Ele se sentava três carteiras a frente da minha,mas parecia um abismo tão profundo, que tinha medo de me aproximar, ai ,esse meu amor da juventude ainda paira pelo ar.

Jonas r Cezar

Estádio Municipal Giglio Portugal Pichinin - Baetão

Associação Atlética Portuguesa 0x1 Esporte Clube Juventude

Copa São Paulo de Futebol Júnior - Grupo 25 - 2ª Rodada - 06/01/2024

[Parte 2]

Renascendo depois dos vinte

Você olha para dentro de si e consegue observar todas as prateleiras vazias, que se instalaram em sua alma. O tempo passa, e algumas coisas precisam mudar. Chega um momento em sua vida que você se pergunta sobre o que realmente importa e sobre o que realmente faz sentido para o seu verdadeiro eu… São as noites em que você aprisionado em si mesmo, se questiona acerca daquilo que emana do seu espírito. Eu acho que eu não vivi a minha vida sobre a minha pele, até aqui, fui uma mistura dos meus desejos junto com os reflexos das pessoas que eu amei. Não há nada de errado em aprender com aqueles que te amam, mas, é perigoso esquecer de si mesmo, a fim de deixar as outras vozes guiarem o seu caminho. Se todas as luzes da casa estão apagadas e todo o planeta terra está em silêncio, a única coisa que me restou foram mesmo só esses fantasmas do passado? Percorrendo a minha mente e mordendo a minha memória? A cozinha não parece mais a mesma, é engraçado como as coisas mudam quando algumas sensações nos acertam de maneira única. Não quero lavar a louça hoje, vou respirar por mais alguns segundos sozinho encostado na pia, pensando que, realmente, tudo o que eu tenho é tão grande e está pulsando vida aqui dentro.

Desconfio, que estou renascendo depois dos vinte

A vida realmente é diferente quer dizer ao vivo é muito pior.

Belchior.

“Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e se aproximem os anos em que você dirá: Não tenho satisfação neles”. Eclesiastes 12:1

Adrasteia

O coração anseia por expressar,

Mas a mente insiste em ocultar,

Pois se eu dizer,

Nada se alterará.

Desejo ardentemente por mudanças,

Anseio intensamente por transformações,

Conheço o desfecho desta triste saga,

Mas não possuo o poder de modificá-la.

Posso tentar,

De fato, já o fiz,

E nada, absolutamente nada, se alterou,

Assim, recolho-me em meu canto,

Testemunhando apenas narrativas avançar e a amizade desfalecer.

Verão de 2009 - sexo, vinho 🍷, flagrante e fulga

Naquela inesquecível noite de março de 2009, eu, com meus 17 anos, e ela, com 16, éramos dois espíritos livres em busca de emoções intensas e aventuras sem limites. A cena para essa história surgiu quando ela recebeu um convite para trabalhar como companhia noturna de uma senhora solitária. Nas primeiras semanas, já soubemos que uma oportunidade única de diversão havia surgido, já que quase nunca ela saia de casa, graças aos pais controladores --sempre que nos víamos, era quando ela ia para a casa da tia na Capital do estado que, como nós, era uma mulher de mente aberta, evoluída, e acobertava nossas aventuras. Na segunda semana de trabalho, já conhecendo a rotina da senhora, ela me sugeriu que eu fosse lá durante a noite, por volta das 11h, e eu aceitei o o convite sem hesitação, e aguardei ansiosamente na praça até receber o sinal dela. Com vinho, salgados e música pulsante como nossos fiéis companheiros, mergulhamos numa noite de paixão desenfreada e despreocupada. O som do rock embalava nossos movimentos, enquanto nos entregávamos a uma dança de desejo e prazer. Mas, como acontece nas melhores histórias, a atmosfera de excitação foi interrompida por um vislumbre assustador: um vulto passando pela janela. Tentei alertá-la, mas ela, cheia de despreocupação, descartou minha preocupação com uma risada sedutora. No entanto, a paz da noite foi abruptamente quebrada pela chegada histérica da senhora, acusando-a de ter "um macho" escondido no quarto. Enquanto ela a distraía, eu me vi forçado a buscar refúgio dentro do guarda-roupa, minhas mãos tremendo de adrenalina enquanto me escondia naquela pequena mobília. Com habilidade e sorte, consegui escapar sem ser notado, deslizando e desaparecendo pela neblina daquela manhã fria. Ao cruzar a primeira esquina, deparei-me com o Fiat Uno do filho da senhora, uma coincidência surpreendente que me fez agradecer aos céus por não ter sido reconhecido. Durante o trajeto para casa, de skate, meu semblante expressa sentimentos diversos: alegria, preocupação e medo. No final, a senhora foi deixada confusa e desorientada, atribuindo nossas travessuras aos supostos efeitos colaterais de seus medicamentos. E enquanto eu partia para casa, e minha companheira ludibriava a velha, deixavamos para trás apenas dois copos de vinho como prova de nossa presença. Eu sabia que aquela noite de paixão e perigo seria uma lembrança inesquecível dessa minha breve passagem por este mundo. Este dia entrou para meu livro de memórias compartilhadas.

Concluo esta lembrança com esta reflexão:

"É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota."

Theodore Roosevelt

As crianças de hoje em dia...

Eu tô com pena.

Quando essas crianças crescerem, elas vão se revoltar por terem sido tão mal educadas por todos. Por criadores de "conteúdos", pelas escolas e pelos pais, parentes. As crianças gastam boa parte do seu tempo livre com celular e sendo mimadas. Nada de ética, respeito, criatividade, atividade física... Enfim, coisas que iriam fazer delas adultos saudáveis, preparados para a vida.

É triste.

Rapado, 1992 Martín Rejtman Argentina

Que se perca a juventude, a força, a beleza... Mas nunca o valor! 👍

Fim

Teu olhar azulado Frio como gelo Tão belo e adocicado Fugindo do meu zelo

>

Tua rejeição é melodia calorosa Que preenche meus ouvidos Ausência de despedida tão carinhosa Desprezo é bálsamo concedido

>

É um privilégio ser por ti ignorada As lágrimas escorrerem entre os dedos Ter minha alma por ti arruinada Ter em ti a realização dos meus medos

>

Fui abençoada pela maldição De amar alma metade em negação Minha confissão foi teu arrependimento Grata pela humilhação, desejoso alento

>

Tua indiferença me alimenta Me agarro à fugaz proximidade Aos teus passos me deixando Em cruel serenidade

>

Tua piedade fingida Zombaria visceral Tuas gargalhadas escondidas São como presente de Natal

>

Ser julgada pelo outro é desavença pequena Ser réu em provação do crime não cometido Ser por ti vista faz com que dor valha a pena Obrigada pelo fim da ilusão, pelo coração partido

Ai como é doce o sorriso dela olhando o homem do algodão doce,ele vem com aquele ornamento cheio de brindes,e ela só quer sentir o cheiro de açúcar e corante das mais variadas cores,ela se viu intrigada com esse doce,por ouvir dizer que as nuvens eram assim,desde de pequena deitava no jardim olhando para o alto só para vê-las serem empurradas pelo vento, grandes ,pequenas e até bem miudinhas, cinzas,negras e branquinhas, fosse qualquer uma passando ia já imaginando um homem a cavalo,um casal se beijando,pontes ou números,mas o que ela mais fazia com sua mente brilhante era imaginar muitos elefantes,nunca coelhinhos fofinhos,gostava dos elefantes pela sua memória, nunca esqueciam ninguém que faziam parte de sua história,ainda mais depois que descobriu Dumbo o elefantinho voador,se perdi o rumo da história, não é isso não senhor, menina que gostava das nuvens,que eram feitas de algodão doce,que tinham formato de elefante,e um elefante voador,bem acho que já entenderam, então melhor terminar a história porquê ela enfim escolheu um branco que de brinde veio um balão que se soltou e subiu em direção às nuvens também.

Jonas R Cezar

Estádio Municipal Giglio Portugal Pichinin - Baetão

Associação Atlética Portuguesa 0x1 Esporte Clube Juventude

Copa São Paulo de Futebol Júnior - Grupo 25 - 2ª Rodada - 06/01/2024

XII

Volte para mim como um rei Cansado de abdicar-se em meus sonhos Figurando a persona que eu amo Sorria, meu diabo da atuação Me percorra a qualquer crença O único anel que tenho é o teu próprio corpo Doando voltas em meu corpo, desmanchando-o Feito elementos de papel e argila molhada Colares de dedos espessos A saúde avassaladora que me detém Caminho faminto entre as visões de paraíso Tardiamente, um labirinto de sentidos inférteis Ninguém para doar moedas velhas Preso em seu próprio silêncio Progenitor e ceifador de seu autoexílio Eu criei e amei tudo aquilo que me feriu A respiração avulsa, adversária do próprio tempo Você está esperando rostos conhecidos Para atravessar encruzilhadas, você teme a solidão Mesmo que ela esteja tão entranhada no fundo dos teus olhos Por descuido, outra vez construiu Bustos de sal nas nuvens de prata Tão densas carregavam teus tormentos Aos pontos futuro da tua indecisão Eu amanso medalhões de ouro Que sangram o vestígio de inocentes Aos espelhos naturais minha intimidação: Como podem cuspir belezas nestes tempos calamitosos? O peso da tua existência contra a minha Teu arco e flecha contra meu peito O veneno das tuas lágrimas Escorrendo e corroendo minha juventude...

Medo

Eu tenho medo das sombras mescladas.

Da porta de casa abrindo em horários aleatórios.

Do falatório no trem de quem eu não conheço.

Da angústia da madrugada assim que deito pra dormir.

Das vezes que eu tive medo de responder a pergunta "eu realmente quero estar viva?"

Tenho medo do escuro, porque não lembro onde deixei as coisas e nem se elas ficaram ali depois que apaguei as luzes.

Tenho medo de altura, das nuvens ficarem próximas demais, dos próximos invernos me matarem de frio, dos próximos verões me derreterem.

Tenho medo de números, do que eles representam.

Do meu peso.

Meu cabelo que pode deixar de ser cacheado.

Meu rosto.

Marcas de espinha.

Dor no meu pé.

Tenho medo de fracassar.

Não ser ninguém.

Ser alguém que não me orgulho.

Ser o desejo de outra pessoa.

Tenho medo do vento forte me levar embora

Tenho medo que a falta de vento deixe o ar muito seco e me mate.

Tenho medo de morrer por uma doença rara.

Tenho medo de morrer por uma coisa boba.

Tenho medo de ter filhos que não me amem.

Tenho medo dos meus filhos me amarem e eu não conseguir amá-los de volta.

São muitos medos.

Medos iguais que mudam de perspectiva.

Medos as vezes tão íntimos que dão vergonha de falar em voz alta.

Mas medos.

E o maior deles.

Tenho medo que medo seja a única coisa que eu vá sentir na vida.

VERÕES JUVENIS E INVERNOS ANCIÃOS

É como olhar para o passado e sentir um grande pesar, sabe? Por vezes há aí uma nostalgia boa, claro, memórias que valem a pena visitar, que sempre nos arrancam alguns sorrisos. Mas há aí também locais sombrios, um momento demasiado nesta viagem e você pode acabar encontrando o que não queria. 

Lá estão todos eles, ela também está lá, em algum lugar, escondida em meio a lembranças de uma outrora radiante e feliz. O amor se perdeu por ali já faz algum tempo. Árdua missão esta, procura-lo novamente, ele chateou-se comigo, fui egoísta, é fui sim, o ciúmes me corroía, ela saía com outros, eu a esperava em casa, dois dias depois, ela regressava satisfeita, eu mal dormia, mas tentava contentar-me, sim, isto aqui não deveria ser um texto sobre ela, mais um, então deixe-me reformular.

Anseio por carinho, por atenção. Careço de um colo, de uma mão para segurar, de um corpo que me esquente nos dias tristes e que arranque de mim todo o torpor de madrugas embriagadas de paixão, de domingos preguiçosos, de sofá, lençol e série, de beijos de despedida eternos, de verões juvenis e invernos anciões. Escuta Caetano, Transa com certeza é o melhor disco, põe ele pra tocar, pode aumentar o volume, a trilha sonora da nossa primeira vez, ou quem sabe você não tenha um gosto melhor que o meu.

Eu quero descobrir os segredos de teu corpo, preencher os vazios de teus sábados e as alegrias dos Natais. Me mostra o teu mundo, me traga por completo, preenche essa minha vida sem graça com tua luz, me ensina o que a vida tem de melhor.

J.C. GONÇALVES