Tumgik
readsbymerilu · 7 months
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resenha #9︱o alquimista
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"As pessoas aprendem muito cedo sua razão de viver. Talvez seja por isso que elas desistem tão cedo também."
avaliação: ★★★★☆
O Alquimista, publicado em 1988, foi o segundo livro do autor brasileiro Paulo Coelho. Reconhecido por ter suas obras publicadas por seis editoras nacionais, traduzidas para 81 idiomas e ser ocupante da vigésima primeira cadeira na Academia Brasileira de Letras, Paulo é considerado pelo mundo inteiro um fenômeno literário indispensável.
Em O Alquimista, seguimos a trajetória de Santiago, um pastor que vive da venda da lã de suas ovelhas. Um vez ao ano, viaja com seu rebanho até a cidade de Andaluzia, buscando fazer negócios com um comerciante familiar e, secretamente, ter alguns minutos de proximidade com a filha deste. Em sua última viagem, porém, anomalias interrompem seu caminho e o redirecionam ao desconhecido. Um rei, ciganas, ladrões, alquimistas e amores imprevisíveis, este é O Alquimista, uma história sobre autoconhecimento, compreensão de sinais, conexões e de trajetórias extensas e necessárias para encontrar, às vezes, aquilo que sempre esteve embaixo do nosso nariz.
"Tenho medo de realizar meu sonho e depois não ter mais motivo para continuar vivo."
Um ótimo jeito de começar dando minha opinião acerca desse livro é dizendo que no primeiro parágrafo temos citação do insubstituível Oscar Wilde e seu único romance, O Retrato e Dorian Gray. E, para quem já leu minhas outras resenhas, sabe que se um livro possui qualquer indicio de Wilde já tem três estrelas garantidas.
É uma leitura tão pura. A escrita de Paulo é tão leve e direta, o livro é estruturado em duas partes de pequenos capítulos, o que torna o enredo muito fluído, consegui começar e terminar o livro na mesma noite. Claro que a história em si também tem uma parcela de mérito...
O livro é tão lindo, nem sei direito como descrever. A história de Santiago, que coloca tudo em jogo para mergulhar na Alma do Mundo e tentar encontrar o tesouro que o espera é tão verdadeira e deixa o leitor imerso naquela atmosfera reflexiva que, para mim, é uma das melhores que a literatura oferece. É um livro sobre sonhos, sobre desistir dos sonhos e sobre perceber que não se deve desistir dos sonhos. É um livro sobre sinais — nada é por acaso — um livro que te ensina sobre jornadas longas e necessárias para que então, quando estiver maduro o suficiente e no momento correto, possa finalmente encontrar seu tesouro.
O amor também é retratado de um jeito tão lindo, tão ingênuo e delicado. Acho que o que mais me prendeu, em si, além da escrita poética, foi todo o assunto sobre Alquimia. Nunca tinha me familiarizado com este, acho que uma parte de mim nem estava certa de que era uma coisa real ou fictícia, mas esse livro me deixou extremamente interessada sobre o assunto e toda a jornada do autor nessa área.
"O mal não é o que entra na boca do homem. O mal é o que sai.
Já separei várias obras do Paulo Coelho que me interessaram e pretendo lê-las em breve (muito provavelmente terá resenha). Esse livro merece todo o reconhecimento que recebe e, até o momento, Paulo merece ser o autor brasileiro mais lido internacionalmente. Não poderia recomendar mais...
𝐅𝐈𝐂𝐇𝐀 𝐓𝐄𝐂𝐍𝐈𝐂𝐀:
𝐞𝐝𝐢𝐭𝐨𝐫𝐚: Paralela;
𝐩𝐚𝐠𝐢𝐧𝐚𝐬: 208;
𝐠𝐞𝐧𝐞𝐫𝐨 𝐥𝐢𝐭𝐞𝐫𝐚𝐫𝐢𝐨: ficção;
𝐚𝐮𝐭𝐨𝐫: Paulo Coelho;
𝐜𝐥𝐚𝐬𝐬𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚𝐜𝐚𝐨 𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚: +16;
𝐩𝐮𝐛𝐥𝐢𝐜𝐚𝐜𝐚𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐬𝐚 𝐞𝐝𝐢𝐜𝐚𝐨: 5 de abril de 2017;
𝐥𝐢𝐧𝐤 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐚:
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readsbymerilu · 8 months
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resenha #8︱eu tenho sérios poemas mentais
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"Só quando sei que também estarei sozinho amanhã, me sinto sozinho hoje."
avaliação: ★★★★★
Com mais de um milhão de seguidores nas redes sociais, Pedro Salomão é conhecido por suas poesias e músicas. Finalista do Prêmio Jabuti de 2018, Pedro se formou na PUC-Rio em Administração e, ainda nesta, possui uma pós graduação em Sociologia Política e Cultural.
Em seu livro "Eu tenho sérios poemas mentais" somos abraçados pela cabeça de poeta de Pedro, que nos expõem as mais íntimas estrofes. Uma introdução de conversa entre o autor e o leitor, que se tornam um só e, a partir dali, penetram a mente um do outro. Reconstrução, inseguranças e paixões são apenas alguns dos temas que Salomão nos trouxe com essas páginas inesquecíveis.
"Ser artista é fácil, difícil é ser normal."
Conheci a escrita do Pedro por meio desse livro e desde então tive medo de ler suas outras obras e não achá-las tão boas quanto esta. De todos os livros de poesia que li até hoje, esse de certeza foi o que mais teve versos tocantes e que eu conseguisse me identificar.
É tão linda a escrita e ao mesmo tempo tão simples. Ele diz certas coisas óbvias de um jeito que você nunca viu ou pesou antes, e toca feridas que nem sabia ter. Tão triste, tão maravilhoso e tão introvertido.
Alguns dos versos que mais me tocaram:
"Minha arte é a herança que eu deixo ao mundo." "Gente profunda às vezes afunda na própria imensidão." "Afinal, todo mundo ama em alguma língua, mas a gente percebe quando não está afim de conversar."
"Depois que escrevo, sou poeta, enquanto escrevo, sou louco."
Um livro obrigatório na lista dos amantes de poesia nacional! Talvez ainda leve um tempo, mas pretendo ler todos os livros do autor ainda, não vejo a hora de ver o que mais Pedro tem colocado no papel e em quantas dessas coisas vou ver pedaços de mim.
𝐅𝐈𝐂𝐇𝐀 𝐓𝐄𝐂𝐍𝐈𝐂𝐀:
𝐞𝐝𝐢𝐭𝐨𝐫𝐚: Outro Planeta;
𝐩𝐚𝐠𝐢𝐧𝐚𝐬: 205;
𝐠𝐞𝐧𝐞𝐫𝐨 𝐥𝐢𝐭𝐞𝐫𝐚𝐫𝐢𝐨: poesia;
𝐚𝐮𝐭𝐨𝐫: Pedro Salomão;
𝐜𝐥𝐚𝐬𝐬𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚𝐜𝐚𝐨 𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚: +12;
𝐩𝐮𝐛𝐥𝐢𝐜𝐚𝐜𝐚𝐨: 12 de setembro de 2018;
𝐂𝐎𝐌𝐏𝐑𝐄 𝐎 𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐄𝐌:
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readsbymerilu · 8 months
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resenha #7︱solitária
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"Uma jaula deixa de ser a vilã da liberdade só porque é pintada de dourado?"
avaliação: ★★★★★ ︱contém spoilers!
Formada em jornalismo, Eliana Alves Cruz trouxe a vida mais uma de suas obras tocantes. A autora carioca já ganhou os prêmios Silveira Oliveira 2015 e Jabuti 2022 na categoria contos e teve suas obras elogiadas por Conceição Evaristo e Itamar Vieira Junior. Por meio da escrita nua, Eliana nos deixa à mercê de seu gênio, tornando o leitor em sentimento puro durante a leitura de Solitária.
A narração de Solitária é feita por três pontos de vista, sendo o livro separado em três partes: a primeira narrada pela filha Mabel, a segunda narrada pela mãe, Eunice e, por fim, a terceira rotulada "Solitárias" que é narrada pelo quartinho na cobertura dos patrões, onde Mabel e Eunice passaram uma parte significativa de suas vidas.
Mabel é uma daquelas crianças que já nasceram prontas para serem adultas, que já foram feitas com mais resistência para lidar com a brutalidade do mundo real. Ambas a mãe e a filha são negras e pertencem a uma classe social muito inferior. Trabalhando para uma família de classe média alta em um condomínio de luxo por mais tempo que deveria, Eunice aceitou todo o tipo de tratamento que, por muito tempo, confundiu com a típica frase de seus patrões "A Eunice é da família."
Certo dia, Eunice se vê com uma oportunidade única nas mãos: se livrar daquele passado e seguir em frente com o restante de sua vida. Porém, quando volta ao condomínio, certo tempo depois, um terrível crime acontece e ela é deixada com duas opções: revelar quem aquela família realmente era ou seguir um roteiro criado por d. Lúcia, sua antiga patroa.
"O silêncio da solitária é um estrondo, uma trovoada de desprezo que não para de soar na cabeça e na alma."
Obra prima, obra prima e obra prima. Me vi terminando esse livro na mesma noite em que o comecei e pensando nessa resenha tantas vezes ao decorrer do enredo que é até complicado transcrever todos os meus sentimentos e ideias.
Primeiramente, não o processei como uma obra prima assim que o terminei, de cara. Tinha achado o livro muito bom, mas certas cenas ainda ressoavam muito frescas na minha memória, sabia que tinha de esperar alguns dias — nessa caso, horas — para processar tudo que tinha lido e ver o caminho que a minha cabeça, junto ao meu coração de leitora, decidia seguir.
Durante a leitura, posso dizer que senti nojo, raiva e muita tristeza. Raramente alguma felicidade. A estória em si inicia-se com Mabel, que observamos, com o passar das páginas, crescer em uma mulher resiliente. Senti muita raiva dela em diversos momentos, uma raiva de adolescente para adolescente, sendo bem honesta.
Quando o assunto era as relações amorosas de Mabel, que iniciou-se tão jovem nesse caminho e, aos 14, já se via grávida, uma frustração adolescente me consumia. É compreensível, porém. Não podemos deixar de lado todas as coisas que a levaram a tais descuidos: a falta de conhecimento sobre assuntos sexuais, reprodutivos e até mesmo como cuidar do próprio corpo em geral. Vemos isso em maior parte nos locais mais pobres dos países, onde o descuido sempre acaba sendo maior por x, y e z motivos. O que quero dizer com frustração de adolescente para adolescente é que eu, uma adolescente extremamente consciente da minha segurança, vendo uma menina de 14 anos se deixar levar a esse nível pelos hormônios da idade e a ânsia por ser mais velha que, Mabel deixa bem claro, todas as meninas do colégio já parecem ser e ter, é um processo um tanto quanto raivoso.
Mas pude sentir sua dor em tantos momento e, acima de tudo, compreender como ela se sentia. Sempre se sentiu deixada de lado pela mãe, que considerava a filha dos patrões um anjo, quando na verdade era uma peste. Queria a sensação de "ter sua idade", de poder, quando mais nova, brincar pela cobertura como as outras crianças que visitavam o faziam, queria poder ser como eles. Até que um dia ela não quis mais. Não levou muito para que Mabel se desse conta de como aquelas pessoas para quem passou a trabalhar junto de sua mãe eram imundas, muito menos tempo que Eunice levou, pelo menos.
Para mim, foi uma história tão intrigante por englobar um pouco de cada personagem do condomínio. O relacionamento de Jurandir com os filhos, Cacau (melhor amigo de Mabel) e João Pedro (primeira paixão de Mabel). O desenvolvimento de João e sua fama, a personalidade angelical de Cacau, o Sargento e a Síndica, que deixou por anos sua empregada em cativeiro, entre outros.
Assim como adorei igualmente a história de Eunice e todas as suas vivências. Esta passou a vida prendida ao trabalho na casa de d. Lúcia, que, por muito tempo, nem percebeu que a prendia. O pai de Mabel, Sérgio, quem amou intensamente por toda a delicadeza que este tinha com a natureza e a arte da jardinagem, já não mais fazia parte de suas vidas se não para pedir dinheiro e viver pelas ruas, por lugares que as duas sequer conseguiam imaginar. Não entendia onde ou quando haviam se perdido um do outro. Com uma mãe doente e tendo que sustentar seus medicamentos caros, uma filha para dar o melhor possível e a si mesma para deixar de pé, sua vida não poderia existir fora daquela cobertura, pois esta as sustentava.
Ambas Mabel e Eunice engravidaram aos 14, e ambas tiveram a criança abortada, Eunice espontaneamente e Mabel voluntariamente. Ler o momento em que Mabel inicia o procedimento (com a ajuda de d. Lúcia, que anos mais tarde a entrega para Eunice) para reverter aquela gravidez de uma forma tão explícita, me foi interessante e doloroso. Interessante pois não sabia como funcionava e doloroso porque conseguia sentir o choro de Mabel na minha pele.
Achei a última parte do livro, "Solitárias", muito genial. Esta é narrada pelo quartinho onde Eunice e Mabel viviam dentro da cobertura. (Mabel percebe, depois de um tempo, que todo nome de coisas que eram para gente de classe inferior sempre vinha no diminutivo). A parede do quarto narra o carinho que sente pela mãe e sua filha, conta todos os momentos difíceis em que passaram por ali e que, após a decisão de Eunice abandonar aquela casa e Mabel ser aceita no curso de Medicina jurando, em frente a toda família de d. Lúcia que nunca mais pisaria naquela casa novamente, nada nunca mais foi o mesmo. Nenhuma empregada utilizava o quartinho como elas. Assim como também narra o retorno de todos nas etapas finais do livro, onde também temos a presença da covid-19.
Achei o final bem digno, a família inconsequente recebeu o que merecia, Eunice deu um novo inicio a sua vida ao lado de Jurandir, seu mais novo amor e Mabel, agora apaixonada por seu melhor amigo Cacau, se torna uma médica na grande cidade e a primeira de sua linhagem a formar-se.
"Sim, quartos se emocionam. Cômodos também se encantam e se escandalizam. Concreto imprime memórias. A sala contou para o quarto, que contou para o corredor, que contou para a cozinha, que me contou."
O livro trata de muitos temas pesados, como se é esperado. Apesar destes, o livro também traz consigo o triunfo dos desfavorecidos e que com muito amor e dedicação conseguimos chegar em lugares inimagináveis, independente dos obstáculos que encontrarmos no caminho. É uma história sobre amor, maternidade, ser mulher, ser negra, ser pobre. Tão lindo e trágico, perfeito para fãs de Conceição Evaristo e suas representações do cotidiano afro-brasileiro.
𝐅𝐈𝐂𝐇𝐀 𝐓𝐄𝐂𝐍𝐈𝐂𝐀:
𝐞𝐝𝐢𝐭𝐨𝐫𝐚: Companhia das Letras;
𝐩𝐚𝐠𝐢𝐧𝐚𝐬: 168;
𝐠𝐞𝐧𝐞𝐫𝐨 𝐥𝐢𝐭𝐞𝐫𝐚𝐫𝐢𝐨: ficção literária;
𝐚𝐮𝐭𝐨𝐫: Eliana Alves Cruz;
𝐢𝐥𝐮𝐬𝐭𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫 (𝐜𝐚𝐩𝐚): Giulia Fagundes;
𝐜𝐥𝐚𝐬𝐬𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚𝐜𝐚𝐨 𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚: +16;
𝐩𝐮𝐛𝐥𝐢𝐜𝐚𝐜𝐚𝐨: 25 de abril de 2022;
𝐠𝐚𝐭𝐢𝐥𝐡𝐨𝐬: menção de aborto espontâneo, aborto voluntário explícito (por meio de medicamentos), morte explícita, suicídio, racismo, conteúdo sexual implícito, desigualdade social, vivência em cativeiro, escravidão moderna, menção de drogas.
𝐂𝐎𝐌𝐏𝐑𝐄 𝐎 𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐄𝐌:
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readsbymerilu · 8 months
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resenha #6︱kim jiyoung, nascida em 1982
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"Enquanto os agressores tinham medo de perder uma pequena parte de seus privilégios, as vítimas corriam o risco de perder tudo."
avaliação: ★★★★★
Tão aclamado que recebeu uma adaptação para televisão, a febre de Kim Jiyoung, Nascida em 1982 atingiu o mundo em 2021. Dando voz as mulheres que sofrem até hoje com a desigualdade de gênero, focando principalmente na realidade coreana, Cho Nam-Joo, ex-roteirista, nos leva até um pequeno apartamento em Seul, onde acompanhamos a introdução de uma menina a vida árdua de ser mulher.
Neste livro, Kim Jiyoung é apenas mais uma mulher como todas as outras. Vivendo na Coreia do Sul, teve de largar seu trabalho para cuidar da filha recém nascida, e desde então não foi a mesma. Após começar a apresentar sintomas estranhos, a personificação de outras mulheres — vivas e mortas — em sua voz, o marido aconselha sua ida ao psiquiatra.
Em busca de uma cura, o médico a faz refletir sobre toda sua vida, o que nos leva diretamente a 1982, ano em que nasceu. Novos pontos de vista sobre sua vida surgem, desde o desfavorecimento dela quando ao lado do irmão até a maneira como homens a vigiaram em todas as etapas de sua vida. Será que ao fim, o médico saberá o que atormenta Kim Jiyoung?
"O que você quer de nós? As garotas burras são burras demais, as garotas inteligentes são inteligentes demais e as garotas que estão na média são medianas demais?"
Trazendo reflexões sérias sobre a realidade feminina em um mundo misógino, o livro nos mostra desde questões políticas e culturais até vivências diárias, como parceiros de trabalho que escondem câmeras nos banheiros para, posteriormente, depositar o conteúdo em sites pornográficos. Por mais que dê ênfase a vida coreana, é narrado de tal forma que qualquer mulher, independente de sua etnia ou nacionalidade, possa se identificar.
É uma história sobre resistência e a culpa que os homens descartam sobre as mulheres. De acordo com o pai de Kim, todo o assédio que sofria era inteiramente culpa dela, e o marido concordava com a cultura do país onde as mulheres tinham de abandonar toda a carreira construída assim que tivessem o primeiro filho. Em diversas cenas, percebemos a desigualdade entre a personagem e seus colegas de trabalho, principalmente em processos seletivos, assim como a normalização do aborto ao descobrirem o sexo do bebê. Por mais que esta seja uma obra de ficção, todos os dados, estatísticas e porcentagens utilizados no livro foram retirados de fontes reais e verídicas.
Diante do crescimento de Kim Jiyoung ao decorrer da narração, nos deparamos com a mudança na política do país, onde deixam para trás as políticas de controle de natalidade — onde controlavam as crianças que nasciam, dando privilégio aos fetos masculinos e, na maior parte das vezes, abortando os femininos — e aderindo uma nova legislação contra a discriminação de gênero.
"Naquela época, as pessoas acreditavam. Que era responsabilidade dos filhos homens levar honra e prosperidade para a família e que a prosperidade e a felicidade da família dependiam do sucesso deles. As filha sustentavam os irmãos homens com prazer."
Foi um livro doloroso de se ler. Tão sincero e nu. A história de Kim Jiyoung deve ser lida por todas as mulheres que já se sentiram desrespeitadas ou que vivem nessas constantes incertezas e medos do que os homens ou nosso próprio país e capaz. Li ele mais ou menos dois anos atrás e tenho vontade de reler mais para frente, pois acredito que é o tipo de livro que você vai desenvolvendo diferentes mentalidades e pontos de vista conforme o lê mais vezes, assim como desejo ter mais experiências nessa vida de mulher para relacionar com as de Kim Jiyoung.
𝐟𝐢𝐜𝐡𝐚 𝐭𝐞𝐜𝐧𝐢𝐜𝐚:
Editora: Intríseca
Páginas: 176
Gênero literário: romance.
Autor(a): Cho Nam-Joo
Tradução: Alessandra Esteche
Classificação indicativa: +14
Data de publicação no Brail: 22 de março de 2022.
Data de publicação original: outubro de 2016.
Gatilhos: alcoolismo, depressão, menção de aborto, menção de aborto espontâneo e bullying.
𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐞 𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐞𝐦:
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readsbymerilu · 8 months
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resenha #5︱o retrato de dorian gray
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"Toda a arte é completamente inútil."
avaliação: ★★★★★
Oscar Wilde, um dos maiores nomes da literatura ocidental, tem em torno de trinta e nove escritos publicados. Entre estes, O Retrato de Dorian Gray é seu único romance. Publicado em 1890 pela Lippincott's Monthly Magazine, é mundialmente visto como o livro que trouxe consigo a inquietude das opiniões morais por meio de sua homossexualidade implícita e foi utilizado contra o próprio autor anos mais tarde, levando-o a cumprir uma sentença de dois anos no cárcere de Reading Gaol, na Inglaterra.
No livro, acompanhamos Basil Hallard, um pintor humilde com princípios fortes na vida. Este, após conhecer Dorian Gray, se encontra fascinado pela pureza e beleza no rosto do jovem, encontrando nele a nova modalidade de suas pinturas e forçando-se a pedir que deixe transformar suas feições em um retrato. Dorian, sem saber que aquele mesmo retrato o assombraria pelo resto da vida, aceita.
Mais tarde na história, Basil apresenta-o a Lord Henry Wotton, um aristocrata e hedonista que vê significado útil apenas na juventude e na beleza, e em usufruir ao máximo delas. Este, então, mostra a Dorian um novo mundo, onde prova que a pureza de uma pessoa pode ser facilmente corrompida.
 "A única justificação para uma coisa inútil é que ela seja profundamente admirada."
Se meu único trabalho na vida fosse falar desse livro, trabalharia até sem remuneração. Gostaria de começar expressando os pontos da minha opinião por meio de alguns fatos interessantes acerca das consequências que esse livro gerou na vida e carreira do autor e o escândalo que causou na época de seu lançamento.
Conhecido por ter duas versões, censurada e não censurada, O Retrato de Dorian Gray trouxe uma onda de opiniões quando alcançou os leitores e críticos. Como muitas obras do século, foi considerada imprópria, imoral e até mesmo rotulada como venenosa.
Foi tanta desaprovação direcionada a obra e ao autor, que a revista responsável pelo livro na época deixou de distribuir exemplares, mesmo após seu editor retirar em torno de 500 (quinhentas) palavras do manuscrito original que, por sinal, foi feito sem o consentimento de Wilde. Foram longos vinte anos sem autorização para publicarem qualquer trabalho seu, dos quais dois ele passou na cadeia cumprindo uma sentença por meio de trabalhos forçados.
De maneira geral, o livro ia contra as normas padronizadas da época, principalmente com suas menções de cunho sexual e homossexualidade implícitos. Muitos acham que o livro possui essa homossexualidade de maneira explícita, mas pelo que senti lendo, pelo menos a versão editada pela Companhia Penguin, é que se lido sem atenção, então não se pode perceber essa linha tênue entre a negação e o amor de Dorian por Basil e vice-versa. Eu a encontrei nas entrelinhas e nas poucas palavras que pairavam no ar.
Para uma noção maior do impacto que essa obra teve, quando li Maurice, romance clássico de E.M Foster, conhecido principalmente por sua representatividade homossexual no século XX, fiquei tragicamente encantada com o nome de Wilde sendo utilizado para representar os sentimentos do personagem principal. Maurice, quando chega ao consultório do médico, buscando uma cura para o que até então era considerado uma doença e crime perante a lei, tem a seguinte conversa com o doutor:
"Você está bem", repetiu o médico. "Pode casar-se amanhã, se desejar, e se quiser aceitar o conselho de um velho, é o que deve fazer. Vista-se agora, há uma corrente de ar. Como foi meter essa ideia na cabeça?" "O senhor nunca adivinhou", ele disse, com um toque de desdém misturado ao terror. "Sou um dos imencionáveis, do tipo de Oscar Wilde."
Tudo que posso dizer é que qualquer mero indício de Wilde em diferentes obras melhora elas em milhões de vezes, e desta vez provou o quanto O Retrato de Dorian Gray alcançou as pessoas, tanto duma maneira desprezível quanto representativamente.
Os personagens, principalmente Lord Henry — ou Harry — foram tão bem desenvolvidos dentro deste cenário assombroso em que, gradualmente, vemos todos (talvez com exceção de Basil) se tornarem seres abomináveis. A repugnância que toma conta da personalidade de Dorian, a vulnerabilidade de Basil que com o tempo vai cedendo e Harry, que continua a acreditar no hedonismo, que a juventude deve ser eterna e o prazer é a maior forma de felicidade, levando Dorian a crer nas mesmas. O Crescimento de Gray ao lado do retrato que seu amor nunca acatado trouxe a vida, pendurado na parede de sua casa é o suficiente para levá-lo a loucura quando já não mais reconhece o menino de tinta que o observa tão intensamente.
Adoro a formatação do enredo, como acompanhamos esse crescimento de Dorian até uma idade superior, podendo desenvolver seus pensamentos, opiniões e sentimentos ao decorrer de uma vida praticando todo o tipo e coisa que Basil definitivamente não aprovaria, mas que Lord Henry havia o desensinado a viver sem.
"Os livros que o mundo chama de imorais, são os livros que mostram ao mundo sua própria vergonha."
Foi um livro excepcional. Além de ser um clássico ótimo para iniciantes, é daqueles que viverá na sua cabeça para sempre. A escrita predominante por seus poucos diálogos e páginas cobertas por parágrafos filosóficos nunca me foi tão atraente quanto nesse livro. O prefácio é simplesmente absurdo. Mensalmente me encontro relendo ele e memorizando techos. A partir da primeira linha, onde Wilde diz que o artista é o criador de coisas belas, já sabia que não seria mais a mesma ao fim da leitura.
Ainda pretendo ler a versão sem censuras, publicada pela editora Dark Side e trazer pra cá uma resenha comparando ambas, mas por enquanto tudo que posso fazer é recomendar essa maravilha e esperar que minhas palavras sejam o suficiente.
𝐢𝐧𝐟𝐨 𝐝𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨:
Editora: Companhia Penguin.
Páginas: 245
Gênero literário: literatura gótica, literatura decadente, romance filosófico.
Autor(a): Oscar Wilde.
Tradução: Paulo Schiller.
Classificação indicativa: +14
Data de publicação dessa edição: 12 de abril de 2012
Data de publicação original: julho de 1890
Gatilhos: morte animal (caça), racismo, sexismo, suicídio, assassinato, misoginia, gordofobia, antissemitismo, morte, sangue, drogas, discriminação contra deficientes físicos.
𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐞 𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐞𝐦:
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resenha #4 ︱até que eu te mate e nos separe
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"Ich liebe dich."
avaliação: ★★★★☆ ︱contém spoilers!
Lovely Loser, autora independente e best-seller da Amazon múltiplas vezes, lançou este ano o primeiro livro de sua mais nova trilogia de romance "Os Diamonds". A autora é mais conhecida por sua primeira trilogia, "Heartbreakers", que incluí os livros Bad For You, Die For You e Lie For You. Além de seus outros livros solos, Poeira Interestelar, Mine e Breathe.
Em "Antes que eu te mate e nos separe", acompanhamos Gina, uma garçonete que sonha em se tornar escritora, porém com um pai doente e um irmão mais novo para cuidar, as circunstâncias não estão exatamente ao seu favor. Já Bastian, um herdeiro bilionário mimado que afundou o barco dos pais na Califórnia, agora tem de trabalhar em uma cafeteria como punição.
"Eu te daria tudo. Eu te daria diamantes. Cavalos. Impérios. Tudo o que você quisesse. O sol e as estrelas, o meu coração..."
Começamos o livro com um casamento falso entre duas pessoas que se odeiam. Esse é o ponto do livro. Bastian e Gina acabam se casando em uma noite, inconscientes sob o efeito do álcool, após ela concordar com o seguinte plano: fingir ser a esposa falsa de Bastian para que seus pais não o casem com outra mulher e, em troca, ele fechará um contrato para ela com a maior editora do país.
Como ela recusaria uma oferta dessas, podendo finalmente ajudar a família?
A partir disso, a encenação começa. Jantares em família, viagens para conhecer parentes, repórteres, paparazzi e muitos gestos de amor falsos (ou nem tanto assim).
"Olá, esposa."
Por onde eu começo falando sobre esse livro? Não é exatamente o estilo de livro que eu busco trazer para cá, mas ao mesmo tempo tudo que eu quero é poder falar sobre os livros que eu amo, e esse é um deles. Li ele por inteiro em dois ou três dias, devorei cada página e chorei ao fim pensando que nunca, nem em outro mundo, eu vou ter a chance de viver o que o Bash e a Gina viveram nessa história.
Sei que as opiniões acerca do livro são bem diferenciadas; tem gente que amou, tem gente que amou a premissa, mas achou o enredo em si raso, e tem gente que odiou tudo sobre. Vou dizer que a minha própria opinião é um pouco complexa e, por mais que seja um desses romances conforto, teve sim seus defeitos e pontos que me desprenderam.
Mas vamos começar pelo bom, né?
Os personagens foram muito bem feitos. Como uma escritora de dramas que geralmente tem como foco principal os próprios personagens e suas vidas, adoro livros onde eles são detalhados: manias, coisas favoritas, descrição minuciosa de aparência, um passado que interfere na história etc. Dado a personalidade de criança privilegiada de Bastian, que sabe cinco idiomas, pratica sete esportes, toca seis instrumentos, pinta, cozinha e faz cinco artes marciais, podemos dizer que o livro entregou isso de um jeito bom.
Bash e Gina foram dois personagens que pude me conectar em um nível absurdo e me derreter todinha no papel a cada interação. A vida "imaculada" do Bastian e como ter sido essa criança e crescido nesse ambiente, na mira da imprensa, a fama, a riqueza, o título impactaram sua vida, principalmente por o impedir de fazer o que realmente ama, foi muito bem planejado. Gina também tem uma história de vida complicada. A mãe morreu anos atrás e o pai machucou a perna em campo. Desde então, ela tem se encarregado de evitar que tudo colapse na vida da família, cuidando do pai e do irmão mais novo mesmo que custe sua felicidade. Por conta disso, ela ter uma personalidade extremamente forte.
O Bastian é o homem perfeito para ela. Gente, ele fez tanta coisa por essa mulher nesse livro, ele literalmente comprou quinhentos exemplares do livro dela para a editora não quebrar o contrato e depois:
Leu ele quinze vezes em dois meses (grifando todas as cenas que ele gostou).
Fez uma área enorme na biblioteca de casa só para os exemplares dela.
Comprou a maior editora do país e publicou todos os livros que ela já tinha escrito porque eles achavam os livros dela "ruins".
Literalmente coisa de livro que nem dá pra imaginar acontecendo na vida real, ele é perfeito.
Mas uma coisa que eu não gostei, e foi provavelmente a única, é a quebra de tempo de alguns anos deles separados. Esse é o meu segundo livro da Lovely, e não é a primeira vez que ela coloca essas quebras de tempo enormes entre eles. Não foi mal executado, só é uma coisa que eu, particularmente, odeio em livros.
Mas, de qualquer forma, ainda foi uma leitura memorável. É absolutamente maravilhoso, queria poder tirar ele da minha cabeça e ler tudo de novo pela primeira vez. não vejo a hora de outubro chegar e poder ler o segundo livro em torno do Liam, irmão de Bastian.
"Meine perle."
informações do livro:
Editora: independente.
Páginas: 369
Gênero Literário: romance.
Autor(a): Lovely Loser.
Classificação indicativa: +16
Data de publicação: 20 de abril de 2023.
sinopse adicional:
"Bastian L. Diamond é um herdeiro bilionário mimado. Após afundar um dos navios de seus pais na California num dia fatídico de sua vida luxuosa, ele é obrigado a trabalhar em uma cafeteria em forma de punição.
Gina é uma das garçonetes e o oposto de Diamond. Criada num lar simples e tendo que batalhar por tudo, eles instantaneamente se detestam.
Em meio a alfinetadas e olhares de ódio, eles acabam em um acordo após uma noite bêbados em uma confraternização da cafeteria: um casamento falso com benefícios.
Ele precisa de uma noiva e a promete a realização de seu maior sonho.
Diante da oportunidade de alavancar sua carreira e ajudar sua família, Gina cede, mas logo é abatida pela realidade paralela.
Obrigada a conviver com Diamond e ser inserida em seu mundo esfuziante a deixa perplexa, mas o verdadeiro desafio é não sufocar o cara que ela considera o maior idiota mimado do planeta.
No entanto, o amor e o ódio sempre estiveram lado a lado."
links uteis:
compre o livro em:
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resenha #3 ︱o caçador de pipas
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"Por você, faria isso mil vezes!"
avaliação: ★★★★★
Khaled Hosseini, autor afegão formado em medicina e premiado diversas vezes, teve a obra "O Caçador de Pipas" levada à 29 países após tornar-se popular. Tendo estreado no mercado editorial em 2003 com o livro, Hosseini rapidamente se tornou um fenômeno literário ao redor do mundo, podendo citar "A Cidade do Sol" como outra de suas obras aclamadas.
Em "O Caçador de Pipas" acompanhamos dois irmãos de coração, Amir e Hassan que, inicialmente, levam uma vida calma no Afeganistão. Hassan e seu pai trabalham para a família rica de Amir, vivendo desde que se entendem por gente no pequeno casebre atrás da casa principal. Cresceram como dois irmãos, beberam leite do mesmo peito, dividiram seus pais e empinaram pipas juntos.
Ao decorrer da história, somos expostos a situações delicadas que mudam o percurso de todos os detalhes antes vistos; a invasão do regime Talibã, golpes comunistas e uma mentira que apodrecerá dentro de Amir e colocará a relação com todos que mais ama em jogo.
"Quem mente também rouba. Rouba o direito do outro de saber a verdade."
A fama de Khaled se deu principalmente pelo poder que sua escrita e habilidades de narração tem de levar o leitor diretamente ao Afeganistão. Na maior parte do livro, me senti tão imersa que para onde ia, sentia a necessidade de levar o livro comigo. Sendo metade Argelina, sempre gostei muito de livros que englobam a cultura árabe e ver pequenos detalhes, termos e acontecimentos que me são familiares foi como um golpe de nostalgia.
A relação de Amir com seu pai foi muito bem construída. O ciúmes que sente de Hassan, a insegurança e culpa que sente pela morte da mãe e a luta constante para fazê-lo enxergar o filho e como isso acabou afetando, também, sua relação com o meio irmão Hassan.
O livro é absurdamente doloroso, um tapa na cara sem aviso prévio. Antes de começar a leitura, já tinha visto muito sobre principalmente nas redes gringas dizendo que era uma leitura obrigatória na lista dos leitores que amam ler livros para chorar feio. Eu não pensei que fosse ser tão pesado assim.
Recomendo para todos que se interessam pela história do Afeganistão, ou que simplesmente buscam por um livro que possa deixá-los a beira de lágrimas. Mas também vou dizer que este não é um livro para qualquer um, visto que trata de temas pesados como estupro, morte e violência explícitos. Trabalha com o luto parental, morte em trabalho de parto, e menção constante a estupro. Então caso queira ler, não deixe de checar todos os gatilhos ao fim dessa resenha.
Pretendo reler no futuro, quando tiver coragem de ler certas cenas outra vez. Foi uma experiência maravilhosa; tendo lido 4 meses atrás, ainda consigo pensar em todas as cenas e em como a história me comoveu e comove até hoje.
Meu único pedido é que leiam essa obra prima e façam ela viralizar outra vez entre os brasileiros, esse livro merece todo o reconhecimento que recebe há mais de 20 anos, contando até com uma adaptação para televisão e uma versão em quadrinhos!
"Descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar."
informações do livro:
Editora: Nova Fronteira.
Páginas: 365.
Gênero literário: romance.
Autor(a): Khaled Hosseini.
Tradução: Maria Helena Rouanet.
Classificação indicativa: +16
Data de publicação no Brasil: 1 de outubro de 2013.
Data de publicação original: 29 de maio de 2003.
Gatilhos: estupro, abuso sexual (infantil incluso), terrorismo, guerra, suicídio, parto de natimorto, bullying, ansiedade, depressão, doença terminal, morte, pedofilia e molestamento.
sinopse adicional:
'Amir é inseguro e está sempre em busca da aprovação do pai; Hassan é valente, leal e generoso. Apesar de diferentes, os dois cresceram juntos, com as mesmas brincadeiras e assistindo aos mesmos filmes. Até que um dia, durante um campeonato de pipas, Amir perde a chance de defender Hassan ― e esse episódio marca a vida dos dois amigos para sempre.'Amir é inseguro e está sempre em busca da aprovação do pai; Hassan é valente, leal e generoso. Apesar de diferentes, os dois cresceram juntos, com as mesmas brincadeiras e assistindo aos mesmos filmes. Até que um dia, durante um campeonato de pipas, Amir perde a chance de defender Hassan ― e esse episódio marca a vida dos dois amigos para sempre.
Vinte anos mais tarde, após Amir ter abandonado um Afeganistão tomado pelos soviéticos e ter se estabelecido nos Estados Unidos, ele retorna ao seu país de origem, agora dominado pelo regime Talibã, e tem a oportunidade de acertar as contas com o passado.'
links uteis:
compre o livro em:
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readsbymerilu · 9 months
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resenha #2 ︱pequena coreografia do adeus
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"Acho que existe uma escritora dentro de mim."
avaliação: ★★★★☆
'Pequena Coreografia do Adeus', segundo livro de Aline Bei e finalista do Prêmio Jabuti e São Paulo de Literatura 2022, conquistou o coração de diversos brasileiros desde seu lançamento. Nascida em São Paulo e formada em letras e artes cênicas, Aline nos deixa cara a cara com a brutalidade do cotidiano feminino em 'Pequena Coreografia do Adeus.'
Neste livro, acompanhamos o crescimento gradual de Júlia, mais uma criança vítima do divórcio dos pais. Enfrentando traumas, a falta de afeto familiar, confusões sobre a evolução feminina e a exposição ao relacionamento precário entre seus genitores, Júlia recorre a escritora que vive dentro de si para tentar dar sentido a sua vida.
"Eu era o lugar onde as pessoas depositavam suas variações de tristeza e raiva sem medo algum de depositar."
Foi uma leitura turbulenta. Júlia me apresentou muitos sentimentos familiares, e de certo que vi nela muito que em mim vive há anos. E um livro que traz reflexões sobre como é crescer com corpo e alma feminina, como o relacionamento entre os pais tem um efeito enorme sobre o psicológico dos filhos e o medo e incompreensão constantes que Júlia sente dentro de si durante, principalmente, sua primeira infância.
O relacionamento com seus pais foi muito bem abordado, desde o medo de fazer barulho ao fechar uma porta, até os domingos com seu pai em que não parecia certo ficarem juntos em um lugar sem outras pessoas de atração. As camadas que o relacionamento com sua mãe tem foram muito bem feitas, as conversas noturnas onde eram duas pessoas diferentes e Júlia não achava que precisava ter medo de nada que a mãe pudesse fazer.
Tinha muito o que prestar atenção nesse livro. A escrita poética que te faz lembrar que a ficção contemporânea literária do Brasil é uma daquelas coisas que nunca vai deixar de valer a pena, a evolução de Júlia em uma mulher que escreve em necessidade de sangrar, conhecendo aos poucos o que é o amor e, pela primeira vez, se permitindo. A vontade que Júlia tem de fazer seus pais a enxergarem como uma criança forte como as outras, e não a menina desengonçada e problemática. A criança que era quando assistiu aos pais se desapaixonando e compreendeu quem nem sempre o amor é eterno.
"Seu corpo era uma espécie de museu da dor."
Uma das melhores leituras que tive até então neste ano, e um livro obrigatório na estante de todos que tiveram somente amores devastados como exemplo na vida. Uma obra de arte por Aline Bei.
"Que conselho você daria para alguém que é o fruto de um amor devastado?"
Informações do livro:
Editora: Companhia das Letras.
Páginas: 264.
Autor(a): Aline Bei.
Obra Nacional.
Classificação Indicativa: +16
Sinopse adicional:
'Julia é filha de pais separados: sua mãe não suporta a ideia de ter sido abandonada pelo marido, enquanto seu pai não suporta a ideia de ter sido casado. Sufocada por uma atmosfera de brigas constantes e falta de afeto, a jovem escritora tenta reconhecer sua individualidade e dar sentido à sua história, tentando se desvencilhar dos traumas familiares. Entre lembranças da infância e da adolescência, e sonhos para o futuro, Julia encontra personagens essenciais para enfrentar a solidão ao mesmo tempo que ensaia sua própria coreografia, numa sequência de movimentos de aproximação e afastamento de seus pais que lhe traz marcas indeléveis. Escrito com a prosa original que fez de Aline Bei uma das grandes revelações da literatura brasileira contemporânea, Pequena coreografia do adeus é um romance emocionante que mostra como nossas relações moldam quem somos.'Julia é filha de pais separados: sua mãe não suporta a ideia de ter sido abandonada pelo marido, enquanto seu pai não suporta a ideia de ter sido casado. Sufocada por uma atmosfera de brigas constantes e falta de afeto, a jovem escritora tenta reconhecer sua individualidade e dar sentido à sua história, tentando se desvencilhar dos traumas familiares. Entre lembranças da infância e da adolescência, e sonhos para o futuro, Julia encontra personagens essenciais para enfrentar a solidão ao mesmo tempo que ensaia sua própria coreografia, numa sequência de movimentos de aproximação e afastamento de seus pais que lhe traz marcas indeléveis. Escrito com a prosa original que fez de Aline Bei uma das grandes revelações da literatura brasileira contemporânea, Pequena coreografia do adeus é um romance emocionante que mostra como nossas relações moldam quem somos.
"Aline Bei narra como quem se posiciona à beira do abismo, o corpo em espera, o instante que se aproxima. Ler Pequena coreografia do adeus é acompanhar essa queda, íngreme e definitiva, mas também sublime e transformadora." ― Carola Saavedra
"A experimentação formal que sublinhou o estilo marcante de Aline Bei, em sua estreia com O peso do pássaro morto, sedimenta-se neste segundo romance, trazendo-nos a história dolorosa de Júlia Terra ― personagem complexa, cujas margens familiares vão se dissipando. A trama urdida com lirismo entrelaça a educação afetiva, a violência e a experiência do desamor, revelando o paradoxo da condição humana ― a um só tempo precária e (por meio da escrita) redentora." ― João Anzanello Carrascoza'
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readsbymerilu · 9 months
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resenha #1︱clarice na cabeceira: crônicas
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"Crônica é um relato? Uma conversa? É um resumo de um estado de espírito? Não sei."
avaliação: ★★★★☆
Durante semanas, busquei por uma maneira de ser introduzida a Clarice Lispector e seu caos. Não parecia certo ler nenhuma de suas obras sem conhecer fragmentos de quem ela era antes. Quando me vi cara a cara com a oportunidade de ler fisicamente Clarice na Cabeceira, na biblioteca de meu colégio, não pude ignorar o chamado.
O que mais me tornou aflita no momento em que decidi que queria entender quem era Clarice, foi a intensidade e brutalidade com que me disseram que escrevia. Estava com medo de ler Clarice Lispector. Agora, imagino que se um dia alguém tenha dito essa mesma frase para a autora, ela tenha rido, ou talvez enrubescido, e em seguida dito alguma metáfora sobre como o Homem é nada mais que poeira, ou, dependendo de seu humor, revelado que Lispector não é para todos.
Quando li a frase "Clarice não se entende, se sente" há tempos, minha curiosidade sobre o que essa mulher faz com seus leitores se atiçou, e cá estou eu, completamente imersa no gênio de Lispector.
'Clarice na Cabeceira' reúne várias crônicas da autora que são, ora um enorme abraço e palavras de identidade, ora um enorme tapa na cara que arranca dores muito mais que físicas. Me senti uma amiga dela, naquele período onde recém se conhecem. Sua escrita tem momentos de compreensão total e de compreensão nenhuma, mas em momento algum deixei de sentir que estava em sua presença. Existe um quê de carinho em suas palavras, um amor pessoal, materno, existencial, que me cativou e me fez continuar conforme a voz de sua mente ressoava na minha cabeça, fui dormir pensando na crônica "As três experiências", onde diz que espera encarnar novamente no corpo de uma leitora interessante e comum, apenas para que possa ler suas próprias obras sem saber que são suas.
"Uma das coisas mais solitárias que conheço é não ter a premonição."
Me senti caoticamente compreendida por ela, que não esconde o que pensa. Meu medo foi em vão, ou talvez não, pois deveria temer a obra de arte com que estaria lidando. Eu, que confesso não ser muito da literatura Brasileira, posso dizer a popular frase "Clarice Lispector alugou um tríplex na minha cabeça."
Aprendi que Clarice é para qualquer hora, qualquer dor, qualquer clima, qualquer pessoa. Uma obra de arte que recomendo para todos que buscam por um sabor amais na vida.
Crônicas favoritas:
Das vantagens de ser bobo.
Se eu fosse eu.
As três experiências.
Persona.
Amor imorredouro.
O ato gratuito.
Lição de Filho.
Informações do livro:
Editora: Rocco.
Autor(a): Clarice Lispectors & Compilado por Teresa Montero.
Páginas: 176.
Classificação indicativa: +17
Obra nacional.
Data de publicação: 01 de outubro de 2020.
Sinopse da obra:
Reunião de vinte textos escolhidos por convidados afeitos à obra de Clarice Lispector, Clarice na cabeceira apresenta uma leitura selecionada de narrativas curtas publicadas entre 1962 e 1973, na revista Senhor e no Jornal do Brasil, e posteriormente agrupadas nos livros A descoberta do mundo e Para não esquecer. Abordando temas tão diversos quanto as memórias da infância, a vida, a morte, o amor, o ato de escrever, o silêncio, a maternidade e a indignação, as crônicas ganham sabor especial quando apresentadas por amigos e admiradores de Clarice, que compartilham o impacto da escritora e de sua obra em suas vidas, como Eduardo Portella, Ferreira Gullar, Marília Pêra, Maria Bonomi e Naum Alves de Souza, entre outros. Com organização de Teresa Montero, autora de Eu sou uma pergunta – Uma biografia de Clarice Lispector, publicada pela Rocco, Clarice na cabeceira é a oportunidade de conhecer “perfeitos momentos da literatura brasileira moderna, perfeitos momentos da vida nas palavras, perfeitos momentos”, como descreve Caetano Veloso ao falar sobre o sentimento que a leitura de Clarice provoca.
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