eu me sinto
e isso me tortura.
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A Casa que Dante Contribuiu
Transita entre cômodos a esperança
Havia um nível de imersão na mitologia
Variando entre seringas e costelas
Um oásis a memória de elefantes é fundado
Foste visto ente Medusas e intérpretes
Confabulando deuses instáveis como animais
A mística efêmera custa a crer em austeridade
Cada aparição é o desgosto do ethos local
Esta paisagem antisséptica
Carregava ossos e cinzas
A ancestralidade não proposital
Toma para si, feitos inócuos do paladar
Esta pulsão indesejada esteve coexistindo aqui
Interpolando visitas e figuras de linguagem
Presentes em cada uma das gargantas
Que se tingem de encanto
Este país é um hotel bradando virilidade
A todo instante em todos os seus personagens atordoados
Coexistem eficientemente dentro de um teatro babilônico
Onde cada um fragmenta para si seu próprio olimpo-passivo
Imagine você, cirandando bocas
Engolindo um mantra constante
Proclamado por eletrodomésticos
Ressoando os pensamentos da máquina
Cada altar beira precipícios
Tais indicativos são:
Vampiros desdentados
Deixados para agradar hóspedes
É preciso acalma-los ou enfrentá-los
Os Cervos que se sucedem ao sacrifício
Não tem o mesmo apelo para essa época
É preciso encontrar novos deslumbramentos...
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Sérgio Vaz - Flores de Alvenaria
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Sou um vulcão em erupção
Quando quero explodir meus sentimentos
A poesia se torna a lava que sai
Daqui de dentro.
O que a poesia faz de mim
Um fenômeno da natureza
Uma essência que quer
Evoluir.
_Mary Cast, Eu poeta que escreve.
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Eu acho muito difícil
Lembrar seus traços
Reconhecia-os todos os dias
Tocava seu rosto com meus dedos pincéis
Desenhava-os, era seu pintor, um idealista
E era muito fácil
Te ver, te ter
Como uma tatuagem eterna
Cravada no peito, inconstantemente
Se lembra da forma
Como eu te desenhava?
Era inocente
A forma como eu te olhava, e desejava
Nunca te esquecer
Agora as aranhas
Fazem teias, constroem casas
No que eram polaroids nossos
E eu ainda acho muito difícil
Lembrar seus traços
Só seu gosto, e seu olho
Seu cheiro, sua dor
Mas para você sempre foi fácil
É fácil ser aquele que se apagou
Nov 1, 2023
Nanda
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Eu me odeio
Sou um gênio imbecil
Patino em minha própria mente
Meu talento vil
Não oculta o fato de eu ser doente.
Altas habilidades
Que não servem pra porra nenhuma
A triste verdade
É que não tenho utilidade alguma.
Tô tentando sobreviver
Mas meu esforço é inútil
Eu deveria desistir de viver
Pois não passo de uma idiota fútil.
Nem minha família me suporta
Me trata como um problema
Mas isso não importa
Eu ser um peso não é o dilema.
Falem o que quiser falar
Eu não tenho receio
Vocês nunca vão me odiar
Tanto quanto eu me odeio.
Maiara R.R da Cruz 15/04/2024 MRRC
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PEGUE UM QUE TE LEMBRE ALGUÉM:
assemelho os seus olhos à uma madrugada intensa
você será sempre o meu acidente no peito
você é onde atraca a saudade
tenho olhos que ainda sonham inocentemente encontrar o mar
o teu tato me perpassa pele, osso e carne
tem na boca a suplica por tudo que seja recíproco
encarar os seus olhos é queimar em meio ao mar bravio
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É sempre o dia da grande despedida
quem fomos…
E um novo eu nascendo a cada minuto
O futuro…
Seguimos
Nunca maduros o suficiente
caímos
Frutos que somos
no chão do presente inaudito
Quem somos
Mudança correndo solta no vento
Estamos…
Soltos às circunstâncias
durando…
A vida e a morte dançando
no tempo do quando
Queremos…
E o nosso desejo se cala
restamos como podemos
mais nada…
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necrológio dos desiludidos do amor
os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
do meu quarto ouço a fuzilaria.
as amadas torcem-se de gozo.
oh quanta matéria para os jornais.
desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
pum pum pum adeus, enjoada.
eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.
os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
que grandes corações eles possuíam.
vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia…
agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e segunda classe).
os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.
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Te encontrei aqui.
poesia da madrugada; para aquele que roubou uma parte do meu coração e tocou minha alma.
Compreensão.
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certamente
há um certo masoquismo
ao se repetir os mesmos erros
e esperar resultados
diferentes.
v.m.
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E Todos Esses Conhecidos Ancoram a Presença a Tua Imagem
A sarjeta é formada por desejos não superados
E cada mistura corrosiva de diesel e perfume
Incendiam os braços que correm contra faróis
Nem sol, nem Ícaro. Eram os fantasmas da performance
Eis a urgência de um evangelho para ser superado
Algo que rivalize mentiras e confunda ritmos
Saturada América sobre a tormenta
De decupagem dos sonhos flácidos
Separar e distribuir, como um bom publicitário
Fluir as apostas de ouro e rubricas
Adote para si um estereótipo
A cartilha embaraça influência e quadris
A noite pungente derrete ampulhetas
Na terra em que talheres são espelhos
Conspira-se uma reza que desce dos olhos ao estômago
E não importam as contraindicações, desde que todos repitam:
Três uivos no céu de outra boca
Um exercício antropofágico
Fausto postergado como um rei
Em troca de um constrangimento autoral
Afundando ou subestimando o fascínio
Toda esta placenta envolvida em um esquife espelhado
Girar codinomes e suspeitar de vieses coordenados
Eu te apresento cenários vastos, coma dessa espera
Este peito reside um amontoado de línguas
Que pulsam um rio que afoga os pulmões
Verter todos os sentidos ao paladar e alinhar-se em poleiros
Ao travar conflitos com artérias sociopolíticas
Regar feridas com rosas entreabertas
E na dubiedade de uma nota colhida
Torcer jornais até escorrerem semióticas
Vestir palavras de frigoríficos como antologias
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quando éramos jovens e tínhamos
muito menos coisas
e nem sabíamos que já éramos
felizes como pensávamos que seríamos
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Muitos já tentaram definir o amor. Românticos, filósofos e até cientistas. Não penso que algum deles tenha chegado a uma conclusão satisfatória, tampouco é esse o meu objetivo hoje.
Hoje só quero celebrar nosso amor, não importam conceitos, teorias ou semântica. Porque ainda que eu viva das palavras e encontre nelas o refúgio do cotidiano enfadonho, elas se mostram inúteis para expressar o que sentimos.
Mesmo assim estou aqui, com cada ponto e vírgula dos quais tenho direito - e como sempre - te escrevendo.
Afinal, não posso negar quem sou e se me digo poeta, ainda que sem poesia, essa é a única forma que sei amar.
Por isso digo que, quando finalmente chegar o dia de prometermos, diante de Deus e dos homens, que nosso amor será eterno, quero que saiba que será mera formalidade.
Porque, entre encontros e desencontros, desde o momento que nos conhecemos eu já sabia em meu coração que nosso amor não teria ponto final - só reticências.
Reticências
texto autoral
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Hesitante, permaneço em silêncio
Não sou parte de lugar nenhum
Num instante, faço a vida de anúncio
E da arte o meu lugar comum
Quero que a solidão me devolva
Tudo aquilo que o amor me tomou
E o futuro então me absolva
Do pecado de não ser quem sou
Só os dias dirão quais histórias
Contarei para o mundo ou não
E de que servirão as memórias
Das feridas do meu coração
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