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#resenha literária
beu-ytr · 6 days
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Resenha de "Biblioteca das Almas", terceiro livro da hexalogia "Lar da Srta. Peregrine para crianças peculiares" de Ramson Riggs
*com spoilers
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Em Biblioteca das Almas, o foco da história se concentra especialmente em Jacob Portman e Emma Bloom, seu interesse amoroso e sua "companheira" durante os livros anteriores
Esse livro é uma montanha-russa de se ler, cheio de altos e baixos e repentinas mudanças de cenário. O que não o faz ser exatamente ruim, apenas difícil de se acompanhar e de se situar no que está de fato acontecendo
Porém o positivo é que, nesse livro, temos as respostas de todas as perguntas que não tiveram sido respondidas na hexalogia anteriormente. Como por exemplo, a verdadeira origem dos principais vilões, os Etéreos, e a relação do vilão principal com a Srta. Peregrine
Além do amadurecimento de Jacob, que já era um assunto pertinente no livro anterior mas que é muito mais explorado nesse livro, ele finalmente desperta seus maiores poderes peculiares, herdados de seu avô, e usa eles livremente (porém relutantemente) em todo o enredo
(explicando que, até então, o que se sabia dos poderes de Jacob era que ele podia enxergar os etéreos, algo que outros peculiares não conseguiam fazer. Mas nesse livro, descobrimos que ele também é capaz de se comunicar com eles e possivelmente até controlá-los)
Mais personagens foram introduzidos, entre eles o outro irmão da Srta. Peregrine, que fora o responsável pela criação dos Etéreos e, eventualmente, os acólitos
Nessa questão, acho que a introdução do irmão da Srta. Peregrine foi um pouco tardia, acho que seria melhor se eles tivessem pelo menos citado brevemente alguma coisa, ou deixado a entender ou coisa assim
porque na minha percepção ficou um gostinho de forçado sabe? Pareceu que foi algo que o autor inventou justamente nesse livro e não algo que já estava premeditado
Outra coisa, não sei se nos últimos livros é explicado completamente o poder de Jacob, porque só li a saga até o quarto livro, mas queria ter mais detalhes sobre a natureza dele
tudo o que é exposto aqui é que esses poderes que ele possui, são todos herdados pelo seu avô, e por algum motivo ele consegue usar todos sem nenhum tipo de dificuldade como se sempre tivesse usado aqueles poderes
Outra coisa que me irrita nesse livro é, como dito antes, o relacionamento entre Jacob e Emma
Pra mim não faz o menor sentido esse dois ficarem juntos, eles não tem química não tem ritmo não tem paixão
A Emma literalmente só gosta do Jacob porque ele a lembra do ex dela, que diga-se de passagem é o AVÔ DO JACOB
cOMO que alguém consegue namorar com uma pessoa que namorou o seu AVÔ. E sem querer te compara a ele o tempo todo
Não tem como, pra mim esse casal não presta e eu tava torcendo pra eles terminarem com essa palhaçada desde o segundo livro
Enfim a história termina com um gostinho de anti-climáx, por ser um final muito irreal (é um final feliz)
Eu tenho muito preconceito com final feliz. principalmente em saga. Porque, pense comigo, se tá tudo feliz, o que mais eu vou ler nessa bexiga???
Se já ta tudo resolvido podia parar por aqui mesmo, é até melhor do que ficar amassando e amassando a franquia e desgatando e fazendo livros só pra ter chupar e extorquir dinheiro
Agora, os próximos três livros são na presença da Srta. Peregrine, porque ela já foi salva mesmo então agora ela tá lá com todo mundo e como eu só li um do três ultimos livros, não sei dizer se essa temática pegou direito
Obrigado pela atenção e até a próxima resenha ;)
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"Fourth Wing"
Como vocês podem observar pela data da minha última postagem, eu tenho feito o terrível trabalho em manter esse blog ativo. Mas FINALMENTE estou de volta e para falar dele, do tão popular e comentado no TikTok, o Best Seller de 2023, "Fourth Wing" de Rebecca Yarros.
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Eu lembro que a primeira vez em que Fourth Wing apareceu no meu radar, eu não entendi todo o alvoroço, não me parecia absurdamente inovador e eu tava certa. Não é absurdamente inovador, mas não precisou ser. Eu tenho algumas críticas, que eu vou contar mais para frente, mas não muda que esse livro me entreteve do começo ao fim. É um livro de ritmo rápido e leitura fácil, apesar de longo.
De muitas formas, principalmente no romance, esse livro me lembra muito de Corte de Espinhos e Rosas, da Sarah J. Maas. Mas uma falha que eu sempre comento sobre os livros da J. Maas, é que a fantasia nos livros dela são muito ruins (não me odeiem, mas são). Nada nunca vai me convencer que ter um caldeirão como Deus é um bom elemento de fantasia. Posso falar sobre o que acho dos livros de Corte de Espinhos e Rosas em algum outro momento, mas devido ao sucesso de Fourth Wing, é impossível não fazer esse tipo de comparação. A fantasia de Rebecca Yarros é muito melhor.
Dragões e a conexão que os cavaleiros tem com eles são o ponto alto da fantasia desse livro. A forma como ela explica a magia trazida por eles é muito boa e a fantasia na história vai aumentando a medida que a leitura vai progedindo. A história toda tem uma pegada épica e heróica tão presente em livros de fantasia e que eu particularmente amo. Uma crítica porém: o momento que Violet é influenciada pela "luxúria" que o dragão está sentindo me fez quase morrer vergolha alheia. Fora isso, a fantasia fez um bom trabalho em me entreter.
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Sinto que em muitos momentos, a história é um pouco boba, mas não me impediu de ficar até 3 horas da manhã grudada na leitura e avaliar com 4 estrelas. Se você é mais crítica e não tão facilmente entretida por romance (nada de errado com isso, por sinal), talvez esse livro não seja para você, mas para mim, foi exatamente o que eu precisava. Para os amantes de Sarah J. Maas e Cassandra Clare, esse livro é para vocês.
A dragon without its rider is a tragedy. A rider without their dragon is dead.
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petiteblasee · 2 months
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Senti pra caramba! | Amêndoas - Won-pyung Sohn
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SINOPSE: Yunjae nasceu com uma condição neurológica chamada alexitimia, ou a incapacidade de identificar e expressar sentimentos, como medo, tristeza, desejo ou raiva. Ele não tem amigos ― as duas estruturas em forma de amêndoas localizadas no fundo de seu cérebro causaram isso ―, mas a mãe e a avó lhe proporcionam uma vida segura e tranquila. O pequeno apartamento em que moram, acima do sebo da mãe, é decorado com cartazes coloridos com lembretes de quando sorrir, quando agradecer e quando demonstrar preocupação.
Então, no seu décimo sexto aniversário, véspera de Natal, tudo muda. Um ato chocante de violência destrói tudo que Yunjae conhece, deixando-o sozinho. Lutando para lidar com a perda, o garoto se isola no silêncio, até a chegada do problemático colega de escola Gon.
Conforme começa a se abrir para novas pessoas, algo se modifica lentamente dentro dele. Quando suas novas amizades passam a apresentar níveis de complexidade, Yunjae precisará aprender a lidar com um mundo que não compreende e até se colocar em risco para sair de sua zona de conforto.
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O Yunjae tem uma condição neurológica que o incapacita de identificar e expressar sentimentos, como medo, tristeza, desejo ou raiva. Ainda assim, mesmo com essa ausência de entendimento sobre o que sente, a história não é apática. Através da avó e da mãe, o menino cresce conhecendo o mundo e aceitando que ser "normal" é bem mais difícil do que fazemos parecer. 
Após uma tragédia, ele se vê sozinho, mas dá espaço para que entrem na sua vida, e começa com seu vizinho, até então desconhecido, que se torna um grande apoio para o novo mundo que ele está disposto a enxergar. Apesar de se abrir para isso, apenas um entra em sua vida sem pedir licença: Gon. Falar que o Gon é só um delinquente que vai abalar a vida do Yunjae por mostrar um lado humano diferente, é simplista demais, e não faz jus a história retratada aqui. A partir daí, o mundo controlado do Yunjae começa a conhecer o caos de uma forma mais imprevisível do que ele havia imaginado.
Em vários momentos, os dois são considerados "monstros", e foi difícil ver como eles abraçaram essa ideia para lidarem melhor com as tragédias e dificuldades da vida. Então, enquanto eles fugiam ou não reconheciam o sentir, eu ficava cheia por sentir demais. Depois de irem ao inferno juntos, Yunjae aprende da pior forma o que é sentir, mas abraça isso da melhor forma possível por entender que isso importa, mesmo que doa. Nessa parte do livro, eu já estava largada, sem saber como me sentiria se conseguisse ler a linha seguinte, mas foi bom seguir em frente - como todos fizeram ali. 
É um livro de estreia com uma boa pitada de drama, aborda um assunto não tão conhecido, e a autora acertou muito ao contar tudo em primeira pessoa. A leitura fica bem fluida porque o Yunjae pensa de forma bem simples; pra ele, tudo é preto no branco, ou só branco, o que torna mais emocionante acompanhar ele colorindo cada parte da sua vida com quem ele permite entrar. 
Depois dessa leitura, a ideia de escolher viver sem expressar sentimentos parece extremamente cruel. Que a vida seja vivida e sentida. Leitura maravilhosa! Recomendo demais.
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filhadearthemis · 1 year
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Quatro Vidas de Um Cachorro de W. Bruce Cameron
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Sinopse: Esta é a inesquecível história de um cão que após renascer várias vezes, imagina que haja uma razão para o seu retorno, um propósito a cumprir e que, enquanto não o alcançar, continuará renascendo. Narrado pelo próprio animal, Quatro Vidas de um Cachorro aborda a questão mais básica da vida: por que estamos aqui?
Emocionante e com boas doses de humor, este é um livro para todas as idades, que mostra o olhar de um cão sobre o relacionamento entre as pessoas e os laços eternos entre os seres humanos e seus animais. Se você gostou de Marley e Eu vai adorar esta aventura que agora ganha as telas do cinema.
“Esta história vivaz e emociante encantará a todos os apaixonados por cachorros.“ – Booklist
Atenção: Contêm Spoiler porque eu não consegui me controlar! 
A história começa quando um cãozinho vira lata tem seu primeiro contato com o mundo dos humanos, o pequeno nasce nas ruas, aprende com sua mãe e seus dois irmãos a caçar comida e principalmente a fugir dos humanos, ele não compreendia porque deveria fugir dos homens, viver à margem da sociedade, mas apenas seguia a sua mãe. Um dia os três cãezinhos são resgatados por um grupo que cuida de animais abandonados e então o pequeno tem o seu primeiro contato com os seres humanos, ele aprende o que há de bom e de ruim no instinto humano, que há pessoas boas, de coração puro e outras perdidas, tomadas pela maldade.
Em sua segunda encarnação ele é um cão de porte grande e vasta pelagem dourada, um Golden Retriever, seu nome agora é Bailey, ele é adotado e tem sua primeira família de verdade. Ao contrário de sua vida anterior no abrigo, agora ele é o centro das atenções e o melhor amigo do pequeno Ethan. Ele descobre no menino o verdadeiro significado do amor incondicional. Bailey faz parte do desenvolvimento de Ethan, vê ele crescer, conhecer sua primeira namorada, se magoar, ir à Universidade e etc. Bailey passa a crer que o seu proposito de vida é estar ao lado do menino, amá-lo e protegê-lo acima de tudo. Mas a vida de um cão é curta demais, Bailey sente que seu tempo está acabando e que terá que ir embora, mesmo achando que ainda não fez o suficiente por Ethan.
Mais uma vez o cão reencarna, dessa vez como uma cadela, uma pastora alemã da equipe de buscas e salvamentos da polícia. Depois de ter vivido a experiência de amor incondicional por um humano, o cão não consegue compreender o motivo de ter que viver mais uma vida longe de Ethan, ele nunca esqueceria o seu melhor amigo. Apesar de levar uma vida boa, aprendendo novas habilidades, encontrando e achando pessoas, ele não é feliz e encara a sua nova vida com a única missão de salvar pessoas das burradas que os outros fazem. Em sua vida como cão policial ele aprende o valor da vida humana e em como o ser humano é complexo e cheio de emoções turbulentas.
Poderia ter acabado, depois de tanto ajudar as pessoas ele merecia descansar ou sei lá para onde vão os cães depois de fazerem tantas pessoas felizes. Mas ele nasce novamente e pela primeira vez sente revolta por ter que viver mais uma vez, uma nova vida imprevisível e cheia de obstáculos. Ele sofre com a dor do abandono, da falta de amor humano. Como poderia depois de ajudar tanta gente ser abanado no meio da estrada como se não valesse nada? A quarta vida do nosso amigo não parecia nada fácil. No entanto, nem tudo estava perdido, ele podia reconhecer vagamente o lugar onde se encontrara sem querer, algo o lembra de sua primeira vida como Bailey.
Será se depois de tantas histórias vividas com tantas pessoas diferentes sua missão fosse voltar para Ethan? Ele seguiu seu faro, tendo a certeza de que ainda poderia reencontrar o seu amigo e consertar o que quer que tenha ficado para trás. O cão consegue encontrar a fazenda onde passou boa parte de sua vida com Ethan, consegue até sentir o seu cheiro, mas será se Ethan o reconheceria? Aceitaria sua amizade de volta? O tempo passara para Ethan que já chegara a terceira idade sozinho em uma fazenda, sem ter construído uma família e agora com um cão teimoso que insistia em permanecer na sua importa, implorando por companhia.
Nosso amigo de quatro patas aprendeu o significado do amor incondicional quando conheceu Ethan e mesmo vivendo outras vidas, nunca esqueceu o seu melhor amigo e foi capaz de voltar para ele, quando ele se encontrava triste e solitário. O eterno Bailey percebeu que talvez tudo isso tenha acontecido porque sua missão era fazer o amigo feliz e resgatá-lo da solidão em que vivia.  O livro nos mostra como o amor irracional de um cão é tão mais simples e genuíno do que o complexo e imperfeito amor humano. Bailey nos ensina o quanto a vida é frágil, feita de momentos únicos, a tolice que é tentar ser feliz sozinho e a necessidade de amar sem medo
PS: O livro é  W. Bruce Cameron é de uma sensibilidade incrível, narrado pelo próprio cão, nos faz pensar que tudo poderia ser bem mais simples se enxergássemos a vida através dos olhos de um cachorro. Quem tem um amigo de quatro patas nunca mais conseguirá olhar para ele da mesma forma depois de ler esse livro. Com boas doses de bom humor, nos faz dar muitas risadas, mas nos faz chorar também, os sentimentais de plantão que peguem seus lencinhos. Assisti o filme recentemente e confesso que fiquei decepcionada, por já ter lido o livro e ter imaginado a história toda em todos os detalhes na minha cabeça, o filme foi um balde de água fria, embora seja também muito bom, mas não tem a riqueza de detalhes e a intensidade emocional do livro, além das peças não se encaixarem totalmente. Nunca mais deixo para assistir o filme depois de ler o livro! Esse é um livro que eu quero guardar comigo para sempre e ler novamente daqui há alguns anos só para me lembrar de tudo o que essa história me trouxe de bom. 
O que eu aprendi em todas essas vidas como um cão? Divirta-se é obvio, sempre que possível ache alguém para salvar e salve-o, ame quem você ama, não faça cara triste pelo o que não aconteceu ou franzida pelo o que não foi possível, só viva o momento, esteja aqui agora.  – Bailey
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belacalli · 2 years
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Resenha: IT - A Coisa
"Crianças, a ficção é a verdade dentro da mentira, e a verdade desta ficção é bem simples: a magia existe." — Stephen King.
É verdade, a magia existe. Em It, acompanhamos uma cidadezinha no Maine que está sempre repleta de acontecimentos macabros e trágicos ao longo da sua história. É muito mais que um palhaço assassino devorador de criancinhas, nós acompanhamos o limite da mente humana e principalmente a sua força.
O título da resenha é, basicamente, um pensamento que estava presente na maior parte da leitura. Derry é uma cidade que, descrita inclusive algumas vezes por alguns personagens, "É um lugar ruim; um esgoto". As cenas que mais me chocaram não era sobre a Coisa, mas o quê os humanos eram capazes. As pessoas pareciam predispostas à loucura; à maldade; e pior: à apatia. Estranhamente omissas.
Mas, em meio essa mistura desumana de preconceitos e barbáries, acompanhamos sete crianças que descobrem o poder da amizade e da imaginação. Amigos que enfrentam suas próprias dificuldades e encontram, um nos outros, poder para transformar a realidade, força para superar os desafios.Crianças que acompanhamos de pertinho, brincando, sofrendo, gargalhando. Seus trocadilhos, suas provocações, suas ideias infantis mirabolantes. E seus medos... principalmente seus medos.
O livro é extenso e, por vezes, cansativo. Ele é intenso, envolvente, pesado. Algumas cenas são simplesmente indigestas. É arrastado, mas muito bem escrito, detalhado. Você entra no livro, se coloca no lugar, sente as emoções e se apega aos personagens. É como se você fosse mais que um telespectador... fosse parte do "clube dos Otários".
Foi o que senti... que voltei à infância.E acredito que o livro seja exatamente sobre isso, sobre a infância.A transição entre a imaginação fértil e a dura perspectiva da vida adulta que nos força, muitas vezes, a matar a criança interior. Como nós eventualmente nos esquecemos dos dias felizes e inocentes, só porque o tempo passa e a idade chega. Como esse processo tão natural pode ser tão triste e assustador.
Querendo ou não, o tempo passa e as coisas mudam. E esse contraste entre nostalgia e tristeza é tão forte, que você eventualmente pensa nas coisas que também esqueceu, nas mudanças ao seu redor que talvez nem tenha percebido.
Sim, o tempo passa, nós crescemos.Mas, sempre carregamos esses momentos em nós. Porque essas crianças "não são necessariamente a melhor parte de você, mas já foram o depósito de tudo que você poderia se tornar."
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sucodesurto · 2 years
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[ RESENHA | Sem spoiler ] Contato
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Das muitas coisas que poderia falar sobre esse livro, gostaria de abrir essa resenha com o que mais me chamou a atenção. Carl Sagan soube escrever, em Contato, uma protagonista feminina, acadêmica, forte, de uma forma primorosa. Sem muito biscoito também, é sempre bom lembrar que este livro foi escrito em 1985 e mesmo que não seja a tanto tempo assim de distância de 2022, é extremamente válido comentar sobre o refresco que foi ler sobre Eleanor Arroway da forma como foi escrita.
Contato com extraterrestres não é sinônimo de homenzinhos verdes desembarcando de um disco voador. É muito mais: sinais captados num radiotelescópio podem conter mensagens capazes de nos fazer repensar toda a nossa concepção da vida e do universo. Esse é o ponto de partida de Carl Sagan, que, aliando as tensões da melhor literatura ao conhecimento científico mais avançado, compõe um romance que pode provocar em nós todas as reações - menos a indiferença.
Contato é um livro para quem gosta de ciência. Isso já deveria ser claro desde o princípio, mas é muito importante lembrar, visto que durante o romance existem muitos dados e informações extremamente específicas ao mundo científico.
Independentemente disto, a narrativa não é só sobre ciência. Conversas sobre a sociedade, relações e principalmente, sobre fé, são muito grandes no enredo de Contato. A conversa entre religiosidade, ceticismo e ciência são muito bem exploradas e algumas das melhores passagens do livro. Todo o enredo emocional que envolve a protagonista, e também os enredos secundários dos outros personagens são cativantes. Carl Sagan escreveu muito bem, e profundamente na medida certa, uma quantidade vasta de personagens importantes para a narrativa, cada um de sua forma.
Em alguns momentos o livro torna-se, inevitavelmente, cansativo pelos longos monólogos e devaneios científicos, mas ainda assim é válida a dor de cabeça dos que detestam matemática. As discussões filosóficas são pertinentes até o dia de hoje, e eu garanto que por muitas vezes você poderá se ver reconhecendo atitudes com os políticos da atualidade (infelizmente). Além disso, considero uma ideia ótima assistir o filme de 1997 (com Jodie Foster como dra. Eleanor Arroway), levando em conta que o autor também escreveu o roteiro. O filme com certeza é mais conciso e uma boa pegada pra quem não se encontrar tanto no livro, apesar de acreditar que são experiências completamente diferentes que merecem ser apreciadas separadamente.
Contato é um livro para que você pense, pense mais um pouquinho e quando você cansar de pensar, pense mais um pouco. Com certeza não foi uma das leituras mais fáceis que eu já fiz, mas uma das mais recompensadoras de ter persistido.
NOTA: ★★★★★ | ♥
Título: Contato Escrito por: Carl Sagan Editora: Companhia de Bolso Classificação: não informado
Crosspost em: instagram.com/eithelx/
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theladylaurenworld · 1 month
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Sobre Hopeless Meu Deus. Se esse livro fosse de qualquer outro autor, eu não estaria com tanto medo. Mas é da Colleen Hoover que estamos falando. E é de um livro que se chama Hopeless (sem espereanças). Sim, Sky, eu já me toquei que o hopeless tatuado no braço do Holder é provavelmente uma junção dos apelidos dele e da irma. Sério, how clueless can you be? Mas eu estou sinceramente desesperada porque aquela vagabunda da Colleen me fez cair de amores por mais um de seus personagens masculinos. Mas se tem uma coisa que eu aprendi depois de tantos livros lidos, é que vai ter dor. Ela vai destruir meu coraçãozinho de alguma forma. E minha mente está indo para lugares muito estranhos... Ele lembrou da irmã ao olhá-la... A Sky é adotada. Meu Deus. Isso não pode ser possível, né? Eles não são irmãos né? Seria bem doentio da parte da Colleen fazer uma personagem que, em sua vida inteira, só sentiu atração pelo próprio irmão. Seria bem bizarro, na real. Mas sabe porque eu não deleto essa possibilidade? A Sky talvez seja a minha personagem favorita de todos os livros da Colleen que li até agora. Ela é sincera, honesta, divertida e inteligente. Mas ela é principalmente muito forte. Ela entrou naquele ninho de cobras que é o ensino médio sem um pingo de experiência e ficou praticamente inabalada com todos aqueles rumores sobre si. Ela não se quebraria tão fácil. Após conhecê-la, estou morrendo de medo da forma que a Colleen vai quebrá-la. Até porque provavelmente, vou me quebrar junto. Mas, sigamos com a leitura. Até logo.
...
Pois é, os indícios de pedofilia lá do começo com a história da fechadura foram confirmados. O ponto é que assim que eu descobri que a irmã dele tinha falecido, minha teoria incestuosa caiu por terra. (ainda bem) A Colleen não foi longe demais desta vez. Ela foi no ponto da ferida. Mais uma verdade nua e crua. E dolorosa. Meu Deus. Quanta dor, e de tanta gente. Faz a gente pensar sobre como um único ser humano pode quebrar tantas pessoas. Quebrar, estilhaçar. Nenhuma dessas pessoas vai se curar. Se regenerar. Nunca, jamais. Não completamente. Os olhos sempre irão refletir um tipo vedado de sombras, uma tristeza particular. Uma pessoa quebrada pode até se levantar, mas os traumas são como velhos amigos que te acompanham pelo resto da vida. Mas mais uma vez, que alento. QUE CASAL, QUE QUÍMICA. Obrigada Colleen, por aumentar mais uma vez as minhas expectativas sobre relacionamentos, a ponto de me fazer desistir de buscá-lo. Porque se é disso que eu preciso, com esses meus 21 anos de vida já ficou bem claro que os únicos lugares em que encontrarei este tipo de parceiro e de amor são os livros. Então, que assim seja. Que eu sempre encontre tempo e disposição para mergulhar e me apaixonar mil vezes. Porque é assim que tem que ser.
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Crush por June Winters
Shea está prestes a encarar sua última temporada na carreira, sua última chance de conseguir levantar a taça da copa Stanley. Mas com a vida doméstica em caos, sua performance no gelo não está tão boa quanto gostaria. Sua filha adolescente simplesmente o ignora, e os gêmeos só querem saber de jogar hockey e esquecem de todo o resto, inclusive a lição de casa. Juntos, os três já conseguiram se livrar de várias babás, e o Capitão do time de Boston se vê novamente à procura de alguém que consiga lidar com a bagunça que está sua família.
Após perder o emprego, o antigo chefe de Brynn não tem mais condições de arcar com seus serviços de babá profissional e ela é dispensada. Não apenas isso, mas o cara com quem ela estava ficando nos últimos meses decidiu que ela tem bagagem demais, e caiu fora. E talvez a vida esteja tentando aliviar o golpe duplo que ela recebeu, colocando sua próxima entrevista com o famoso jogador de hockey por quem ela tinha uma quedinha quando era criança, e fazendo os filhos dele se conectarem instantaneamente com ela, garantindo o novo emprego.
Entre conversas sobre as crianças, e desabafos sobre suas próprias vidas, Shea e Brynn insistem em dizer que a conexão deles é puramente profissional, mas a adolescente que convive com os dois sabe que isso é mentira e resolve dar um empurrãozinho para eles admitirem seus sentimentos.
Resenha:
Essa foi uma releitura. Já tinha alguns anos desde a primeira vez que eu tinha lido esse livro pela primeira vez, na época eu não sabia nada de hockey, e romances esportivos eram leituras acidentais e não uma escolha consciente. Mas entre tantas histórias e tantos casais, Shea e Brynn sempre ocuparam um espaço especial em minha memória.
A escrita da autora, a forma como ela descreve as demandas e conflitos da vida adulta, e também dos conflitos da vida dos filhos de Shea em suas diferentes fases de crescimento, é ótima. Ela consegue transmitir o desenvolvimento das relações interpessoais ao longo do tempo, sem que isso demande duzentos capítulos, ou que pareça rápido demais e forçado.
Eu gosto especialmente de como ela coloca o casal para comunicar os sentimentos, e faz eles acharem os pontos em comum em suas histórias mesmo com a diferença de idade, e de estilo de vida.
A história pessoal da Brynn é algo que me tocou, dada a oportunidade, eu com certeza iria ler um livro inteiro sobre uma análise psicológica da história dela.
Talvez por já ser um casal maduro (Brynn está perto dos trinta e Shea está mais pro final dos trinta) a história não conta com os clichês de falha de comunicação, ciúmes bobo, etc. Acompanhar um relacionamento adulto se desenvolvendo de uma forma saudável, ver pessoas relativamente reais que já viveram um romance e tiveram coração partido, continuar se apaixonando mesmo com todas as cicatrizes que carregam, é quase terapêutico.
AH! Para as minhas colegas torcedoras de hockey, a descrição desse livro é bem realista e não causa raiva, pode ler tranquilo.
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freezerburn235 · 1 year
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Comentário Crítico sobre o livro O Homem que Sabia Demais, a Biografia de Alan Turing
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tionitro · 2 years
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RUÍNAS NA ALVORADA (Tempos de Sangue #5) - Eduardo Kasse | O final da saga do Imortal Harold Stonecross! | NITROLEITURAS
RUÍNAS NA ALVORADA (Tempos de Sangue #5) – Eduardo Kasse | O final da saga do Imortal Harold Stonecross! | NITROLEITURAS
Um final sensacional da épica saga vampírica de Eduardo Kasse! Resenhas Anteriores da série TEMPOS DE SANGUE – Eduardo Kasse: O Andarilho das Sombras (Tempos de Sangue #1) https://tinyurl.com/2b76s58t Deuses Esquecidos (Tempos de Sangue #2) https://tinyurl.com/27wto3m9 Guerras Eternas (Tempos de Sangue #3) https://tinyurl.com/2lj7hus4 O Despertar da Fúria (Tempos de Sangue…
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beu-ytr · 13 days
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Resenha de "Crime e Castigo" de Fíodor Dostoiévski
*com alguns spoilers
Apesar de algumas passagens serem particulamente muito interessantes, não posso mentir e dizer que é um livro fácil ou entretível (essa palavra existe?)
A verdade é que estou feliz por ter iniciado minha jornada com Dostoiévski, mesmo quando eu não estava entendendo n a d a do que eu tava lendo eu me diverti demais
isso porque eu tava muito empolgada sabe, eu tava tipo "ok não tô curtindo por agora mas eu tenho certeza que vai melhorar depois☺"
Vi algumas resenhas no Skoob, e entendi perfeitamente o porquê de algumas pessoas não gostarem desse livro
A narrativa realmente é maçante, os personagens são aleatórios e a maioria é descartável e/ou desconexos com a proposta da história
o protagonista é desprovido de inteligência cognitiva, emocional e social, desprovido de sanidade mental e o pior de tudo: carisma
Pra mim o que faltou nesse livro foi carisma, foi o charme entendeu? Acho que se o livro fosse uma sátira, ele seria bem mais genial e muito mais interessante
Porque o protagonista é simplesmente uma grande piada. Não entra na minha cabeça como um ser humano poderia ser tão burro ao ponto de assassinar uma mulher pelo dinheiro dela, e depois não roubar nada dela (??????)
Eu também não entendi muito o intuito desse livro em geral sabe, eu acho que Dostoiésvski perdeu uma grande oportunidade com esse aqui. Pode ser um clássico e tal, mas ao mesmo tempo é um livro bem fraquinho
Como eu já falei aqui, às vezes as pessoas gostam de criar significados profundíssimos sobre coisas que na verdade são muito simples. E acho que isso acontece até demais aqui
Outro ponto que gostaria de ressaltar é que o maior dilema que eu tive lendo esse livro foi os nomes. Os nomes estranhíssimos que mudavam o tempo todo (chamaram o personagem principal de mais de 2 nomes diferentes e eu só fui me tocar que era ele, quando eu voltei para o préfácio) e a enorme quantidade de personagens me deixaram maluca
Eu não sabia mais quem era relevante e quem não era, foi uma loucura total e eu tenho certeza que uma parte da história passou direto pela minha cabeça só porque eu não consegui raciocinar os nomes de certos personagens e todo o papel deles na narrativa
Eu tive que parar de ler um pouquinho pra fazer um mapinha com todos os nomes e mesmo assim eu não entendi direito porque foi muita gente
Por fim o arco do romance, eu simplesmente odiei. Achei que não combinou e sinceramente foi bastante forçadinho porque dois malucos com um psicológico todo acabado não seriam um bom casal na minha humilde opinião. Qual a necessidade, eu pergunto
Não sei, você responde. Mas a verdade é que eu só terminei esse livro pesadão porque eu tinha muita força de vontade senão eu teria abandonado certeza
De toda forma, foi uma experiencia agridoce. Obrigado pela atenção, até a próxima
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"Bunny"
Após algumas semanas desaparecida, finalmente voltei e dessa vez, diferentemente de textos anteriores, optei por não escrever uma resenha, mas sim uma análise. Isso significa que esse texto terá sim diversos spoilers, então peço que retorne após a sua leitura, até porque não acho que você vá entender tudo sem ter lido a história.
O livro escolhido dessa semana é "Bunny" de Mona Awad, que infelizmente até o momento não possui tradução para a língua portuguesa e publicação no Brasil.
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O motivo de optar por fazer uma análise dessa vez tem ligação direta com a minha primeira impressão desse livro, que foi de não entender absolutamente nada :') A medida que a leitura foi prolongando e principalmente após terminar de ler, consegui trazer um sentido melhor para essa obra e foi a minha linha de pensamento e entendimentos que escolhi trazer hoje.
Acredito que foi uma leitura de humor e ficção executada de maneira perfeita. Mona Awad tem uma escrita sarcástica e excêntrica da melhor forma possível. Particularmente, achei a leitura tranquila e fluida. O livro, apesar de estranho, te prende. Minha única crítica é a diminuição do ritmo no último 1/4 do livro, já que nesse ponto, já temos a maior parte dos mistérios solucionados. Tem um forte elemento de choque, que trás um valor para narrativa, mas a medida que esse choque inicial passa, a narrativa se torna um pouco mais fraca.
Sobre o livro, "Bunny" é uma sátira do gênero Dark Academy, que tem demonstrado crescente popularidade nos últimos anos e um gênero que eu adoro, esse com histórias centradas no ambiente acadêmico e ensino superior e muito enfoque em artes e literatura clássica.
Mona Awad conta a história de Samantha Heather Mackey, uma estudante de Escrita Criativa de uma exclusiva escola de Belas Artes, a Universidade de Warren. Samanta é uma aluna bolsista em uma escola altamente elitista.
Somos então introduzidas um grupo de garotas ricas e bonitas, que se chamam de "bunnies" ("coelhinhas", em livre tradução) e, dizer que elas tem uma relação de codependência seria um eufemismo, é quase como se elas fossem uma pessoa só. A nossa história tem a sua primeira reviravolta quando Samantha, que sempre optou por se isolar de grupos sociais, é chamada para uma reunião secreta desse grupo.
O grande choque da história (spoiler, viu, eu avisei), vem quando descobrimos que as bunnies, em uma espécie de culto, fazem experimentos com coelhos (não coincidentemente) para transforma-los em garotos. O ritual é completamente bizarro, com coelhos explodindo, muito sangue, machados e muito gore clássico do terror, o que eu pessoalmente amei. Também vemos Samantha sendo "sugada" para dentro desse grupo, começando a pensar em conjunto com as meninas, o que fica subentendido que esse comportamento é devido ao alto uso de drogas.
Outro personagem importante, que pessoalmente é a minha favorita, é a melhor amiga da Samatha, Ava. Ava é o direto contraste das bunnies, sarcástica, inteligente e confiante e de alto valor narrativo para o livro, sendo o maior plot da história.
Samantha é a clássica mulher que se sente superior e diferente de outras mulheres, mas no fim, é exatamente como as outras. Altamente pretensiosa, Samantha despreza o grupo de garotas bonitas e ricas, mas secretamente deseja participar desse grupo e as inveja. A personagem também é patologicamente mentirosa, criando mundos e situações totalmente fora da realidade, onde no final do livro, a gente entende a real extensão disso.
Mona claramente zomba de Samantha, ao mesmo tempo que escreve o livro através da perspectiva da personagem, com pensamentos tão presunçosos que se tornam engraçados. Samantha passa a maior parte do tempo desprezando produções das suas colegas de sala, achando suas obras superiores e seu nível de intelectualidade maior. Temos uma clara crítica e talvez até autocrítica de Awad a autoras e suas respectivas obras, quase ridicularizando a pretensiosidade desse ambiente. Já li diversos livros de autores escrevendo sobre autores (a gente gosta de escrever sobre o que temos domínio), mas esse livro se destacou em sua originalidade, sendo uma sátira cheia de humor e bizarrices.
Temos também uma óbvia crítica, que se mistura com exaltação, ao ambiente acadêmico, com a intelectualidade sendo um objeto desejado e constantemente reforçado através da linguagem adotada e o sentimento de superioridade de membros desse meio, não somente de Samantha, mas de quase todos os personagens dessa história.
Outro elemento que achei interessante de se comentar, é como a Mona Awad trás uma sátira aos pares românticos que são criados por autoras na literatura. As bunnies em seus rituais repetitivamente acabam criando garotos bonitos e superficiais, e incompletos (com mãos mal formadas e ausência de orgãos sexuais funcionais), o que tornam as suas criações menos "humanas" e vem com uma busca obsessiva por criar um melhor "produto", motivo pela qual elas convidam Samantha para o grupo delas em primeiro lugar.
Um personagem que eu ainda não mencionei, é o Max, apresentado na parte final do livro. Criação direta de Samantha, através de um veado, assim como as "bunnies" criam através de coelhos. Esse personagem é outro ponto sobre pares românticos, pois Max em alguns momentos parece ter sido tirado direto de um livro de Young Adult e se torna satirizado.
Uma teoria sobre esse livro é a possibilidade de Samantha ser esquizofrênica, o que acho uma teoria interessante, mas que possui alguns furos, o maior de todos sendo que isso implicaria que todas bunnies também seriam, pelos mesmos motivos da Samantha, o que me parece improvável. Mas o que vocês acham?
O ponto alto desse livro é de Ava ser um produto da imaginação de Samantha e ter sido criada de um cisne em um momento de solidão da personagem. Samantha somente descobre isso no final do livro, quando a amiga é decapitada e em seu lugar aparece um cadáver de um cisne. Esse seria o motivo das bunnies terem convidado Samantha para participar de seu grupo em primeiro lugar, tendo as meninas notado um "talento" em Samantha que ela sequer sabia que existia.
No fim, a gente se pergunta se toda a história foi somente fruto da imaginação de Samantha e tenta entender o que era real ou inventado.
Foi uma das minhas leituras favoritas desse ano e até hoje, escrevendo esse texto mais de um mês depois de terminar de ler, me pego tendo diversas novas teorias pra o que Mona Awad quis dizer com esse livro. Me contem suas teorias.
“I’ve never really not written, never not had another world of my own making to escape to, never known how to be in this world without most of my soul dreaming up and living in another”
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petiteblasee · 2 months
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Um romance grandioso! | Anna Kariênina - Liev Tolstói
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"Anna Karenina" é um romance clássico escrito por Lev Tolstói. A obra, publicada pela primeira vez em 1877, é considerada uma das maiores realizações da literatura mundial e narra a história complexa de Anna Karenina, uma mulher da alta sociedade russa que se envolve em um caso extraconjugal com o Conde Vronsky. Conhecida por sua análise profunda dos personagens e da sociedade russa da época, a obra oferece uma visão rica e complexa dos relacionamentos humanos e das consequências morais das escolhas individuais, e é apreciada por sua profundidade psicológica, complexidade narrativa e exploração filosófica.
O livro explora temas como o amor, moralidade, hipocrisia social e as consequências das escolhas individuais ao seguir a vida tumultuada de Anna, desde o início de seu caso amoroso até as ramificações sociais e pessoais resultantes. A forma com que o tolstói reúne os protagonistas com os coadjuvantes é bastante natural e o aprofundamento que ele dá a cada um é tão fluído que não deixa a história dispersa, só evidencia a força dos laços. Isso fica evidente com o início da história tendo foco no casamento do Stiva, irmão da Anna.
Embora ele não seja o foco central da trama, sua presença e suas ações têm impacto nas vidas de outros personagens, pois é através da descoberta do seu caso extraconjugal pela esposa, e a recusa dela em perdoar, que faz com que Anna seja solicitada, pois a sua posição na sociedade e na vida da cunhada pode surtir algum efeito positivo na vida do casal. Além disso, é o Stiva que tem um vínculo maior com o Liévin, o que faz com que a história da Kitty, sua cunhada, também ganhe destaque.
É uma novela esplendorosa! A partir da decisão da Anna em seguir com esse caso, tudo ao seu redor se modifica - e não tinha como ser diferente: a Kitty, uma debutante de destaque na sociedade passa a ter seu castelo de sonhos destruído ao ver que não possui chance alguma com o tão desejado Vronsky; a Dolly, apesar de aceitar o conselho da Anna, não consegue encarar todos depois da vergonha e, para evitar a própria desgraça e os demais problemas familiares, passa a viver no campo, modificando bastante a vida do isolado Levin... E os demais vão se adaptando a sociedade moralista russa do século 19. Ou seja, ninguém passa ileso.
A Anna é uma personagem complexa, mas não difícil de compreender. Como uma mulher do seu tempo, queria apenas a liberdade para sentir e poder viver os sentimentos que a tomavam. Infelizmente, o seu tempo era bem preso a esse espaço, e todo o prestígio que ela pensava dar esse aval para ser e fazer o que quiser, é revogado sem piedade alguma. Anna, que também é mãe, precisa tomar decisões que afastam ela cada vez mais dessa família que ela preza, e isso a destrói. Ela perece pela hipocrisia social e por não conseguir lidar com as consequências das suas escolhas.
Também é muito interessante, e surpreendente, a forma com a qual o marido da Anna resolve lidar com a descoberta. Mesmo sendo uma figura pública, Alexei tem um mundo próprio – e que a Anna nunca entrou durante 8 anos de casamento - que usa como parâmetro, apesar de não deixar de lado a régua da sociedade em que está inserido. Os embates que os dois possuem ao longo da história é repleta de ressentimento por não conseguirem compreender totalmente o outro, apesar de em diversos momentos, parecer fácil demais manter as aparências.
Enfim, lamento quem subestima a grandiosidade de obras clássicas e perdem histórias como essa. Só dei 4 estrelas porque considerei o fim do livro um pouco anticlimático com o Liévin filosofando sobre a vida depois do fim da Anna (faz sentido, mas não havia superado, ainda) mas isso não diminui a qualidade da obra em nada. Recomendo que leiam no tempo de vocês - afinal, é um calhamaço -, mas não deixem de dar uma chance porque vale MUITO a pena.
P.S.: se atentem a quem traduz porque tem tradução que faz toda a diferença. Eu li com a do Rubens Fonseca (essa versão exibida na arte do post) e foi pura perfeição. Não senti cansaço durante a leitura e, quando me dava conta, estava lendo mais de 3 capítulos super tranquila.
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filhadearthemis · 1 year
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RESENHA - A VIDA SECRETA DAS PRINCESAS ÁRABES  DE JEAN SASSON
Sinopse: Sultana é o pseudónimo de uma corajosa princesa da Arábia Saudita. Ela é uma das dez filhas da família real mas a sua vida, rodeada de luxo e riquezas inimagináveis, está longe de ser um conto de fadas. No seu país, as mulheres - qualquer que seja o seu estrato social - estão sujeitas à tirania ditada por um fanatismo religioso que promove a poligamia, dá ao homem o poder de castigar cruelmente qualquer mulher e incentiva os casamentos forçados, as mutilações e a violência sexual, as execuções por apedrejamento ou afogamento.
Quando aceitou contar a sua história à jornalista e escritora Jean Sasson, Sultana sabia que estava a pôr em risco a própria vida. Foi conscientemente que abdicou da sua segurança pessoal para denunciar o brutal quotidiano das mulheres sauditas. A sua voz dá-nos a conhecer um mundo no qual a sumptuosidade e a extravagância coexistem com a violência e a barbárie. A princesa partilha connosco a sua intimidade e a das mulheres que a rodeiam; as suas filhas, primas, amigas - mas, na sua franqueza e coragem, ela fala por todas as mulheres.
O livro conta a história real de uma mulher que nasceu e cresceu em berço de luxo, uma princesa de família muito rica, a monarquia da Arábia Saudita, ela tinha tudo para ser feliz, comprar o que quisesse, dar ordens a quem desejasse. Porém na Arábia, o extremismo religioso e a cultura tradicionalmente machista sufoca qualquer tipo de poder feminino. Ter um filho homem para os árabes é um privilégio de Deus, eles recebem de suas famílias todo o poder que desejarem, enquanto a mulher é considerada uma maldição, ela é sub-julgada ao pai, aos irmãos do sexo masculino e futuramente ao esposo que a compra como propriedade. 
Nos parece irreal esse tipo de situação no ocidente, mas é absolutamente comum no oriente, as mulheres são consideradas fracas, emotivas, sem capacidade de dominar suas emoções e por isso mesmo passíveis de cometerem adultério, que é considerado um crime contra a religião do Islã. Elas devem andar cobertas, sem mostrar sequer as mãos após a chegada da primeira menstruação, e não é permitido que façam nada sem autorização de um homem responsável. Sultana desde criança, se rebelava com sua família e principalmente ao tratamento que era dado ao seu irmão, um rapaz autoritário e inconsequente. Seus pais se preocupavam com o futuro da pequena princesa que não aceitava o que lhes era dado como papel de mulher. 
Sultana assistiu sua irmã casar-se com um homem com idade para ser o seu pai e ser violentada por ele, assistiu a passividade de seu pai a querer justificar os erros de um homem cruel, jogando a culpa para cima da mulher e viu o desespero de uma mãe tentando se libertar das amarras do preconceito para salvar a sua filha. A jovem princesa viu a sua melhor amiga ser assassinada pela própria família por supostamente cometer adultério ao se envolver com estrangeiros, embora nunca tivessem achado provas concretas do caso. Ela cresceu, perdeu sua mãe e viu-se obrigada a casar com um de seus primos da realeza.   
Sultana teve sorte de poder conhecer o seu noivo pessoalmente antes do casamento e surpreendeu-se ao perceber que poderia vir a gostar dele, um rapaz que estudou em Londres e tinha uma visão mais moderna da sociedade, embora vivesse no mundo luxuoso e imoral dos homens da realeza saudita, que consumiam bebidas alcoólicas às escondidas e procuravam mulheres estrangeiras para diversão. A princesa teve a sorte de ter um filho homem e apesar de ter um casamento feliz a princípio, ela ainda sofria com tudo o que assistia ao seu redor. Sultana adoeceu e mais tarde descobriu que havia contraído uma doença sexualmente transmissível de seu marido.
A princesa vivia enclausurada em palácios, sua burca era seu escudo obrigatório, embora pudesse viajar e livrar-se do hábito em solo estrangeiro, ela precisa de autorização masculina para deslocar-se. O que não lhe faltava em dinheiro, faltava em liberdade de escolha. Presa, silenciada e incompreendida pela sua própria nação, ela sonhava desde pequena em mudar a sociedade em que vivia, mas ela via-se de mãos atadas, sem saber como se libertar. O texto envolvente nos prende a cada capítulo e não tem como não nos colocarmos no lugar de Sultana, no entanto o livro me deixou muito triste, por saber que se trata de fatos reais a tristeza e a indignação são ainda maiores e como sou muito emotiva são sei se quero ler o restante da série. Fiquei realmente abalada ao terminar a leitura, mas esperar por finais felizes em histórias reais às vezes é pura ilusão.
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expressoliterarios · 2 years
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Expresso Literário
https://www.instagram.com/blog.expressoliterario/
É um Blog literário com extensão ao perfil literário no Instagram, e assim nasceu o Expresso Literário com uma temática voltada para o universo da literatura.
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sucodesurto · 1 year
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[ RESENHA | Sem Spoiler ] Tudo é Rio
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Tudo é rio, da Carla Madeira conta a história de Dalva e Venâncio, e Lucy... Talvez eu deva parar de falar sobre o livro logo aqui, para não estragar a intensa experiência que é ler esta obra. Lendo minha opinião sobre esse livro, você vai ver muito essa palavra “experiência”. Aviso logo.
A narrativa faz jus à frase “É preciso manter-se à tona ou a gente se afoga”. O livro é escrito de uma forma que te faz nadar e sentir a água te engolir aos poucos. Acompanhar a trajetória dos três personagens principais e os que o rodeiam é às vezes encantador, às vezes revoltante.
Se tem uma coisa que este livro vai te fazer, é sentir.
Carla Madeira entrega uma realidade difícil de ser engolida, com uma escrita belíssima e envolvente que faz querer ler o livro de novo, mas também querer ler de uma vez só. Entretanto, tal como o próprio prefácio escrito por Cris Guerra sugere, Tudo é Rio é um livro para ser degustado, anotado, grifado, e lentamente digerido.
(Obviamente, quem me conhece, sabe que eu li tudo de uma vez correndo. Acontece com frequência com livros que eu realmente gosto de ler e Tudo é Rio não foi uma exceção.)
A realidade onde os personagens se inserem é uma a qual eu não pertenço e por isso, salvos os casos, não me atrevo questionar suas escolhas. Durante a leitura desta obra, me senti realmente como uma espectadora de uma história que podia muito bem ser real. Voltamos à minha menção anterior. Carla Madeira escreve uma realidade, mesmo que fictícia. Apesar da imensa vontade de algumas vezes interferir e dizer que eu faria tudo diferente, fui colocada de volta em meu posto de espectadora, com a compreensão de que cada um tem seu próprio rio para enfrentar, e que aquele rio não era o meu.
Os breves diálogos sem travessão podem causar impacto inicialmente, mas não são confusos, quase soando como um acessório para os tantos sentimentos que se transbordam a cada parágrafo.
Apesar de forte, difícil e por vezes até mesmo indigesto, Tudo é rio entra com tranquilidade na minha lista de livros a serem indicados. Pela beleza e crueldade da escrita, pela realidade das palavras e pela fluidez.
Dividir essa leitura com meus amigos, e as discussões que tivemos sobre a história também foi uma parte importantíssima de toda a experiência.
Por fim, deixo a frase que ainda não saiu da minha mente, que me saltou os olhos na leitura e que acredito representar muito bem do que se trata a história de Dalva, Venâncio e Lucy.
“Quem vê de fora faz arranjos melhores, mas é dentro, bem no lugar que a gente não vê, que o não dar conta ocupa tudo.”
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