15. ENZO VOGRINCIC IMAGINE
ᡣ𐭩 ─ namorado! enzo vogrincic × leitora.
ᡣ𐭩 ─ gênero: divertido. 🪁
ᡣ𐭩 ─ número de palavras: 778.
ᡣ𐭩 ─ notas da autora: oioi meus aneizinhos de saturno, como vão? espero que gostem viu? se cuidem e bebam água, um beijo. 😽💌
Trazer seu namorado para o Brasil para que o mesmo pudesse ter um tempo de lazer e descanso foi uma das melhores coisas que S/n fez nesses três meses de relacionamento.
Enzo estava mais do que apaixonado pela garota. Seus olhos brilhavam sempre quando encontram os dela, seus abraços eram aconchegantes e longos aproveitando o momento, os beijos eram apaixonantes e lentos ─ dependendo da ocasião ─ e sem contar que durante essa semana de descanso no País Tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, Vogrincic andava se encantando ainda mais pela cultura, costumes, idioma e até pelas danças do Brasil.
Já passava das seis da tarde quando o casal latino saiu do hotel no qual estavam hospedados e pegaram um ônibus para aproveitar o começo de noite em Copacabana. Assim que desceram do transporte público, Enzo sorriu ao observar como aquela parte do Rio de Janeiro era iluminada.
Quando eles entraram no barzinho, cujo nome era “BAR DO MELÃO E DONA ANA” ─ que estava escrito com letras maiúsculas na parede lateral do lado de fora ─, a brasileira foi logo para a bancada, pedindo duas Itaipavas e duas porções de batatas-fritas.
As pessoas riam alto e um sertanejo antigo tocava baixinho quando a comida chegou. Enzo sorriu admirado para sua namorada, ela estava usando um short jeans curto azul de cintura alta, uma regata preta e uma famigerada Havaianas nos pés. Já o uruguaio trajava uma camiseta branca manga curta, uma calça jeans também azul e sua fiel escudeira, bota preta.
Pois é… Nem o calor de rachar que fazia no Rio era capaz de fazer Enzo Vogrincic largar aquela bota…
─ Dona Ana do céu, essa me faz querer sofrer pelo ex que não tenho! ─ A brasileira diz animada se levantando com o litrão na mão assim que escuta os acordes de Esqueci, Bruno e Marrone.
O uruguaio sorria ao ver como o corpo de sua mulher se movia e a forma engraçada que ela cantava, fazendo uma verdadeira performance para as poucas pessoas presentes naquele bar.
Dona Ana, enxugando os copos de vidros, olha para Enzo e diz:
─ Tem sorte de ter uma mulher dessa na tua vida, vê se a dê o que merece, meu filho… Dinheiro, amor, carinho e respeito.
Apesar de não compreender muito o português, Enzo concordou com a cabeça observando Seu Melão cutucar o ombro de Ana. Eles juntaram seus corpos atrás do balcão e começaram a dançar no ritmo da música.
Na hora que voltou seu olhar para a sua garota, Vogrincic não conseguiu conter a risada.
─ Eu até já esqueci a cor dos teus olhos castanhos, que tem um metro e sessenta e que se demora no banho. Esqueci que seu sapato é do tamanho trinta e seis e que adora fazer sexo trinta vezes por mês! ─ S/n cantava abraçada com o litrão de Itaipava, movendo seu corpo para lá e pra cá sem tirar os pés do chão.
Seus olhos encontraram os do seu namorado e ela continuou a cantar, encarando o uruguaio.
─ Esqueci que me acorda com o café da manhã nos seus braços me apertando, se dizendo minha fã. Esqueci de te dizer que este pranto nos meus olhos é que o meu time perdeu e por isso então eu choro!
Terminado de comer sua porção de batata-frita, Enzo levanta e se aproxima da mulher, a puxando lentamente pela cintura.
─ Quem vê você assim vai pensar que está sofrendo por alguém. ─ O mais velho comentou colocando uma mecha do cabelo da moça para trás da orelha dela.
─ Deixem eles pensarem, amor! É só uma música que me faz lembrar dos churrascos aos domingos em família. ─ A garota fala sorrindo, fazendo Enzo soltar uma risada gostosa e alta. ─ Eu tô com você e é só isso que importa.
O homem umedece os lábios e olha para a boca de sua garota, perguntando:
─ É só isso que importa?
─ É só isso que importa… ─ A mulher reafirma fechando os olhos e sentindo os lábios de Vogrincic chegarem perto dos seus.
O momento fofo não durou muito, confesso. Quando a música de Bruno e Marrone terminou e começou a tocar Ela é Amiga da Minha Mulher do Seu Jorge, a brasileira abraçou Enzo animada e começou a dançar ao seu lado.
Cantando, tentando fazer o uruguaio dançar e rindo junto a ele, que por agora, estava responsável em segurar seu litrão.
De uma coisa Enzo Vogrincic tinha certeza: Mesmo se divertindo horrores com sua namorada e com vontade de deitar agarradinho com ela, os dois não saíram do barzinho tão cedo…
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The Story Of Us I
– O primeiro amor, Jaemin Na.
Segundo Ato: Fearless.
notas: com a parte dois, chegamos ao fim do primeiro capítulo de the story of us. quem será o próximo? espero que gostem!
Jaemin é um namorado de presentes. Muitos, até. Mas não como se vê por aí, com embalagens, laços e afins. Depois de mais de um ano de namoro, ele percebeu que queria muito mais te marcar com memórias do que com artigos materiais. Por isso, ele dava tudo de si para te proporcionar as melhores experiências.
Certo dia, você confessou duas coisas ao garoto: morre de medo de andar de skate e tem muita vontade de ir à praia na chuva. Conseguiu ver a lâmpada acender sobre sua cabeça, sinal de que já sabia o que faria.
Assim, vieram passar um final de semana na casa de praia da família dele. Devido a previsão de chuvas fortes, a pequena cidade do interior está vazia, apenas os poucos moradores fixos circulam por ali. Jaemin precisou quase implorar para que os pais permitissem a invenção, preocupados com vocês. Mas para tudo existe um charminho a ser feito, então ele conseguiu o que desejava.
O anoitecer de sexta está com o tempo preguiçoso, do mesmo modo você e Jaemin, grudadinhos no sofá. Apesar das nuvens escuras pintando o céu de cinza, a chuva ainda não deu o ar da graça.
O garoto olha pela janela ao ser cutucado pela brisa gélida visitando a sala e pensa que seria uma boa fazer a proposta que ronda sua mente.
— Bora na orla? — Ele pergunta esperançoso e, mesmo ao ouvir teu resmungo dengoso, não cede. — Aproveitar um pouquinho, amor. Vamos, vai...
— Fazer o quê lá? — Você o vê dar uma risada pela tua manha. Pura falta de vontade de sair do quentinho.
— Ah, a gente pode caminhar um pouco. Rapidinho, prometo.
Maldito sorriso lindo que sempre te convence das maiores burradas.
Agora que já está em cima do skate do namorado, toda equipada com capacete, joelheira e cotoveleira, não pode desistir. Deveria ter previsto... A sorte é que a praia está vazia, obviamente. Ninguém vai ver esse sofrimento.
— Mô, calma. — Ele murmura, depositando um beijinho no teu braço enquanto segura tua cintura. — Tô aqui contigo e vou andar só um cadinho.
Ele movimenta o skate para a frente e você tenta não soltar um gritinho. A tremedeira torna tudo mais difícil, tem de se equilibrar.
— Pega impulso com o pé.
— QUAL PÉ? — Acaba questionando mais alto do que tinha calculado e fecha os olhinhos com pavor.
— Não precisa ter medo, tô aqui. Tô aqui. — Ele reafirma. — Deixa que eu empurro um pouquinho, tá? Esquece o pé.
Cuidadosamente te empurra mais um pouco, e você abre as pálpebras. Sentindo o vento no rosto, sorri fraco, o que Jaemin vê como um bom indício. Então ele toma um pouco mais de velocidade, mas sua mão te sustenta com mais força. A segurança que sente é vívida.
A maior qualidade de Jaemin é que ele quase não tem medos, e o teu maior defeito é ter muitos. Aos poucos, o menino deseja riscar um por um da tua lista. Portanto, remove as digitais repousadas sobre teu corpo com a leveza de uma pluma. Você não as sente, mas sente um impulso por trás do skate.
Uma exclamação de surpresa deixa os teus lábios entreabertos, mas o ar traçando teus fios soltos rouba tua atenção e, pelos breves segundos que avança na ciclovia, esquece o temor.
Perdendo intensidade, o instrumento para devagar. Você pousa um pé no chão, rindo, sem acreditar. Girando o corpo para falar com o namorado, repara que ele não está mais ao teu lado. Procura-o atrás de si e o vê há poucos metros de distância, o sorriso rasgando as bochechas e os punhos para o alto, batendo palmas.
Jaemin riscou um de teus medos.
Com delicadeza você dobra as roupas de cama antes emboladas e organiza os lençóis. Mesmo com a janela cerrada o frio consegue se espalhar pelos cômodos rapidamente. Jaemin está lá fora no quintal, aparando a grama porque sua mãe pediu.
Vocês amam passar um tempinho sem fazer absolutamente nada juntos, porque então só aproveitam a companhia. Poderiam rir de doer as costelas, ou simplesmente ficar em silêncio, dormir... Se conheciam bem para saber qual momento era o melhor para cada coisa.
Mergulhada nos pensamentos, leva um susto ao ouvir a voz alta de Jaemin ainda fora de casa. Não deu para compreender uma palavra do que ele disse.
— NÃO ENTENDI NADA! — Você declara de volta, parando as ações abruptamente. Ouve os passos apressados se aproximando.
Ele aparece na porta, o rosto vermelho pela pequena corrida.
— TÁ CHOVENDO! — Trocam sorrisos animados e você vai até ele acelerada, entrelaçando suas mãos e disparando até o portão de madeira.
Atravessando a rua, chegam na areia da praia bem quando os pingos grossos aumentam, deixando-os encharcados em instantes. Apenas sentem a chuva tocar suas peles cálidas por um momento, até que Jaemin aperta teus dedos para que abra os olhos.
Ele faz uma reverência formal e você ri, permitindo que ele envolva tua cintura para uma dança sem música no meio da orla vazia.
— Como é aquela música mesmo? — Ele olha para cima, caçando a melodia que você cantarola de vez em quando. Apesar de nunca ter assistido High School Musical 3, conhece bem a música por tua causa.
— It's like catching lightning...? — Canta o refrão para verificar se é mesmo a letra que ele procura.
— ISSO! The chances nanalarará... like youu... — Ele arrisca completar, sem recordar-se das palavras direito, o que te faz soltar uma gargalhada. Ele é tão lindo.
Os pés deslizam sobre a areia molhada numa valsa muito desajeitada porque não paravam de rir, cantando absolutamente tudo errado. Jaemin gira o teu corpo e prende-o contra si, te deixando de frente para a água. A dança chega ao fim e vocês contemplam a paisagem tão distinta.
O céu cinza claro em contraste profundo com o azul tão escuro do oceano que recebe as gotas do alto te deixa sem fala. É mais bonito do que imaginara. Com o queixo apoiado na tua têmpora, o namorado solta um suspiro satisfeito. Mais um de seus presentes inesquecíveis deu certo.
— Nana, te amo. — Segreda tímida, quebrando o silêncio entre os dois. — Obrigada por isso. — Você gira para mirá-lo e mais uma vez aquele sorriso te quebra.
— Eu te amo muito. — Os lábios acariciam os teus e os tomam num beijo geladinho pelo frio. Pouco se importam com o estado no qual a tempestade os deixou.
Jaemin segura tuas bochechas num afago íntimo e você o traz para ainda mais perto, sentindo aquela mesma faísca do primeiro beijo.
— Jaemin, quero ir pra casa... — Você diz entre os selinhos duradouros que espalham eletricidade entre os dois.
— Mas a gente acabou de chegar. Tá tudo bem? — Ele toma certa distância para olhar nos teus olhos.
— Jaemin. — Ele assente como que para dizer que te ouve. — Eu quero ir pra casa.
A mesma luz acende em sua cabeça, no entanto, o sorriso traz consigo as bochechas ruborizadas.
— Tem certeza? — Jaemin espera que você não consiga ouvir as batidas de seu coração. Como conseguiria se o teu próprio martelava teu ouvido?
Você balança a cabeça positivamente e outra vez correm de mãos dadas, voltando para casa.
A maior qualidade de Jaemin é querer tirar todos os teus medos. E ele tira um por um com tanto carinho, com tanta devoção. Nunca se arrependeria da entrega ao teu primeiro amor.
Alguém poderia ter te avisado que o primeiro nem sempre é o único. Quando um elevador sobe rápido demais, também cai facilmente.
Nas férias, Yangyang resolveu chamar uns amigos para um dia de video games. Na verdade, ele só queria passar um tempo com a Nath, tua amiga, porque está interessado nela.
Quando os meninos cansaram de Fifa, debateram calorosamente sobre o próximo jogo, mas não chegaram num consenso. Por isso, pararam para comer as pizzas que pediram e para esfriar a cabeça com uma coquinha gelada.
— Não acredito que falta só mais um ano pra gente se formar. — Yangyang declara aliviado. Jaemin, no entanto, que ria de uma besteira, fecha a cara. — A gente tem que viajar, dar uma festa, soltar fogos, sei lá...
— Viajar não tem graça. Tem que ter festa e chamar a gente! — Nathália diz, rindo com o rapaz. — Né, amiga?
Você afirma levemente, preocupada com a reação do namorado. Ele mastiga olhando para baixo, o que era estranho demais. Jaemin sem fazer contato visual?
— Decidi nem faculdade, imagina o que vou fazer de formatura... Se eu não passar, minha mãe me mata. — O amigo continua, comendo mais pizza. Dessa vez, derrotado.
— Vai passar, cara. Calma. — Nath o tranquiliza. Observa ele tentar alcançar a mão dela, que o encontra no meio do caminho, brincando com os dedos.
De repente, Jaemin funga e foge para o banheiro. Apenas você repara, e seu coração aperta. Alguma coisa está acontecendo, porém o conhece bem. Ele não falaria nada aqui.
Respira fundo e tenta controlar a vontade de ir atrás dele. Não pretende pressioná-lo, não precisam disso. Quando ele volta com o nariz avermelhado e os olhos irritados, tenta esconder o máximo que pode com um sorriso forçado. Você aperta seu joelho e deposita um beijinho em seu ombro, e ele apoia a testa na tua. Está tudo bem, por enquanto.
No caminho para casa, Jaemin não estava correndo em volta de você, nem fazendo piadas ou gracinhas. Passaram por um canteiro de flores, e ele não teve forças de ir pegar uma delas para te dar. Há algo de absolutamente errado.
— Amor... — Você tenta iniciar uma conversa leve, ele está claramente tenso.
Nana para de andar de súbito, e você se volta para ele. A face tão bonita se contorce quando as lágrimas transbordam pelo canto dos olhos, ele morde o lábio para acalmar-se, sem sucesso.
— Eu preciso... Preciso te contar uma coisa. — Ele finalmente conecta as íris molhadas nas tuas. Teu carinho no peitoral o ajuda a lembrar-se como respirar.
— Tô aqui, fala comigo.
— Eu vou fazer um intercâmbio. — Ele profere como um arfar fatigado, mas espera a tua reação.
— Nana, isso é incrível! — As bochechas se inclinam para aproveitar que as tuas digitais tentam sossegar seu pranto escorrido. Ele nega com a cabeça. — Qual o problema, vida? — Sente tuas próprias pálpebras arderem, não é capaz de vê-lo desse jeito sem chorar também.
— Antes era só um curso pra depois da formatura. — Ele cerra os olhos, mais algumas lágrimas deslizam teimosas. Jaemin inspira mais uma vez. Guardou isso por tanto tempo que a ansiedade tomou conta do peito, postergou te contar por dois meses porque não sabia como. Infelizmente, vai ter de ser assim, aqui e agora. — Mas meu pai viu uma oportunidade pela empresa... Terminar o ensino médio e fazer a prova da faculdade de lá com prioridade pra entrar.
— Terminar o ensino médio?
— Eu... Eu vou embora em um mês. — Quando as palavras saem dos lábios, Jaemin sente o peso da realidade e o desespero embarga a garganta novamente.
Iria para outro país sozinho, sem amigos, sem o seu amor... Ele deveria estar feliz pela chance, quer muito estar feliz, mas não consegue. Não é o que ele almeja para si, e mais outra vez terá de realizar os desejos do pai.
Como reagir? Não sabe o que dizer. Logo, abraça-o com toda vontade de fazê-lo feliz que existe em teu interior. Tanta coisa passa na cabeça jovem dos dois...
Têm exatamente 29 dias. Os vivem de maneira intensa, romântica e, no fundo, melancólica. Não há para onde correr. Em nenhum dos vinte e poucos dias que tinham, conversaram sobre o que fazer. Já sabiam a resposta e isso os consumia com a mesma velocidade das horas avançando.
No dia 27, percebe que não dava mais para adiar a conversa que machucaria os dois. Chorou sozinha por horas... Mal pode crer que vão acabar assim.
Você, então, pega uma das pastas organizadoras 50mm que tinha sobrando no armário e coloca todas as suas fotos, flores secas, notinhas dos passeios, alguns presentes pequenos que cabem ali.
Remexendo as memórias, acha a carta que Jaemin te deu quando disse que te amava pela primeira vez. Sem coragem de abrir novamente, mira o envelope enquanto um filme de tantas outras vezes que trocaram as três palavras visita tua mente.
No dia 28, a rotina de Jaemin já está uma loucura. Conferência de malas pela milionésima vez, se despede de alguns amigos que ficaram sabendo por outros... e ele vive cada ação como um robô.
Ao tocar a campainha, uma urgência de correr para o mais longe possível corre pelo teu sangue fervendo. A saudade antecipada junto com a ardência no nariz te recorda que era necessário estar ali.
Pela primeira vez, o teu primeiro amor não sorri quando reconhece tua figura em sua frente. Ele sabe porque está ali. Te levando para o quarto dele, antes tão alegre, e agora preenchido por uma tristeza quase palpável pela partida abrupta, vocês se sentam na cama, confusos, perdidos.
— Me perdoa... — Ele fala, sem saber muito bem o motivo. Apenas escapa. — Eu não queria fazer isso contigo, com a gente. —
— Não, Jaemin... Não precisa disso. — As mãos que se tornariam estranhas em breve se enlaçam na despedida. — Você não fez nada de errado.
— Obrigado por tudo, por ter sido tão maravilhosa. Droga... — A última tentativa de lutar contra as lágrimas foi um fracasso. Não querem fazer isso, simplesmente não dá. Tantos sonhos... — Eu te amo tanto... que merda, eu te prometi tanta coisa.
— Por favor, não faz isso com você mesmo. — Você estende tuas digitais trêmulas para limpar seu rosto vermelho, a imagem dos olhos tristes de Jaemin te destrói. — Eu também te amo. Pra sempre.
— Promete que nunca vai me esquecer? — Inseguro, o rapaz se aproxima. Ter os rostos colados desse modo nunca parou de te tirar o ar, nem agora.
— É impossível te esquecer. — Num último beijo, os lábios se abraçam com gosto agridoce de adeus.
Daqui um tempo, teu número um não seria mais tão teu. A sensação dos beijos, dos toques, dos olhares seriam apenas lembranças no passado e tornariam-se pessoas diferentes por consequência da vida. Entretanto, quem foram um para o outro jamais seria apagado.
No dia 29, não tem coragem de levantar e nem de acompanhar as despedidas pelo instagram.
Tua mãe, Nath, Yangyang... todos eles tentam te animar, conversar, mas não adianta. Precisa de hoje para se recompor, outro dia se daria a chance de aceitar toda risada que eles guardaram.
O envelope que tinha deixado de fora da pasta te encara. O selo rompido arranha teus dedos enquanto você pondera se seria uma boa ideia reler a carta justo agora, depois de tanto tempo.
Cria forças e abre de uma vez, apressada para arrancar o band-aid.
Minha princesa,
Quando te vi a primeira vez, te achei tão linda. Você tava irritada porque tinha que sentar na primeira carteira. Eu fiquei torcendo pra não ficar te encarando, mas então você me olhou. Eu lembro que pisquei pra você, que bobo.
No semana do nosso primeiro encontro eu fiquei tão nervoso. Não sabia se, do nada, você mudaria de ideia porque fui rápido demais. Por isso, grudei em você. Acabou que era só coisa da minha cabeça e foi o dia mais divertido da minha vida.
Contigo eu não tenho medo de ser quem eu sou e sinto que posso ser o cara mais legal do mundo. Percebi isso nas nossas caminhadas pra escola todo dia, quando eu fico fazendo um monte de graça, e você ri de tudo. Por mais que eu fique todo nervoso perto de você, eu sinto que sou corajoso pra fazer de tudo.
Eu amo te ver todos os dias, almoçar contigo todos os dias, te buscar e levar em casa todos os dias, amo tanto te ajudar em matemática, amo falar mal da professora chata de geografia, amo zoar a garota enjoada que vira o nariz pra você… amo te fazer feliz.
Obrigado por ser minha namorada; por ser tão linda; por me ouvir e por ir tomar sorvete comigo naquele dia. E por cinco meses de muitos.
Eu, Jaemin Na, te amo.
Pra sempre teu Nana.
O maior defeito de Jaemin Na foi ter ido desbravar um mundo enorme após ter te despido de todos os teus medos, apenas para deixá-la com um muito maior: nunca mais perderia alguém de novo, mesmo que para isso tenha de fechar-se.
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