Tumgik
thewritersroomblog · 3 years
Text
Sobre estereótipos de personagens pretos
Atenção: esse post possui gatilhos de racismo e menção de violência e est*pro
No post de hoje, eu quero continuar com os posts do mês da consciência negra falando ainda sobre estereótipos, mas dessa vez focando em personagens masculinos porque, por mais que alguns sejam parecidos, existem  detalhes que fazem toda a diferença. 
E assim como no post sobre estereótipos de personagens pretas, nesse aqui eu quero falar um pouco sobre os principais presentes na ficção e o quanto eles podem ser nocivos para pessoas reais, para tentar conscientizar você, querido escritor, na hora de criar os seus personagens.
Tumblr media
Vamos lá?
Antes de mais nada, eu gostaria de reforçar aqui que a vivência de pessoas pretas e não-brancas em relação a pessoas brancas é um tanto diferente. Então, na hora de criarmos nossos personagens, precisamos nos atentar a isso e entender que existem características que podem parecer até lisonjeiras, se olharmos à primeira vista, mas que para as pessoas inseridas naquele contexto, a coisa é um pouquinho mais complicada.
Outra coisa que eu quero reforçar é que pode ser que você encontre exemplos dos estereótipos citados em personagens femininas também (assim como o contrário, no post anterior), mas provavelmente vai ser mais comum em personagens masculinos, como o caso do…
O negro mágico
O termo Magical Negro  foi popularizado pelo diretor Spike Lee e é usado para falar do estereótipo do personagem masculino preto visto como um sábio, um místico (chegando a ter poderes sobrenaturais, em alguns casos) e que é apresentado como uma figura humilde, à princípio. E o único propósito desse personagem é ajudar, salvar ou mudar para sempre a vida do protagonista branco.
Isso nos leva ao primeiro problema com esse estereótipo: assim como no caso da Mãe Preta, o personagem preto é colocado numa posição onde seu único objetivo na história é ser um suporte para o desenvolvimento do personagem branco, sem motivação ou personalidade própria. Até mesmo seu sofrimento, como no caso do filme “À Espera de Um Milagre” passa a ser sobre o protagonista branco, especialmente quando na narrativa esse sofrimento é aceito e naturalizado sob uma falsa ideia de “dignidade”. O filme que eu citei, inclusive, foi um dos exemplos dados por Spike Lee na hora de falar sobre o estereótipo do negro mágico.
Tumblr media
Uma definição muito boa do site TvTropes é:
“Com tanta sabedoria espiritual (e às vezes, mesmo que não sempre, poderes sobrenaturais), você pode se perguntar por que o negro mágico não se apresenta para ele mesmo salvar o dia. Isso nunca irá acontecer. Ele é tão iluminado e altruísta que ele não tem desejo de ter glória para si, ele só quer ajudar aqueles que precisam de um guia… o que, por pura coincidência, significa justamente aqueles vistos por Hollywood como mais adequados para serem protagonistas, não seu próprio povo oprimido. 
Na verdade, o negro mágico não tem outra motivação na vida que não seja ajudar pessoas brancas a atingirem seu potencial, podendo até mesmo ser descartado ou morto, depois que servir ao seu propósito. E se ele um dia expressar qualquer desejo “egoísta”, será apenas no contexto de fazer o protagonista branco se dar conta do próprio racismo e se tornar uma pessoa melhor”
Tumblr media
Outro problema com esse estereótipo é que, em muitos casos, ele também pega um pouquinho de racismo religioso e transforma a espiritualidade não-branca em algo a ser visto como exótico, a ser temido ou até mesmo como uma piada.
E se existe o estereótipo do negro mágico que precisa salvar o branco, também temos o…
Negro que precisa ser salvo pelo branco
Antes que você pense: não, não é uma situação de “E se fosse o contrário?”, porque apesar de parecer oposto ao anterior, esses estereótipos são parecidos em certos aspectos: além da origem humilde, em ambos os casos os personagens negros basicamente aparecem na vida dos brancos para torná-los pessoas melhores e/ou fazerem eles se darem conta dos próprios privilégios.
Para esse estereótipo funcionar, precisamos da figura do “branco salvador”: é aquele personagem branco super do bem, que faz de tudo para ajudar os negros — menos, em muitos casos, ouvi-los ou enxergá-los como algo além de casos de caridade. 
Esse tipo de comportamento acaba sendo reproduzido na vida real também e passou a ser muito criticado, por causa de voluntários e famosos brancos que viajam para locais pobres na África, por exemplo, com o intuito de se promoverem em redes sociais, muitas vezes tirando fotos com pessoas sem a autorização delas em busca de likes e elogios.
Tumblr media
(Só um adendo: não quero necessariamente acusar a Rafa Kalimann de ser assim, mas a foto postada e a legenda são tremendamente infelizes e ilustram meu exemplo) Esses primeiros dois estereótipos muitas vezes surgem como uma tentativa (falha, óbvio) de tentar retratar homens negros como pessoas boas e trabalhadoras. Os próximos, no entanto, passam longe disso:
O negro malandro / bandido
Esse estereótipo é muito comum em novelas, onde muitos atores negros só tem oportunidade de trabalhar nesses papéis. O arquétipo do malandro pode servir tanto como alívio cômico quanto para vilões, mas o fato é que esses estereótipos reforçam a mesma ideia preconceituosa de que negros não são confiáveis, responsáveis ou fiéis. Além disso, esse estereótipo muitas vezes associa a ideia do negro a ser alguém preguiçoso, que prefere roubar ou aplicar golpes em vez de trabalhar.
Essa ideia é especialmente nociva se pensarmos na vida real, onde homens negros são as maiores vítimas de violência policial e passam, todos os dias, por situações onde são tratados como criminosos, mesmo sem estarem fazendo nada de errado. 
Tumblr media
Muitas vezes, esse estereótipo anda lado a lado com o do...
O negro “bruto” e violento
Desde a época da escravidão, pessoas negras têm sido desumanizadas e, para o homem preto, foi relegado o papel de ser visto como um animal, como define o autor Daniel do Santos:
“Os homens negros eram sempre caracterizados como indivíduos exóticos, irracionais, fetichistas, bárbaros, incivilizados, dentre outros adjetivos, classificações e juízos de valores de grande teor etnocêntrico e, sobretudo, racista. A escravização dos povos africanos gerou várias projeções imagéticas sobre os homens negros, que eram vistos generalizadamente como meros animais, desprovidos de razão, inteligência, humanidade e cultura.”
E infelizmente, existem marcas desse preconceito que duram até hoje em diferentes níveis.
Um exemplo disso é meio parecido com o estereótipos da mulher negra forte, onde alguns homens pretos acreditam que precisam ser verdadeiros “machos”, dentro de um contexto nocivo de masculinidade tóxica que afeta inclusive os que não se encaixam nessa ideia, como homens não-hetero que são considerados “afeminados”. 
E assim como no caso da mulher preta forte, esse arquétipo do personagem negro “bruto” impede que homens negros sejam retratados como gentis, sensíveis, amáveis e dignos de afeto.
Tumblr media
E, enfim, esses dois estereótipos acabam trazendo um terceiro que, infelizmente, é muito comum:
O negro “bem-dotado”
Esse talvez seja o estereótipo mais comum em certos gêneros literários, novelas e filmes: o “negão” forte, viril, sexual e “bem-dotado”. E por mais que pareça algo lisonjeiro, assim como no caso da preta “fogosa”, o estereótipo do “negão” só serve para objetificar homens pretos. 
Muitas vezes, esse fetiche também vem acompanhado da ideia de brutalidade, tanto por conta da ideia de que todo homem negro supostamente faria sexo mais “hardcore” quanto pela ideia difundida em relação ao tamanho de seu pênis. É muito comum ver isso aparecer, por exemplo, na indústria pornô, onde é comum filmes onde homens negros “bem dotados” são retratados como uma fantasia de “sexo selvagem” para pessoas brancas, independente da orientação sexual.
Tumblr media
Na prática, esse estereótipo também vem da época da escravidão, onde o valor (literalmente) dos homens negros era medido pela força, robusteza e também pela capacidade sexual, tornando-os inclusive vítimas de incontáveis abusos. E até hoje, esse arquétipo tem diversas consequências negativas, como:
O fato de homens negros serem visto por algumas pessoas como esse estereótipo ambulante e, assim como no caso da “preta fogosa”, serem alienados de experiências românticas e sexuais saudáveis, porque as pessoas ao se relacionar com eles criam essas expectativas e tratam apenas como um fetiche.
Esse imaginário do “negão” geram uma enorme pressão em homens negros que sentem que precisam “abraçar” esse estereótipo e corresponder a essas expectativas. Portanto, homens que não se encaixam  — tanto fisicamente, quanto sexualmente e até psicologicamente falando — podem ser preteridos e suas outras virtudes, como inteligência, sensibilidade e afins são deixadas de lado.
Tumblr media
  Homens negros serem falsamente acusados de est*pro. Lembra do que eu escrevi ali em cima sobre a escravidão e o estereótipo do negro violento? Então, desde aquela época existia esse arquétipo do Mandingo, o escravo perigoso que ia “perverter” as filhas dos escravocratas, o que levou homens a sofrerem inúmeras violências, linchamentos e acusações. 
Uma minissérie que retrata isso é “Olhos que Condenam”, que conta a história real de cinco jovens negros entre 14 e 16 anos que foram falsamente acusados e condenados de estuprar uma mulher branca no final dos anos 80, até hoje considerado um dos maiores erros jurídicos da história dos Estados Unidos.
Tumblr media
Conclusão
É importante falarmos e repensarmos sobre esses estereótipos porque, assim como no caso de personagens pretas,  são ideias que possuem muitas vezes raízes racistas e afetam, diariamente, pessoas reais  — e que, por vezes, são perpetuadas na escrita e até mesmo na divulgação de livros, como acontece com certa frequência no caso do homem negro “bem-dotado”. Nossa parte, como escritores, é nos conscientizar sobre o que produzimos e o que consumimos que pode estar mergulhado em estereótipos racistas.
Para finalizar, eu quero deixar essa frase do influencer Levi Kaique:
“O que pode ser uma piada ou apenas um fetiche para você, pode gerar inseguranças, problemas psicológicos e emocionais irreversíveis na vida de um homem negro.”
Espero que vocês tenham gostado do post
Beijos e até mais!
Tumblr media
---
REFERÊNCIAS:
Conheça a história real que inspirou a minissérie da Netflix 'Olhos que Condenam' (technewsbrasil.com.br)
Magical Negro - TV Tropes
Masculinidade negra: ser homem negro no Brasil é conviver com uma série de estereótipos, que envolvem gênero, raça e classe social. - Trip (uol.com.br)
Complexo de branco salvador: precisamos falar sobre isso (janelasabertas.com)
Rafa Kalimann vira alvo de críticas por publicações durante viagem a Moçambique: ''Insensível'' (uol.com.br)
Reconhecendo estereótipos racistas na mídia norte-americana | by Suzane Jardim | Medium
As a black gay man, I'm subjected to racist stereotypes on dating apps | Metro News
8 Estereótipos Racistas que Novelas Precisam Parar de Usar (nodeoito.com)
Racismo e o mito do homem negro estuprador
Hiperssexualização do homem negro
DOS SANTOS, Daniel.  Ogó: encruzilhadas de uma história das masculinidades e sexualidades negras na diáspora atlântica. 
222 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Text
Sobre estereótipos de personagens pretas
ATENÇÃO: Esse post contém gatilhos de racismo, misognia e menção de violência e est*pro
Hoje estou escrevendo um texto que é muito importante para mim e que faz parte da série de posts para o mês da consciência negra (você pode conferir os outros lá no meu Instagram). Eu, inclusive, já tinha um rascunho desse texto preparado há muito tempo, muito mesmo, mas sempre me faltava uma certa coragem, me dava um medo de não saber tratar um assunto tão importante da forma que merece.
Mas agora, depois de ter amadurecido um pouco como blogueira, escritora e como mulher preta, eu sinto que a hora chegou pra falar de algo que, infelizmente, é muito comum: os estereótipos que existem em relação a mulheres pretas.
Nesse post, eu quero falar de alguns e conscientizar porque eles, mesmo retratados num cenário de ficção, são tão nocivos para pessoas reais e, quem sabe, te conscientizar sobre o tema.
Tumblr media
Vamos lá?
Para começo de conversa: escrever personagens brancos não é o mesmo que escrever personagens pretos.
Eu sei que muitas vezes acreditamos que a única coisa que muda quando trocamos a etnia de um personagem ou decidimos escrevê-lo assim desde o começo é a descrição física, mas é muito importante entender que é um pouquinho mais complexo que isso. Se aprofundarmos nos personagens, existem questões, arcos e até arquétipos que vão funcionar de formas diferentes para personagens brancos e para personagens não-brancos, incluindo mulheres. Por isso, o escritor precisa estar disposto a pesquisar na hora de criar diversidade, para entender essas nuances e evitar cair na armadilha dos estereótipos.
Um exemplo disso é a ideia da personagem feminina forte, que dá conta de tudo, que não precisa de ninguém (e o ninguém, aqui, geralmente implica em “homem”), que não deixa as emoções atrapalharem… 
Tumblr media
Parece muito empoderador, né? Talvez para personagens brancas, sim. Já para personagens (e mulheres reais) pretas, é apenas mais do mesmo. Eu já falei um pouquinho sobre isso nesse post aqui, , mas a verdade é que essa ideia de força, de independência, de “dureza” é, muitas vezes, considerado o padrão para mulheres negras, então não existe nada de inovador nisso. Pelo contrário, só coloca um grande peso nas nossas costas. Eu vou então aproveitar a deixa para falar desse primeiro estereótipo:
A mulher negra forte
Como eu falei ali em cima, à primeira vista, a ideia de uma protagonista “forte” parece bem positiva e até empoderadora. Afinal, as donzelas em perigo que esperam ser salvas por um cavalheiro de armadura brilhante estão no passado. Mas e se eu te contar que algumas mulheres nunca puderam se dar a esse luxo?
Tumblr media
Historicamente, as dores físicas e emocionais de uma mulher negra não recebem a mesma atenção que de outros grupos sociais, justamente por conta da ideia de que mulheres negras “aguentam” tudo, uma crença que é nociva e inclusive fatal. Desde a escravidão, experimentos científicos como no caso horripilante de Sarah Baartman,  A “Vênus Negra”  (atenção: o conteúdo é bem pesado e possui vários gatilhos) até as inúmeras estatísticas de violência, no Brasil e no mundo, o fato é que mulheres pretas sempre precisaram ser resistentes.
Então, esse estereótipo não faz nada pela mulher negra e não pede pela mudança da forma que somos tratadas pela sociedade, apenas celebra mulheres que são extraordinárias — e que, muitas vezes, sentem que precisam serem sempre excelentes para terem qualquer reconhecimento — e dá a entender que mulheres negras conseguem “aguentar” abusos e opressões sem perderem a força, quando a verdade está longe disso. A ideia de que uma mulher negra precisa ser forte o tempo todo tira o direito de ter vulnerabilidades, fraquezas e erros — ou seja, parte da sua humanidade.
Tumblr media
Além disso, no livro “Sister Citizen”, a autora Melissa V. Harris-Perry fala que a ideia da mulher preta forte pode ser nociva, pois:
 “(...)por adotar e reproduzir o ícone da mulher negra forte, mulheres afroamericanas ajudam a criar uma expectativa de que elas deveriam ser automaticamente responsáveis e cuidadoras altruístas de seus lares e comunidades.”
Em resumo, isso faz com que as mulheres negras fiquem presas a um papel de cuidar apenas dos outros, sem se importarem consigo mesmas .E isso puxa para outros dois estereótipos super nocivos, que são…
A “mãe preta” e a “melhor amiga”
Nesses dois casos, as personagens negras são geralmente colocadas em posição secundária e de suporte aos personagens brancos, servindo como melhores amigas, conselheiras, cuidadoras e mentoras. Geralmente, mesmo que a personagem negra sofra com suas próprias batalhas, o propósito dela é estar lá para o personagem branco.
A mãe preta (ou mammy, termo usado nos EUA) é o arquétipo da mulher negra geralmente mais velha e quase sempre em uma posição de servitude (como uma escrava, ou a empregada que “é quase da família”)  extremamente maternal, que parece não ter objetivos de vida a não servir os personagens brancos — e, se tiver, à própria família —  e parece estar super feliz nesse papel, até mesmo em face à opressão.
Tumblr media
Um exemplo muito famoso vem da nossa infância, com a Tia Anastácia do Sítio do Pica-pau Amarelo — cujo autor, inclusive, faz descrições extremamente racistas da personagem, descrições que recuso a colocar aqui no post. Ainda na ficção brasileira, como no caso das novelas, é muito comum ver esse arquétipo, que às vezes é delegado para personagens nordestinas e também pode ser “enfeitados” com outros estereótipos, como a do alívio cômico ou o da “mulher preta raivosa”, que eu explico logo abaixo.
Uma versão mais “light” desse arquétipo é o da melhor amiga preta, que além de ser colocada na narrativa só para ajudar a protagonista é uma forma (convenhamos, bem preguiçosa) de colocar uma “representatividade” que, na verdade, não representa em nada, porque em muitos casos a personagem não é aprofundada e vira só o “chaveirinho”, uma cota.
Tumblr media
E, na pior das hipóteses, ainda carrega outros estereótipos, como  o da…
A preta raivosa
Esse estereótipo representa  a ideia que mulheres negras são irracionais, agressivas, impulsivas, muitas vezes reagindo de forma desproporcional e violenta a situações mostradas como “normais”. São as mulheres que falam alto, partem pra briga ou são cruéis sem um motivo aparente.
Esse estereótipo ajuda a silenciar mulheres negras que querem falar e agir contra determinadas situações de desrespeito, desmerecer o descontentamento até mesmo em situações de racismo ou machismo, colocando uma conotação negativa de “militância”, como também uma tentativa de “policiar” a forma que se expressam. Em certos casos, essa ideia preconceituosa se estende a personagens LGBTQIA+ (geralmente, às da letra “L”) que são descritas de uma forma “masculinizada” e agressiva, sendo ainda mais estereotipadas do que pessoas não-hétero já são.
Tumblr media
 E o intuito desse estereótipo é justamente esse: uma tentativa de recolocar a mulher preta num dos papéis anteriores: a de que aguenta todo o tipo de porcaria, mas que continua ali sem reclamar porque é “forte” ou a de suporte, que fica feliz em servir.
Muitas vezes, esses estereótipos também impedem mulheres negras de serem vistas como engraçadas, sensíveis, felizes ou amáveis, o que também atrapalha em sua identificação com o público. Isso também rouba a oportunidade de que essas personagens possuam interesses românticos ou sejam vistas como romanticamente desejáveis, ao contrário do que acontece com frequência entre personagens brancas; tanto que em certos casos (como nos filmes da Disney, por exemplo) se tornou algo interessante mostrar a protagonista não ficar com ninguém no final.
Tumblr media
 Resumindo: a ideia da “preta barraqueira” uma forma muito cruel e manipuladora de tentar manter um sistema que nos oprime. E a verdade é que “não existe a preta raivosa, existe a mulher negra que sente raiva”, como qualquer ser humano.
A preta “fogosa”
Também conhecido como “Jezebel” nos EUA, esse estereótipo coloca mulheres pretas numa posição hiperssexualizada, sendo geralmente descritas como “irresistíveis” e pessoas com um apetite sexual insaciável, além de terem um comportamento promíscuo. Aqui no Brasil, esse estereótipo também é difundido com a ideia da “mulata exportação”, que faz sucesso no carnaval e é tratada quase como uma mercadoria “para inglês ver”.
Tumblr media
Esse estereótipo é especialmente nocivo porque até essa noção é usada para minimizar e até justificar o abuso sexual contra mulheres pretas, desde a época da escravidão até hoje. E assim como no caso da barraqueira, esse arquétipo aliena negras de serem vistas como potenciais parceiras românticas, porque a ideia é de que a mulher preta é algo “exótico” a ser experimentado, um fetiche, mas que não são dignas “para casar”; enquanto a mulher branca geralmente é vista como mais “apropriada” para tal por conta da associação de branquitude com “pureza”.
Muitas vezes, esse estereótipo esbarra também no colorismo, onde mulheres negras de pele mais clara e traços mais “finos” são vistas como mais bonitas que mulheres pretas retintas (de pele mais escura) e com traços negroides — como cabelo crespo, nariz largo, lábios grossos e etc . Além disso, mulheres pretas que não estão dentro de um padrão estético corporal (ser magra, ter curvas, seios e bunda grande) são preteridas e dessexualizadas, muitas vezes sendo jogadas nos estereótipos anteriores. Ou seja: a mulher preta fica presa entre duas opções: ser fetichizada ou ser vista como assexuada.
E, obviamente, nenhum dos dois é bom, né?
MEU DEUS, E AGORA? NÃO PODE MAIS ESCREVER NADA?!
Caso você esteja se perguntando se ainda dá para escrever uma mulher preta que seja amiga de uma branca, que goste de fazer sexo ou que tenha a tal da personalidade forte, a resposta é que: sim, dá.  A questão dos estereótipos não está somente nas características em si, está no reduzir pessoas a isso e usar essas características na intenção de ofender, ridicularizar e manter um sistema que nos oprime. 
Se pararmos para pensar, todos esses estereótipos servem para colocar mulheres negras em “caixinhas” bem específicas, que não nos cabem mais. 
Tumblr media
E como escritores, precisamos fazer nossa parte para não contribuir com isso, até pensando nas nossas leitoras. Eu posso falar, com propriedade, que é muito ruim pegar um livro, uma série ou filme para me divertir e acabar só passando raiva pela forma que alguém como eu é retratada. 
É sempre bom lembrar que, por trás de estereótipos que podem parecer até inofensivos, existem mulheres reais sendo afetadas por eles. Pessoas que querem ser vistas, representadas e, acima de tudo, respeitadas.
Espero que você tenha gostado do post
Beijos e até mais!
Tumblr media
---
REFERÊNCIAS / INDICAÇÕES
ESTEREÓTIPOS da Mulher NEGRA Brasileira - YouTube
8 Estereótipos de Mulheres Negras que a Mídia Precisa Parar de Usar | Nó de Oito (nodeoito.com)
Reconhecendo estereótipos racistas na mídia norte-americana | by Suzane Jardim | Medium
The Problem with the Stereotypical Black Best Friend (voicesofgenz.com)
The Strong Black Woman Trope, Explained - YouTube GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista CiênciasSociais Hoje. Anpocs. p.223-244. 1984. Nós, mulheres negras, queremos o fim da Globeleza - AzMina
What Is Colorism? (verywellmind.com) Sister Citizen: Shame, Stereotypes, and Black Women in America - Melissa Harris-Perry
213 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
🔮✨ E chegamos na última parte dos posts sobre escritores e os signos. Autores sagitarianes, capricornianes, aquarianes e piscianes, chegou o momento se vocês!⁣ ⁣ Espero que vocês tenham gostado dessa série de posts. Eu posso dizer que AMEI ver as reações aqui 💜✨⁣ ⁣ ⁣ Designed by @freepik ⁣ https://www.instagram.com/p/CSuLcH2rbs4/?utm_medium=tumblr
74 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
🔮✨ Hoje tem a parte 2 dos posts sobre signos e escritores!⁣ ⁣ O seu signo tá aqui? Você se identifica? Coloca aqui nos comentários 👇⁣ E se o seu ainda não tá aqui, não se preocupa que ainda vai ter a parte 3 😁⁣ ⁣ ⁣ Designed by @freepik https://www.instagram.com/p/CSo_bn4LmEV/?utm_medium=tumblr
74 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
🔮✨ Resolvi juntar duas coisas que eu adoro — astrologia e escrita — e veio aí a primeira parte do post "Os escritores e os signos" ⁣! Se o seu signo não tá aqui ainda, guenta que eu vou postar as outras em breve 😁💜⁣ ⁣ E aí, você se identifica? Conta pra mim! 👇⁣ (lembrando que é meme!)⁣ ⁣ ⁣ Designed by @freepik ⁣ ⁣ https://www.instagram.com/p/CShZx8osh_V/?utm_medium=tumblr
62 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
🚀✨ O post de hoje é sobre: procrastinação! ⁣ ⁣ Eu quis falar um pouquinho sobre cada tipo de procrastinador e, é claro, dar algumas dicas de como driblar esse problema⁣ ⁣ 🪐 E aí, qual é o seu tipo? Se identifica com algum? Coloca aqui nos comentários! ⁣ ⁣ ⁣ ⁣ Vectors by @catalystvibes | @freepik https://www.instagram.com/p/CSXFS7vr72p/?utm_medium=tumblr
66 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
🧠✨ Tava com saudade de fazer esse tipo de post, então hoje vamos de: palavrinhas para descrever um personagem inteligente!⁣ ⁣ Lembrando que essas palavras não são necessariamente sinônimos, mas podem quebrar um galho ☺️⁣ ⁣ Vectors by @catalystvibes | @freepik https://www.instagram.com/p/CSKJO1HrtAw/?utm_medium=tumblr
174 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
👸🏼 ✨ O post de hoje é super especial, porque a minha querida @eraumavez_ester trouxe dicas de como se tornar popular aqui no Instagram — de uma maneira muito mais significativa que apenas ter muitos seguidores⁣ ⁣ E se você for lá no perfil dela, vai encontrar algumas dicas que eu dei sobre como crescer nessa mesma rede social, então engaja o post aqui e corre para lá pra ver! 💜✨⁣ ⁣ Designed by @freepik https://www.instagram.com/p/CR9sbn6L3Bj/?utm_medium=tumblr
44 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Text
Loki: Como desconstruir um vilão
Olá, amados!
Tô de volta com os posts no blog e já que o tema do último post foi uma série da Disney+, nada mais justo que o post de volta também seja. Então, hoje eu vou falar sobre um personagem do MCU que inclusive já foi pauta aqui no TWR lá no início, com no post “como criar um vilão irresistível” (e se você quiser ler, ele está aqui)
Ninguém mais, ninguém menos que ele: o deus da trapaça, o vilão que caiu nas graças do público, o cara do MCU que sempre morre e sempre dá um jeitinho de voltar: Loki!
Tumblr media
E se o post antigo fala sobre como o Loki tornou-se um vilão irresistível — e dá dicas sobre como você, autor, poderia aplicar isso na própria história — hoje é sobre como desconstruir esse papel de vilão, criar um possível arco de redenção ou como fazer para tornar seu personagem ainda mais interessante e complexo, assim como aconteceu com o próprio Loki na série que leva seu nome, cuja primeira temporada acabou (e como acabou, hein?! Minha Nossa Senhora…) de ser transmitida na Disney+
Quer saber mais? Continua lendo o post:
Antes de mais nada, eu quero reforçar que esse post fala sobre a caracterização do Loki “variante” que consegue escapar de Nova York usando o Tesseract, conforme mostrado no filme “Guerra Infinita” e na própria série. Apenas um adendo, para você não confundir as linhas do tempo.
Tumblr media
Ah, o post também está repleto de SPOILERS, então se você ainda não viu a série, corre para ver e depois volta aqui no post.
Vamos para as dicas?
Primeiro passo: “quebre” o vilão
É natural pensarmos que para algo ser desconstruído, precisa ser quebrado, certo? E o princípio é o mesmo mostrado na série, já nos primeiros capítulos. Ao ser capturado pela TVA, Loki, no auge de sua arrogância, acha que a instituição não é páreo para um deus como ele — apenas para descobrir que estava indefeso, subjugado e totalmente fora de sua zona de conforto.
Uma definição interessante sobre esse momento é dada pelo Tom Hiddleston — o ator que interpreta o Loki — em uma entrevista sobre a série:
“(…) E o Loki é um personagem que basicamente incorpora a ideia de caos e ele está contra uma instituição burocrática que incorpora a ideia de ordem. E quando você bota esses dois juntos… É aqui que começamos (risos). Aí está o drama”.
Tumblr media
E para ficar ainda mais tenso ainda o Loki descobre, quase de uma vez só, que tudo que ele ambicionava, seu “propósito glorioso”, sua tentativa de escrever a própria história era algo ínfimo e sem importância no grande esquema das coisas, pelo menos de acordo com a TVA.
Um exemplo perfeito disso é que as joias do infinito (você lembra, aquelas que causaram a destruição de metade do universo?) eram usadas como meros pesos de papel pela TVA. Se isso deixou muitos fãs da Marvel surtados — inclusive essa que vos fala — imagine o efeito neste Loki?
Tumblr media
Além disso, a série mostra de forma visceral o que aconteceu com o Loki “real” e as consequências de suas ações, incluindo a morte de sua mãe e a própria, sob o punho de Thanos. E para colocar a última pá de terra, o personagem Mobius fala sobre como ele só servia para que seus fracassos trouxessem a grandeza dos heróis à tona, reduzindo ele ao papel de um vilão cujo destino era perder (tema que retorna alguns episódios depois, quando o Loki conhece diferentes versões de si mesmo).
Ou seja: o Loki passou a se enxergar não como o protagonista ou o agente criador — mesmo que caótico — da própria narrativa, mas como apenas uma peça a ser descartada. E que suas escolhas não importavam, porque o seu destino já estava traçado. Ainda por cima, ele não poderia voltar para sua própria linha do tempo, porque ela terminava em sua morte definitiva.
Tumblr media
Sinistro, né?
Essa foi a forma extremamente rápida e eficiente da série de tirar tudo o que havia do Loki como o conhecíamos e “quebrar” o personagem de maneira tão intensa que, para ele, não havia outra alternativa a não ser evoluir, se adaptar às novas circunstâncias e tentar traçar um novo caminho.
Então, a lição aqui é: você não precisa ir ao extremo de fazer seu vilão ter essa noção de que um ser superior (nesse caso, você mesmo, escritor!) já definiu seu papel na história, mas vale a pena criar situações em que seu personagem sofra consequências, perdas e reveses impactantes o bastante para criar verdadeiras transformações em seu caráter.
Tumblr media
E depois que seu vilão for quebrado...
Segundo passo: humanize o vilão
Essa dica também está presente no post sobre vilões irresistíveis, mas acredito que ela é ainda mais importante aqui. A rota para a desconstrução e a redenção de um personagem vilanesco precisa ser pavimentada por momentos onde o leitor consegue simpatizar e se identificar com ele, assim como momentos com o intuito de mostrar que, no fundo, o personagem ainda é humano — mesmo que ele seja um deus alienígena, como no caso do Loki.
E a série escolheu diferentes maneiras de mostrar, mas principalmente fazendo o próprio Loki reconhecer suas falhas. Seja ele admitindo para uma projeção de Sif que cortou seu cabelo porque era um narcisista, suas conversas pessoais com Sylvie ou declarar para Mobius que ele não gostava de machucar pessoas e aquela era “uma tentativa desesperada de manter o controle”, a narrativa da série demonstrou uma grande vulnerabilidade e mostrou facetas do Loki que não foram tão exploradas durante os filmes.
Tumblr media
Tom Hiddleston, por exemplo, fala que ele estava ciente que no filme “Os Vingadores”, o Loki precisava ser percebido pelo público como “O” vilão, então sua atuação foi focada em mostrar essa faceta do personagem porque ela combinava com a premissa do filme. E isso é algo que você pode usar nas suas histórias: quando seu personagem precisar ser apenas o vilão, encaixe-o nesse papel, mas saiba quando aprofundar e mostrar que ele pode ser mais que isso.
Outra coisa que a série do Loki faz muito bem na hora de humanizar o deus da trapaça é entender que o desenvolvimento de um personagem não precisa ser necessariamente linear. Parte da graça é observar o personagem tentando acertar, mas às vezes dando os seus tropeços.
Tumblr media
No segundo episódio da série e após ter aparentemente aprendido a lição sobre o poder da TVA, Loki “volta atrás” e segue de Sylvie, traindo Mobius e a organização — e é justamente por causa disso, desse “desvio” do Loki, é que a história anda e descobrimos toda a verdade por trás dos guardiões do tempo.
Além disso, no episódio em que Loki conhece suas variantes, nós descobrimos que todos eles possuem seus pontos fracos e que o desenvolvimento deles é “podado” pela TVA, que manda qualquer Loki que não segue o “script” imposto pela linha do tempo sagrada para o Vazio.
Tumblr media
E apesar do seu enredo provavelmente estar bem longe da loucura que foi essa série, dá para tirar mais uma lição daqui: a de que nem sempre é interessante “podar” seus personagens apenas porque você tem uma ideia fixa de como eles deveriam ser.
E falando em desenvolvimento…
Terceiro passo: Mostre, aos poucos, que seu vilão mudou (ou que pode mudar)
Vamos dar ênfase no “aos poucos”, porque uma mudança convincente não acontece da noite pro dia, especialmente se tratando de um vilão. Uma maneira muito sutil em que a série começou a mostrar a evolução de Loki é no momento em que ele está prestes a conhecer a Sylvie — que faz todo um teatro até se revelar — e diz algo como “Agora entendo porque o Thor acha isso tão irritante”, o que já dá os primeiros sinais de mudança ao personagem.
Tumblr media
A partir daí, existem várias situações onde Loki demonstra sentir vergonha alheia de suas atitudes passadas e começa a agir diferente, o que culmina no último episódio, onde para ele (e Sylvie) é oferecido tudo que eles anteriormente buscavam, mas ambos recusam a tomar o caminho “mais fácil” e decidem que vão escrever os próprios destinos.
Outro ponto emblemático na série é quando conhecemos a variante do Loki “Presidente” e acontece aquela batalha caótica de Lokis, onde eles literalmente se autodestroem — e o nosso Loki percebe que aquele ciclo de traição e desonestidade não o levaria mais a lugar algum e foge com suas variantes que são mais desenvolvidas nesse sentido (e sim, eu incluo o jacaré aqui, que claramente é o Loki superior).
Tumblr media
Essa parte da série é especialmente interessante também para mostrar que um personagem não precisa perder totalmente a essência e ter toda a sua personalidade tolhida para se redimir. Aliás, a série mostra o contrário: se o Loki não tivesse ajuda de suas variantes e não usasse da sua sagacidade, ele jamais teria sobrevivido após ter sido podado — e convenhamos, o Loki sobreviver já é um lucro, né? Porque ele morre como ninguém…
Então fica aqui a dica: a evolução de seu personagem precisa ser um processo gradual, natural — e você não precisa descaracterizá-lo totalmente para mostrar que ele mudou.
E se você está na dúvida de como mostrar ou causar essa mudança no personagem, essa última dica pode te ajudar:
Quarto passo: Dê algo (ou alguém) para o vilão se importar
Desde o primeiro filme do Thor, o Loki é descrito como alguém que parecia ou se sentia meio deslocado e solitário, o que só foi reforçado quando descobrimos que ele é adotado. A partir daí, ele toma a posição de antagonista e vilão da narrativa — lembrando que estamos falando apenas do Loki até o filme “Vingadores”, onde ele cria uma variante de si próprio ao fugir com o Tesseract.
Tumblr media
E não bastando a série mudar a posição do Loki para ser o protagonista, dando a ele a oportunidade de mostrar o seu ponto de vista único, a narrativa mostra que ele cria conexões, amizades e conhece pessoas que o compreendem, seus semelhantes — literalmente, outras versões dele mesmo. E essas versões (incluindo a Sylvie, que eu vou falar daqui a pouco) ajudam Loki no seu processo de autoaceitação. 
Mobius, por exemplo, é um personagem que mostra desde o início um certo fascínio pelo Loki e tenta entendê-lo, fazendo quase uma sessão de terapia no primeiro episódio (o que vamos combinar, teria sido ótimo que o Loki tivesse feito, lááá em Asgard) e demonstra confiar em Loki o suficiente para colocá-lo em uma missão, como também mostra acreditar,  que ele poderia ser mais que só um vilão assassino que quer o caos. E no final, eles acabam por se tornar amigos.
Tumblr media
O impacto dessa amizade se reflete no final da série, quando Loki tenta (em vão) evitar a morte daquele que permanece e o desencadear do caos completo criado pela ramificação das linhas do tempo, mostrando que, no fim, o Loki passou a se importar com algo além da própria salvação.
Mas, independente disso, fica claro que a conexão mais profunda que Loki forma durante a série é com sua variante feminina, Sylvie. Conexão que o transforma totalmente, a ponto de fazê-lo confiar nas pessoas e declarar que, no final das contas, tudo que ele quer é o bem-estar dela, o que é bem diferente do que vimos no início da série.
Tumblr media
E eu vou aproveitar esse gancho para frisar que não é legal fazer o seu vilão se conectar com alguém ou se apaixonar para “passar pano”, romantizar ou relativizar relacionamentos tóxicos, colocando uma personagem — geralmente feminina — na posição de ter que aturar abusos e existir apenas para tentar “consertar” o personagem vilanesco.
No caso de Loki e Sylvie, a dinâmica funciona porque existe respeito, cooperação e uma troca, porque os dois foram igualmente quebrados pelas circunstâncias que permeiam suas vidas. Assim, Loki consegue se enxergar em Sylvie e empatizar com ela, o que cria o laço entre os dois.
A série também fez questão de mostrar que a Sylvie é tão importante que, no fim, ela é a responsável por mudar tudo e desencadear uma nova fase no multiverso cinematográfico da Marvel.
Então, fica aí a última dica para a redenção de seu vilão: crie conexões verdadeiras e saudáveis, que ajudem a trazer o melhor do seu personagem à tona.
Espero que você tenha gostado do post!
Tumblr media
---
Referências:
Tom Hiddleston Breaks Down His Most Iconic Characters | GQ - YouTube
282 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
👯✨ Hoje temos mais um post da série sobre representatividade LGBTQIA+, com as autoras @loli.lorey e @escritorazinha_pan falando sobre o que NÃO fazer na hora de representar pessoas pansexuais! https://www.instagram.com/p/CRRmQtOrU7E/?utm_medium=tumblr
105 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
💜✨ Oi gente, eu sou a ⁣@el_theozita ⁣ Que tal a gente conversar um pouco sobre a assexualidade, alguns de seus espectros e como não errar na hora de construir um personagem?⁣ ⁣ Quer saber mesmo tudo isso? ⁣ Então vem com a gente, que é sucesso! ⁣ ⁣ https://www.instagram.com/p/CRCL7w4rvCP/?utm_medium=tumblr
107 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
✨👩‍❤️‍💋‍👩O #pridemonth tecnicamente acabou, mas os posts sobre representatividade continuam! E o de ⁣ hoje não conta com apenas uma autora, mas duas!⁣ ⁣ A @wendy.castellan e a @naluescreve trouxeram dicas valiosíssimas para a escrita de personagens lésbicas e sáficas ❤️✨⁣ ⁣ https://www.instagram.com/p/CQyrC4Vr8tW/?utm_medium=tumblr
91 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
🌈✨ Hoje, 28 de junho, é dia internacional do orgulho LGBTQIA+!⁣ ⁣ Hoje eu quero parabenizar os escritores incríveis que trazem suas vivências e resistências para o mundo literário e convidar todos nós a repensar, aprender e representar, com muito orgulho e respeito, todas essas histórias 💜⁣ ⁣ https://www.instagram.com/p/CQrEpiHL8Ni/?utm_medium=tumblr
58 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
Oi, pessoal! Eu sou o @arielfernandohitz e vim aqui pra gente bater um papo sobre erros e acertos na escrita de personagens trans 🏳️‍⚧️✨ Bora lá? Designed by @freepik https://www.instagram.com/p/CQbazGhDjGx/?utm_medium=tumblr
103 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
🐝✨ Olá amados!⁣ Hoje temos mais um post em homenagem ao #mêsdoorgulholgbtqia+ , em parceria com a @bibliotecadajordana, que trouxe algumas dicas para você evitar na hora de escrever personagens bissexuais 💜💙💕⁣ ⁣ Espero que vocês gostem do post!⁣ https://www.instagram.com/p/CQRJk9ljKY_/?utm_medium=tumblr
104 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Photo
Tumblr media
Oi, gente. Eu sou o @lebloncarter_ e hoje vou estar aqui no The Writer's Room pra falar um pouquinho sobre a criação de personagens Gays 🏳️‍🌈✨⁣ ⁣ • A construção de personagens gays é algo que vem amadurecendo com o tempo. Se antes as narrativas giravam em torno de histórias sem profundidade e com esteriótipos para lá de preconceituosos, hoje somos apresentados as vivências reais e profundas que os tornam cada vez mais únicos.⁣ ⁣ • O homem gay nessas histórias nada mais é do que um personagem comum que possui problemas reais, deveres com a sociedade e sonhos a serem alcançados. Não é nada de outro mundo se envolver em uma narrativa com o foco em suas relações, pois elas nada mais são do que um espelho da heteronormatividade que fomos apresentados durante toda a nossa vida na literatura ou no audiovisual. A diferença é que agora são com dois homens se amando.⁣ ⁣ • Começamos devagar e com tabus sendo quebrados. As narrativas gays preenchiam o famoso arquétipo clichê do romance tradicional: Inimigos que se odeiam, vizinhos , colegas de trabalho, etc… e era como se buscássemos aquela representatividade aos poucos e com modelos tradicionais que as pessoas já conheciam e se apaixonavam.⁣ ⁣ • Com o tempo, a construção de personagens gays foi ficando mais forte e densa. Começamos a abordar os lados mais sombrios do preconceito e a forma com que isso nos faz crescer com marcas que não se curam. Surgiram narrativas originais e únicas onde o homem gay não era mais apenas um personagem secundário com sua sexualidade inexplorada ou um alívio cômico sem graça. Ele se tornou o protagonista de sua própria história.⁣ ⁣ 👉 Para se criar personagens gays, não há fórmulas mágicas. Você precisa, primeiro, entender que o ato dele em existir já é resistir e que sua história precisa ter um peso narrativo tão grande quanto as vivências com as quais eles lidam na sociedade. Os façam fortes ou chorosos. Alegres ou carrancudos. Doces ou azedos. Porque, no final, ele será só mais um ser humano tendo sua história contada.⁣ ⁣ https://www.instagram.com/p/CQJgTgbD8nP/?utm_medium=tumblr
69 notes · View notes
thewritersroomblog · 3 years
Text
Ah... e eu vou voltar a abrir as asks, mas eu devo avisar que eu sou meio lenta para responder rs
24 notes · View notes