tenho a certeza
que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Eugénio de Andrade
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Mia Couto
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VEM SENTAR-TE COMIGO, LÍDIA, À BEIRA DO RIO
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamosQue a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.(Enlaçemos as mãos).
Depois pensemos, crianças adultas, que a vidaPassa e não fica, nada deixa e nunca regressa,Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.Quer gozemos,…
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Si yo pudiera morder la tierra entera
y sentirla en el paladar,
sería más feliz un instante...
Más no siempre quiero ser feliz.
Es necesario ser de vez en cuando infeliz
para poder ser natural...
No todo es días de sol
y la lluvia, cuando falta mucho, se ruega.
Por eso tomo la infelicidad con la felicidad
con naturalidad, como quien no se extraña
que haya montañas y llanuras
y que haya peñascos y yerba...
Lo que se precisa es ser natural y tranquilo
en la felicidad o en la infelicidad,
sentir como quien mira,
pensar como quien camina,
y cuando se va a morir, acordarse que el día muere,
y que el poniente es hermoso y hermosa la noche que permanece...
Así es y que así sea...
– Alberto Caeiro (Fernando Pessoa), El guardador de rebaños: XXI
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Soneto Luís Vaz de Camões - ALMA MINHA GENTIL
"Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou."
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"A fermosura desta fresca serra,
E a sombra dos verdes castanheiros,
O manso caminhar destes ribeiros,
Donde toda tristeza se desterra;
O rouco som do mar, a estranha terra,
O esconder do sol pelos outeiros,
O recolher dos gados derradeiros,
Das nuvens pelo ar a branda guerra;
Enfim, tudo o que a rara natureza
Com tanta variedade nos ofrece,
Me está (se não te vejo) magoando.
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
Sem ti, perpetuamente estou passando
Nas mores alegrias, mor tristeza."
Luís Vaz de Camões
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Dentro, um sonho sempre há
Será que ainda ei de resgatar?
O coração, nunca deixa estar
O que a mente sempre lembra, despertar.
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“A razão é a a fé no que se pode compreender sem fé”.⠀Fernando Pessoa
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No teu ombro respiro.
Belos são os navios,
altos, estreitos.
Feliz, o teu rosto no meu.
Que luz sobre o teu peito!
No teu ombro respiro.
Belas são as areias
fulvas de verão.
Feliz, o meu rosto no teu.
Oh tão azul o mar na tua mão!
Canção escrita nas areias de Laga, Eugénio de Andrade
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Só quero ser dissecado
Todo aberto, esventrado
Numa humildade final, humilhante.
Quero que me vejam.
Inteiro. Descoberto.
Quero saber o que vêem
e digam às minhas tripas escangalhadas
que não vêem a mesma escuridão
que aqui se sente.
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• Alberto de Lacerda - Labareda
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Gastao Cruz, Crateras
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TRANSFIGURAÇÃO - MIGUEL TORGA
Tens agoraoutro rosto, outra beleza:Um rosto que é preciso imaginar,E uma beleza mais furtiva ainda…Assim te modelaram caprichosas,Mãos irreais que tornam irrealO barro que nos foge da retina.Barro que em ti passou de luz carnalA bruma feminina…
Mas nesse novo encantoTe conjuroQue permaneças.Distante e preservada na distância.Olímpica recusa, disfarçadaDe terrena promessaFeita aos olhos tentados…
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I'm a queen my well...
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O Limbo
Pertenço ao limbo
Desde que nasci em lençóis limpos
Entre brancos, pretos e perdidos.
Pertenço ao limbo,
Pois o contraste da minha pele
Contra as enormes paredes brancas
Diz que tenho cor de papel;
Portanto não existo,
Pertenço ao limbo;
Sou invisível.
Nas minhas veias
Corre o sangue do opressor
E também do oprimido.
E em meu rosto carrego traços
De um povo, por mim, desconhecido.
Me olham e gritam "Líbano".
Jasmine e Esmeralda;
Nairóbi e Nádia;
Não me esqueço de Ola.
Imigrante, mestiça e tola
Por não ser como quaisquer dessas outras,
Ainda que sejamos irmãs no espelho.
Nas minhas veias
Corre sangue branco,
Mais forte e recente que o Mouro,
E o sangue preto
Que me pinta
Da cor do papelão.
Aos olhos dos retintos
Sou filha da casa grande
E os senhores não me reconhecem
Nem hoje, nem antes,
Pois sempre estive no limbo.
Nascida da violência,
Do estupro e da escravidão,
Perdi minha identidade.
Por fim, ao menos os brancos
Compartilham da minha realidade.
Entre eles sou visita,
Entre os pretos sou inválida.
Para os meus, o limbo,
Por toda a eternidade.
Gale Vangless
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