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#enxergar com os óculos
lidia-vasconcelos · 7 months
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De um jeito ou de outro, a gente sempre enxerga...
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interlagosgrl · 3 months
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escreve algo com o agustin pardella plsss!!! c uma brasileira q ele acabou de conhecer de férias no brasil, na praia..
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— aviso: álcool, maconha (viciado em pente viciado em maconha), oral!male, penetração vaginal, sexo desprotegido, linguagem imprópria. (+18)
— word count: 2,9k.
— nota: além da pessoa anônima que deu essa ideia INCRÍVEL, dedico este à @imninahchan!! que vivan los hombres. (p.s: a mulher (eu) disparou em seu período fértil e não consegue PARAR de escrever). aproveitem do sofrimento alheio.
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o gostinho amargo do chá mate que você tinha acabado de comprar de um ambulante dançava na sua boca. talvez fosse pelo fato do calor escaldante queimar sua cabeça e o líquido geladinho te dar um refresco para o dia quente. ou talvez era porque aquele era seu segundo beck e você já estava tão passada que sentia at�� os dedos formigarem.
aquela praia era a sua praia favorita. distante, quietinha. somente algumas famílias, casais e corredores passavam por ali. você conseguia ouvir o barulho do mar sem nenhuma caixinha de som tocando pagode ou um funk proibidão estragar sua onda. você nadava tranquila, sem medo das suas coisas serem roubadas. você conseguia ler todos os livros que tinha vontade durante uma tarde inteira. e o melhor, podia fumar quantos beck quisesse sem que ninguém sentisse o cheiro e viesse pedir (ou te xingasse por estar fumando em um ambiente público).
seus amigos sempre vinham com você. era sempre a mesma onda, fumar e ficarem deitados jogando conversa fora. vez ou outra ir no mar, jogar uma altinha, beber cerveja até o corpo se tornar uma pedra pesada que não se movia da areia. sempre apenas curtindo o barulho da natureza. totalmente ripongas, como sua irmã costumava a dizer.
seus olhos estavam fechados curtindo os raios quentes de sol quando você ouviu aquela voz pela primeira vez. um português arranhado com muito sotaque espanhol e algumas palavras que se perdiam na tradução. seus olhos se abriram e você retirou os óculos de sol para enxergar melhor. a maconha lerda tinha te derrubado em segundos e seus sentidos estavam todos embaralhados.
junto dos seus amigos que tinham acabado de sair do mar, vinha um homem repleto de tatuagens e um cabelo cheios de cachinhos. conversava animado como se conhecesse vocês há muito tempo. mas, ninguém o conhecia. "achamos um gringo no mar e chamamos ele pra fumar um com a gente." seu amigo explicou para o restante da turma, que concordou indiferente. era sempre muito comum que alguém puxasse um desconhecido para rodinha quando se tratava de maconha.
"qual o seu nome?" você perguntou, oferecendo o beck que estava na sua boca. ele se sentou do seu lado antes de aceitar, as mãos geladas de água do mar causando um choquezinho ao tocarem as suas.
"Agustín." ele sorriu. você se apresentou e ele começou a explicar como tinha vindo para o Brasil. era argentino, completamente maluco, viajante solo. e bolava um beck como ninguém.
tomou do seu mate, justificando que aquilo não chegava nem perto de tomar um verdadeiro mate argentino na cuia. ensinou os seus amigos soprarem a fumaça pelo nariz. explicou cada tatuagem que tinha e fez você explicar as suas também. tinha sido difícil explicar o porquê de você ter o zeca urubu (e quem era o zeca urubu) tatuado na canela, mas ele tinha adorado.
"o mate pode ser melhor na Argentina, mas a cerveja é melhor no Brasil." você disse um pouquinho implicante, servindo o copo dele pela sexta vez.
"as mulheres também, mami." ele brindou, bebendo tudo de uma vez enquanto os olhos esverdeados não se desgrudavam dos seus.
quando o sol se pôs, você já estava tão atraída pelo argentino que não pôde evitar de convidá-lo para seguir você e sua turma até um bar para comerem alguma coisa. ele concordou e vocês andaram pelo calçadão um do lado do outro, discutindo coisas banais como seus livros favoritos, filmes e cantores. era impressionante o quanto ele era vivido. e o quanto era gostoso. o sorrisinho travesso e infantil fazia você querer beijá-lo cada vez mais.
ao pararem em um bar, você jurou apresentá-lo à melhor combinação gastronômica de toda a vida: pastel de camarão e caipirinha de limão. Agustín se apaixonou pela cachaça no primeiro gole. e depois disso a noite tinha voado. vocês tinham dançado pagode abraçadinhos, jogado sinuca juntos contra os seus amigos e quando vocês se encontraram no saguãozinho que levava até os banheiros, ele a puxou pelo braço carinhosamente.
"você vai me dar um besito antes da noite terminar, não é?" ele pediu. os olhos brilhavam enquanto ele te olhava e você não seria louca de negar um pedido como aquele. seus lábios encontraram os dele antes que você formulasse uma frase para respondê-lo.
uma das mãos de Agustín parou na sua cintura, acariciando a pele desnuda por causa do biquíni. a outra permaneceu bem baixa nas suas costas, a puxando para mais perto, se certificando de que não existisse espaço entre vocês. a língua quentinha deslizava pela sua com tanta maestria que você se perguntava como seria em outras partes do seu corpo.
eram três e meia da manhã quando o bar anunciou que ia fechar e os seus amigos deram a noite por encerrada. você decidiu dividir um táxi com Agustín, que também iria para zona sul. depois que seus amigos fizeram você compartilhar a sua localização em tempo real e prometer que daria notícias à cada cinco minutos, você deixou o bar em um carro amarelinho.
"o Rio é muito melhor do que eu pensava." ele disse, escorando a cabeça no encosto do assento, te olhando como um homem apaixonado. os dedos dele procuraram pelo seu, se entrelaçando de um jeitinho gostoso que a fazia flutuar.
"a primeira vez é sempre inesquecível, não é?" você brincou, apoiando seu queixo no ombro dele. alguns beijinhos foram trocados enquanto o motorista escutava menina veneno na rádio local. a mão livre de Pardella sempre segurava a sua nuca com necessidade e delicadeza, como se te beijar fosse levá-lo à loucura.
quando o carro popular estacionou na frente do hotel de Agustín, você sentiu uma pontada de tristeza. durante toda a noite vocês não se lembraram de trocar seus números de telefone ou alguma rede social. você reunia a coragem para perguntar se vocês iriam se ver novamente quando ele respondeu seus pensamentos.
"não quer subir um pouquinho?" ele perguntou, o sotaque se embolando ao tentar pronunciar a palavra no diminutivo. você não conteve o sorriso bêbado de desejo. "te prometo que o café da manhã daqui é incrível."
você olhou para os dedos dele entrelaçados aos seus, os cachinhos embolados e os braços tatuados. se dissesse que não gostaria de subir, estaria mentindo. mas, aquele medo de Agustín ser um maníaco também gritava no fundo da sua cabeça. antes, você criticava qualquer pessoa que conhecesse pessoas em aplicativos de namoro e iam se encontrar com elas sem mesmo conhecê-las. e agora você entendia bem como era louca a vontade de cometer uma loucura.
"a gente vai ficar por aqui mesmo, senhor." você anunciou para o taxista. Agustín abriu um sorriso tão grande que você sentiu que havia feito a escolha certa. entregou uma nota de cem para o motorista, não se preocupando em receber o troco antes de te puxar rapidamente para o saguão do hotel. ele parou somente para pegar a chave, te puxando para o elevador.
no pequeno cômodo, ele beijava o seu pescoço e sentia o cheirinho do seu corpo de pós sol. os braços fortes prendiam o seu corpo num abraço apertado. a pele quentinha fazia você suspirar. o rosto dele estava avermelhado e você achou aquilo adorável. era mágico como vocês tinham se dado tão bem em pouco tempo. sua mente débil se perguntou se era possível que almas gêmeas fossem de países diferentes.
"o que você acha da gente fumar um?" ele sussurrou no seu ouvido, fazendo seu corpo se arrepiar. se ele planejava te deixar lerda de maconha e te comer pelo resto da noite, ele estava completamente certo. com certeza você desejava aquilo mais do que nunca. "enquanto eu te faço uma massagem."
"massagem?" você abriu um sorriso, sonhando para que aquilo envolvesse Agustín tirando a sua roupa. só de imaginar as mãos hábeis correndo pelo seu corpo já fazia o seu biquíni umedecer. "em quais partes do corpo?"
ele riu baixinho, mordendo o lóbulo da sua orelha com delicadeza e prensando o seu corpo ao dele. "em todas." ele murmurou, puxando o seu cabelo para trás para que pudesse dar um beijinho nos seus lábios.
a porta finalmente se abriu e o argentino te guiou pelo corredor até o quarto dele. Agustín pediu que você ficasse à vontade e você não hesitou antes de se deitar na cama. ele colocou uma música baixinha para tocar na televisão e arrancou uma bolsinha da mochila. ele espalhou tudo pela cama e você viu a florzinha de maconha num ziplock.
"vai usar um óleo pra me massagear?" você perguntou, abraçando as suas pernas enquanto o admirava dichavar e jogar todo o conteúdo em uma blunt. você tinha ficado excitada somente ao vê-lo enrolar o cigarro com tanta facilidade e lamber a seda para fechá-lo.
"só se você merecer." ele deu de ombros, acendendo o cigarro e dando alguns tragos antes de passá-lo para você. você estreitou o olhar, tragando profundamente enquanto encarava fixamente as íris esverdeadas.
"eu não estou merecendo?" Agustín fez que não com a cabeça, muito sério. você apoiou os seus joelhos na cama, ficando de quatro. você engatinhou devagarzinho, colocando as mãos nas coxas fartas dele. "então, tenho que fazer por merecer."
Pardella roubou o cigarro dos seus lábios assim que você desceu do colchão. quando você o puxou para a beirada da cama, os olhos dele entregavam que ele sabia muito bem o que você iria fazer. a camiseta que ele usava foi retirada do seu torso em segundos, fazendo você gargalhar. seus dedos foram até a barra da bermuda soltinha de praia que ele usava, a puxando lentamente para baixo. ele ergueu o quadril para facilitar o seu movimento e seus olhos foram agraciados com o membro rijo de Agustín.
você se ajoelhou no chão fofinho do quarto do hotel, os olhos ainda fixos no do argentino a medida que você se colocava naquela posição de submissão. cada vez que ele tragava o cigarro você tremia um pouquinho. seus olhos, então, se ajustaram à visão do pau enrijecido, deixando um pouquinho do pré-gozo escapar da cabecinha saliente.
você segurou as coxas novamente, as tatuagens ali fazendo a sua buceta contrair. tinha como aquele homem ser mais gostoso? porra. sua atenção estava direcionada à dar o máximo de prazer para aquele gringo filho da puta, jurando que ele jamais esqueceria do chá de buceta do Brasil.
suas unhas resvalaram pela derme quentinha, arrancando um suspiro longo do argentino. a mão achou o seu caminho para a base do pau dele, segurando-o com firmeza antes da sua boca se aproximar da ponta, deixando um beijinho ali antes da língua deslizar pela fenda e descer para o freio, demorando-se muito mais tempo ali já que era uma área sensível que arrancava gemidos e suspiros do homem.
quando você finalmente se bastou de torturá-lo, deixou que a sua boca abrigasse toda a extensão de Agustín. ele segurou os cabelos da sua nuca com força, a empurrando mais, mesmo que tudo já estivesse dentro da sua boca. a sensação da cabeça do pau dele batendo contra a sua garganta a fazia respirar profundamente, tentando não se engasgar. toda a reação necessitada e sôfrega do argentino fazia com que todo o seu esforço fosse recompensado.
"la madre que te parió..." o clamor urgente saiu da garganta de Agustín em um tom roufenho, te fazendo gemer baixinho só de ouvi-lo indo à loucura. "você mama como uma putinha."
seus movimentos de vaivém ganharam ajuda da sua mão destra, punhetando o membro lentamente na base. os efeitos do cigarro começavam a atingi-la, sua boca se tornando deliciosamente dormente enquanto você o chupava com tanto afinco.
a mão presa no seu cabelo te manteve quietinha quando ele decidiu que foderia a sua boca autonomamente. o quadril dele se movimentava rapidamente, saindo e voltando de dentro da sua boca com agilidade, fazendo com que barulhos lascivos tomassem conta do quarto, sobressaindo a música calma que vinha dos alto-falantes. seus olhos estavam fixos aos dele, aproveitando da feição de desespero prazeroso e da coloração avermelhada do rosto do argentino.
quando você menos esperava, ele saiu de dentro de você. a expressão revelava que ele precisava demais. você sabia que era um efeito colateral de estar fumando e bebendo o dia inteiro: ele precisaria de muito estímulo para gozar. o que te dava total licença poética para ser o mais cadela possível.
"deita na cama, gostosa." ele te deu a mão para que você voltasse a se deitar, dessa vez de bruços. "você fez por merecer a sua massagem." deixando um tapa forte na sua bunda, Agustín se perdeu no banheiro do quarto por alguns segundos antes de voltar com um recipiente na mão. era um óleo com fragrância de uva que acertou os seus sentidos inebriados como uma onda muito gostosa.
Agustín colocou o beck na sua boca e o acendeu novamente antes de despejar o óleo pelo seu corpo. você tragou enquanto as mãos fortes começaram a massagear os seus ombros, descendo por suas costas e se demorando um pouco mais na sua lombar. parecia que você estava derretendo e as pontas do dedo dele eram uma extensão sua. você já estava num alto grau de desconexão do mundo real.
"você é a mulher mais gostosa que eu já vi." ele murmurou, beijando a tatuagem de onça nas suas costas antes das mãos começarem à massagear a sua bunda, apertando a carne com força, fazendo você gemer. "eu preciso te foder até você pedir pra eu parar."
"pedir pra parar?" você riu, o olhando por cima do ombro. ele estava investido em massagear as suas coxas, subindo e descendo antes de dobrar seus joelhos e massagear os seus pés. "eu não vou pedir pra parar."
"não? vai aguentar tudo?" ele deixou um beijinho nos seus pés antes de virar de frente. Agustín se encaixou no meio das suas coxas, ajoelhando-se. as mãos agora massageavam a sua cintura, subindo aos poucos até os seus seios. ele segurou tudo entre os seus dedos antes de se inclinar e beijar o vão entre eles, dando uma atenção especial para cada mamilo em seguida.
"tudo." você confirmou um pouco bobinha, sorrindo enquanto ele a enchia de beijos e carícias. quando ele se afastou da sua pele em chamas foi para que posicionasse o pau dele na sua buceta, deslizando a cabecinha de um lado para o outro antes de meter bem devagar em você.
ele elevou suas pernas até que o seu calcanhar estivesse apoiado nos ombros dele. e a partir daquele movimento você viu estrelas cada vez que ele investia o quadril contra você. você não sentia nada além da sensação gostosa de estar sendo fodida muito bem. a dor tinha sido completamente apagada do seu espectro de sensações. aquela plantinha tinha deixado seu corpo dormente e sua mente enevoada, fazendo com que todo o seu foco fosse somente na relação carnal.
então, não era surpresa que os gemidos saíam mais altos e frequentes do que o normal. Agustín abraçou suas coxas para ganhar um pouco mais de força nos movimentos, te fodendo num ritmo gostoso que fazia suas pernas estremecerem, mesmo quando estavam erguidas. seu coração batia forte enquanto o seu canal era preenchido por uma quantidade obscena de diâmetro.
"vai me fazer gozar assim, boludo." você gemeu. Agustín pegou a pontinha do beck que restava nas suas mãos e deu mais alguns tragos enquanto metia firme e fundo em você. sua mente explodiu em desejo vendo aquela cena. seus gemidos não foram mais os mesmos depois daquilo. eram mais arrastados, manhosos e o nome dele saía da sua boca como se fosse pornográfico.
"se continuar apertando a sua bucetinha desse jeito, também vai me fazer gozar, linda." ele mordeu a carne da sua panturrilha, arrancando um suspiro seu.
era verdade que por ele ter tanta profundidade naquela posição, seu canal apertava à cada investida profunda. aquilo causava uma sensação gostosa, aumentava o tesão que se embolava no âmago do estômago com a vontade de gozar. era como se algo no centro do seu útero a puxasse, querendo explodir. estava sempre tão perto e ao mesmo tão longe... a mudança de ritmo, a força errada e tudo poderia ser estragado. mas Agustín era tão habilidoso que os seus movimentos eram sempre muito bem executados. ele não poderia estragar o seu orgasmo nem que quisesse.
suas mãos agarravam o travesseiro como forma de escape daquela dor prazerosa de ansiar pelo seu orgasmo. os gemidos dele estavam mais frequentes e a respiração estava pesada. ele sabia que estava durando mais por todo o álcool e pela maconha, porque o jeito que o pau dele era apertado por sua intimidade fazia um arrepio cruzar as costas dele à cada segundo.
ele te fodeu por incansáveis minutos. quando você se deu por si, uma luzinha dourada iluminou o rosto de Agustín, fazendo seus cachinhos brilharem. eram os primeiros raios de luz da manhã. aquela epifania fez você atingir o tão desejado orgasmo, fechando os olhos enquanto aquela onda de prazer tomava todo o seu corpo e a fazia tremer em espasmos descontrolados.
você abriu o olho para testemunhar que você não havia terminado sozinha: Agustín tinha atingido o seu ápice e se derramava na pele bronzeada da sua barriga. os jatos quentinhos do fluído alheio a fizeram se sentir recompensada. era muito bom saber que você tinha feito um argentino gemer seu nome como um pobre coitado. a reparação histórica era real.
"é agora que a gente toma o café da manhã?" você deixou um beijinho nos lábios alheios quando ele escorou a testa dele na sua. "porque eu 'tô numa larica da porra."
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presente pra quem leu tudo <3
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dejuncullen · 2 months
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Just Best Friends - Jaehyun (Nct)
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Notas: Essa fic estava guardada no meu rascunho e tinha esquecido de postar.
"Somos apenas grandes amigos"
Ele sempre fazia questão de enfatizar isso para todos que, em algum momento, questionavam se vocês dois estavam em um relacionamento. Embora soubesse que realmente eram apenas amigos, ainda assim sentia o ego ser maltratado ao ser colocada nessa posição.
Era tão feia ou chata ao ponto de não ser cogitada para pelo menos uma ficada?
Não, não mesmo.
Mas a questão é que Jaehyun era o tipo de amigo bobo que quando simplesmente cria uma certa intimidade, enterra por completo qualquer possibilidade de um dia cogitar gostar daquela pessoa. Para ele era mais importante te mostrar a coleção de vinis, ou as araras repletas de Prada, ou quem sabe até te contar a piada mais sem graça que ele bolou na própria mente em menos de quinze minutos enquanto conversavam.
Jaehyun era bonito, de fato uma obra prima ambulante, porém, algo nele a fazia rir e isso era a forma em que o homem simplesmente desligava do mundo real e ia direto para o seu próprio mundinho.
Perdera as contas de quantas vezes conversava com ele sobre assuntos sérios e quando decidia focar no homem, lá estava ele rindo abobado para a parede e pensando em algo muito longe daquela conversa que estavam tendo.
Tentara de todas as formas fazer com que ele notasse as suas intenções (nada castas), mas não adiantou. Saltos, roupas curtas ou com fendas, perfumes, voz delicada e manhosa, nem mesmo quando apareceu na frente dele vestindo apenas uma camisa branca e sem nada por baixo, ele somente riu, bagunçou o seu cabelo e seguiu para qualquer cômodo da casa, perguntando se estava com fome pois ele iria preparar algo.
Nada adiantava, o amigo apenas lhe vía como uma irmã e nada mais que isso. Havia entendido por fim que não fazia o tipo dele e isso a deixava completamente no fundo do poço.
Entretanto, nunca fora uma pessoa que desiste fácil, sendo assim decidiu usar sua última cartada em um "Netflix and Chill".
Qual é?! Quem nunca caiu numa dessas? Obviamente que o rapaz também cairia, ele sempre caia nas suas brincadeiras e agora não seria diferente.
E embora estivesse ansiosa com tudo, não podia deixar isso tão óbvio. Precisaria manter a naturalidade no ambiente, seria só mais uma noite entre amigos, um cineminha básico de sempre.
Você terminou de acender o incenso de rosas, ajustou pela décima vez o edredom e checou se o quarto estava devidamente arrumado. Ouviu o barulho da fechadura ao longe e percebeu que ele havia finalmente chegado, correu então para a ponta da cama, alcançou o celular e fingiu olhar qualquer notificação no Instagram.
— Cheguei, babe — as covinhas saltaram das bochechas em entusiasmo e ele lambeu os lábios antes de prosseguir — trouxe sorvete, chocolate, salgadinhos e... — semicerrou os olhos na intenção de enxergar o último item já que estava sem os óculos de grau — ... chantilly também. Estava na promoção e decidi trazer para complementar.
Por mais que estivesse louca para pular no pescoço dele e roubar um beijo, precisou respirar fundo e fingir que estava tranquila. Os olhos desviaram do celular lentamente, olhou para ele como quem está entediada e balançou a cabeça com um meio sorriso. Jaehyun não entendeu muito bem o silêncio, mas mal sabia ele que se você ousasse falar algo agora acabaria miando ao vê-lo tão atraente naqueles trapos que ele vestia.
— Gostei da camisa — "preferia sem", quis falar, mas tapou a boca assim que percebeu a asneira — É nova? — perguntou já sabendo a resposta. Obviamente que não, era visível os buracos próximos da gola, sem contar as manchas de alvejante por todo o tecido. O que era aquilo? Ele tinha acabado de voltar da guerra?
— Não. Peguei a primeira que vi e coloquei, aliás não preciso me arrumar para assistir Netflix — deu de ombros e repousou a sacola com compras na poltrona mais próxima.
— Mas poderia ter se arrumado para mim.
— Hm?! — ele se virou e a olhou confuso. Você sentiu o rosto queimar em vergonha e evitou a troca de olhares. Notando isso, ele riu baixinho e as pontas das orelhas tornaram-se rubras tal qual o seu rosto — Está bem. Na próxima eu prometo que me visto melhor, ok? — você concordou em silêncio e bateu duas vezes no colchão para que ele se sentasse ali também.
Jaehyun caminhou devagar até onde fora chamado, no meio do caminho aproveitou também para pegar o controle e pulou na cama assim que estava próximo o suficiente. O perfume masculino impregnou o seu quarto ao ponto de praticamente te deixar a beira de um colapso. Ele estava tão cheiroso e bonito para um caralho que não existia mais pensamentos em sua cabecinha, existia somente o rosto dele estampado, ao vivo e em cores.
— Vamos assistir o quê? Que tal terminar Cuphead, hm? — ergueu uma sobrancelha e você precisou ser rápida na escolha, queria algo que apimentasse o clima.
— Não, não. Hoje eu quero assistir Bridgerton.
— Ué?! Mas você não já terminou essa série? Lembro que estava super ansiosa, já que são os seus livros favoritos e...
— EU QUERO ASSISTIR NOVAMENTE — o atropelou e ele somente concordou, caçando o título no catálogo — Está bem... É a temporada da... Day... Deph...
— O da Daphne — sorriu minimamente e ele a acompanhou. Pobrezinho, estava caindo tão bem na sua teia — Você vai gostar, prometo.
— Contanto que não seja uma overdose açucarada, eu acho que gostarei, sim.
Decidiram então iniciar a série e ficaram calados, vez ou outra pediam um ao outro para pegar as guloseimas ou simplesmente se questionavam com as atitudes dos personagens, mas nada fora dessa linha.
Ao passo em que o casal principal se tornava mais próximo, você sentia o seu íntimo esquentar com a possibilidade de que ele poderia finalmente entender a natureza daquele convite. Diferente de você, o homem agora estava fascinado com tudo o que vía. Olhos grudados na tela, sorriso de canto enquanto mordiscava um pedaço de chocolate preso aos dedos.
É. Ele não te daria atenção, mais uma vez.
Ou daria. Talvez esse plano dê certo.
Como quem não quer nada, fingiu pegar algo na sacola de doces ao lado dele. Apoiada em uma só mão e com metade do corpo atravessando as pernas dele, decidiu usar das suas artimanhas para que ele finalmente a notasse.
Pegou o chantilly e com nenhum cuidado retornou para o lugar anterior, mas antes fingiu desequilíbrio e caiu por cima dele, com o rosto entre o pescoço e ombros forte.
— Desculpa, desculpa! — uma falsa preocupação e ele simplesmente a ignorou, voltando a dar atenção a TV.
Retirou a tampa e direcionou até os lábios, dando algumas voltas até que o chantilly estivesse escapando da boca, quase te sufocando.
— Cadê os modos, mocinha? Deixe um pouco para mim também — finalmente ele lhe deu atenção e riu baixinho notando o qual sujo seu rosto estava — Vem cá, deixa eu limpar.
Conhecendo o amigo, ela simplesmente curvou a coluna para frente e esperou que ele retirasse os resquícios com a própria mão. Entretanto, não foi o que aconteceu.
Sentiu o músculo molhado passear desde o queixo até os seu lábios, capturando qualquer chantilly que estivesse pelo caminho. Ele se afastou somente para engolir a primeira parte, lambendo os próprios lábios e revelando mais uma vez as covinhas. Você permaneceu estática, com os olhos arregalados e o coração acelerado e isso não passou batido para ele.
A mão grande fez questão de puxar seu quadril de encontro ao dele, fazendo-a sentar em seu colo para que pudesse continuar lambendo a sua boca. E assim você fez, obedecendo-o, sentou-se com cuidado e deixou que ele terminasse o trabalho.
— Está uma delícia — a voz grave a fez saltar nas coxas do homem e ele riu enquanto segurava as suas carnes para mantê-la no lugar que ele queria — Mas... — Jaehyun buscou o chantilly mais uma vez e espirrou pela pele do seu pescoço, criando um rastro branco e espumante — eu acho que ainda não senti o gosto direito, preciso provar mais — sem demora, lambeu da clavícula até próximo a orelha, o que ocasionou o mini espasmo em seu corpo.
— J-Jae...
— Hm?! — elevou o olhar de encontro ao seu — Não era isso que você queria? — voltou a lamber e desferiu uma mordida leve na parte mais macia que encontrou do seu pescoço, baforando um pouco de ar quente assim que se afastou minimamente para sussurrar — Eu só sou disperso quando quero, gracinha. Mas agora — beijou o canto da sua boca e sorriu — eu estou com muita, mas muita vontade de prestar atenção em você.
Dito isso, seu corpo fora jogado sem muito cuidado de encontro ao colchão. Ele não demorou a retirar sua roupa e você simplesmente permanecia sem reação, estava feliz o suficiente para processar o que realmente estava acontecendo.
Mais alguns rastros de chantilly foram criados, na barriga, seios, braços... E em todos eles Jaehyun fez questão de limpar com a própria língua, arrepiando-a o máximo que podia.
Sua respiração estava descompassada, era inevitável não gemer todas as vezes que ele a atiçava, quando mordia sua pele, ou quando deixava chupões em suas coxas. E quando ela finalmente pensou que ele iria levar aquilo mais adiante, o viu sorrir de canto, dar os últimos selares em sua barriga, levantar da cama, colocar a bolsa de volta nos ombros e caminhar até a porta.
— Esqueci que tenho um trabalho da faculdade para terminar — usou da desculpa mais esfarrapada que tinha, e você o olhou incrédula — Mas não se preocupe, eu volto assim que terminar.
— Sério que você vai me deixar aqui assim? — sua voz ainda continha um ar de raiva e ele se esforçou para não rir do seu desespero.
— Eu prometo que volto. Me espere ai mesmo, só vou terminar minhas pendências e retorno.
— Você é um filho da puta, sabia?
— Um filho da puta que você gosta — revirou os olhos em meio a verdade e o viu soltar um beijo no ar antes de fechar a porta.
Ficou deitada ali como ordenado, ansiando que o amigo retornasse o mais rápido possível para que pudesse terminar tudo aquilo.
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pumafiredraw · 4 months
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só queria deixar uma coisa aqui eu não sou lá muito acostumada em desenhar pessoa plus size essa é primeira vez que tô trabalhando com esse tipo de corpo então por favor tenham piedade de mim tá? E me digam se ficou bom e possíveis dicas para melhorar
Um pouco sobre a personagem
Anemóni filha da bruxa do mar, cujo foi retirada de seu tempo original e mandada para NRC mais ela não está sozinha ela foi traga a esse tempo junto as suas amigas também filhas de vilões tendo ela 17 anos
Uma figura doce e amável que sempre parece sorrindo e feliz,mais por trás de sua rosto fofinho se esconde uma mente brilhante e maligna capaz de criar qual quer tipo de planos para poder te ferrar,além de possuir um grande charme que pode encantar as almas dos infelizes e fazer eles a seguirem ou acreditarem em tudo o que ela diz
Quando chegou em Octavinelle tudo correu muito bem menos quando Azul acabou por perceber seus olhos vendo que ela era uma octo-mer como ele,e sendo da forma que ela é ele decidiu tentar fazer um acordo com ela,achando que ela possuía algum tipo de problema em relação ao seu corpo,ele realmente não tinha intenções ruins mais a forma com que ele decidiu agir foi a pior possível, pois Anemóni se sentiu extremamente ofendida com essa conversa pois não possui problema algum com relação ao seu corpo,ent isso já foi o bastante para ela e azul começarem com uma péssima relação
E Anemóni mantém seus olhos iguais de como são em sua forma verdadeira pois ela quer preservar sua visão e não ter que ser obrigada a usar óculos
Quando criança Anemóni salvou dois golfinhos gêmeos filhotes,que aviam fugido de seu rebanho que estavam sendo atacados por um tubarão,e Anemóni utilizou de sua magia única para salvar eles,e desde então eles permanecem ao seu lado sendo nomeado de Spathi e Stilé
Habilidades
Sua magia única se chama: Flor do meu jardim
Frase completa de seu feitiço: Pobre alma infeliz você perdeu agora seja uma flor no meu jardim
Sua magia única é capaz de transforma suas vítimas em anêmonas, mas a coisa mais perturbadora de sua magia é que suas vítimas continuam conscientes mesmo na forma de anêmona são capazes de pensar e até de enxergar perfeitamente,mais não podem falar nada e apenas ficam lá naquela tortura psicológica, ainda bem que Anemóni evita usar sua magia única, ela só usa se for mesmo necessário ou se vc a irritar de verdade
E claro sendo filha da bruxa do mar Anemóni possui um gigantesco conhecimento de poções e feitiços sendo uma das mais habilidosas na aula de poções se não a melhor aluna
E também como presente de sua mãe ela colocou um feitiço sobre os gêmeos, que fez eles ficarem com um olho quase todo amarelo,e com isso Anemóni pode criar uma bolha e com ela pode ver através do olho deles, além de com essa bolha ela poderia se comunicar telepaticamente com eles,não importa o quão distante eles estejam
Relacionamentos
Iracebeth- sua melhor amiga vive grudada nela conversam pra caramba, e vivem fazendo festas do chá particulares entres elas e Almas,sendo um grande apresso por essa amizades e até mesmo já chegou a sentir algo a mais por Iracebeth mais acabou nunca indo pra frente
Vitani-nao conversam tanto mais Anemóni adora sua força, principalmente quando ela a pega no colo e levanta tão alto sem esforço
Almas- também melhor amiga adora ela completamente,e sempre se preocupa muito com sua inocência sempre pronta pra proteger ela do que for preciso
Hexe- vê ela como uma das mães do grupo,adora seu jeito calmo e cuidadoso, principalmente quando ela ressalta para ela o quanto ela é linda do jeitinho que ela é
Evângela- outra mãe extremamente amorosa e a ama muito sempre consegue fazer Anemóni abrir um grande sorriso no rosto
Maligne- mais uma mãe adoro ver seus pequenos gestos de afeto e sua maneira calma de falar, principalmente gosta de a ouvir contar suas belas histórias
Spathi e Stilé- seus capangas/filhos problemáticos,os ama incondicionalmente tal qual uma mãe, mais eles sempre a causam dor de cabeça por serem um tanto doidos e caóticos mais ambos a respeitam profundamente assim como a amam muito e ela também os ama e se algum dia alguém ousasse os machucar enfrentaria o piro castigo de sua vida
Flotsam e Jetsam- seus irmãos mais velhos insuportáveis no fundo Anemóni os ama por serem família, mais também os odeia muita pq vivem a perturbando o tempo ent sempre que se vêem acabam brincando de luta mas as vezes as coisas podem ficar meio.....violentas ainda bem que tem a mãe pra separar
Bruxa do mar- extremamente boa a relação delas possui 0 defeitos,nunca tiveram nenhum briga ou desentendimento,ela até mesmo apoiou sua filha quando ela decidiu acolher aqueles golfinhos perdidos,e hoje ela até os trata como se fossem seus netos
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butvega · 10 months
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♡ spidermark x you.
notas. mais uma rapidinha em comemoração ao aniversário do nosso cantor, dançarino, apresentador, ator, compositor, produtor, musiscista, e herói. te amo, markinhos aranha 💓 ah! aqui jaz best friends to lovers fofo e ingênuo com um miranha.
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Ele novamente pula em sua janela, a respiração, contudo, parece estranha. Aí você tem a certeza de que ele está machucado. Corre para seu alcance, o enlaça em um abraço carinhoso. Ser a melhor amiga de um super herói era a tarefa mais difícil que você exercia.
Seus olhos chegam a encher d'água uma vez que ele retira a máscara, e o rosto jovial aparece com cortes e sangue.
"Não, não, não, Markie!" — você murmura, quase irritada, passando os dedos gordinhos pelo rosto dele, que amolece em um sorriso.
"Eu tô bem, só foram alguns cortes... Se você tiver algum esparadrapo, sei lá." — ele dá de ombros. Soa tranquilo, mas está melindrado; todas as noites corre para o seu quarto, sorrateiro, para que enfim consiga algum carinho seu, nem que seja como amiga.
"Tenho, claro. Senta aí na cama, eu vou buscar." — volta você, de dentro só banheiro, com uma caixinha de primeiros socorros nas mãos. Se senta ao lado do amigo, e começa a passar um algodão com soro nos machucados, afim de limpar.
Mark a repara com os olhinhos brilhantes. Seus olhos, a ruguinha que permanece entre suas sobrancelhas, enquanto força a vista para enxergar os machucados, já que está sem óculos. Desce para as bochechas ruborizadas, as sardas que nelas habitam, e a boca carnudinha em formato de coração, que ele almeja tanto beijar.
Chega a salivar. Imagina o quão bom seria poder tocar seus lábios, andar de mãos dadas com você pela escola, postar fotos contigo. Eram desejos bobos, mas desejos genuínos.
Você, por sua vez, acreditava fielmente que um herói como ele nunca iria se interessar por alguém como você. Tão... Normal. Mas era exatamente o que ele queria. Uma gota de paz em meio toda aquela confusão que era sua vida.
"Eu tenho que voltar ao trabalho." — sussurra à ti, piscando devagar. É uma demonstração do cansaço iminente que sente, por combater o crime com tanta vontade. Solta um bocejo sem querer, e até ri envergonhado.
"O crime pode esperar uns trinta minutinhos, Mark Lee. Deita aqui, e cochila um pouco."
É quando mesmo de uniforme ele deita em seu travesseiro, aspira seu perfume e fecha os olhinhos. Você, ao menos imaginava os sentimentos de seu melhor amigo. Mas por hora era suficiente; ele estava sob seus cuidados, o que significava que tudo estava bem.
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lunadiluana · 6 months
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You arrived, between so many departures and so many arrivals, you came, softly, with a silly smile that made me feel incredibly scared, because I knew it was you, it was always you, and all your insecurity helped my insecurity, all your fear was my fear, and you saw me, among so many you saw me, and through your glasses I could see far beyond your eyes, I saw your soul, and how fragile it was, how light it was, like your your skin gave off the best smells, how your voice calmed every atom in my body, how you and all your heavy baggage that you carry on your back enchanted me, and you became everything, in my poems you were the dots, the commas and every word, every verse had a little of you, and all of this made me see that it was you, it always was.”——Felipe Bueno
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“Você chegou, entre tantas partidas e tantas chegadas veio você, de mansinho, com um sorriso bobo que me fez sentir um medo danado, porque eu sabia que era você, sempre foi você, e toda a tua insegurança dava a mão para minha insegurança, todo o teu medo era o meu medo, e você me enxergou, entre tantos você me avistou, e através dos teus óculos eu pude ver muito além dos seus olhos, eu via tua alma, e como era frágil, como era leve, como tua pele exalava os melhores cheiros, como a tua voz acalmava todos os átomos de meu corpo, como você e toda sua bagagem pesada que você carrega nas costas me encantavam, e você passou a ser tudo, dos meus poemas você era os pontos, as vírgulas e cada palavra, cada verso tinha um pouco de você, e tudo isso me fez enxergar que era você, sempre foi.”——Felipe Bueno
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haruthinks · 1 year
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(descrição de imagem: retângulo azul claro tendo nas bordas duas formas geométricas arredondadas em um azul levemente mais escuro para decoração. uma foto de um óculos fechado com a escrita “haruthinks” embaixo indicando o autor do post. em seguida, o título da série “guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão”, seguido de uma linha para separar o texto do indicador da parte “parte 3: clichês para evitar quando escrevendo um personagem cego" fim da descrição de imagem).
guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão parte 3: clichês para evitar quando escrevendo um personagem cego
e aí, tudo beleza? aqui é mais uma parte da tradução do guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão escrito por mimzy cujo blog você pode acessar clicando aqui. o post original vai estar linkado na source!
a parte 1 fala sobre a construção do personagem e você pode acessar aqui.
e a parte 2 fala sobre escolhas narrativas e dicas de descrições visuais e você pode acessar aqui.
mimzy é uma pessoa com deficiência visual que está escrevendo seu próprio livro de fantasia, e ao decorrer de sua jornada na escrita já escreveu dois personagens cegos.
agora vamos aos disclaimers de sempre: este post é uma tradução de um guia já existente, não são experiências pessoais minhas pois eu não sou uma pessoa com deficiência visual. resolvi traduzir para compartilhar conhecimentos e informações de algo que acho interessante e importante de saber. tentei traduzir da forma mais fiel possível, mas caso haja alguma inconsistência ou termo inadequado, favor falar comigo! sem mais delongas, vamos ao post!
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a partir daqui começa a tradução. o guia foi escrito em primeira pessoa por se tratar muito das vivências pessoais de mimzy, então irei traduzir em primeira pessoa também. retorno a dizer que NÃO SÃO minhas experiências.
atenção!! em uma certa parte do post há um tópico que pode conter gatilhos para pessoas que possuem desconforto com temas como depressão e suicídio, não é nada gráfico. porém, caso queira evitar, eu coloquei um aviso antes do tópico, não se preocupe.
CLICHÊS CEGOS QUE VOCÊ PRECISA EVITAR
TODOS os personagens cegos usam óculos escuros O TEMPO TODO
isso não é verdade, principalmente se o personagem ainda tem alguma visão restante e prefere não utilizar as lentes escuras, pois elas deixam mais difícil de enxergar. às vezes, uma pessoa cega vai usar óculos escuros, mas você deveria considerar a razão por trás.
pessoas com muita sensibilidade à luz vão usar óculos escuros quando o dia está muito claro, com o sol muito forte.
pessoas que gostam de moda e gostam de usar acessórios provavelmente usarão óculos.
pessoas que não têm muita sensibilidade à luz, mas mesmo assim querem proteger os olhos do sol vão optar pelos óculos.
note que os pontos também se aplicam a pessoas que enxergam, afinal existem várias pessoas que enxergam que possuem sensibilidade à luz, gostam do acessório ou apenas querem proteger os olhos dos raios solares.
outras razões para usar os óculos: às vezes o seu personagem pode sentir que os desconhecidos que enxergam não levam a cegueira dele a sério quando ele pede por ajuda, então é comum colocar os óculos e pegar a bengala para tentar uma segunda vez na esperança que agora ele seja levado a sério (pessoas que enxergam podem ser bem ignorantes ás vezes).
disclaimer: eu sou o clichê, mas é porque eu tenho muita sensibilidade à luz, tanto que não consigo andar na rua sem óculos escuros. a luz me dá muita enxaqueca, até mesmo a luz dos faróis dos carros. então sim, eu sou aquela pessoa que usa óculos escuro de dia e de noite. mas seu personagem tem o mesmo problema que eu? ele precisa de óculos de sol como eu preciso?
notas da tradutora: esse último parágrafo se trata da experiência pessoal de mimzy, não minha. já disse antes, mas não custa repetir.
a criança prodígio cega
vejo muito isso com instrumentos musicais, principalmente piano. tenho certeza que várias pessoas cegas aprenderam um instrumento, mas duvido que todas se tornaram prodígios especificamente por conta da perda da visão. se o seu personagem é muito bom naquilo, você precisa explicar com todas as horas de estudo naquilo e como ele aprendeu as músicas (ele tem visão suficiente para ler partituras?). o problema maior desse clichê é que é chato e raso.
notas da tradutora: pesquisei sobre partituras em braile e acabei descobrindo que elas são mais difíceis de compreender, o que acaba exigindo um maior grau de abstração do músico e uma bagagem de conhecimento extensa, além de uma memória muito boa pra conseguir memorizar a partitura por completo, pois não vai poder enxergá-la enquanto toca. você pode ler mais sobre isso aqui.
o demolidor
seu personagem pode ter uns sentidos meio aguçados, mas isso não vai fazer dele um ninja cego. claro, talvez ele consiga distinguir um cheiro dentre muitos outros, mas isso está mais pra um problema do que pra uma benção (por exemplo, sou muito sensível a cheiros de produtos de limpeza, me dão dores de cabeça). pessoas cegas podem ser mais ligadas nos sons em volta delas porque elas precisam ser, mas isso não significa que elas escutem uma conversa que está acontecendo a um quarteirão de distância. mesmo com os melhores sentidos possíveis, acho que ninguém seria o demolidor (não me leve a mal, eu amo o demolidor, mas ele não é quem você deveria estar escrevendo porque ele já existe. vá escrever um personagem novo).
o cego psíquico
o exemplo mais recente que consigo pensar é na série da bruxa sabrina da netflix, onde a amiga cega perde a visão e então vira psíquica, como se isso de alguma forma melhorasse algo. se você tem um personagem cego, ele precisa ser cego. não use nenhuma trapacinha que faça ele enxergar mais do que a deficiência dele permita. se você realmente quer que seu personagem cego seja psíquico e tenha visões, então eu sugiro que as visões que ele tenha envolvam a mesma quantidade de visão que ele tem restante em sua vida normal. por exemplo, se ele vê com visão em túnel, então as visões dele também terão a visão em túnel.
atenção: seu personagem cego não precisa de uma habilidade mágica que negue sua cegueira
se ele tem uma habilidade assim, por que fazê-lo cego então? qual é o ponto? realmente se pergunte por que você quer dar a ele essa habilidade. se for porque o seu personagem não conseguiria fazer tudo o que você quer que ele faça sem ela, então será que você deveria ter feito dele cego? será que você não conseguiria pensar em outra maneira dele fazer essas coisas?
cães guias super poderosos
isso é algo que vi em várias fanfics, onde o cão guia é, de alguma forma, super inteligente e sabe de tudo ao seu redor. ou seja, não é um cachorro comum. não é uma boa ideia fazer isso e você não deveria, nem mesmo nos gêneros de fantasia. o cão guia do seu personagem cego deveria ser um cachorro que foi devidamente treinado por uma escola de cães guias, e ele deveria agir como um cachorro normal quando não está a trabalho e nem usando o colete. cães de serviço ainda são cachorros comuns quando estão de folga e ainda amam brincar e passar tempo com seus humanos.
para um bom guia sobre cães guias, cheque o canal de molly burke, ela tem uma playlist inteira sobre isso.
notas da tradutora: me repito aqui falando que o canal de molly é inteiramente em inglês, então, caso você não saiba a língua, recomendo pesquisar um pouco na internet. Inclusive, uma das partes desse guia (creio que a parte 4) fala sobre cães guias, então vem aí.
o olhar "nublado" e distorcido
você provavelmente já viu alguns personagens cegos que possuem olhos esbranquiçados e meio estranhos. esse clichê é, na verdade, bem incorreto e um pouco perigoso, pois acaba afetando como o público geral enxerga as pessoas cegas. a maioria das pessoas que vive com perda da visão possuem olhos normais. a menos que a forma com que o seu personagem se tornou cego cause essa aparência nos olhos (como queimaduras químicas ou cataratas severas, coisas do tipo), provavelmente ele vai ter olhos normais.
uma exceção a isso é o nistagmo, que é uma condição que causa movimento involuntário nos olhos da pessoa, como um tremor. é meio comum em pessoas com condições oftalmológicas e perda de visão. na perspectiva externa, os olhos do personagem podem estar se mexendo de um lado para o outro, ou até em círculos. já na perspectiva da pessoa com essa condição, provavelmente é bem desorientador. luzes e imagens que eles veem irão se mexer porque seus olhos estão se mexendo.
molly burke tem nistagmo há muitos anos já fez alguns vídeos sobre isso. ela se refere a isso dizendo que seus olhos estão dançando. você pode encontrar o vídeo clicando aqui. essa é uma das condições médicas que realmente pode mudar a aparência dos olhos do seu personagem sem que você caia nesse clichê, até porque é comum para pessoas com perda de visão.
notas da tradutora: bem, novamente, o vídeo é inglês, mas você pode achar informações sobre essa condição na internet em portais de oftalmologia brasileiros e até alguns artigos científicos sobre isso.
FALAS ESPECÍFICAS PARA SE EVITAR
ou, em outras palavras, diálogos clichês que vão fazer com que seus leitores desistam do que estão lendo no mesmo segundo que baterem os olhos nessas frases (especialmente os leitores cegos que buscam por uma boa representatividade).
"você poderia descrever essa cor pra mim?"
esse clichê já morreu. isso não é mais um momento super significativo entre personagens. talvez tenha sido na primeira vez, mas agora, um milhão de pessoas já fizeram isso, com exatamente o mesmo diálogo. pense assim, você tem um certo limite de tempo e palavras em um texto para mostrar os personagens se conectando entre si, não gaste isso em algo como descrever cores. que tal fazer um momento único para os seus personagens ao invés disso?
se você precisar descrever cores para alguém cego na sua história, eu recomendaria o vídeo onde gabby hana descreve cores para molly burke. acho que gabby fez um bom trabalho. você pode acessar o vídeo clicando aqui.
mesmo assim, não é mais um momento significativo. provavelmente se você fizer isso, vai fazer alguns leitores suspirarem e apenas irem embora (acredite, já vi isso em um milhão de histórias que envolvem personagens cegos).
notas da tradutora: olá de novo, adivinha só? sim, em inglês. porém, tem alguns sites em português que falam sobre isso, só não sei se é tão confiável assim.
"posso sentir seu rosto?"
NÃO! por favor, nunca faça isso. isso é péssimo. é tão vergonhoso. não é realista, pessoas cegas não fazem isso. alguma pessoa que enxerga inventou isso em hollywood e a comunidade cega até hoje tem raiva disso. leitores cegos vão abandonar sua história no mesmo segundo que eles lerem essa frase. não. faça. isso.
"como você se parece?"
isso não é um "nunca faça isso", mas eu não recomendaria. eu sinceramente não sei te dizer um jeito de usar essa frase sem soar vergonhosa de alguma forma. porém, tem alguns jeitos de contornar isso. depende do motivo pelo qual seu personagem quer saber disso. é algum interesse amoroso? então coloque um amigo do seu personagem cego para falar pra ele como a tal pessoa é. é curiosidade sobre um amigo novo? então coloque outros amigos ou até os pais do seu personagem que viram essa pessoa, para descrevê-la.
"quando vejo fulana, vejo nuvens cinzentas de tempestade por trás de ondas quebrando, ouço o som do trovão e a chuva caindo, eu sinto o fogo..." "quando penso em sicrano, penso em prados ensolarados e o sentimento do verão, penso em céus limpos e noites quietas..."
não sei se conseguiria dizer muito mais. mas calma, antes que você fique com raiva, eu não estou dizendo que você nunca pode usar esse tipo de escrita. eu não estou dizendo para que você corte imagens que seus personagens associam aos seus respectivos amados, não é nada disso. o que eu estou dizendo é que não deveria ser assim que seu personagem cego descreve toda e qualquer pessoa que ele conhece. a razão pela qual eu estou falando isso é porque no ÚNICO livro que eu encontrei na loja que envolvia uma protagonista cega, ela descreveu TODOS os membros da família dessa forma. e depois disso, levou o cachorro normal dela para a escola como um cão guia falso. nunca mais li esse livro depois disso. fazem anos e isso ainda me ofende, ainda mais depois de entrar na vida adulta e escrever meus próprios livros.
o que você pode fazer no lugar disso é mostrar como seus personagens são através de ações e diálogos. o exemplo que dei acima é basicamente falar ao invés de mostrar. você me diz que fulana é como nuvens cinzentas de tempestade antes mesmo de me mostrar duas linhas de diálogo dela, é meio estranho.
O QUE EVITAR NO GERAL
ou, coisas que eu não gosto de ver acontecer com personagens cegos.
seu personagem cego não deveria sofrer bullying na escola
quando eu estava no ensino médio, eu ainda tinha uma visão normal, mas haviam duas garotas que eram cegas na escola que frequentei durante alguns anos. até onde eu sei, ninguém encheu o saco delas. inclusive, minha irmã era amiga de uma delas.
o bullying que você vê na tv não é tão baseado na realidade quanto parece. a geração atual de estudantes tem experienciado uma queda no bullying se comparado com gerações anteriores. mesmo que o bullying ainda exista, a maioria dos adolescentes vai evitar fazer isso com um colega cego (eles provavelmente iriam fazer bullying com outros colegas).
o que eu estou dizendo é, eu não quero ver o seu personagem cego apanhando como um condenado apenas por ser cego. quero ver esse personagem encontrando sua comunidade e sendo feliz com seus amigos e família.
ATENÇÃO!!! ALERTA DE GATILHO AQUI, SE SE SENTIR DESCONFORTÁVEL COM TEMAS COMO DEPRESSÃO E SUICÍDIO, PULAR PARA O PRÓXIMO TÓPICO!!!
por favor, não faça seu personagem se tornar suicida depois de ficar cego
deficiência é uma coisa difícil de se conviver. algumas pessoas ficam deprimidas enquanto se ajustam a uma deficiência, e sim, algumas delas se tornam suicidas por conta dessa deficiência. porém, livros e histórias são um lugar de escape, especialmente para pessoas que vivem com essa condição. essas pessoas querem ver alguém como eles e que se sinta feliz e amado, não uma pessoa que está prestes a acabar com sua vida durante toda a metade da história.
aqui eu coloco outra daquelas perguntas "por que você tornou seu personagem cego?", foi apenas para fazê-lo sofrer? então não faça. pessoas cegas não existem para sofrer, existem para viver suas vidas e serem felizes. seu personagem é cego apenas para deixar a vida dele mais dramática? a cegueira causa drama, sim, mas isso não deveria ser sua única fonte de história.
por favor, não faça com que a família do seu personagem cego o trate mal por conta da cegueira
ênfase no "por conta da cegueira". algumas pessoas crescem em famílias abusivas, mas a família do seu personagem não deveria se tornar abusiva apenas porque ele é cego. fazer um personagem que cresceu em um lar abusivo porque ele tem pais ruins é ok, e se acontecer do personagem ficar cego e os pais dele continuarem sendo uns bostas, ok. mas, sinceramente?
você não deveria vitimizar seus personagens com deficiência. você não deveria maltratá-los apenas porque você pode.
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galsaleiro · 3 months
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TOMAS VICARE HIDAKA GAL SAL é um personagem CANON de ORDEM PARANORMAL. ouvi dizer que ele tem 28 ANOS, mora em aspen cove há SETE MESES e é AGENTE FUNERÁRIO em ST JANE'S CEMETERY. ele TEM suas memórias, o que pode justificar o fato dele ser um pouco MISTERIOSO e NARCISISTA sempre que o vejo andando pela cidade.
Nasceu Tomas, ou Tom, segundo sua irmã gêmea, Alice. Seus pais se juntaram a um culto que estudava sobre ocultismo e magias, procurando ganhar poder. Quando o pai descobriu que era necessário um sacrifício de inocente para que conseguisse o que queria, escolheu seu próprio filho (o menos favorito) para o ato.
A criatura invocada no ritual, contudo, acabou matando a todos no recinto, menos a Tomas e Alice. Os dois foram resgatados por uma equipe de agentes paranormais, que acabou os separando e mandando Tomas para um orfanato religioso.
Tanto ele quanto as outras crianças sofriam constantes abusos e violência por parte das autoridades do local, sendo ameaçados de coisa ainda pior caso contassem a alguém o que passavam.
Como um ato de rebeldia, Tom, que eventualmente passou a ser conhecido como Gal, criava todo tipo de confusão no lugar. Se via como um líder e protetor daquelas crianças e não ligava se fosse punido por tal.
Anos depois, o orfanato pegou fogo e foi praticamente destruído. Gal se encontrou sem chão e desesperado, mal sabendo como seguiria agora em diante.
Por talvez alguma divina comédia do destino, acabou também se juntando a um grupo ocultista que era liderado por uma espécie de entidade imortal e misteriosa chamada Kian. O grupo revelou que sua irmã, Alice, estava presa num limbo de escuridão entre dimensões chamado Tenebris e que, caso fizesse tudo o que mandasse, poderia salvá-la.
Sua fé cega que Kian ajudaria a salvar o restante de família que ainda tinha foi destruída quando o próprio Kian o entregou para morrer. E novamente ele havia sido escolhido como sacrifício numa barganha patética.
Gal se rebelou por completo contra Kian, prometendo a si que jamais confiaria em mais ninguém além de si mesmo de novo.
Numa de suas buscas pelo portal para Tenebris acabou preso numa em Aspen Cove, com as memórias intactas, assim como os poderes de ocultista. Tem clara desconfiança de que está preso numa espécie de limbo ou algo do tipo.
Gal é deficiente visual, por isso os olhos vivem quase sempre cobertos por óculos escuros. Contudo, é meio estranho e suspeito que ele pareça, ainda assim, enxergar boa parte das coisas...
Um de seus braços foi arrancado numa batalha contra mil guerreiros (só um guerreiro) e hoje usa uma espécie de braço mecânico dourado. É uma "tecnologia" estranha e inovadora, na verdade sendo, em maioria, magia.
É quase completamente tatuado: braços, pernas, costas, barriga e pescoço. Se você parar para ler bem, verá apenas diversas sequências de frases, sua maioria em latim.
Ele é um baita apreciador de arte e música e toca vários instrumentos. Trabalha atualmente como agente funerário no cemitério St Jane's.
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skzoombie · 2 years
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Biblioteca Starfield, Coreia do Sul
Junmyeon passava as mãos pela camisa preta de algodão tentando tirar os restigios de pelo que o seu cachorro havia deixado quando ficou pulando em seu colo no momento que estava saindo do apartamento. Quando está com ansiedade, o homem tem costume de achar defeito em detalhes das próprias roupas, ficar cada fio de cabelo e passar na frente do espelho várias vezes.
-Quantas pessoas disse que vieram? - perguntou pela segunda vez para seu assistente.
-Cem! Eles tinham aberto apenas cinquenta ingressos para não ter perigo de desorganizar os outros ambientes da biblioteca, mas a fila de espera no site cresceu muito e eles decidiram abrir mais cinquenta. - explicou o assistente enquanto largava o celular ao seu lado e olhava para o escritor a sua frente.
-Não consigo acreditar que todas essas pessoas vieram apenas para me ver, claro, além de receber autógrafos e tirar fotos. - junmyeon comentou enquanto abriu um pedaço da cortina que conseguia enxergar o pequeno palco e as pessoas que chegavam e sentavam para esperar ele.
-Você lutou muito por isso, merece todo reconhecimento que está recebendo! - elogiava o homem a sua frente enquanto caminhava na direção dele e dava um tapa de leve nas costas do outro.
-Obrigado por acreditar em mim. - se abraçaram fortemente sorrindo.
Foram interrompidos por um organizador do evento avisando o escritor que estava no momento de subir ao palco. Junmyeon colocou os óculos de grau que estavam em cima do sofá de couro, respirou fundo e abriu totalmente as cortinas para subir ao palco. Recebeu muitos aplausos, se curvou agradecendo a todos sorrindo de felicidade, foi em direção a poltrona que estava ali e sentou em frente a entrevistadora.
Entrevista
-Gostaria de saber porque o escolheu Suho como seu pseudônimo na publicação dos livros? - um perguntou quando o microfone foi lhe entregue no banco onde estava sentando.
-Então, o pseudônimo foi a última coisa que me preocupei quando tive a primeira publicação, mas lembro da editora comentar sobre meu nome normal ser um pouco difícil de pronunciar caso fosse lançado em outro países, logo pedi uns dias para tentar pensar em algo criativo e fácil de pronunciar, suho veio nos últimos minutos antes de entregar a finalização do livro, tenho uma conexão muito forte com a minha personagem, vocês todos devem ter percebido isso na leitura, me sinto como um guardião da história dela e de todas as versões que ela já foi e será no futuro, e suho significa exatamente isso, guardião. - finalizou sorrindo fraco e todos olhando para ele e escutando com atenção suas palavras, o microfone foi passado para a última pergunta da noite.
-Primeiro quero comentar que sou muito seu fã! Quero fazer duas perguntas para você, quem te inspirou a escrever a sua personagem principal em todos os livros e o que muda na personalidade dela nessa história para a anterior?
-Muito obrigado por ser meu fã, acho! - junmyeon respondeu rindo e todos também - Toda a imagem dela veio por meio de um sonho que tive a alguns anos atrás, foi um sonho muito real parecia que realmente estava vivendo aquilo tudo acordado, mas não foi algo de uma noite só, ela voltou todos as noites até hoje e não foi mais embora, não sei se é possível sonhar com pessoas que nunca conheceu antes mas eu sonho, agradeço ela por estar pagando minhas contas do final do mês - comentou rindo e a plateia gargalhou.
-Agora, o que mudou para o anterior? Nada, a personalidade dela nunca muda, apenas o ambiente, tento escrever ela em todos os cenários possíveis mas sempre com aquele mesmo jeito e beleza, uma personagem forte o bastante para sempre sobreviver no final.
1 hora depois
Estava a uma hora sentado de frente para uma mesa com pilhas de livros para assinar, conversando com fãs que chegavam para pegar autógrafos e tentar trocar qualquer ideia por apenas alguns segundos com o escritor.
-O meu grande escritor, que honra conhece-lo pessoalmente! Como você imagina s/n na vida real, aparência dela? - a voz feminina perguntou enquanto entregava o livro para o homem sentado, que havia retirado o óculos e estava colocando novamente para assinar o livro, ainda sem encarar ela.
-Grande escritor? Não me acho tão relevante assim mas sobre a aparência, só saberia explicar se visse alguém parecido pessoalmente. - respondeu terminando de assinar e finalmente encarando a mulher a sua frente.
-Você é um grande escritor, me criou de ene formas. - ela falou sorrindo orgulhosa e observando a expressão de choque do homem.
-Você é exatamente como ela, como? - ele perguntou ainda gaguejando, levantou da cadeira rapidamente e deu a volta na mesa para chegar perto do corpo da mulher.
Parecido demais para ser verdade, ele não consegui digerir o que estava bem na frente, cada pequeno detalhe no rosto era idêntico aos que ele sonhava com s/n todas as noites.
-Quer ir em uma viagem comigo? - ela perguntou baixo e sorrindo para o escritor na sua frente, ele concordou de leve com a boca meio aberta. - Castelo ou barco? - ela perguntou sorridente e esperando uma resposta rápida dele.
-Não sei, barco pode ser! - respondeu sem entender onde isso levaria.
A mulher esticou um braço e grudou dois dedos juntos aproximando eles da testa de junmyeon, com a outra homem fechou os olhos dele e disse sua última frase antes de tudo acontecer.
-Hora de conhecer minhas versões, essa é a parte mais divertida.
1740, Oceano Pacífico
-Esse povo é surdo por acaso? - junmyeon escutou um homem de voz grossa gritar ao seu lado para outras pessoas que estavam atrás.
Eles estavam em um grande barco, como os de filmes de piratas, na verdade, eles estavam vestidos como piratas e pareciam ser mesmo, uma imensidão de oceano a volta de tudo, mas como aquilo aconteceu? Os dois estavam na biblioteca poucos segundos, ela havia sumido no meio de todos aqueles homens barbudos e de quase dois metros de altura.
-Se enturme ou vão acabar com o seu personagem em segundos - suho virou assustado com o sussurro no seu ouvido e quando viu era a mulher novamente, ela piscou leve para ele e respondeu o velho na frente dos dois. - Ele pode estar enjoado por causa do movimento constante do barco, ajudo ele a buscar o mantimento.
Ela parecia já estar acostumada com este mundo de uma forma estranha, ainda mais quando os homem a sua frente riu alto e concordou mandando um beijo nojento para a mesma.
-Mulheres como sempre tão generosas e obedientes, estou começando a gostar da ideia de você sendo um de nós. - o barbudo terminou rindo e virando as costas para fazer outras coisas.
Ela puxou levemente o braço de junmyeon e levou em direção a uma porta de madeira que dava em direção a escadas, deixou a porta entreaberta para a luz entrar e foi puxando o homem junto para descer até o lugar.
-Pare agora e vamos conversar! - ele disse quando chegaram no final das escadas e ele percebeu que era um quarto com duas camas e uma janela circular que dava para ter visão do mar e entrava luz. - Quem é você? Como viemos parar aqui?
-Sou a s/n, sua criação! Isso tudo é seu livro, você me colocou aqui, trouxe você junto para conhecer suas criações de perto. - explicava jogando seu corpo em das camas no cômodo. - Seu primeiro conto, lembra? Que escreveu como eu seria se fosse uma mulher pirata.
-Meu Deus... isso tudo é o meu livro? É uma viagem no tempo, você é um ser sobrenatural? - ele perguntava com uma expressão confusa.
-Quase isso mas não exatamente isso, é difícil de explicar mas você deveria saber, já que foi quem escreveu todos os meus universos. - levantou da cama e olhou em volta com uma expressão de tédio. - Estou achando sem graça aqui, vamos para outra versão, a que eu era uma samurai. - ficou em pé com um sorriso animado e foi correndo para frente do corpo do homem e colocou os dedos na testa dele novamente.
1520, Japão
Abriu os olhos e viu s/n com uma vestimenta totalmente diferente, uma faixa vermelha amarrada a testa e roupas tradicionais de samurais, juntamente de uma espada em mãos. Ela se colocou em posição de ataque para junmyeom e apontou a espada em direção ao homem, piscou novamente e deu uma tosse leve como se tentasse chamar atenção e virou os olhos levemente para o lado.
Havia uma figura masculina sentada em o que parecia um trono e olhando atentamente para os dois, esperando por atos de violências provavelmente, uma batalha para se distrair e ver mais sangue para o próprio gozo.
-Kim Hyun, ele parecia mais charmoso na minha imaginação. - falou ficando um posição aleatória tentando parecer um samurai profissional.
-Nem me fale, não sei como me escreveu para ficar com ele no final. - ela rebateu e fez ambos rirem.
Começaram a fazer movimentos estranhos, estavam se divertindo e tentando parecer os mais esquisitos o possível para o rei a frente deles, não conseguiam mais segurar o riso naquele momento e s/n seguiu sorrindo até junmyeon e puxou o mesmo para outro universo.
Horas depois
Estavam sentados em uma sala de uma casa que ficava na floresta, conversavam aletoriamente em apenas mais um cenários dos livros de suho, mas a aventura não duraria para sempre.
-Você é exatamente como nos sonhos e nos livros que escrevi, até melhor na realidade. - ele disse chegando perto do corpo dela e tocando em seu rosto.
-Sabe que não sou real, não é? Sou fruto de sua imaginação. - ela respondeu olhando no fundo dos olhos dele e sentindo um pouco do carinho.
-Como assim? Você está aqui na minha frente em carne e osso.
-Junmyeom, eu não sou real, você criou em seus sonhos e concretizou em livros, me transformou em muitos personagens, seu encanto e amor por mim são tanto forte que me tornou algo muito mais real do que possa imaginar, mas algo real apenas na sua cabeça. - explicou tocando as mãos no cabelo dele e fazendo um leve carinho.
-Significa que você não vai voltar comigo para o mundo real? - levantou do sofá quase deixando algumas lágrimas correr, o que era algo raro para suho, este homem segurava o choro em todos os extremos.
Para ele aquilo se eternizaria naquele momento, não queria que s/n fosse embora, cada segundo tinha valido a pena, a beleza de tirar o folego, a forma como ela lidou bem em todos os cenários que fizeram presença. Estava finalmente tendo a pessoa que tanto o visitava em sonho, ali bem na frente, tocando nele, conversando com ele e vivendo todas as aventuras que imaginou com ele.
-Sinto muito! mas se um dia lembrar de escrever uma história onde ficamos juntos no final, quem sabe podemos visitar esse mundo. - sorriu para ele e se aproximou com o corpo mais ainda.
-Como assim lembrar? Nunca vou esquecer nada disto, possível de esquecer o que acabei de viver ao seu lado. - esticou o braço para colocar mão no pescoço dela e puxar para um beijo apaixonante, de tirar o fôlego de ambos.
-Primeira coisa quando chegar em casa vou começar a escrever um conto que ficamos juntos, só para ver se você volta para vivermos tudo junto.
-Você precisa viver o mundo real, conhecer pessoas e encontrar um amor, eu vou aparecer quando achar necessário, não fique a minha espera porque é pior. - ela respondeu baixando a cabeça e abraçando o corpo do escritor.
-Não sei se vou conseguir seguir a minha vida depois de tudo, saber que você existe, por mais que seja na minha imaginação, mas ver em pele e osso é sobrenatural. - comentou sério e sentiu lágrimas molharem sua camisa, ela estava chorando.
-Siga sua vida mas esqueça de mim por enquanto, quando você desistir da s/n, eu vou desaparecer junto.
Se abraçaram mais forte ainda e ficaram minutos em silêncio apenas aproveitando a presença um do outro. S/n soltou o abraçou e sorriu fraco para ele, esticou a mão na testa de junmyeon pela última vez naquela dia e finalizou com uma frase.
-Por favor, não me esqueça! - fechou os olhos e tudo se escureceu.
Biblioteca Starfield, Coreia do Sul
-Está tudo bem? - o homem escutou o assistente perguntar quando viu o escritor parecer ter passado mal por segundos.
-Não sei, minha visão escureceu e fiquei com um leve mau estar, não me lembro bem. - respondeu tocando na própria cabeça e perdido no que aconteceu a segundos atrás.
-Pode ser fome e o nervosismo que estava antes, vamos sair para comer uma coisa. - assistente sugeriu colocando o próprio celular no bolso e chamando junmyeom para a direção da saída e irem embora.
-Não lembro de terminar os autógrafos, que estranho. - ele comentava enquanto caminhavam até a saída.
-Cara, você precisa tratar essa ansiedade, está te fazendo sair fora de si - comentava olhando preocupado para o escritor - Não lembra mesmo da fã que pediu para você assinar os seios dela?
-Como assim? - virou para o outro chocado
-Brincadeira - riram juntos.
-S/n teria te feito um sermão nesta versão só com essa sua brincadeira.
-Graças a Deus que ela não é real - seguiram para a saída conversando da biblioteca e do sonho vivo de kim junmyeom.
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greencruz · 10 months
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♡ + glasses (salem & hazel)
SEND ME ♡ + A WORD, AND I’LL WRITE A HEADCANON : ACCEPTING !
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seja lá o que fosse aquele lugar (hazel já havia explicado, mas sua cabeça era cética demais para processar aquele tipo de coisa) tudo nele delimitava um território estranho, apesar de curiosamente instigante, onde as coisas lhe davam todo o tipo de arrepio embora uma parte sua também estivesse contendo a empolgação com algo fora da curva do dia a dia atarefado. e agora que havia deixado para trás a crise existencial das primeiras horas, até estava um pouco mais estável do que antes. — então você é tipo a lucy pevensie? — parou por um momento, mas esboçou uma careta, desaprovando a própria constatação. — na verdade, tipo a susan pevensie, né, que é a gostosa. mas enfim, o ponto é: você veio parar na nárnia maligna quando era mais nova e só, tipo, gostou? — tentava juntar as peças do quebra-cabeça em que havia caído do nada. as vezes era difícil acreditar que não era um sonho, mas já havia se beliscado o suficiente para saber que suas noções de "realidade" precisavam ser atualizadas.
no fim do papo, acabou soltando uma risada, desacreditado, mas ainda assim, com pensamentos divertidos. — é por isso que você é esquisita assim, né, alice no país das maravilhas? — não era exatamente uma provocação, na verdade, fazia sentido que de todas as pessoas hazel fosse a criança interdimensional dos filmes de ficção científica ou fantasia: ela gostava de coisas assustadoras, ligadas ao seu passado incomum de protagonista. além disso ela era bonita o suficiente para ser uma. mas aí residia um problemão: se pensasse assim, isso significava que apesar de ser igualmente bonitão ele era só um interesse romântico irrelevante. meu deus. um calafrio percorreu seu corpo com o pensamento. — você tem algum namorado por aqui? — perguntou, num impulso. se ela tivesse um namorado, aí o fulano quem seria o interesse romântico irrelevante no lugar dele, não é? mas aí, ele tinha outro problema. isso queria dizer que não havia nada de romântico entre salem e hazel a não ser que houvesse um triângulo. mas se houvesse um triângulo, ele não era sombrio o bastante para vencer. ok. pelo grandioso sacrifício de ser o único par dela, seria a peça descartável da história.
mais uma careta. ele estava ficando doido, não estava? já havia perdido a conta de quantas divagações havia tido em tão curto período de tempo. — o ar aqui dá uma brisa, né? — comentou, enquanto sentia a visão ficar embaçada. ah, que ótimo. — porra, que neblina é essa? eu não tô enxergando nada. — reclamou alto, enquanto tirava os óculos para tentar limpá-los na barra da camisa. como um clássico usuário de óculos (gostava de se nomear assim), salem utilizava sua miopia para mais do que apenas sofrer com os efeitos da cegueira crescente; escapar de pessoas insuportáveis, conversas desnecessárias e negar a realidade eram os usos mais comuns. tá. mais ou menos isso... por ser extremamente temperamental e potencialmente encrenqueiro, não poderia dizer que tinha o ímpeto de fugir de confusão sempre, porém, o senso de perigo falava bem mais alto do que a necessidade de entrar em discussões só porque estava entediado.
e naquele momento o seu senso de perigo estava muito, muito ligado.
não sabia o que havia visto, mas a sombra gigante e ameaçadora na neblina, caso não fosse um prédio ou uma placa, já foi motivo o suficiente para agarrar as duas coisas mais preciosas que tinha ali: seus óculos, que havia perdido a capacidade automática de enfiar na cara, e a mão de hazel, que começou a puxar para a direção contrária. — por favor dê risada da minha cara e diga que eu tô te puxando porque vi uma estátua atrás de uma neblina normal. você disse que tem bicho aqui. — falou, com a voz mais alta e desesperada. apesar de estar fugindo no lugar de enfrentar algo, havia coragem no ato simplesmente porque em momento algum pensou em voltar a enxergar, instintivamente escapando dos obstáculos das ruas como se estivesse em um teste de direção, e sem largar hazel por nenhum instante. é, apesar de não estar mais em choque, precisava cobrar à ela uma aula sobre o mundo invertido. afinal, pelo que havia entendido, ficariam ali por tempo indeterminado.
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helsonfire · 5 months
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POV 001.
I wake in the night, I pace like a ghost The room is on fire, invisible smoke And all of my heroes died all alone.
O calor nunca assustou Helena. Diferença disso, o brilho das chamas se espalhando já haviam despertado diferentes emoções na filha de Hefesto. Os olhos castanhos acompanhavam o trajeto do fogo engolindo a grama, sem que ela conseguisse reconhecer o lugar em que estava, ouvia ruídos ao seu redor, mas era fácil ignorá-los. Sentia como se estivesse respondendo a um chamado familiar, até que sentiu o chão estremecer uma, duas, três vezes. Pareciam passos fortes, rápidos vindo em sua direção, o ritmo não era humano, estava longe disso, mas a constatação da criatura que se aproximava só foi feita tarde demais. Era uma armadilha.
A Quimera rugiu e Helena conseguiu sentir o hálito quente em sua pele. Naquele momento o pânico tomou conta de si, seus músculos tensionaram fazendo com que a semideusa ficasse petrificada, olhando nos olhos da criatura. Quando a Quimera fugiu novamente, o fogo a engoliu como se fosse uma folha de papel. Não sentiu dor, nem teve tempo de ver sua pele em chamas. Ao que seus olhos abriram novamente, Helena estava olhando para seu quarto de infância. Um nó se formou em sua garganta, era impossível que aquele lugar estivesse em pé. Lembrava bem das notícias sobre o desabamento devido ao comprometimento da estrutura do prédio após o incêndio que matou pelo menos quatro pessoas, sendo três deles seus parentes.
Sua cama estava vazia, mas Helena ouvia os ruídos da televisão ligada na sala e soube pela programação que eram seus avós assistindo a novela das 9, como todas as noites. A urgência tomou conta de seus movimentos para alertá-los sobre a tragédia iminente, mas ao se aproximar do sofá, avó estava dormindo, com o óculos apoiado no busto e o avô com o controle apoiado na perna.Ppor mais que tentasse chamar a atenção dos dois, gritar, Helena parecia um fantasma. Foi quando vislumbrou pelo corredor o brilho inconfundível das chamas.
Com o controle que tinha com a braçadeira, sabia que poderia cessar as chamas. Poderia salvá-los antes mesmo da fumaça tomar o apartamento. A pequena Helena deveria ter adormecido junto a tia no quarto principal, ficavam assistindo desenho até altas horas. Mas quando adentrou o cômodo, não era ela quem estava ao lado da tia e sim a Quimera.
Como na cena anterior, Helena paralisou. A angústia crescia, mas ao ver a criatura pronta para fugir novamente a raiva tomou conta de si. Aquela cena já havia se repetido muitas vezes, desde o encontro da Quimera em sua segunda missão. Estava pronta para enfrentar o monstro. Fugir já havia causado estrago demais. Suas chamas brotaram nas mãos, sentiu a braçadeira esquentar contra a pele. Até que o vapor tomou conta do lugar, fazendo com que Helena não conseguisse enxergar a dois palmos de sua frente, até ser tarde demais - como sempre. No que a Quimera lançou as chamas contra Helena, seus olhos se abriram abruptamente.
Estava em sua cama no chalé de Hefesto. Dois de seus irmãos mais novos olhavam para ela com o semblante assustado. Um deles havia pegado um balde das forjas e o segurava já vazio. Sentiu o colchão úmido, assim como as bochechas, apesar das lágrimas estarem constantemente evaporando pelo calor do corpo.
Aquele não fora o primeiro pesadelo com a Quimera, mas com o ataque da noite de natal, eles haviam ficado mais frequentes e Helena parecia certa de que logo a braçadeira não seria suficiente para contê-la, como havia feito nos últimos nove anos.
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baddestcreature · 8 months
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𝓟𝗹𝗼𝘁 𝗱𝗿𝗼𝗽 𝟬𝟬𝟭: 𝓐 𝗶𝗻𝗳𝗲𝗰𝗰̧𝗮̃𝗼. 𝒇𝒍𝒂𝒔𝒉𝒃𝒂𝒄𝒌 🇹​🇼​﹕ 🇦​🇸​🇸​🇦​🇸​🇸​🇮​🇳​🇦​🇹​🇴​﹐ 🇻​🇦​🇲​🇵​🇮​🇷​🇮​🇸​🇲​🇴​
Aquela era uma das poucas situações onde se encontrava com tempo livre antes mesmo do anoitecer chegar, então quis aproveitar a oportunidade para fuçar possíveis títulos novos na biblioteca pública da cidade. Apesar das tantas fotos suas tiradas até o momento, e de já ter aparecido algumas tantas vezes na tv, ainda não era repetida e constantemente incomodado quando visto nas ruas – fosse pelo motivo que fosse –, mas ainda assim sentia-se mais confortável quando vestia óculos escuros e máscara ao sair; sabia que as chances de ser reconhecido e de precisar aguentar pessoas sem o mínimo de semancol era infimamente mais reduzido daquela forma. Naquela noite em específico não usava máscara, mas escondia parcialmente o rosto com o cachecol, este que havia sido escolhido unicamente para composição de seu look, e não por estar necessariamente frio.
Adentrou o local e já foi direto esconder-se entre as estantes, não fazendo a menor questão de se anunciar ou se deixar perceber pelos funcionários do local, gostava muito mais do sossego de se auto atender, e por isso que inclusive gostava muito de cafeterias em estilo take-away. Possivelmente, mesmo se viessem até ele para questioná-lo sobre o que procurava, findaria com qualquer possibilidade de assunto estendido ao dizer que estava bem daquela forma e poderia se virar sozinho. Falta de educação de sua parte? Ele não considerava, até porque sempre fora bastante cortês ao dizer tais palavras. Uma cortesia falsa, é claro, mas que havia aprendido a fingir incrivelmente bem. No fim, ele só entregava o que sabia que seres humanos haviam normalizado como socialmente aceito para uma pessoa ser considerada civilizada.
❝Nada suficientemente interessante para me chamar a atenção.❞
Murmurou para si mesmo, colocando um livro de possíveis quinhentas páginas de volta no lugar e saindo da sessão de horror cósmico para, em seguida, partir em direção à rua novamente. Com isso já deveriam ser umas oito da noite, já que sempre acabava gastando tempo demais analisando com atenção, possivelmente mais do que necessária, todas as capas e sinopses que enchessem seus olhos, fosse pela paleta de cores ou palavras utilizadas na composição do título. Se não tivesse escolhido o meio artístico, poderia bem ter se tornado editor; se bem que também teria de acabar lidando com pessoas chatas de qualquer forma.
Foi ao olhar para o céu que percebeu enfim, já na escadaria da portaria de seu prédio, a cor vermelho sangue que tomava conta da lua, deixando-a em um tom que para si parecia bonito, mas sequer tivera tempo para apreciá-la por muito tempo, pois começou a escutar gritos e pessoas correndo no instante seguinte. O que havia acontecido, afinal, para influenciar a debandada? Ele se perguntava, sem realmente se importar com o motivo. De olhos levemente franzidos para tentar enxergar ao longe enquanto empurrava o portão da residência de dez andares distribuídos em dois prédios geminados, acabou largando o que fazia para tampar os ouvidos assim que ouviu aos badalares do sino da igreja, acreditando que seria aquele som que o estava machucando por dentro, quase rasgando.
Na verdade o real causador da sensação de queimação que sentia vinha de dentro, de suas próprias veias. O que seria aquilo? Não fazia ideia, mas irritava, de tal forma que correu se esconder em um dos becos da rua, arrancando seus óculos, cachecol, sobretudo e até chapéu para jogá-los de qualquer jeito no chão enquanto arranhava a própria pele e começava a rosnar, incomodado. Foi quando ouviu, de alguma forma, a respiração de outro ser sobrenatural de mesmo cheiro que o seu se aproximando. Sequer tivera tempo de modular aquela percepção, apenas a tivera, o que foi o suficiente para atacá-lo antes mesmo que o anjo tivesse a chance de se defender. Eryx estava longe de ser fraco, mas o fato de ter conseguido matar o meio anjo tão facilmente foi uma surpresa até para si mesmo, porém seu corpo parecia ter vida própria e simplesmente partiu em direção à confusão que se instalara pela cidade, arrastando outra criatura completamente atônita consigo para a escuridão, deixando por fim mais um corpo, desta vez o de um demônio inferior, prostrado sobre o chão sujo e fétido graças a grande caçamba de lixo aberta naquela viela. Ele aproveitou a adrenalina correndo por suas veias enegrecidas para experimentar o sangue do recém defunto, mas cuspiu em contrariedade ao perceber o quão nojento era. Ele definitivamente preferia ver o sangue correr sobre o asfalto do que se alimentar dele. Ao menos foi o que pensou ao ter o que lhe pareceram únicos cinco minutos de clareza e auto controle antes de ser levado novamente pela força que outrora havia o enterrado sobre a insanidade.
Voltou a andar sem rumo em meio à escuridão caótica e rio de corpos dos becos, sequer encontrando uma alma viva restante, se não fosse alguém a poucos metros do caminho que levava até a floresta.
Desta vez um humano, Eryx – ou melhor, seu corpo – achou mais conveniente sangrá-lo e quem sabe brincar com sua vida inútil antes de livrar-se dele; um erro inconveniente. Mesmo cheio de cortes, machucados e mordidas por todos os membros, ainda se viu na oportunidade de ferir o cambion com duas balas embebidas em água benta antes de escapar, arrastando-se com dificuldade em direção à cidade. Se ao menos ele tivesse notado mais cedo se tratar de um caçador... Provavelmente poderia tê-lo matado. Foi o que pensou, extremamente injuriado, antes de perder a consciência em meio a gemidos e grunhidos de dor.
Certamente que o dia seguinte já havia começado sendo um porre, a começar pelas dores que sentia por todo corpo, sem contar o fato de ter acordado no meio da floresta, em uma manhã úmida, com suas roupas emaranhadas e sujas de terra e sangue, o celular tocando sem parar – provavelmente seu agente estava o ligando para saber de seu paradeiro – e a consciência de que não havia terminado o que havia começado, logo, não havia feito um trabalho bem feito na noite anterior. E odiava aquela sensação. Mas por que raios havia perdido o controle daquela forma? Isso era uma coisa que questionaria a aqueles que sem sombra de dúvidas saberiam a resposta, ou mesmo seriam os responsáveis: o culto à Lilith.
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claudiosuenaga · 1 year
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Os 35 anos de They Live (Eles Vivem): O filme mais relevante de todos os tempos
Por Cláudio Tsuyoshi Suenaga
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They Live (Eles Vivem), escrito e dirigido por John Carpenter em 1988, elucida de forma nítida e perceptível a verdade sobre o mundo em que vivemos e quem realmente o controla. O filme se passa em um futuro próximo (hoje?) em que os Estados Unidos estão mergulhados em uma profunda e prolongada depressão econômica. Depois de ter atravessado o desgastado país em busca de ocupação, o trabalhador braçal John Nada, interpretado pelo veterano wrestler e ator canadense Rowdy Roddy Piper (1954-2015), chega a Los Angeles vindo de não se sabe onde, como os clássicos heróis do Velho Oeste, e dirige-se a uma agência de emprego, onde é tratado com desprezo e indiferença. 
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Desolado, Nada se detém para ouvir as lancinantes palavras de um pastor cego que prega na praça:
“Eles usam as suas línguas para enganar você. O veneno está nos lábios deles. Suas bocas estão cheias de amarguras e pragas. O temor a Deus não faz parte deles. Eles levaram os corações e mentes de nossos líderes. Eles nos cegaram para a verdade. Nosso espírito humano está corrompido. Por que adoramos a ganância? Fora de nossa visão eles estão se alimentando de nós. Parados sobre nós, do nascimento à morte, eles são nossos donos. Eles nos têm. Eles nos controlam. Eles são nossos mestres. Acorde. Eles estão à nossa volta.” 
Assista o discurso do pastor cego aqui:
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Nada amarga a condição de homeless até que consegue uma vaga em um canteiro de obras de um edifício em construção. 
Ao término do expediente, um dos trabalhadores, Frank Armitage (Keith David), o convida para passar a noite em uma favela próxima beneficiada pela assistência social de uma igreja pentecostal. 
Enquanto jantam, a dupla discute suas vidas no sistema. Armitage exprime um misto de desalento e resignação ao consignar a regra de ouro vigente: “Quem tem o ouro faz as regras.”
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A principal distração dos moradores da favela, assim como a da população em geral, é assistir televisão. Em certo momento, uma transmissão pirata invade a programação e o rosto de um homem barbudo surge na tela do aparelho improvisadamente instalado a céu aberto, dizendo:
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“Eles estão aqui! Estão controlando tudo! Você não sabe! Nossos impulsos estão sendo redirecionados. Nós vivemos num estado de consciência induzido artificialmente. A classe pobre está crescendo, direitos humanos não existem. Em sua sociedade repressora, nós somos seus cúmplices. Sua intenção de domínio repousa na aniquilação de nossa consciência. Nós fomos induzidos a um transe. Eles nos tornaram indiferentes. Estamos focados apenas em nossos ganhos. Eles estão a salvo enquanto não forem descobertos. Este é o seu método de sobrevivência, nos manter adormecidos, nos fazer egoístas, nos manter sedados. A dormente classe média está repentinamente empobrecendo. Nós somos o gado deles. Nós somos criados para a escravidão.”
Enquanto observa os arredores, Nada nota um comportamento estranho por parte dos líderes da igreja. Encafifado, resolve bisbilhotar e descobre que o culto religioso e o serviço comunitário são apenas uma fachada para algum tipo de atividade clandestina. Aparelhagens sofisticadas indicam que a transmissão pirata parte justamente dali. 
Acidentalmente, Nada encontra um compartimento secreto atrás de uma parede repleto de caixas de papelão. Naquela noite, a Polícia cerca o quarteirão, invade a igreja, destrói os barracos com escavadeiras e prende vários moradores. Na manhã seguinte, Nada resolve bisbilhotar a igreja novamente e leva consigo uma das caixas de papelão. Ao abri-la, constata, desapontado, que só o que ela contém são óculos escuros baratos aparentemente comuns.
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Ao colocar os óculos escuros, no entanto, Nada passa a enxergar a realidade tal como ela é, despertando subitamente do sono mental e emocional, do transe hipnótico em que até então vinha sendo mantido. O mundo aparece em tons de cinza, e no lugar das imagens e dos textos convencionais estampados em cartazes, outdoors, jornais e revistas, ele vê mensagens publicitárias subliminares que induzem a população à submissão e ao conformismo. 
O outdoor de uma indústria de computadores com o sugestivo nome de “Control Data”, por exemplo, traz a irônica frase: “Os dados de controle criam um ambiente de computação transparente”. Com os óculos escuros, porém, o que se vê no lugar do anúncio é simplesmente a palavra “OBEDEÇA” (em maiúsculas). 
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Outro outdoor, este com uma linda mulher deitada em uma praia tendo logo acima a frase “Venha para o Caribe”, exibe agora o texto “CASE E REPRODUZA”. 
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Por toda parte, Nada vê propagandas subliminares similares, com palavras e frases imperativas como estas: “CONSUMA”, “COMPRE”, “ASSISTA TV”, “DURMA”, “NÃO HÁ LIVRE PENSAR”, “NÃO QUESTIONE A AUTORIDADE”, “CONFORME-SE”. 
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Note logo atrás de John Nada o livro The Bermuda Triangle, de Charles Berlitz (New York, Avon Books, 1975).
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A proclamação abscôndita nas notas de dólar é das mais condizentes: “ISTO É O VOSSO DEUS”.
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O mais desconcertante de tudo, é ver que cerca de um terço da população nas ruas não é humana, mas horrendas criaturas alienígenas disfarçadas de humanos. A olho nu elas parecem perfeitamente humanas, tanto que interagem normalmente com as demais pessoas, mas são qualquer coisa menos humanas quando vistas através dos óculos. 
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Nada vê o presidente da nação fazendo um discurso na TV e se dá conta de que ele também não é humano. “Sempre pensei que os políticos fossem monstros”, comenta estarrecido. 
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Os óculos escuros permitem ainda que Nada veja mini antenas parabólicas emitindo frequências hipnóticas, sondas robóticas dotadas de câmaras de vigilância, discos voadores voando acintosamente pelo céu.
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Quando as criaturas se dão conta de que Nada pode vê-las como realmente são, o denunciam por meio de seus relógios de pulso. Sem demora, policiais alienígenas surgem para prendê-lo, mas Nada os mata e subtrai-lhes as armas. Ato contínuo, Nada invade um banco local infestado de aliens e liquida vários deles, sendo novamente denunciado.
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Implacavelmente perseguido pela Polícia, Nada procura a ajuda de seu amigo Armitage e insiste para que ele coloque os óculos escuros e veja a realidade por si mesmo. Armitage reluta ao máximo, mas por fim acaba cedendo e se une a Nada no movimento de resistência do grupo da igreja. 
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Durante a reunião secreta do grupo, o homem barbudo da transmissão pirata surge novamente na tela e responsabiliza os alienígenas pelo incremento, desde 1958, das emissões de dióxido de carbono e de metano que está “aclimatizando, mudando a nossa atmosfera na atmosfera deles”. 
Nada e Armitage ficam sabendo que o principal método de controle dos alienígenas é uma frequência transmitida da torre de televisão, que é o que efetivamente impede o público de ver os invasores como eles realmente são, ou o motivo pelo qual as pessoas não conseguem enxergar o que eles conseguem com os óculos. A destruição da fonte desse sinal permitiria que todos na Terra vissem suas verdadeiras formas.
A reunião é dissolvida pela Polícia, e, na fuga, Nada e Armitage, de posse de um dos relógios dos alienígenas, abrem um miniburaco de minhoca, indo parar numa base subterrânea onde uma elite de alienígenas e de bilionários humanos estão reunidos em um enorme e luxuoso salão, revisando e deliberando os próximos passos da Agenda de dominação e escravização global e celebrando seus pactos de colaboração. Qualquer semelhança com uma reunião do Fórum Econômico Mundial ou de Clube de Bilderberg não é mera coincidência. 
A certa altura, um alto membro da elite faz o seguinte discurso, que poderia muito bem ter saído da boca de um illuminati:
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“Lá pelo ano de 2025, a América e todo este planeta estará sob a proteção desta poderosa aliança. Os lucros têm sido substanciais para nós e para vocês, a elite dominante humana. Vocês nos deram os recursos que precisamos para a nossa expansão. Como pagamento, o ganho per capita de cada um de nós aumentou, só este ano, uma média de 39%. Acabei de receber a notícia que nossas forças conquistaram uma grande vitória. A rede terrorista foi destruída. A situação está normal novamente.”
A dupla encontra por lá um dos pobres que havia sido enxotado da favela, agora remediado e convertido em ativo colaborador dos invasores. Ele os conduz a uma excursão pela base subterrânea e no percurso esclarece que os alienígenas são “empresários capitalistas” que consideram a Terra como sendo nada mais do que um negócio, uma fonte de recursos a serem sugados até o esgotamento, quando daí se mudariam para outro planeta, reiniciando o ciclo: “Eles querem nossa indiferença ignorante. Nós podemos ser seus cãezinhos ou sua comida, mas tudo o que somos é patrimônio ambulante deles.” O motivo que teria levado certos humanos como ele a se venderem aos alienígenas residia “nas promoções, nas gordas contas bancárias, nas mansões e nos carrões” que lhes eram oferecidos: “São negócios. Apenas negócios. É só o que é. Perfeito, não? Fazemos tudo para sermos ricos.” 
Indagado pela dupla se ele teria o desplante de ajudar a roubar seus próprios semelhantes, o novo rico assume a sua total falta de escrúpulos sob a justificativa de que o governo mundial já está plenamente instalado:
“Qual o risco? Nós todos nos vendemos todo o santo dia, e é melhor estar no time que está ganhando. Vocês não entendem, não é? Não existem mais países. Não tem mais gente boa. Eles estão mandando no espetáculo. Eles possuem todo o planeta. Eles podem fazer o que quiserem. Nós podemos ganhar algo com isso. Se nós os ajudarmos, eles nos deixarão livres para ganhar alguma grana. Vocês podem ter uma amostra grátis de vida mansa. Isso é o que todo mundo quer.” [1]
O clímax da estupefação ocorre quando chegam a um porto espacial e veem humanos serem teletransportados instantaneamente para Andrômeda: “É de onde eles vêm. Eu não sei como é que funciona. É uma lente gravitacional. Ela consegue dobrar a luz e você se move de lugar para lugar. A coisa toda funciona como um grande aeroporto. Eles têm uma grande operação rolando aqui, acreditem em mim”, arremata o novo rico, que a seguir os leva à central de onde o sinal do satélite que camufla os alienígenas é irradiado por todo o mundo.
O clímax da estupefação ocorre quando chegam a um porto espacial e veem humanos serem teletransportados instantaneamente para Andrômeda: “É de onde eles vêm. Eu não sei como é que funciona. É uma lente gravitacional. Ela consegue dobrar a luz e você se move de lugar para lugar. A coisa toda funciona como um grande aeroporto. Eles têm uma grande operação rolando aqui, acreditem em mim”, arremata o novo rico, que a seguir os leva à central de onde o sinal do satélite que camufla os alienígenas é irradiado por todo o mundo.
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Um ataque final suicida é lançado pela dupla que tenta a todo custo subir ao topo do edifício onde está instalada a antena transmissora do sinal. Nada, em uma última ação heroica antes de ser alvejado por um helicóptero, dá um tiro na antena e a destrói. A coroação do espírito de abnegação de Nada reside no sacrifício de sua própria vida em prol da libertação da humanidade. 
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Sem a frequência que os camufla, os véus que encobrem a realidade são retirados e os aliens passam a ser vistos pelos cidadãos.
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A propósito, David Icke avalizou que
“isso é interessante, porque nós vivemos em uma sociedade que é uma expressão do cérebro reptiliano. Essa manipulação genética que os antigos falavam em todas as partes do mundo feitas pelos deuses serpentes nos liga a Lua Matrix pelo cérebro reptiliano porque nos conecta à mente coletiva da espécie reptiliana na Lua. E isso se expressa fundamentalmente na forma do mundo em que vivemos. Eles têm de manter os humanos em um estado de supressão mental e emocional para nós os mantermos alimentados através dessa energia que eles absorvem.” [2]
A ideia para Eles Vivem veio de um conto intitulado “8 O’Clock in the Morning” (“Às Oito da Manhã”), do cartunista e autor de ficção científica Ray Nelson (1931-), originalmente publicado em The Magazine of Fantasy and Science Fiction nos anos 60. Carpenter escreveu o roteiro sob o pseudônimo de Frank Armitage [o mesmo nome do herói coadjuvante do filme e que é uma alusão a um dos escritores favoritos do cineasta, Howard Phillips Lovecraft (1890-1937), já que Frank Armitage é um personagem de Lovecraft no conto “The Dunwich Horror”, escrito em 1928]. Na história original, um homem é colocado sob transe hipnótico e, quando acorda, percebe que toda a raça humana foi hipnotizada e está sendo mantida sob o controle de alienígenas. Ele tem apenas até às 8 horas da manhã para resolver o problema.
Não há nenhum acontecimento, por mais banal que seja, que não esteja de alguma forma conectado às informações que Carpenter revelou em Eles Vivem. Basta ligar os pontos para que o esquema – que permite que esse sistema em que vivemos gere corrupção, assassinatos, caos, crises, competição, medo, entre outras energias negativas para muitos e lucro financeiro e tecnológico para uns poucos – possa ser desvendado e compreendido. Certos detalhes são antecipados de uma forma precisa demais para ser apenas coincidência, como aludiu David Icke: “Eu pensei que era simbolicamente muito preciso quando o vi pela primeira vez, mas agora vejo que é inacreditavelmente preciso.” [3]
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Carpenter teve a ousadia de expor não só a Agenda da Elite Global, a qual vem se cumprindo quase que exatamente da maneira como descreveu, como seu modus operandi e modus faciendi, ou seja, os métodos e as técnicas utilizados para manipular pessoas e acontecimentos de modo a assegurar que a Agenda seja implementada, o que inclui conspirações para eliminar pessoas e organizações que são uma ameaça para a Agenda, infiltrar e colocar pessoas em posições de poder que farão a Agenda acontecer, e a criação de eventos de grande magnitude (colapsos econômicos, atentados terroristas, guerras, catástrofes ecológicas, falsas invasões extraterrestres, etc.) que farão o público aceitar e apoiar essa Agenda. Desta maneira, fatos aparentemente desconexos tornam-se aspectos da mesma conspiração para introduzir a mesma Agenda.
Uma questão perturbadora levantada no filme é se os alienígenas estariam há muito tempo no controle. Armitage intui que “talvez eles sempre tenham estado conosco, aquelas coisas lá. Talvez eles adorem nos ver odiar uns aos outros, matar uns aos outros, se alimentarem de nossos corações frios.” Em consonância com Carpenter, Icke cogita que a atual magnitude de domínio por parte dos aliens reptilianos não foi estabelecida há uns poucos anos, nem tampouco há poucas décadas ou séculos, mas sua origem remonta há milhares de anos atrás: 
“A estrutura das instituições atuais de governo, bancos, negócios e mídia não foram infiltradas por esta força, elas foram criadas por eles desde o começo, há muitos milênios. É o desdobramento de um plano, peça por peça, para o controle centralizado do planeta.” [4]
O filme mais pessoal de Carpenter soa não apenas confessional mas também premonitório, atestando mais uma vez que Hollywood foi criada com intenções que vão muito além de “entreter”. A maioria de seus diretores são “Magos Negros” que recheiam suas obras com mensagens subliminares e símbolos esotéricos em profusão de modo a serem implantados em nossos planos subconscientes para nos manter controlados, doutrinados e incapazes de discernir o que é realidade e o que é ficção. Seria Carpenter, um dos mais prolíficos e influentes diretores de cinema de horror e ficção científica de Hollywood, um insider, um “mago negro”, ou apenas um cineasta extraordinariamente inspirado a ponto de adiantar com assombrosa exatidão as medidas que seriam impostas nos anos seguintes pela elite globalista para completar sua Agenda de escravização mental, emocional, espiritual e física da humanidade com um governo mundial aprovado e apoiado por essa própria humanidade idiotizada, hipnotizada e zumbidificada?
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John Carpenter, à esquerda, dirigindo o filme.
Qualquer que seja o caso, as informações por ele passadas, ainda que de forma disfarçada, puseram as elites de sobreaviso. Por excessiva cautela, talvez, ou mais provavelmente por uma compaixão negligenciada e uma arrogância típica de quem se considera no direito de governar o mundo e controlar as massas ignorantes que eles enxergam como inferiores, medidas preventivas foram tomadas para que o filme saísse logo de cartaz e fosse relegado ao ostracismo. 
O filme estreou em 4 de novembro de 1988 e durante a primeira semana de exibição angariou o primeiro lugar nas bilheterias. Estranhamente, porém, o público foi diminuindo rapidamente e o filme permaneceu apenas duas semanas entre os Top Ten. Carpenter atribuiu o fracasso comercial, muito apropriadamente, à alienação e decadência cultural daquela geração que, conforme suas incisivas e significativas palavras, “não deseja ser iluminada”.
Tanto o público quanto a crítica em geral, à época sem a visão abrangente que foi se formando a partir dos anos 90 com a acelerada centralização do poder no planeta e o recrudescimento dos mecanismos de controle, não viram no filme nada mais do que uma metáfora à exploração e opressão da burguesia contra as massas trabalhadoras e ao poder de consumo imposto pelas mídias visuais e auditivas controladas por essa burguesia. 
Os críticos, como que deliberadamente inclinados à depreciação, visaram principalmente o roteiro, desqualificando-o como nonsense,absurdo e inconsistente, com uma série de hiatos, atalhos e acasos infelizes, além de maniqueísta demais por simplesmente pintar os ricos como demônios fascistas. Engrenagens do poder foram postas em movimento para destruir a obra de Carpenter? O fato é que desde então o cineasta nunca mais retomou o nível de suas produções anteriores e sua carreira entrou em franco declínio.
Ficção científica ou documentário?
O filme sobre a humanidade sendo manipulada para procriar e consumir sem pensar por uma raça superior de extraterrestres metacapitalistas repugnantes, foi categorizada na época como ficção. A esse respeito, o diretor John Carpenter comentou: 
"Inicialmente fomos forçados a promover o filme como uma fantasia, mas as criaturas com cara de caveira que usam o consumismo para nos transformar em gado obediente não sentem mais a necessidade de se esconder. Acho que todo mundo já resolveu por si mesmo a esta altura, ou simplesmente não dá a mínima."
E acrescentou: 
“Não foi fácil conseguir que os alienígenas nos deixassem filmá-los, mas quando eu disse a eles que eles dividiriam a tela com Rowdy Roddy Piper, eles realmente não puderam dizer não. Ele é Rowdy Roddy Piper, pelo amor de Deus!"
Em seu Twitter em 27 de setembro de 2013, Roddy Piper confirmou: "They Live is a documentary!!"
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Piper ratificou suas palavras fazendo a mesma postagem em 23 de janeiro de 2015:
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Pouco mais de seis meses depois, em 24 de julho de 2015, Piper apareceu como convidado no The Rich Eisen Show. Ele tinha problemas para organizar seus pensamentos e manter o foco, muitas vezes divagando e não respondendo às perguntas de Eisen. 
Sete dias depois, em 31 de julho, Piper morreu enquanto dormia aos 61 anos de idade em sua residência de verão em Hollywood, Califórnia. Seu atestado de óbito cita uma parada cardiorrespiratória causada por hipertensão, com uma embolia pulmonar como fator contribuinte. Amigo de longa data de Piper, Bruce Prichard revelou em seu podcast que recebeu uma mensagem de voz de Piper na noite de sua morte. Na mensagem, Piper indicou que não estava se sentindo bem e que iria dormir. Hulk Hogan revelou mais tarde que Piper havia deixado para ele uma mensagem de voz que ele descobriu após sua morte, na qual Piper disse que estava "caminhando com Jesus".
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Notas:
1. Quando explanava a respeito da ameaça alienígena do filme a um executivo da Universal, este o interrompeu, dizendo: “Onde está a ameaça nisso? Todos nós nos vendemos todos os dias”. Carpenter acabou usando essa frase no filme.
2. Trecho da fala de David Icke durante a conferência de lançamento de seu livro Human Race Get Off Your Knees: The Lion Sleeps No More. A conferência foi realizada no London’s Wembley Arena em 27 outubro de 2010 e se estendeu por quase 7 horas. Graças a Icke é que o filme execrado de Carpenter vem sendo redescoberto.
3. Ibid.
4. Icke, David. The Biggest Secret: The Book that Will Change the World, Arizona, Bridge of Love Publications, 1999, p.11.
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É importante também não tentar fantasiar a vida. Não tentar olhar tudo com os óculos do coração. Porque o coração às vezes vê flores onde de repente só há espinho. Eu sei que às vezes queremos ver o lado bonito para evitar o desgaste das coisas e da própria vida em si. Mas é importante enxergar as coisas exatamente como elas são e isso vai de situações a pessoas.
Nanda Marques
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temumaneurose · 1 year
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O rapaz que come salgadinho fofura dentro do ônibus. A máscara presa no queixo, como um babador de adulto, concentrando todos os restos de farelo que caem da boca que mastiga feroz. Ele limpa os dedos amarelados na roupa gasta. Crosta oleosa presa como um novo acessório.
(Ninguém irá perceber
Além de mim.)
Tento me concentrar em outra cena. A minha cabeça pode facilmente ser um lugar apavorante. Então desvio os olhos para o cobrador encurvado, concentrado na tela do celular, não se distrai com o tumulto que vai se formando ao redor. Um ônibus parece uma caixa de sapato cheia de ratos espremidos, barulhentos e de cheiros duvidosos.
(Eu sou um rato fingindo ser gente?)
Mas o cobrador segue intacto, protegendo o celular como quem guarda um segredo dentro de um casulo. Rapidamente vejo que posso enxergar o reflexo da tela nos seus óculos de armação cinza e identifico corpos pelados se abraçando.
Penso no ônibus como extensão da sua própria casa.
(Me julgo em silêncio:
Seja normal
Por favor.)
Volto agora para a mulher que divide o banco comigo. Braço que gruda no meu. A intimidade pública mais forçada que existe.
Ela balança o corpo feito geleia molenga, pesada. Duas estampas de leopardo que brigam com a sandália de corações.
Nada parece habitar confortavelmente dentro dela.
(Quem sou eu para falar de uma existência serena?)
Mas observo suas mãos nervosas coçando a cabeça desesperadamente. Uma espécie de neve branca cai em seus ombros, ela observa e rejeita em meu ombro um punhado de caspas. Como se eu fosse a continuação dela. Como se eu não fosse reagir. (E não reajo.)
Sou uma narradora fiel aos meus personagens. Ao terminar a viagem apagarei tudo o que confessei sobre mim e fim.
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yuxvee-a · 1 year
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𓏲 ་ ࣪ ་ aqui se encontram algumas curiosidades e pontos importantes de yu xue'e para melhor compreensão do seu todo !
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embora  os  olhos  anômalos  sejam  quase  ociosos  em  seu  rosto,  xue’e  é  muito  perceptiva  a  sons,  odores,  contornos  e  gostos. em  dias  particularmente  excessivos,  em  que  apenas  silhuetas  vagas  e  enevoadas  lhe  são  perceptíveis,  depende  exclusivamente  da  sua  audição  e  tato  para  guiar-se. nessas  ocasiões  tende  a  se  isolar  completamente  do  mundo  externo,  uma  exceção  à  sua  habitual  forma  enérgica  e  exuberante; 
 por  ser  uma  pessoa  sensorial,  não  é  incomum  vê-la  andando  descalça  por  superfícies  distintas,  como  grama,  areia,  mármore  e  ladrilhos  para  citar  alguns. também  contempla  o  toque  de  algumas  texturas,  como  pelo  animal,  veludo,  pétalas,  a  pele  de  outrem,  cetim,  e  folhas  secas; 
 que  sua  dedicação  acadêmica  está  bem  longe  de  ser  exemplar,  é  um  fato  amplamente  difundido,  e  esperado  dentro  do  seu  quadro,  o  que  é  de  pouco  conhecimento  é  que  yu  demonstra  inteligência  acima  do  normal  quando  adaptada  ao  seu  meio  de  aprendizagem. a  verdade  é  que  pouco  se  importa  com  o  que  lhe  é  imposto  pelas  rígidas  estruturas  da  academia  preparatória  real  e  tampouco  acredita  que  é  o  melhor  ambiente  para  alguém  com  as  suas  particularidades. é  mais  um  ponto  em  sua  lista  de  coisas  que  deve  se  acostumar,  independente  do  que  realmente  anseia. a  sua  dedicação  e  perspicácia  são  nítidas,  no  entanto,  quando  desafiada  com  algo  que  ressoa  em  seu  vazio,  como  o  extracurricular  de  genética. um  campo  da  medicina  e  biologia  tão  complexo,  e  o  qual  yu  se  excede; 
 no  mesmo,  recentemente  descobriu  a  possibilidade  de  tratamento  para  a  amaurose  congênita. é  uma  enorme  chama  de  esperança  que  vem  cultivando,  uma  chama  perigosa  que  pode  queimá-la  mais  do  que  se  permite  pensar,  afinal  a  terapia  gênica  recentemente  aprovada  em  solo  europeu  só  demonstra  progresso  em  casos  que  um  gene  específico  é  responsável  pela  mutação. desde  cedo  aprendeu  a  não  apostar  todas  as  suas  expectativas  em  uma  utopia,  mas  não  deixa  de  imaginar-se  livre  do  que  tanto  já  lhe  causou  angústia; 
 é  vegetariana  desde  tenros  seis  anos,  quando  sua  visão  ainda  não  tão  afetada  a  permitiu  presenciar  os  cozinheiros  imperiais  abaterem  inúmeros  animais  inofensivos  em  preparação  para  o  banquete  de  ano  novo  lunar. desde  então  não  ingeriu  sequer  um  jiaozi  que  não  fosse  de  vegetais  ou  participou  de  costumes  envolvendo  o  consumo  de  carne. seu  objetivo  é  se  tornar  vegana  em  algum  momento  da  vida,  mas  é  uma  ávida  consumidora  de  bolos  de  iogurte  e  figo,  bem  como  mel; 
 é  atraída  por  cores  e  motivos  complexos,  mas  se  adorna  exclusivamente  com  vestimentas  pretas,  brancas  e  cinzas. é  a  maneira  que  encontrou  de  não  demonstrar  a  inaptidão  visual  em  seu  estilo. apesar  de  serem  monocromáticas  e  em  uma  escala  pouco  variada,  os  tecidos  geralmente  dispõem  de  algum  brilho  ou  são  adornadas  por  tais. um  dia  cometeu  a  gafe  de  sair  com  sapatos  em  cores  trocadas,  e  transformou  o  deslize  em  sua  marca  registrada. possui  uma  enorme  coleção  de  pares  extravagantes  em  diversas  formas,  cores  e  com  inúmeros  adereços,  que  mescla  no  seu  uso  diário; 
 além  dos  calçados  peculiares,  uma  de  suas  marcas  são  os  óculos  de  sol  em  formato  de  coração. os  utiliza  pela  extrema  sensibilidade  à  luz  que  possui,  e  como  uma  brincadeira  autodepreciativa,  para  sempre  enxergar  o  mundo  através  de  lentes  romantizadas; 
 seu  cheiro  é  de  spiriteuse  double  vanille  desde  2007  quando  a  guerlain  lançou  a  fragrância  e  em  uma  viagem  à  frança  se  apaixonou  perdidamente  pelos  vidros  de  abelha. guarda  com  carinho  alguns  dos  frascos  exclusivamente  desenhados  para  ela; 
 todas  as  vezes  que  alguém  pegar  o  seu  telefone  encontrará  cerca  de  trinta  ou  mais  ligações  perdidas  e  o  triplo  de  mensagens  não  respondidas. tem  uma  preguiça  quase  descomunal  de  manter  conversas  virtuais,  com  exceção  dos  aplicativos  de  encontro  que  utiliza  em  uma  base  quase  diária  e  o  asian  news,  grupo  que  mantém  com  ranee  e  redacted; 
 trouxe  consigo  da  china  seus  leais  companheiros,  minzhe  e  meiying. min  é  seu  quase  cão  guia,  embora  jamais  possa  ser  classificado  como  tal  por  sua  agressividade  com  desconhecidos  e  sempre  que  ameaçado. mei  é  seu  apoio  emocional,  a  estrutura  elegante  e  o  pequeno  corpo  desprovido  de  pelo  ainda  a  recordam  de  sua  infância  e  adolescência  com  a  mesma  ao  seu  lado  de  companhia,  é  capaz  de  ler  seus  humores  melhor  que  qualquer  humano  e  sempre  permanece  perto de si. dizem  que  os  animais  são  retratos  de  seus  donos,  e  em  seu  caso  não  poderia  ser  mais  verdadeira  a  premissa; 
 também  especialmente  transportado  de  seu  país  natal  quando  integrou  a  equipe  de  hipismo,  é  seu  hanoveriano  preto,  daoji. o  animal  a  acompanha  há  oito  anos,  foi  presente  de  um  diplomata  dinamarquês  à  princesa  na  comemoração  de  seus  dezessete  anos. é  com  ele  que  treina,  compete  e  triunfa; 
 assim  como  os  demais  membros  da  família  imperial  e  a  maioria  religiosa  praticante  da  china,  mesmo  que  mais  de  cinquenta  por  cento  do  país  não  pratique  religião  alguma,  xue’e  segue  em  parte  o  shenismo. a  fé  não  é  algo  que  a  prende  ou  dita  seus  comportamentos,  nem  mesmo  considera  algo  de  extrema  importância  em  um  indivíduo,  mas  por  aparências  e  senso  de  pertencimento,  já  foi  vista  em  cerimônias  tradicionais  e  em  mais  de  um  templo; 
 de  maneira  poeticamente  paradoxal,  é  uma  criatura  incrivelmente  inconstante,  mas  que  necessita  de  constantes  em  sua  vida. precisa  de  afirmações,  atenção  e  cuidado  contínuos. é  muito  volátil  e  não  é  difícil  vê-la  esbravejando  com  alguém  próximo  de  si  em  um  minuto  para  dali  duas  horas  estar  se  desmanchando  em  risos  com  o  mesmo; 
 viciada  em  adrenalina,  sua  presença  não  é  nada  estranha  nos  mais  diversos  e  perigosos  lugares,  engajando  em  atividades  de  risco  e  praticando  atos  nada  saudáveis. é  dependente  de  fármacos,  sejam  eles  prescrevidos  ou  não,  bem  como  de  inúmeras  misturas  alcoólicas; 
 o  estereótipo  da  mulher  asiática,  passiva,  recatada,  submissa  e  calada  não  poderia  ser  mais  estilhaçado  por  xue’e  se  a  mesma  tentasse. é  reativa,  desprovida  de  pudor  e  indômita  em  mais maneiras  do  que  se  é  possível  contar. relacionamentos  são  como  sacolas  para  a  chinesa,  alguns  descartáveis,  outros  reutilizáveis,  mas  jamais  constantes,  se  ela  ainda  não  quebrou  o  seu  coração,  de  forma  platônica  ou  romântica,  é  apenas  porque  você  ainda  não  a  permitiu; 
 suas  flores  preferidas  são  cravos  vermelhos  e  lírios  brancos. inúmeros  podem  ser  vistos  espalhados  por  sua  suíte  em  todos  os  cantos. são  trocados  diariamente  e  xue’e  gasta  uma  pequena  fortuna  com  os  arranjos  mensalmente,  mas  detesta  coisas  definhando  e  se  esvaindo,  gosta  de  se  cercar  de  vivacidades,  exaltações  e  vida.
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