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agoranosostres · 6 years
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5 dicas para passear com bebés faça chuva ou faça sol
Nos dias mais frios, e apesar do sol, há coisas que não podem faltar quando saímos de casa com os mais pequeninos. Outras há que facilitam muito a nossa vida, quer seja primavera, verão, outono ou inverno. Começaria por vos dizer que aderi à “moda” da mochila desde que fui mãe. Confesso que é muito mais prático para guardar tudo e para ter sempre o kit mãos livres :) Na rua, no parque, nos baloiços... acho muito melhor andar com UMA só peça às costas do que uma mala de mão ou de ombro que teima em cair quando nos baixamos.  E se ao início tinha o saco da Leonor com TUDO, hoje em dia o saco da maternidade só serve mesmo para quando vamos viajar ou quando ela fica em casa dos avós. De resto, MOCHILA. Sempre MOCHILA. Com o essencial.  Vamos então às nossas sugestões:
#1 Os “básicos”: fraldas (em função do número de horas que vamos estar fora, claro), toalhitas, muda-fraldas daqueles portáteis para usar onde for preciso, água e uma coisa que se chama Gel de Arnica (nós usamos em stick) para os galos, nódoas negras e arranhões.
#2 Uma mantinha, caso o tempo arrefeça ou de repente fique aquele vento parvo que não estava quando saímos de casa. A mantinha tem a dupla função e vantagem de servir de toalha de “piquenique” improvisada :)
#3 Um livro, um boneco ou folhas brancas e lápis para entreter um bocadinho caso seja preciso.
#4 Comida: uma frutinha, iogurte ou bolachas, se o passeio for curto. Se incluir almoço, e se o bebé ainda não comer tudo, preparar um termo com a sopinha e outro com o 2º prato, por exemplo, para garantir. Se ainda for só maminha, mais prático ainda na hora de sair de casa, faça chuva ou faça sol :) Mas se já forem mais crescidos, há termos 2 em 1 muito bons e a preços bastante acessíveis.  O nosso é este...
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E agora arranjem uma cadeira e sentem-se porque há mochilas iguais para eles. A Leonor tem o conjunto termo, mochila e pratos do mocho, mas continuo apaixonada pelo do unicórnio que na altura estava esgotado. Agora chorem!
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#5 Finalmente, um carrinho de passeio compacto, que caiba em porta-bagagens microscópicos como o meu e que não nos obrigue a suar a camisola de cada vez que é preciso fechar e guardar. O nosso é lindo, confortável e super prático de abrir e fechar e maravilhoso de conduzir, mas fica a pedir socorro no meu porta-bagagens. No entanto, para quem vai ter bebé agora ou para quem procura simplesmente mudar de carrinho de passeio, esta pode ser uma boa solução.  O assento é completamente reclinável e dá para o bebé ir de frente para a estrada ou para os pais. É dos mais compactos que encontrámos e, ao mesmo tempo, leve e confortável, o que para quem, como nós, adora viajar, é muito importante.
É possível comprar apenas o carrinho de passeio, mas têm sempre a opção com ovo incluído que, regra geral, compensa. A única coisa que este modelo não permite é colocar alcofa (já há modelos destes compactos um pouco mais caros com essa opção). Se querem saber, nós mal usámos a alcofa fora de casa.
E se gostarem dos preços de determinada loja online, não tenham receio de fazer a encomenda. Os pagamentos hoje em dia já são bastante seguros e há lojas como aquela que está nos links que, inclusive, conseguem entregas em 24 horas. No caso dos carrinhos, que a pessoa fica sempre na dúvida se é mesmo aquilo ou não, há sempre a hipótese de ver o modelo pretendido numa loja física perto de casa e só depois, então, fazer a encomenda online. Desde que fui mãe que fiquei fã das compras pela internet! Nota-se muito?
Posto isto, não se esqueçam das nossas dicas para o fim de semana de sol que se avizinha e aproveitem muito com os mais pequeninos! :)
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agoranosostres · 6 years
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Uma etapa que termina... outra que começa!
Foram quase 21 meses. Nunca imaginei, como já vos tinha dito uma vez. Nunca imaginei que conseguisse amamentar durante tanto tempo, que tivesse tamanha vontade e força e espírito de sacrifício que, vamos lá ver, é preciso de vez em quando, pelo meio do caminho. Sempre gostei de dar mama, mesmo quando ao início as dores eram quase insuportáveis (sim, eu sei que não era suposto e estou certa que numa próxima vez não hesitarei em pedir ajuda se precisar). 
Sempre gostei de dar mama, mesmo quando me pedias no momento em que me sentava para almoçar ou jantar. Sempre gostei de dar mama, mesmo olhando para os meus amigos a beberem um copo de gin e estando cheia de inveja. Sempre gostei de dar mama, mesmo quando me diziam que já chegava. (?? sempre adorei isto!) Sempre gostei de dar mama, mesmo quando tu decidias fazer da mama chucha - e fizeste vezes sem conta, e ainda bem. Sempre gostei de dar mama, mesmo que isso implicasse não poder deixar-te a dormir uma noite nos avós para nós podermos chegar mais tarde a casa sem ter que te ir arrancar da cama às 2 da manhã ou às 3 como aconteceu umas duas ou três vezes em dias especiais.
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Sempre gostei de dar mama, quando tu ficavas 40 minutos nos meus braços ou apenas 5, porque o tempo eras tu que decidias. Sem pressas. Sempre gostei de dar mama, porque era um momento só nosso. De mais ninguém, mesmo quando o teu pai fazia questão de ficar a olhar para nós. Sempre gostei de dar mama, porque sabia que te estava a dar o Melhor. Sempre gostei de dar mama, porque estava certa que para além de alimento te estava a dar também segurança, conforto, mimo, carinho e outras ferramentas para a vida. (Faço aqui um parêntesis para deixar bem claro que uma mãe que não amamenta também dá isto tudo, calma! Quero apenas dizer que a mama não é só alimento, ao contrário do que muita gente ainda pensa). Sempre gostei de dar mama, mas também nunca fui fundamentalista. Sempre achei e continuo a achar que é importante que a mãe e o bebé estejam bem e com disposição, porque a amamentação é uma missão, exige muita coragem por vezes... e capacidade de abnegação.
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Dei mama em todos os lugares, sempre que pedias. Também já falei sobre isto aqui.  Dei, mesmo quando às vezes não me apetecia - não foram muitas, mas aconteceu.  Dei, mesmo quando já mal me cabias no colo de tão grande que estavas...e estás. 
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E eis que chegou o nosso momento. Senti que estava na altura e não me enganei. No dia em que experimentei não te oferecer a maminha que, aliás, pedias todos os dias ao acordar, tu não pediste, o que me permitiu ter mais força para aceitar a situação. Ninguém me obrigou, não estava desconfortável, nada disso. Simplesmente senti que estava na altura, na nossa altura. E, de facto, só nós as duas é que poderíamos saber. Sei que estou a ajudar-te a crescer e a dar-te mais asas. E isso é bom para ti e para mim. No fundo, se chamarmos a isto um processo, então o processo correu bem e de forma natural e até já dormiste esta noite (toda, até de manhã!!) em casa da avó Fátima. Tirando o facto de teres acordado às 5h45 e não teres deixado a tua pobre avó dormir mais, foi tudo lindo e maravilhoso. Enquanto a mãe acaba este texto, tu dormes (finalmente!!) e a tua avó deve estar a dormir a sesta também. Ganhámos todos, portanto! Mas este assunto merece um texto só para ele, mais à frente. Em resumo: se encararmos tudo com naturalidade e sem dramas de maior, a vida corre melhor. Sempre melhor. O fim da amamentação encaixa nesta ideia. É apenas uma etapa que termina... e outra que começa.
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agoranosostres · 6 years
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A quatro meses dos 2 anos... as birras
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Tal como se previa, as birrinhas por tudo e por nada já chegaram a esta santa casa.  Outra coisa não seria sequer de esperar de uma criança com tanta atitude, muita inteligência, extremamente atenta, observadora e destemida.
É assim a minha filha. Parece não ter medo de nada, ou de quase nada, com excepção de... estranhos, do aspirador, da campainha de casa, de cães grandes que se chegam perto dela e da Bimby... não tem mesmo medo de nada.
Desde o final de Janeiro que comecámos a reparar no aumento da frequência e do número de pequeninas birras por dia. Entrou numa fase em que choraminga (sem chegar a fazê-lo) “por tudo e por nada” e reage mal quando é contrariada. Reage com bastante desagrado mesmo. 
Quando digo contrariada falo mais concretamente de toda e qualquer coisa que atente contra a vontade indómita de sua excelência. Seja por lhe tirar alguma coisas das mãos, por não a deixar ir enfiar as mesmas dentro da sanita, ou quando abre o armário da sala e espalha a caixa de bombons por metade da área útil da mesma e é repreendida pela enésima vez, mas ainda assim sai dali a rir-se e a trote como se tivesse sido apanhada pela primeira vez. Enfim, podia referir aqui mais 200 exemplos diferentes que estou certo que, fossem eles quais fossem, vos seriam certamente familiares. 
 A Leonor é muito astuta e perspicaz dentro da sua pequena e despreocupada idade. Tem muito mas mesmo muito vocabulário, repete a grande maioria das coisas que lhe dizemos, passa os dias a cantar, entoa muitas das palavras de forma correcta e aplica, por exemplo, os seus “uauuuu” nas ocasiões certas.
Contudo, e como é perfeitamente normal para uma criança de 20 meses - credo, ainda só tem 20 meses e já “faz estas coisas todas” - tem muita dificuldade em controlar as suas emoções. Pudera, é das coisas mais complicadas que o ser humano tem de aprender a controlar, e todos nós sabemos como há muita boa gente que nunca chega sequer a conseguir fazê-lo ao longo de toda uma vida.
Diz com veemência - e algum prazer, até - a palavra Não, pois claro! 
- “Filha, gostas do pai?” - Não! - “E da mãe?” - Não! - “Não gostas do pai nem da mãe?” - Não! - rindo-se já desavergonhadamente!!!” 
São assim estes fedelhos, sem respeito algum pelos corações moles dos seus bons e pobres pais! 
Um “truque” que temos procurado seguir desde que tudo isto começou é o de conversar com ela, tentar explicar-lhe que não pode fazer a, b, c, d, e, f... e todas as milhares de “asneiras” que ela vai tentando perpetrar ao longo do seu dia. 
Claro que por vezes também nos “zangamos” com ela, fazemos cara feia, ela já percebe e liga o seu modo de olha-para-mim-que-sou-este-bebé-angelical-e-não-faço-mal-a-uma-mosca-quanto-mais-fazer-isso-que-estás-a-dizer e a coisa vai passando, até porque tentamos sempre tirar o foco do alvo da sua frustração, da sua “tristeza”. Pegamos-lhe ao colo e falamos com ela, para que se sinta sempre protegida, para que perceba claramente que faz asneiras mas que nós continuamos ali, do seu lado, incondicionalmente. Não somos nem mais nem menos, nem melhores nem piores. Longe, muito longe disso. Mas acreditamos que o amor tem de ser incondicional. E que ela tem de sentir isso. Sempre. Até mesmo quando nos zangamos com ela.
Não pode ser de outra forma. 
É uma fase chata e desagradável, claro que sim, nisso estamos todos inteiramente de acordo. A mesma traz ainda às costas a possibilidade que anda sempre à espreita na vida de quem anda com os pequenotes para todo o lado: os habituais episódios de birras horripilantes em locais públicos. 
Fazem parte do processo. Lembre-se de não os levar com fome para o supermercado! Não. Não é um conselho válido só para adultos. É válido para todo e qualquer ser humano.
Não se deixem envergonhar nem descarreguem neles a vossa própria vergonha porque o vosso filho ou filha está a fazer uma birra desde o momento em que viu aquele boneco da Patrulha Pata e achou que o mundo lho ia oferecer, ou porque quer comer aquele bolo e se não o fizer o mundo vai conhecer a perfídia e ira dos Deuses, ou só porque sim. Porque é uma criança e porque o mundo tem por hábito, aqui e ali, oferecer-lhe provas da sua imensa grandeza e generosidade. Porque afinal de contas, quem manda no mundo (dela) é ela! É isto em que ela acredita.  
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O diálogo e a serenidade são sempre os melhores conselheiros. Eles não sabem ou, no caso da Leonor, ainda vão tendo alguma relutância em partilhar o que “é Meu!”. 
Lembrem-se: eles querem o mundo na palma da mão. Porquê?
O mundo é o que os olhos lhes mostram. Não há mais para além disso.  Pronto, há também o sol, o céu, as estrelas, os popós, a escola, mas não passa disso.  Nas suas cabecinhas não há ligação entre todos esses “mundos”. Há apenas um copo que todos os dias acaba a transbordar de informação nova e que 9 ou 10 horas de sono não chegam para assimilar e arrumar no devido lugar. 
Crescer é uma tarefa tremendamente dificil e que envolve, entre tantas outras coisas:
- muito trabalho; - dedicação; - cansaço; - más decisões; - más escolhas; - aprendizagens; - frustrações; - felicidade... e claro...  - tristeza. 
Não conseguiremos nunca - e ainda bem que assim é - protegê-los de tudo e não podemos sequer fazê-lo, sob pena de lhes deformarmos a personalidade. É errado querer que sejam novos adultos formados à nossa imagem e semelhança. 
Credo! Longe de mim querer que os meus filhos sejam ou venham a ser parecidos comigo. Desejo-lhes uma vida bem melhor!! 
Digo-vos, por experiência própria, que é muito mais simples e eficaz tentar prevenir uma birra do que tentar acabar com a mesma.
A sério. Experimentem levá-los a um hipermercado, a um parque, onde quer que seja, embora o Hipermercado permita fazer um dos testes mais difíceis: resistir a TUDO AQUILO... =) mas de barriguinha cheia. Vão ver a diferença. Ou então levem comida de casa para lhes poderem dar assim que a hora apertar.
Como dizia há pouco. Se eles não estiverem com fome. Se tiverem dormido a sesta, ou tiverem  envolva-o(s) nas decisões, não ceda a todos ou à maioria dos seus pedidos. É tudo colorido e engraçado, giro e magnético... é de propósito! 
Aliás, ideia é mesmo essa. Fazê-los ficar “passados da marmita” e desatarem a pedir aos pais isto, aquilo, e mais isto e mais aquilo e aqueloutro. E se os pais não dão... buahhhhhhhh! Eu quero!! Já!! És mau!! Não gosto de ti!! Buahhhhhhhhhhhh!!!  
Mantenham a calma! Para vosso próprio bem. A vergonha será bem maior se começarem todos aos gritos. Expliquem-lhe(s) que não é possível, que não lhe(s) faz bem, que pode antes vir ajudar a mãe ou o pai, ou ambos a escolher a fruta, ou o pão. 
Optem também por tentar envolvê-los nas coisas mais rotineiras lá de casa em que, regra geral, eles adoram participar. É muito divertido ajudar os crescidos a fazer coisas de crescidos. 
Mas não posso deixar de vos dar apenas mais este pequeno conselho: preparem-se para perder a calma. 
Ninguém é de ferro. Ninguém é infalível. Todos nós temos dias menos bons. Dias em que dormimos mal. Em que estamos de rastos. Preparem-se também para esses dias e tenham a humildade e presença de espírito suficientes para aprenderem alguma coisa com eles. Quanto mais não seja aprendam com aquilo que fizeram e que não querem repetir numa próxima birra. 
Têm tempo. Isto dura até aos 4 anos. Com sorte. 
Não podemos é, em momento algum, deixar de lhes mostrar o quanto os amamos, que somos compreensivos para com as suas birras, asneiras, malandrices e afins, e que estaremos sempre por perto para os ajudar a crescer.
Feito isto, está mais de meio caminho feito para que os 2 ou 3 anos de birras que aí vêm sejam menos dolorosos.
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agoranosostres · 6 years
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Querido, mudei as cadeiras auto!
Sempre tive presente que mais vale mudar para melhor, ainda que mais tarde, do que não mudar de todo. Enquanto casal preservamos isso e ainda mais desde que a Leonor nasceu. As mudanças trazem coisas boas, bons ventos, boas energias. Sabe bem mudar e sabe ainda melhor quando as mudanças são cheias de confiança. Ora, mas vamos lá à mudança que interessa aqui! Quando chegou a altura de passar a Leonor do ovo para a cadeira, quando percebemos que ela já estava visivelmente desconfortável e com a cabeça no limite, decidimos comprar duas cadeiras auto de uma conhecida marca no mercado que não vende apenas cadeiras auto. E, como precisávamos de duas, pretendíamos fazer uma compra segura mas, ao mesmo tempo, não deixar os nossos salários logo ali numa loja e numa hora. Foi a nossa decisão na altura. Há uns meses, não muitos. Sabíamos de amigos que tinham essa marca e que sempre se deram bem, enfim... toda uma série de factores que se conjugaram no momento para avançarmos. O certo é que, estupidamente - nem parece nosso - não prestámos muita atenção aos testes de segurança e às últimas notícias sobre acidentes com crianças. Foi estúpido? Foi. É desconcertante saber agora que há “coisinhas” bastante melhores e por preços igualmente bons? É. Mas a vida é mesmo assim. 
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E ainda bem, porque, tal como comecei por dizer, é bom termos consciência de que é preciso mudar e sabermos admitir que fizemos escolhas menos certas. As nossas cadeiras antigas não tinham isofix, porque os nossos carros não têm isofix. Nem um nem outro. Não tinham, porque agora já têm, graças ao Filipe, um mecânico 5 estrelas que até foi ter connosco aos respetivos locais de trabalho para nos ir buscar os carros e depois devolver já prontinhos :) E, maravilha das maravilhas, a oficina é em Sassoeiros, em Cascais, e não em Freixo de Espada à Cinta. E digo-vos isto porque a maioria dos mecânicos não coloca isofix no carros, é um serviço raro de encontrar, pelos vistos. De qualquer forma, é preciso também alguém de confiança. E garanto-vos que o Filipe é essa pessoa, caso contrário não lhe tinha posto o meu carrinho e os meus documentos nas mãos durante umas horas. 
Foi um processo relativamente rápido este e estamos muito satisfeitos, na verdade. E perguntam vocês: mas onde é que eles foram comprar as cadeiras? A uma loja multimarcas onde trabalha a irmã de uma colega nossa que é ESPECIALISTA (eu disse especialista? Ela é MEGA especialista!!) em segurança rodoviária infantil. Se estiverem com dúvidas apitem que nós dizemos tudo e até mandamos as coordenadas GPS. A Isabel é a pessoa indicada para falar sobre o assunto (que abordaremos em breve e com maior detalhe porque interessa a todos), sabe MUITO, dá formações e explicou-nos que não é preciso gastar o nosso ordenado numa cadeira auto. Dentro do orçamento disponível arranjou-nos cadeiras adequadas ao nosso dia-a-dia com a Leonor. E posso dizer-vos já que graças ao sistema de rotação 360º acabaram-se as lesões parvas nas costas a colocar a bebé no carro. Se precisam de ter 360º para ter segurança? Não, de todo! Mas que dá um jeitão, isso dá, desculpem lá!  Já fizemos a primeira viagem de teste e a pequenina aprovou! Venha a próxima!
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agoranosostres · 6 years
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Perceber a magia do Natal pelas reacções e palavras (ou tentativa de palavras) de uma bebé de 19 meses
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Tentar definir o Natal é um exercício de impossibilidade cósmica. Não há definição de Natal. Natal é o que cada casa quer que seja. O que cada família gosta de fazer, de comer, de beber, de dizer, de falar ou calar. Impressionante é tentares perceber a magia do Natal através das palavras (ou tentativas de palavras) e sobretudo, através dos olhos sequiosos de novidade e de experiências da tua bebé. Por isso, este texto visa precisamente tentar explicar-vos a magia deste 1º Natal “a sério” através da suas palavras (e das coisas que se assemelham a tal) e reacções.
Pela primeira vez tivemos um Natal interactivo, se assim se pode dizer, a três. A Leonor está crescida. Inteligente. Tremendamente comunicadora e comunicativa. Filha de jornalistas. De comunicadores. De pais que já escreveram livros. De um pai que é obcecado pelas palavras, pelo seu sentido. Pela sua correcta utilização. Talvez se possa dizer que seria de esperar que ela gostasse de comunicar. Talvez. Talvez haja de facto essa natureza comunicadora dentro dela que a faz ser tão genuinamente engraçada na sua aprendizagem das palavras, de significados e na forma como os deve usar para obter respostas às suas solicitações. 
A Leonor é uma criança muito meiga, extremamente meiga e extraordinariamente confiante. Destemida. Mexe em tudo. Quer tocar e ver tudo. Devora o mundo com aqueles olhos enormes com que olha para tudo desde o primeiro dia da sua vida. Absorve e olha-nos com os olhos todos para perceber o que lhe estamos a tentar dizer.  
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No dia em que montámos a árvore de Natal ficou radiante com as luzes e com os efeites da época. Começou a cantar a sua canção preferida - os Parabéns - à árvore de Natal (é isto todos os dias) e ao fim de 10 minutos fui dar com ela a meter as luzes dentro da boca e a tirá-las da boca. E depois ria-se a olhar para mim. Só porque sim. Só porque o mundo é pequeno demais para conter tanta curiosidade. 
Estávamos bastante expectantes para ver como é que ela reagia este ano às prendas, ao Natal, à sala decorada, ao penduricalho da porta da rua, às luzes de Lisboa. E não podia ter sido mais comovente vê-la a absorver e a encantar-se com tudo isto. Sem com um “uaaaauu” pronto ao virar de cada esquina, ao desembrulhar atento de cada prendinha. Não há como não usar diminutivos quando escrevo sobre a Leonor. Não consigo. Fomos à Vila Natal em Óbidos, foi um primeiro Natal a sério em cheio. Com tudo o que tinha direito.
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Lá em casa temos a tradição de esticar o Natal até não podermos mais.  Talvez seja por isso que a árvore de Natal chega a ficar montada até final de Janeiro. Por isso, não esgotamos todos os cartuchos no dia 24. Geralmente levamos apenas 1 prenda para casa dos meus sogros - uma para cada um dos três, claro - e deixamos o resto para abrir em casa. Até porque temos um costume - eu e a Ana - de oferecer várias prendas no Natal e nos aniversários. Assim a alegria dura muito mais!! =) 
Agora que o Natal já se vai afastando e tornando numa nova e ainda fresca e saborosa lembrança e o novo ano está mesmo ao virar do pano, penso nele já com o carinho e com a alegria daquilo que foi o 1º Natal a sério da minha bebé.
Os sorrisos. As danças em frente à árvore. O entrar na sala e ir direitinha à extensão onde ligamos as luzes e tentar ligá-las ela mesma. Os uaus. Os uaus outra vez. A alegria. A felicidade contagiante e comovente desta menina são um regalo para os olhos e alimento para o coração.
Está a crescer depressa, bem depressa. A mudar as feições. A corromper-nos os corações com um sentimento absoluto e até aqui desconhecido. O amor total. O amor único e incomparável que um pai e uma mãe têm e dedicam ao fruto mais perfeito da sua união. Caramba. Quão maravilhosa é esta sensação. Quão perfeitas são as suspensões do próprio tempo provocadas pela atenção constante que lhe damos nas brincadeiras, nas conversas, nos sorrisos, nos abraços, na educação que lhe estamos a dar. É um comboio imparável e incomparável este em que seguimos juntos e de mãos dadas, olhando lá para fora com a curiosidade natural de quem não sabe para onde vai mas tem uma vaga ideia do que gostava de encontrar.
A aventura continua pelo próximo ano e pela vida inteira e nós só vos podemos agradecer a dedicação, a simpatia, a bondade e a amizade com que nos têm brindado desde o começo desta viagem só de ida.
Desejamos a todos um ano de 2018 cheio daquilo que mais querem e onde cada dia mais não seja apenas mais um dia.
Abraços Ana, Martim & Leonor
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agoranosostres · 6 years
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Andamos há 3 semanas a dormir mal. O que é que isso tem de especial?! Eu explico.
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É muito simples. A nossa filha dorme - sem acordar - uma média de 11 horas por noite. Seguidas. Sem tirar nem por. Sim. Eu sei que fomos bafejados pela sorte... Já disse que ela dorme 11 horas seguidas? Ok. Era só para ter a certeza  que prendia a vossa atenção. Dizia que sabemos perfeitamente que fomos agraciados com a mais incomensurável das dádivas, a de termos sempre - ou praticamente sempre - noites de sono descansadas. Verdade. Aboslutamente verdade. Mas de há 3 semanas a esta parte que a normalidade que fazia parte do período sagrado do nosso descanso, foi abruptamente interrompida. Ou seja, andamos a dormir mal há 3 semanas e isso causa mossa!
Sim, como dizia há pouco temos mesmo muita sorte. E nem mesmo o facto de a Leonor funcionar como um relógio suíço e acordar todos os dias à mesma hora, quer se deite às 19:30, às 20:30 ou às 21:30, acorda invariavelmente entre as 06:20 e as 6:45. Todos os dias. Não há cá respeito pelo fim-de-semana ou por outra coisa qualquer. Já dormi que chegue agora vamos brincar. Quero lá saber se estiveram acordados até às tantas. Azar o vosso. Eu já dormi. Sou o centro do vosso mundo. Por isso toca a acordar.
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Aleatoriamente durante os dias da semana escolhe um dos dois e de seguida começa a chamar por nós já em pé, de cabelo à frente dos olhos, à espera que algo aconteça.
Sou sempre eu que a vou buscar durante a noite. Já aqui o disse. Por estar mais perto da porta e porque, desde que ela nasceu, sempre fiz questão de ser eu a ir lá buscá-la. Durmo com o intercomunicador na mesa de cabeceira e assim, quando ela acorda eu acordo logo de seguida. E é muito bom que assim seja. Agora, quando ela adoece, a coisa muda completamente de figura.
Nas últimas 3 semanas já teve a sua dose e ainda nem sequer chegámos ao inverno. Bem sei que as estações intermédias - a ver vamos até quando é que vamos usar esta expressão - são as mais dolorosas, em particular, se forem como está a ser este verono... Mas dizia eu que nas últimas três semanas já teve sua dose: foi o vírus pés+mãos+boca, que a reteve em casa durante 1 semana. Melhorou e voltou à escolinha na semana seguinte. Sol de pouca dura. Ficou com um princípio de bronqueolite... catrapimba. Mais uma semana em casa. E nós a fazer das tripas coração. Afinal de contas, trabalhamos os dois, na mesma empresa, e faltar é chato... para todos nós.
A semana que se seguiu foi, toda ela, passada em casa. Eu estava de serviço na Web Summit e tive de andar a fazer noites e manhãs, a dormir 2 horas por noite, para ficar em casa com ela de manhã. A Ana teve de faltar 1 dia ao trabalho... esta gestão nunca é fácil, sobretudo para quem, como nós, tem as duas avós ainda ao serviço do país.
Esta semana foi à escola mas tem sido isto: tosse horrível, litros de ranhoca, compressas para limpar o nariz, lenços de papel, rhinomer, aspirador nasal, aerossóis, soro fisiológico, atrovent, bepantene para hidratar a pele do nariz... e assim se passam os dias e as noites, senhores, as noites, ai as noites... com uma média de 3 a 4 horas de sono, têm sido muito complexas. Dizer complicadas seria admitir a “derrota” e... não, filha, estamos muito cansados mas não baixamos os braços e sabemos que há quem passe o tormento de não ter uma noite digna desse nome durante 2 e 3 anos... mas por aqui, na nossa humilde escala, o problema é este: andamos a dormir muito mal e isso tem efeitos naturais nos dias e nas noites. Ficamos mais cansados. Por vezes a paciência não está nos niveis onde devia, especialmente entre nós, e isso, isso pode ser uma grande chatice se o casal não for capaz de se perdoar mutuamente pelas parvoíces que se vão dizendo em discussões que se dão única e exclusivamente devido ao estado de exaustão a que chegamos com tantas noites de sono interrompido.
Conselho prático para eles e para elas à guru do bem estar: ignorem as respostas tortas. Frias. Que vos parecem a coisa mais horrível do mundo. Horrivel é a falta de sono. O resto é só estupidez e passa tão depressa como chegou.
(De volta ao texto e abandonando os conselhos à guru)
O maravilhoso no meio de tudo isto é a energia e vivacidade que a nossa menina apresenta diariamente. E olhem que já dei por mim a marcar golos de cabeça ao final da tarde, com ela ao meu colo enquanto vemos juntos mais um episódio da Patrulha Pata - um must do dos nossos dias! - enquanto ela, já de olhos a pestanejar devagar, vai acompanhando tudo e dando pequeninos beliscões na minha mão.
Aos 18 meses, que completa no dia em que este texto é publicado, dá conta dos dois a brincar. Espécie de poço de vida que espanta e enternece só de olhar. Só de pensar que é minha. É nossa.
É uma criança meiga, doce, intensa! Muito intensa! Extremamente intensa. Desde que nasceu! Graças a Deus. Agora que começou a dizer na perfeição Pai e Mãe, é ouvi-la a chamar por nós estridentemente de cada vez que desaparecemos da frente dos seus olhos. Jesus. Que intensidade. Que fúria de viver! Assim é completamente impossível que não me apaixone por ti a cada olhar que te deito, meu bem. Sim, até mesmo quando estás com ranho já a chegar ao queixo e alças das costas da mão para o limpar, deixando na cara um rasto semelhante ao de um caracol, que se estendo do queixo até à testa e que se prolonga para o cabelo. Até aí te amo, te amamos com uma força incomparável e infinita
Não pode haver nada nesta vida mais bonito do que ver e ajudar um filho a crescer! Não pode não... Não há!
Para mim, não há!
O Pai.
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agoranosostres · 6 years
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Sim, eu tive o vírus mãos-pés-boca!
É uma doença de crianças, só pode estar a brincar, pensam vocês. Não estou! Este bicharoco veio com a Nonô da escola - a educadora já tinha avisado que havia um caso na sala, mas nunca pensei que ele quisesse vir connosco no bolso.
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Esta não é a boca da Leonor, mas ficou bastante parecida. O MPB é uma infecção viral contagiosa muito comum em crianças. Eles ficam com pequenas feridas na boca e borbulhas/manchas vermelhas nas mãos e nos pés. A Leonor fez também febrões e foi justamente o não conseguirmos controlar a febre que nos levou à urgência. Já tinha a garganta cheia de aftas também e as tais borbulhinhas não paravam de aumentar, embora ela não apresentasse grandes queixas.
Começou, naturalmente, por querer comer menos e, inclusive, rejeitou a água, sendo que ela passa os dias a pedir “aba, aba, aba, aba”. Mas este estado não durou muito e cedo voltou a comer bem. Ben-u-ron para a febre, Bepanthene Plus e mais nada a fazer! Apenas esperar... em casa!
O MPB é, na maioria dos casos, uma doença relativamente branda e que desaparece espontaneamente após alguns dias sem grandes complicações. Ocorre frequentemente nas crianças com menos de 5 anos, mas pode, eventualmente, chegar aos adultos. E é aqui que o bicho vai pegar! :)
Eu apanhei o vírus e nem me apercebi ao início. Tive uma noite, e apenas uma noite, cheia de febre. Ben-u-ron para o bucho e toca a dormir outra vez. Acordei sem febre mas com a garganta já esquisita, com aftas brancas... foi aqui que comecei a estranhar. Depois... dores fortíssimas na planta dos pés. E, por mais parvo que vos pareça, achei que tinha andado demais nesse dia, que poderia ser disso.
O problema começa quando finalmente me descalço para ir tomar banho. Não queria acreditar! Bolhas brancas gigantes, manchas vermelhas horríveis...e uma dor que nem vos conto! Mal podia andar. Juro!! Ao mesmo tempo, começam a surgir as manchas nas mãos também. Como não tinha a certeza se seria o vírus da minha bebé ou um problema de pele qualquer (que a internet oferece-nos sempre muitas hipóteses), decidi contactar, em desespero, a minha dermatologista - das médicas mais queridas que há na vida! Pediu para enviar fotos e rapidamente me receitou um medicamento para fazer (sempre tudo com pinças, por estar a amamentar) e que fez com que as bolhas dolorosas fossem embora aos poucos.
Mas preciso de vos alertar para uma coisa: isto funcionou comigo. Não significa que seja a solução ideal para toda a gente. Volto a referir que contactei a dermatologista por não estar certa do que tinha... e porque, de facto, tinha os pés, sobretudo os pés, num estado lastimável. Sem mais sintomas e com os que tinha a desaparecerem, acabou por se confirmar então o vírus MPB. É raríssimo, pelos vistos, nós adultos apanharmos tal coisa, mas é possível e serve este texto para vos dar conta disso mesmo.
Se as minhas palavras ajudarem UMA mãe ou UM pai, já valeu! E que vos dê força também, porque o MPB não tem propriamente um tratamento, por ser autolimitado.
Bom fim-de-semana para todos! ;)
P.S. A ausência de fotografias reais foi propositada. Não quero que mandem fora o pãozinho ou o chocolatinho que acabou de marchar!
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agoranosostres · 6 years
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Caí das escadas com a bebé ao colo. Ela saiu ilesa. Eu não. Missão cumprida!
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Confesso que era tudo aquilo que menos esperava mas a verdade é que aconteceu. E até àquele preciso momento nada indicava que me ia esbardalhar de umas escadas abaixo com a minha bebé ao meu colo. Mas aconteceu. Caí das escadas com a bebé ao colo. Ela saiu ilesa. Eu não. É caso para dizer: Missão cumprida! Certo?
É coisa inerente e está umbilicalmente ligado a “tudo isto” o dever de protegê-los! Protegê-los com a nossa própria segurança. Abdicando dela. Com o nosso próprio bem-estar. Abdicando dele. Com a nossa própria vida. Abdicando dela se assim tiver de ser! Mas o que um tipo nunca espera é que lhe vá dar para o breakdance, com a filha ao colo, no último lance de escadas do pequeno jardim entre prédios plantado que compõe a paisagem da urbanização onde vive. 
Foi uma manhã bastante calma. Estivemos em casa durante grande parte da mesma, a ver passar o nevoeiro até que pudéssemos finalmente sair para passear na rua, já com o sol a ocupar o seu devido lugar em mais um dia desta espécie de Verão que teima em não nos abandonar. 
Entretanto vesti-a, vesti-me, pus-lhe perfume, pus-me perfume, dei-lhe água e pus-lhe o chapéu na cabeça. Bebi um copo de sumo e lá fomos nós.   Tal como nos outros dias, a curta viagem que precede a chegada à rua foi uma cobóiada. Paródia no elevador. Brincadeiras ao espelho no hall de entrada do prédio e... chegámos ao R/C. Anda filha, vamos embora. Abro a porta e ela lá vai, pelo seu próprio e afirmativo passo, até aos dois primeiros degraus que encerram o patamar do prédio e se precipitam para a rua. Nestes não havia como caír. 
A nossa rua não tem saída e a mesma termina precisamente em frente à porta do prédio. Pelo que até ao parque do meu descontentamento são 30 ou 40 metros, sempre a descer. Dá a mão ao papá, filha. E ela assim faz.
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Chegámos tranquilamente ao passeio que dá acesso ao parquezinho da urbanização e começámos a encaminhar-nos para os três lances de escadas que antecedem a entrada no recinto mais propriamente dito. Recinto esse que mais não é do que um pequeno parque, com 2 bancos de ripas de madeira pintados de framboesa, presos ao chão, separados por 7 ou 8 metros de chão e duas árvores, e alguns muitos canteiros de margaridas coloridas. Completa-se com dois muretes de cimento por pintar e alguns corrimões verdes que acompanham o comprimento e precedem a sebe de arbustros que por sua vez limita o parque e cria a barreira física necessária entre a estrada e o parque. Parque que conta ainda com algumas árvores de copa pouco densa a ladeá-lo e vista de e para todos os prédios e janelas da urbanização. Gostaram da descrição ao jeito queirosiano?
Não tem grande encanto para um adulto mas é um mundo inteiro para uma bebé de 17 meses! Adora. Fica “histérica” assim que nos começamos a encaminhar para lá!
E este era mais um passeio normal numa manhã normal de um dia de semana igual a tantos outros. Era. Digo bem. Era.
O que se seguiu a esta chegada airosa à rua pode facilmente ser enquadrado na categoria das coisas mais absurdas e estupidamente horríveis que vivi nos últimos tempos. Não pela queda. Não pelo embaraço. Mas sim pelo inusitado e inesperado que te faz temer pela vida do teu bem mais precioso numa tão curta fracção de segundo que te parece uma sofrível eternidade. Ao olhar-me de fora e a ver-me, com 34 anos, a esbardalhar-me num lance de escadas aparentemente inofensivo, com a minha bebé ao colo, a coisa parece realmente assustadora.
Foi tudo demasiado rápido, mas ainda assim os olhos não acompanharam a velocidade de tudo o que se estava ali passar. E é tanto. Pelo menos dentro da nossa cabeça. Só tive tempo de me situar, de ver o que estava à volta e onde é que a bebé poderia eventualmente bater, se não a conseguisse segurar.  Procurei um sítio para aterrar, sendo que não conseguia ver o chão que estava a pisar, por ter a bebé ao colo. Aliás, esse foi o grande problema. Não ter visto o chão. Não ter visto o degrau. Ter ficado com a aquela sensação de que alguém me rasteirou ou que o chão se transformou em gelatina por 1 segundo só para se rir às minhas custas, nem sequer tendo em atenção que seguia com a minha filha nos braços.
Vinha segura apenas por um braço, no outro trazia o biberão da água. Só tive tempo de a abraçar e apertar e tentar dar ao corpo o chamado “peso morto” que me fizesse cair mole e não me aleijar muito. De seguida cravei os olhos na minha filha e envolvi-lhe as costas com o braço esquerdo, segurando-lhe a cabeça com a mão. Depois caí sobre a perna direita, com a perna esquerda dobrada e o pé torcido. Senti o agudo da dor e disse um indignado aiiii... fo...go, filha, o pai aleijou-se querida. Só falei porque ela já tinha olhado para mim, ainda meia de lado no meu colo e perguntado serenamente, como quem não percebeu absolutamente nada do que acabou de se passar, Papá, hum. A inocência e a incapacidade de perceberem e percepcionarem o perigo é nossa aliada nestes momentos.
Levantei-me, pu-la no chão, pedi-lhe que se sentasse a meu lado nas escadas enquanto confirmava que tinha as pernas e os pés no sítio, que conseguia mexer tudo direitinho. Ela deu-me a mão para que me levantasse e a levasse ao parque como era suposto. Afinal de contas não viemos até à rua para ficar sentados nas escadas, certo?! deve ter pensado.
E assim fiz. Levantei-me com algum custo. Para me sentar de seguida num dos bancos de ripas pintados de vermelho e comprovar então que conseguia andar direito. As dores só chegaram a meio da tarde, com a perna esquerda a dar conta da sua insatisfação e incómodo perante a brincadeira da manhã. Já passou uma semana e ainda tenho dores na perna esquerda. Ela, ela deve ter-se esquecido 2 ou 3 horas depois.
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Conclusão: caí, aleijei-me, uma semana depois ainda tenho dores, mas a Leonor ficou intacta e nem sequer ao menos percebeu bem o que se tinha passado. Foi mais uma brincadeira do papá doido! O que significa que a missão foi cumprida e com elevado grau de sucesso e mérito. Modéstia à parte, evidentemente.
Coisas a reter: nunca se esqueçam que bastam dois segundos de tremenda falta de sorte para nos estatelarmos ao comprido numa escada. Se forem com eles ao colo, boa sorte, vocês sabem que são todos super pais e super mães. E quanto a nós? É fazer gelo, Voltaren e esperar que passe. Não há grande coisa a fazer, na verdade.
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agoranosostres · 7 years
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O nosso fim-de-semana prolongado em Roma
A primeira viagem de avião a 3 para a Madeira, quando a Leonor tinha apenas 11 meses, deixou-nos com muita vontade de repetir a experiência. Eu e o Martim oferecemos a nós mesmos esta segunda viagem como presente de aniversário e, claro está, a pequenina não podia faltar à festa.
Fomos numa 5ª feira de manhã e regressámos domingo e agradecemos muito o facto da Ryanair não nos ter cancelado o voo :) A viagem para lá foi um bocadinho mais agitada, porque a Leonor, uma vez mais, acusou a pressão da altitude e os ouvidinhos não perdoaram. Mama, biberão da água, chucha... fizemos tudo para a ajudar, com um bocadinho mais de calma do que na primeira vez. Ao mesmo tempo, os 2 caninos que já estavam a querer romper há uns dias decidiram vir cá para fora e ela passou os 4 dias agarrada à boca e a implorar por coisas frias (confirmaram-me depois que é muito normal isto acontecer numa viagem de avião). Ao fim de algum tempo, lá conseguimos que ela dormisse uma horinha ao meu colo. Eu passei pelas brasas e o Martim continuou a ler o seu livro.
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Chegámos a Roma. Ciampino. 13h00. Hora local. Demos o almoço à Leonor e comemos também alguma coisa no aeroporto. Íamos fisgados com o táxi directo até ao hotel mas um acidente no centro da cidade trocou-nos as voltas. Tivemos de apanhar um autocarro CHEIO e, depois, o metro que não tem elevadores em todas as plataformas. Resultado: pega na bebé, fecha carrinho, pega no carrinho, desce escadas rolantes, abre carrinho, mete a bebé. Isto com duas malas de viagem atrás e o saco dela ao ombro. Bom, lá nos safámos e lá chegámos ao destino.
A Nonô surpreendida com as pessoas e a Língua. Pagava para ler os pensamentos dela :) E aqui começa a nossa aventura! Os nossos dias eram passados na rua. Quando se viaja com bebés tão pequenos, há sempre o receio de “e onde vai ela dormir a sesta?”, “e o que vai comer?”. O truque? Ligar o descomplicómetro. Foi o que fizémos nesta e na viagem anterior. E acreditem que se estivermos calmos e descontraídos, os nossos bebés assim vão estar. A Nonô dormiu todas as sestas na rua, no carrinho, e comeu quase sempre na rua. Há sempre lojas onde podemos comprar iogurtes, quiosques que vendem fruta... enfim. E, depois, claro, levámos connosco umas frutas daquelas de beber e uns queijinhos e umas bolachas. Ao almoço e ao jantar comia do nosso prato. Nós mudámos ligeiramente as nossas horas de refeição - para mais cedo - e a coisa correu lindamente ;)
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Num dos dias pagámos 12 euros e meio por uma sopa!! DOZE EUROS E MEIO. Se a sopa era boa? Era óptima. Mas DOZE EUROS E MEIO... bom... depois lá nos deram uma explicação que português que é português pergunta tudo sem vergonhas! É que a sopa em Roma é servida num prato enorme - confere -, que dá para uma criança comer e 2 adultos provarem à vontade - confere -, e tem legumes do melhor e sem serem todos “passadinhos a ferro” (para quem ainda precisar, eles trituram claro!). Bom, isto para vos dizer o quê? Se viajarem com bebés e quiserem pedir sopa, vejam o preço para não vos sair um feijão pelo nariz! lol
Só íamos ao hotel para tomar banho e trocar de roupa e... rua!! A Leonor neste intervalo via os desenhos animados italianos e ligava várias vezes para a recepção :)
Rua... para conhecer mais um pouco da cidade e, claro, começar a pensar no jantar. Geralmente, a pequenina adormecia depois de comer ou quando estávamos quase a chegar ao hotel. Quando assim era, vamos confessar, dávamos meia volta nos sapatos, e continuávamos a nossa caminhada... e lá ia mais um geladinho artesanal! 
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A Praça de S. Pedro e o Coliseu foram os 2 locais que mais me marcaram. São ambos lindíssimos e carregados de História e de histórias. E olhar e sentir isso é... fantástico! O nosso hotel era muito, muito perto da Praça de S. Pedro, pelo que na última noite ficámos na zona para jantar e tirar mais umas fotografias.
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Percorremos em média 15 quilómetros por dia. Andámos que nem loucos porque, para nós, não há melhor maneira para conhecer uma cidade. Adorámos e, sem dúvida, Roma faz já parte da lista de cidades para voltar. E quando, a somar ao sítio maravilhoso e à oportunidade de viajar, a nossa bebé dorme a noite toda mesmo fora do seu ambiente, o que dizer? Que somos, de facto, uns sortudos. Por isso e por poder conhecer o Mundo e poder também dar à Leonor um bocadinho desse Mundo!
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Agora... agora já estamos a estudar a próxima escapadela... a três! :)
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agoranosostres · 7 years
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Quando a paciência (quase) se esgota. O que fazemos?
Culpado. Assumo-o sem quaisquer rodeios ou eufemismos para mascarar a minha incapacidade.  Há dias assim. Em que a paciência se vai. Esvanece-se. Some-se. Para onde é que não consigo bem perceber. Mas vai-se e esvai-se. Perde-se algures pelo meio do caminho vertiginoso que compõe o crescimento saudável de uma criança. E depois fica a culpa. Mas a isso iremos mais no fim deste texto.
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Que atire a primeira fralda cheia de cocó quem nunca perdeu a paciência com os miúdos. Há limites que nós próprios desconhecemos que temos. E que só passamos a sabê-los e a entendê-los verdadeiramente quando os atingimos. 
Não considero que seja triste, mau sinal, incorreto, inadequado ou que faça de nós monstros impiedosos e sem qualquer ponta de humanidade. Nada disso.
Faz de nós - isso sim - seres humanos. Com fragilidades. Limites. Forças e fraquezas. Mas com sentimentos de verdade. Que se cansam. Que exasperam. Que desesperam perante a incapacidade de fazer com que o(s) nosso(s) filho(s) percebam - sobretudo quando ainda não falam - o que lhe(s) estamos a dizer e porque é que o estamos a fazer. 
Eles, pobres coitados, não fazem a mais pequena ideia do que se passa, mas vêem-nos muito assarapantados, enervados, irritados, de cara feia e trancada, repetindo expressões como: 
“Estás a ver o pai a rir, filha?” “Tenho cara de quem está com vontade de brincar, Maria Leonor?” “Achas mesmo que isso que estás a fazer tem graça? Pois não tem!” “Não, filha! Isso não se faz. Não se cospe a sopa! É caca. É feio.” “Achas bem? Achas bem o que fizeste ao pai?” “Acabou, Leonor! Acabou!” “Não faz isso. Aaaaaaaai! Maaaaaauuu!” “Vamos embora a comer isso tudo imediatamente que não temos a noite toda!”
Bom, já deu para se reconhecerem ou identificarem em alguma das situações que leram acima? Ainda não? Não faz mal que ainda agora comecei.  Enfim. Chegamos a roçar o ridículo. Chegamos mesmo. E o mais “anormal” no meio de tudo isto é que, durante o processo, não nos damos conta da figura absurda que estamos a fazer e que faz com que os pequenotes, ali sentados, fiquem  boquiabertos a olhar para nós, siderados e espantados com a ignomínia a que estão a assistir e, seguramente, olham para nós e pensam:  “Mas o que é que te está a dar? Porque é que estás tão irritadinho e tão nervosinho? Foi alguma coisa que eu fiz? Já reparaste que eu sou apenas um bebé a ser aquilo que tenho de ser... um bebé?! Credo! Que exagero! Pronto, eu não cuspo mais a sopa. Mas vê lá se te acalmas, por amor da Santa. E podes desfranzir a sobrancelha... Já viste como já tenho um vasto vocabulário, papázinho lindo?”
O que é que nos conduz a este estado de impaciência para com o ser que mais amamos nesta vida? Não sei, mas tenho a minha suspeita: cansaço. Muito cansaço acumulado. Os dias menos bons existem. As dores de cabeça que começam no pescoço também. Tudo misturado e somadas outras tantas parcelas que incluem gritos, guinchos, asneiras, coisas a cair, portas a bater, bonecos espalhados um pouco por todo o lado, fechos em portas na cozinha (que ela adora fechar ou então mostrar-nos que estão abertos e que é preciso fechar) e as portas que não têm fechos escancaradas com o respectivo pacote das massas no chão. A caixa com os alhos a passear pela casa, não vá haver algum vampiro escondido, o livro na sanita, os sapatos (todos) dentro do cesto da roupa... tudo normal e que até é motivo de risada em todos os outros dias, mas... nestes (que felizmente são raríssimos e por assim ser é que são eles os protagonistas desta pequena narrativa) em particular, nada parece ter o mais pequeno vislumbre de piada. Precisávamos de uma sesta, mas há sempre qualquer coisa para fazer. E estes dias são frequentemente acompanhados de sestas curtas da parte dela. 
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Por experiência própria já percebi uma espécie de padrão que me mostra que os dias em que estamos mais cansados, preocupados, agastados, apreensivos, são os dias em que, por regra, vejo esvaziar com rapidez o balão de ar onde guardamos a boa da paciência. É algo que temos de trabalhar, claramente, mas que estou certo que é algo que acontece a muito boa gente. 
Não está em causa o amor que lhes temos está em causa o cérebro e as falhas que a máquina (quase) perfeita também tem. 
É isso que faz de nós seres tão especiais. Somos pais. Somos tudo para estes seres indefesos e absolutamente perfeitos, mas temos falhas, temos quebras, temos dúvidas, temos medos e receitos e falhamos. Porque só falhando é que se pode melhorar. Só errando é que se pode aprender. Só estragando é que se aprende a arranjar. Só aceitando o erro é que se consegue ganhar consciência da debilidade e ultrapassá-la. Na paternidade. No casamento. No trabalho. Nos projectos. Na vida.
O sentimento de culpa com que tenho de viver depois disso é suficientemente expedito para me fazer perceber de imediato que falhei. Que errei. Mas que só acontece porque tento sempre ser o melhor pai e educador do mundo. E nesse caminho, por vezes, sou forçado a desviar-me pelos obstáculos que tudo isto me coloca. Não é fácil ser pai por inteiro. Não é fácil querer estar em tudo. Muitos acabam por desistir da imersão completa neste papel. A mãe que faça isso pensam erradamente, achando que estão a usar do pleno uso do seu direito másculo de não entrar nessas coisas. Azar o deles. Não trocava as birras, as cuspidelas de  sopa, os gritos, os guinchos, os choros, as portas a bater, os livros na sanita, os banhos a chorar, o meter-se dentro da nossa banheira de meias calçadas e vir por ali fora toda contente. Nem a minha falta de paciência, nem ela. Não trocava nada disto pela sorte imensa que tenho de poder crescer todos os dias enquanto homem, e enquanto pai. Teu pai. Minha querida filha. Ver-te crescer é uma oportunidade abençoada que a vida e a tua mãe me permitiram e que eu não trocava por riqueza nenhuma nesta vida.
Ser pai não é igual a ser mãe. Pais e mães têm papéis em tudo diferentes. É assim que é. É assim que deve e tem de ser. Porque somos seres humanos absolutamente distintos e, por isso mesmo, incomparáveis. E nessa diferença, percebida de perto pelos nossos filhos, que reside a sua maior riqueza.
Bem sei do que falo. Cresci com a minha mãe e com o meu irmão. Sem pai. E a falta que me fez um pai, tantas vezes, na minha vida. Jurei a mim mesmo que haveria de fazer e acompanhar tudo. E é isso que vou fazer. Doa o que doer. Custe o que custar. A minha filha terá o papá sempre por perto. Seja onde for. Esteja onde estiver. Se precisar de mim. Eu estarei lá. 
Mas se puderes parar com isso de cuspir a sopa, o pai e a mãe agradecem. 
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agoranosostres · 7 years
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Estamos a acabar com uma tradição secular: as refeições em família
Este fim-de-semana li um texto do Daniel Oliveira, no Expresso, que falava de uma problemática que me é cada vez mais cara e que tive e tenho tido a oportunidade de observar nos mais diversos restaurantes por onde tenho passado, não este Verão, mas desde que a minha filha nasceu. Vai daí que decidi escrever sobre isso, exactamente porque me inquieta e a pessoa deve expiar as suas inquietações como pode e consegue. A coisa está pôr-se de tal maneira que creio que começa a estar verdadeiramente em perigo uma das mais nobres e importantes tradições do nosso país e até de todos os povos mediterrânicos: as refeições em família.
O Daniel começa por dizer uma coisa com a qual concordo em absoluto e que foi tremendamente bem escolhida para dar início ao texto: “Nunca fez o meu género dar lições de como se educar um filho. Cada um sabe das suas circunstâncias e tenho muito pouca paciência para pais moralistas da educação alheia. Só que, nestas férias de verão, apanhei-me por várias vezes a pensar no tenebroso futuro que nos espera”. 
Pensou o Daniel e pensei eu, sem que tenhamos, em momento algum, debatido ou discutido o assunto durante o retiro estival de Agosto. 
Senhoras e senhores, lamento mas estamos na presença de uma ameaça séria, de uma praga. Estamos a fazer uma perigosa concessão da qual não fazemos ideia das consequências futuras. Mas elas existem e não são nada meigas nem simpáticas.
Falo da praga dos smartphones e tablets que passaram a ser elementos de presença obrigatória nas mesas de refeição de um grande número de famílias do nosso país... e do país dos outros também, que não se pense que isto afecta apenas a nossa mui amada e tão requisitada Pátria. Nada disso. Os ‘camones’ são igualmente responsáveis por alguns dos momentos mais tristes a que assisti este Verão. Camones e ‘aveques’.
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Como disse o Daniel e faço minhas as suas palavras, não quero com este texto ser o censor moral da vida alheia, longe, muito longe disso, mas acho que estamos a elevar a coisa a níveis absolutamente estapafúrdios e que me fazem e fizeram corar de espanto e admiração perante a disseminação do fenómeno.
Antes de mais deixem-me que vos diga que sei bem o quão difícil é entreter uma criança durante 1 hora ou mais num restaurante, sentada numa cadeira alta, para estar ao nível da mesa, com os pés no ar e as pernas presas, podendo apenas servir-se das mãos para se entreter. É duríssimo. Claro que é. Só quem nunca passou por situação semelhante é que pode afirmar o contrário. E isto é indiscutível. O problema reside na forma como se lida com este facto inalterável.
Connosco a coisa dá-se mais ou menos assim: come-se quando ela deixa que se coma. Os intervalos são definidos por ela. Sim, grita. Como ainda não sabe falar, grita que se desunha, sobretudo se a hora de deitar já tiver passado. Se quiser mais pão. Se estiver farta de estar no mesmo sítio. Se lhe apetecer. Se alguém a chatear. É uma criança cheia de si e de personalidade. São, como somos todos, animais de hábitos, de rotinas, quanto mais certas, mais elas se sentem confortáveis e melhor se desenvolvem - advento tão fulcral neste mundo, o desenvolvimento - para no futuro serem autónomos, confiantes, independentes, astutos, e bons seres humanos. Mas bons no sentido da bondade, e não na capacidade de ultrapassar níveis em vídeojogos.
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Mas dizia que as refeições num restaurante são duras. Claro que são. E se já não se lembram eu faço o favor de vos recordar com um vislumbre do que foi um dos nossos jantares de família nas férias deste Verão:
Chegamos e é sempre preciso arranjar espaço ou para o carrinho de bebé ou para a cadeira do IKEA que permite a uma criança de 15 meses sentar-se à mesa com os adultos e estar ali, durante toda a refeição, com os olhos ao nível dos crescidos. A comer ou a petiscar o que eles comem. A ouvi-los. A vê-los. A registar tudo. Mas caramba, até a paciência deles tem limites.  Senão vejamos. Fazemos o primeiro pedido, onde se incluem quase sempre as bebidas, tão geladas e frescas quanto possível ou não estivesse eu de calções, tshirt e chinelos. Nesse dia, resolvemos simplesmente petiscar sem pedir nenhum prato da carta. Assim viriam para a mesa vários pratitos e toda a gente podia ir provando os petiscos uns dos outros. Ahhh, as férias, as tão ansiadas férias... ainda o empregado estava a virar costas e já a Leonor estava a entornar água do biberão em cima da cadeira. E a pedir qualquer coisa para brincar. Levámos 2 ou 3 brinquedos, porque o restaurante... é isso mesmo, um restaurante. Não é uma creche ou um JI ou um ATL. É um restaurante, onde as pessoas entram para... comer. Imagine-se. A comida ainda demora uma boa meia-hora para chegar. Sorte a nossa que demos o jantar à bebé ainda em casa... 
Damos-lhe para a mão um... livro. Se pode! Gente arcaica e perdida no tempo que dá livros às crianças... enfim. Ao fim de 5 minutos e de já ter “lido” o livro 5 vezes espeta com ele no chão pela primeira vez! A mãe baixa-se e apanha. Depois agarra num garfo. A avó tira-o da mão dela. Depois quer água. E pede colo pela primeira vez. E ainda só estamos no restaurante há 15 minutos. 
Vem o primeiro petisco e já está tudo a acabar o pão e os couverts e ela a pedir mais pão. O carrinho de bebé está de pé, arrumado no seu canto. Volta a atirar o livro para o chão e já está com a fralda cheia de xixi. Agora atira também com o biberão para o chão e dá dois ou três gritos estridentes e nós com o estômago colado às costas. “Não grita, filha! Não é preciso gritar meu amor... os papás estão aqui.” Chora e... já lá vêm as rabas, os ovos mexidos com farinheira - que só não vão parar ao meio do chão por magia - a tortilha e os pipis. A meio é preciso ir mudar a fralda... o afamado restaurante não tem trocador e o génio do empregado sugere à Ana que lhe mude a fralda em cima do tampo da sanita. Tem sorte de não a termos trocado em cima da mesa! Animal! Mas continuando. Volta da fralda e ela já vem a esfregar os olhos. E eu ainda cheio de fome e ainda faltam chegar coisas à mesa.
- “Mais uma imperia! Duas...!”
Tudo isto acima descrito acontece num espaço de apenas 30 minutos. E ainda o estômago vai meio cheio. Lá se consegue comer com toques de artista de variedades pelo meio. Canta-se, faz-se o que se pode para que ela esteja bem. O sinal de que temos que ir embora chega quando a Leonor dá 2 gritos daqueles que fazem as cabeças presentes na sala rodar 180º para ver se a estamos a matar... é o sinal. Está na hora de deixar de tentar encher o bucho e levá-la dali para fora. Não por nós. Não por quem quer que esteja sentado no restaurante e se incomode com o barulho que uma criança, sozinha, faz, mas por ela. Está notoriamente exausta. Praia. Mar. Andar. Subir e descer escadas. Iodo em doses industriais. As férias dão cabo dela. Parece um tormento mas não, não é. Está a crescer e a conhecer os próprios limites. E isso é maravilhoso e motivo de orgulho. 
Toda esta narrativa seria produto da minha imaginação se, no momento em que a sentamos à mesa connosco lhe espetássemos nas mãos um iPhone ou um iPad. Ahhh, que “maravilha” seria jantar sossegado. Sem interrupções. Gritos. Berros. Coisas a voar ou a cair. Sem sorrisos. Sem brincadeiras. Sem momentos de transmissão continua de valores, sem momentos em que estamos, porque é esse o nosso inerente papel de pais, a educar os nossos filhos. Sem filhos.
É precisamente disto que se trata. Da confusão de papéis. Queremos ter filhos mas estamos à espera de os educar... com gadgets? 
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Somos pais babados nas fotografias que orgulhosamente espetamos nas redes sociais, espelhos de felicidade transbordante, mas depois achamos que bom mesmo é dar-lhe para a mão, seja qual for a idade (até porque não há quase limites, desde que saibam segurar a cabeça e dizer qualquer coisa que já podem segurar o telefone ou ficar fixamente a admirar o filme, a série, os desenhos no youtube, é a vontade do freguês...) um smartphone ou um tablet para que este “fique sossegado” e nos deixe “comer em paz”. Advento deste novo mundo em que vivemos. Isto preocupa-me seriamente. Porquê, se não tenho nada com isso? É o futuro que me assusta. Não o presente. 
Crianças que estão constantemente a ser empurradas para a realidade virtual, para o isolamento, para um mundo alternativo e... muito “sossegadinho”. 
E sim, a norma é esta. Os ET somos nós, os pais que não seguem este caminho. Que não metem na mão dos filhos aparelhos que custam, muitas vezes, mais de 500€. Crianças de colo, de carrinho, com smartphones nas mãos, calados, quietos, sossegados. Asseguro-vos de que é este o panorama na maioria dos restaurantes a que tenho ido. Chegam a ser distribuídos individualmente, consoante o número de crianças na mesma. Por vezes estão sentados lado a lado, cada um com o seu gadget... é assustador. Desculpem mas não consigo achar isto tudo normal e um sinal da evolução dos tempos. Não consigo e pouco me importa o que fazem os outros. Serei orgulhosamente o pai que não deixa, que não dá, que insiste em estar à mesa, sem televisão - tenho apenas uma TV em casa, na sala - a conversar, olhos nos olhos, cara a cara, ou em silêncio - porque também este é importante - porque só assim conseguimos saber verdadeiramente uns dos outros. Não há outra forma. Esqueçam.
E tudo isto vai virar-se contra nós. Podem ter a mais absoluta certeza. Seja pelas contas dos médicos da coluna, dos olhos, da cabeça... seja pela distância e alheamento com que os nossos filhos nos vão encarar, ou seja simplesmente porque, um dia, chegaremos a velhos, sozinhos, e não vamos gostar de não termos criado com a nossa descendência a relação que nos permita tê-los por perto, sabendo que somos nós quem verdadeiramente importa e não o youtube, a netflix, os jogos, o whatsapp, o instagram e tudo o mais... 
“Dá e receberás em dobro...!” Importa que não se perca este lema de vista... caso contrário ainda vamos chorar muito pela vida fora... 
O amanhã existe senhores... e é bem duro quando não nos preparamos minimamente para a sua chegada. E, se me permitem, não me parece que esteja a ser planeado da melhor forma. Not at all. 
Por isso, não se preocupem se dão colo a mais aos vossos filhos, ou com o colo que os outros dão aos seus próprios filhos, não se inquietem quando a vontade que sentem é de os encher de mimo, e se, aqui e ali, lhes vão satisfazendo as pequenas vontades. Não virá daí qualquer mal, meus caros. 
Preocupem-se, isso sim, com a quantidade de vezes em que usam a tecnologia como forma de substituição para aquilo que deve e tem de ser o nosso papel: o de os educar e de lhes mostrar os melhores caminhos para que cresçam da forma mais saudável e feliz possível. Isso é que é verdadeiramente importante.
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agoranosostres · 7 years
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Ela já anda, senhores!
Bom... antes de mais importa fazer um pedido de desculpas pela ausência prolongada, mas nem sempre é fácil manter tudo isto! É que pelo caminho há uma criança de 15 meses a crescer a passo tremendamente acelerado e que, muitas vezes, não deixa grande margem de manobra. A missão é difícil desde o início, nós bem sabemos, mas o que se passa é que de facto há dias em que o blog acaba por ficar no fim da linha, sobretudo desde que a Leonor começou a andar, há sensivelmente um mês.
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Mas vamos então ao que nos move: a nossa canochinha. 15 meses feitos, cresce a uma velocidade que impressiona. Não que nunca tenhamos dado por isso, mas o que é de assinalar é que o tempo passa a uma velocidade assustadora, até mesmo para nós que estamos com eles todos os dias.
A pequena é um espírito indomável, disso não restam dúvidas. Atira-se. Joga-se. Corre. Cai. Bate com a cabeça. Levanta-se. Sempre! Repete-o até à exaustão e diria mesmo que nunca se cansa.
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Descobriu que com as duas perninhas lindas que Deus lhe deu pode alcançar tudo sem pedir grande ajuda. Pode, por exemplo, ir até à cozinha e abrir os armários dos tachos e das panelas, a gaveta dos tupperwares e...tã-tã-tã-tã...o preferido dela: o armário das massas!!!! Abre a porta...fica bem caladinha sentada no chão e...toca de abrir o pacote das massas cotovelo e espalhar tudo pelo chão! Nenhum de nós compreende a obsessão mas que ela fica feliz, ah isso fica!
E já percebe tanta coisa! Dá-me abraços e beijos que acabam comigo. O tempo pára naquele momento. Foi de facto a Melhor Coisa que podia ter feito na Vida. E quando ela diz que não com a cabeça quando o pai quer deitá-la? “Mamãaaaaaaaaaa”. Morro logo! Não resisto!
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Estas férias têm sido uma novidade constante! Ficámos também a saber que adora subir e descer escadas. Aliás, adora não! Tem um fascínio por escadas. Tanto que no Jardim da Estrela até as escadas de acesso ao coreto lhe servem. Mais: um simples degrau chega a ser suficiente para ouvir aquela gargalhada contagiante. Minha rica filha!
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É uma alegria constante! Um pedaço de céu esta menina! Diz olá e adeus a toda a gente! Adora patos e cães e gatos... e bebés! “Bebéeeeeee”. A reacção dela é igual quando vê a prima acabada de nascer ou o Nenuco, mas é uma ternura sem explicação. Agora...agora ela dorme que nem um anjo e eu vou continuar a ver a minha série. Aquela que todos já viram e que estou agora, 15 meses depois, a pôr em dia. Beijinhos e boas férias!! Descansem muito. Vivam ainda mais! ;)
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agoranosostres · 7 years
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Quando eles vêm mordidos para casa. O que há a fazer?
(Este texto foi escrito a quatro mãos)
Pois é. Está a acontecer. Aliás. Para que tenham uma ideia, em mais ou menos 2 meses aconteceu quatro vezes, ou seja, em mais ou menos dois meses a Leonor trouxe 4 dentadas bem marcadinhas para casa. Sim. É terrível. É doloroso. Parece que nos morderam a nós. Mas é real. Faz parte. E, mais importante do que qualquer outra coisa, é preciso lidar com isto da melhor forma possível. É claro que nenhum pai ou mãe deste planeta fica contente, confortável, feliz da vida quando isto acontece. No entanto é preciso olhar para o quadro completo e não apenas para os dentes dos amiguinhos da ML.
Claro que faz parte do crescimento. Claro que faz parte da aprendizagem de tudo aquilo que é a vida de bebés na sua sociedade... de bebés. Claro que faz parte da aprendizagem dos pais. Claro que confiamos na Creche. Mas nada disto torna a situação menos complexa e delicada.
E é mesmo de complexidade e sensibilidade que é preciso falar.
Já fizemos várias referências ao trabalho e ao carinho que nutrimos pela Educadora e pela Auxiliar da salinha da Leonor, mas esta é uma daquelas situações que, momentaneamente, apagam tudo isso, sobretudo pelo número de vezes. (repito, momentaneamente) A mamã foi quem ficou mais inconformada. - Pois fui, é verdade! Coitadinha da minha menina... Mas também eu precisei de me acalmar e de recuar alguns anos até às cadeiras de pau da Escola Superior de Educação de Lisboa para me recordar de tudo o que aprendi nas aulas de Pedagogia, de Psicologia, de Sociologia, de tudo! E porquê? Porque são mordidelas, porque ficam marcadas, porque ela é tão pequenina e (ainda) não morde(u) ninguém. Lá chegará.
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A primeira coisa que apetece, ao fim de tantas trincadelas naquele corpinho maravilhoso que Deus lhe deu, é perder a compostura e reclamar. Mas reclamar a sério. Sem falinhas mansas. Sem meias coisas. Apetece chegar à porta da sala dela, à hora de a ir buscar, e reclamar como se o amanhã não chegasse e como se de um caso de vida ou morte se tratasse. Afinal de contas temos desculpa, nunca reclamamos! Somos pais super tranquilos e sensatos. Ponderados. Racionais. E com a vantagem de termos entre nós os dois, um Educador de Infância com canudo mas que nunca teve uma sala só dele, que as trocou pela Redacção da SIC. Portanto, somos assim dois pedaços de gente que acata sem problemas, que aceita, que entende, que compreende, que ouve, que pensa antes de falar. Mas que no meio de toda esta candura somos gente que não deixa de ter o coração no seu devido lugar.
Não foi fácil acalmar a Ana, mas acabei por conseguir, não sem antes ter procurado o conselho sábio de quem tem exactamente o mesmo trabalho, a mesma missão de ajudar crianças desta tão tenra idade a conhecer e a descobrir o mundo.
A minha querida Nádia, gravidíssima que está, disse-me logo que é preciso ter muita calma. Que esta é uma situação extremamente delicada e difícil para todas as partes. Educadores, bebés, pais de quem é mordido e pais de quem morde. Mas a palavra chave que eu já tinha dito à Ana e que a Nádia fez questão de me repetir foi: P-A-C-I-Ê-N-C-I-A. É mesmo preciso ter muita paciência porque isto não vai acabar aqui. Muito pelo contrário. Ainda agora começou.
Nestes, como na grande maioria dos “casos” que acontecem nesta tão tenrinha idade, é preciso respirar fundo e pensar que estamos perante pequenos seres que não sabem o que estão a fazer. Pior. Não compreendem grande parte das coisas que dizemos. Basta pensar que, por exemplo, quando estamos em casa e eles querem empoleirar-se no móvel da TV pela milésima vez, depois de já lhes termos dito novecentas e noventa e nove vezes: “Não vás para aí”... o que fazem eles? Riem-se e empoleiram-se novamente no mesmíssimo móvel. Ou seja, não entendem, não fazem associações lógicas, até porque não têm vocabulário que lhes permita pensar a esse nível. Seguem estímulos. Reagem aos mesmos. Acção-reacção! Ponto! Claro que devemos mostrar desagrado. É expectável que o façamos, inclusivamente. Seria estranho se não reagíssemos perante uma situação destas. E não, não nos corre capilé nas veias. Mas a ponderação e a calma, aliadas à racionalidade e à capacidade de analisar as coisas antes mesmo de nos deixarmos levar pela má conselheira que é, tantas vezes, a emoção, serão sempre conselheiros de excepção e os melhores amigos dos pais de primeira ou segunda ou décima terceira viagem.
Sabiamente a Joana optou por não nos dizer quem tem mordido a Leonor. Sabiamente, porquê? Simples. Imaginem que vos dizem quem é. Vão olhar para o pequenote ou para a pequenota com outros olhos. Garantidamente. E eles, pobrezinhos, eles nem sequer sabem o que estão a fazer. E não merecem ser discriminados por dois pais descontrolados. São manifestações incontroladas de excitação, alegria, felicidade, frustração... são mesmo. Experimentem dizer-lhes que não se faz isso e verão o que acontece. Viram as costas e no instante seguinte, outra ferroada. É que é certinho como o destino (como diz o Povo). Por isso, na certeza de que este é um dos vários casos complicados que vamos enfrentar nesta viagem incrível da paternidade, nada nos pareceu mais certo do que vir até aqui partilhá-la convosco.
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Se confiam nas pessoas a quem diariamente entregam os vossos bens mais preciosos - e é bom que confiem mesmo - têm de acreditar que só em conjunto é que se conseguem ultrapassar os momentos delicados. É com elas que os nossos filhos passam grande parte do dia. Passam tanto ou mais tempo na escolinha do que passam em casa. Pensem nisto. Por isso, é mesmo fundamental que haja confiança, caso contrário mais vale procurar outra escola. - acreditem que a posição delas é extremamente difícil.
Os nossos olhos silenciosos carregam e encerram, por si só, muitas palavras e, nestes momentos em particular, é perfeitamente normal que tenham dúvidas e que sintam que não deram à vossa, ou ao vosso pequenote a atenção necessária. Mas, guess what, somos todos imperfeitos. Somos todos adultos. E todos queremos exactamente o mesmo, isto é, todos nós somos saudavelmente “obcecados”em conseguir o melhor para os nossos bebés. Por isso mesmo, falem, conversem, mas não se esqueçam de ouvir. Nunca se esqueçam de ouvir o relato sincero de quem só quer o melhor para os vossos filhos. Connosco foi assim. Ouvimos. Percebemos. Ouvimos um pedido de desculpas sincero, humilde e carregado de humanidade. E continuámos a receber mensagens da Beta e da Joana ao longo do dia para saberem se a pequenina estava bem. A elas também lhes custa, muito, nunca pensem que não. Mas se todos formos capazes de reconhecer méritos e deméritos na procura incessante do melhor para eles, estaremos invariavelmente mais próximos daquilo que é o caminho certo. Estamos e temos mesmo de estar juntos no comboio imparável e encantador que há de levar os nossos pequeninos à descoberta do incrível lugar que é este a que chamamos Mundo. 
E aqui, não nos esqueçamos nunca, as coisas não são sempre belas, encantadas, maravilhosas e arranjadas. Há dias maus. Há dias de m**da. Há dias em que parece que o Universo se aplica graciosamente na tarefa de nos fazer a vida negra. Mas, acreditem que o melhor está sempre para vir... e o pior também. Obviamente. Lida-se com uma coisa de cada vez, retirando a devida e necessária aprendizagem e ilação de cada uma das (delicadas) situações que vamos tendo de enfrentar. Sempre. Por nós. Por eles. Por um mundo melhor. Para eles. Para nós. Para que a Humanidade não se encerre na luta constante entre o Bom e o Mau e se perca de amores a ver crescer o bem mais precioso que tem: as suas crianças.
Por isto tudo a resposta à pergunta que serve de título de este texto é... nada. Não há grande coisa a fazer que não ser paciente e não dar demasiada importância a uma coisa que não tem tanta importância assim.
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agoranosostres · 7 years
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Se os Homens não choram, o que é que isso faz de mim?
Um Homem não chora por dá cá aquela palha. Aliás um Homem não chora por porra de razão nenhuma. Não tem sequer direito a ter esse direito. O direito a ser sensível ao que o rodeia, a ser parte da vida que o envolve. Mas onde é que estamos afinal? Onde irá parar este mundo se estes Homenzarrões se lembram de começar agora a chorar que nem pessoas comuns? Tem de haver alguma ordem na vida. Céu azul, mães perfeitas e Homens. 
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Homem que é Homem não se emociona nem se encolhe com minudências e miudezas. Nem sequer ao menos se entristece ou compadece com qualquer coisa que acontece. Ou pelo menos assim parece. Uma coisa é certa, jamais dá mostras de que se entristece. E nestas coisas, queridos amigos, o mostrar é logo meio caminho andado. 
Não se comove. Não se impressiona. Não chega nem sequer a sentir que é dor a dor que deveras sente. Nem tão pouco se comove diante da sua gente. Ele sim é um Homem com porte decente. 
Não sente, de todo. Não se incomoda com essas mariquices. Sorri, não se ri. Quando se ri, fá-lo alarvemente, com modos grosseiros e grotescos, arrepiando caminho para a coisa mais próxima da gargalhada que consegue encontrar. Sorrisos, isso nunca. Um Homem a sério fala alto. Fala mais alto. É o que fala mais alto. Tem de ser. Mas quem é o Homem, afinal? 
Vocifera. Enche o peito. Franze os lábios e as sobrancelhas, num gesto de apertada e contida demonstração de desagrado para com as coisas que não acontecem, nem se passam, como ele entende e diz que têm de acontecer e de se passar.
Homem que é homem bate com a porta. Fá-lo com estrondo. Seja a porta do quarto, da sala, de casa, do carro, da garagem ou da quinta.
Espera pela refeição. No ponto certo. Quente ou fria, dependendo do prato. Mas espera. De preferência sentado, como manda a lei. Diz à mulher que acabou o leite, a manteiga, o queijo, o fiambre, a cerveja. Pergunta o que é o jantar, o almoço. Diz que não gosta disso, que quer antes outra coisa. 
Não muda fraldas. Que nojo. Aquele cheiro nauseabundo que às vezes sai das fraldas dos putos já é suficientemente mau quanto mais ir abrir aquilo e ter de limpar aquilo com as mãos. Espera aí que já vais. Isso é coisa de mulher. Não lê histórias às miúdas. Isso também é coisa de mulher. Isso e passar a ferro, e limpar as casas de banho, cozinhar, lavar a roupa, estendê-la e apanhá-la. Fazer a sopa e cozer a fruta da mais nova, ajudar a mais velha a tomar banho e depois escolher-lhe a roupa, secar-lhe o cabelo e penteá-la. Tudo isso, como é óbvio, são coisas de mulher. Já disse. Irra! 
Vê a bola! Sempre. Sabe e conhece de cor as equipas, os jogos, os jogadores, treinadores, dirigentes e fala sobre isso com toda a gente, menos com a mulher. Ou então fala com ela como se fosse um homem e espanta-se quando ela lhe diz que não gosta de futebol e não percebe nada de bola. Até porque, como qualquer Homem sabe, futebol e bola são coisas diferentes. 
Homem que é homem não faz essas merdas que são da responsabilidade das mulheres. Homem que é homem diz que esses homens que fazem essas merdas são uns maricas de merda.
E depois há as birras e os mimos… e Homem que é Homem diz que birras se resolvem com muita facilidade: “duas palmadas bem dadas” (quando ainda são pequenos demais para a frase: dois estaladões no focinho que vais ver!). E na sequência das birras e dos mimos há o não me chateies que eu agora estou a ver a bola. Não, não vou contigo jogar à bola que está a dar este filme. Pede à tua mãe que ela deve estar aí sem fazer nada. Para que é que te serve a porcaria da consola que te comprei e do tablet. Sabes quanto é que essa porcaria custou? Vai lá brincar com qualquer coisa e não me chateies até acabar o jogo. Tás a ‘ovir?
Depois da bola logo vê o que vai fazer. Ou melhor, logo vê o que é que lhe apetece.
E no meio de tudo isto há o resto do mundo. E o resto dos homens, pobres de nós. O resto de todos os outros homens que são homens mais “assim-assim”.
Homens menores, que se preocupam, que se importam, que sentem, sorriem, amam, conversam, partilham, comentam, brincam, choram e gritam. Que pedem desculpa. Que lamentam. Que recomeçam e tentam. Homens (com maiúscula, mais uma vez, por estar no começo da frase) que abdicam de tudo para satisfazer os que amam. Perdoam e recomeçam. Ouvem e respeitam. Discordam e fazem na mesma. Surpreendem e são surpreendidos. Contam histórias e dizem coisas aos ouvidos. Mudam fraldas e adoram comprar vestidos às filhas. Amam e vêem esse amor totalmente correspondido. Não querem mais nada. Têm tudo o que querem. Têm tudo o que precisam. Só lhes falta uma coisa e essa não se dá. Falta-lhes o impiedoso H (agá) maiúsculo que faria deles homens de verdade. 
Porque, meus amigos, Homem que é Homem tem de ter um agá (H) grande. Tem de ter na designação a grandeza que julga ser parte integrante e inerente do seu ser. Valha-me a sorte de ser pequeno em masculinidade e macheza e gigante no amor infinito e incomensurável que tenho para dar à minha família. Porque os Homenzarrões de agá grande, mais cedo ou mais tarde, cada vez mais cedo que tarde, acabam, invariavelmente, sozinhos. E aí, caríssimo leitor, aí, na solidão e no abandono, o agá grande não lhes enche a alma nem os bolsos, nem o coração.
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agoranosostres · 7 years
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O Dia da Mamã
O texto não será longo ou lamechas, por isso podem continuar a ler, vá! :) O meu Primeiro Dia da Mãe foi dia 1 de Maio de 2016. Sim, a minha bebé ainda estava dentro da minha barriga, faltavam 20 dias para a ter nos meus braços, mas caramba, já vivi aquele Dia como o MEU dia! Até tive direito a prenda!! Portanto, este foi na prática o meu 2º Dia da Mãe. E que bom que foi! Porque este ano o Dia da Mãe começou logo na 6ª feira, com uma festa na creche: um pequeno-almoço muito simpático e acolhedor para mães e filhos com música da boa e tudo! Ah, e um presente especial... feito pela Leonor com a ajuda preciosa da Joana e da Beta, claro! Hoje, o dia foi passado em família... faltou o papá, que teve de ir trabalhar! É um regalo olhar para esta minha filha... quase a fazer 1 ano! Sempre a dizer “mamã, mamã, mãaaaaaa”. Eu disse 1 ano? Caramba! 1 ano!! Conheço-a melhor que a palma da minha mão e isso deixa-me muito feliz, porque ao longo deste ano crescemos as duas, os três! Crescemos muito mesmo! Que venham mais dias destes, de preferência na companhia do papá!!
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agoranosostres · 7 years
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Imparável, indomável, incansável... ou a curta história de uma bebé que está a crescer assustadoramente depressa
É tudo isto e, simultaneamente, tanto mais.  Vê-la crescer é um privilégio indescritível e pouco explicável numa linguagem que não contenha uma boa dose de suspiros, guinchinhos, sorrisos, gargalhadas tremendamente sonoras e em alguns casos descabidas, e um pouco de irrealidade tão própria de um pai completa e totalmente babado e a delirar com esta aventura que é a paternidade. 
Vamos já ao que aqui me traz. Tenho notado que existem de facto picos de crescimento e fases em que eles parecem absorver, aspirar e incorporar tanta novidade e tanta nova capacidade que chegam a abalar profundamente as convicções e ideias de realidade que nos povoam a mente. 
A Leonor está quase a completar 12 meses de vida e as diferenças e aquisições começam a ser notórias de semana para semana, às vezes até mesmo de dia para dia,
Assinalo apenas uma mudança recente, para não vos maçar com um texto grande e palavroso, em particular num sábado à tarde.
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Recentemente fomos passar uns dias de férias à Madeira, os três, em família - que é assim que a vida se quer - e, qual não foi o meu espanto quando, já no avião, acabadinha de entrar naquele pássaro gigante de cauda cor de laranja, ainda ao meu colo e a serpentear pelo avião fora à procura do nosso lugar, começou a saudar toda a gente que lhe dirigia o olhar ou um sorriso. 
Rajadas de “Aiá, Aiá, Aiá” para toda a gente, sorriso aberto, aquele sorriso tão próprio de quem, tal como o paizinho, sorri com os olhos antes mesmo de começar sequer a esboçar um sorriso com a boca.
Esta característica tem-na, tal como eu sempre a tive. Está sempre a sorrir, de sorriso aberto e olhos rasgados, como se toda a felicidade que ela irradia coubesse num dos gestos mais simples e belos que o ser humano consegue produzir: o sorriso verdadeiro. Mas atenção que isto nem sempre nos é favorável a nós, pessoas que sorriem com os olhos antes de mostrar os dentes.
Esta particularidade torna-a magnética. Obriga a que se concentrem sobre si os olhares dos transeuntes que, perdidos na beleza indescritível e muitas vezes quase insuportável daquela ilha, se encontravam rapidamente no sorriso de uma bebé de 11 meses. Acto contínuo, sorrir de volta e sorrir para os pais que, postos atrás do carrinho onde Sua Alteza Real segue sentada e a acenar à multidão, se foram deleitando com a atenção com que a sua mais que tudo foi sendo brindada ao longo dos dias que passámos na Madeira. E não foram apenas os estrangeiros, claro está.
A Nádia, a Isabel, o Miguel e a Dona Conceição ficaram encantados. Não houve quem se cruzasse com ela, quem assentasse os seus olhos nos dela que não lhe sorrisse de volta. Impressionante. Impressionei-me... e antevi um futuro difícil nesta condição de pai de uma menina que, tão cedo, já vai chamando a si as atenções de um mundo que vai descobrindo a cada dia e pelo qual se encanta como se encantam os pássaros pelos primeiros laivos de luz que a manhã lhes traz.
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agoranosostres · 7 years
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Tenho a Melhor Filha do Mundo
Há canecas e t-shirts. Há porta-chaves e molduras para o Melhor Pai, a Melhor Mãe e os Melhores Avós e os Melhores Padrinhos e os Melhores Amigos... e se não há para Melhor Filha devia haver, porque a minha merece!! :) Quando menos esperamos os nossos bebés surpreendem-nos e brindam-nos com o seu melhor sorriso, numa dose elevada de fofura que não se aguenta. O Martim foi ontem apresentar um livro - “Ser Blogger”. Era no Colombo. Às 19h00 (todos os papás ou quase todos sabem que 19h00 é um bocado aquela horinha de ponta para as famílias). Sala a abarrotar. Comecei a pensar em mil cenários, um dos quais envolvia a Nonô, eu e uma mama de fora em plena Fnac, que a menina agora quando mama está sempre a olhar para tudo o que está à volta e depois mama e depois torna a olhar - isto em casa até é tranquilo, mas na rua... a coisa “complica-se” porque além de olhar para tudo à sua volta, ainda faz adeus e chama seja lá quem for! :) Mas bom... pensei eu em mil cenários para quê? Para nada porque, mais uma vez, este docinho que acorda com as galinhas todos os dias esteve lindamente a assistir à apresentação, a ouvir o pai muito atenta, depois presenteou-me com um belo cocozinho - mas sem reclamar -, mamou lindamente e sem distracções e depois aguentou mais um bocadinho até irmos embora... sempre a brincar e a chamar pelo papá. Saímos da Fnac às 21h00. Estava podre. Adormeceu antes de sairmos do estacionamento, pobrezinha! Como ia vestida com roupinha bastante confortável, foi chegar a casa e deitar. Nem ai nem ui! :) Depois ainda lhe fui trocar as calcinhas porque falei com a minha mãe e recebi a seguinte mensagem: “despe essas calças à menina e veste umas de pijama com pezinhos que não apertam na barriga”. Foi no minuto a seguir! Quem tem uma Mãe tem tudo! E quem tem uma filha destas também! :)
BTW filha: Obrigada por teres acordado às 7h00 porque os papás ontem à noite ainda estiveram a ver mais um episódio de “Prison Break” e só foram para a cama �� meia-noite!! :) És a maior!
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