vá. Gar e M’gann estarão no submarino com você. Eu e Lacustre iremos na frente com o Kaldur para garantir um caminho mais tranquilo e seguro.
- Eu também posso ir por água, Caos. – Anunciou Gar. – Iria adorar ver o mar de perto. Posso? – Seus olhos brilhavam cheios de esperança. Não iria estragar seu desejo.
- Tudo bem. – Digo terminando de me alimentar e dou alguns passos para trás. Estava desconfortável. – Vou fechar o compartimento e já saímos.
Eram raros os momentos em que eu usava minha fisiologia atlantes e eu fazia a menor ideia de como isso iria funcionar a longo prazo. Mergulhei sem olhar para trás e ouvi a voz abafada de Kaldur dando os detalhes de toda missão. Dei uma última olhada nos compartimentos submersos e os fechei atestando que tudo estava seguro. Logo em seguida escuto a porta do submarino abrir e logo ele balançar a água. Submergindo, vi Lacustre, Garfield e Kaldur mergulharem. Em seguida encontrei os olhos de Conner. Estava desconfortável, incomodado.
Não volte atrás, Vic
Faça o seu trabalho
Os primeiros dois dias passaram tranquilamente. Eu bem longe de M’gann. Nos momentos de pausa também evitei me aproximar muito, me mantinha distante o suficiente para ouvir tudo que conversavam, para respondê-los, mas também para ter um momento de paz e de entendimento do meu corpo, daquela fisiologia atlantes. Fomos muito bem recebidos em Atlântida, jantamos no castelo real e logo seguimos rumo ao refúgio para que o rei e sua família ficassem longe das loucuras do Mestre do Oceano.
Mais dois dias e estávamos perto do refúgio. Quanto mais nos aproximávamos, mais sentia a magia crescer além da beleza do ambiente. O colorido, as paisagens, barreiras de corais, os diferentes animais e o berço deles. Não podia esquecer da flora única. Com certeza era um local intocado pelos humanos. Encantado, deslumbrante e único. Nunca imaginaria presenciar tamanha criação de perto. Tocá-la muito menos.
E então o Mestre do Oceano apareceu. Melhor dizendo, seus capangas. Deviam estar entre quinze a vinte soldados bem fardados e muito bem treinados. Coloquei-me a frente junto com Kaldur, que já havia pegado seus água projetores. Lutar na água tinha seus riscos e, talvez devido a falta de costume e controle, não conseguiria simplesmente apagar vários de uma vez. Se fosse apenas um seria muita sorte. A água era um condutor muito volátil e qualquer coisa que eu fizesse poderia afetar a todos e não só aqueles que eu desejava. Com muito esforço, consegui transformar partículas de água em um bastão de madeira; um bokuto. Sinalizando ao Kaldur, fomos contra os soldados.
Ali eu senti a diferença em lutar embaixo d’água. Os movimentos eram mais lentos e isso fazia com que eu errasse alguns golpes. Minha sorte era de que a manipulação da energia vital estava no nível básico e, ao movimentar com mais força meus braços, causava uma corrente que afastava os oponentes para que tivéssemos mais tempo. Eles eram difíceis de combater e, fora do meu ambiente rotineiro, sentia uma aflição de não conseguir dar conta.
Tomando impulso, avancei sobre três soldados. O impacto os atordoou e me deu segundos preciosos para quebrar seus equipamentos. Vi Lacustre ser rodeado por quatro, Kaldur por mais três e só tínhamos derrubado dois. Tentei encostar em suas peles, mas agarraram meus pulsos e golpearam freneticamente meu abdômen e meu rosto. Foi quando vi cinco soldados seguirem para o submarino.
- Miss Marte, Mutano, Superboy. Protejam o rei e tentem sair daqui. Se afastem! Mutano tente criar uma barreira para segurar os soldados.
- Certo!
Puxei o ar e tentei usar magia. Aproveitei os toques e encarei os soldados torcendo para que desse certo. Durmam. Aquele que me agredia olhou para os colegas sem entender o motivo deles estarem simplesmente boiando. Sorri tomando ânimo e avancei contra ele. Fui expelida, mas o alcancei a tempo de tocar sua cabeça e fazer o assalto telepático. Menos três. Senti uma dor aguda e balancei a cabeça. O sangue escorria pelo nariz e manchava a água. Era um esforço além do que estava acostumada em uma fisiologia que mal treinava.
Voltando o rosto para trás, vi Miss Marte sair do submarino e ir para cima dos soldados. Superboy e Mutano não entenderam nada que estava acontecendo. Ela se colocou a frente e deixou o submarino completamente desprotegido. Os dois soldados que sobraram foram parados por Arthur e, em mais uma atitude irresponsável, o golpe que Miss Marte desferiu acabou atingindo o rei o fazendo bater contra o submarino deixando a rainha e o príncipe desesperados.
- Superboy, pegue o rei e o leve para dentro.
- Mas...
- Coloque para dentro!
Superboy se apressou e nadou até Arthur. Estava completamente desajeitado e desesperado. Mutano estava assustando e paralisou. Não soube mais reagir. Miss Marte continuava sendo atacada por três soldados e aqueles dois que sobraram foram atrás de terminar o serviço de eliminar o rei. Seu filho chorava sem sessar e o desespero começava a tomar conta.
Não tive escolha, eles eram a prioridade. Tomei impulso como faço em terra e avancei rapidamente contra eles os afastando. Conner se colocou ao meu lado e avançamos contra os outros soldados desferindo golpes fortes na cabeça e tronco. Arthur ficou na defensiva, como se estivesse dando cobertura. Um som agudo tomou conta das águas e nos atordoou. Mais sangue saia do meu nariz, mais minha cabeça doía. Tubarões surgiram, nos cercando, e me trouxe a incerteza de que se eles estariam enfeitiçados pelos soldados ou apenas o instinto estava os trazendo até ali.
Ao notar a rota que seguiam, não tive tempo de avisar ao rei. Me coloquei entre ele e os tubarões, o afastando e o colocando o mais próximo possível do submarino para que ele retornasse para dentro dele. As dezenas de dentes afiados perfuram toda minha carne e órgãos. Meu sangue tingia mais e mais a água, mas tinha que manter a cabeça tranquila.
Dor
Simplesmente dor
Mutano finalmente reagiu e veio como uma orca para cima dos tubarões para os afastar. Olhando para frente, vi Lacustre desacordado e também tingindo o mar de vermelho. Nadei rapidamente ao seu encontro e analisei seus sinais vitais para saber a gravidade de seus ferimentos. Nadei até o submarino e o coloquei para dentro para que o rei e Conner pudessem cuidar dele. Estava furiosa com as diversas falhas da equipe. Miss Marte não percebeu, mas agora havia mais dois inimigos logo atrás dela. Eles a atingiriam sem qualquer pesar de consciência. Ela trocava golpes, mas estava desatenta. Outros vieram e dessa vez eu a coloquei para longe e levei os golpes por ela.
Kaldur se aproximou, ferido, mas ainda estava em combate. Eu, por outro lado, estava ainda mais rasgada, agora pelas costas. As garras dos soldados eram longas e afiadas. Cravaram desde a minha omoplata até a lombar. Meu cabelo flutuou. A encarei em um misto de frustração e dor. Seus olhos se arregalaram. Costas com costas com Kaldur, nos vimos cercados. Não podia desmaiar. Não podia deixar o erro alheio acabar com a missão e nos fazer abortar.
- O Arraia está metido nisso. – Digo ao Kaldur em uma conexão mental só nossa.
- São os soldados dele. O Mestre deve ter o oferecido uma excelente recompensa pelas nossas cabeças e pela do meu rei, rainha e príncipe.
- Estou muito ferida, amigo. Precisamos que isso dê certo.
- Ainda lembra daquele treinamento que teve comigo? – Assenti. – Vamos colocá-lo em prática agora.
- Miss Marte, Mutano, Superboy! Peguem a família do rei e nos encontrem naquela ilha que combinamos.
- Não! Eu não vou com eles! – Ela protestou.
- Você vai! – Digo firme. – Você vai com eles, vai proteger eles e os levar em segurança até a ilha enquanto damos um jeito na besteira... na situação. Temos dois feridos e já basta para não termos baixas. Eu e o Kaldur damos conta.
- O erro foi seu em me deixar fora da linha de frente.
- Meu erro foi ter trazido você. Vão!
Com a energia vital, os impulsionei para longe antes que houvesse mais protestos. A rainha estava em choque e preocupada. Não era obrigada a passar mais nervoso por nossa causa.
O sal fazia minhas feridas arderem. Não poderia mudar meu metabolismo naquela hora. Iria desmaiar ou sufocar.
- Preciso subir à superfície e então faremos. – Kaldur assentiu e continuou grudado em mim. Nadei rapidamente para a superfície e busquei um pouco de ar. A ardência parecia subir no cérebro. Era irritante.
Mergulhamos e encaramos os soldados. Tinha ao menos oito ainda em pé. Nossos pés foram puxados e eu não tivemos tempo de reagir. Eram os soldados do Arraia, afinal. Equipamentos de última geração misturados a tecnologia atlante. Chutando seu capacete inúmeras vezes, consegui finalmente me libertar de suas garras e forçar seus equipamentos a estourarem. Os vi se contorcerem com as descargas e buscarem rapidamente pela superfície. Os segui para terminar o serviço e os deixei inconscientes. Demorariam meio dia ao menos para recobrarem a consciência. Outros dois vieram em seguida e realizei os mesmos movimentos.
Os últimos soldados estavam em cima de Kaldur, que estava tão machucado quanto eu. Avancei agarrando um deles e o forcei a emergir comigo. Era um soldado do Mestre do Oceano e eram raros aqueles que conseguiam respirar fora da água. O soldado se debatia, mas eu não iria desistir. Precisava que ele desmaiasse e não sairia dali até que ele o fizesse. Concentre-se, Victoria. Lembre dos treinamentos e tudo vai dar certo. Eu tinha que torcer para que funcionasse. Emergi com ele, quebrei seu capacete e o senti se contorcer até desmaiar. Mergulhei furiosa e avancei nos últimos dois. Os golpeei com toda a força que tinha e também os emergi para que perdessem a consciência.
Finalmente. Usando minhas últimas forças, concentrei-me para que o controle mental funcionasse. Limpei suas memórias e ligações com os vilões. Embuti em suas cabeças que jamais retornariam a esse mundo e que confessassem seus crimes para que fossem punidos devidamente. Eles seriam cidadãos exemplo.
Tudo escureceu
Terra – Algum lugar no oceano
Horas mais tarde
Aquela mesma sensação.
Levantei-me no sobressalto e senti meus músculos repuxarem. Estava em uma cama do submarino. Bandagens ao meu lado e cobrindo todo meu corpo, algas, panos com sangue, água pelo meio do vidro e alguns peixes circundando o submarino. Se eu estava enfaixada, alguém teve que limpar e fazer os curativos. Julgando pelas algas, só poderia ter sido Kaldur.
Ai que vergonha
A noite estava caído. Não demorei muito para acordar se fosse ainda o mesmo dia, mas eu tinha falhado mais uma vez.
- Acordou rápido. – Ouvir a voz de Kaldur me fez sentar. – Suas feridas até que se recuperaram bem. Pensei que demoraria mais. – Ele coloca uma bandeja de hamburgueres em cima de uma mesinha. – Trouxe alguns. Sabia que iria precisar.
- Obrigada. – Sorri. – Meu corpo deve ter processado o que estava acontecendo e entendeu que eu já estava fora da água.
- Tem apagado sempre que seu corpo não se adapta ou quando passa por muito estresse fisiológico e metabólico? – Afirmo com a cabeça. – Tem sido sempre assim quando sai em missão com a M’gann?
- Exaustivamente. Chego a evitar ir em missões com ela para não ter esse desgaste e toda essa situação chata. – Tento não perdurar sobre o assunto. – Como está o rei? Como você está?
- Estou bem. Meu rei está se recuperando também. Lacustre e Mutano estão o levando para o refúgio junto com a rainha e o príncipe. Pela manhã devem estar aqui.
- Me desculpe por tudo isso. Pelos problemas. Pelos... – Kaldur se aproxima de mim e segura minhas mãos com carinho fazendo com que eu me cale. Seus olhos me confortam e me acalmam.
- Não é culpa sua. Quando saímos em nossas primeiras missões nada dava certo. Dick gostava de ser líder, Wally era ansioso, M’gann queria agradar a todos, não sabia o que fazer, como se comportar. Conner explodia. Falhamos. Foi difícil tomarmos bronca. Eu não queria, mas fui escolhido para liderar a equipe. Dick e Wally não eram fáceis. – Ele sorriu e se aproximou um pouco mais. Estava de joelhos na minha frente massageando minhas mãos. – O que quero dizer é que o começo é difícil, mas vocês vão se dar bem.
- Kaldur, a M’gann está perguntando... – Conner parou de falar quando seus olhos nos encontraram. – Você acordou.
Sorri e assenti, mas me senti desconfortável. Kaldur se levantou rapidamente e caminhou até Conner. Os dois trocaram alguns sussurros antes de se afastarem e seguirem para lados opostos. Não ousei invadir a conversa. Não haveria motivos para isso. Eu confiava nos dois e jamais deixaria de confiar. Era uma relação de respeito e a conversa deles não me dizia respeito.
Conner caminhou até mim com um misto de preocupação e desanimo. Estava chateado. Cansado. Suas mãos tocaram meu rosto, acariciaram minha pele me fazendo fechar os olhos para apenas sentir seu carinho. Torcia para que ele fizesse o que eu tanto desejava, mas não. Não por completo. Apenas beijou o topo da minha cabeça e me abraçou.
- Pensei que não iria acordar.
- Não vai se livrar tão fácil de mim. – Brinco. – Se machucou na luta?
- Nada demais. Um ombro deslocado. – Disse tocando o ombro direito. – Fiz os hamburgueres do jeito que você gosta. – Sorri me sentindo mimada.
- Com um pouco de maionese...
- No pão de cima e um leve toque de limão peper no hamburguer.
- Vem cá, deixa eu colocar esse ombro no lugar. – Conner nem hesitou, sentou-se no chão a minha frente e de costas para mim. Fiz o movimento para colocar o ombro em seu devido lugar e escutei seu resmungo. – Já sabe que não é para fazer força. – Ele assentiu.
- Foi um desastre hoje. Sinto muito.
- Não foi sua culpa. A culpa é minha por não ter sido uma boa líder.
- Você é uma boa líder, Vic. O problema é que não te escutam. Quando estamos nos Titãs, tudo dá certo, mas aqui... – Suspiro. Eu sabia quem era o problema.
A volta foi silenciosa e desagradável. Kaldur não retornou conosco, o que deixou o clima mais pesado do que já estava. Seguiu para o refúgio para verificar alguns pontos que faltavam e disse que voltaria assim que fosse possível para a Caverna para fazer seu relatório. A famosa burocracia. Eu, por sua vez, não fiz nem questão de navegar. Apenas sumi para os fundos do submarino e fiquei estudando minha matéria da universidade. Quando chegássemos, teríamos que passar pela terapia, fazer as avaliações e pensar nos erros. Queria deixar isso para quando eu estivesse preparada.
Caverna, Monte das Ostras – Happy Harbor, Rhode Island
Antigo Monte da Justiça, dias depois
Canário se aproximou. Estava em seu escritório realizando as documentações dos dias em que estive ausente e organizando todas as minhas tarefas do mundo civil para que estivesse devidamente preparada para alguns seminários e uma apresentação em especial.
- Soube que logo vai se formar em advocacia. – Canário se sentou ao meu lado me dando seu melhor sorriso. – Você tem ajudado bastante com os relatórios psicológicos. Nem me lembro da última vez que finalizei um sem a sua ajuda.
- Vocês estão bem ocupados com os problemas do universo. Faço gosto em ajudar. Estou gostando dessa área psicológica e psiquiátrica. Me ajuda a relaxar de alguma forma.
- Eu podia ter te ajudado, mas você pulou a terapia. Chegou da missão e se trancou no quarto por dois dias. O que houve? Kaldur disse que era uma missão simples.
- Dinah... – Sinto-me exausta antes mesmo de Dinah continuar. Ainda não me sentia pronta para conversar sobre o que aconteceu, mas ela não deixaria que eu escapasse.
- Não me olhe desse jeito, Victoria.
- A missão foi um fracasso. Só não foi pior porque. – Paro, respiro fundo, conto até dez e retorno meu olhar para Dinah. – É insuportável fazer missões com a M’gann! Eu até compreendia no começo. Garota nova, não sabemos como ela trabalha, seus poderes, se é de confiança, mas agora? Estou com o Batman há quase um ano, estou há quatro meses aqui trabalhando arduamente com a equipe e ela continua implicando e me desautorizando.
- Seja mais específica, Victoria. – Disse Dinah me olhando com atenção.
- Eu não pedi para ser líder de equipe como os mais velhos. Como meu irmão. Vocês me colocaram nessa posição! Toda vez que eu lidero uma equipe, ela vem criticar. Pior quando sou obrigada a ir em uma missão com ela. M’gann faz de tudo para me prejudicar! Não aguento isso, Dinah!
- Victoria, você é uma líder nata e você está nessa posição por mérito. Não importa o que a M’gann...
- Importa o que ela faz e como faz! Na última missão quase perdemos o rei por causa da imprudência dela. Eu falei para que ela ficasse no submarino com o Conner, mas não! Ela quis fazer o show dela, se colocar na linha de frente e deixar o submarino desprotegido com Conner! Todos se feriram! Só dei uma ordem como sempre faço e ela me desobedeceu como sempre faz!
- A sua chegada a fez se sentir ameaçada...
- Então ela que procure orientação psicológica, que faça terapia, que faça o que for necessário! Não vim tomar o lugar de ninguém! Vim ser profissional e fazer o que sei de melhor: lutar! Se ela não sabe lidar com isso, também não irei mais fazer uma missão sequer com ela na equipe. Podíamos ter sofrido baixas por causa da imprudência e do ego dela. Se eu sou o problema de comportamento dela, então eu que me retiro. – Me levanto enfurecida e caminho em direção à porta. Ainda estava muito frustrada com tudo.
- Isso que aconteceu com seu cabelo?
- Esse corte inovador? Graças a ela. Um soldado do Arraia veio ataca-la e eu tomei o golpe por ela. Rasgou minhas costas, mas já cicatrizou. Evitei uma internação. – Dinah me olhou com espanto.
- Sinto muito, Victoria. Não imaginei que estivesse a esse ponto. Ela não comentou sobre isso e Kaldur não se reporta a mim.
- Ninguém quer problemas para o colega. Eles são adultos e deveriam saber o significado de responsabilidade. Agora entende o motivo de eu estar assim? Eu me retiro das missões com a M’gann e espero que vocês respeitem a minha decisão.
- Você tem a eternidade para se aborrecer. Não comece de agora. É jovem demais para isso. – Dinah se levanta e oferece sua mão. Eu a aceito de bom grado. – Aceito te deixar livre das missões com um pedido: converse sobre o ocorrido e tentem achar uma maneira de entrarem em equilíbrio. Uma equipe só funciona se todos concordarem.
- Sacrifícios. – Ela assentiu.
- Aproveite e vá a um cabelereiro quando chegar em Gotham. Está péssimo. – É, eu sei.
Após Dinah abrir a porta de seu pequeno consultório, caminhei pelos corredores da Torre refletindo tudo que ela havia dito. Não tinha a mínima vontade de conversar com a equipe sendo que me problema era com M’gann, porém, se todos expusessem a opinião sobre as atitudes da marciana, principalmente na última missão, com certeza ela se tocaria minimamente sobre as atitudes que estava tomando. Porém não faria questão de lhe dar o prazer de dizer que não faria missão logo após nossa conversa, mas avisaria de que as medidas cabíveis seriam tomadas.
Dinah, como nossa supervisora e terapeuta, iria contar para o tio John sobre o que estava acontecendo na Equipe de Operações Especiais e iriam pensar nas medidas cabíveis para punir a jovem sobre os comportamentos cataclísmicos que vinha tendo devido a minha presença nas missões.
- Já pensou no corte? – Era Tim encostando em mim. Enlacei meu braço ao dele e continuei caminhando em direção ao portal. Só queria voltar para casa e pensar no discurso que faria com a equipe para que houvesse acordo.
- Estou mais pensando na desculpa. Vai ficar na mansão hoje? – Assentiu.
- Foi tão ruim assim? – Eu o encaro não querendo conversar. – Em casa. Tudo bem.
- Só quero saborear a comida do Alfred e ver a cara de espanto do papai.
- Seu cabelo está parecendo uma ladeira. – Ele riu. – Acha que vai ter que ficar muito curto para dar um jeito?
- Talvez. Vou tentar não deixar acima do ombro, mas não garanto muito. Vou tomar um banho primeiro. Você avisa? – Tim assentiu.
Passando pelo portal, me arrepiei com o frio dos climatizadores da caverna. Estava apenas de regata e um short de malha quando Dinah me pegou desprevenida para fazer a seção de terapia de uma das piores missões da minha vida. Tim desamarrou o moletom da cintura e o colocou sobre as minhas costas. Sorri, agradecendo.
O inverno já estava dando as caras mais severas e isso só piorava quando ficávamos embaixo da terra. Bruce Wayne tinha o vício de deixar a batcaverna completamente climatizada para que os equipamentos não esquentassem e causassem transtornos e reparos desnecessários. Também não poderia exigir demais dele, um homem com diploma em ciências da computação e tecnologia. Claro que ele tinha outros diplomas, mas nessa área eu não poderia implicar com ele. Sua caverna, suas regras.
Subimos pelo elevador em silêncio. Eu só conseguia ficar com a cabeça encostada no ombro de Tim e me sentir apática. Em casa conseguia ser eu mesma sem amarras, conseguia relaxar e aliviar minha mente. Não tinha a melhor das rotinas, era muito ocupada e tinha minha vida pessoal. Porém, pelo menos na mansão, tinha Tim ao meu lado, poderia correr e pedir sua ajuda. Meu pai era um homem ocupado e teimoso demais. Alfred não poderia me socorrer a todo momento, mas Tim sempre foi aquele meu ponto de segurança em dias ruins. Meu primeiro irmão e, talvez, o meu favorito.
Nos separamos no corredor superior para irmos para os nossos quartos. Abri a porta do meu e olhei em volta. Sempre estava impecável. A luz da lua já batia na janela e invadia pelo chão. Logo estaria na cama. Jogando o moletom no recamier, segui tirando o restante da roupa para ir tomar um banho. Aproveitei a proximidade com o aquecedor para o ligar e evitar tomar uma friagem no meio do caminho.
Fechei a porta atrás de mim e encarei meu reflexo no espelho. Meu cabelo com certeza estava parecendo uma ladeira. Antes do ocorrido, estava quase do mesmo tamanho do cabelo de Kory. Estava tão lindo. Suspiro mais uma vez sentindo-me frustrada e tomo um longo banho antes de voltar para o meu quarto e colocar meu pijama felpudo. Calçando um chinelo de inverno, vi os vidros embaçados pela diferença de temperatura. Pelo menos estava quente dentro de casa.
Caminhei em direção a suíte master. Escutei um respirar pesado. Hesitei em abrir a porta por alguns minutos, mas o lado humano e empático não permitia que eu o deixasse ali sem assistência. Estava preocupada e não iria conseguir deixar passar mais uma vez. Ele era meu pai e eu precisava cuidar dele.
Rodeei a maçaneta com cuidado e vi uma luz de abajur o iluminar. Estava com uma caixa em mãos que não ousei investigar. Havia alguns livros ao lado e algo comparado a diários de bordo. Seu corpo estava enfaixado. Tórax e ombro eram os premiados. Sempre estavam na lista de lesões repetentes do papai. Dei passos até atravessar sua cama e me sentei ao seu lado. Papai fechou a caixa e a colocou de lado. Sua mão logo veio de encontro a minha para enlaçar nossos dedos. Apoiei minha cabeça em seu ombro apenas para sentir seu cheiro.
- Senti sua falta em casa. – Papai declarou.
- Também senti sua falta. Gosto de ficar em Gotham. Tenho mais tempo com o senhor e com Alfred.
- Não era para você ter vindo antes? – Papai levantou meu rosto e fez com que eu o encarasse. Ele ainda estava com a tinta preta em volta dos olhos. – O que houve?
- Problemas. Preferi esfriar a cabeça antes de cometer mais um erro. O senhor mesmo ensinou isso. – Senti sua mão acariciar minha bochecha e um sorriso brota entre nós dois.
- Você vai dar um jeito nisso. – Ele passou a mão no meu cabelo e balançou a cabeça após rir anasalado. – E nisso também. Seu cabelo estava tão lindo, filha. – Disse com certa tristeza no tom de voz.
- Eu sei. Quer marcar para o mesmo dia? O seu cabelo está quase virando uma juba, senhor Wayne. – Sorrio e me levanto ficando a sua frente. – Vou ajudá-lo com os curativos. O senhor também precisa de um banho.
- Não precisa cuidar de mim.
- O senhor é meu pai e faz parte do meu papel como filha o ajudar. Todos precisamos, lembra? – Ele assentiu.
Arrastando o teimoso para o banheiro, cortei as faixas pelas laterais para conseguir tirá-las com mais facilidade. Nosso estoque estava baixo, mas não daria para ficar reutilizando. Limpei os cortes, os pontos e esperei que ele terminasse o banho para que eu pudesse passar as pomadas em seu corpo.
Olhei para o seu rosto e, mesmo após o banho, vi resquícios dos seus olhos de panda. Papai sempre fazia isso. Peguei removedor de maquiagem e passei em volta dos olhos para tirar o restante da maquiagem. Tenho certeza de que ele pegou aquelas a prova d’água de novo. Com um olhar sincero de consentimento dele, passei as pomadas pelo seu tronco e pelas pernas, que também estavam lesionadas, e o enfaixei. Não me aguentei em não o abraçar. Eu precisava disso. Eu o amava demais. Quando acabamos, fomos jantar em família. Amava estar em casa.
Depois do jantar, ajudei Alfred a arrumar a louça e a mesa. Por algum milagre, papai não iria fazer a ronda da noite e isso deixava minha mente mais tranquila. Ao terminar, subi as escadas e voltei para o meu quarto para terminar alguns trabalhos e realizar algumas provas. A vantagem da tecnologia nos tempos modernos era a comodidade de fazer tudo sem sair de casa ou de qualquer lugar. Apenas compartilhava a tela e ligava a webcam para que algum tutor online pudesse administrar as avaliações e houvesse provas de que não havia acontecido qualquer trapaça durante o processo.
Não demorou mais do que uma hora para que eu encerrasse as avaliações. Fechei a tampa do notebook, arrumei meu material para as aulas presenciais na Academia e caminhei até a janela para fechar as cortinas. Já perto da cama escutei a porta ser aberta e vi Tim aparecer por entre a fresta. Sorri o vendo deitar-se na cama. Apenas o acompanhei deitando-me em seus braços. Gostava quando ele ficava na mansão. Me sentia menos solitária já que Dick não morava conosco e tinha a vida civil de detetive para manter. Era raro o ver dormindo na mansão.
- Vai contar agora? – Questionou-me sereno.
- Preciso conversar coma equipe e resolver meus problemas com a M’gann. – Apoio minha cabeça em seu peito e respiro fundo. – Ela desobedeceu aos comandos, colocou a equipe em risco e quem estávamos protegendo.
- Talvez devesse parar de tentar fazer algo. – Sua mão mexia no meu cabelo me trazendo aconchego. A minha ficava em sua cintura o abraçando. Tim era o irmão que eu mais amava mesmo que não fosse de fato. Éramos apenas membros da Corporação Batman.
- Dinah disse que eu preciso conversar com a equipe, mas meu problema é unicamente com M’gann. Não há necessidade de conversar com todos. Me dou bem até mesmo com a Kory e olha que não temos a mesma linha de pensamento. Falei que não aceito mais ser escalada com ela para as missões.
- Uma hora você vai ter que enfrentá-la. – Ele oferece a mão e eu a aceito enlaçando nossos dedos. - Eu sei, mas não agora. Tenho coisas mais importantes para fazer antes disso.
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marianeaparecidareis · 4 months
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🔥🙏🔥A ORAÇÃO DE JESUS, DESCANSO DE SÁBADO. A CEIA DE JESUS COM AS CRIANÇAS.👑😇👑
Jesus naquela noite tornou a subir para a montanha e afastou-se um pouco, de sorte que, ao romper da aurora, já podia ser visto de pé no alto de um barranco. Pedro, ao vê-lo, aponta aos seus companheiros que então sobem ao seu encontro.
- Mestre, por que não vieste conosco? Perguntaram alguns.
- Eu tinha necessidade de rezar.
- Mas tens também muita necessidade de repousar.
- Meus amigos, de noite uma voz veio do céu pedindo oração pelos bons, pelos maus e também por Mim mesmo.
- Por quê? Tens necessidade disso?
- Como os outros. A minha força se nutre da oração e a minha alegria de fazer o que o meu Pai quer. O pai me falou de dois nomes de pessoas e de uma dor para Mim. Estas três coisas tem muita necessidade de oração.
Jesus está muito triste e olha para os seus com olhos que parecem pedir ou perguntar. Seus olhos pousam sobre várias coisas, mas, enfim, pousam sobre Judas Iscariotes, em quem param.
O apóstolo nota isso, e pergunta: “Por que olhas assim para mim?”
- Eu não te via. Meus olhos estavam vendo outra coisa...
- O que é?
- A natureza do discípulo. Todo o bem e todo o mal que um discípulo pode fazer a seu Mestre. Eu estava pensando nos discípulos dos Profetas e de João. Pensava também nos meus próprios. E rezava por João Batista, pelos discípulos e por Mim...
- Estás triste e cansado esta manhã, Mestre. Conta as tuas aflições a quem Te ama, lhe diz Tiago de Zebedeu.
- Sim, conta-o, se houver alguma coisa que possamos fazer para aliviar-te, nós o faremos, diz-lhe Judas, seu primo.
Pedro está falando com Bartolomeu e Filipe, mas eu não entendo o que eles estão dizendo. Jesus responde: “Que sejais bons. Esforçai-vos para serdes bons e fiéis. Este é o meu consolo. Não há nenhum outro, Pedro. Entendeste? Deixa de lado as suspeitas. Procurai querer-me bem e querer-vos bem, não vos deixeis seduzir pelos que me odeiam, procurai principalmente querer bem à vontade de Deus.
- Eh! Mas, se tudo vem dela, também os nossos erros dela virão, exclama Tomé com ar de filósofo.
- Achas que é assim? Mas não é. Muita gente já se levantou, e está olhando para cá. Vamos descer. E vamos santificar o dia santo com a palavra de Deus.
Descem, enquanto os adormecidos vão acordando em número cada vez maior. As crianças, alegres como passarinhos, já estão tagarelando, correndo e saltando entre os campos, tomando um banho de orvalho, o que provoca repreensões, acompanhadas de consequente choro. Depois, as crianças correm até Jesus, que as acaricia, reencontrando o seu sorriso, como se produzisse em si aquelas alegrias inocentes. Uma menina quer colocar na sua cintura um ramalhete de flores, apanhadas nos prados, “porque tua veste fica mais bonita assim”, diz ela, e Jesus a deixa fazer, apesar dos apóstolos resmungarem e Jesus diz: “Ficai contentes porque elas me amam! E o amor das crianças tira as tristezas do meu coração.”
Ao mesmo tempo, Jesus se aproxima ao meio dos peregrinos, descendo da montanha e o escriba João vindo de sua casa com muitos empregados que trazem cestas de pão, outros trazendo azeitonas, pequenos queijos e um cordeirinho, ou cabritinho, assado especialmente para o Mestre. Tudo é colocado aos pés dele, que cuida de distribuir, dando a cada um pão, pedaço de queijo e um punhado de azeitonas. A uma mãe, que traz ainda ao peito um menino gorducho, que está rindo com os seus dentinhos novos, Ele dá com o pão um pedaço do cordeiro assado, e o mesmo faz com outros dois ou três, que parecem estar necessitados de alimento especial.
- Mas isso é para Ti, diz o escriba.
- Eu irei saboreá-lo, não te preocupes. Mas vê... se eu seu que a tua bondade é para muitos, em Mim aumenta o sabor.
A distribuição termina, o povo já está partindo o seu pão e reservando uma parte dele para as outras horas. Também Jesus bebe um pouco do leite que o escriba coloca para Ele numa taça preciosa, tirando o leite de um frasquinho trazido por um dos servos (parece uma bilha).
- Mas, Tu deves me contentar, dando-me a alegria de ouvir-te, diz João, o escriba, que foi saudado por Hermes com grande respeito, e com respeito ainda maior por Estevão.
- Não irei negar-te isso. Vem cá para a frente, e Jesus, tendo-se encostado no monte, começa a falar.
O EVANGELHO COMO ME FOI REVELADO - MARIA VALTORTA.
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descendoorio · 6 months
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Eu tive um sonho que cheguei a te descrever como pesado, mas foi a leveza que ele me trouxe que me fez vir te escrever aqui. Eu sonhei que nós terminávamos nosso namoro e que, logo após, seguíamos nossas vidas com os sentidos atribuídos a elas. Isso me deu uma sensação de alívio. Eu não preciso medir as palavras nesse caso, porque sei que você também sente o alívio de não ter que lidar com a minha ausência.
Nas minhas últimas sessões de terapia, venho discutindo sobre o quanto eu mantenho a dinâmica de me desumanizar apenas para deixar que o outro seja humano, até que eu não mais aguente e passe a desumanizar a outra pessoa como uma forma de respiro, descanso, para que eu possa ser humana um pouco. Isso me pegou de jeito por ser algo que se repete na minha vida sem que eu sequer houvesse me dado conta. Com você não seria diferente.
O problema é que eu me desumanizei ao extremo (em intensidade e em duração de tempo) quando te permiti fazer algo que eu jurei jamais deixar alguém fazer de novo. Como já te disse algumas vezes, há coisas na vida que são muito caras e com as quais precisamos ter a maior cautela ao mexer (ou não mexer). Minha identidade, minha autoestima e meu reconhecimento de mim mesma são algumas dessas coisas.
Cheguei a me questionar inúmeras vezes se eu era suficiente pra você. E, por mais que você dissesse, em palavras imediatas que sim, em atitudes posteriores, a dúvida era avassaladora e novamente instaurada. Eu sei que você sabe, e eu, hoje, sei: eu não preciso ser suficiente pra você. Eu só preciso ser, como eu quiser, do jeito que der, pra mim. E quis aproveitar o espaço de reforçar isso. Porque, como te pedi naquele dia em que você me deixou sozinha no shopping, eu gostaria que, por favor, ninguém mais precisasse ouvir tudo o que eu ouvi de você.
Não escrevo estas palavras te desumanizando, como você pode estar imaginando. Isto é uma tentativa de organizar os sentimentos dentro de mim e conseguir mostrar a você. Hoje, te olho e te reservo o direito de, como bom humano, ter errado comigo; afinal, como te disse inúmeras vezes, não estamos imunes de tal. Entretanto, também como humana, reconheço o meu limite — ínfimo, diga-se de passagem — diante da tentativa de superar tamanha dor.
Hoje, eu não escolho desumanizar nenhum de nós dois. Eu nos acolho do alto das nossas imperfeições, mas me reservo o direito de não mais ocupar este lugar. Você pode achar que tentou de tudo (e talvez esse tenha sido o seu tudo), mas, no fundo, você sabe que algo irreparável se quebrou na segunda metade do ano passado. Em sendo irreparável, como boa humana, me abstenho dos esforços incessantes até então.
O nosso amor não foi em vão e, talvez, em alguma esquina do futuro nos encontremos, mas esse futuro não é agora, pelo menos não enquanto cada uma dessas feridas não cicatrizar. Se houver um tempo-espaço reservado pra nós, estaremos lá, curados, melhores, para desfrutá-lo.
O meu coração tem espaço para cada um dos seus familiares, em especial seu núcleo-casa, que é tão minha família também que nem acredito estar digitando isso. Nunca deixe Pedrinho esquecer do quanto ele é amado incondicionalmente e que ele pode ser quem ele quiser. Nunca deixe Maluh se encaixar no que se espera de uma menina “boazinha”: incentive-a a explorar o mundo. Nunca deixe de cheirar Alice e aproveitar o quão carinhosa ela é. Continue incentivando Dalgenira a se cuidar e continuar sendo tão maravilhosa quanto ela é. Se sentir que quer, tenta se aproximar de Felipe e ver como a relação de vocês pode se desenvolver. Nunca deixe de falar pra Luís o quanto ele é importante e o quanto ele também pode pedir ajuda: ele não precisa ser a fortaleza sempre. Quanto ao seu pai, confio muito no seu processo terapêutico pra que você ache um lugar pra essa relação em sua vida: a que fizer sentido pra você, num lugar em que seu coração fique em paz. E tomara que você goste da nova madrasta.
Eu não tô terminando nosso namoro porque deixei de te amar. Muito pelo contrário: essa é uma das coisas mais difíceis que já fiz na minha vida. Eu te amo profundamente. Mas eu me amo mais. Ok, essa última parte do amor próprio ainda não é verdade, mas tô trabalhando nisso e sei que é uma etapa importante do processo.
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Ei, quero te lembrar umas coisas. Eu não sei muito bem o que aconteceu, mas tenho certeza que estou mais feliz agora do que há 2 anos e 2 meses atrás. A gente se conheceu do nada, a sintonia foi tão leve, boa, que simplesmente me senti a vontade para me entregar a tudo o que já estávamos vivemos. É incrível a sensação de te ter aqui, na minha vida, é tudo tão intenso que um texto meio clichê não me deixará tão brega, né? Encontrei em seu abraço o melhor descanso que poderia encontrar, e como amo quando me abraça do nada! O seu cheiro é o melhor de todos, o seu sorriso é lindo! E sabe, além de tudo isso, está sendo incrível conhecer a sua essência, o seu coração, você é tão bonito e isso vai tão além do físico, quanto mais te conheço mais quero continuar conhecendo. Agradeço por me permitir aproximar, por me dar o seu tempo e reciprocidade. É bom demais rir contigo, fazer muita coisa ou simplesmente ficar ali do seu lado sem fazer nada. E olha, não dá pra fingir que nada está acontecendo, eu amo muito você, mas tem coisas que estão me machucando, sabe? Aquela questão sobre sair e voltar tarde, a conversa com as meninas… Nós podemos conversar sobre isso? Não quero ficar te cobrando, mas também não consigo ignorar, entende? Você está indo embora, as vezes sinto que está querendo ir se afastando pra quando de fato for embora a gente já estar mais distante, não sei explicar, é uma sensação ruim, não queria sentir isso. Precisamos ser mais fortes, melhores um para o outro. Estou aqui por você, por nós, dizem que temos que viver um dia de cada vez, e no agora, realmente quero lutar por nossa relação. Eu te amo muito, meu amor❤️ Feliz 2.2🙏🏼 Que venha muito mais.
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danihmachado-blog · 1 year
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Nos últimos dias tenho estado ausente. É, eu sei. Estou no desemprego dando uma pausa. No domingo eu curti uma playlist da Calcanhotto. Matei a saudade da infância com umas músicas musas que estavam no meu coração.
A segunda começou cedo, estava lindo na minha cidade pacata, nublado, frio, as pessoas já se movimentam em seus carros e bicicletas. Mais um dia demos sentido a vida! Fui em uma reunião coletiva onde falamos de saúde mental e física, trocamos uma ideia, falamos de anatomia de um jeito descomplicado.
Depois da reunião fui até uma cafeteria conhecida da cidade, lá umas meninas me pararam perguntaram onde eu encontrei a blusa da Kahlo, eu disse que não foi na cidade, e sim em um site virtual, lá tem de tudo. Detalhe, elas também gostaram do meu estilo que eu uso lenço sobre os ombros, uma marca minha em todo outono e primavera. Tomei um capuccino de avelã e pão de queijo, sai andando com o capuccino na mão, é torturante. Depois eu fui até a defensoria tirar algumas dúvidas. Cheguei a conclusão de como é perfeito ser livre e independente.
Comprei os meus remédios pra esquizofrenia, depressão e bipolaridade. Devo ter controle e ficar sozinha com meus pensamentos. É estranho que eu precise de algumas cápsulas para me sentir melhor e poder exercer as menores tarefas.
Já tentei parar a medicação por duas vezes e foram os momentos mais desconfortáveis que eu já tive.
Sobre descansos? Lazer? Que nada, eu estava envolvida em um trabalho escrevendo. Já conclui 36.2k desde quinta-feira. Ainda escrevi para um jornal, não estou tendo força para compor o blog, mas vou dar conta (assim que possível).
Também tentei olhar um filme, que estou picotando desda semana passada, é incrível que toda vez que sento para assistir eu durmo. Filmes tem me causado sono, é triste.
Devido meu excesso de peso, minha psiquiatra mudou minha medicação mês passado, eu já perdi longos 16kg, não quero atrapalhar o meu peso, então hoje eu começo um novo tratamento com Lamotrigina. Esses dias sem medicamento, me deixaram compulsiva e muito ativa. Espero dar uma acalmada. A cada tentativa por uma vida estável, eu penso nos efeitos colaterais que vem acompanhado. Oh, céus, por conta disso eu já perdi até os cabelos. Mas estou preparada.
A vida nos submete, não adianta!
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euphoricaa · 1 year
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acho que sempre vou ter uma esperança em nós
por mesmo que ainda tenha 1% de isso existir
eu acho que o fato de você sempre "voltar" me deixa um pouco confusa
por que você sabe que você foi e sempre será a pessoa que mais amei na vida
a pessoa que realmente mostrei eu de verdade
sem bloqueios e sem máscara
a pessoa que me viu vulnerável de todas as formas
eu nunca mais consegui fazer isso sabia?
de mostrar eu 100%
porque sempre fico com medo de as pessoas se assustarem comigo
eu acho que nem precisa também
por que eu já fiz isso com você
eu já vivi um amor intenso e que conhecia tudo de mim
não preciso repetir isso novamente
eu acho que isso que faz o nosso amor único
por que a gente sempre sempre vai se encontrar em uma e na outra
eu queria muito que isso tivesse realmente sido pra valer
você não tem idéia de como queria
e eu sempre lutei por isso
implorei, chorei e falei o que fosse possível pra ver se você percebesse
mas nunca percebeu
e eu desisti de tentar
desisti do seu amor
por que eu não ia ficar pra sempre esperando algo, que eu sei que você nunca ia me dar
foi exaustivo
e dói
por que você sempre foi minha paz
ouvir sua voz sempre me acalmou e me trazia felicidade
seu abraço sempre foi meu descanso
seu sorriso sempre foi a minha coisa favorita no mundo
e como dói
saber que só foi àquilo que vivemos desse amor
é triste né?
muito
por que eu queria mais
queria viver e queria você do meu lado
explorando o mundo
construindo as coisas
como sempre conversamos
toda vez que acontece algo na minha vida
eu fico imaginando se você fizesse parte
eu me odeio por isso
por que você nunca quis fazer parte
até quis por um tempo
você sempre tentou isso de todas as maneiras com outras pessoas
por que comigo não fazia mais sentido
e isso foi uma das maneiras que me fez aceitar
de não te ter mais na minha vida
de você sempre querer ir
e nunca querer ficar
por que eu estou chorando por alguém que fez suas escolhas também?
eu pensei assim e fui deixando você ir
e finalmente eu consegui
hoje estou muito melhor em relação a você
eu sei que o que tiver de acontecer, vai
eu não preciso chorar e implorar
se você quiser me amar
você vai
se quiser me odiar
você vai
então eu não tenho domínio em nada
são suas decisões
e eu as aceito
só não posso mais esperar por você
e nem pelo seu amor
por mais que tudo indique ao contrário
eu vou sempre está aqui
pensando em uma menina alta com um gato preto
e o que podíamos ter cido
e você vai está aí tentando viver algo parecido
espero que o dia que você perceba
não seja tarde demais
por que por enquanto
meu coração está livre e curado
mas não sei do futuro
você sempre vai ser o meu amor
minha deusa celestial kkkkk
seja feliz e conquiste o mundo
sem mim... infelizmente
e eu vou está de cá, tentando fazer o mesmo.
as vezes escrevo sobre você pra ficar melhor e a ansiedade bateu hoje e cá estou eu
um beijo e um abraço
adeus.
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