Tumgik
#kikukawa yukino
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O Amor É Um Campo De Batalha [HARUKA x YUKINO] (Capítulo 2)
X-Posted at: Spirit fanfics , Nyah ,   AO3 , FF.NET
Notas do Autor:
Haruka vai finalmente tirar satisfações com Shizuru sobre... Tudo. :v (sério, tudo mesmo!) (ainda Haruka's PoV)
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CAPÍTULO 1: - Heartlessness
CAPÍTULO 2: Love is a Battle
::::: Dormitório de Shizuru :::::
Poucas pessoas sabem onde fica o dormitório oficial do Presidente do Conselho Estudantil. Desde que me conheço por aluna de Fuuka foi assim. São as regras absolutas da academia ou alguma porcaria do tipo. Tch. Uma regalia desnecessária para alguém imprestável, diga-se de paisagem... Ahem. O lance é que eu sei onde ela dorme e pelo visto não sou a única, pois ainda dá pra sentir o cheiro de gasolina e óleo queimado por perto... Heh, melhor assim. Não quero testemunhas para a LUTA DO SÉCULO que está para acontecer!
Sem mais demoras. Vesti o capuz do casaco de moletom e bati na porta de Shizuru com vontade. Ela respondeu quase que imediatamente.
- Ara, minha Natsuki! Não precisamos mais das formalidades, você já tem passe livre para minha cam... Oh. Suzushiro-san. Boa noite.
Eu nem sequer pisquei com sua clara falta de moralidade contra a garota Kuga. Eu só queria ir direto ao ponto antes dos meus punhos irem direto à cara dela.
- HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ SABE!?!?!?
- Seja um pouco mais específica e eu responderei com todo o prazer... Porque realmente, já faz um tempo que tenho ciência dos seus roncos... Se foi isso que você veio me perguntar.
...Mas tenho que admitir que quando Shizuru usa esse maldito tom malicioso comigo fica difícil segurar esses punhos...
- Tsc.. Já está de noite, Shizuru. Pode tirar sua máscara de falsinete agora.
- E arriscar ferir meu belo rosto com um soco furioso seu? Jamais~
Mesmo puxando meus botões do pior jeito que podia, Shizuru não negou minha visita. Pelo contrário, me deu espaço para entrar no seu dormitório e me conduziu para a nem um pouco modesta sala de estar. Agora entendo por que este dormitório em específico costuma ser escondido de todos... E o pior de tudo é que todo esse exagero combina perfeitamente com ela.
Maldita Fujino.
- Deseja alguma coisa? Chá, talvez?
- Eu só quero a resposta, Shizuru!!!
- Chá será!~ Vou preparar agora.
E Shizuru se enfiou na cozinha antes mesmo de eu gritar com ela. Será que essa boneca de porcelana ambulante não sabe o perigo que está correndo!? Quando eu me levantei do banco ao lado da bancada para ir atrás dela, ela voltou com os utensílios para um Chanoyu improvisado embaixo dos braços. Ela realmente queria fazer chá ao modo tradicional??? LOGO AGORA!?!?
- Fuuujiiiiinoooooo...
- Não fique de pé, Suzushiro-san... O que meus futuros convidados pensarão de mim? Sente-se, sente-se.
E ela encostou as delicadas mãos decoradas no meu ombro para me forçar a sentar de novo. Ah, que se dane. Sentei e observei ela começar o maldito Chanoyu sabendo que ela não merecia um pingo do meu respeito. Não demorou muito para eu cruzar meus braços e finalmente fazer o próximo movimento dessa grande luta.
- Por que você fez aquilo com a Yukino???
Minhas palavras foram duras. Meu olhar sobre ela expressava ira bruta. E pela primeira vez na vida vi Shizuru ponderar antes de dar uma resposta. Por um longo minuto ela ficou petrificada, praticamente sem saber o que fazer com os itens que estavam em suas mãos...
... E o som da água fervente a despertou do seu devaneio.
- ...Acredite ou não, Suzushiro-san, mas eu me arrependo do que fiz. Assim como todas as HiMEs, nós nunca desejamos nossos... "poderes", digamos assim. E que pessoa de bem desejaria ter de sacrificar a felicidade alheia em nome da sua própria? Que dirá colocar nosso bem mais precioso em risco apenas para decretar o caos na terra?
Desta vez Shizuru fugia do meu olhar acusador. Ela olhava diretamente para a porta fechada como quem buscasse consolo. Provavelmente esperava uma certa Kuga abrir esta porta e ficar ao seu lado dizendo que o que ela fez tinha perdão...
Notícia quente pra você, Shizuru: Ela não vai aparecer agora.
E então Shizuru suspirou e se ergueu para me entregar o copo de chá quente. O tomei em um único gole, colocando o copo ali na bancada mesmo e voltando toda minha atenção para ela mais uma vez. Ela também se serviu do chá que fez, mudando lentamente a postura maliciosa que odeio com todo meu coração.
- No meu caso, Haruka... Apenas... Aconteceu.
E com isso veio seu primeiro gole.
-...E acredito que Kikukawa-san sabia muito bem dos riscos que corria.
E então o segundo gole.
Por mais que a vontade de amaciar essa cara dura da Fujino com meus punhos me consuma, eu estranhamente me mantive calma quando ela falou de Yukino. Fora que o foco aqui é tirar ela dessa maldita zona de conforto e descobrir se ela ainda é a rival que eu antes tive o maior orgulho de considerar...
Então vamos cobrar a prova agora.
- Eu disse pra você tirar a maldita máscara onipresente!
- Hm? Não seria onipotente?
- VOCÊ ENTENDEU!!!
E Shizuru suspirou pesadamente, abandonando seu chá ao lado do bule oriental para lentamente se levantar e se juntar a mim na bancada. Assim que sentou no banco, ela ainda teve a indecência de ficar quieta e de cabeça baixa! Por um acaso ela quer me fazer perder mais tempo!? Quando eu já estava para gritar com ela de novo- -
- Tá...
- Hã!? "Tá" o quê!?
E ela me de aquele mesmo olhar assustador de quando nós quatro estivemos no jardim secreto do dormitório do Presidente do Conselho Estudantil pela primeira vez. Eu me calei na hora...
- Você quer respostas, certo? Não foi para isso que você veio? Então respostas eu vou te dar. Você quer saber porquê, de todas as outras pessoas neste mundo amaldiçoado, porque logo ela? Sua mais preciosa melhor amiga Kikukawa Yukino?
Ouvir Shizuru mencionar o nome de minha melhor amiga dessa forma debochada reascendeu minha fúria com tudo.
- SE VOCÊ ESTIVER TIRANDO SARRO DA YUKINO, EU- -
Eu já estava para levantar mais uma vez para defender a honra de Yukino quando Shizuru me abraçou forte.
- Como eu disse antes, apenas... Aconteceu, Haruka... Desculpe mesmo...
E ela suspirou alto e descompassadamente, me abraçando o mais forte que podia. Desta vez ela realmente parecia um ser humano com seus incontáveis erros quando fungava e segurava o choro em pequenos soluços. Mas pro inverno que eu vou confortar essa Fujino! Quando eu já estava levando minhas mãos para seus ombros querendo afastá-la de mim, ela se agarrou em mim com o máximo de suas forças.
- Por favor, Haruka... Apenas me escute...
Sinceramente, nem eu mesma acreditei nos meus ouvidos. Sem dúvida alguma esta foi a batalha decisiva de Suzushito Haruka versus O Mundo, que no dado momento era Shizuru. Mas com a cara mais amarrada do mundo eu deixei ela chorar seus prantos e enfim e me contar a grande verdade do mundo HiME.
- O conto do destino das HiMEs sempre esteve vivo em minha família, porque a exatos trezentos anos atrás uma Fujino também se tornou uma HiME, exatamente com a mesma arma e a mesma child. Uma herança nada desejada, digamos assim. Eu fui criada para ser a esposa do próximo Lord Obsidian e carregar todo o poder da estrela HiME comigo. Fui abusada, humilhada e até ludibriada a seguir os desejos de minha família. Este era um fardo que nunca desejei ter, obviamente. Eu nunca quis me apaixonar por ninguém. Imagina? Você descobrir o amor verdadeiro e ter de batalhar para não destruí-lo? Colocá-lo em constante perigo porque outras onze amaldiçoadas também estão na mesma situação que você e também não estão dispostas a perder seu bem mais precioso?
Eu apenas a olhava atentamente, sem absorver um único soluço de Shizuru.
- Desde o inicio eu escolhi esconder que era uma HiME. Escolhi esperar o tempo decidir o destino de nós onze e então deixar a última HiME acabar com este ciclo vicioso me derrotando, afinal eu não teria nenhuma pessoa especial para perder... E então apareceu esta menina rebelde e cheia de amargura no olhar. Eu acabei lembrando que antes de tudo eu também sou humana... E desta vez eu a deixei me cativar, mesmo sabendo que Natsuki poderia se tornar minha maior fraqueza... E de fato ela foi. No fim das contas tudo correu fora dos meus planos. Natsuki também era uma HiME, e eu tinha de protegê-la até o momento em que teria que tirar sua vida... E as coisas seguiram o rumo que você mesma viu.
Mais um longo suspiro dela. Desta vez mais confiante. Eu apenas a deixava se abrir de seus terrores...
- ...Eu não tive muita escolha na vida a não ser deixar pessoas como você me odiar, Suzushiro-san. Aliás, agradeço profundamente por existir pessoas como você no mundo. Você foi o que manteve nossa escola firme. Você se importa profundamente com o bem estar mútuo, mesmo sendo guiada na maioria das vezes por ideais digamos que... Bem conservadores. Mas eu sei que seu coração sempre está no caminho certo, de outra forma você não estaria aqui após a meia noite buscando a verdade...
E então ela desfez do abraço para me encarar com olhos envergonhados.
- Eu... Eu não vou me fazer de santa. Confesso que eu guardo até hoje um profundo e nefasto sentimento invejoso de você e de Kikukawa-san... Sim, me dá certa vergonha de admitir, mas eu tenho mesmo inveja da forma que a Kikukawa-san te idolatra; de como vocês são imbatíveis quando trabalham juntas e principalmente de como uma não funciona sem a outra. Com a Natsuki eu precisei por incontáveis vezes barganhar, confirmar a todo instante minha lealdade a ela e ainda assim receber migalhas de seu afeto como recompensa. Fui egoísta, eu sei. Usei meus poderes para fins pessoais mesmo sabendo que não devia. Mas espero que entendas que o amor pode se manifestar de varias formas, e essa... Essa foi a minha.
Finalmente Fujino se calou. Eu já não conseguia mais ouvir uma única sílaba mesquinha vinda dela. Eu necessitava gritar o quão perversa ela é. E mais que óbvio, foi o que fiz. E com estilo.
- ...Chama isso de AMOR? Como você se atreve a usar o amor como desculpa para as suas atrocidades!? Você é uma vergonha para toda sua geração! Eu não devia esperar menos do que covardia vindo de você! EU NÃO SEI NEM POR ONDE COMEÇAR! Você usa sua criação como desculpa esparramada para justificar os erros que cometeu! Você se deixou causar toda essa desgraça em sua vida sem realmente lutar de verdade e ainda vem culpar os outros!? Tch. No fim das contas você é uma vergonha, ouviu bem? VERGONHA!  VER-GO-NH—
*SSSSSSLAP!*
(Hell Yeah Tapa!)
- ...Suzushiro-san... Não sei se posso aceitar acusações vindas de alguém que nunca sequer compreendeu um sentimento além da ira em toda sua breve vida.
- Ira?? IRA!?!?!?!? Ah, mas você vai ver o que é ira ago-- ...rah...
"De onde saiu tanta força?! Como Shizuzu conseguiu desviar meu poderoso punho Suzushiro desse jeito!? Nghh..."
- Como se atreve, sua-- ME SOLTA!!!
Não importa o quanto eu me debata e quase quebre um braço, Shizuru ainda consegue me imobilizar como uma cobra imobiliza sua presa... O que é estranho porque eu conseguiria facilmente sair dessa posição em que estamos agora, mas eu simplesmente não tenho força alguma para me mex- Ahhh, droga... Eu estou fraca por causa do chá que ela me deu! MERDA! De novo eu fui enganada por essa maldita Fujino!
- VOCÊ ME TROCOU, SUA VÍBORA! Será que você não sabe a lutar sem jogo sujo??? Tch, eu não acredito...
- Me perdoe, mas este artifício foi necessário. Eu prezo pelo meu bem estar físico, e você no momento é uma perigosa ameaça.
- DESGRAÇADA!!!! Logo quando eu começo a achar que já vi todos os seus podres você ainda consegue me surpreender! *PTCHH* Aprenda, sua aberração ambulante: SUZUSHIRO HARUKA NUNCA DESISTE!!!!!
- ...Cuspir em mim não vai te fazer melhor do que eu, Suzushiro-san. Eu admito que eu possa até ter minhas falhas, mas você não está tão atrás assim.
"Essa mulher é um monstro... Ela lambeu minha saliva cuspida em seu rosto! Ughh... Esta noite eu só vou ter pesadelos..."
- Suzushiro-s... Não. Haruka, escute bem você o que vou dizer agora: Tudo que acreditas sobre o bem e o mal não passam de mentiras. A grande convicção ilusória de um mundo correto e disciplinado que você criou simplesmente não existe, porque o ser humano foi criado com defeitos. O mundo real é exatamente cruel e injusto... Nós cometemos erros. Nós buscamos os erros... Ou eles apenas se agarram em nós. Não existe coragem no medo, Haruka, e nem sempre mesmo com um plano bem orquestrado nós conseguimos alcançar nossos objetivos. Nem tudo acontece da forma que queremos... E você me acusa de não ter um pingo de humanidade, mas meus atos foram mais humanos do que qualquer um outro ser humano ousaria cometer. Eu não devo aceitar esta acusação injusta vindo de você, logo de você que vive numa bolha e não percebe que sua vida é estar junto de Yukino como enamorada. Ela te ama como mais que amiga SIM e eu posso dizer com toda a certeza da natureza que você TAMBÉM a ama desta forma e sempre soube disso, mas você nega este sentimento como se fosse uma maldição e o enterra no mais obscuro do seu subquociente e isso está causando a ruína do seu relacionamento com a Kikukawa-san. Você ao menos parou para considerar os sentimentos de Yukino? Enxergou as entrelinhas em cada ação dela? Desde o primeiro dia que a vi junto de você, eu sabia. Sabia que ela te amava incondicionalmente e que ela sofreria por culpa da sua TAMANHA INSENSIBILIDADE! Me diga: quem é o verdadeiro monstro aqui? Eu, você, ou ambas? Sinceramente, Haruka... Estoure esta bolha de hipocrisia que está te impedido de ver as coisas como realmente são! O mundo não é apenas preto ou branco; ele é mais cinza do que você pode imaginar. Mas não é de todo ruim deixar outras cores realçar sua vida. Você é uma tela viva e Yukino suas cores. Juntas vocês irão criar uma linda obra de arte, afinal vocês são o relacionamento perfeito.
Tudo que eu fiz foi piscar várias e varias e várias vezes. Desta vez quem ficou sem reação fui eu. Shizuru expôs uma verdade que eu mesma negava... Yukino está apaixonada por mim e ela sempre esteve ao meu lado mesmo que eu estivesse mais do que errada.
'Vocês são o relacionamento perfeito.' Esta última frase está ecoando infinitamente na minha cabeça! Estar com Yukino é tão... Natural... Nós realmente não nos separamos por nada! Isso desde bem pequenas... Lembrando bem, quando eu estava no Jardim de Infância e contei para papai e mamãe que salvei uma menina indefesa de uns valentões cabeça de melão, eles me perguntaram se eu sabia o nome dela e eu falei como se não fosse nada de mais. Papai então me contou que ela era a filha de um velho amigo seu e depois riu, dizendo que essa foi uma forma bem inusitada de começar a amizade com alguém. Eu dei de ombros, pra mim àquilo não foi nada de mais... Mas de uma coisa papai estava certo: Yukino sem dúvidas se tornaria minha amiga. Desde então nos tornamos inseparáveis... Bom, no início ela quem queria ficar sempre grudada em mim feito chiclete e eu admito que achei isso estranho nos primeiros dias, mas com o tempo eu fui me acostumando com a companhia dela... Até houve uma vez -quando ainda éramos ginasiais- que ela ficou doente e teve de ficar de cama por uns dias e eu me senti tão fraca e incompleta! Uma total inútil... Só depois disso que eu passei a considerar Yukino a minha outra metade. Até as férias nós sempre passamos juntas, fora as incontáveis vezes que marcamos de dormir uma na casa da outra, mas...
- Mas ela é uma garota igual a mim! Isso é totalmente NÃO-CERTO! Nós simplesmente não podemos... S-ser um ca-ca-ca-ca-ca- CARNAL!!!!
- ...Ara? Carnal...? Oh, Suzushiro-san... Já pensando nesta parte instigante de um relacionamento amoroso...
- CASAL!! EU QUIS DIZER CASAL!!!!
- Sigh... Sinto que seja necessário fazer algumas suposições... Falando sobre garotos: aqui temos os populares Kanzaki Reito e Yuuchi Tate. Se por ventura um deles descobrisse que você é o grande amor da vida dele e ele se confessasse para você, qual seria sua reação?
- Reito é um mauricinho mais inútil que você. Tate que vá catar coquinhos, aquele imbecil.
- E o Masashi Takeda?
- Takeda é um frangote. Nem em mil anos eu daria uma chance para alguém tão fraco!
- Takumi-kun ou Akira-kun?
- Takumi quem? Akira quem?
- O irmão da Mai-san e seu colega de quarto.
- Eles são dois pirralhos! VOCÊ PERDEU A CABEÇA!?!?!?
- Ara, suposições são suposições... Oh, ainda temos o Kaiji Sakomizu-sensei e o esquecido professor de artes!
- Não me interessa nenhum deles, sua maluca!!
- Devo presumir então que você é Lésbica.
- NÃO SOU NÃO! Mas eu entendi aonde você quer chegar e não gostei!
- Acredito que você saiba como nascem os bebês, certo? Haverá um dia em que você vai ter de deixar um homem te tocar, e juntos vocês vão conceber o futuro ou futura herdeira do legado Suzushiro.
- Ainda está muito cedo para pensar nisso!
- Nem tanto, afinal você já está em uma fase fértil; e creio que já deve existir planos para garantir a continuidade de sua família, certo? Por outro lado você não estaria planejando cursar engenharia...
- Já falei que está muito cedo pra pensar nisso! Além do mais eu não quero ser mãe de um repolho tão cedo...
- Mas em algum momento da sua vida você vai ter de seguir as tradições mundanas e se casar... E se você tiver um marido e ainda comandar a Corporação Suzushiro, sua atenção será dividida entre ele e seu trabalho. Você terá muito pouco tempo para passar com sua bem apreciada Yukino...
- Não se ela trabalhar comigo!
- E como você pode estar tão certa disso, Haruka-san?
- A Corporação Suzushiro é um negócio de família, e Yukino É minha família! Ela NASCEU pra compartilhar seu sucesso ao meu lado!
- Ara, que Curioso… Estaria você insinuando a possibilidade de você se casar com a Kikukawa-san? Porque dividir glórias e sucessos é o que pessoas casadas geralmente fazem...
- NÃO ESTOU!!!
- Me pergunto se você sequer pensou em como Yukino poderia ser tornar uma esposa prendada e exemplar no futuro? O tipo totalmente carinhosa e protetora com um toque de submissão...
- ELA VAI SER DAS MELHORES!!!
- Aposto que ela seria do tipo que espera pacientemente seu marido com uma janta quentinha, casa arrumada e crianças postas devidamente na cama. Falando em cama... Ela com certeza poderia beijar seu amado nos lábios enquanto retira seu paletó pesado... E também poderia saciar as vontades do esposo da forma que ele mais gosta… Hmm… Talvez "ela". Afinal todas as formas de amor valem a pena Hoje em dia… Sabe de uma coisa, Haruka-san? Acho que vou roubar a Kikukawa-san de você~
(Haruka Greatly disaproves)
- SÓ SOB MEU CADAVER!!!!
- Aposto que além disso tudo ela deve saber beijar muito bem...
- CALA A BOCA SHIZURU! Eu não vou deixar qualquer Zé ruela ou Maria dondoca tocar a MINHA Yukino! Ela é minha, totalmente minha e sozinha minha!
- E o que acha de você tocar Yukino da forma que casais normalmente se tocam?
- V-v-v-v-v-v-v-você quis dizer… Daquela forma?
- Yep.
- Ma-ma-ma-ma-ma-ma-mas eu n-n-nunca... E ela também n-não...
- E como você pode estar tão certa disso?
- P-Porque eu estou! Quer dizer… Por que… Ela disse uma vez que apenas seu amado teria a permissão de beijá-la...
E…?
- E EU sou "o amado" dela... Puta merda-- AGORA EU QUERO BEIJAR YUKINO! DAR SATISFAÇÃO A ELA! FAZÊ-LA FELIZ COMO UM CASAL NORMALMENTE FAZ!!!!
- Mesmo Yukino sendo uma garota igual a você?
- Isso não me importa mais! Eu só quero ela do meu lado pra sempre!
- Sejamos francas, Suzushiro-san: Você é yukinosexual. "heh. exatamente como eu pensei..." Creio que este seja o momento em que posso te soltar. Você está no caminho mais do que certo agora... Então volte para o seu dormitório. Eu já te separei de sua Yukino o suficiente. Ela deve estar bem preocupada à essa hora tardia.
Ainda é inacreditável que Shizuru tenha feito algo que eu nunca iria imaginar que essa cascavel seria capaz: ajudar outro ser humano que não tenha o nome começando por Kuga Natsuki. Ela até me ajudou a me levantar do chão! Mas como eu deveria esperar, ela ainda mantinha quintas intenções no seu ato. Ela me puxou para si e apoiou seus braços nos meus ombros. Tch.
- Suzushiro-san, que apressada você é! Pulando em cima de outra mulher desta forma... Deveria eu roubar seu primeiro beijo?
- CORTA ESSA, SUA PEÇONHENTA!
E eu empurrei Shizuru e segui para a saída principal do dormitório sem mais cerimônias. Shizuru apenas riu, depois me seguiu. Ela abriu a dita porta e eu passei por ela à passos pesados. Parei bem na entrada e me virei para encará-la uma ultima vez antes de partir. Não posso deixar de fazer o que eu necessito fazer desde que bati nessa porta.
- Não pense que eu estou em dívida com você, sua chácolatra!
- Essa foi apenas uma amigável conversa entre duas colegas e integrantes do Conselho Estudantil de Fuuka, não foi?
"Heh….Ela vai adorar."
- Sabe de uma coisa, Shizuru?
*THUD!*
(Hell Yeah Punch!)
- Roxo combina mesmo com você. Passar bem.
"Vitoriosa Suzushiro passando!"
- Tsc... Eu mereci essa.
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::::: Dormitório de Haruka e Yukino :::::
Já passava de duas horas da manhã quando voltei para a área dos dormitórios. É tão raro eu ficar acordada por tanto tempo que eu estou até me sentindo uma delinquente! Mal sinal!!! Enfim. O caminho de volta estava mal iluminado e com um ar sombrio e devastado por causa do horário, mas eu pouco me impor- Ué? O dormitório também está escuro... Yukino provavelmente ficou cansada de tanto me esperar e acabou indo dormir. Tch... Por sim, por não é melhor eu checar se ela está bem antes de eu ir dormir também... Hm. Ela está deitada de barriga para cima e no sétimo céu do sono, mas o laptop ainda está ligado ao seu lado e seus óculos ainda estava no seu rosto. Bem como eu imaginei, ela pegou no sono enquanto me esperava. Ah, essa Yukino...
- Desculpe por te fazer esperar tanto...
E com isso eu peguei seu laptop e o levei para a escrivaninha, depois voltei para a borda da cama e tirei os óculos do seu rosto gentilmente. Olhei para ela mais uma vez... Tão serena e delicada que é melhor eu parar de perder tempo ficando de pé aqui e fazendo barulhos que eu não devia! Vou é tomar uma ducha antes de dormir! Eu não quero deitar na minha cama ainda cheirando a chá e Shizuru! Pois bem. Assim que abri a porta do banheiro –já apropriadamente de banho tomado, vestida com minha camisola e os cabelos devidamente secos- segui em direção da cama e lá deitei. Não deu nem cinco minutos e eu olhei para a direção de Yukino... Ela... Ela até parece um anjo enquanto todo esse tempo eu fui seu demônio... UGHHH! EU PRECISOME REDIMIR!
Eu não pensei quatro vezes e saí da minha cama para ir deitar com a Yukino. Geez! Eu tinha esquecido do quanto a cama dela é macia e espaçosa! Fora que ela está tão quentinha... A-a-a-acho que não tem problema abraçar ela agora, melhores amigas se abraçam o tempo todo, hohoho... Ok eu quero fazer isso e vou fazer isso!! É-é-é s-só passar meu br-br-br-br-braço por cima da barriga dela e mi-mi-mi-mi-minhas pernas em cima da-da-da-da s-s-sua perna! YOSH!!!! Agora e só fechar os olhos e dormir!
Mas assim que o fiz e quando eu finalmente consegui acalmar meus badumps, eu senti a respiração quente da Yukino bem próximo do meu pescoço--
Sua coxa deslizando por dentro da minha--
Seu braço tocando meu busto- Seu corpo se agarrando no meu--
"Hmmmm... Haruka-chan... Gelada... Esquentar... Pre...ciso..."
Yukino sussurrou pra mim. Eu a abracei de volta...
Mas me pergunta se eu dormi?
CONTINUA...
=============================================
A/N: 
É, eu sei... Esse segundo capítulo foi meio gore mesmo kkk E isso foi totalmente intencional, afinal eu não conseguiria captar a extrema característica yandere da Shizuru se eu não exagerasse um pouquinho... Mas juro que agora só vem alegria e fofura!~
E eu tive certos probleminhas para "localizar" o termo kindergarden (jardim de infância) para nosso famigerado português pq desde que eu me conheço por gente eu me refiro ao jardim de infância/maternal como "C.A" (Classe de Alfabetização) e quando eu fui revisar o cap eu tive que mudar a expressão às pressas se não ninguém ia entender pq o sistema de educação brasileiro esculhambou com tudo hehe.
Um outro detalhe que talvez passe beeem despercebido: eu costumo escrever conforme a mídia em que a obra original foi criada, por isso que quando eu faço fic sobre animes/mangás eu sempre uso honoríficos em japonês (sem tradução para san/chan/senpai/kaichou/ etc) pq eu tô acostumada a consumir essa mídia exatamente desta forma e convenhamos que o graça do anime/mangá está exatamente nisso de não traduzir os honoríficos, vai rs
(040414) (240218)
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shizukais · 3 years
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fallenparty · 6 years
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Fuuka Taisen
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Before I start watching Mai-Otome and/or finish TV series (once I have enough time to do so) like Westworld, Gypsy, OITNB S5, RuPaul's Drag Race S3 and the last season of Orphan Black (farewell my sestras), I'd like to review select scenes from the animated series, Mai-HiME.
First here's Haruka and Yukino talking about Shizuru and her seemingly lax leadership skills. There's an explanation as to why Shizuru even ran for Student Council President in the first place, but it's in the novel that precedes the series, titled Natsuki no Prelude. I want to read it but I can't read Japanese (at least not yet) and there's no available English translation of it online. 😢
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tirorah · 10 years
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I know I've barely talked about Yukino and Haruka, but I really do like how they interact. 
You wouldn't think so at first, but they truly understand what makes the other tick. And then instead of their opposite personalities clashing, you get this wonderful mutual friendship where they balance out each other. Haruka gives Yukino courage, while Yukino reigns in Haruka when her temper flares.
I love these kinds of friendships. 
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fallenparty · 6 years
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Fuuka Taisen
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msartheartoie · 6 years
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Se Eu Soubesse  [Haruka x Yukino]
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Titulo:  Se Eu Soubesse / I Should have known [no translation to english yet]
Categoria: Anime/Manga » Mai HiME
Idioma: Português, Classificação: T
Gênero:  Angst / Dor-conforto
Casal: Suzushiro Haruka x Kikukawa Yukino
Sinopse/ Notas do Autor:
[Haruka centric] [Adult Life] "Suzushiro Haruka tinha tudo que uma mulher na sua idade desejava ter: Um marido atencioso, filhos disciplinados, uma profissão bem sucedida, e total autonomia nos negócios. Mas a coisa mais importante... Não. E era o que ela mais sentia falta..." AVISO: ANGST & ONE SIDED FEELINGS! .Oneshot.
ANGST, ANGST EVERYWHERE!!!! Preparem o lenço de papel que muito choro vem aí!
Enjoy!~ [Now I close my eyes / And I wonder why / I don't despise / Now all I can do / Love what was once / So alive and new / But it's gone from your eyes / I'd better realize]
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Suzushiro Haruka tinha tudo que uma mulher na sua idade desejava ter. Um marido atencioso, filhos disciplinados, uma profissão bem sucedida, e total autonomia nos negócios.
Mas a coisa mais importante... Não.
E era o que ela mais sentia falta...
Não que não fosse de dar carinho a seus filhos ou deixasse de ser uma esposa e empresária exemplar, mas a falta dessa pequena coisa a consumia como praga.
Infelizmente Haruka era orgulhosa e apegada demais às tradições para se permitir viver sob as ordens dos sentimentos rebeldes, ainda mais se tratando de um sentimento tão desordeiro quanto esse... Ela Sabia muito bem seu nome: Felicidade.
E também sabia quando deixou de senti-la verdadeiramente.
A primeira vez foi quando percebeu a pequena distância entre ela e sua melhor amiga, Kikukawa Yukino, depois que a contou sobre seu repentino noivado. Ela não tinha entendido as entrelinhas do discurso reprovador da morena sobre casamento arranjado, e nunca perceberia mesmo. Haruka via seu casamento como um negócio de benefïcio duplo, não um relacionamento baseado no amor. Do que ela se importava do amor afinal? Esse casamento enriqueceria a empresa de sua família, era o que importava.
A segunda vez foi quando, um certo par de anos depois, ouviu o pedido de demissão da boca de Yukino pessoalmente, durante uma reunião extraordinária da Construções Suzushiro. O pior foi ela saber que sua preciosa amiga estava cansada de fingir concordar com as idéias arriscadas e extravagantes que seu marido tinha, mas nada fazia para amenizar o clima hostil. Afinal, se os negócios iam bem apesar dos riscos, que mal havia dar crédito a ele?
A terceira vez foi quando Yukino deixou de atender suas ligações. E responder seus emails. E se encontrar casualmente para por o papo em dia com ela. Isso fez a loira se perguntar o que fez Yukino deixar de sorrir enquanto corrigia suas palavras em público quando almoçaram juntas pela última vez graças a um insistente convite de sua parte e uma longa e forçada brecha entre as reuniões da Corporação de Haruka.
Esse episódio a fez lembrar da última visita de Yukino em sua casa. Das brincadeiras que ela teve com seus filhos e até do afastar de lágrimas emocionadas de sua melhor amiga, dizendo que sempre vai se lembrar desses meninos como se fossem seus. Ora bolas, se ela gostava tanto deles assim, porque os deixou de procurar? Haruka simplesmente não compreendia. Não até aquela noite.
A Noite em que tudo veio a tona.
Haruka não se arrependeu de ter ido diretamente para a casa de Yukino tirar satisfações. Ela não era mulher de deixar pontas soltas, não mesmo! E se sentiu orgulhosa por finalmente descobrir o que tanto acontecia de errado ao mesmo tempo que ficou arrasada por ter ouvido toda a verdade tão tardiamente. Sua melhor amiga finalmente tinha confessado todo o amor que sentia por ela, e cada palavra de Yukino a atravessava a alma. Como pôde Haruka ter sido tão cega? Agora que parou para pensar, muitas coisas até que fizeram  sentido finalmente.
Como o breve ciúme por parte do seu marido pela sua melhor amiga. Oras. E para quê? Era só uma amizade como qualquer outra aos olhos da loira. Nem mesmo ouvindo as histórias sobre a sua rivalidade mal interpretada com Shizuru Fujino ele se importava, então porque implicar tanto com Yukino?.... Era birra, só podia ser. Então Ela nem ligava.
Fora os rumores que sem querer ouvia pelos corredores de sua empresa, mas preferia não dar importância à tamanha mentira. Não. Não haveria como Yukino estar saindo com mulheres. Se fosse o caso, ela com toda certeza não esconderia. Não para ela. Haruka inocentemente imaginava.
Ah, ainda havia as entrelinhas nas palavras da amiga. Haruka nunca entendia nenhuma palavra mesmo, considerava isso  apenas um charme de Yukino, além das  outras pequenas coisas que considerava combinar tão bem com a morena de óculos estilosos. Mas era claro como dia a admiração de Yukino por Haruka. Qualquer um notava como juntas elas lidavam tão bem com as situações cotidianas.
Agora Haruka não se perdoa por ter deixado sua melhor amiga ir embora. Não dá, ela não consegue. Perder Yukino foi como perder um pedaço de si mesma. Era  ser alguém incompleto.
Por três vezes, Suzushiro abdicou da felicidade.
E pela primeira vez desejou que as coisas tivessem sido diferentes.
Desejava ter percebido mais cedo o que realmente importava.
Mas agora é tarde demais. Yukino já saiu de sua vida.
Fin~
====================================================
A/N:
Para aqueles que suspeitavam que meu shipp favorito de Mai HiME era Harukino... Acertaram! Me lembra depois de dar uma prenda pra quem acertou, viu? Ah, espero que tenham gostado da fic! ♥
E apesar de curtinha, eu escrevi essa fic com o coração na mão pois foi uma fic bem próxima ao possivel canon pra elas já adultas... ;-;
22-04-18 edit: Ah, e a perspectiva da Yukino ainda vem por ai, beem mais angst e heartbreaking que essa aqui! Stay tuned~
02-12-18 edit:
A continuação de "Se Eu Soubesse" se chama "Se Eu Contasse", então confere lá!~ ;)
(270113)
Se Eu Contasse:
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msartheartoie · 7 years
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O Amor É Um Campo De Batalha [HARUKA x YUKINO]
X-Posted at: Spirit fanfics , Nyah ,   AO3 , FF.NET
Titulo: O Amor É Um Campo de Batalha /  Love is a Battle [No english translation yet]
Categoria: Anime/Manga » Mai HiME
Idioma: Português, Classificação: T
Gênero: Amizade/ Romance
Casal: Suzushiro Haruka x Kikukawa Yukino
Sinopse/ Notas do Autor:
[HARUKA x YUKINO] Haruka está atordoada por conta dos recentes acontecimentos em Fuuka. Isso, e a breve declaração de amor vinda de Yukino. Trocando em miúdos: A batalha que deveria ter acontecido se Suzushiro Haruka fosse uma HiME! *YURI F/F e Fluffy * .Harukino.
Obs: Infinitas referências ao malapropismo de Haruka porque sim!
(Haruka's PoV)
Enjoy~ [Diana go! Koumokuten go! Dream team chuuuu~ ]
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Capítulo 1 - Heartlessness
Eu, a temida Suzushiro Haruka, não consigo me concentrar nas atividades executivas do Conselho Estudantil. Desde o dia que eu misteriosamente acordei no quarto de Yukino, perdida e atordoada das coisas que estavam acontecendo bem embaixo do meu nariz, ando inquieta. Toda aquela felicidade repentina dela em me ver e o beijo roubado simplesmente não me passou goela abaixo até hoje-- DROGA! Anteontem mesmo eu podia simplesmente apreciar a companhia dela sem incômodo algum! Agora mal posso ouvir seus passos ecoando pelo gabinete do Conselho Estudantil que meu coração quase explode... Maldita hora em que Yukino se confessou! Porque diabos eu corri de lá sem nem ao menos deixar ela terminar o que queria dizer? Como posso eu, a Grande Leoa de Fuuka, ter fugido com a perna entre os rabos com medo de umas míseras palavras de afeto? Infernos, como que fui demorar tanto tempo para perceber seus sentimentos, YUKINO!?
Logo eu...
Uma garota igual ela...
Inadmissível.
Eu mal tive tempo para engolir essa historia bizarra de HiMES e Childs e seja mais o que for, que dirá sua confissão! Tch. Sua confissão... Eu devia ao menos ter deixado Yukino terminar de por para fora o que ela tanto guardou para si... Parabéns Haruka, você é uma bela de uma EGOÍSTA. Essa palavra não vai sair da minha cabeça nunca mais... EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGO--
— Haruka chan...?
— EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA EGOÍSTA--
— HARUKA!
— EGO-- Uh?
Abri meus olhos na mesma hora. As delicadas mãos de Yukino repousavam a poucos centímetros de meu rosto e por pouco eu não as machuquei com uma nova batida de testa na mesa.
— Haruka-chan...
Olhei para ela sem saber o que responder. Meu queixo já tocava sua palma e minhas sobrancelhas quebrariam se eu as arqueasse mais do que já estavam arqueadas.
— ...Está tudo bem?
Porcaria, agora ela vai ficar preocupada atoa! Preciso dizer algo convincente... Melhor eu segurar suas mãos para ela não perceber minha agonia!
— Oi, Yukino. Não é nada. Só estou estressada com os preparativos da formatura.
— A formatura, claro...
DROGA! Yukino está com um olhar totalmente devastado! Agora ela tem certeza absoluta que eu não estou bem. Até soltar suas mãos das minhas ela soltou... Ok, hora de por o plano B em ação! Vou fechar o jogo pra Yukino de uma vez por todas, já que não é como se eu conseguisse esconder algo dela mesmo...
— Tá... Não é só a formatura. Acho que a gente tem que por os pingos nos us de uma vez por todas.
— A expressão é "Pingos nos 'is'"...
Sua correção foi totalmente diferente desta vez. Sem toda aquela animação natural de Yukino por estar sendo útil em me ajudar; ela apenas me corrigiu de forma automática. Na verdade parecia que ela estava dando seu máximo para ignorar a própria tristeza, mas falhou miseravelmente. Me sinto na obrigação de não deixar a rede cair agora.
— Corta essa, você entendeu!
— Ah... Desculpa...
— Tch. Assim você me desarma, Yukino...
— N-não foi a intenção...
MERDA! Eu não devia ter pensado tão alto... Mas desta vez eu não me importei em me explicar e não falei uma única palavra mais. Por pura sorte Yukino deixou isso passar..
— Haruka-chan, você... Você ainda pretende passar a noite lá em casa como tínhamos combinado semana passada? Ou prefere conversar no Waki Ronalds?
Pelo menos ela está mais calma agora e está deixando a velha rotina voltar com tudo -até mesmo essa usual preocupação dela-. Melhor eu cantar conforme a música.
— Se a gente já deixou combinado então eu não vou voltar pra trás. Além do mais eu acho que nossa conversa precisa mesmo ser em um ambiente estreito.
— "Restrito", haruka chan.
— É, é.
De novo ela com esse sorriso envergonhado! Assim fica difícil, viu... Tsc.
— Não me provoque, Yukino!
— Ehehe... Combinado então?
— Sim. Te encontro mais tarde.
Tentei dizer da forma mais natural possível, mas minhas bochechas avermelhadas de vergonha e a irritação pelo fato de eu ter sempre as palavras corrigidas não deixou minha voz sair do jeito que deveria. Na verdade a voz saiu de forma grotesca e quase num grunhido grave. Pela indiferença estampada na cara da Yukino eu acho que meu jeito de falar não importa, contanto que eu cumpra minha palavra. Mas o problema não é Yukino em si, e sim o risinho falso e o bater de palmas que veio daquela fábrica de chá ambulante chamada Fujino Shizuru que acabou de entrar. MAS QUE BOSTA! Acho que ela ouviu boa parte da nossa conversa... Minto. Ela fez bem pior! Se aproximou da MINHA Yukino e cochichou algo que obviamente deixou MINHA secretária executiva muito incomodada.
Que vontade de chutar daqui essa desocupada...
— Oooooiiiiiiiiiiiiii, eu não consegui escutar o que você disse pra Yukino, sua Bubuzuke-onna.
— Ara, mas eu não disse nada de mais, nee?
— K-kaichou...
— Essa cara angustiada da Yukino não me engana! É bom você fechar o jogo logo Shiiizuuuuuuru!
— Ara, não precisa usar esse tom ameaçador comigo, Suzushiro-san... Eu só dei os parabéns para a Kikukawa-san pelo romance de vocês finalmente estar progredindo... Ao contrario da cura do seu fatídico malapropismo.
— Malaprariaoqueeee!? REPETE SE VOCÊ TIVER CORAGEM!
— Fujino-san, por favor...
— Ara? Você ainda não teve grande conversa com ela, Kikukawa-san? Para alguém que sempre está no controle de Suzushiro-san você está bem atrapalhada desta vez, nee? Que vergonhoso...
Agora Fujino passou dos limites. Que ela fale cenourinhas sobre mim, mas insultar Yukino desse jeito eu não vou perdoar! Principalmente com algo tão pessoal quanto os seus sentimentos so-- Sobr-- Sobre...
...Sobre mim.
BOTOOOOOOOOOOMMMM-—-----
— NÃO FIQUE ESPALHANDO MERDA POR AI BUBUZUKEEEEEEEEEEEE!
E a bomba Suzushiro explodiu. Apenas sinto pela mesa que partiu ao meio, mas os abusos de Shizuru acabam hoje.
— C-calma, Haruka-chan!
Quanto mais Yukino me agarrava e me pedia calma mais meu sangue fervia. Por quanto tempo Shizuru sabia sobre a Yukino? E se ela manipulou minha melhor amiga ao seu favor só porque ela é apaixonada por mim? Minha única vontade agora é arrancar o sorriso cínico desse rosto de PORCELANA BARATA!
— NÃO ME SEGURE, YUKINO! EU VOU PEGAR ESSA LINGUA DE TRAÇA AGORA!
— Porquê deste ato tão bruto, Suzushiro-san...? Se virando logo contra mim que estou realmente torcendo pelo futuro namoro de vocês...?
Maldita shizuru, sempre fugindo do confronto! Porque ela não para de se esquivar e encara a fúria Suzushiro como uma pessoa honrada!? QUANDO EU CONSEGUIR POR AS MÃOS NESSA DESGRAÇ--
— Trapo--
Um tropeço me parou na hora.
— O certo... É língua... De trapo...
Logo no momento que eu estava para segurar a manga engomada de Shizuru e evitar que ela alcance a porta de saída do Conselho Estudantil, Yukino se jogou em cima de mim e me derrubou como um alvo em caça. E olha que eu não caio por nada! Mas o que me parou não foi o peso em si e sim sua voz exausta pela tentativas de acalmar minha raiva. Hnf. Por quanto tempo vou continuar te causando problemas uh, Yukino...?
— Ara, ara... Até que as coisa s estão progredindo mais rápido que imaginei, nee? Sempre imaginei que no fim das contas a Suzushiro-san fosse dessas que gosta de ficar por baixo, fufufu...
E a maldita escondeu o sorriso falso atrás do leque e saiu porta afora logo depois. Tch. Essa inútil só sabe provocar os outros e fugir das exigências. Sorte minha o Reito não estar na sala também, se não eu ia acabar ouvindo esporro gratuito daquele mauricinho!
— Haruka-chan...Você...
A voz sussurrada de Yukino me tirou do modo berserk totalmente. Péssima hora para minha raiva passar... A corrida atrás de shizuru durou pouquíssimos minutos e a queda bem menos que segundos, mas só agora me sinto imóvel pra valer. Droga... Não quero admitir, mas som abafado da respiração quente dela na minha nuca de certa forma ajudou na fuga de Shizur-- Espera, no que eu estou pensando!?
— ...--Planeja ir atrás dela?
E eu sim deveria. Por sua honra, Yukino, eu deveria ir atrás dessa Fujino fujona e resolver todos os mal entendidos criados ao longo desses malditos anos. Mas realmente... Isso importa agora?
Ela importa?
— Isso importa? Fujino já fugiu mesmo... Já você não tem que s—
Como se já tivesse imaginado o que eu estava pronta para dizer, Yukino rapidamente saiu de cima de mim e se sentou ao meu lado no piso amaciado pelo carpete do gabinete sem força suficiente para ficar de pé. Assim que eu me levantei eu peguei a mão de Yukino para também levantá-la, vi a mistura de desespero e humilhação no fundo de seus olhos esverdeados. Tch... Novamente voltei a pensar nos incontáveis problemas que já causei e nos infinitos mais que eu provavelmente causaria sem ela ao meu lado...
— Me desculpe Haruka-chan, eu realmente nunca contei nad–-
— Amanhã, Yukino... Discutimos isso Amanhã.
Desta vez eu quem não deixei ela terminar o que tanto queria dizer. Ali definitivamente não é o lugar apropriado. A verdade é que nem mesmo eu estou preparada pra lidar com... Isso.
Por que antes de aceitar os sentimentos de Yukino, primeiro tenho que lidar com os meus...
— Haruka...chan...
— Vamos embora, Yukino. Hoje não se teve muito o que fazer pelo Conselho Estudantil mesmo...
Yukino acenou com a cabeça, pegando nossas coisas enquanto eu tentava deixar a mesa quebrada ao menos apresentável para o pessoal que vier busca-la para conserto. Desta vez ela não fez nenhum comentário profissional sobre o quanto isso vai custar ao fundo orçamentário do Conselho Estudantil... Pelo visto ela estava com humor zero para lidar com isso, assim como eu já estava querendo mandar tudo pro inverno. Apenas tranquei a sala e nos afastamos dali como se o lugar estivesse em quarentena. Por mais que meus pensamentos estivessem longe, eu não larguei as mãos de Yukino uma única vez até a volta aos dormitórios.
Em contra partida, não trocamos uma única palavra mais aquele dia.
Chegando aos quartos nós mudamos de roupa, lanchamos e arrumamos nossas coisas para voltar para a casa dos nossos pais na manhã seguinte. Tudo isso sob o comando da quinta sinfonia do silêncio. Para Yukino o silêncio sempre foi o seu conforto, mas para mim aquilo foi uma punição... É como dizem por ai: Quando uma fera está muito quieta... Por coisa boa não é. E meu Silêncio apenas denunciava o quão sem chão eu estava.
"Hnf... Ficar aqui presenciando a amargura de Yukino não está ajudando em nada! GYAAAAAAAAAAARRRGH!"
Tch. Decidi vestir uma calça e casaco moletom já querendo sair para pegar ar fresco. Por milhagre ou total vergonha Yukino não suspirou uma única sílaba, apenas acenou com a cabeça e continuou dedilhando as teclas do seu laptop sem coragem alguma de me olhar nos olhos. Tentei fechar a porta da forma mais delicada que pude.. Mas ainda assim eu ouvi o grito de susto vindo do lado de dentro do nosso quarto.
Oops.
— Um, dois, três... Três, dois, um... Um, doooois, trêêêêssss...! TRÊS!!! DOIS!!! U- UGHHH! NEM MARCHAR DIREITO EU CONSIGO MAIS!!!!!
Desisto. Melhor só caminhar devagar... E mesmo com a academia se recuperando aos poucos, muitas marcas físicas desta tragédia declarada ainda estão espalhadas por onde quer que se olhe. Ainda assim eu continuei esta patrulha sem rumo definido... As imagens vivas do meu confronto com Shizuru e sua Princesa Gélida, os insultos e acusações contra Yukino, o grande clima de culpa ao redor deste jardim e até mesmo a cara de cachorro maltratado da Garota Maionese estão voltando com tudo agora que passo em frente a este dormitório secreto.
Bah! Eu sempre soube que Shizuru é uma incorrigível usuária do calçado quarenta e dois e eu sempre caguei e andei pra isso, porque apesar da corja inútil de sapatilhas que a seguia -fora as que a admiravam à distancia de forma nada quieta-, ela ainda fazia seu trabalho. Ela ainda se importava com o bem comum da academia. O que sempre me deixou puta foi o fato dela nunca precisar mover a bunda da cadeira pra fazer as coisas acontecerem. Tch. Eu não acredito que até eu cheguei a admirar ela quando a conheci!! Porque antes ela não era assim...
Heh. Se eu parar para olhar no espelho eu ainda consigo ver a marca na minha testa causada pelo golpe Zidane. Um espólio de guerra que tenho o orgulho de manter, por que aquele reservatório de chá sabia muito bem que merecia mesmo uns tabefes.
Mas Yukino...
Yukino não merecia tamanho sofrimento. Na verdade eu não consigo me perdoar por saber que eu sou a principal causa da sua dor-- Logo eu que jurei não deixar nada e muito menos ninguém maltratar ela de novo... Eu não faço idéia do que fazer agora pra corrigir isso-- Céus, eu praticamente passei a minha vida inteira ao seu lado e nunca--
"'Se for pelo meu bem amado, eu farei qualquer coisa'. É assim que você pensa?"
As palavras de Shizuru ecoavam vivas na minha cabeça... Droga, como que eu demorei tanto pra entender isso?! A questão ali nunca foi o bem estar da escola, e sim proteger quem se a--
— Quem se ama...
Heh. Acho que agora está mais do que na hora de pagar por seus pecados, Fujino...
CONTINUA.....
( CAPÍTULO 2: Love is a Battle )
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A/N: Famigerado golpe zidane, você quer *arroba*Shizuru Fujino? huehuehue
...Sim abiguinhos, eu vagueio nessa terra digital tempo o suficiente para sempre me lembrar dessa delícia de meme futebolístico XD
Proximo capítulo: A batalha do Século que a sunrise ficou com preguiça de produzir! XD
(040414)
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msartheartoie · 5 years
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Se Eu Contasse [Haruka x Yukino]
X-Posted at: Spirit fanfics  |  Nyah  |   AO3   |  FF.NET
Titulo: Se Eu Contasse    |   If I Told You  no translation to english yet]
Categoria: Anime/Manga » Mai HiME
Idioma: Português, Classificação: T
Gênero:  Angst / Dor / Drama
Casal: Suzushiro Haruka x Kikukawa Yukino
Sinopse/ Notas do Autor:
[Yukino centric] [Adult Life] [Continuação da fic "Se Eu Soubesse"] " Yukino foi completamente ingênua em suas vontades. Assim sendo, ela inocentemente acreditou que suportaria os pesares de viver ao lado de uma bem sucedida e chefe de família Haruka Suzushiro... Mesmo sabendo que nunca alcançaria o coração da loira como sempre desejou alcançar." AVISO: ANGST & ONE SIDED FEELINGS & TW PARA UNHEALTHY RELATIONSHIP E TEMAS DELICADOS!! .Oneshot.
Olha, só digo uma coisa a vocês: PESADÃÃÃÃÃÃÃO
Ah, e se tu não leu "Se Eu Soubesse" primeiro, tu vai boiar nessa fic aqui. :x
Corre lá pra dar uma lida lá, eu te espero heuheuheu
Enjoy!~ [ I spend so much time / Believing all the lies / To keep the dream alive / Now it makes me sad / It makes me mad at truth / For loving what was you ]
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Yukino mal soube categorizar seu sentimento àquela hora, a hora em que seu mundo caiu. Seus sonhos, sua fraca esperança de passar sua reles humanidade com Haruka...
A miserável miséria de antes.
Yukino foi completamente ingênua em suas vontades. Assim sendo, ela inocentemente acreditou que suportaria os pesares de viver ao lado de uma bem sucedida e chefe de família Haruka Suzushiro... Mesmo sabendo que nunca alcançaria o coração da loira como sempre desejou alcançar. Por outro lado, o ato de sonhar sempre foi um conforto para a morena de cabelos rebeldes e não o contrário... E por todos estes anos ela se manteve fiel ao seus sonhos como se fossem reais.
Yukino já perdeu a conta das tantas cartas de amor juradas com a mais sincera das palavras, dos vários contos de fadas protagonizando impecávelmente cada virtude de sua amada, das quantas vezes criou nomes inusitados derivados de seu próprio nome e o de sua melhor amiga e até mesmo das indecentes linhas traçadas em seus papéis retratando uma vontade totalmente proibida-- Tudo na maior das inocentes intenções de tornar cada desejo seu ao menos palpável...
Sorte a da agora graduada em Gestão de Finanças por Haruka nunca ter dado a mínima atenção à sua insistente mania de sempre escrever e escrever, mas para o azar de Yukino, a sua muito bem apreciada musa a incentivava as idéias sempre nas piores horas do universo... Andar com um bloco de notas virtual instalado no celular era uma obrigação de Yukino que Haruka nunca sequer contestou. Muito pelo contrário, a loira erroneamente a incentivava sem sequer tomar conhecimento do monstro que criava.
Mas, no fim, Yukino nunca conseguiu de fato esconder nada para Haruka... E na primeira e única vez em que Yukino deixou sua guarda baixa -claramente uma ação de auto sabotagem-, Haruka quase se fez ciente dos anseios da morena...
Quase.
Porque naquele dia e especialmente aquele dia foi o dia em que Haruka desapareceu do mundo sob as lâminas de Shizuru. Mas Haruka nunca lembraria. Yukino não se perdoaria se lembrasse...
Ou entendesse.
Parte de sua covardia era saber das dificuldades de Haruka em compreender sentimentos alheios. Haruka nunca deixou de lado sua mania de agir conforme seus instintos, nada mais e nada menos.
De fato, a morena foi tão covarde em seus anseios que deixou Haruka a ferir profundamente por querer provar mais para o mundo do que para si mesma que pelo menos uma vez na vida ela podia ser dona de sua própria vontade e que tinha a audácia de burlar regras mundanas sem se importar com as consequências....
Logo aquela noite.
No campus da Universidade de Fuuka.
E com Yukino à tira colo.
Aquele foi o único dia em que a universitária de notas altas se arrependeu amargamente de ser o sempre presente braço direito de Suzushiro. Se ela sequer imaginasse que a única vez que Haruka teria a audácia de frequentar uma das inúmeras festas que os graduandos de todas as ciências promovia, beber como se fosse a única coisa que a manteria viva e submeter sua melhor amiga à pior e agridoce experiência de sua vida, Yukino não pensaria duas vezes em recusar o pedido de Haruka pois, naquela noite, a loira foi tudo...
Menos a Haruka Suzushiro que Yukino acreditava conhecer.
No início da dita festa Haruka insistiu em se ancorar no balcão do bar improvisado, instruindo que Yukino se sentasse em seu colo e não no banco alto feito de plástico e alumínio que residia ao seu lado. A morena ponderou por um milésimo de segundo se a loira escolheu o balcão mais cheio de propósito... E percebeu que era apenas impressão sua, pois o único "bar" que fazia drinks elaborados se utilizando de bebidas fortes era este, então era mesmo de se esperar estar tão disputado. Ela mesma preferiu não se iludir com o óbvio... Mas quase caiu do colo de Suzushiro quando a ouviu pedir um whiskey duplo e sem gelo para si.
A intenção de Haruka era clara: Ela desejava se intoxicar.
E claro... Se este era o desejo de sua amada, Yukino também a acompanharia. E ela corajosamente pediu uma ice com frutas frescas e o bebeu na mesma rapidez que Haruka. Por sorte ou total preocupação, Yukino parou no quinto copo. Ela não desejava perder o controle e quase revelar seus profundos segredos mais uma vez...
Enquanto Haruka...
Cada shot que tomava, mais suas mãos se faziam presentes e possessivas no corpo de Yukino. Talvez fosse a falta de um dos três níveis de apoio para os pés que estivesse forçando Haruka a segurá-la todo o momento ou pela cintura ou pelo vão das coxas ou pela ponta do joelho, talvez fosse o álcool se misturando ao sangue e transformando o equilíbrio em um esforço voluntário ou talvez fosse o instinto de Haruka de proteger Yukino de qualquer ameaça ébria que ousasse se aproximar que fazia Haruka agir desta forma... Yukino realmente não conseguia mais deduzir os motivos de sua adorada, pois cada vez que sentia os braços firmes de Haruka deslizando por suas laterais para puxá-la contra o corpo esguio, ela somente processava os arrepios causados pelo contato entre peles e ignorava todo o resto.
O questionável ato involuntário de Haruka atiçava e muito as vontades de Yukino, porém sabe-se lá de onde ela reuniu o forte autocontrole que a impediu de se agarrar em Haruka e atacar o convidativo pescoço com línguas e dentes e lábios... E quando finalmente deu por si -o único momento em que conseguiu manter uma frágil linha de raciocínio-, Haruka já saía de sua posição para arrastá-la à tira colo até o meio da improvisada pista de dança sem se importar com os olhares igualmente ébrios das pessoas que as cercavam.
A loira não pensou duas vezes em se agarrar a Yukino antes mesmo da próxima música começar a tocar. Perdida e excitada como estava, Yukino apenas permitiu Haruka se mover contra seu corpo como bem desejasse... Céus, que ela explodisse ali, mas sem dúvidas se deliciaria com este contato hypersensitivo de Haruka... E de fato a meganekko explodiu em um audível gemido no exato momento que sentiu uma língua deslizar pelo vão de seus lábios e demandar contato com a sua própria em meio as batidas frenéticas da música que as entorpecida.
Sim, Haruka beijou Yukino por puro reflexo.
E o beijo foi intenso.
Fugaz.
Tal qual todos os seus mais obscuros sonhos....
Aquilo foi tão errado, e não menos viciante--
Mesmo que por tão curto espaço de tempo, pois Haruka -no seu maior ponto de embriaguez- afastou seus lábios febris dos de Yukino e quase que inconscientemente confessou ao pé do ouvido de sua melhor amiga o quanto tinha inveja de Shizuru Fujino; sua maior -e por um único lado- rival. A inveja de Suzushiro se baseava na tamanha coragem da morena clara de olhos carmim de ir contra as tradições de sua família, de se dar a liberdade de viver do jeito que melhor desejasse... E  pior... Utilizando-se sempre de meios ilícitos -como sua mais que registrada forma polida de manipular as pessoas ao seu redor- para alcançar o que quer. Enquanto ela.... Ela....
Haruka parou de dançar de repente, e puxou o braço de Yukino visando desesperadamente sair dali. A morena teve sua oportunidade, porém não fez objeção alguma ao desejo de fuga de sua paixão proibida... Porque Haruka estava em brasas, e Yukino ansiava desesperadamente por ao menos uma fagulha deste calor, mesmo com o alto risco de se queimar por completo...
E, bom, ela também já tinha sua dose de licor pulsando nas veias.
Haruka conduziu Yukino ao seu destino com pressa, quase tropeçando. Seu peito ardia, o coração já queria sair de seu corpo por antecipação. Mas sendo por sorte ou puro azar, o lugar aonde Haruka levou Yukino era dubiamente perto. E óbvio. Era seu próprio dormitório. E estava vazio. E Yukino sabia que Haruka tinha uma colega de quarto. E aos poucos sua razão sobrepunha seus sentidos. E a pergunta que fez para si mesma era mais uma afirmação do que dúvida em si... Mas não houve tempo de se dar a resposta quando sentiu suas costas bater contra a porta maciça e uma língua molhada e quente ir de encontro ao seu pescoço.
Yukino se perdeu de qualquer pensamento que povoava sua mente. Ela apenas sentiu suas pernas fraquejando ao passar dos segundos que o corpo de seu desejo proibido se friccionava com o seu, e novamente o turbilhão de sensações lhe cegou os sentidos... E o cheiro forte de whisky exalado por cada poro de Haruka ajudou bastante na sua perda momentânea da sanidade.
Yukino deixou um gemido tímido escapar dos lábios quando Haruka segurou firmemente uma de suas coxas contra a própria cintura, impondo maior contato de corpos. A morena involuntariamente apoiou seus braços no vão do pescoço da loira quando esta a levantou para conduzí-la para o interior do dormitório. Depois da dureza da porta de madeira, suas costas enfim deram de encontro no macio de uma cama-- Seu torso sem roupas na verdade. Tanto blusa quanto o sutiã romântico foi-se descartado entre os beijos carregados de luxúria que somente eram interrompidos pela busca de ar.
A grande marca registrada de Haruka era e ainda é sua invejável resistência e proeminente vigor, e estar ali com seu suposto pecado capital completamente descompassada acima de si só daria confirmação aos seus preceitos.
Entretanto, como uma agridoce mistura de remorso e deleite, Yukino não proferiu uma única palavra de carinho em resposta aos toques presentes de Haruka -apenas os desconcertantes gemidos escapados à cada ponto fraco que a loira acertava-. Yukino teve medo, medo de que uma única sílaba sua pudesse tirar Haruka de seu estado primário.
E Haruka de fato estava em seu auge. Fora as incontáveis vezes que a loira fez a morena se perder em seus torpores em um curto espaço de tempo, Yukino sentia os prazeres de seu fruto proibido escorrendo de sua entrada e descendo e lambuzando as coxas que ela não conseguia inquietar...
Porém a antiga grande Leoa de Fuuka não permitiu Yukino tocá-la uma única vez.
E essa ofensa por pouco sobrepôs a forte libido que ainda se fazia presente nas vontades da pequena universitária.
Mas o que mais doeu em Yukino foi ouvir o que ninguém gostaria de ouvir na vida assim que Haruka cessou seu clímax e se manteve por cima de seu corpo.
“Se eu ao menos fosse o homem que papai tanto sonhava que eu fosse, eu me casaria com você, teria filhos com você, uma... Vida de verdade com você...”
Os “ses”, os “talvez”, os “poderia ter sido de outro jeito”...
Yukino sabia que aquelas palavras eram de arrependimento. Ela sabia que no subquociente de Haruka, ela tinha total noção dos sentimentos da melhor amiga. Uma pena que era apenas em seu subquociente, pois olhe aonde Haruka está agora: Recém graduada e com um casamento mercado para o fim do ano.
Para Yukino, martírio foi ter passado cada dia de sua juventude discutindo ética, honestidade, princípios e tudo que fosse relacionado à honra, coisa que infelizmente faltava no marido de sua melhor amiga. Como Haruka pôde se unir a um crápula desses? E então ela se recordou das palavras de sua ainda muito admirada melhor amiga ditas naquela festa da universidade e também as proferidas embaixo dos lençóis. E Yukino se odiou por não ter nascido o homem certo para Haruka-- E se homem fosse, seria ela realmente perfeita para Haruka? Logo esta Haruka Suzushiro que tanto clama por virilidade?
Pobre Yukino. Até seus desejos já não faziam mais sentido. Seu amor, além de proibido, era impossível.
Impossível, em uma era onde a diversidade já havia ganho seu espaço e respeito.
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Na contramão de toda dor que sentia, abandonar a companhia de Haruka nunca sequer passou por sua cabeça. E passados pouco mais de um ano de casamento arranjado, a primeira filha de Haruka veio ao mundo. E Yukino ficou sem chão. Ela nunca foi de acordo com os motivos da existência da pequenina neste mundo, mas com toda a certeza esta coitada recém nascida não teria culpa de seu descontentamento. Ela poderia não ter sido feita de amor, mas sem dúvidas conheceria o amor.
Esta pequena menina tornou Haruka uma mulher mais emotiva... E não menos exigente. Quem sabe agora Haruka tomaria jeito na vida e enfim perceberia o mundo ao seu redor? Nah, Yukino sabia melhor. Sabia que isso era pedir demais para o acaso.
Apenas com o nascimento da segunda filha de Haruka com o ser desprezível que era seu marido, Yukino finalmente se deu conta.
Não se foram apenas anos desperdiçados desejando e almejando e ansiando pela reciprocidade de seu amor por Haruka. Se foram décadas. Décadas de servidão e dedicação inconsciente e incondicional, pois todos ao seu redor notavam a grande influência de Suzushiro em sua vida e vice versa, menos ela mesma.
Entretanto agora era tarde demais para qualquer confissão. Yukino perdeu um motivo para continuar a ser a escudeira sempre disposta à todo momento de Haruka, mas foi compensada com dois novos motivos para não ir embora de vez. E por mais meia década Yukino fincou o pé e se firmou na influência da educação das filhas de Suzushiro.
No terceiro filho, e finalmente este o herdeiro legítimo da Corporação Suzushiro –discurso que por instantes fez Yukino realmente apelar para a agressão física contra Haruka é só não o fez pois seu nefasto segredo estaria em jogo- foi a gota d’água para Yukino. Pouco mais de sete meses de vida do menino, Yukino entrega os panos e o seu prestigiado cargo na Corporação Suzushiro em conjunto.
Ainda assim, Yukino ainda se mantinha presente na vida de sua maior desilusão. Esta ainda forte presença apenas causou problemas em sua vida amorosa, se é que suas relações de uma única noite poderia se categorizar como tal. Nenhuma das inúmeras mulheres que passaram na vida de Yukino ao longo destes últimos anos alcançava suas expectativas. Nenhuma delas era tão suficiente quanto sua Haru--
E foi no emaranhado de torso e pernas e lençóis que Yukino se deu conta que levar esta vida só traria dor para quem se envolvesse com ela. Mais envergonhada consigo mesma do que com a situação em si, Yukino avisou a sua companhia daquela noite que a estadia já estava paga e que ela poderia usufruir como bem e com quem mais desejasse pois ela mesma não mais poderia continuar ali, e se retirou da suite presidencial do hotel.
Mesmo caminhando à passos pesados e tortuosos ela já não sabia mais sentir o chão sob seus pés. Por causa do que sentia por Haruka, Yukino abdicou involuntariamente de sua vida pessoal e voluntariamente da profissional. Sua vida naquele exato momento se resumia a sofrimento apenas....
Ah, sem contar as constantes dores de cabeça que as falácias e suposições sobre sua vida pessoal vinda das bocas de seus próprios colegas de trabalho a causavam. Decerto que mesmo que seu cargo de destaque na Corporação Suzushiro e os méritos oriundos de seus esforços para manter o negócio firme e forte lhe dessem certa credibilidade e respeito, burburinhos ainda se foram muito escutados pelos corredores do prédio matriz. Yukino suspeitava que mesmo com sua saída seu nome ainda era provavelmente bem lembrado lá dentro...
...Não que isso importasse no momento. Suas preocupações atendiam pelos nomes Suzuki, Suzuno e Suzukawa. Estes seus três eternos pequeninos era sua responsabilidade. Yukino não se perdoaria se a boa criação que ela insistiu em dar a eles fosse arruinada pela má influência do pai destes garotos. Por coincidência ou puro desleixo, este homem era completamente ausente nos seus deveres familiares. Ironicamente, Haruka nunca sequer contestou este aspecto particular do seu casamento. Talvez, e só remotamente talvez, ela o tivesse planejado assim. Yukino nunca poderia adivinhar.
O que ela pôde adivinhar e que de fato aconteceu foi o anúncio de Haruka sobre colocar seus meninos em um internato no exterior. Isso estava de certa forma premeditado, pois a ausência de Yukino na Corporação Suzushiro era bem notável física e financeiramente. Ela sabia que Haruka nunca iria dar conta de tudo sozinha. A sina da morena era amar quem não a merecia, e a sina da loira era ser sua dependente.
Yukino claramente discordou da idéia de Haruka de se afastar de seus meninos, ainda mais agora que a primogênita mostrava sinais de rebeldia precoce e sua empresa era alvo de acusações ardilosas e ainda por cima sofria processos judiciais talvez não tão injustos... Tudo fruto da má influência do marido nos negócios agora que ele não mais tinha Yukino para impedir que tais bombas implantadas explodissem. E esfregar estes fatos na cara de Haruka agora seria o mesmo que dizer “eu avisei”; tão desnecessário de tão factual.
Em vez disso Yukino manteve o assunto aonde realmente interessava, e ainda argumentou para Haruka esta idéia sem escrúpulos ser uma péssima solução para seus problemas –que e lasque a compostura agora!-. No calor da emoção, Haruka frisou ser a detentora da educação de seus filhos e ainda disse que Yukino não tinha permissão de opinar sobre como ela deveria criar os seus filhos. E o único comando processado no cérebro de Yukino foi pegar sua bolsa e largar Haruka sozinha no restaurante em que tinham se encontrado.
Poucas horas após a meia noite, Yukino recebeu as desculpas sinceras de Haruka pelo telefone e junto a elas o comunicado de que não iria mandar os próprios filhos para fora do país. Yukino sentiu alívio em ouvir diretamente da boca de Haruka que ela finalmente se deu conta que estava sendo má influenciada pelas atitudes do marido covarde. Yukino também ficou momentaneamente surda na orelha esquerda por Haruka ter dado seu bravado encorajador pelo telefone e desligado logo depois.
Era difícil, realmente difícil para Yukino deixar de pensar em Haruka de forma romântica quando esta demonstrava -mesmo que de forma mais e mais rara ao longo das décadas- as atitudes que sempre a fazia se derreter de amor e admiração. E isso era o que mais doía para a morena. Esta era a cruz e o pecado que Yukino carregaria eternamente. E ela até queria, se sentia tentada a contar seu obscuro segredo e se desvencilhar da dor de esconder a maior verdade de sua vida à sua agora mais e mais amada sem desejar amar toda vez que Haruka dizia estar preparada para enxotar o marido crápula de sua vida pessoal e profissional, mas voltava atrás e nada fazia quando lia o jornal ou assistia as notícias e via a imagem de Suzushiro à braços dados e sorriso treinado com seu marido, dizendo que o mau tempo na Corporação Suzushiro ainda há de sarrar (cessar).
Yukino se convenceu de uma vez por todas que não há mais espaço seu no coração de Haruka e talvez nunca tenha tido mesmo. Seu coração partido não a deixava mais raciocinar de forma coerente sobre seu papel na vida dos Suzushiro.
Agora, com a existência destes três pequenos onde o mais novo tinha pouco mais de seis anos de vida, Yukino realmente se perguntou se valia a pena abandoná-los. Ela não ousaria o ato por capricho, mas neste exato momento de sua vida Kikukawa Yukino já não aguentava mais.
Sua despedida foi um abraço apertado seguido de beijo demorado na testa de cada um e em vez de um sorriso largo, suas faces estampavam uma tristeza declarada... Algo que Haruka identificou erroneamente como chantagem emocional-- pirraça propriamente dita. Ugh. Yukino não mais tolerava tamanha cegueira. E sinceramente, já estava mais do que no limite. Ela não mais desejava sofrer pelas más escolhas de sua melhor amiga, se é que é ainda é certo considerar Haruka assim. Ela realmente não sabia mais categorizar seu relacionamento com Haruka Suzushiro. A única decisão racional que sobrou foi a de se afastar definitivamente.
Então deixou de atender suas ligações diárias. E responder seus e-mails insistentes. Seu último encontro casual foi duas semanas antes de fazer a última visita aos seus pequenos. Não houve muito assunto trivial ou pessoal para ser discutido este dia. Palavras e ações não fariam jus aos seus sentimentos aquele momento -por isso Yukino esteve monossílaba o encontro inteiro-, o que deixou Haruka claramente desconfortável, mas ela milagrosamente respeitou os sentimentos de Yukino e não forçou conflito algum e até se ofereceu para acompanhá-la até seu condomínio. Yukino, claro, recusou prontamente.
A economista especialista fechou qualquer meio de contato com os Suzushiro após este dia. A realidade é que Yukino já se preparava para sair do país. A irrecusável proposta de emprego que recebeu de uma empresa estrangeira parceira da sua atual veio em uma ótima hora. Sua chance de iniciar uma nova vida não poderia ser desperdiçada-- Yukino não desejava continuar em cárcere emocional. Sua carta de alforria estaria à uma assinatura de distância...
Mas se tratando de Suzushiro Haruka, nada vem fácil. A loira não permitiria Yukino sumir de sua vida sem antes dar satisfações. O que Yukino não esperava era Haruka demorar tanto para sentir o gosto amargo da despedida definitiva proferida na última vez que se encontraram casualmente. E realmente, somente na terceira semana sem contato com Yukino que Haruka decidiu confrontá-la diretamente. Coincidentemente, este dia que Suzushiro decidiu se dedicar em descobrir a verdade era o dia do embarque de Yukino no aeroporto.
Como de se adivinhar, a antiga Leoa de Fuuka entrou no condomínio e subiu as escadas do prédio que leva ao andar do apartamento de Yukino feito um furacão. As batidas ressoantes que dava na porta maciça se podia ser ouvido pelo oitavo andar inteiro.
Yukino, que estava no gabinete da síndica pronta para devolver as chaves de seu apartamento e resolver outras burocracias, ouviu os gritos estridentes de Suzushiro captados por uma das várias câmeras instaladas no canto dos corredores de cada  andar. A síndica, apontando seu indicador para a tela que exibia Haruka agora dando coices na porta, indagou Yukino sobre quem era esta arruaceira e porquê ela estava agindo desta forma. Yukino, ao mesmo tempo  acuada e surpresa, informou que iria resolver este problema o quanto antes, e então pediu licença e se retirou gabinete às pressas.
Yukino chegou ao oitavo andar já aos gritos de “ Haruka-chan! Por favor, pare!”, recebendo um “Eeh?” surpreso como resposta. A ex Tesoureira das Corporações Suzushiro não deu brecha para nenhuma outra reação de sua amiga, ela logo abriu a porta agora com marcas de amassado no formato perfeito de uma sola de calçado e puxou Haruka pela mão apressadamente antes que algum vizinho indignado intervisse.
A engenheira se viu surpresa ao notar
A falta de mobília e adereços no interior do apartamento. Yukino a guiou para o balcão  da cozinha, e deu um suspiro verdadeiramente cansado. Finalmente fez a pergunta que deveria ser feita antes mesmo de abrir a porta para Haruka.
— O que você está fazendo aqui, Haruka-chan?
Seu tom soou mais seco e rude do que queria. Haruka sequer notou a franqueza abatida. Ugh.
— Eh!? Como assim o que eu tô fazendo aqui!?  Você sumiu!! Eu fiquei preocupada sabia!?  Eu tô preocupada ainda! O que tá acontecendo, Yukino!?
— Estou saindo do país.
— Quê!? Por quê? É por minha causa!?
— Nã-- Sigh...Sim. Um pouco. Semanas atrás eu recebi uma proposta de trabalho fora do Japão e aceitei. Eu estava entregando o apartamento para a síndica no momento que você chegou.
De todas as reações agitadas que podia esperar de Haruka, Yukino presenciou uma rara boquiaberta e claramente magoada surpresa. E mais egoístas indagações se seguiram.
— Por que você não me consultou antes de decidir!? Porquê não me contou quando a gente se encontrou!? Agora entendi porque você estava esquisita àquele dia!
Todas estas perguntas e a constatação da falha de percepção do mundo ao seu redor por parte de Haruka foi a gota d’água definitiva para Yukino. Haruka quer saber o que está acontecendo, certo? Chegou a hora de por para fora com a voz falha e embargada todos os anseios e angústias e desilusões carregados anos à esmo e ralar os pedaços estraçalhados de seu coração partido na cara de seu amor não correspondido.
É agora ou nunca.
— ...Fico feliz por você finalidade entender o que anda acontecendo, Haruka-chan. Será que entendeu também que não é saudável para mim estar perto de você agora? Todos esses anos-- Todas essas décadas estando ao seu lado protegendo tudo que construímos juntas e evitando que tudo desmorone por causa das suas decisões erradas não evitou que eu morresse por dentro a cada dia!
Surpreendente, Haruka somente ouvia atenciosamente cada sílaba de remorso remoído e acumulado por anos sem prontamente contestar. Ela devia ao menos isso para sua melhor amiga. Yukino continuou.
— --desde a época de colégio! Desde esta época eu sabia que estar com você só me traria dor! Mas eu estava tão apaixonada por você que eu não me importava! Eu só queria ser útil para você! Eu expus e sacrifiquei Diana ao perigo para te proteger da paranóia ciumenta de Fujino Shizuru-san! Nós quase morremos por ca-
— Eh!? Diana? Quem é Diana, Yukino!?
Yukino instantaneamente voltou a si do discurso enraivecido. Tinha se esquecido que Haruka nunca soube exatamente o rebuliço que foi ser uma das protagonistas da tramoia sobrenatural que assolou Fuuka durante sua juventude. A meganekko teve de respirar fundo novamente para melhor escolher as palavras que usaria agora.
— Fujino-san nunca te contou sobre a verdade por trás dos incidentes constantes que ocorria em Fuuka durante o tempo que vocês estiveram no mesmo campus da universidade?
— Nunca! E mesmo que contasse, aquela ochazuke ambulante me diria a verdade por acaso?
Haruka estava certa. Shizuru apenas revela meias verdades de acordo com seu interesse. Ela nunca teria a empatia e o respeito suficientes para contar a sua declarada rival às verdades do mundo HiME. Este dever caberia somente à Yukino.
— Sigh... Ok. Por favor olhe para mim atentamente pois eu vou explicar de forma bem direta: eu, Fujino-san, Mai-san e outras nove meninas fomos... Amaldiçoadas. Nós tínhamos nossa pessoa mais preciosa e esse carinho era materializado em uma criatura mágica, os nossos Childs. E tínhamos que lutar uma contra a outra para manter a pessoa que mais amávamos viva. Minha pessoa mais preciosa era você, Haruka-chan.
Mais boquiaberta do que Haruka já estava, impossível. A mente da loira estava à mil! Eram tantas perguntas que ela não conseguia escolher a mais urgente, e até sentia que seu cérebro estava prestes a entrar em curto circuito. Estava tão desorientada que sentiu suas pernas fraquejarem, e de fato a ex-Diretora Executiva do Conselho Estudantil da Academia Fuuka praticamente deslizou verticalmente até o chão. Sem pensar duas vezes Yukino imediatamente se prestou a socorrer a amiga antes que caísse.
— Haruka-chan, Por favor recupere-se!
E a morena ajudou a loira a se levantar e se sentar no banco novamente. Com um copo de água servido, Haruka finalmente retomou sua linha de raciocínio.
— ...M-mas não foram esses tais Childs que causaram o caos em Fuuka, né? Ou foi?
— Aqueles... Monstros, os Orphans que apareciam aleatoriamente na academia Fuuka eram lacaios do Lord Obsidian. Nós combatíamos eles e a nós mesmas para no final a vencedora viver o resto de sua vida servindo este demônio. Tudo em nome do caos. Agradeço Tokiha Mai-san por ter-nos salvo deste inglório destino.
— Então aquele monstrengo roxo e a naginata da Bubuzuke eram mágicos? E ela só podia usar eles porque estava apaixonada pela Kuga Natsuki-san!?
— Exatamente.
— E-e-e e foi por causa do ataque dela contra o seu Child que eu desapareci e aleatoriamente acordei no seu quarto!?
— Hm.
— Inacreditável...!! A-ainda assim você devia ter me contado toda essa loucura desde o início, Yukino!!
Ah, Haruka Suzushiro... Teimosa como uma porta. Yukino estava perdendo a paciência novamente.
— Mas eu não podia, Haruka-chan!! Eu não queria por em risco nossa amizade por causa dos meus sentimentos! Muita coisa estava em jogo!!!
— Mas a gente sempre procurava um jeito de resolver as coisas! Sempre foi assim!
Yukino perdeu o último fio de compostura que sobrou.
— O AMOR NÃO FUNCIONA DESSE JEITO! Você sequer-- A palavra Dōseiai-Sha existe para definir pessoas como eu!! Você nunca poderá entender! E mesmo com as coisas horríveis que aconteceram todo esse tempo eu me mantive firme e calada para você prosperar! E que prosperidade! Um casamento arranjado com um desregrado cuja única coisa decente que fez na vida foi te ajudar a trazer ao mundo três crianças! Três! Mas somente uma pode ter o privilégio de por adiante os negócios da família não é mesmo? Um negócio fadado à falência por culpa da sua negligência!
Ao ouvir a última acusação, Haruka também levantou a voz.
— SE VOCÊ NÃO TIVESSE ME ABANDONADO, TALVEZ--
— Céus, você não está prestando atenção em nada do que estou dizendo!? Haruka-chan, eu sou lésbica e passei minha juventude inteira sobrevivendo com migalhas do seu afeto! Eu era apaixonada por você e fiz das tripas coração para garantir um futuro decente para você e os Suzus à troco de nada! EU NÃO AGUENTO MAIS!!!
E a compreensão de tudo que está acontecendo finalmente atinge Haruka como um tijolo. Um dos fortes rumores dignos de constantes apostas maldosas e ilegais e definitivamente puníveis quando descobertas entre os funcionários das Corporações Suzushiro se foi confirmado.
— ...Espera. Isso quer dizer que você saía com mulheres!! E você escondeu isso de mim!? Yukino!!
De todas as constatações que Haruka podia fazer àquela hora, ela ainda insistiu em se manter na defensiva e se fazer de vítima. Sigh. Yukino praticamente suspirou com escárnio e descrença.
— Sim. Saía. Mas de quê adiantou? Eu chorava quando acordava ao lado de cada mulher que tentou ganhar meu coração e não conseguiu por que eu só pensava no quanto eu desejava que fosse você a dormir e acordar do meu lado!!! Isso é cruel, Haruka-chan! Cruel!
E a última das angústias de Yukino se foi posta na mesa à olhos vermelhos de pranto e rosto inchado.
— E eu levaria para o túmulo se pudesse, mas você tem que saber que eu considerava Diana uma filha! Nossa filha! Nosso fruto! Assim como sempre considerei os três pequeninos tão meus quanto seus. Meu maior lamento é não ter mais forças para acompanhar de perto o crescimento dos Suzus. Espero que você ao menos tenha a sabedoria de fazê-los feliz mesmo com tudo desmoronando.
Yukino não fez questão de suavizar a voz falhada e soluçada. E nem queria, muito pelo contrário. Necessitava das lágrimas escorrendo seu rosto para aliviar ao menos uma fagulha da dor que carrega. Haruka precisava presenciar o mal que causava à pessoa que ela jurava estar fazendo o bem.
— Eu--
— Haruka-chan, chega! Saia!! SAIA!!
Yukino não desejava mais ouvir uma única sílaba de Haruka. E além disso necessitava continuar com os afazeres antes da viagem. Fora que se ficar mais um minuto dividindo o mesmo ar que sua desilusão, sabe-se lá qual crime passional será capaz de cometer. E se sacrificar mais do que se sacrificou não está em seus planos. Não mais.
Ainda assim Haruka não largava o osso de jeito nenhum.
— Mas ainda precisamos conversar!!
— Conversar sobre o quê?? Eu já disse tudo o que tinha para dizer! Eu preciso disso, eu necessito me desintoxicar de você. Por favor Haruka-chan, saia daqui ou serei obrigada a ligar para a portaria..
Haruka teve de engolir todo seu orgulho para não contrariar o último pedido de Yukino, e só de fato conseguiu sair dali movendo seu corpo de forma automática -como se andasse praticamente marchando para fora do apartamento e por fim do prédio-. Yukino não esperou Haruka chegar até o final do corredor para poder fechar a porta amassada finalmente. A última palavra presa em sua garganta, o “Adeus, Haruka-chan...” foi sussurrado involuntariamente.
Com o rosto ardendo por conta das lágrimas e o corpo praticamente esgotado pelo desgaste emocional provocado pela discussão que acabara de acontecer, Yukino se afastou da porta e literalmente se escorou no balcão. Somente seus braços escondendo seu rosto molhado poderia ser seu conforto momentos antes da partida definitiva.
Fin~
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A/N:
Ah... Eu comecei a escrever esta ficzinha aque meses depois que eu tinha escrito “se eu soubesse”, mas né, eu sou lerda demais pra descrever as ideias ;-;
Essa não é exatamente a única fic “adult life” que eu escrevi para harukino, ah mas não mesmo! Mas esta aqui foi a mais angst que eu pude imaginar para o futuro delas... Ay minha Yukino pobrecita!! ;-;
E bom, sobre o que aconteceu durante festa da universidade, foi proposital eu deixar a interpretação de forma bem ambígua... Se a relação sexual que elas tiveram foi consensual ou não, cabe a vocês me dizer ;)
E como me doeu escrever uma Haruka  machista e escrota véi, nossinhora ceis num tem noção! E eu não me apropriei do coiso pra descrever as atitudes da Haruka, mas infelizmente seus atos retrógrados e conservadores (conservadores do quê afinal né?) coincidem com o momento atual que vivemos. Isso definitivamente NÃO FOI PROPOSITAL.
E caramba, que conversa reveladora mais longa! XD Eu não ia adicionar aos diálogos a explicação do universo HiME pra Haruka pois eu já fiz isso em outra fic Harukino, só que acabei escrevendo mesmo assim kkk Ademais a pobre Haruka tem que ficar por dentro das tretas místicas né huehuehue
Ah, e quanto a idade dos filhos de Haruka, eu ainda não me decidi exatamente... Mas fazendo as contas direitinho, segundo o final da fic, a mais velha (Suzuki) dever ter +- 14 anos, a do meio (Suzuno) 12 e o mais novo (Suzukawa) quase 7. A Haruka e Yukino estão chegando aos seus quarentas.
O nome destes pimpolhos é uma piada interna que eu aproveitei de um dos Drama CD de Mai Hime (Drama CD 2 track 7 mais especificamente). Eu não achei brecha na fic pra comentar a bakice da Haruka de dar pros seus filhos sobrenomes como primeiro nome... Então saibam que tudo isso foi proposital, HU3!
Ah, e ainda haverá uma terceira parte que eu provavelmente vou levar mais três anos pra publicar, tá?
Estão avisados rç
Cya!~
(030315) (230418) (021218)
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