Tumgik
#conto dc
deepsixfanfic · 1 year
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PARTE I - A GAROTA
Miles não conheceu o mundo antes da infecção, mas havia lido livros o suficiente para imaginar como ele era. Era o que podia fazer para manter sua sanidade, depois de quinze anos vivendo com medo e fugindo. Ele sabia se virar o suficiente, havia sobrevivido sozinho por alguns anos depois que seus pais decidiram que cuidar de uma criança era trabalho demais em um mundo decadente. 
Mesmo assim, sabia que sem John Constantine, já teria sido morto há muito tempo. 
— É melhor segurar isso com força, ou vão facilmente tirar de você — o comentário do mais velho o fez apertar a pistola em suas mãos com força. — Não sabemos o que vamos encontrar aqui, então, por favor, fica atento. 
— Eu tô atento! — Miles sussurrou levemente alto. — Por que estamos aqui? Não parece ter comida. 
— Uma pessoa me chamou aqui, alguém que eu não vejo há anos. E se eu deixar ela na mão mais uma vez, ela vai cortar as minhas bolas — ele deu uma risada. 
— Precisa parar de irritar mulheres poderosas — Miles comentou, abrindo um dos armários no estreito corredor para procurar algo interessante. 
Mal teve tempo de piscar antes de ser empurrado para trás quando um chute acertou em cheio seu peito. O desespero do jovem aumentou quando não sentiu mais a arma em sua mão, e a pessoa acima dele a segurava na direção de sua testa. 
Era uma garota, não muito mais velha do que ele, cabelo castanho com mechas azuis espalhadas por ele e olhos azuis furiosos. Olhando para ela, só conseguia pensar que aquela era a melhor pessoa para tê-lo atacado neste momento. 
Até John literalmente acertar um chute tão forte nela, que a garota saiu voando para o fim do corredor. 
— O que estava dizendo? — Constantine o ajudou a se levantar e apontou seu rifle para ela. 
— Seu filho da puta! — a garota berrou, ignorando o fato de ter uma arma apontada para ela e correndo na direção dos dois. 
— Ela é maluca, legal — Miles comentou, fingindo não estar se escondendo atrás do seu mentor. 
John pareceu se divertir com a situação e abaixou sua arma, rapidamente desviando quando ela os alcançou e dando uma rasteira nela. A garota caiu com as costas no chão, fazendo um barulho que provavelmente foi ouvido em outros andares do prédio. 
— Não tenho tempo pra isso, pirralha — ele puxou sua pistola e apontou para ela, que agora estava parada, porém ainda com o mesmo nível de ódio. — Quem é você?
— Constantine? — outra voz ao fim do corredor chamou a atenção dos três. 
Uma mulher de cabelos curtos e cacheados apareceu. 
— Zed, querida, deveria ter me falado que tinha uma surpresa esperando por mim — John abriu espaço para que ela visse a adolescente no chão. 
— Como você saiu? — Zed gritou, parecendo mais do que surpresa em vê-la ali. 
— Pela ventilação, duh — a garota respondeu, e chutou a canela de John em seguida. 
— Sua desgraçada! — ele grunhiu de dor, mas a deixou passar para perto da outra mulher. — Ok, eu cheguei. O que você quer? Onde está a Zee?
Zed pareceu hesitar por um momento, olhando entre ele e a jovem ao seu lado.
— Esta é Zoe… Ela é filha da Zee. 
Um turbilhão de emoções passou pelo rosto de Constantine. Desde confusão até desespero. 
— Ela é…?
— Não! — Zed e Zoe responderam juntas, a mais velha completando. — Ela não é sua. 
— Ah, sim. Ok. Isso é ótimo, na verdade, porque já tenho bagagem o suficiente com aquele ali — ele apontou para Miles, que soltou um som indignado. 
— Zatanna morreu há alguns anos — ela continuou e, pela primeira vez, Miles viu a expressão despreocupada de John sumir. — Eu tenho cuidado da Zoe desde então, mas tenho muitas pessoas que dependem de mim para encontrar um local seguro. Eu conheço alguém no norte que vai poder ficar com ela e…
— Eu não sou seu garoto de entregas, Zed — Constantine virou as costas e simplesmente andou para a saída. 
Ela bufou, não parecendo surpresa com a reação e o seguiu, deixando Miles e Zoe sozinhos no corredor. 
— Hum… Posso ter minha arma de volta? — ele perguntou. 
— Você sabe usar isso? 
— É claro que sei usar! — ele desviou o olhar quando a ouviu dar uma risada. — Fica com ela, tanto faz. 
— Vou guardá-la com muito carinho — ela zombou, prendendo a pistola na cintura. — Vocês são caçadores de infectados?
— Não, somos sobreviventes. Por que você me atacou?
— Achei que eram invasores. Não costumo sair muito, a Zed acha perigoso — Zoe voltou para dentro do armário de onde havia saído, voltando com uma mochila grande nas costas. 
Ela parecia mesmo estar tentando fugir. 
— Pra onde ela quer que a gente te leve? 
— Acha que eu sei? Zed não me conta nada. Ela ficou puta comigo porque fugi há duas semanas — ela inconscientemente tocou em seu antebraço esquerdo, que estava coberto por sua jaqueta de couro. — Deve ser alguma base militar pra crianças desobedientes. 
— Não acho que isso exista. Se existisse, John já teria me deixado lá na primeira oportunidade — ele riu, sabendo não ser verdade, mas querendo deixar o clima leve. — Eu sou o Miles. 
A jovem ofereceu um aceno de cabeça como resposta, antes de se virar para onde Zed e John retornavam. 
— Ele concordou em te levar em segurança para o Norte. 
— Não preciso da droga de um velhote como segurança! — ela retrucou, e John deu uma risada. 
— Ela é uma merdinha, gosto dela — ele comentou. — Escuta, garota, a sua mãe foi alguém especial pra mim e é só por isso que vou te fazer esse favor. Se sair da linha, vou te usar como isca de infectado. 
— Adoraria ver você tentar — a audácia dela estava deixando Miles cada vez mais pasmo. 
— Ou podemos ter uma viagem em grupo agradável e sem agressões — ele sugeriu, recebendo olhares irritados de ambos. — Eu não quero morrer porque vocês são babacas. 
Constantine revirou os olhos e saiu sem se despedir de Zed. Zoe ficou para trás por alguns segundos a mais para falar com ela, e Miles deu o espaço necessário para deixá-las à vontade. Quando viu a jovem voltar, ela parecia menos segura de suas ações do que estava quando quase o matou. 
— Nunca esteve lá fora? Quero dizer, lá fora mesmo — ele perguntou. 
— Não. Você já? — ele assentiu, vendo os olhos dela se enxerem de curiosidade. — Ainda existem carros? 
— Sim. Nós temos um, mas precisamos parar fora da cidade para não atrair atenção. 
— Que maneiro — ela andou mais depressa, o puxando pelo casaco para que a acompanhasse. — Me conta mais sobre esses carros. 
E ele contou o que sabia, o que John havia lhe contado. Não era muito além do básico para controlar o veículo, mas foi o suficiente para mantê-la entretida por alguns minutos. 
Eles esperaram dentro de uma antiga loja de conveniência, onde Miles e Zoe puderam explorar enquanto John vigiava o lado de fora. Não havia nada de interessante lá, mas a antiga caixa registradora foi o suficiente para fazê-los soltar algumas risadas de vez em quando. 
Mesmo quase tendo sido morto mais cedo, Miles estava mais do que feliz em tê-la os acompanhando. Em sua vida, estava sempre cercado por adultos, nunca havia encontrado alguém da sua idade que estivesse vivo. Além disso, sentia que eles tinham muito em comum, que precisavam de momentos como aquele para continuar sobrevivendo. 
— Hora de ir — Constantine os interrompeu quando terminavam de montar uma torre de latas vazias. 
A noite sempre o deixava mais nervoso do que o normal. Era fácil se esconder dos soldados na escuridão, assim como outras coisas também poderiam estar à espreita nela. Ele se movia cautelosamente, Zoe sempre ao seu lado com sua mochila bem presa nas costas. 
Quando cruzaram os muros da cidade, Miles não sabia se sentia alívio ou paranoia, já que ali eram alvos extremamente fáceis para infectados. Pelo menos, não levariam um tiro. 
— Isso é tão legal! — Zoe comemorou e John quase a empurrou para trás para fechar sua boca. 
— Fica caladinha, querida, ou vai levar um tiro — ele alertou, apontando para as torres ao redor dos muros. 
Miles não conseguia emitir som algum durante momentos como este, então apenas os seguiu até que viu uma luz aparecendo em um dos cantos do muro. Antes que pudesse avisar os dois, estava sendo empurrado contra a parede por um soldado. 
— Parados! Quem são vocês? — o soldado apontava sua arma para ele, fazendo com que Zoe e John ficassem impotentes para atacá-lo. 
— Calma, amigo — Constantine abaixou seu rifle e se aproximou do chão. — Só estamos tentando sair, não estamos infectados. 
Como de costume, o soldado puxou o dispositivo para verificar se estavam dizendo a verdade e o pressionou contra o pescoço de Miles. A agulhada era dolorosa, porém ainda era melhor do que um tiro. A tela verde se iluminou e o soldado o deixou ir. Foi até John e também o espetou, recebendo mais uma confimação. 
Quando chegou a Zoe, no entanto, ela estava pálida e seus olhos se moviam freneticamente entre ele e Miles. Assim que teve o pescoço furado, ela devolveu a ação, esfaqueando o soldado em cheio na coxa e o fazendo soltar um grito de dor. 
Constantine rapidamente o jogou no chão e puxou sua arma, empurrando mais a faca de Zoe contra a coxa dele. 
— Por que você fez isso?! — Miles a puxou para longe da briga, que não parecia ir bem para o soldado. 
Foi quando ele viu o dispositivo caído aos pés dela e seus olhos se arregalaram. 
— Merda… — ele pegou o aparelho e começou a se afastar o mais rápido que pôde dela. — Merda, merda merda! 
— Miles, espera! — Zoe tentou ir atrás dele, mas o jovem apontou seu canivete para ela. — Eu posso explicar. 
— John! — ele gritou e o mais velho, que agora estava respirando de forma ofegante depois da briga vencida, olhou em sua direção. 
Miles apenas mostrou o aparelho, a luz vermelha brilhando forte na tela.
E temos o vencedor das votações!! Esse universo alternativo vai ser muito gostosinho de escrever, só espero não chorar no processo lol Devo fazer 3 partesd esse e seguir para o universo alternativo de A Múmia!! Espero que gostem :3
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strawmariee · 2 months
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Oi! Vi que esta tendo um machup event e quis participar, peço alguém de jjba porfavor
Eu tenho cabelo marrom com raccoon stripes (tipo os pelos de um guaxinim, meu cabelo é marrom e tem essas mechas laranjas :p) meus olhos são cor de mel, eu tenho sardas e tenho uma cicatriz na parte de cima do meu lábio esquerdo :p meus dentes são amarelos (uma insegurança minha tbm)
Eu sou bem agitada, tenho hiperatividade e ansiedade, as vezes me controlo por causa de remédio, mas enfim
Sou bisexual!
Gosto muito de jogos, metal, rock, anime, RPG, marvel, dc :D
Eu sou mestre em um RPG, e sou programadora :D
Se não quiser responder tudo bem :D
Oláaa anon, você foi a primeira a contratar meus serviços de cupido! Lendo suas características eu confesso que ao todo pensei em 4 combinações. No entanto, em minha opinião, a melhor escolha foi...
Joseph Joestar!!
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Ele foi a minha segunda escolha para seu par, no entanto, depois de ler suas características eu tinha que escolher ele!
Ele com certeza te chamaria de guaxinim por causa do seu cabelo e, em qualquer momento que pudesse, ele ficaria enrolando sua mecha em seu dedo!
Não estranhe se algum dia você acordar com uma máscara preta em seus olhos e ver Joseph te encarando com um sorrisinho diabólico e segurando uma câmera.
Ele com certeza faz isso pra te provocar, mas essa é apenas a linguagem de amor dele.
Isso é segredo mas ele guardaria essa foto na carteira dele para ele sempre ver seu rostinho quando sentisse sua falta—
Se caso algum dia você falasse pra ele sobre a sua insegurança com seus dentes, ele apenas te responderia com algum elogio, sabe? Esse foi o diálogo que pensei: "Sabe Jojo, eu não gosto dos meus dentes, eles são tão feios e—" "E daí? Você ainda continua sendo uma puta de uma gostosa, minha tchutchuquinha." "...Por que eu ainda conto essas coisas pra você?"
Mas apesar de ele ser um completo idiota de 1,95 cm, ele também pode ser sério quando precisa ser.
Um exemplo é nos momentos em que você se sentir mal ou ansiosa. Eu imagino que ele ficaria preocupado e tentaria fazer alguma palhaçada pra você rir ou se animar um pouco.
Mas caso isso não resolvesse, ele apenas te abraçaria e te aqueceria entre os braços dele, como se os usasse de escudo pra te proteger das crueldades do mundo.
Acho que seria um dos poucos momentos em que ele ficaria quieto, para caso você quisesse desabafar com ele. Mas se você não quisesse, ele só ficaria acariciando seus cabelos enquanto apoia o queixo no topo de sua cabeça.
Em uma modern AU, você dois veriam filmes ou leriam quadrinhos da DC ou Marvel juntos, afinal, ele também tem esse lado nerd e ele adoraria o fato de você ter também!
Pros eventos de animes vocês iriam com fantasias dos seus heróis favoritos, e nada me tira da cabeça que ele iria ou de Super-Homem ou Homem de Ferro!
Ele com certeza também gostaria de ouvir rock com você! (Só cuidado se tocar alguma música da banda ACDC ou The Cars)
Você é uma mestre no RPG? Joseph com certeza burlaria isso! Sabemos que ele tem algumas cartas nas mangas quando luta com inimigos, e isso não é diferente nos jogos!
Ele com certeza esconderia peças, cartas e manipularia o jogo ao favor dele, e com certeza ele teria um sorriso do tipo "Haha, esse jogo já está no papo."
E quando ele descobrisse que você é programadora, ele com certeza se aproveitaria disso. Como? Ele te pediria pra programar alguma coisa no computador do Caesar, algo pra zoar com a cara dele.
Eu não sei se isso é possível pois meu conhecimento pra programação é nulo, mas só imaginei em um belo dia o Caesar indo abrir seu notebook pra fazer algum trabalho e no momento que o computador liga uma voz diz "IH, alá o gay!!".
A cara do Caesar seria impagável, e se Joseph visse ele com certeza já estaria montando o casamento de vocês porque, a partir daquele momento, você já foi considerada sua parceira de crime pelo resto da vida.
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cheiadastoria · 11 months
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             ˗ˏˋ 𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄𝐒𝐒
                                          𝑜𝑓 ℎ𝑒𝑎𝑟𝑡𝑠 ! ´ˎ˗
( 𝑐𝑎𝑚𝑖𝑙𝑙𝑒 𝑟𝑎𝑧𝑎𝑡 ) – Por Glinda e sua varinha mágica! Olha só se não é 𝐀𝐒𝐓𝐎𝐑𝐈𝐀 𝐎𝐅 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐒 caminhando pelos corredores da 𝐓𝐎𝐑𝐑𝐄 𝐃𝐎𝐒 𝐏𝐄𝐒𝐀𝐃𝐄𝐋𝐎𝐒! Por ser filha de 𝐀 𝐑𝐀𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐄 𝐕𝐀𝐋𝐄𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐂𝐎𝐏𝐀𝐒, é previsto que ela deseje seguir caminhos parecidos com o dos pais. Ao menos, é o que se espera de alguém com 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐒𝐄𝐓𝐄 𝐀𝐍𝐎𝐒 mas primeiro ela precisará concluir o 𝐌𝐎𝐃𝐔𝐋𝐎 𝐈𝐈𝐈 (vilões), para depois se assemelhar como um conto de fadas.
𝐁𝐀𝐒𝐈𝐂𝐒 … 𝐅𝐔𝐋𝐋 𝐍𝐀𝐌𝐄: astoria of hearts 𝐍𝐈𝐂𝐊𝐍𝐀𝐌𝐄(𝐒): asta, tory 𝐁𝐈𝐑𝐓𝐇 𝐃𝐀𝐓𝐄: dois de novembro. 𝐀𝐆𝐄: vinte e sete anos. 𝐒𝐄𝐗𝐔𝐀𝐋 𝐎𝐑𝐈𝐄𝐍𝐓𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍: bissexual 𝐏𝐀𝐑𝐄𝐍𝐓𝐒: iracebeth of crims, the queen of hearts, ilosovic stayne, the knight of hearts 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐎: coração do mar — a bruxa milenar 𝐌𝐔𝐒𝐄&𝐈𝐍𝐒𝐏𝐎: jacks (caraval series), harley quinn (DC), cupid (roman myths), ursula (a pequena sereia), agatha (the school of good and evil), jonathan carnahan (the mummy), edna (os incriveis), regina mills (once upon a time), satine (moulin rouge)
𝐏𝐋𝐀𝐘𝐋𝐈𝐒𝐓 . 𝐏𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑𝐄𝐒𝐓 . 𝐖𝐀𝐍𝐓𝐄𝐃 𝐂𝐎𝐍𝐍𝐄𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍𝐒
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𝐑𝐄𝐒𝐔𝐌𝐄…
filha da rainha de copas e do seu antigo mão direita, o valete, stayne, asta cresceu em meio as paranoias e ressentimentos da mãe e um pai ausente, quando asta passou a mostrar seu talento em controlar o amor, a rainha morreu de inveja e a baniu a própria filha de sua corte, asta se acostumou a ser sozinha, mas passou a fazer barganhas, trazendo seu amor de volta em sete dias por um precinho camarada, a garota tinha encontrado a felicidade em sua corte dos corações partidos até descobrir sua maldição: se desse seu beijo de amor verdadeiro, perderia seus poderes e morreria lentamente !! tremerra foi sua luz no fim do túnel, acreditando que poderia reescrever seu final ao assinar seu nome no livro dos eternos, mas a realidade é que nem nessa vida e nem da próxima sua história vai terminar com um final feliz. irônico e poeticamente cruel, a princesa de copas termina sem amor e completamente sozinha.
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𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐋𝐈𝐓𝐘…
à primeira vista, ela pode parecer uma jovem despreocupada, indiferente às opiniões alheias, mas a verdade é que ela se importa, e muito, com sua reputação, mesmo que seu comportamento frio e desapegado possa sugerir o contrário !! ela é conhecida como uma encantadora, capaz de derreter corações com um simples olhar, mas seu verdadeiro poder, é na verdade, o de destruir os sonhos, afinal, sua mágica não é duradoura e onde havia esperança e amor, resta apenas os cacos de um coração desafortunado. a magia a presenteou com dons como obsessão, luxúria, posse e desejo, mas amor?! ah, o amor é algo que a assombra. se por acaso esse sentimento tão poderoso a tocar, ela se torna vulnerável e mortal. asta é um enigma irresistível, uma mistura explosiva de sedução e perigo, capaz de domar corações, mas com o dom de quebrar corações mais rápido do que os conserta.
+ encantadora, influente, poderosa.
— cruel, desiludida, solitária.
𝐃𝐀𝐄𝐌𝐎𝐍…
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quando assinou seu nome no livro, asta recebeu um ovo de dragão, a mesma que dera a sua mãe seu antigo daemon, jabberwock. os olhos foram a primeira coisa a chamar atenção da princesa, no entanto, no lugar de chamas flamejantes do jabberwock, haviam um par de rubis cor de rosa cintilantes e por isso, ela batizou o dragão, de 𝐦𝐲𝐫𝐭𝐥𝐞. as escamas brilhantes mesclavam o rosa vibrante com um vermelho assustador. quando aprendera a lançar fogo, nada mais natural que as chamas adotassem a cor rosa alaranjada, que enche o céu como se fosse um fim de tarde, fazendo as chamas dançarem no ar, carregando consigo a fragrância do medo, envolvendo tudo em seu caminho com uma névoa mística
𝐏𝐎𝐖𝐄𝐑…
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como a princesa de copas, o poder da hearts é diretamente ligado aos corações alheios, podendo assim manipular o amor, adulterando batimentos cardíacos e os hormônios como endorfina, ocitocina que pode fazer a pessoa se sentir apaixonada como uma poção do amor.
caso a pessoa atingida pelos poderes da princesa de copas nutra fortes sentimentos negativos pelo alvo, os efeitos colaterais são imprevisíveis, para dizer o mínimo, devido a intensidade do sentimento pré-existente, é possível que o sentimento criado se transforme em algo tóxico, doloroso que eventualmente poderá levar a morte ou a uma magia negra ainda mais terrível.
asta pode criar a sensação de paixão, amores passageiros, mas não o amor verdadeiro, caso a pessoa saiba aproveitar a brecha e criar memórias duradouras, a paixonite pode se transformar em algo real, caso contrário, os efeitos do poder desaparecerão em dias, ou poucas semanas.
o amor é para todos, menos para a hearts, que está fadada a perder seus poderes e sua vida caso beije alguém que ame verdadeiramente, conforme se apaixona, os efeitos devastadores da maldição se espalham, fazendo com que a garota comece a morrer antes mesmo de selar os lábios com seu amor verdadeiro, o beijo, no entanto, selará o seu destino e a perda de seus poderes.
𝐇𝐄𝐀𝐃𝐂𝐀𝐍𝐍𝐎𝐍𝐒…
o perfume da princesa de copas é uma mistura de rosas com maçã bem vermelhas, uma fragrância alegre, suculenta e muito feminina, como uma calda de maçã do amor com caramelo, flores e doces.
astoria é muito habilidosa com adagas, possui uma com lámidas afiadas e adornadas com diamantes rosas e rúbis vermelhos cor de sangue, mas possui um kit sem adornos e pequenas que utiliza para lançar como dardos. está sempre treinando e utiliza suas habilidades de atiradora de adagas como parte de seu estilo de luta único, combinando graça e perigo em cada movimento.
como era de se esperar, adoro jogos, principalmente de cartas como poquer, vinte um, carteado em geral, está sempre montando castelos de cartas distraidamente, traços que trouxe do seu tempo de banimento na terra natal.
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emelsx · 9 months
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Por Glinda e sua varinha mágica !! Olha só se não é 𝐄𝐌𝐄𝐋 𝐊𝐀𝐑𝐀𝐍𝐋𝐈𝐊 caminhando pelos corredores da 𝐓𝐎𝐑𝐑𝐄 𝐃𝐎𝐒 𝐏𝐄𝐒𝐀𝐃𝐄𝐋𝐎𝐒. Por ser filha de 𝐁𝐑𝐄𝐔, é previsto que ela deseje seguir caminhos parecidos com os do pai. Ao menos, é o que se espera de alguém com 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐎𝐈𝐓𝐎 𝐀𝐍𝐎𝐒, mas primeiro ela precisará concluir o 𝐌𝐎𝐃𝐔𝐋𝐎 𝐈𝐈𝐈, para depois se assemelhar como um conto de fadas.
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FC: Melisa Pamuk
Skeleton: Os Bárbaros, como Sienna, a solidão
Poder: Manipulação da realidade — Emel é capaz de prender suas vítimas em uma realidade alternativa, onde lhes coloca em um pesadelo real. Para fazê-lo, precisa se concentrar; sua fraqueza é estar em um ambiente muito movimentado, e alguém atrapalhá-la. Quando executado com precisão, seu poder consegue projetar criaturas noturnas, feitas de areia negra, que irão assustar a vítima, mas não irão machucá-las de verdade — isso é, se não morrerem de susto antes...
Inspirações: The Enchantress (Suicide Squad), Yennefer (The Witcher), Morpheus (Sandman), Loki (Marvel), Morticia (Addams Family), Michael Langdon (AHS), Raven (DC)
Conexões & Pinterest & Playlist
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જ⁀☾ Para conferir a biografia completa, e também saber mais sobre seu Daemon, clique AQUI.
Resumo: Breu escondeu sua filha por muitos anos; a tal "filha" foi criada por um espírito do mundo dos pesadelos que possuiu o corpo de uma moça de um vilarejo da floresta encantada, quando ela era criança, dando origem a Emel. A garota cresceu treinando seus poderes e comportamentos sob a orientação de Breu, treinando para seu verdadeiro propósito. Porém ao entrar em Tremerra, deixou a criação do mal um pouco de lado. Agora, Emel está mais preocupada em manter sua popularidade e reputação na academia, onde a missão de vida parece menos importante do que seu status. Ela gosta de trabalhar em sua popularidade e de se envolver romanticamente para depois quebrar corações.
Em relação a pesadelos, consegue ser pior do que o pai, seus poderes fazem com que suas vítimas tenham sonhos horríveis durante o dia, vivendo em uma realidade alternativa. A ideia final de seu pai é que haja dois bicho-papões, um no mundo dos sonhos e outro na terra, para tirar a paz das pessoas quando menos esperam. Emel é a favor dessa ideia, pois acredita que isso aumentaria sua popularidade. No entanto, o Livro dos Eternos tem outros planos para ela.
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katvnawins · 3 months
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ei, aquela ali é [MINATOZAKI SANA]?     não, é só [TATSU YAMASHIRO "KATANA"]
Conto: DC Comics
Pronomes: ela/dela
Idade: 27 anos
Tempo em Aspen Cove: Dois anos
Ocupação: Professora de defesa pessoal na Fast Pace Gym
Pontos positivos: justa, confiável, inteligente, corajosa, destemida, leal
Pontos negativos: fechada, insociável, desconfiada, vingativa, perigosa, rancorosa, implacável
Sexualidade: Bissexual
Headcannons
Nas memórias falsas, Tatsu não se lembra do marido ou das filhas, ela jamais se casou em Aspen Cove, mas sente uma tristeza que não compartilha com os outros, como se estivesse faltando alguém e sua vida e essa pessoa tivesse partido de maneira trágica
Aprendeu artes marciais quando ainda era criança e se aperfeiçoou mais ainda com o passar do tempo
Soultaker, está pendurada na parede de seu apartamento, sequer sabe do que a espada é capaz e muito menos que é sua melhor arma. Ainda que pense escutar vozes vinda da espada.
Para ela, é filha de japoneses que vieram aos Estados Unidos para melhorar de vida e conseguiram isso com restaurantes japoneses. Mas como Tatsu nunca mostrou muita vontade para trabalhar com isso, foi morar sozinha em Aspen Cove e se tornou professora de defesa pessoal.
*hcs em construção*
Habilidades: mestre em combate corpo a corpo, mestre espadachim (mesmo que raramente lute com armas durante suas aulas), especialista com facas, poliglota (fala japonês fluentemente, assim como mandarim)
Tem as memórias? Não
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justiceguardians · 5 months
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A pergunta é pro dono ou dona desse tumblr, gostaria de saber tem fanfic dos seus personagens ou se vai escrever uma fanfic deles que nem os outros daqui?
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Não estava esperando uma pergunta pra mim kkkkk Mas enfim, vamos lá.
Pra ser sincera, no início, eu quis fazer uma fanfic sim, não só pros meus personagens da DC, como também pros meus da Marvel e, futuramente, juntar as duas histórias. Lembro que eu tinha comentado com alguém, mas não lembro com quem, pois já faz muito tempo. kkkkk
Eu escrevo fanfics também, amo muito, é um hobby que faz bem pro meu coração. 🥰
Mas, até esse momento, não tenho nenhuma fanfic planejada pra DC ou Marvel. Quem sabe eu não faça um conto ou outro pros personagens? É algo que posso deixar pra ver no futuro.
Por enquanto, os temas que escrevo são sobre Fairy Tail e League of Legends, que não tem relação alguma com DC ou Marvel. 😅
Acho que é isso.
Se quiserem, podem me perguntar mais coisas.
Até mais! 😊
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luwritescoisas · 8 months
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So I got ten minutes to be all or nothing
To whoever wants to hear
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olá, querido leitor. bem-vindo ao meu tumblr!
sou nalu, tenho 20 anos e escrevo coisas (ou acho que escrevo). gosto de bastante coisa, entre elas:
Percy Jackson & Os Olimpianos
Stranger Things
Stephen King
Hades Game
Neil Gaiman (Coraline, Sandman e etc.)
DC Comics
Taylor Swift
aceito ideias para escrever coisas, então sinta-se a vontade para me mandar alguma coisa. geralmente escrevo coisas que circundam personagens originais.
obrigada por estar aqui :)
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- - - Masterlist - - -
Hades (2018)
the night comes down like heaven ;; Zagreus x fem!oc
Percy Jackson
maremotos ;; percy jackson x fem!oc
Originais
delírio ;; conto/songfic
aparição ;; conto/crônica
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Personagens Originais
Eu costumo entrar em RPGs e escrever turnos de desenvolvimento para meus personagens. Como acho que alguns ficam bem escritos e não deveriam ser deixados na gaveta, resolvi postá-los aqui!
Gwen Whitlaw
Caçadores, serpentes e raposas
Disruptiva, desconectada, desesperada
Echoes of eternity
Welcome to the playground
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créditos divisórias:
@cafekitsune
@hitobaby
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ferro5 · 2 years
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Quando il Principe Antonio de Curtis umiliò Oscar Luigi Scalfaro, 1950
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Io sono un uomo all'antica, appartengo al secolo scorso, anzi, che dico, al secolo delle crociate.
Il mondo moderno, il mondo di oggi, per me non c'è, non esiste, non lo vedo, non mi piace. Detesto tutto di esso: la fretta, il frastuono, l'ossessione, la volgarità, l'arrivismo, la frenesia, le brutte maniere, la mancanza di rispetto per le tradizioni, le stupide scoperte.
Per questo vivo per conto mio, in un mondo mio, da isolato, un mondo per bene.
Lavoro, torno a casa e mi chiudo qui dentro.
Sono pessimista, solitario, alieno dalla mondanità, odio i rumori e mi piace parlare poco ...
• Principe Antonio Focas Flavio Comneno de Curtis
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Le parole di Antonio de Curtis seguono il fil rouge del disobbediente che non accetta mai di omologarsi al solipsismo degli uomini ed alla “malacreanza” ed emblematico è l’episodio che sto per raccontarvi.
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Il 21 luglio del 1950 tre parlamentari democristiani stanno pranzando al Ristorante “da Chiarina”, in Via della Vite, nel cuore di Roma.
I loro nomi sono: Oscar Luigi Scalfaro, Vittoria Titomanlio e Umberto Sampietro.
Ad un tratto, durante il pranzo, gli occhi di Scalfaro si posano sulle spalle di una giovane e bella signora, seduta ad un tavolo accanto al suo, che, per il gran caldo, aveva spostato il bolerino a fiorellini verdi e rossi lasciando le spalle parzialmente scoperte.
A questa visione, del tutto normale anche in quegli anni e che, ai più, risulterebbe piacevole, Oscar Luigi Scalfaro, invece, reagisce in modo inatteso e quanto mai violento, oltre che estremamente volgare.
Infatti il deputato DC si alza ed inizia ad apostrofare in malo modo la signora che, a suo dire, dava scandalo (!).
Alcuni testimoni del fatto “increscioso” riferiscono che Scalfaro si spinse anche ad alzare le mani sulla distinta signora ma ciò che è certo è che inizia ad inveire contro di lei dicendo: “Non si vergogna ?” e ancora “è uno schifo ! E’ vomitevole ! Lei manca di rispetto alle donne presenti, così vestita è una donna disonesta, lei è una bestia !”.
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La signora insultata è Edith Mingoni Toussan, figlia e moglie di due ufficiali dell’Aeronautica: Colonnello il padre, Capitano il marito e perdipiù è anche una militante missina.
Non se ne sta certo zitta, calmissima, non fa una piega e replica a Scalfaro dicendogli che è meglio che pensi piuttosto ai poveri delle borgate romane e annuncia querela.
La vicenda, divenuta nota con il nome di “scandalo del prendisole”, rimbalza subito sugli organi di stampa che da sinistra e da destra attaccano il “politico bacchettone” che, intanto, riceve anche tre cartelli di sfida a duello e, segnatamente, dal padre della signora insultata, dal marito, che, come nei migliori racconti romantici, si chiama Aramis e dalla stessa vittima che, tra l’altro, è un’ottima schermitrice.
Scalfaro, però, rifiuta di battersi non perché lo vieta la legge ma, a suo dire, perché la sua fede di cristiano gli impedisce di battersi, affermazioni che generarono disgusto generale da parte di tutti i gentiluomini in circolazione e grandi battute umoristiche sulla stampa di opposizione.
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E’ in questo momento che interviene il Principe de Curtis che scrive una lettera asciutta ma palesemente accusatoria di codardia ad Oscar Luigi Scalfaro che, tra l’altro, ha anche il titolo nobiliare di barone, del seguente letterale tenore:
Ho appreso dai giornali che Ella ha respinto la sfida a duello inviataLe dal padre della signora Toussan, in seguito agli incidenti a Lei noti.
La motivazione del rifiuto di battersi da Lei adottata, cioè quella dei principi cristiani, ammetterà che è speciosa e non fondata: il sentimento Cristiano, prima di essere da Lei invocato, per sottrarsi ad un dovere che è un patrimonio comune di tutti i gentiluomini, avrebbe dovuto impedire, a Lei e a Suoi Amici di fare apprezzamenti in un pubblico locale sulla persona di una Signora rispettabilissima.
Abusi del genere comportano l’obbligo di assumerne le conseguenze, specialmente per uomini responsabili, i quali hanno la discutibile prerogativa di essere segnalati all’attenzione pubblica, per ogni loro atto.
Non si pretende da Lei, dopo il rifiuto di battersi, una maggiore sensibilità per ciò che è avvenuto, ma si ha il diritto di esigere che in incidenti del genere, le persone alle quali il sentimento della responsabilità morale e cavalleresca è ignoto, abbiano almeno il pudore di sottrarsi al giudizio degli uomini, ai quali questi sentimenti e il coraggio civile dicono ancora qualcosa.
• Principe Antonio Focas Flavio Comneno de Curtis
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Oscar Luigi Scalfaro non risponde alla lettera inviatagli dal Principe ma, come tutti coloro che non conoscono il significato della parola onore, trova metodi indiretti ed oscuri per ottenere la propria “vendetta”.
Intanto la questione, dopo i lazzi dei giornali, finisce in Parlamento con una serie di interrogazioni.
Il Presidente del Consiglio Alcide De Gasperi imbarazzatissimo si lascia scappare un “... qui rischiamo il ridicolo”.
Ma il barone Scalfaro non demorde e, a novembre, alla Camera partirà la sua crociata contro le donne che si espongono senza pudore (!).
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Nel 1954 Oscar Luigi Scalfaro subentra a Giulio Andreotti nell’incarico ministeriale di controllo del cinema e dello spettacolo, cosiddetta “commissione censura” e, dopo il divieto ai minori di 16 e 18 anni e l’esclusione di film dal circuito del “Centro Cattolico Cinematografico”, arriva anche il divieto ai minori di 14 anni.
Ed ecco che si presenta l’occasione per “far scontare” a Totó quella lettera, intanto passata alla storia e, secondo lo storico del cinema Alberto Anile, Scalfaro ha ancora “il dente avvelenato” a seguito di quella pubblica umiliazione essendo stata, la lettera, pubblicata sui giornali dell’epoca.
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Il critico cinematografico Ranieri Polese scriverà: “… i guai di Totò si moltiplicano.
Si creano problemi per “I soliti ignoti” (titolo originario bocciato, “Le madame”), per “I due marescialli” e per “Chi si ferma è perduto”. Prevedibili difficoltà incontra “Arrangiatevi !” girato in una ex casa di tolleranza.
Ma l’episodio più bizzarro tocca a “Totò, Peppino e la dolce vita” del 1961 che sconta gli ultimi rigori della vecchia legge e le vendette dei censori che nulla avevano potuto fare contro il quasi omonimo film di Fellini.
Cadono fotogrammi di feste, si cancellano battute sui ministri che deviano l’autostrada per contentare i propri elettori, si cassano allusioni alle ‘polverine’, i giochi di parole con i Proci.
Insomma, un’ecatombe !”.
*Valentina Carnielli
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Lo “scandalo del prendisole” ebbe così tanta risonanza che Federico Fellini ne parlerà in un episodio di “Boccaccio 70”.
(Suggerito da Manolo Nispi )
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serenatadeamor · 2 years
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Serena Atlântica Triton é a quarta filha de Eric e Ariel, do conto da Pequena Sereia, e possuí 24 anos. Está aprimorando suas habilidades de grito sônico no módulo II na Academia dos Legados, e apesar do dinheiro incalculável que a família detém, ela pode ser encontrada trabalhando como assistente pessoal do Feiticeiro e Conselheira em ascensão. Ficou terrivelmente abalada com o exílio do pai, a quem considerava seu herói particular, e desde então tornou-se mais desconfiada com legados do Castigo. Costuma ser uma pessoa organizada, carismática e leal, contudo, pode apresentar traços de rancor e egoísmo ocasionalmente.
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              𝘱𝘪𝘯𝘵𝘦𝘳𝘦𝘴𝘵  🔱  𝘦𝘹𝘵𝘳𝘢𝘴  🔱  𝘥𝘦𝘷𝘦𝘭𝘰𝘱𝘮𝘦𝘯𝘵
acesse o readmore para saber mais e descobrir as conexões da Serena.
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❛ 。 ゜ RESUME
Apesar de crescer sob os pilares de igualdade e justiça, e se envolver em diversas causas que pudessem melhorar as condições de vida de legados do Castigo, desde o exílio de seu pai Serena vem mudando suas atitudes. Tornou-se arrogante e preconceituosa para com os filhos de vilões, acreditando que já não merecem estar na Academia e nem mesmo em Arthurian! Ela pensa que Eric acabou sendo enganado por Hook, e que eventualmente isso pode acontecer com qualquer pessoa que confie naqueles que vêm da Cidade de Baixo. Hoje, trabalha como assistente pessoal do Feiticeiro, e se antes levantava pautas pedindo igualdade para o Castigo, agora ela deseja que tudo continue como está. Ou até pior, para eles.
Inspos: em breve
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❛ 。 ゜ POWER
Grito sônico: Ariel não é a única da família com habilidades mágicas em suas cordas vocais, e Serena foi abençoada com algo similar ao ter tocado a Excalibur. Pode não cantar lindamente como a mãe, mas é capaz de emitir gritos com alta amplitude sonora. Os gritos causam, em suma, a necessidade de tapar os ouvidos, mas não se limitam a isso. Atlântica é capaz de emitir sons tão altos, e fortes, que concentrada pode causar hemorragias em seus alvos, impacta-los para longe e, em casos mais graves, destruir matérias.
Inspos: Canário Negro (dc comics); Lydia Martin (teen wolf); Sereia Negra (arrow); Namida Suzumeno (naruto next generations);
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❛ 。 ゜ some of my most wanted connections
OATH (CHER LLOYD): muse é seu amigo de infância por quem ela vive e morre, contrariando qualquer limite de lealdade que se pode supor entre dois indivíduos. Juntos viveram aventuras que lhe renderam ótimas histórias, mesmo que nem todas tenham acabado de forma positiva, mas o mais importante é que nada fica entre eles. uma inspo e mais uma. [ F / M - open + arthurian + @ ]
OPOSTOS POLARES: Ela é de arthurian enquanto, a outra pessoa, do Castigo, e eles definitivamente não deveriam funcionar, mas funcionam. Foram colocados juntos em uma tarefa de classe e tem sido inseparáveis ​​desde então, isso até o exposed do Eric abalar a amizade e Serena direcionar desconfiança e comentários ácidos para muse. uma inspo e mais uma. [ F / M - open + castigo + @ ]
PRIMEIRO CRUSH: Não é novidade que Serena se apaixona à cada esquina, mas com muse foi diferente. Ele foi seu primeiro crush, quando ainda era uma adolescente. Eles fugiam no meio da noite para conversar no telhado, sentavam no sofá da janela da sacada conversando por horas, rindo e rindo juntos enquanto o tempo voava. Já mataram aula para ir a um café local e pedir milkshakes. E quando muse arrumou um parceiro romântico, a Triton se tornou incrivelmente ciumento o tempo todo, mas de maneira saudável. Imagine todos os flashbacks fofos e cânones!! uma inspo aqui. [ M - open + arthurian + @ ]
EXES: muse pensava que era hora deles se casarem, afinal, haviam namorado por um bom tempo, mas a verdade é que embora Serena ama a ideia do amor, ela também morre de medo de relações sérias demais, e os pensamentos sobre viver com outra pessoa, sair da casa dos pais, deixar de ver os irmãos com tanta frequência e se tornar uma senhora a fizeram dizer não.  [ M - open + @ ]
EXES QUE AINDA TEM SENTIMENTO: É um término recente, e eles acabaram em maus termos mas ainda existe sentimento, e tudo o que eu posso oferecer de inspo é esse musing aqui.  [ M - open + @ ]
MEU CUPIDO É GARI: muse costumava ser um crush de Serena antes do exposed do pai, eles podem ter trocado alguns amassos ou não ser nada recíproco. Mas depois do exílio de Eric essa pessoa passou a irritá-la somente por respirar, justamente por ela não saber lidar com os sentimentos dúbios que surgem. inspo aqui.  [ M - open + castigo + @ ]
AMOR NÃO CORRESPONDIDO: Na cabeça de Serena eles se casariam e viveriam felizes para sempre, então foi um baque e tanto quando ele contou que não sentia nada por ela. inspo aqui. [ M - open + @ ]
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shield-o-futuro · 2 years
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Postando uma coisa aleatória da DC só porque hoje mais cedo eu estava pensando nesse quadrinho e em como essa cena aqui serviria para a primeira vez que a Scarlett e a Anya se encontram com a Alex e a Maci ashuashasuhuas
A Scar e a Alex se encarando, querendo se matar com o olhar enquanto a Anya e a Maci se apresentam e viram amigas. Eu realmente acho que a Anya e a Maci se dariam muito bem e provavelmente podem virar melhores amigas num futuro proximo 👀 vamos ver se eu posto alguns contos delas sahasuhasuhuas
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starstruckrps · 1 year
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Oi gente!! Boa noite a todos! Então, eu acho que a página de trabalhos passados está quase terminada. Lembrando que adicionei os que estão nesse último app count! Gostaria que vocês dessem uma olhada pra ver se não tem nada faltando. Comuniquei alguns players no chat sobre uns problemas e estou aguardando as respostas, mas aqui vai alguns avisos:
Gostaria que vocês dessem uma olhada se está tudo certo. Posso ter deixado algo passar, ou repeti nomes, ou coloquei em um lugar errado! Também posso ter me confundido nas séries e nos filmes e trocado os tópicos. Podem me alertar até mesmo sobre o html se estiver fora do padrão, agradeço muito!!
Criei um tópico para "livros" enquanto eu estava fazendo a página. Se alguém quiser ser escritor, tá aí a chance!
Eu ainda não coloquei as dublagens de jogos. Estou esperando a resposta dos outros moderadores sobre colocar ou não na mesma parte de séries ou fazer um tópico novo.
Vamos manter filmes/séries de super-heróis da DC e da Marvel, e filmes/séries baseados em contos sem paródias, a não ser os subtítulos de Batman e Homem-Aranha que criamos na central.
Acho que é só isso, e você também estão livres pra adicionar seu personagem em algum filme, série, desenho, anime, etc que os players criaram para a página! Só chegar no chat e dizer "Oi mod, pode adicionar Fulaninho de Tal no Trabalho X, interpretando papel Y?"
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É isso! Agora estou indo pro chat e para as asks!
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maiconcmuller · 2 years
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RAONI E SUA BUSCA POR UM GUERREIRO
Um conto por Maicon Carlos Muller Rosa.
12/10/2022.
Raoni, nasceu ano de 1.340 DC, e vivia em algum local próximo ao litoral do Oceano Atlântico, no continente Sul Americano.
Pertencia a uma comunidade indígena dos Carijós, um povo gentil e antigo que vivia há incontáveis séculos por aquela região. Naquela época, os Carijós eram em torno de 15.000 pessoas, espalhadas em 14 comunidades principais, e diversas outras menores. Raoni pertencia a uma das 14 comunidades, a Tribo dos Ubiratan, que ficava próxima ao litoral, mas na parte baixa de uma grande cadeia de montanhas, que precedia um planalto. Os Ubiratan eram em torno de 800 indígenas.
Nos Carijós, existiam 4 repartições sociais básicas:
⦁ Caciques ou xamãs, que eram pessoas que administravam, julgavam e ditavam leis dentro da comunidade. Também interpretavam sinais divinos e comunicavam diretamente com os Deuses. Por fim, eram os responsáveis pela medicina do povo. Era permitindo terem filhos somente entre eles ou com os guerreiros ou caçadores.
⦁ Guerreiros ou caçadores, pessoas que em tempos de paz eram responsáveis pela caça, pesca e vigia da comunidade Carijó. Eram os responsáveis também pela navegação pela costa em tempos de paz, nenhum Carijó poderia navegar pela costa sem um Guerreiro junto. Eram os líderes de todos os indígenas Carijós da comunidade em tempos de guerra, realizando os treinamentos e liderando-os em batalhas. Era permitido terem filhos com qualquer das classes, com exceção dos lavradores.
⦁ Artesãos ou construtores, responsáveis por construir e manter as estruturas das aldeias, artefatos e utensílios. Era também a classe que auxiliava os caciques em suas tarefas de administração. Poderiam ter filhos somente entre si, com guerreiros ou lavradores.
⦁ Lavradores, eram a imensa maioria da população da aldeia, em torno de 80% dela. Eram responsáveis pelas plantações, manter a limpeza das aldeias, auxiliar os artesãos, enfim, todas as tarefas que não eram submetidas às demais classes. Era permitido terem filhos somente entre si ou com as artesãos.
Raoni era filho de Nadi (lavradora) e Yakecan (guerreiro). Por ser fruto de um amor proibido, foi aplicado a seus pais a regra que se aplica a todos que “misturavam” as classes: todos se tornaram lavradores por decisão dos Caciques. Assim, considerando que a classe do pai passava para os filhos, todos descendentes de Yakecan seriam lavradores, inclusive seu filho Raoni.
Yakecan era um grande guerreiro, tido como um dos melhores dos Ubiratan, seus feitos em batalha eram constantemente lembrados por seus companheiros. Em que pese os grandes feitos em batalhas anteriormente realizados por Yakecan, o mesmo aceitou passivamente a decisão, pois sabia das regras quando se apaixonou por Nadi, e não queria abrir mão daquela que era o amor da sua vida.
Contudo, quando Raoni tinha 8 anos de idade, houve uma grande guerra entre os Carijós e os Potiguara, que viviam mais ao Norte. Algo relacionado a um acidente de caçada, onde um Potiguara acidentalmente flechou e matou um Carijó, mas que tomou proporções enormes por ser um descendente da classe dos Caciques.
Após reunião dos caciques das 14 comunidades, todos os homens de todas as tribos Carijós em condições de luta foram convocados para guerra e seriam liderados por seus guerreiros.
Yakecan, que já estava na classe dos lavradores, foi convocado, e partiu rumo ao norte, juntamente com seus confrades. Como a guerra iniciou, terminou: após cerca de 5 meses, sem alteração de território ou grandes baixas. Estes conflitos não eram incomuns dentre os indígenas, e eram muitas vezes somente para provar a bravura do povo e de seus homens, e não eram levados até as últimas consequências entre os povos.
Mas, próximo ao término da guerra, Yakecan foi ferido no abdômen por uma lança de um Potiguara, já quando tinham ordens para recuar e se retiravam de um cerco que fizeram a uma aldeia Potiguara cerca de 12 Km ao norte das terras Carijós.
Carregado por seus companheiros até sua aldeia, Yakecan foi recebido por sua esposa Nadi e seu filho Raoni, que rogaram a um xamã que tratasse os ferimentos de Yakecan. O xamã Amanayé atendeu o pedido e tratou as feridas, contudo, disse que se Yakecan morresse, seria por ter se juntado com Nadi, que era um relacionamento desaprovado pelos Deuses, pois misturava um guerreiro com uma lavradora. Yakecan, ainda consciente, bradou contra o xamã , dizendo que se os Deuses fossem desta forma, preferia morrer ao lado de Nadi.
O xamã, então, profetizou e amaldiçoou Yakecan: “Sua morte comprovará que você sempre deveria ter sido um lavrador. Esta foi a vontade dos Deuses, foram eles quem permitiram esta lança penetrar em seu abdômen, para mostrar sua fraqueza como guerreiro.”.
Yakecan, apenas fitou o xamã nos olhos e franziu a testa, não se intimidando com as palavras, mesmo enfermo. Após longo silêncio, disse “Pois que assim seja, por Nadi.”.
O xamã abandonou então o tratamento de Yakecan e desautorizou qualquer ajuda ao mesmo por qualquer outro indígena, para provar que sua profecia estava certa. Uns interpretaram isso como uma ajuda externa para cumprir uma profecia, mas nada disseram para não desafiar ao xamã. Foram covardes.
Sem tratamento, as feridas de Yakecan pioraram, tomadas por infecção. Seu filho Raoni acompanhava o padecimento de seu pai, impotente. Yakecan estava febril em virtude da infecção que lhe assolava quando Raoni perguntou se ele era, afinal, um guerreiro, e de qual classe de fato pertencia Raoni? Yakecan, muito febril e semi consciente, passou a falar.
“Pouco importa a classe que os atuais caciques te derem. São corruptos, não traduzem mais a verdade dos Deuses, não aceitam ser confrontados. A origem dos guerreiros carijós é outra, e não depende das palavras de um cacique, são provadas por si mesmo.
Ouça, meu filho, em tempos antigos, os guerreiros Carijós tinham que passar por uma prova para serem guerreiros, não eram assim, somente por serem filhos de guerreiros. E podiam decidir se seriam guerreiros ou não.”
Raoni ouvia atentamente o que seu moribundo pai falava.
“Tinham que realizar duas provas. A primeira, era matar e arrancar a pele de uma pantera negra, adulta, forte e saudável. A pele, devia ser levada até uma das nascentes que ficam no monte Cauã, 12 Km acima de Ubirajara, e lavada em uma de suas nascentes. Esta era a segunda prova. Tudo isso devia ser feito sozinho. O guerreiro tinha que levantar a pele e olhar diretamente para ela, revelará ali, para si, se é um guerreiro Carijó.”
Raoni estava admirado, nunca ouviu falar de tal prova, pensou ser um segredo que seu pai guardara de sua linhagem antiga de guerreiros. Questionou “Mas se quiser ser um guerreiro, como farei isso? Não parece algo possível!”.
“Se for sua vontade e seu destino descobrir isso, os Deuses te darão forças. Minha lança será sua, nos momentos essenciais, ela nunca erra.”
Raoni sentia seu pai cansado com a conversa, o tom da voz diminuindo pelo esforço. Lágrimas corriam no rosto de Raoni, não conseguia segurar o choro, como tinha intenção, para mostrar ao pai que era um bravo guerreiro. Fez mais perguntas ao pai, que já não consegui responder, que apenas o olhava com os olhos entreabertos.
Nadi que, emocionada, acompanhou tudo, pediu para Raoni deixar seu pai Yakecan descansar.
A noite estava silenciosa, estranhamente, nenhum animal fazia barulho naquela oportunidade. Apenas uma leve garoa caia, calma, brilhando em certos pontos pelo reflexo da lua. Era lindo ver ela caindo, devagar e serena. E assim foi com Yakecan, calmo e sereno foi fechando os olhos, decaindo, e, pouco antes do amanhecer, o guerreiro abandonado pelo xamã morreu, ao lado somente de Nadi e Raoni.
Seu funeral foi simples, ninguem compareceu, somente Nadi, Raoni, e 2 lavradores designados pelos caciques para auxiliar. Nenhum xamã veio para realizar a cerimônia, apesar de ter sido Yakecan morto em virtude de ferimento em batalha por seu povo.
Os anos passaram e Raoni cresceu. Sempre tido como “filho do lavrador amaldiçoado”, “que se dizia guerreiro mas nunca foi”. Alguns guerreiros falavam, mas somente a Raoni, das histórias de seu pai nas batalhas, como era bravo, dizendo não entender como os Deuses permitiam um lavrador ser tão bravo. Foi secretamente treinado na caça e na arte da guerra por 2 companheiros de batalhas de seu pai, que o fizeram como forma de retribução e reconhecimento à Yakecan, contudo, seu treinamento não era pleno, não tinha como ser pois eram treinos necessariamente curtos em virtude da necessidade de sigilo.
Aquela mistura toda levou Raoni até seus 17 anos de idade, um jovem praticamente isolado que procurava entender tudo que acontecera. Era amargurado pela forma como seu pai foi tratado, morto em consequência de uma guerra estúpida por vaidades de caciques, algo que poderia ter sido resolvido de outra forma em virtude do acidente de caça que originou a guerra. Seu coração era amargurado, ressentido, e isso se refletia em seu jovem semblante, que trazia sempre uma figura séria, cisuda.
Raoni era abertamente um crítico dos caciques e xamãs, por isso, era designado às piores tarefas na aldeia. Sua palavra dentre os demais indígenas não tinha credibilidade, pois era “filho de um lavrador amaldiçoado”. Isso fez com que Raoni criasse ainda mais desprezo pela ordem imposta na tribo, especialmente das classes estabelecidas.
Assim, certo dia, já cansado das provações diárias, disse à sua mãe que partiria em exílio, sozinho e sem rumo, levando consigo somente a lança de seu pai. Nadi tentou dissuadir Raoni, mas ele já estava decidido. Preferia ser um exilado do que viver em meio a tanto desprezo. Vendo que não convenceria o filho, Nadir pediu a ele que esperasse ao menos que ficasse pronta uma manta que encomendaria com um artesão que, em segredo, ainda mantinha contato com Nadi e Raoni, compadecido por Nadi e em respeito aos feitos que testemunhara de Yakecan.
A intenção de Nadi era ganhar tempo, para que Raoni desistisse enquanto a manta era confeccionada. Por isso, sempre inventava algo para justificar que a manta não ficava pronta. Mas, Raoni estava inflexível, e, percebendo o truque - mesmo que de boa intenção -, disse que partiria em 2 dias. E assim o fez, ao nascer do sol de um dia de primavera, acordou sua mãe Nadi e disse que estaria partindo.
Nadi, com o coração apreensivo e partido, disse que a manta estava pronta. Entregou-lhe e disse que servia também como capa, que era de um couro especial que lhe traria certa proteção.
A manta tinha partes de couro trançado, era grossa e de um animal que Raoni não sabia identificar. Não esticava, não cedia a qualquer esforço que fizesse contra a mesma, extremamente resistente. Tinha cerca de 1,80m de altura, e tinha um trançado especial para amarrar, pelo pescoço e pelas axilas, quando utilizada como capa, que cobria praticamente todo o corpo, deixando exposta somente a cabeça e os braços, que podiam ficar livres por duas grandes fissuras verticais.
A lança de Yakecan, agora pertencente a Raoni, era de cerca de 2,00m. Servia tanto para ser arremessada quanto para estocar. Era pontiaguda, contudo, tinha uma lâmina de cerca de 30cm na ponta, para ser usada como corte em caçadas e batalhas. Era a ferramente perfeita, tanto para batalhas como para caçadas a grandes animais.
De posse destes 2 itens e poucos outros para sobrevivência na floresta, Raoni se despediu de sua mãe e partiu. Não despediu de mais ninguém, pois mais ninguém lhe faria falta ou merecia saber diretamente de sua boca de seu exílio.
Rumou para o litoral, a leste. Seus planos eram chegar ao litoral e, depois, percorrer a costa rumo ao Norte, sem destino certo. Se encontrasse Potiguaras, não teria piedade, como não tiveram de seu pai, em que pese a paz entre estes povos estar vigente. No fundo, buscava vingança, sua mente estava inquieta e contaminada por todo o ocorrido com sua família, e alguém deveria ser penalizado.
Sabia que estava sozinho e, por isso, não podia se expor, era uma vítima em potencial. Assim, se deslocava furtivamente no início da noite, preferencialmente por pequenos riachos para não deixar rastros ou indícios de sua passagem.
Chegou ao litoral em poucos dias e pode contemplar sua beleza, mas nunca de forma tranquila, pois eram habitados por outros Carijós, e ele não saberia nem poderia explicar o que estava fazendo ali sozinho, certamente seria capturado e devolvido para sua tribo. Decidiu, então, rumar para o norte. Percorria alguns quilômetros e ficava estabelecido por algumas semanas, quando reiniciava sua peregrinação incerta.
Neste período, desenvolveu muitas habilidades de caça, deslocamento silencioso, seu ataque com a lança aos animais de caça estavam precisos, sua visão, audição e olfatos estavam apurados. Raoni se tornou um excelente sobrevivente. Seu corpo se adaptou a estas condições: estava magro, mas não por falta de nutrientes, já que era um exímio caçador. Era magro pelos deslocamentos constantes e pela necessidade de caça sozinho. Estava na verdade esbelto, pois seu corpo era leve, porém, forte, capaz de desempenhar muita agilidade e velocidade. A natureza adaptou um corpo perfeito para aquelas condições e atividades.
Após cerca de 1 ano nestas peregrinações lentas ao Norte, Raoni topou, sem ser percebido, com um povo diferente. Era ua aldeia Potiguara, e após atentar às características, percebeu que era a aldeia que seu pai participou do cerco e foi ferido mortalmente. Ao concluir ser este o povo que levou seu pai, seu sangue ferveu, sua visão ficou turva. O jovem e saudável Carijó sentiu-se mal por instantes, teve que se apoiar, cambaleante, em sua lança.
Sua mente se tornou escura, ficou por horas em um local escondido observanado a aldeia, alimentando seu ódio e pensando em quantas vidas iria tomar para vingar seu pai. Já havia pensado e planejado como iria fazer isso, a forma de ataque e a crueldade que iria usar para causar o máximo de dor aos Potiguara. Iria fazer o ataque rápido e mortal no cair da noite, quando a visão estava comprometida.
Aguardou em uma trilha que levava a um grande rio próximo, de onde os Potiguara voltavam com pescados. Ouviu passos na relva, suas habilidades de caçador identificaram: eram apenas 2 Potiguara. Era sua chance! Ao se aproximar de uma árvore, o índio potiguara que vinha a frente foi surpreendido por Raoni, que saltou em sua direção, batendo de forma certeira e em um só golpe com a base da lança na testa do Potiguara, que caiu desfalecido, derrubando seu pescado ao lado da trilha.
Raoni rapidamente deu alguns passos em direção ao outro Potiguara, e com a parte cortante da lança, desferiu um golpe certeiro e reto no vulto que, estranhamente, não se mexia. O golpe foi exatamente no meio da cabeça, a lança transpassou toda sua parte cortante. Foi um momento de silêncio absoluto naquele escuro início de noite, todos ficaram estáticos nesta posição, o segundo Potiguara de pé com a lança em seu crânio e Raoni em posição de ataque, segurando a lança.
Foi quando o segundo Potiguara iniciou uma lamúria, chorando de forma contida. Raoni não podia crer em seus aguçados ouvidos: como um índio poderia estar vivo com uma lança de 30cm em seu crânio?
Foi então que o "crânio" do segundo Potiguara saiu de seu corpo, e Raoni percebeu que se tratava de um pequeno balaio com peixes menores. O balaio era coincidentemente do tamanho de uma cabeça, e vinha sendo levado por um pequeno Potiguara de cerca de 10 anos de idade.
O pequeno Potiguara estava vivo e, lamentando em baixo som, foi ver o primeiro Potiguara, que estava retomando os sentidos após ser atingido pela parte de madeira da lança de Raoni. Aparentemente tratava-se de seu pai, que estava pescando com o pequeno Potiguara.
Raoni empunhou sua lança, sua mente entoxicada pela vingança clamava por aquele momento, seu coração amargurado sentia que finalmente seria acalentado por tirar aquelas duas vidas, vingando tudo que seu pai e família injustamente sofreram.
Ele empunhou a lança com a parte cortante à frente e foi em direção aos mesmos. Viu o pai Potiguara retomando os sentidos. O pequeno índio não olhava Raoni, estava preocupado com seu pai, segurando sua cabeça e falando palavras chorosas em outra língua. Iria matar primeiramente o pai Potiguara, planejando rasgar lentamente seu abdômen da bexiga até a base do peito. Olhou em seus olhos, estavam entreabertos. Hesitou neste momento.
Aqueles olhos entreabertos lembrou de quando seu pai Yakecan estava morrendo, fitou o pequeno Potiguarada e viu nele a si mesmo. Sentiu a dor dele, sua memória trouxe aquele momento de sofrimento de volta, reviu de forma clara em sua mente cada detalhe da partida de seu pai; a mesma noite calma e silenciosa e ele, tal qual o pequeno Potiguara, sofrendo todas as dores possíveis, agravadas pela impotência diante da situação.
Percebeu que, ao fazer isso, sua mente ou seu coração não teriam nenhum alento, e sim carregariam somente o fardo de terem feito exatamente a mesma injustiça que havia sido cometido contra si. Concluiu, então, que sangue não traria justiça ou paz para si, e sim somente mais mazelas e dores. Colocou sua lança de pé, agachou ao lado do menino, que, assustado, finalmente tornou sua visão para Raoni. O menino não mais chorava. Raoni colocou a mão em seu ombro, baixou a cabeça, como um pedido de desculpas.
Raoni não desferiu os golpes fatais. Embrenhou-se na mata em direção ao Sul de forma acelerada, para não ser pego por Potiguaras. Enquanto corria na mata, seus olhos estavam lacrimejando, mas tinha um sorrido contido em sua boca. Sabia que muito da sua consciência pedia aquele sangue e que seria prazeroso fazer, por isso os olhos lacrimejantes. Mas seu sorriso contido era pela alegria de ter conseguido fazer o que sabia ser o correto. Seu semblante era de paz, não sentia mais o peito apertado. Não desejava mais o mal aos Potiguara, pois sua mente, agora não enubriada pelo malefício da vingança, o fez compreender que foram as circunstâncias da guerra que causaram aquela situação.
Os dias foram passando e Raoni continuou sem rumo, desta vez em direção ao Sul. Estava novamente em terras Carijós. Ficava pouco tempo no mesmo local, sempre indo ao Sul.
Em suas andanças, encontrou um remanso de rio onde certamente haveria peixes, decidiu pescar ali. Estranhamente, nenhum animal estava por perto, geralmente haveria pequenos jacarés e outros animais neste tipo de local, aproveitando-se do ambiente propício para alimentação.
Aproximou-se da água por uma pequena clareira de forma silenciosa, como sempre. Entretanto, quando estava a poucos metros da água, observou algo escuro na beira do rio. Seus olhos não o traíam, mas ele não queria acreditar: era uma pantera negra. Bebia água calmamente na beira do rio, sem qualquer preocupação em ser vista já que era, de longe, o maior predador daquela região.
Raoni ficou atônito. A onça negra parou de beber a água. Raoni percebeu isso, mesmo ela estando de costas, pois ela cessou qualquer barulho. Ambos ficaram imóveis por alguns segundos, a pantera sondando o ambiente e Raoni temeroso. Mesmo com medo, Raoni não conseguia parar de admirar aquele animal: sua pele era negra e brilhante; se observadas atentamentes, poderiam ser vistas as pintas extremamente pigmentadas de negro; seu crânio era enorme e traingular; suas costas evidenciavam a força do animal, eram vincadas pela musculatura hipertrofiada do grande felino; suas patas eram largas e podiam ser vistas gigantescas garras que não se continham e ameaçavam sair a cada movimento que fazia. Certamente um macho adulto. Era um animal magnífico!
A pantera levantou a cabeça e usou seu olfato. Raoni sabia que seria descoberto: o vento soprava em suas costas, levando seu cheiro diretamente para o animal. De pronto, a pantera virou seu corpo em meio rodopio em direção a Raoni, já caindo olhando em seu rosto. Raoni e o grande felino sabiam que o embate era inevitável, cada um por seus motivos.
O Carijó teve tempo de apertar os nós da manta que sua mãe lhe dera, empunhou a lança com ambas as mãos e ficou em posição de defesa. A pantera inicou um caminhar lento e lateral em direção à Raoni, sem mais tirar seus olhos - ameaçadoramente arregalados - do indígena. Foi agachando seu corpo enquanto caminhava, encurtando a distância e abrindo sua enorme boca de forma agressiva, mostrando suas presas que mais parecidam facas pelo tamanho. Sua cauda estava ereta, os pelos das costas oriçados. O animal estava em fúria pela invasão de seu território e pelo combate eminente, usava tudo que podia para ameaçar e mostrar que era um predador do topo da cadeia alimentar, iniciando sua vitória já pela intimidação.
O cheiro dela era muito forte, um cheiro que Raoni nunca tinha sentido tão intenso, já que encontros com onça eram raros. Enquanto a onça fazia sua caminhada para reconhecer e ameaçar Raoni, ele estava estático na posição de defesa, lendo todos os detalhes de movimento da onça, sua forma de deslocar, até mesmo os múlculos que ativava para acionar esta ou aquela pata para andar. A adrenalina fazia tudo parecer em câmera lenta na visão do jovem indígena.
E esta leitura fez Raoni prever o ataque da fera. A onça aproveitou-se de um barranco para apoiar as patas traseiras e lançar seu pesado corpo em um salto sobre Raoni, em um ataque típico de felino, com ambas as patas esticadas, garras em prontidão e a boca aberta, tudo com muita rapidez e ferocidade. Raoni conseguiu agachar e recuar a lança, projetando-a (sem soltar das mãos) em uma estocada reta em direção ao peito do felino. A pantera percebeu a arma e com uma das patas bateu na lança enquanto caia sobre Raoni, jogando-a de lado, fazendo-o conseguir segurar a lança com somente uma das mãos.
Enquanto ainda caia, com a outra pata bateu com força no rosto de Raoni, enterrando-lhe as garras no lado esquerdo de seu rosto, rasgando-o da base da orelha até próximo da boca. Caiu com seu pesado corpo sobre o homem, que caiu de costas no chão com o rosto dilacerado. Mal caiu, a pantera não deu chances e tentou mordê-lo no pescoço, mas errou o alvo porque Raoni conseguiu desviar rapidamente seu corpo. A forte mordida atingiu a altura do ombro, esmagando-o de forma extremamente dolorida. Contudo, esta região estava protegida pela manta, o animal não conseguia perfurá-la.
Subjugado debaixo da onça, com poucos segundos de combate Raoni entendeu que a luta era extremamente desigual e que jamais conseguiria vencer a onça em um combate direto. Estava aceitando a derrota no curto embate, quando conseguiu empunhar melhor sua lança. Não tinha posição para estocar a onça com a parte pontiaguda, mas conseguiu, milagrosamente, bater com a base da lança de forma contundente nas costelas da fera. Ela sentiu o golpe inesperado. Com um arfar de dor soltou a mordida, momento em que Raoni se desvencilhou e saiu debaixo dela.
Cambaleante, empunhou sua lança novamente e ficou em posição de defesa. Seu rosto pingava sangue e a pantera, já recuperada, estava ainda mais agressiva pelo frenesi da batalha e pelo cheiro de sangue do adversário. A pantera macho passou a urrar alto, seu som estarrecedor poderia ser ouvido a quilômetros, o calor e o cheiro de seu hálito impregnavam as narinas de Raoni. Era um animal fora de si, mas que sentiu o golpe nas costelas e reconhecia que tinha diante dele alguém que não era uma simples presa, e sim um adversário! O indígena então teve alguns segundos para pensar enquanto a onça urrava em ódio desenfreado.
Não pretendia mais tentar estocar a lança, sabia que era muito mais ágil e que nova tentativa seria fatal. Fixou então a lança pela base em duas pedras e se colocou exatamente na frente da parte pontiagua. O animal deu mais um rugido, e iniciou uma curta corrida em direção ao inimigo, que ficou estático. No momento certo, Raoni virou seu corpo lateralmente e deu 1 passo para trás, em direção à lança, ficando colado à ela mas com 1 passo atrás da parte pontiaguda.
A pantera, irracional que era, não percebeu a artimanha e focou no Carijó desprotegido e com os braços baixos. Mais uma vez saltou na mesma posição do primeiro ataque, com seus braços a frente para golpear e agarrar. O truque de Raoni funcionou: a pantera projetou seu corpo contra a lança, fincando-a em seu peito, caprichosamente na altura do coração. O peso e a ferocidade do ataque foram tamanhos que a lança atravessou completamente o animal, que nada mais fez, apenas deu um breve rugido, que foi diminuindo até cessar, alimentado tão somente com o ar que ainda restava em seu pulmão após sua última inspirada.
O animal majestoso ali morreu e ficou, literalmente espetado na lança que Raoni herdou de seu pai. O jovem assistiu aquele cena com seus olhos cobertos de sangue não de forma prazerosa, pois sentiu certo remorso em abater aquele magnífico felino. Porém, entendeu que, diferente do seu encontro com os Potiguara, aquele evento destinava-se a ser fatal desde o início.
Lembrou do que seu pai havia dito e, mesmo não sendo o destino que procurava - já que encontrou a pantera ao acaso - retirou a pele da onça. Retirou também os dentes e fez um colar. De forma respeitosa, enterrou seus restos, entendeu que aquele animal raríssimo não merecia se tornar uma carniça e ser consumido de forma "desrespeitosa" ali, ao olhar de toda floresta.
Limpou como pode suas próprias feridas, que viriam a se tornar enormes e evidentes cicatrizes de batalha com uma onça. Concluiu que a morte do animal não deveria ser em vão, pediu forças aos Deuses e partiu em direção ao monte Cauã para descobrir se, de fato, era um guerreiro.
Após muito caminhar em direção ao Sul, chegou à base do monte Cauã, que ficava 12 Km ao norte de sua terra Natal, Ubirajara. Circundou o monte e não encontrou nenhum sinal de água, algo que seu pai disse no leito de morte que haveria. Sem exitar, iniciou a subida no monte. A subida não foi fácil, mas Raoni estava no áuge de sua forma física em função de tudo que viveu nos últimos meses. Além disso, sua obstinação por descobrir a verdade e finalmente ter um objetivo eram incentivos enormes. Para quem tem um objetivo definido, os obstáculos são somente uma etapa.
Várias horas de subida foram necessárias, uma noite sem dormir, Raoni estava obstinado e não queria parar para descansar. Contudo, após sofridamente chegar ao topo do monte, Raoni teve visão completa do mesmo e não visualizou nenhuma nascente. Começou a ficar desesperançoso, confuso e furioso. Seu pai mentira para ele? Era tudo uma ilusão? Será que ele o fez somente para alimentar um sonho impossível do filho?
Enquanto vagava pensativo pelo cume do monte, Raoni adentrou em uma abertura nas rochas, uma pequena caverna. Deitou ali para descansar, enquanto pensava e lamentava. Ao recostar a cabeça sobre uma pedra, ouviu algo. Leve, baixinho, mas não escapava dos ouvidos de Raoni: barulho de água. Com a ajuda de uma tocha improvisada, explorou um pouco mais a caverna e percebeu uma pequena abertura ao fundo, onde passou com certa dificuldade.
Na abertura visializou uma pequena nascente que era alimentada pelas chuvas que caiam no topo do monte, que por aberturas dentre as rochas, confluiam para aquele local para formar o pequeno fio dágua. Colocou a pele da onça na água, nada aconteceu, nada mudou. Observou os arredores de onde estava, encontrou escritas antigas dos Carijós nas paredes.
De forma rudimentar, as escritas traziam uma curta mensagem: "Aqui os Carijós descobrem quem são. Mas somente os bravos entenderão a forma justa para todos, pois a verdade nunca é descoberta no começo da jornada". Raoni ficou feliz em descobrir a escrita, mas o caráter enigmático dela o desacalentou. Por vários minutos, Raoni ficou observando e sondando as escritas e a pequena nascente.
Olhou melhor a nascente e viu que ela descia em forma de aclive, não era uma queda vertical/reta. A água adentrava em um buraco na pedra de cerca de 1 metro de diâmetro e seguia. Todavia, não podia ver onde isso ia dar, se havia alguma queda mais acentuada adiante ou não.
De repente, um estalo: "somente os bravos irão descobrir, a verdade nunca é descoberta no começo da jornada!" Gritou isso 3 vezes pois entendeu, apesar de não ter plena certeza, que deveria adentrar nascente adentro. Qualquer ser humano normal não o faria, pois era perigoso demais. Entretanto, imbuído pela falta de respostas, começou a pensar na vida que teve até ali, todos os problemas causados pela forma que sua própria tribo agia. Decidiu, então, fazê-lo.
Sentou na beira da nascente e foi escorregando, controlando a descida. Após certo ponto, não mais conseguia diminuir a velocidade, sabia que seria impossível voltar. Passados alguns segundos de apreensão, a descida foi ficando mais leve e Raoni aportou em um pequeno lago no interior da montanha. Olhou ao seu redor e viu que o pequeno lago era alimentado por diversas nascentes semelhantes às que ele escorregou, todas vindas das rochas. Tinha plena visão, pois a rocha tinha algumas fissuras que deixavam feixes da luz do dia adentrar. O pequeno lago continuava sua jornada pelo interior da montanha, desta vez em local impossível de prosseguir.
Raoni concluiu, naquele lugar lindo e inabitado, que era ali que estava sua resposta. Também, que não encontrava rios na base da montanha porque as águas seguiam pelo interior do monte, desaguando secretamente em um rio maior, quilômetros abaixo.
Observou a água do lago e viu que não era comum. Era cristlina, porém cintilava muito conforme a luz se abatia sobre ela. Eram pequenos minerais trazidos pela montanha que davam este aspecto maravilhoso e único naquela água.
Pegou sua pele de onça e a lavou naquela água. Nada aconteceu na parte externa da pele. Por um momento achou que novamente estava fazendo algo errado, que algo estava faltando. Foi quando virou a pele do animal, visualizandoa parte interna da mesma. Estava como um espelho, pois a água com os minerais especiais retirou todos os restos moles da parte interna da pele, deixando-a como um espelho. Algo que não acontecia com a pele de animais tratada regularmente, era algo em decorrência daqueles minerais.
Ao levantar a pele, e a olhar de frente, mais precisamente na parte do abdomen da pantera, Raoni viu que duas grandes marcas naturais percorriam o couro, deixando um desenho redondo oval, coincidentemente no formato da uma cabeça. Encaixou seu rosto no desenho, e percebeu que duas pequenas saliencias provenientes da pele - que não era um espelho regular - se encaixavam exatamente sobre suas bochechas, como duas pequenas marcas horizontais em cada bochecha.
Raoni sentiu seu sangue gelar, suas pernas ficaram quase sem forças. Em uma fração de segundo ele concluiu o motivo de tudo aquilo! As marcas projetadas nas bochechas eram iguais as marcas que todos os Carijós, de todas as classes, tinham tatuadas em suas bochechas quando crianças. As marcar que os identificavam como povo, eram de sua cultura há séculos!
Concluiu, então, que estas marcas pertencendo a todos os Carijós, e não somente aos guerreiros, eram a marca de todo o povo, e que a separação de classes pré-definidas eram uma invenção. O fato de estar na parte interna da pantera mostrava que cada Carijó deveria olhar para si, mas não de fora para dentro, por suas classes, e sim de dentro para fora, aí sim se veriam a si e seu povo.
A escrita na pedra era clara: "Mas somente os bravos entenderão a forma justa para todos". Raoni entendeu que as os bravos descobririam a verdade, mas esta verdade não pertencia a eles, pois os bravos a entenderiam e a distribuiriam para seu povo. Raoni descobriu, sozinho, a essência do povo Carijó. Seu pai estava certo, ele não mentiu ou inventou nada no leito de morte.
O indígena Carijó caiu de joelhos e chorava com a pele em suas mãos, pressionando-a contra o rosto. Descobrira a verdade, finalmente aquele jovem que sofreu injustamente durante toda sua vida nas mãos de sua própria tribo, se sentia no direito de ser alguém, que a verdade estava ao seu lado.
Decidiu partir de volta a Ubiratan. Não mais sentia raiva ou remorso, ele estava em paz consigo mesmo, havia se encontrado. Ficar longe da sua mãe não era mais uma necessidade, Raoni precisava contar o que havia feito e descoberto.
Em pouco tempo chegou em Ubiratan, pois o monte Cauã era próximo. Na entrada da aldeia, as pessoas o reconheceram na capa de sua mãe e com a velha lança de seu pai. O olhavam com o mesmo desprezo e desdém de antes, nada havia mudado.
Ao chegar na oca de sua mãe, a encontrou triste e solitária. Em pouco mais de 1 ano, ela parecia ter envelhecido mais de 1 década. Contou que depois que Raoni saiu, o desprezo dos demaiis quanto a ela somente aumentou. Que as pessoas a desprezavam não somente por ser viúva de Yakecan, mas também por ter sido abandonada pelo filho Raoni. Havia se tornado uma párea da aldeia.
Ao ouvir aquilo, Raoni ficou em fúria. Sua mãe, que nada fez àquela gente, havia sido subjugada socialmente, era penalizada sem ter cometido crime algum.
Raoni mal havia chegado, mal havia visto sua mãe, e saiu furiosamente da oca para falar às pessoas. No centro da aldeia, enfiou sua lança no chão e começou a gritar: "Que povo é este que abandona seus guerreiros à morte e não dá à eles nem o direito à um enterro digno? Que povo é este que despreza seus filhos, humilha suas viúvas? Este povo não é Carijó!" As pessoas começaram a aglomerar ao redor de Raoni.
Olhavam-no com desprezo, cochichavam nos ouvidos umas das outras e riam. Raoni não esmorecia e continuava seu discurso, furioso: "Não pensem vocês que dividindo-nos em castas pré-definidas farão justiça às pessoas, cada um deve poder escolher o que quer ser, ser merecedor do lugar que ocupa. As viúvas e as crianças merecem proteção, e não desprezo!"
Observava as pessoas e via nos olhos delas a incredulidade em suas palavras, já o conheciam como adolescente agitador, parecia que olhavam-no agora somente como um jovem que estava somente aumentando o grau da sua agitação.
Este discurso chamou a atenção de todos, e num curto espaço de tempo, os caciques e guerreiros estavam em frente a Raoni, incrédulos ouvindo suas palavras subversivas. O xamã Amanayé decidiu interromper e confrontou Raoni: "Sei bem quem é você jovem. É o filho de Yakecan. Ele nunca foi guerreiro, eu mesmo tratei suas feridas e, pela vontade dos Deuses, ele morreu. Você é somente o fruto de algo que nunca deveria ter acontecido. Juntar alguém que deixou de ser guerreiro com uma lavradora, não poderia sair um verdadeiro Carijó. Você é o fruto de uma árvore envenenada, e vem aqui para tentar envenenar a mente de nosso povo?"
Os Carijós regojizaram com as palavras de Amanayé, e davam gritos de saudação. Raoni sentiu seu sangue ferver, segurou a lança fincada ao solo e falou, com a voz firme e grave, tão grave que todos pararam e o ouviram: "Eu sou Raoni, filho do guerreiro Yakecan, o injustiçado, e de Nadi, a mãe zelosa. Sou um guerreiro Carijó, e assim sou não por ser filho de um guerreiro, mas porque o mereci. Passei muitas coisas durante minha peregrinação e decidi, contra a minha vontade mas a favor do meu destino, trazer a verdade e a justiça para este povo!"
Todos se calaram diante do tom de voz de Raoni, que havia mudado da fúria para a convicção. Amanayé ficou mudo pela fala firme de Raoni, balbuciou: "Olhe para você, magro, desfigurado, você sequer parece um Carijó!"
Raoni respondeu: "Estas cicatrizes são a prova de que não temo o enfrentamento com um inimigo, mesmo que superior. As marcas que tenho, dentro e fora de mim, são a prova de que mesmo um inimigo inferior, subjugado, não merece a morte ou a humilhação, merecem a compaixão, algo que você, Amanayé, não teve com meu pai, que sequer era seu inimigo!"
Desta vez Amanayé não hesitou diante da acusação direta, e gritou "E não temos guerreiros para mostrar a este lavrador o lugar dele?" A convocação do xamã não passou despercebida, o melhor guerreiro da trivbo, Kamaiurá, prontificou-se. Com sua lança em mãos caminhou em direção a Raoni, mandando-o se calar e ir embora de vez da tribo.
Raoni apertou sua lança com a mão, mas não a retirou do solo. Vendo que Raoni não respondia, Kamaiurá partiu para o abate, aproveitando a oportunidade que toda tribo o observava, para fins de aumentar sua fama como guerreiro. Afinal, abater aquele magro indígena seria fácil e rápido. Após partir na direção de Raoni com a lança em mãos e na posição de ataque, Raoni sabia que o truque da lança fincada ao solo não funcionaria.
Quando Kamaiurá chegou perto de Raoni, que estava extremamente hábil pelo verdadeiro treinamento ao qual havia passado, lembrou da forma como a pantera o atacou e feriu seu rosto. Assim, impusionando-se com um dos pés sobre a lança fincada (como a onça o fez impulsionando-se do barranco), prejetou-se contra Kamaiurá. Pegou seu adversário de surpresa, este movimento não era esperado, ele nunca havia visto isso.
O filho de Yakecan parecia uma pantera no ar em direção a Kamaiurá, que desferiu um ataque com sua lança através de uma estocada reta. Raoni, como a pantera, desviou o ataque com uma das mãos, girou sobre a lança se apoiando nela e, com a outra mão, desferiu um soco em Kamaiurá, que caiu de joelhos, tonto e indefeso. Raoni pegou a lança de Kamaiurá, colocou no peito do guerreiro, que percebeu a derrota e a morte eminentes.
Raoni disse, desta vez em voz baixa e calma à todo o povo que observava apreensivo: "Não vou matar este guerreiro que somente obedecia cegamente às ordens de um xamã injusto. Um guerreiro não luta pelo sangue, isso é a sede dos crápulas. Um guerreiro luta pela justiça, e isso não na consegue com uma morte injusta. Já tive compaixão contra quem julguei ser meu inimigo, eu entendi que este é o caminho correto. A verdade foi relevada para mim, pelas experiências que tive e pelos sinais que soube ler".
Em seguida, retirou a capa que sua mãe lhe dera, revelando a pele da pantera negra, seu dorso era adornado pela parte negra da pele, e seu peito era coberto pela parte interna da pele, revelando o espelho, algo que os Carijós sequer conheciam. Ambas reluziam muito, cada uma a sua forma. As pessoas levaram as mãos à boca, surpreendidas e maravilhadas pela beleza daquele artefato.
Raoni então contou toda sua jornada e sua descoberta feita nas fontes do monte Cauã. Todos acreditaram, pois a verdade era óbvia e totalmente comprovada pelo artefato raro. Algumas pessoas choraram de arrependimento e ali mesmo pediram perdão a Raoni e sua mãe.
Contudo, caciques e xamãs não concordaram com isso. O xamã Amanayé, julgando Raoni com base nas sua próprias convicções, pensou que iria querer vingança dele especificamente. Num ato de desespero, empunhou uma lança e partiu para cima de Raoni, aproveitando seu momento de distração enquanto falava. Raoni rapidamente percebeu o movimento, empunhou sua lança. Amanayé, sabendo que não teria chances de combater Raoni, arremessou sua lança, na esperança de acertá-lo em um golpe de sorte. Raoni, ao perceber o movimento, igualmente lançou sua lança contra Amanayé.
Ambas as lanças no ar, Raoni facilmente desviou da lança contra si com um movimento lateral. Já Amanayé foi atingido pela lança, caindo morto. Raoni lembrou das palavras de seu pai de que, nos momentos essenciais, sua lança não erraria.
Mesmo não sendo a vontade de Raoni matar o xamã, entendeu ser necessário para mostrar aos demais caciques e xamãs que a aldeia tinha que mudar, e Amanayé era alguém que não iria mudar suas convicções, continuando e replicando os costumes ruins e as injustiças. O recado foi duro, mas claro e direto.
Após, Raoni assim falou: "A partir de hoje, é consenso que não mais existirão ordens ou classes de nascença, e que todos os Carijós poderão ser o que quiserem de acordo com suas capacidades demonstradas, bem como poderão casar com quem quiserem. As marcas que temos em nossos rostos mostram que somos um só povo, e o espelho da pantera mostra que temos que olhar para nós mesmos antes de tudo, para aplicação da justiça".
Raoni foi aclamado cacique da Ubiratan, as demais tribos Carijós ficaram sabendo dos feitos de Raoni e passaram a respeitar ele e ter Ubiratan como o centro do povo Carijó. Todos os Carijós passaram a abolir as classes pré-definidas e proibições de casamentos, havendo mais harmonia na tribo.
Raoni, então, viveu uma vida plena, percebendo que toda sua jornada e sofrimento de sua famíla não foram em vão, passando a ser conhecido pelos Carijós como Raoni, o guerreiro da verdade.
FIM.
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deniskhenry · 2 years
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Dia de #tbt🔙📸 📚⏳ #throwbackthursday ou de volta a uma quinta feira . . Batman Veneno - Edição compilada cartonada pela Eidtora @paninicomicsbr Mas que foi Lançada originalmente nos anos 90 em 5 edições no maravilhoso selo "um conto de Batman" pela Editora Abril na época... E que tem um significado sentimento para mim que possui também as 5 edições originais da época, pois era um período em que se ia na banca de jornal e esperava ansioso a cada 15 dias uma nova edição da minissérie. . . A história é bem consistente e pega pesado na dependência de uma droga que dá super força, inclusive a origem do Bane é basicamente iniciada aqui, não vou alongar muito até porque eu já fiz aa resenha completa sobre essa história aqui no meu Instagram. . . Foi lançado uma versão em capa dura dessa narrativa compilando as 5 edições e alguns extras, mas basicamente não muda nada a não ser o formato mesmo. Vale a pena conferir seja qual for o formato que estiver em mãos! . . #Coleção #colecionadores #Batman #BatmanVeneno #DennisOneil #EditoraAbril #Panini #DC #DcComics #Tbt #QuintaFeira #Thursday #Bane #Dorgas #TunelDoTempo (em São Paulo, Brazil) https://www.instagram.com/p/Ch9fRs1uRXa/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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desmanipulador · 4 days
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A ORIGEM DE JOÃO SEM MEDO #conto #comics #gibi #quadrinhos #historieta ...
OLA AMIGOS E AMIGAS DO CANAL MEU CANAL É MUITO POBRE E PEQUENO E SE ALGUEM PUDER e quiser AJUDAR COM QUALQUER QUANTIA ESTE É O PIX [email protected] obrigado a todos todo o dinheiro arrecadado por pox será para comprar peças para o computador quanto mais eficiente o computador e mais programas proficionais melhor serão nossas postagens.MUITA PAZ AMOR E SABEDORIA A TODOS pessoal da uma força se inscreva neste canal #comics #gibi #quadrinhos #historieta #fumetti #bandadesenhada #cultura marvel,DC comics,quadrinhos,gibi,ebal,editora abril,banda desenhada,revista,revista em quadrinhos,historia em quadrinhos,aventura,comedia,horror,aventura,comedia,diverção,disney,hanna barbera #bonelli #copertina #portadas #Carátulas ENTRE NO YOUTUBE E SE INSCREVA NO NOSSO CANAL AJUDANDO A CHEGARMOS MAIS LONGE PARA ASSIM AJUDAR A PRESERVAR A MEMORIA DO GIBI(QUADRINHOS) #museudogibi #quadrinhos #gibi #comics #desmanipulador #caminhantedomultiverso #leitura AJUDE O MUSEU DO GIBI CRESCER SE INSCREVA NO CANAL TAMOS NA LUTA A MUITO TEMPO DA UMA FORÇA AI uma forma muito interessante de ler quadrinhos em video vai estar sempre online e voce pode ver quando quiser (sempre com quadrinhos raros) MUSEU DO GIBI(QUADRINHOS COMICS)
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habibaaabdelhamed · 3 months
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Abaixo das ondas: revelando a cidade perdida de Heracleion e sua conexão enigmática com a Grécia Antiga
A cidade perdida de Heraklion, também conhecida como Thonis ou Thonis-Heracleion, foi descoberta debaixo d'água em 2000, após ter ficado submersa por mais de 2.000 anos. Já foi o maior porto do Egito e teve uma história lendária que remonta ao século XII aC. A cidade prosperou durante os últimos dias dos faraós, mas acabou sucumbindo a uma combinação de terremotos, tsunamis e aumento do nível do mar.
No final do século II a.C., uma forte inundação fez com que os edifícios monumentais de Heracleion desabassem na água. Embora alguns habitantes tenham permanecido na cidade durante o período romano e no início do período árabe, no final do século VIII dC, o resto de Heracleion havia afundado no Mediterrâneo.
A redescoberta de Heracleion permitiu aos arqueólogos trazer à tona numerosos tesouros das ruínas subaquáticas, proporcionando uma visão fascinante do mundo grego e egípcio antigo. Esses artefatos foram exibidos em todo o mundo, cativando o público com o história do Egito e o patrimônio cultural da cidade.
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Para aqueles interessados ​​em explorar o passado notável do Egito, existem vários Passeios no Egito disponível. Esses Pacotes turísticos para o Egito oferecem oportunidades para visitar locais icônicos como Heracleion, bem como outros sítios arqueológicos, templos e tumbas de renome em todo o Egito. Adicionalmente, Passeios de um dia no Egito proporcionam uma excelente forma de aprofundar regiões ou períodos históricos específicos, permitindo aos visitantes testemunhar em primeira mão as maravilhas do antigo Egito.
Embora Heracleion esteja agora submerso, seus remanescentes oferecem uma oportunidade única de exploração e descoberta. Envolvendo-se em Excursões em Sharm El Sheikh ou Passeios de um dia em Hurghada permite que os visitantes mergulhem na rica história e nos contos cativantes desta cidade perdida. Embora os passeios possam não visitar diretamente o local submerso, eles fornecem uma porta de entrada para a região e oferecem informações sobre as antigas civilizações que prosperaram ao longo da costa egípcia.
Embora os restos submersos de Thonis-Heracleion não sejam diretamente acessíveis durantePasseios de um dia em Luxor ou Passeios de um dia em Assuã, a exploração de locais próximos e a compreensão do contexto histórico da cidade podem melhorar a experiência geral. Luxor, conhecida pela sua riqueza de templos antigos e tumbas como oExcursão de um dia em Luxor aos templos de Edfu e Kom Ombo, oferece um vislumbre da grandeza da antiga civilização egípcia. Assuão, com os seus próprios templos e a beleza serena do Nilo, como Show de Som e Luz no Templo de Karnak, apresenta uma oportunidade para refletir sobre as trocas culturais ocorridas ao longo das margens dos rios.
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dinnerwithwolves · 6 months
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Passo a catraca.
Sento em meio banco que sobra livre.
Carro cheio.
Um rapaz maquiado procura a passagem.
Olho a fila de carros na saida de uma das maiores escolas da cidade.
Por cada carro, um padre enche os bolsos.
A fé move montanhas, verdes e sem impostos.
Uma moça carrega uma mandala na mochila.
Tem o ar de tranquilidade de um passarinho.
Olhando para todos os lados em ritmo acelerado.
Do lado uma senhora olhando as fotos dos netos
no celular. Foi aniversário do menino.
Bolo, balões e Homem Aranha.
Um rapaz magro, ossos tentando sair do corpo, tosse alto.
O cobrador conversa com o motorista sobre a promoção de pneus no bairro.
" - Quando eu comprar um carro vou mandar blindar"
A moça da mandala desce e cai na escada.
Sorri sem jeito com dentes manchados de batom.
Um senhor comenta que na India caem do trem todos os dias.
O rapaz alternativo com falta de B12 faz que não foi com ele.
São três e quinze da tarde. Penso na lista do dia.
Está tudo em ordem.
" - Vai descer!" grita a senhora com camiseta do
AC/DC.
O motorista ignora.
Pensa na Itaipava que deixou gelando e nos chinelos.
Sobem três estudantes barulhentos.
Abanam pra outro que ficou na parada.
Ele se esconde de vergonha atrás de uma espinha.
Olham pra guria com fones. Sorriso nulo ao som
de tecno bossa.
Passo a praça com atletas de cristo e desço.
Volto a música.
Confiro as chaves enquanto Mick Jagger e Lady Gaga dançam na minha volta.
Paro pra amarrar os tênis.
Duas orelhinhas e um nó.
#onibus #cidade #portoalegre #escrita #contos #rollingstones #ladygaga
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