Punheta no Vento
Onde quer que se vá cercado por prédios, carros, pessoas - onde há pouca natureza - as coisas humanas naturalmente estão todas à disposição.
Vivendo em um grupo de humanos - frutos e reflexos da natureza - tem-se à disposição toda a imensidão da humanidade. Seja dentro de um bairro, cidade, estado, ou qualquer agrupamento que tenha mais pessoas do que se pode conhecer profundamente antes de morrer, é possível experimentar toda a humanidade do mundo.
Não é possível relacionar-se com profundidade com todas as pessoas do mundo antes da morte, mesmo assim, além de elas continuarem sendo pessoas, é possivel notar em cada uma delas e mesmo em si, tudo aquilo que é humano.
Da escrotidão e latrocínio ao afeto mais puro e o amor mais dedicado, vivendo e tocando os pares de opostos da vida, enquanto procurava pelo que antes fazia sentido, sua humanidade vazia atirou-me a imensidão do coletivo.
Em casa silêncio.
Pensamentos e preocupações incessantes sobre o que seria do amanhã vividas em conjunto, enquanto a cama esfriava e as paredes de uma prisão erguiam-se em volta de nós.
Fora dos portões de nossos egoísmos de preocupações contumazes com a responsabilidade um do outro, o mundo sofria com a doença e a guerra enquanto pessoas gozavam a esmo de seus corpos e propriedades. Obviamente, às vezes encontrando relações mais profundas com uma tia NPC de ponto de ônibus, que fala da vida dos netos e sobrinhos, do que aquela relação que vivíamos enquanto tão somente, trabalhávamos e limpamos a casa.
Reforço a pergunta:
O que fazemos nós com nossas relações mais íntimas, que às vezes parece que há humanos em todos os lugares exceto dentro dela?
Nos comportamos como bichos, eu sei…
Aliás, sei porque sei e porque a meu respeito você deixou claro…
E assim seguem as relações todas podendo ser qualquer coisa humana em espectros infinitos, embora, exista quem prefira fantasiar que relações são meramente títulos.
A linguagem, aquela mesma que nos liga para vivenciarmos intensas trocas de afetos, é também um escudo para nos desligarmos entre nós, do mundo e de nós mesmos.
Como diria o grande Greyck:
Vivendo anos já vividos simplesmente por viver;
Os mesmos erros cometidos tantas vezes;
Repetidos por nós dois !
E como lágrimas sentidas e choradas quase sempre às escondidas pra nenhum dos dois saber, muitas vezes nós dizemos “eu te amo” e muitas outras coisas, para tentar sobreviver.
Não se assuste quando notar que é assim também aqui, fora de nossa doce prisão de casal.
Eu desejo a você e a todas as pessoas do mundo - mesmo aquelas que não posso, não vou e não quero conhecer - que por mais dolorosa que seja a verdade de que em certo nível nos aprisionamos a nós mesmos, elas tenham sabedoria, tempo e energia pra libertarem-se e expressarem-se de forma genuína e verdadeira.
Quem dera então se ao transarem, seja de corpo ou em palavras, puderem ambras verdadeiramente embarcarem em um amor real.
Seja linguística, ou dionisiacamente!
Porque a porra de um relacionamento onde um ataca o outro constantemente, seja por achar que sabe mais sobre o mundo, ou que é mais responsavel e moral do que o outro, é o inferno na terra.
Não aquele inferno quente com diabo de tridente, mas todos os infernos juntos, o gelado e o quente, o vale vazio, escuro e cheio de bichos, a torre da morte, desmembramento, dilaceração e sofrimento sem fim.
Onde não reside a humanidade residem demônios e deuses, os que legislam, julgam, condenam e os que punem, agridem e causam dor.
No mundo fantástico de Bob!
Onde se crê que é possível fazer segredo diante daquilo que se manifesta, embora se negue, esconda e mantenha em omisso.
Pois no mundo real de escrotidão e empatia verdadeiramente pura, é preferível calar a grosseria e a rispidez se o que se quer é viver um amor, pois até os preconceitos imbecis e os medos infantis e sem sentido, estão acima de comunicar desprezo e condenação!
É certo que o mesmo erro foi cometido tantas vezes…
Repetido por nós dois…
Mesmo assim é preciso lembrar que da escrotidão e latrocínio ao afeto mais puro e o amor mais dedicado, enquanto procurávamos pelo que antes fazia sentido, foi sua humanidade vazia que atirou-me a imensidão do coletivo.
E não ouse dizer que não, pois além de não se posicionar nem para acabar com tudo, muitas coisas mais me foram entregues na mão de tal forma, que naturalmente eu acabaria por tornar-me o culpado de tudo.
Eu não ligo mesmo…
Foda-se
Aqui do lado de fora as pessoas também julgam mas não tomam atitude, sentem mas não falam, tentam mas não se manifestam, encenam muito para viver pouco e assim por diante.
Os excessos sempre denunciam que algo está escondido e seja no bairro, cidade, estado, ou qualquer agrupamento que tenha mais pessoas do que se pode conhecer profundamente antes de morrer, ainda sim há muitas transas físicas e mentais para experimentar.
Inclusive, com quem não rotula e que sabe que é impossível fazer segredo diante daquilo que se manifesta.
Cego fui eu que não aprendi sua mímica antes de sair por aí tomando atitude por nós dois.
Cego fui eu que bati punheta no vento, achando que transava com você de corpo e de coração.
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O amor mais tóxico da minha vida
parte 1
Hoje é 06/10 é uma data na qual estará marcada eternamente em minha vida. Foi no ano de 2019, nas prévias de Olinda, onde eu fui pedida em namoro por até então o amor da minha vida e que eu achava que seria para a minha vida. Eu recebia amor, carinho, suporte e era conquistada todos os dias, tinha confiança, sonhos e tudo o que um bom relacionamento deve ter. De outubro de 2019 ao começo do ano de 2022, eu era um princesa, feliz, com um parceiro ao lado e construindo minha vida pessoal e nossa vida como casal, inclusive indo morar juntos, mas não tinha dimensão do que estava por vir. Foi ali, a partir de uma conquista nossa que as coisas começaram a mudar. Obviamente, quando entramos em alguns espaços novos, ficamos deslumbrados, mas a nossa essência e caráter não devem mudar nunca independente de pessoas e espaços. Eu vi a pessoa que eu mais amava, se trancando em banheiro para responder mensagem, indo para a sala para mandar áudio, dormir agarrado com o celular se eu encontasse sem querer, acordava no susto... Antes mexer no celular era tranquilo e eu nunca pedia, nunca bisbilhotei, no máximo, quando estava com o celular descarregado pedia para fazer algo, mas agora... era impossível. Dia dos namorados de 2022, fomos fazer feira, ele, que tanto criticava ficar no celular e não conversar, não largava o celular, e ficava rindo... Perguntei quem era, ele disse que era a mãe, e ali tudo se escaralhou... A mãe dele estava me mandando mensagem na mesma hora e justamente perguntando dele, pq fazia tempo que ele não a respondia. A traição começou (de onde eu sei, dali), tinha uma festa com o pessoal do IDA, onde ele sempre me levava, ele inventou uma desculpa dizendo que não ia, no dia, na hora, resolveu ir, perguntei pq dele estar mentindo, que ele queria ir desde o começo, só não queria que eu fosse, ele surtou, entrei em crise, ele sumiu, não tinha noticias mais, eu que lutasse cmg msm. E foi ali que a primeira traição física começou e tudo começou a desandar, para os amigos dele e amigos nossos que ele chegou pra conversar, eu era louca, surtada, que tinha acabado de perder a melhor amiga de maneira inesperada e não sabia lidar com as coisas [...]
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