Eu acho importante começar contando um pouco dessa história. Mas eu sou bem ruim em contar histórias. Mas tem uma coisa muito fácil de fazer que é contar como é minha relação com a ancestralidade e com os Orixás.
Orixá vive em mim. Em suas mais diferentes formas de representações. Eu preciso confessar que quando descobri que Oxum cuidava da minha cabeça, fiquei bem vaidoso. Desde pequeno existia uma admiração/amor tão grandes que não é realmente possível que eu descreva com palavras.
Quando criança, gostava de ser "do contra" e já cheguei a me perguntar, naquelas épocas, se esse amor não era uma "escolha" minha pra "fugir" de Iemanjá que é a Orixá feminina mais popular no Brasil. "O diferentão". Balela.
Ia então, desde muito cedo, criando minha relação com esta, que escolheu ser minha mãe. Uma relação atípica, uma vez que eu pouco sabia quem era Oxum, ou o motivo pelo qual, em algumas circunstâncias, ela segurava apenas um espelho na mão.
Não aprendi tudo que ela têm para me ensinar ainda, mas aprendi muitas coisas e a mais bonita provavelmente é o amor. Não falo de um amor romântico, mas de um amor-amor. De um amor revolucionário. Demorou para que eu me admirasse. Certamente Oxum esteve presente neste ensinar. Também demorou para que eu entendesse a importância da minha família (com suas diferenças e adversidades).
E demorou ainda mais para que, com verdade, eu dedicasse amor aos outros Orixás existentes. Continuo satisfeito com Oxum enquanto mãe, mas foi a mesma quem me ensinou que para que eu pudesse amá-la com tanta verdade, eu precisava amar também os demais Orixás. Sou filho de Oxum, Oxumaré & Iemanjá. Esta é a minha corrente nessa vida e eu sou muito grato por tê-los.
Ps: o fato é que hoje Iemanjá é muito mais presente em minha vida do que eu poderia imaginar. Coitado do pobre Fabiano que não sabia tantas coisas. Orixá mudou a minha vida. E eles vivem em mim.
Eu desejo que todas as pessoas que lerem esse texto possam acreditar na força de Orixá. Seja ele qual for. Que a dona dos ocultos continue me ensinando tanto, e que eu não seja tão complicado às vezes. Tudo torna-se fácil quando lembramos que não estamos sozinhos.
Afinal, Orixá vive em mim.
E que concedam-me sempre serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para reconhecer a diferença.