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#mulher reclinada
escolhidos-escritos · 4 months
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Mulher reclinada e uma mulher lavando os pés, 1941 Pablo Picasso (1881-1973) Óleo sobre tela, 130x97cm
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tratadista · 5 months
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Zinaida Serebriakova, Mulher Reclinada, Marrocos
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amor-barato · 11 months
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(..) Ele permanecia calado. Estava ainda sentado da mesma forma de antes, com os pés cruzados muito para trás, sob o assento. Inclinava-se para frente em direção à mulher reclinada com o tricórnio de papel. Tinha entre os dedos a lapiseira que pertencia a ela. Com os olhos tão azuis como os de Hans Lorenz Castorp, o jovem fitava a sala que se esvaziara. Os pensionistas haviam-se dispersado. O piano, no canto diagonalmente oposto, não deix ava ouvir senão alguns nos suaves e espaçados, produzidos com uma mão só pelo enfermo de Mannheim, a cujo lado se achava a professora, folheando um tomo de músicas que tinha sobre os joelhos. Quando se interrompeu a conversa entre Hans Castorp e Clawdia Chauchat, o pianista cessou de tocar, deitando no colo também a mão que até então acariciava o teclado. A srta. Englehart prosseguiu estudando as notas. Os quatro únicos remanescentes da festa carnavalesca conservaram-se imóveis. Os silêncio prolongou-se por alguns minutos. Sob o seu peso baixaram-se lenta e cada vez mais profundamente as cabeças do par sentado junto do piano, a do jovem de Mannheim em direção ao piano, e a da srta. Engelhart para o álbum de músicas. Por fim, como se se tivessem posto secretamente de acordo, levantaram-se suavemente, nas pontas dos pés, e evitando lançar um olhar para o outro canto da sala, com a cabeça baixa e os braços rigidamente pendurados, sumiram-se o rapaz de Mannheim e a professora, pela sala de correspondência.
- Todo mundo se retira – disse Madame Chauchat. – Eram os últimos; já é tarde. Bem, a festa de Carnaval acabou. – E ergueu os braços a fim de tirar com as duas mãos o gorro de papel do cabelo arruivado, cuja trança cercava a cabeça qual uma coroa.
– Sabe as consequências, senhor.
Mas Hans Castorp fez que não, com os olhos fechados, sem modificar, de resto, a sua posição.
- Jamais, Clawdia – respondeu. – Jamais eu te trataria por “senhora”, jamais na vida nem na morte, se é que se pode dizer assim; deveria ser possível. Essa forma de se dirigir a uma pessoa, que é aquela do Ocidente culto e da civilização humanitária, me parece fortemente burguêsa e pedante. Para quê, no fundo, a formalidade? A formalidade, é a pedantice ela mesma! Tudo o que tu disseste a respeito da moral, tu e teu compatriota sofrente – tu queres seriamente que isso me surpreenda? Por qual tipo de idiota tu me tomas? O que tu pensas de mim?
- É um sujeito que não dá muito a pensar. Tu és um bom homem conveniente, de boa família, de desejos tênues, discípulo dócil de seus preceptores e que voltará logo às planícies, para esquecer completamente que falou em sonho aqui e para ajudar seu grande país com seu trabalho honesto sobre os canteiros. Eis tua fotografia íntima, feita sem aparelho. Achas que estou certa, sim? - Faltam-lhe alguns detalhes que Behrens teria encontrado
- Ah, os médicos de hoje em dia, se eles soubessem….
- Tu falas como o Senhor Settembrini. E minha febre? De onde ela vem?
- Bem, é um incidente sem consequências graves e que passará rápido.
- Não, Clawdia, tu bem sabes que o que dizes aqui não é verdade, e tu o dizes sem convicção, eu estou certo disso. A febre do meu corpo e os batimentos do meu coração arrasam e fazem tremer os meus membros, é o contrário de um incidente, pois não é outra coisa – e seu rosto pálido, com os lábios trêmulos, inclinou-se ainda mais para o rosto da mulher – senão o meu amor por ti, sim, esse amor que me possuiu no instante em que meus olhos te viram, ou, sobretudo, em que eu reconheci, quando eu te reconheci – e foi ele, evidentemente, que me guiou a esse lugar...
- Que delírio!
- Oh! O amor não é nada se não for um delírio, uma coisa insensata, uma defesa e uma aventura pelo mal. Por outro lado, é uma banalidade agradável, perfeita para que façamos dos nossos planos pequenas canções possíveis. Mas quanto a isso de eu ter te reconhecido e reconhecido em ti meu amor – sim, é verdade, eu já te conhecia, antigamente, tu e teus olhos maravilhosamente oblíquos e tua boca e tua voz, com aquela tua fala – já uma vez, quando eu era estudante, eu te pedi teu lápis, para enfim te conhecer mundanamente, porque eu te amava irracionalmente, e é isso, sem dúvida são meu antigo amor por ti essas manchas que Behrens achou no meu corpo, e que indicam também que estava mal…
Seus dentes batiam. Enquanto ia divagando, retirou um pé de sob o assento rangente. Ao avançar esse pé, tocou o chão com o outro joelho, de maneira que se ajoelhava diante dela, com a cabeça baixa e o corpo todo trêmulo. – Eu te amo – balbuciou – eu te amei todo o tempo, pois tu és o sentido da minha vida, meu sonho, meu destino, meu eterno desejo...
- Vamos, vamos! – disse ela. – Se teus preceptores te vêem...
Mas Hans Castorp sacudiu a cabeça, desolado, com o rosto junto ao tapete, e respondeu:
- Eu não me importaria, eu não me importo com Carducci e a República eloquente e o progresso humano no tempo, pois eu te amo!
Ela acariciou-lhe suavemente com a mão os cabelos aparados da nuca.
- Pequeno burguês! – disse. – Belo burguês de pequena mancha úmida. É verdade que tu me amas tanto?
E arrebatado por esse contato, já sobre ambos os joelhos, com a cabeça deitada para trás e com os olhos fechados, continuou ele a falar:
- Oh, o amor, tu sabes... O corpo, o amor, a morte, esses três não se separam. Pois o corpo é a doença e a volúpia, e é ele que faz a morte, sim, eles são sensuais os dois, o amor e a morte, e seus terrores e sua grande magia! Mas a morte, tu compreendes, é, de um lado, uma coisa difamada, insolente, que nos faz corar e nos envergonha; e por outro lado é uma pulsação muito solene e muito majestosa – maior que a vida risonha de ganhar dinheiro e de encher a barriga – muito mais venerável que o progresso que tagarela pelo tempo – porque ela é a história e a nobreza e a piedade e o eterno e o sagrado que nos faz tirar o chapéu e andar com as pontas dos pés... Mesmo o corpo, ele também, e o amor do corpo, são uma relação indecente e prejudicial, e o corpo de superfície avermelhada e pálida por medo e humilhação de si mesmo. Mas também ele é uma grande glória adorável, imagem miraculosa da vida orgânica, santa maravilha da forma e da beleza, e o amor para ele, para o corpo humano, é mesmo um interesse extremamente humanitário e um poder mais educativo que toda a pedagogia do mundo!... Oh, encantadora beleza orgânica que não se compõe nem de tintura a óleo nem de pedra, mas de matéria viva e corruptível, cheia de segredo febril da vida e da podridão! Vê a simetria maravilhosa do edifício humano, os ombros e as ancas e os seios floridos de uma parte à outra sobre o peito, e as costelas arrumadas por pares, e o umbigo ao meio na moleza do ventre, e o sexo obscuro entre as coxas! Olha as omoplatas se movimentarem sobre a pele brilhante do dorso, e a coluna que desce na direção das nádegas frescas e luxuriantes, e os grandes galhos de vasos e nervos que passam do tronco aos ramos dos pulmões, e como a estrutura dos braços correspondem àquela das pernas. Oh, as doces regiões da junção interior do cotovelo e do joelho com sua abundância de delicadeza orgânica sobre suas almofadas de carne! Que festa imensa acariciar esses lugares deliciosos do corpo humano! Festa para morrer sem se queixar depois! Sim, meu deus, deixa-me sentir o cheiro da pele da articulação, sobre a qual a engenhosa cápsula articula secretamente seu óleo deslizante! Deixa-me tocar devotamente de minha boca a Artéria do fêmur que bate em frente à coxa e que divide mais abaixo as duas artérias da tíbia! Deixa-me sentir a exalação de teus poros e apalpar teus pelos, imagem humana de água e de albumina, destinada à anatomia do túmulo, e deixa-me perecer, os meus lábios nos teus!
Não abriu os olhos, depois de ter terminado de falar.
Permaneceu sem se mover, com a cabeça deitada para trás, estendendo as mãos com a lapiseira de prata, estremecendo e vacilando sobre os joelhos. Ela disse:
- Tu és realmente um galã que sabe implorar de uma maneira profunda, no Alemão!
E lhe pôs na cabeça o gorro de papel.
- Adeus, meu príncipe de Carnaval! Tu terás uma crise de febre essa noite, eu ta predigo.
Com essas palavras, resvalou da cadeira, deslizou pelo tapete, rumo à porta, sob cujo umbral hesitou um instante, meio voltada, levantando um dos braços nus, com a mão a repousar no gonzo. Por cima do ombro disse baixinho:
- Não te esqueças de me devolver meu lápis.
E saiu (...)
Thomas Mann (A Montanha Mágica)
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contosdameianoite · 2 years
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Dores, Casemiro de Abreu
Há dores fundas, agonias lentas, Dramas pungentes que ninguém consola, Ou suspeita sequer! Mágoas maiores do que a dor dum dia, Do que a morte bebida em taça morna De lábios de mulher!
Doces falas de amor que o vento espalha, Juras sentidas de constância eterna Quebradas ao nascer; Perfídia e olvido de passados beijos... São dores essas que o tempo cicatriza Dos anos no volver.
Se a donzela infiel nos rasga as folhas Do livro d'alma, magoado e triste Suspira o coração; Mas depois outros olhos nos cativam, E loucos vamos em delírios novos Arder noutra paixão.
Amor é o rio claro das delícias Que atravessa o deserto, a veiga, o prado, E o mundo todo o tem! Que importa ao viajor que a sede abrasa, Que quer banhar-se nessas águas claras, Ser aqui ou além?
A veia corre, a fonte não se estanca, E as verdes margens não se crestam nunca Na calma dos verões; Ou quer na primavera, ou quer no inverno, No doce anseio do bulir das ondas Palpitam corações.
Não! a dor sem cura, a dor que mata, É, moço ainda, e perceber na mente A dúvida a sorrir! É a perda dura dum futuro inteiro E o desfolhar sentido das gentis coroas, Dos sonhos do porvir!
É ver que nos arrancam uma a uma Das asas do talento as penas de ouro, Que voam para Deus! É ver que nos apagam d'alma as crenças E que profanam o que santo temos Co'o riso dos ateus!
É assistir ao desabar tremendo, Num mesmo dia, d'ilusões douradas, Tão cândidas de fé! É ver sem dó a vocação torcida Por quem devera dar-lhe alento e vida E respeitá-la até!
É viver, flor nascida nas montanhas, Para aclimar-se, apertada numa estufa À falta de ar e luz! É viver, tendo n'alma o desalento, Sem um queixume, a disfarçar as dores Carregando a cruz!
Oh! ninguém sabe como a dor é funda, Quanto pranto s'engole e quanta angústia A alma nos desfaz! Horas há em que a voz quase blasfema... E o suicídio nos acena ao longe Nas longas saturnais!
Definha-se a existência a pouco e pouco, E ao lábio descorado o riso franco Qual dantes, já não vem; Um véu nos cobre de mortal tristeza, E a alma em luto, despida dos encantos, Amor nem sonhos tem!
Murcha-se o viço do verdor dos anos, Dorme-se moço e despertamos velho, Sem fogo para amar! E a fronte jovem que o pesar sombreia Vai, reclinada sobre um colo impuro, Dormir no lupanar!
Ergue-se a taça do festim da orgia, Gasta-se a vida em noites de luxúria No leito dos bordéis, E o veneno se sorve a longos tragos Nos seios brancos e nos lábios frios Das lânguidas Frinés!
Esquecimento! — mortalha para as dores — Aqui na terra é a embriaguez do gozo, A febre do prazer: A dor se afoga no fervor dos vinhos, E no regaço das Marcôs modernas E' doce então morrer!
Depois o mundo diz: — Que libertino! A folgar no delírio dos alcouces As asas empanou! — Como se ele, algoz das esperanças, As crenças infantis e a vida d'alma Não fosse quem matou!...
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santhatela · 2 years
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Madame Récamier de François Gérard  ▪︎  Santhatela Mais  Mostra a socialite de Paris, Juliette Récamier, no auge da moda neoclássica, reclinada sobre um sofá e em um vestido de estilo Império, com braços quase nus, e cabelo curto, tudo isso sendo muito avançado para a época. Récamier é um tipo de sofá em que ela gostava de se reclinar e foi assim nomeado em sua homenagem. Essa obra é mais que um retrato, e sim, um ideal de elegância feminina. Madame Récamier, com apenas 23 anos, já era uma das mulheres mais admiradas do seu tempo. Encomendada por ela, a imagem permaneceu inacabada. David não estava satisfeito e queria refazê-la, mas para ela, David trabalhou muito lentamente, e encomendou a um de seus alunos, François Gérard um novo retrato. Um dos alunos favoritos de David, Gérard desenvolveu uma versão mais suave e graciosa do estilo de seu mestre. Contrariado por isso, David disse a ela: "As mulheres têm seus caprichos, assim como os artistas. Permita-me satisfazer o meu, mantendo este retrato". A pintura permaneceu em seu estúdio, inacabado, e não foi visto pelo público até ele entrar no acervo do Louvre. François Gérard, foi um pintor francês que se destacou como retratista. Os seus retratos, em especial os femininos, são notáveis pela delicadeza do traço e pela simplicidade e franqueza de expressão.  Madame Récamier, conhecida como Juliette, era uma líder da sociedade francesa, cujo seu salão atraiu parisienses dos principais círculos literários e políticos. Casou aos 15 anos com Jacques Récamier, um banqueiro quase 30 anos mais velho. Boatos diziam que ele era seu pai natural, e que casou com ela para fazê-la sua herdeira. Isso não foi provado. O casamento nunca foi consumado e Juliette permaneceu virgem até seus 40 anos. Charmosa e atraente era amante da literatura mas tímida e modesta por natureza, possuía muitos admiradores. Um salão literário é uma reunião onde pessoas se encontram regularmente, sob uma recepção, para debater questões relativas como filosofia, literatura, pintura, moral e questões intelectuais. Fonte: Arte e Blog e História Ilustrada da Arte  Obra: Madame Récamier  Ano: 1805 ▪︎ #cultura #conteúdo #arte #pintura #decor https://www.instagram.com/p/Cfb1eiGr2ou/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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fariagleiton · 2 months
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O passo felino elegante e forte
Desfila a fera
enviesado o olhar de baixo pra cima
Mulher
A cabeça reclinada sustentando
A força da história que silencia o rugido
Contido
E a força do silêncio
A força do grito.
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babbyleesblog · 6 months
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Em 1916, Gertrude Vanderbilt Whitney, a visionária fundadora do Whitney Museum em Nova Iorque, recrutou os talentos de Robert Henri, uma figura de destaque entre os pintores realistas urbanos. Henri e os seus contemporâneos tinham revolucionado o panorama artístico nova-iorquino apenas uma década antes, com as suas impressionantes representações de pessoas do quotidiano e dos aspectos comuns da vida citadina.O vestuário pouco convencional e o comportamento seguro de Mrs. Whitney desafiavam as normas da época, especialmente para uma mulher da sua posição social. Através deste retrato, Henri transformou engenhosamente a representação convencional de uma figura feminina reclinada (tipicamente uma cortesã nua ou a deusa Vénus) num retrato impressionante do arquétipo da mulher "moderna".Sabia que hoje é o Dia dos Solteiros? Para celebrar este dia (e talvez oferecer uma pequena prenda a si próprio, quer seja solteiro ou não), consulte a nossa Promoção Especial na Loja DailyArt, onde encontrará todos os nossos produtos artísticos com um desconto de 22% e a nossa plataforma de cursos online com as melhores aulas de história da arte online!P.S. Gertrude Vanderbilt Whitney foi uma mulher extraordinária, que deixou um impacto duradouro no mundo da arte americana. Se quiser saber mais sobre ela, veja a nossa lista de cinco grandes benfeitoras da história da arte! E se quiser descobrir mais histórias de colecionadoras de arte famosas, consulte os artigos abaixo!
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Esse é um repost do aplicativo @DailyArt 💚🦚✨
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amortodososdias · 2 years
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Mulher de joelhos, quem a encontrará?
Ela excede em muito à mulher com as joias mais finas do mercado.
Unida em amor ao esposo ela pode fazer maravilhas.
Lutando pela verdade nada a impede de seguir em frente.
Há um alvo a ser seguido, a glória do seu Mestre e Salvador e Senhor.
Ela não há de descansar antes de ver isto acontecer em seu lar.
Reclinada assim aos pés da cruz ela nunca, jamais desiste."
Que Deus nos faça mulheres que oram e servem ao Rei dos reis e Senhor dos senhores de todo coração.
Hendrika Lopes
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drykbiokinesis · 3 years
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🌌ARQUÉTIPO CLEÓPATRA 🌌 ARQUÉTIPO DE PODER 🎧 BIOKINSIS CLEÓPATRA.
CLEÓPATRA, A ÚLTIMA RAINHA DO EGITO
Todos na cidade mediterrânea de Tarso já tinham ouvido os rumores. Fofoca sempre correu rápido. Por isso, uma multidão cada vez maior aglomerava-se nas margens do rio Cidno, em 41 a.C., para assistir ao espetáculo que, afinal, foi um dos mais incríveis da antiguidade .
Em meio a uma explosão de aromas e cores de nuvens de incensos, uma barcaça de popa dourada e velas púrpura, com dezenas de remos de prata, subia calmamente pelas águas turquesa. A batida dos remadores marcava o ritmo para a orquestra de flautas, gaitas e liras no convés. Lindas mulheres vestidas de ninfa trabalhavam no leme e nas cordas. Uma escolta de navios de suprimentos seguia atrás, levando louças de ouro, tapeçarias, joias caríssimas.
Reclinada sobre um divã e abanada por graciosos meninos, vinha uma mulher de 28 anos, ornada como a Vênus de uma pintura. Era, talvez seja desnecessário dizer, a pessoa mais rica do Mediterrânio.
E também articulada, carismática, fluente em nove línguas, versada em política, diplomacia e governo, estrategista militar. Dona de um grande senso de humor e de muito charme. Conquistava quem quisesse.
espetáculo era para seduzir mais um — que, a bem da verdade, estava longe de ser qualquer um. Afinal, CLEÒPATRA a rainha do Egito, não podia conhecer o general romano Marco Antônio , recém-convertido em um dos homens mais poderosos do mundo, de qualquer maneira. Esse era seu jeito de fazer as coisas: de forma surpreendente, sim, mas muito eficiente.
Ela teve uma das pós vidas mais movimentadas da História.
“Já virou nome de asteroide, de videogame, marca de cigarro, caça-níqueis, clube de striptese , um esteriótipo… E sinônimo de Elizabeth Taylor”, diz (sem citar clássicos, como a peça de Shakespeare), a escritora Stacy Schiff, autora de Cleópatra: Uma Biografia.
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historiadaartedaily · 5 years
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Mulher reclinada com meias verdes, 1914. Egon Schiele
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A traição da Saravi
A iluminação pública do poste facilitavam a visibilidade dos gestos apressados dos amantes ao tirar às roupas. O marido da Saravi abriu a porta, deu um passo para frente e outro para a direita, abriu ligeiramente as pernas para se apoiar, então viu o que fazem nos filmes adultos, mas desta vez ao vivo, bateu a catana contra a parede. O amante pego em flagrante está de boxers pretas com listras azuis, os olhos bem abertos, que denunciam desespero. O corpo da mulher expressa um panorama incompreensível, entre uma excitação que se deteora lentamente na vergonha misturada ao medo. Até aquí só se passaram 30 segundos, mas os segundos têm duração e intensidade indescritíveis com palavras.
O marido parece desnorteado, fora de si, ele só sabe que tem que decidir rapidamente o que fazer, o tempo está agindo contra ele. Ele nunca esteve em uma circunstância similar, só ouvia cenários do gênero em conversas de bares com amigos.
Num ápice, se vê com a catana apontada para o amante da esposa. Mas antes liga a luz, isso mesmo, mirou que o tal amante até deixou o relógio na mesa de cabeceira, lembrou, sobretudo, que ele não entrou à força, alguém o deixou entrar, aliás, até combinaram, deram-lhe um sinal. Ele não é o mais culpado da situação? Pois é, para ele a maior culpada era a esposa.
Por isso a adúltera deve pagar com a morte. Entretanto, lembrou também da sua amante que vive à dois quarteirões da sua casa, sensibilizou-se com o amante da sua esposa, virou a catana brilhante e afiada para esposa, mas antes a sua consciência gravitou no racional, " E o que aconteceria se eu a matasse?"-pensou ele.
Olhou para o outro lado da cabeceira, e tinha lá a foto deles de casamento, pensou com os seus botões, "Como é possível que eles façam isso logo ao lado dessa foto?".
Nada mais faz sentido, o marido sentou-se na cama, chorou com a cabeça reclinada para baixo, e sem esperar entra o vizinho na casa tentando acalmar, nesse instante o marido traído faz a coisa mais inesperada diante dos olhares estupefatos de todos, puxa a catana até a sua têmpora lateral e imprimi com pressão a catana na testa do vizinho. Agora não há testemunhas externas, e ninguem sabe da traição, os três ocultam o cadáver, e cada um vive a sua vida.
_#Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência._
~Ab Binadre WZ
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manualdemae · 2 years
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Qual a melhor posição para amamentar o bebê?
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Qual a melhor posição para amamentar o bebê? Embora seja uma atividade natural, a amamentação também é uma habilidade que leva tempo para ser aprendida. Tende a ficar mais fácil com a prática, pois tanto a mãe quanto o bebê dominam as estratégias de amamentação que funcionam para eles. As melhores posições para amamentar permitem que o bebê pegue a mama bem e confortavelmente, não force os músculos e reduza o risco de lesões nos mamilos e dor. A melhor posição para amamentar também pode mudar à medida que o bebê cresce e a mulher ganha confiança. Nenhuma posição funciona para todos. Em vez disso, experimente uma variedade de posições para encontrar aquelas que funcionam bem em diferentes situações. Para ler depois: Quando devo parar de amamentar?
Melhores posições de amamentação
Embora nem todas as mulheres achem as mesmas posições confortáveis ​​ou eficazes, algumas das melhores posições para amamentar incluem: 1. Suporte de berço
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O suporte do berço é a posição clássica de amamentação. Nessa posição, o bebê mama com a barriga contra o corpo da mãe. Para fazer o suporte do berço: - Segure o bebê coma bariga contra o seu corpo. - Apoie o bebê com o braço que está do mesmo lado da mama que o bebê está amamentando. - Mantenha a cabeça do bebê alinhada com o resto do corpo para evitar forçar o pescoço. - Tente usar um travesseiro de enfermagem ou um apoio de braço para apoiar o cotovelo para torná-lo mais confortável. No entanto, algumas mães acham difícil dominar essa posição com um recém-nascido. Além disso, conforme os bebês crescem, eles podem se tornar grandes demais para serem sustentados nesta posição. 2. Suporte cruzado
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O berço cruzado geralmente é a melhor pega para recém-nascidos. O aperto é semelhante ao do berço, mas a mulher apóia o bebê com o braço oposto ao seio de onde o bebê está se alimentando. Para amamentar na posição de berço cruzado: - Segure o bebê rente ao estômago, com as costas e o pescoço alinhados. - Alcance as costas do bebê e segure a cabeça dele com a mão, permitindo que o traseiro dele repouse na dobra do seu braço. Esse aperto pode ser difícil de dominar no início, mas permite que a mulher tenha mais controle sobre o pegador do bebê. Esta posição pode ser útil para bebês que lutam para obter uma pegada profunda. 3. Reclinado ou deitado
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Essa posição é às vezes chamada de amamentação biológica porque estimula os reflexos instintivos de alimentação do bebê e permite que a mulher se alimente de uma posição confortável e apoiada. Pode exigir algumas mudanças de posicionamento, mas a posição reclinada também pode ser muito confortável para mulheres que lutam com dores musculares ou se recuperando de uma cirurgia ou parto. Para dominar esta abordagem à amamentação: - Encontre uma posição reclinada confortável que apoie sua cabeça e pescoço. Imagine assistir TV ou ler um livro reclinado. Uma cadeira reclinável pode ajudar. - Posicione o bebê de barriga para baixo em seu peito, com a cabeça na altura do peito. - Certifique-se de que nada está cobrindo o nariz do bebê e que seu pescoço não está dobrado. - O bebê pode encontrar a mama sozinho, mas fique à vontade para ajudar o quanto for necessário. Algumas mulheres colocam o bebê na posição vertical, com os dedos dos pés apontando para baixo. Outras mulheres acham mais confortável com o bebê ligeiramente reclinado contra seu braço dobrado. Experimente diferentes opções para encontrar uma que funcione. 4. Bebê sentado
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Crédito da imagem: Al van Akker, 2010 Quando o bebê tem idade suficiente para apoiar a cabeça, ele pode mamar sentado. Esta posição funciona bem para a amamentação em trânsito. Bebês que se contorcem quando se sentem contidos também podem gostar dessa posição. Para alimentar um bebê na posição vertical: - Sente-se na posição vertical e apóie o bebê para sentar. Bebês mais novos podem se apoiar em seu braço ligeiramente flexionado para obter mais apoio. Bebês mais velhos podem se sentir melhor sentados totalmente, com as pernas enroladas em cada lado de seu abdômen. - Apoie as costas e o pescoço do bebê até que ele possa se sentar sem ajuda. - Certifique-se de que o pescoço e as costas do bebê estão retos e alinhados. - Certifique-se de que não há nada cobrindo o nariz do bebê. 5. Deitado de lado
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Crédito da imagem: Al van Akker, 2010 Deitar de lado é a posição ideal para amamentar em mulheres que estão se recuperando de uma cirurgia e em mulheres exaustos que amamentam à noite. Mulheres que dormem junto com o bebê tendem a usar essa posição. Algumas mulheres acham difícil chegar à posição certa no início. Recém-nascidos muito pequenos podem ter dificuldade em ficar de lado. Para amamentar deitado de lado: - Deite-se de lado, de frente para o bebê. - Coloque o bebê de forma que o nariz fique próximo ao mamilo. - Segure o bebê bem ao seu lado e apoie as costas dele com o antebraço ou com um cobertor ou toalha enrolado. Alguns bebês acham mais fácil amamentar pela mama de cima, enquanto outros podem alcançar mais facilmente a mama que está mais próxima da cama. As mulheres que tentam esta posição devem observar que, embora o co-leito seja popular, a maioria das organizações não a recomenda. Isso é especialmente verdadeiro para recém-nascidos que apresentam alto risco de sufocação e síndrome de morte súbita infantil (SMSL). A maneira mais segura de amamentar deitada de lado é remover todos os travesseiros e cobertores próximos ao bebê. Evite adormecer antes de devolver o bebê ao berço. 6. Fixação da embreagem
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A garra de aperto é ideal para mulheres se recuperando de uma cirurgia abdominal ou lidando com dores após o parto. Também é uma excelente opção para mulheres que desejam amamentar dois bebês simultaneamente. Muitas mulheres acham que isso ajuda os bebês a ter uma pegada mais profunda e que reduz a frustração associada a um forte reflexo de descida. Esse agarre é às vezes chamado de agarre da bola de futebol, porque a mulher segura o bebê como uma bola de futebol. Para usar a posição de retenção da embreagem: - Coloque um travesseiro em um lado do corpo ou em ambos os lados se estiver amamentando dois bebês. O travesseiro apoiará o corpo do bebê. - Segure o bebê com a face para cima em seu braço com a cabeça dele perto de seu peito. - Alinhe a cabeça, o pescoço e as costas do bebê e apoie-os com o braço e a mão. - Embale o bebê perto do seu lado, com as pernas e os pés enfiados embaixo do braço. Leia também: É possível engravidar durante a amamentação? O posicionamento é apenas um aspecto da amamentação confortável. Essas outras estratégias podem tornar a amamentação mais confortável e eficaz: - Uso de travesseiros ou cobertores enrolados para suporte extra . Essa tática pode ser especialmente útil se segurar o bebê causa tensão muscular. Por exemplo, colocar um travesseiro sob o cotovelo que apóie o bebê pode ajudar a reduzir a tensão nos ombros e no pescoço. - Criando uma área de amamentação confortável . Abastecer uma área da casa ou cômodo com lanches, água, travesseiro de enfermagem, cobertor, material para arrotar, um livro ou revista e outras necessidades pode ajudar as mulheres a administrar longas sessões de amamentação. - Relaxando o pescoço e os ombros . Algumas pessoas tensionam os músculos do pescoço e dos ombros para suportar o peso do bebê. Tente relaxar ativamente esses músculos ou use um travesseiro como apoio. - Apoiando o seio . Dependendo do tamanho ou da posição da mama, ela pode cobrir grande parte do rosto do bebê. Apoiar o peso da mama com a mão livre pode tornar a posição mais confortável e manter o nariz do bebê descoberto. - Bombeamento após cada sessão de amamentação . Para aumentar o suprimento e acumular um estoque de leite materno, a mulher pode bombear após cada sessão de amamentação. Isso ajuda a esvaziar os seios. Algumas mulheres preferem economizar tempo bombeando uma das mamas enquanto amamentam na outra.
Resumo
A posição certa para amamentar pode mudar com o tempo, à medida que a mulher e o bebê desenvolvem uma rotina e um relacionamento. Esteja aberto para experimentar diferentes posições. Embora algumas posições possam parecer estranhas no início, a prática pode torná-las mais fáceis e confortáveis. As mulheres que têm problemas com a amamentação devem procurar ajuda o quanto antes. É possível resolver a maioria dos problemas de amamentação, mas esperar muito pode ser desafiador e provocar frustração na mulher e no bebê. Read the full article
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O VASO ETRUSCO II
Demônios, máscaras, túmulos
e símbolos incompreensíveis.
Uma mulher reclinada, sorrindo
e um homem ao lado,
sem nenhuma expressão extraterrena
nas luzes da terracota esturricada.
Os sarcófagos de barro
demonstrando hieráticos desejos,
o deleite do guerreiro
mas não o de um êxtase de mulher.
E a mulher, triste, indefinível
como a forma cônica
do cheiro do vinho
do amplo contorno da ânfora
e da água sobre a água.
Os desenhos trabalhados
na forma desconhecida
da luz e das sombras funerárias
dentro do sarcófago.
Os itens determinados
na fórmula sagrada
para colher o vento,
as portas abertas
para aprisioná-lo
na extremidade das ânforas
e dentro do vaso com seus desenhos
de guerreiros.
Exibia-se a si mesmo o vaso
nos museus e escavações,
nos tesouros dos Papas
e dos reis de Pisa:
um excêntrico adorno para as urnas
dos banquetes funerários,
fragmentos de sorrisos
e de arcaicos relevos eróticos
de guerreiros e heróis
patrícios ou não
reclinados nos triclínios,
adornando um último sonho
ou deleite da carne
de mais de mil anos
que necessitam de ser decifrados
por duendes renascidos
dos contornos das ânforas,
do cheiro do vinho
e do vento que ficou preso
no banquete da morte
por vários milênios,
nas extremidades abertas
desse estranho vaso.
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ricbezarre-blog · 6 years
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Mulher reclinada em Ocre
by @ric.bezarre
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conexaocapixabaes · 4 years
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Homem perde o controle e dá socos em poltrona de avião reclinada; assista arrow-options Reprodução Twitter Vídeo foi postado no dia 9 de fevereiro nas redes sociais Após uma mulher ter reclinado sua poltrona de avião, um passageiro do voo da American Airlines de Nova Orleans para Charlotte, do último 31 de janeiro, que estava atrás dela se irritou e começou a dar socos no assento.
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revistazunai · 5 years
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Manuscritos de Alexandria: Claudio Daniel
GAVITA, GAVITA
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escuro, escuro como um uivo - som de sombra -  esquálido e fecal -  voz miúda, no espaço espesso. gestos surdos, de pele tensionada -  mãos fluidas que tateiam o ar. sim, está enfeitiçada. ginga, negra e cega, em vôo tosco. vibra o torso, em vaivém, nas pontas dos pés. ginga e gira, com serpentes nos braços, e treme toda, torva e turva. não tem unhas, só garras; nem lábios, apenas gritos mudos. ela expande os passos, sem volúpia ou cisma, e s'incandesce, crestando o solo. é toda fera e fúria. está enfeitiçada, e me apavora. eu sorvo sua treva, e afundo em visões de salamandra. visitei as páginas de um livro de magia, e invoquei as figuras retorcidas da insânia: vêm, astaroth, asmodeus, sintam a carne que ofereço a seus caninos.
 (eu sabia os nomes das flores, quando menino, das estrelas e insetos;) (juntava lagartas numa caixa de sândalo) (e rezava pelas almas das princesas suicidadas.) (um albino ensinava-me latim) (e apertava fortemente meus testículos.) (laos deo, laos deo.)  (citações de cícero e da guerra da gália) (até soar a sineta para o desjejum.) (eu gostava dos turíbulos e ostensórios,) (dos saltérios e vitrais) (em que o filho do ho-mem) (sangrava por nossas culpas.) (excitava-me com sua dor.) (amava ícones mal pintados,) (palavras arcanas,) (música de violoncelo) (e sonhava ser marinheiro) (ou alcoólatra.) (certo dia, fugi.) (oh estações, oh castelos.) (açoitei a delicadeza,) (fiz-me barro, besta, bruto;) (um selvagem, sim, selvagem,) (e toquei tambor) (na noite do sabá.)
 (minha mãe tinha seios brancos) (e voz branca de medievo místico.) (ela foi a lua cheia,) (angélica e nivosa,) (oh monja da cela constelada.) (meu pai foi um rude fazendeiro,) (igualmente branco,) (cujo olhar tinha odor de antigas armaduras.) (recordo seu rosto de falcão,) (as pequenas mãos trigueiras,) (a voz pesada, de bacamarte.) (eles eram de diversa estirpe,) (mas eu os amei,) (em minha estranha epiderme,) (na nostalgia de outro reino,) (que não sei.) (dizem os juristas) (que no céu) (todos são brancos,) (como as velas dos santos,) (o linho,) (o algodão.) (é verdade que sou um deslocado,) (desbocado,) (excêntrica bizarria,) (rosa cúbica, talvez.) (vejam, aqui está) (o negrinho) (que fala francês,) (membro de uma raça impura,) (turba de pobres diabos,) (ratos depenados,) (pretos amaldiçoados.) (é verdade,) (confesso aos senhores,) (a minha escurez,) (mas guardo comigo) (a música das esferas.)
 está enfeitiçada, e canta ladainhas. em nervosa mímica de punhos, move-se como a naja em sua caverna, o peito magro ornado com colares de crânios, os cabelos azuis cobertos de cinzas. ela dança, dança sobre o meu ventre, agitando as armas de suas múltiplas mãos, e beija-me a boca com os acres perfumes do crematório. delírio contorcido, convulsivo / de felinas serpentes, / no silamento e no mover lascivo / das caudas e dos dentes. (não há qualquer caminho) (ou via ideal) (com trigais e monjolos,) (apenas a rua) (tortuosa do grito,) (a vereda) (fantástica) (do absinto.)
 (fui o ponto) (dos mais curiosos) (espetáculos,) (cedendo palavras) (aos atores no palco;) (e emprestei silêncio) (a minhas próprias comédias.) (sou talvez essa loucura geométrica,) (nos porões de um teatro abolido.) (mancha de tinta) (no final de cada linha,) (sem dimensões,) (mínima esfera.) (uma pausa entre vozes,) (lugar indefinido,) (porção menor de um plano,) (sinal que abrevia os vocábulos.) numa evaporação de branca espuma / vão diluindo-se as perspectivas claras... / com brilhos crus  e fúlgidos de tiaras / as estrelas apagam-se uma a uma.
 (na mocidade,) (tomei cerveja) (com vadios,) (provei do tabaco) (e do presunto tostado;) (soube de vênus) (com atrizes) (de má vida.) (se sonhei) (com o sublime?) (sim,) (foi) (numa festa) (de coxos.) (sou um porco,) (como todos) (os homens) (são porcos;) (injuriei,) (conheci) (o escarro,) (o tabefe.) (porque sei,) (sou duende;) (vejam) (minhas unhas;) (sou inferior,) (como um pedaço) (de ferro;) (um saco) (de farelo;) (migalhas) (de ração.) (por que li) (o teu livro,) (charles baudelaire?) (acreditei-me um deus.)
 está enfeitiçada, pobre leoa devassa; onde estão teus filhotes? devo banhá-la, com a água que eu mesmo fervi. ergo seu braço, para a assepsia; depois outro, e as pernas, o pescoço, as nádegas, sem nenhum erotismo: como se prepara um morto para o caixão. vesti-la, peça por peça, com as cores discretas da pobreza. assobiar talvez uma valsa, um minueto, para dar requinte a nossa sopa. por fim, velar o sono da vestal, para só depois escrever os versos que ninguém escreveu jamais. torva, febril, torcicolosamente, / numa espiral de elétricos volteios, / na cabeça, nos olhos e nos seios / fluíam-lhe os venenos da serpente.
 (arquivista, sim,) (da estrada) (de ferro,) (ninho) (de covas) (e coveiros;) (onde) (sou corvo) (entre corvos,) (negro) (entre negros,) (porque os versos) (não compram pão.) (recolher as sobras,) (para o azeite) (e as verduras.) (desviar do cuspe;) (oferecer a outra mão.) (exilado) (de mim,) (despido) (de qualquer) (delicadeza) (sou coisa) (entre coisas.) (vítor,) (o que) (fazer,) (sozinho,) (em terra desolada?)
 (houve) (um tempo) (em paris) (em que fui) (o rei) (do haxixe.) (todas) (as moças) (amavam) (minha face) (de príncipe) (etíope,) (atlante) (ou cenobita.) (eu usava) (uma gravata) (vermelha,) (flor) (de cardo) (na lapela) (e bigodes) (espessos) (de mongol.)  (é tão distinto) (ser) (um poeta) (maldito.) (meus versos) (encantavam) (insólitas) (platéias) (ao som) (monótono) (do piano) (estrangulado.) (alguém) (de suíças) (platinadas) (desenhava) (haréns) (de divas) (marroquinas.) (um outro) (de denso) (cavanhaque) (e nariz) (encurvado) (discutia) (platão) (e plotino.) (mulheres) (de seios) (rosados) (entoavam) (árias) (de concerto.) (havia) (pratos) (refinados) (de atum) (e salmão,) (garrafas) (de vinho) (espanhol) (e cheiro) (forte) (de fumo) (africano.) (eu era) (o rei) (do haxixe,) (até) (certo dia,) (quando) (fui surrado,) (como) (um) (escravo,) (cuspido) (e) (atirado) (para fora) (dos salões,) (como) (um corcunda,) (leproso,) (bufão.) (senhores,) (vejam,) (ali) (vai,) (célere,) (espavorido,) (o) (macaco) (cantante.)
 gavita, gavita. sim, está enfeitiçada, e fala ganidos. ela, minha bela, dona e dânae, minha flor amarela, meu bicho-da-seda, minha floresta. eu sou o teu dervixe, tua chuva de ouro, teu apache, teu urso polar. vem, deusa de tetas verdes, vem aos meus braços, como no tempo em que te conheci, na terra do gelo. você me dizia de países distantes, em que são servidos licores de pétalas de rosa. onde há carros floridos movidos pela mente, e macacos que entoam devotadas preces. eu enlaçava tua cintura delgada, e recitava o mantra dos jogos nupciais.
 para as estrelas de cristais gelados / as ânsias e os desejos vão subindo, / galgando azuis e siderais noivados, / de nuvens brancas a amplidão vestindo. mas agora soa apenas a sina da insânia, pretume, pedraria, pesadelo; desnudas deidades descartam os danados, riem dos duendes da demência. (sozinho,) (no rito) (intenso) (da nevrose,) (junto) (minhas cinzas) (no místico) (cinerário,) (ao som) (de brahmânicos) (sonidos.) (shiva,) (shiva) (nataraja,) (onde,) (em que) (lua) (ou pétala) (ofendi) (a memória) (de um deus?). (senhor) (dos dançarinos,) (quando,) (em que era) (noturna) (de infortúnios) (cometi) (os mais terríveis) (enganos?) (estas) (são) (as mãos) (de um) (criminoso,) (turco) (ou judeu.) (apedrejai-me,) (sim,) (apedrejai-me,) (para abreviar) (a minha) (longa) (miséria.)
 (vítor,) (houve uma ilha) (em que os homens) (e as mulheres) (andavam nus,) (e as árvores) (geravam) (pomos) (de ouro.) (filetes de água) (escorriam) (pelo verde) (limoso) (das rochas.)  (o sol) (de bronze) (festejava) (os ritos) (da primavera). (monolitos) (decorados) (com coroas) (de flores) (pontiagudas.) (oferecia-se) (aos deuses) (música) (de tambores) (e frutas) (saborosas.) (tudo era calma,) (beleza) (e languidez.) (tudo era dança, dança, dança.) (oh senhor) (dos rios) (que se encontram,) (em que distante) (esfera) (perdi) (a minha vida?)
 está enfeitiçada, sim, enfeitiçada, triste espectro que vomita estrelas. cega e surda, não escuta clamores; ordena traições e incestos; sorri dos servos fenícios degolados. crianças, esta ainda é a sua mãe. venham. vamos conversar. o nilo banha o egito, terra de escribas e papiros. o sena flui em paris, onde os poetas são jovens tuberculosos. o tâmisa tem o fog londrino como cenário, e abriga as ossadas de um famoso maníaco. o ganges nasce dos pés de lótus de krishna. é preciso lembrar das savanas e das estepes. das matas tropicais e dos desertos. dos míticos vulcões e das geleiras. é preciso conhecer o mundo.
 (eu quero sair do mundo.) (habitar outros pórticos.) (aprender) (idiomas) (sem vogais.) (há uma estrela) (de musicais) (estatuarias.) (há um espelho) (que reflete) (apenas) (minaretes) (de mesquitas.) (há uma moeda) (que mesmeriza) (tenores) (e contraltos.) (há uma lesma) (ou plasma) (que abraça) (os meninos,) (sorrindo) (truculenta,) (brutal,) (um riso) (azul) (de agonia.) (certa vez) (sonhei) (um livro) (infinito.) (suas paginas) (eram translúcidas) (como um espelho.) (as palavras) (brotavam) (como gotas) (de chuva) (borradas,) (sangradas) (no vidro) (do papel;) (as letras) (eram arcanjos) (desnudos,) (que cantavam) (em timbre) (agudo,) (numa) (voz) (escura,) (quase) (silêncio.) (eu sou) (talvez) (esse livro.)
 gavita, gavita. reclinada em seda e linho, lua minguante, no entressonho. seus caninos nivosos, torneados, como jóias de marfim. suas palmas, de rosácea; os clarões das unhas, e os olhos, corolas de hibisco. ela amava as valsas ingênuas, os realejos e tristes ametistas; o chá servido em baixela; o sabor do vinho branco; passear de braços dados, no largo do coreto. súbito, cai uma flor amarela, no tanque de água; ela sorri, e recorda quando a abracei, no jardim dos moura schiavo, lembra-se do que eu disse em seu ouvido, você é só encanto, encantamento, my love is as a fever, longing still. ela coloca meus dedos em sua boca e diz que eu tenho o olhar cigano de um nômade estrangeiro; e acaricia meus cabelos com os dedos finos, suaves, tão suaves. mas isso foi em outra aurora; agora apenas gira, desorientada, sem rumo nem prumo, sem ver-me ou ouvir-me, dolente e demente, enfeitiçada.
 ela é tão bonita como um sarcófago etrusco, espada sarracena, bi-ombo japonês. seus pequenos pés, que bocas febris e apaixonadas / purificam, quentes, inflamadas / com o beijo dos adeuses soluçantes. a boca, viçosa, de perfume a lírio, / da límpida frescura da nevada, / boca de pompa grega, purpureada, / da majestade de um damasco assírio. ela foi a minha máscara. ela é o meu fetiche. serei então o teu lacaio, teu pajem e eunuco. renuncio a minha vaidade, narciso despido de narciso. sou agora teu mendigo; serei teu diabo, teu criado, teu cão.
 gavita, gavita; minha fada e apsara; agora repousa, negra e magra, como galho seco; a pele tensa, de cervo degolado; os olhos turvos, de noite proscrita. estirada, como massa amorfa, ou bolo vegetal; os braços líquidos, de nereida; a voz desfeita, em careta torpe. esticada, como um animal ou coisa; atirada, não, colocada no caixão, digo, em seu leito de extintas exéquias. meninos, esta é sua mãe; vamos deixá-la em paz, é hora de dizer bonne nuit. venham fazer as orações, no oratório; em nome do pai, do filho, do espírito santo, amém. é preciso fechar bem as portas e janelas; reler um soneto de camões; beber o copo de leite; abocanhar o naco de pão; esquecer um verso no idioma páli; fazer-me treva; guardar o grito ancestral no livro de retratos.
 ela está enfeitiçada, e me apavora. eu sorvo sua treva, e afundo em visões de taumaturgo. insano, febril, como quem fuma visões de navios e cetáceos, desenho portais de estranhos labirintos, dragões de esquecida tapeçaria, sinos de catedrais submersas. vejo a noite decapitada. ouço a chuva que cai, tênue como o som de um cravo metafísico, remota sonata para medo e medula, no patíbulo das horas. recordo seus olhos de cravos e cravinas. seus olhos de uma tarde em setembro, quando havia um céu de seda e o apito do trem na estrada de ferro. eu via suas mãos crescendo como ventosas, os lábios de estilete, o corpo querendo voar. meninos morenos corriam na estação, sombrinhas e sobretudos criavam asas, uniformes e tabaco gritavam em cinza, um topázio virava uma estrela. esta foi a tarde azul da metempsicose.
 gavita, gavita. foi minha culpa, meu pecado, que invocou esse fado? terei perdido a luz de sua luz por uma absurda, obscura vaidade? eis o que os versos me deram, a ardente areia desolada, o rito absíntico do medo. abyssus abyssum invocat. soa a meia-noite; agora, devo cuidar dela. velar seu sono, na madrugada inquieta. abrir seus punhos mudos, para o repouso; repelir do leito a cabeça do lagarto; pendurar suas vestes, guardar caixinhas e estojos, enxugar sua face. oh, senhor dos caminhos que se bifurcam. penso, mais de uma vez, em fazer-me nada entre nadas; partir rumo à nebulosa, mas não posso. ela está enfeitiçada, e treme toda, torva e turva; é fera e fúria. sim, cuidarei dela, e sempre a amarei. um amor obsessivo e triste, amargo e amarelo.
  (Do livro Romanceiro de Dona Virgo, de Claudio Daniel, publicado em 2004 pela editora Lamparina.)
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