Sabia @ariel-seagull-wings que tecnicamente o nosso Papai Noel no Brasil é uma versão localizada do Pere Noel.
Um detalhe que é muito esquecido devido a influência do Natal americano, é que nas cantigas locais sobre o Papai Noel, pelo menos as que eu ouvi da minha avó, ele não desce de chaminé nem coloca presentes nas meias, ele coloca os presentes nos sapatos deixados nas janelas.
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@themousefromfantasyland @sabugabr @gravedangerahead
Pega ladrão, Papai Noel!
(Conto de Marcos Rey)
Ele não era bem um Papai Noel, pois trabalhava numa grande loja, a Emperor, aquela grande, da avenida. Consta, inclusive, que fez um curso de seis semanas para testar e aperfeiçoar sua tendência vocacional, obtendo boa nota. Mas seu visual, mesmo sem uniforma, impressionou favoravelmente a banca examinadora: era gordo, como convém a um Papai Noel; tinha olhos da cor do céu e a capacidade de sorrir durante horas inteiras sem nenhum motivo aparente. Aliás, um Papai Noel é isto: uma mancha vermelha que sabe rir e às vezes fala.
- Você está ótimo! – disse-lhe o chefe da seção de brinquedos.
– As crianças vão adorá-lo!
Era véspera de Natal e a loja andava preocupadíssima com as vendas, inferiores ao ano anterior. E preocupada com outra coisa, ainda: o incrível número de furtos, razão por que o Papai Noel além de sorrir e estimular as vendas teria que ser também um olheiro, um insuspeito fiscal de seção.
Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos eletrônicos, juntamente com seu sorriso, e acabara de passar a mão nos cabelos louros de um garotinho, quando viu.
Viu o quê? Um homem, e mais que ele, sua mão surrupiando um trenzinho de pilha, imediatamente metido nua bolsa.
Interrompendo em meio seu sorriso, Papai noel deu um passo firme, fez voz de vigia:
- Por favor, me deixe ver essa bolsa!
Nem todo susto é paralisante: o homem, sem largar a bolsa, saiu em disparada pela seção de brinquedos, empurrando pessoas, chutando coisas, derrubando e pisando em brinquedos. Atrás desse furacão, seguia outro furacão, este encarnado, o Papai Noel, que repetia em cores mais vivas os desastres provocados pelo primeiro.
A cena prosseguiu com mais dramaticidade e ruídos na escadaria da loja, pois a seção de brinquedos era no sexto andar. No quarto pavimento, Papai Noel chegou a grampear o ldrão pelo braço, mas este conseguiu escapar, livrando oito degraus entre o quarto e o segundo andares, aí, novamente, Papai Noel pôs a mão enluvada no fugitivo, mas um grupo de pessoas que saía do elevador poluiu a imagem e ele tornou a ganhar distância.
Na avenida a perseguição teve novos aspectos e emoções.
A pista era melhor para corridas, mas ainda maior o número de pessoas e obstáculos. O ladrão, logo à saída da loja, chocou-se com uma mulher que carregava mil pacotes, pacotinhos e pacotões.
Foram todos para o chão. Um propagandista de longas pernas de pau fez uma aterrissagem forçada, que o aeroporto de congolhas teria desaconselhado devido ao mau tempo. O Papai Noel também empurrava, esbarrava e derrubava, aduzindo ao seu esforço o clássico “pega ladrão!”, um refrão tão comum na cidade que não entendo como ainda não musicaram.
Na primeira esquina, quase... Um carro bloqueou a fuga do homem, que ficou hesitante enquanto seu colorido perseguidor se aproxima em alta velocidade.
Consta que Papai Noel perseguiu o ladrão inclusive no Minhocão, de ponta a ponta, onde é proibida a circulação de pedestres. Também sem resultado.
A história, que nem história é, podia acabar aqui, mas prefiro que acabe lá.
Lá, onde?
Naquela quarto de subúrbio.
Aquela noite, o ladrão, à meia-noite em ponto, deu para o filho o belo presente das lojas Emperor, o trenzinho de pilha, que tinha luzes diversas e até apitava, excessivamente incrementado para qualquer garoto pobre.
O menino, que sabia dos apuros do pai, não recebeu alegremente a maravilha eletrônica.
-Papai, o senhor não devia ter comprado.
- Mas não comprei.
- Ahn?
- Ganhei.
- De quem?
- De Papai Noel, ora. Bom cara. Nem precisei pedir, ele correu atrás de mim e me deu o presente. Disse que a pilha dura três meses. Legal, não?
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"Um Conto Gay de Natal | Felipe Fagundes publica releitura de conto
Em "Um conto gay de Natal" Diego nega um favor de natal para o irmão e recebe a visita de três espíritos natalinos para então fazer as pazes com a data.
Saiba mais sobre o livro aqui:
#felipefagundes #umcontogaydenatal
Em “Um conto gay de natal” Felipe Fagundes faz uma releitura do livro “Um conto de Natal” de Charles Dickens. Nele o autor traz de volta Diego, seu personagem de “Gay de Família” e conta como ele se envolveu em mais um problema, desta vez um natalino.
Tudo começa quando o irmão de Diego pede para que ele faça um favor de Natal e que seja o Papai Noel na festa de escola dos sobrinhos. No entanto,…
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