Tumgik
#o primeiro ato a gente nunca esquece
idollete · 4 days
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Puxando a pauta da outra anônima...e perder o BV com eles Juju, como você acha que seria?
perder o bv é realmente algo, né, a gente nunca esquece 💭 o meu foi na frente de todos os meus amigos, no corredorzinho do lado da biblioteca e com um amigo muito querido jogando açúcar na gente ?????? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK vivências sabe
pra mim o melhor tirador de bv deste elenco é o matías!!!!!!! porque vejam bem ☝🏻 ele tem esse jeitinho meio porra louca pokas ideias curtindo a vida adoidado, mas ele seria o seu melhor amigo fiel escudeiro que sempre te protege e te trata como a coisinha mais preciosa desse mundo. é cavalheiro mesmo, tá? e ele só é assim contigo, mais ninguém. aqui eu imagino um cenário deles dois bem sementes em seus 18 anos e se descobrindo. o ponto é que você não tá descobrindo grandes coisas porque não faz absolutamente nada. quando você tá de encontro marcado com um carinha do seu bairro, o matías se oferece pra te ajudar a aprender a beijar. no off o matías sempre foi apaixonado por ti e ele meio que queria tirar uma casquinha também né. o beijo em si é muito calmo, você com certeza vai sentir borboletas no estômago, porque o matías faz um carinho no seu rosto, afaga os fios, mexe a língua bem devagarinho (ele chupou um montão de halls de menta e ainda usou borrifador pra ficar com o hálito bom e sem gosto de cigarro), ele vai te incentivar também, percebe que você tá meio perdidinha e coloca as suas mãos na nuca dele, te traz pra bem pertinho do corpo dele, tudo isso debaixo da uma árvore no quintal da casa dele. o beijo só termina quando a mãe dele aparece te chamando pra dizer que seu pai veio te buscar e o matías tá todo sem graça de te encarando porque, porra, ele se apaixonou ainda mais. e ele só vai conseguir pensar nisso pelo resto da semana.
o primeiro beijo com o simón é coisa de cinema. ele fica todo preocupadinho, cheio de "tem certeza?", mesmo sendo só um beijo, mas é o SEU primeiro beijo, então ele se vê na obrigação de te dar uma experiência inesquecível. capaz dele até ficar um tiquinho preocupado, só que isso passa rapidinho quando ele te olha toda bonitinha só esperando pra ser beijada. é quase como se ele estivesse te "preparando" pro beijo, ele ajeita uma mecha de cabelo atrás da tua orelha, te dá aquele sorrisinho de todos os dentes, uma risadinha soprada, te encara um tico, aqui o olhar vai ficando mais intenso. vai quebrando a distância bem devagarinho, faz que vai te beijar e você até fecha os olhos e faz biquinho, porém o simón beija primeiro a sua testa, depois as têmporas, as bochechas, a pontinha do nariz, o maxilar, o queixo e só então ele chega na tua boca. o toque inicial é no cantinho dos lábios, em cada lado, fica mais molhadinho, as mãos ficam nas laterais do seu rosto, acariciam a pele. e antes de te beijar mesmo, ele vai te sussurrar um "você é tão linda", pra grudar a boca na tua. ele é bem paciente, nada incisivo, te dá a ideia do primeiro passo, entrelaçando a língua na tua, mas te deixa bem livre pra descobrir o ato de beijar, vagar pela boca dele também. vai pegar uma intensidade um tempinho depois, começa a te mostrar do que ele gosta, nada demais, porque ele não quer te assustar, só que não evita de dar uma chupadinha na sua língua ou uma mordica no seu inferior. e o final é com vaaaaaaaaaários selinhos da parte dele, te dizendo que você beija bem demais pra quem nunca beijou antes.
o pipe príncipe encantado também é um dos melhores primeiro beijo da vida, ele fica meio preocupadinho que nem o simón, se duvidar ele até pesquisou no google como dar um primeiro beijo bom pra uma pessoa mas desistiu no primeiro vídeo que viu, seria no improviso mesmo. na hora do beijo ele fica mais concentradinho, parece até que é o momento mais sério da vida dele, e o pipe é outro que fica meio nervoso também, porque e se ele fizer uma parada que você não gosta? é por isso que ele parece que tirou um tempinho pra pensar, fica encarando o seu rosto, usa a pontinha do indicador pra percorrer todos os seus traços, solta uma risadinha nervosa quando você ri, te diz um "te quiero mucho" antes de finalmente quebrar a distância e juntar a boca na tua. começa com um selinho estaladinho, os braços dele envolvem o seu corpo, vocês dois grudadinhos quando a língua dele passa pelo meio dos seus lábios e te envolve devagarinho, uma mão dele para na sua lombar pra outra encontrar seu cabelo, ele te segura pela nuca, carinhoso, te faz um cafuné ali. é aquele beijo que faz a gente levantar um pezinho no ar e suspirar apaixonada. no final, ele deixa a testa grudada na tua pra te perguntar se você gostou e se ele pode te beijar de novo.
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sexybombom · 3 months
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Oii, meu anjo, tá bem?
Se tiver recebendo pedidos, faz um do Renjun com o tema que você quiser, ok? Obgg 🩷🩷🩷
Espero que goste nonie!!
tw: só eles sendo uns amores
665 palavras
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As mães de vocês dois eram amigas desde a adolescência. Quando as duas engravidaram ao mesmo tempo e por acaso — depois de anos sem se verem — se viram uma do lado da outra na maca do hospital esperando pelos bebês, levaram aquilo como um sinal e desde então, não se separam mais. Graças a isso, desde que se conhece por gente, Renjun e você estiveram sempre juntos.
Foram para o infantário juntos, fundamental, para o colegial, e agora, para a faculdade.
Todos falavam como a amizade de voces era linda, elogiavam e as vezes ate diziam como os dois pareciam um casal, ambos riam e era sempre a mesma frase saindo dos labios: 'somos só amigos'.
Mas ficava um pouco difícil de acreditar nisso quando olhavam para vocês dois. Estavam sempre de mãos dadas para lá e para cá, muitos abraços, beijinhos nas bochechas e algumas vezes "sem querer" nos cantinhos das bocas. Sem falar no jeito que se olhavam, ou o jeito que Renjun agarrava sua cintura quando se abraçavam ou apenas quando estavam próximos.
Tipo agora.
Não é a primeira vez que você nota esse hábito inofensivo dele.
E por algum motivo, não estava sendo tão inofensivo pra sua mente, aquilo estava te deixando doida. E até se sentia um pouco mal por querer beijar o seu amigo de infância.
Mas parecia que ele fazia de propósito, e ele fazia, o sorriso malandro no rosto te dizia isso. Não foi sempre assim, no início era realmente um ato inocente, mas quando ele começou a notar que você passou a ficar de certa forma nervosa quando ele o fazia, ele nunca mais parou.
Vocês estavam na sua casa, sentados na sua cama enquanto viam o primeiro filme que apareceu. E aquela maldita mão estava em volta da sua cintura.
"Jun..."
"Que foi, princesa?" Ah... Os apelidos... Como podia esquecer disso?
"Nada. Esquece..." "Me fala. O que foi? Tem algo te incomodando?"
Você se virou para ele e viu aquele olhar, aquele mesmo olhar que ele te dá quando te dá beijinhos no canto da boca.
"Você faz de propósito..."
Ele fingiu uma cara confusa.
"Nem tenta fingir que não entende do que eu 'tô falando. O jeito que você..."
Ele virou a cabeça para o lado. De novo, com o madilto sorriso no rosto.
"O jeito que eu...? Continua, amor." O tom de voz doce e carinhoso.
Ele se aproxima de você te deixando ainda mais nervosa.
"Que me olha, que segura em mim... Eu não acho que vou me controlar mais se continuar assim."
"Talvez isso seja o que eu queira."
Ele estava cansado de fingir que vocês não se gostavam, não tinha mais razão para agirem como tal.
"Posso te beijar, princesa?"
Você suspirou em resposta. Concordou levemente com a cabeça.
Ele fechou o espaço entre vocês, apertou de leve sua cintura e te levou para o colo dele. Fazia tanto tempo que vocês esperavam por isso.
O beijo era calmo, carinhoso, porém tinha um pequeno toque de desespero. Você pousou ambas as mãos na nuca dele, puxou os cabelos alí, fazendo ele se arrepiar inteirinho.
Você se colava mais nele, queria ficar assim, coladinha nele. Ele enrolou os braços em volta do seu corpo, abraçando a sua ideia.
Vocês permaneceram assim por alguns minutos. Até que pela falta de ar, vocês se separam.
Ficaram se olhando por um certo tempo, ainda processavam o que tinha acabado de acontecer.
Ele sorriu, de uma forma que fez seu coração esquentar mais ainda. Deixou um selinho nos seus lábios e em seguida na ponta do seu nariz, te puxou para um abraço e assim vocês ficaram.
Não podiam estar mais felizes.
"Que tal a gente ficar assim e depois dormir de conchinha?"
E mesmo que sempre dormissem assim, você amou a sugestão.
"Acho uma ótima ideia, Jun."
Ele te apertou. "Te amo, princesa. Muito, muito, muito." Você riu com a pequena confissão dele, levantou a cabeça olhando nos olhos dele. "Também te amo, Renjun."
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saturnwhen · 1 year
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"eu me tornaria poeta se você me dissesse que gosta de poemas. tal qual virei artista pra te admirar, pintei suas curvas numa tela de imagem turva e te descrevi usando um frame de olhar.
te pintei nas telas cinzas e fui além de van gogh. você me lembra sábados, a chuva, o céu estrelado e o bater da praia e das ondas mais fortes no verão. você me fez sentir o amor e viveu em mim, sem a esperança de ser demais você chegou explorando cada parte e viveu girassóis amarelos, rodando da órbita do seu sol.
eu faço o clichê, faço uma dança pra você. componho mais que cazuza, que maia, que roberto. eu te dedico elis, caetano, buarque, sua bethania e sua marisa e te dedico esse pequeno parágrafo do amor, pra todas as vezes que se esquecer como pessoas amam pessoas: essa é a minha forma particular de um infinito particular.
eu te gravo na minha fita de amor. eu te escuto, te memorizo, te levo comigo pro meu lugar seguro e te conto numa prosa, tamanha admiração por aquela que me fez enxergar além de mim o que eu não queria ver. que apoiou-me as pernas e segurou-me os braços, que me deu o ombro para chorar e os ouvidos para escutar uma curiosidade citada no calor do tempo. que me renasceu no gargalhar sincero, que me amou no simples ato de agir. que foi meu português incorreto, a minha incerteza e a minha clareza. agora exige também a minha contradição.
e mesmo que me doa um pouco mais eu escolheria decorar as falas do seu filme favorito, ouvir o podcast que você ama e comentar com você sobre a vida como se entendesse. mesmo que seja difícil, contínuo entendendo de séries e novelas que nunca pensei que veria na esperança de que você fique feliz. e me dói que você faria o mesmo por mim. e eu não queria que você fizesse, porque seria mais fácil de te esquecer. de assumir que eu não te amo. de fazer com que o sentimento seja mínimo, inexistente. mas você vem e você me ama de volta. a gente sabe que, no final, o amor não é o mesmo. esse é o primeiro passo pra doer.
e por mais que pra você eu seja a poeta você já faz a poesia inteira e derrete o meu coração. faz falhar a batida e não faz falhar o amor.
eu não queria te amar amanhã de manhã mas é impossível amar as estrelas a noite e esquecer-se do sol. eu continuarei te amando enquanto assim for do sol aparecer."
20/07/2022.
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ellahwife · 1 year
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eu gostaria que aqueles girassóis estivessem sido entregues a ti pelas minhas mãos, sabendo que facilmente a sua reação seria um tapa ou um murro, enquanto eu estaria sorrindo por já estar esperando isso e em seguida agarrando seu corpo da forma mais delicada possível para não te machucar, porém com uma força proporcional a saudade que senti toda a vida antes desse momento se tornar real. então te abraçaria por horas, te segurando bem perto, que não sobraria espaço nem para o vento passar, seríamos uma só naquele instante. eu te olharia com amor, desejando que você sentisse cada toque meu com carinho e mesmo que afundasse seu rosto em minhas vestes por tamanha vergonha, não deixaria de fazer, mas eu perguntaria se está tudo bem e você concordaria suavemente com um leve balançar de cabeça. posso finalmente soltar todo o ar preso em meus pulmões, estava em meu lar. estava com quem amo em meus braços. não era mais um sonho.
sabe o que eu gostaria também? de assistir o filme "girl interrupted" com você. me lembro de você ter mencionado ele algumas vezes e em uma delas, dizer que só assistiria comigo se fosse pessoalmente e acredita que nunca, nunquinha vi ele? nem o trailer. talvez não se recorde, mas vou continuar esperando por isso e quando acontecer, quero que esteja pertinho de mim, com a cabeça deitada no meu colo e eu passando minha mão pelos fios do seu cabelo, em uma carícia suave, porque toda vez vou sentir a necessidade de te tocar pra sentir que existe e que está bem na minha frente e também porque quero ser a pessoa mais carinhosa com você não importa a situação.
também tenho vontade de distribuir um pequeno beijo na pontinha do seu nariz, bem na pinta que ali se encontra, bem pequena mas ainda sim visível aos meu olhos, me permita isso? quero ver todos os teus detalhes, os quais já conheço e também conhecer novos.
quero em um dia de domingo não fazer nada ou fazer tudo com você. quero ouvir sua voz, sua gargalhada, você me chamando de idiota por algum motivo bobo ou por alguma gracinha minha. quero te encarar nos olhos e ver sua alma e o quanto ela me pertence, não me importando em estar sendo possessiva. quero colocar seu óculos em seu rosto da forma mais delicada que eu encontrar e te dar um beijo na testa em sinal de respeito. quero sair pra gente beber e ter o primeiro porre juntas, mas tomando todo o cuidado para te trazer de volta segura e bem. quero ver seu sorriso e saber que nesse momento o motivo dele está sendo eu. quero te levar pra jantar em um lugar calmo, um som ambiente ao fundo enquanto observo a forma que você segura o talher e da a primeira mordida, para que assim saiba se está gostando ou não. quero andar por aí sem rumo, com você ao meu lado, comentando sobre as paisagens, tentando imaginar o que se passa na cabeça das pessoas a nossa volta e rindo juntas da nossa própria imaginação. quero olhar as estrelas e a lua no céu apoiada em você, enquanto o vento frio da noite nos faz estremecer um pouco e tiro minha blusa para que você possa vestir e não sentir mais ele, mas continuarei abraçada ao seu corpo, não posso ficar longe de ti. quero chegar e depois de um banho quente poder deitar na mesma cama que a sua, te abraçar apertado, mexer no seu cabelo, dizer que te amo, te cheirar, distribuir todos os beijos que estavam sendo guardados até aqui, brincar com as pontas dos seus dedos, fazer carinho em seu rosto, morder sua bochecha, cuidar de ti até você pegar no sono e então ficarei te observando dormir, sorrindo como uma boba por finalmente tudo ser real, por você estar sendo minha.
quero poder realizar tudo isso com você, sem pressa porque dessa vez o tempo estará ao nosso favor.
eu quero fazer você sentir meu amor em cada ato e não deixar se esquecer o quanto ele é verdadeiro.
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naymls98-blog · 1 year
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É tudo muito recente ainda, e te dizer que não dói seria uma grande mentira. Ainda dói mais não como antes. Acho que esse é o ciclo natural da vida. As coisas ressignificam. Nunca esquecemos um amor, apenas deixamos de sentir as coisas com toda aquela proporção. E posso te dizer: você está sendo ressignificada.
Os primeiros dias foram os piores. A dor era quase insuportável, ao ponto de o simples ato de respirar doer a alma e doer os ossos. Eu rezava pra que a noite acabasse logo, porque quando eu fechava os olhos, sempre sonhava com a sua rejeição. Me sentia péssima te imaginando com outra pessoa, era como me dar facadas no peito. Não conseguia mais enxergar beleza na vida, não conseguia sorrir, não tinha vontade de sair da cama, e quando saia já queria voltar pro quarto e me enfiar de baixo das cobertas e chorar o resto da semana.
Cheguei ao ponto de me culpar pelo meu excesso de amor. Pelo meu excesso de paciência... pelo meu excesso de zelo. Afinal, ninguém quer o que já tem de bandeja né ?  Acredito que as coisas tenham deixado de ser emocionantes pra você. Afinal de contas, eu perdoava tudo, passava por cima das coisas que eu acreditava pra ter você do meu lado. Estava tão cega que não conseguia enxergar o obvio... não conseguia enxergar que por mais que seu dia fosse exaustivo e você estivesse com excesso de trabalho, a sua mudança comigo era injustificável. Você mudou, e a sua rotina louca não tem que ser a sua justificativa pra isso. Você já não era feliz, já não me olhava do mesmo jeito, já não me tocava do mesmo jeito, já não fazia planos comigo, tudo sempre irritava você. Você sempre dizia que a solução era terminar. Fui tão burra ao ponto de não enxergar que você queria isso a muito tempo. “Não estamos bem a muito tempo” foi o que você disse, e sabe, você tem razão. Mas estava tão ocupada tentando fazer isso dar certo que não percebia que sozinha eu não conseguiria arrumar essa bagunça, afinal de contas, foi você que fez ela. Até o simples ato de postar uma foto juntas se tornou um grande problema pra você. Já estávamos separadas muito antes de 10 de dezembro, eu simplesmente não enxergava isso. Nenhuma das duas estavam felizes.
Resignifiquei você, e nos dias mais sombrios eu so tinha a minha própria companhia. Só tinha eu e eu. Eu saia de manhã sem rumo pelas ruas andando km e km porque isso me ajudava a não pensar. Mas quando a caminhada terminava toda aquela dor me consumia. Eu tentava procurar respostas que nunca irei achar. Porque simplesmente não tem respostas mesmos... nunca errei. Você foi o problema de tudo, e você tem razão, voce acabou com a gente. Voce tem razão, eu mereco alguem muito melhor que você. Mereço alguem que nunca cogite a possibilidade de olhar no fundo dos meus olhos e dizer que nao quer mais a responsabilidade de um relacionamento.Você so entrou na minha vida pra me ensinar duas coisas:
1- a nunca ser igual você, com absolutamente ninguem.
2- que eu nunca devo amar alguém mais do que eu mesmo. Eu sou o amor da minha vida.
Você não me terá em outro momento. Não temos volta. Nunca irei esquecer o fato de você beijar, flertar e mais, transar e procurar outras mulheres sendo que nunca te dei motivo pra isso. Abrace seus amigos, e case com a solidão ou com qualquer outra pessoa que cruzar seu caminho e ironicamente você se apaixonar. Eu nao me importo mais.
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griffintheimmortal · 1 year
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Griffin, agora que acordava antes de Daiyu, achava engraçado a familiaridade que os corpos dos dois tinham entre si, mesmo quando inconscientes. Seu braço esquerdo a envolvia com cuidado na cintura, e o direito estava ocupado em ser o que segurava sua mão e a assegurava que mesmo que os pesadelos viessem, ele estaria ali e tudo ficaria bem.
Quer dizer, isso estava virando uma mentira, a prova disso era seu sono leve, sua saúde decaindo. Mas se fosse morrer para assegurar que os desejos de Daiyu fossem respeitados, ele seria o primeiro Ambrose em gerações a morrer com menos de um século de idade sem hesitar. Isso era o tanto que ele a amava, o suficiente para esquecer sobre si e sorrir ao ver seus olhos escuros despertando, o jeito em que ela se movia para mais perto de seu peito desnudo, seu corpo a acomodando melhor contra si em um ato costumeiro demais — a vida deles seria um pesadelo se não tivessem se apaixonado, como era que alguém iria fazer aquilo sem ter anos de prática?
— Good morning, my love — disse com sua voz tendo mais sonolência do que o resto de seu corpo. Ele fora quem teve pesadelos, mas tinha se acostumado a escondê-los. Ela era mais importante. — Quer um pouco de chá antes de ir para aula? — ele era quem queria chá, e ela saberia, pelos deuses, ela conhecia o seus atos de servidão disfarçando seus desejos tão bem que chegava a fazê-lo corar só de pensar — Ou a gente poderia ficar aqui e não levantar nunca mais — escondeu o rosto entre seus cabelos negros, a puxando levemente para si seus narizes, quase como por magnetismo — Your decision — seus olhos se perderam os dela, ainda sonolentos olhando para ele. Ela era tão bonita que doía, muito mais do que os efeitos do voto perpétuo que havia feito quando mais novo e que seus pais insistiam em mexer com ele. Iria ligar para sua tia para pedir um tônico mais forte, sua saúde tinha que aguentar até o momento perfeito.
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rodadecuia · 2 years
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timbercake · 5 years
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on wednesdays we fight for education 💪🏼
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pequeno-crouton · 3 years
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Um texto para minha alma gêmea
Pode ser idiotice para alguns escutar de uma pessoa de 20 anos que encontrou sua alma gêmea, mas acontece que encontrei, que estive com ela por 7 meses incríveis, mas aconteceu que a vida tinha outros planos. A vida nos colocou juntas em um momento difícil, nos separou e está fazendo a gente seguir caminhos diferentes.
Você é minha alma gêmea, como um coração vermelho e outro amarelo como gostávamos de chamar ❤️💛, não serei capaz nunca de te esquecer. Você foi o meu melhor presente, meu melhor acaso que eu ainda peço a deus e o mundo que volte pra minha vida como outro acaso mais inesperado ainda. Você é a pessoa mais incrível que já conheci e eu espero, de todo meu coração, que a minha menina fique bem, consiga ter paz e ser feliz, porque você merece isso mais do que tudo nesse mundo.
Vivemos momentos incríveis e eu aprendi mais do que nunca o que é amar alguém de uma maneira tão forte e o que é ser amada da maneira mais linda do mundo. E nossa, cada momento nosso foi simplesmente perfeito. Eu amei ser a sua namorada.
Sei que ainda preciso amadurecer muito, preciso conseguir me amar, me cuidar, ser mais corajosa e aprender a lidar com o mundo de vários sentido diferentes e, por causa disso tudo, eu decidi ter esperança. Meus olhos sempre brilharam mais quando tinha esperança nas coisas, mesmo eu tentando ignorar esse sentimento, mas só se vive uma vez e eu quero viver sendo eu, até nas pequenas coisas.
Então, como meu primeiro ato de coragem, eu decidi ir seguindo minha vida, mesmo com muito medo, decidi me cuidar, mas tendo esperança em mim, no meu futuro e esperança que um dia, quem sabe, a gente se esbarre por ai, talvez nessa vida ainda, mas se não for, eu vou saber que estarei pronta quando isso acontecer.
E se por acaso esse dia chegar, é porque estaremos nas nossas melhores versões. É porque talvez ainda faça sentindo ou volte a fazer. Ou seja apenas um momento rápido em nossas vidas.
Então eu falo, meu amor, falo por mim de agora, que enquanto fizer sentindo para mim, eu vou voltar, vou voltar na minha melhor versão, para, quem sabe, a gente puder construir o que sempre sonhamos. Nessa vida ou na próxima, mas sei que vai ser da melhor maneira possível. Sei que agora não é o momento, não estamos prontas e sei que talvez ele nunca chegue, mas como já disse, só se vive uma vez e eu não quero perder cada coisa que estiver sentindo por medo.
Então agora você sabe, sendo recíproco ou não. Eu te amo muito minha vida e vou carregar um pedacinho teu comigo pra sempre. Almas gêmeas se reconhecem pelo olhar.
Com amor, ❤️💛.
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bewaresienna · 3 years
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⠀⠀⠀🐺 ⊹   𝑺𝑻𝑶𝑹𝒀𝑩𝑹𝑶𝑶𝑲𝑬.    ⋆
NOME :  sienna bozkurt corvinus  (meaning literalmente: vermelho lobo corvo, onde o corvo advindo de corvinus é por conta do mau agouro, a morte, o azar, sentimentos sombrios e intenções negativas no geral).
ALIAS  /  APELIDO :  sisi e nena para os menos chegados aka os que ela não tem tamanha consideração assim em sua vida; corvi, vivi e kurt são seus favoritos e pessoas com maior intimidade a chamam assim porque ela pede.
CONTO & PERSONA :  chapeuzinho vermelho, como loba má.
IDADE :  33 anos
EDUCAÇÃO :  superior completo em administração
OCUPAÇÃO :  dona do cassino playful hearts / gambler
ALTURA :  1,64m
DETALHES POSITIVOS :  autodidata, odeia que alguém a ensine algo que ela tem condições de aprender sozinha; sempre está disposta a ouvir o próximo (mas raramente liga); kuudere - ela é uma pessoa que é séria por fora e não expressa muitas emoções, mas é intensa por dentro, parecendo apática quando na verdade sente em excesso;  em breve mais.
DETALHES NEGATIVOS :  extremamente rancorosa e não sabe perdoar ninguém, o que a corrói quase sempre e é bem difícil lidar com esse lado dela; estressadíssima, ela não sabe controlar suas emoções muito bem e é perigoso; difícil de se abrir sobre sentimentos e afins, muito solitária; odeia gente idosa e tem certo preconceito perto delas;  em breve mais.
DETALHES NEUTROS :  faz uso do sarcasmo e da ironia na maior parte das vezes - mas nem sempre se diverte com isso, às vezes é só mecanismo de defesa;  em breve mais.
HISTÓRIA :
— apesar de não ser uma vilã original da maldição e ainda assim estar acordada, sienna foi corrompida pela crueldade e maldade existente dentro de si, ainda que suas razões sejam inerentes às dos demais vilões. ela não os apoia, não está do lado deles, tal qual os mesmos também não são inteiramente confiáveis uns para os outros, mas isso não quer dizer que não se aproveite vez ou outra dos benefícios de se ter “aliados”.
— com intuito de livrar-se do rancor que guardava de Chapeuzinho na Floresta, Sienna se apegou à história falsa que sua persona de Storybrooke carrega. Solitária como foi, esteve sempre cercada de amigos na infância e lembra-se de ter se afastado deles quando cresceu mais. Claro que, na realidade de sua perspectiva, foi apenas um surto de descontrole. Sempre que Sienna perdia o controle do lobo interior, agia fora do habituado e não podia fazer nada com isso, a não ser afastar-se de todos até que estivesse finalmente sã. Talvez por isso quando voltou a Storybrooke, fundou a Playful Hearts - era muito melhor imergir nos “corações divertidos” do que lembrar-se que não tinha um para chamar de seu. E até hoje a Bozkurt guarda muito rancor da vovózinha de Ruby, assim como tem como foco estragar toda e qualquer felicidade das duas.
INSPIRAÇÕES :  daryl dixon (the walking dead); sonja (underworld: rise of lycans); bucky barnes (marvel); theodora crain (hill house); ziggy berman (fear street trilogy).
⠀⠀⠀🐺 ⊹   𝑭𝑳𝑶𝑹𝑬𝑺𝑻𝑨 𝑬𝑵𝑪𝑨𝑵𝑻𝑨𝑫𝑨 .    ⋆
NOME : sempre foi conhecida pelo seu pack como boz (por isso seu sobrenome é bozkurt), tudo pelo sotaque e pronúncia de alguns quando se referiam à ela como “boss”. mas, comumente, pelos que não eram de sua matilha, só: loba má.
CICATRIZES :  uma que a afeta até hoje não só pela marca física que deixou, como pela emocional. quando chapeuzinho a atacou, matando-a, a loba ficou com um aberto no peito e foi parar no limpo das almas, até ser poupada de volta pelo Carrasco do submundo. a cicatriz, no entanto, permaneceu, e ela não consegue esquecer a traição que sofreu sempre que se olha no espelho e vê a marca abaixo do peito, na região de seu coração. outras cicatrizes menores por aventuras externas são curadas ou suavizadas pela licantropia, a depender da gravidade delas, menos esta no peito.
HEADCANONS IMPORTANTES :
— A Loba Má nunca foi, de fato, má. Seu instinto podia ser selvagem, pois ela era livre para ser e estar como bem entendesse. Claro que isso interferia na vidinha pacata de alguns moradores de Red Rose, mas a verdade era que a Loba nunca teve intenção de viver uma vida sem aventuras e muita emoção. Por isso mesmo que quando conheceu Ruby Red, apaixonou-se. O espírito da jovem mesclava aos seus princípios e isso era fascinante, principalmente por ser o primeiro contato da Loba que não resultou em violência. Pelo menos, não até ela mostrar as garras...
— Na época, sua obsessão beirou a loucura quando acabou por descontrolar-se e findar a humanidade de Ruby com a maldição da licantropia. E assim, uma vez que a jovem desapareceu por sua culpa, a Loba buscava desesperadamente por sua amada para tentar ajudá-la. Foi aí que descobriu que a avó da mesma estava procurando por ela. Num ato de selvageria, natural desta, a Loba entendeu que a única pessoa que jamais permitiria que Ruby e ela estivessem juntas, era a avó, tomando a atitude então de invadir a casa para tentar matá-la. Porém, surgindo em defesa da senhora, Ruby encontrou e atacou a Loba no peito, matando-a em confusão e mágoa por tamanha traição.
— Foi para o limbo e ali, de encontro com o percursor das almas penadas, Tânatos, ela ganhou mais uma chance de viver… E esta faria valer a pena. Recheada dos sentimentos mais negativos e deprimentes, a Loba rendeu-se ao lado selvagem de seu ser e não consegue mais controlar a si mesma quando está no ápice de seus sentimentos e sensações. Machucada, amargurada, corrompida… O animal que suspeitavam que fosse, agora existia realmente.
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xxxsolitudesxxx · 3 years
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03/01/2020, 20:48
Eu prometi escrever todos os dias. Eu não pude. Eu pensei que, com o passar do tempo, as coisas se fariam mais fáceis, mas não é bem assim que funciona. A dor nunca deixa de doer, a gente aprende a lidar com ela, meu caro. Eu estive mudo, eu sei, mas isso não significa que eu não tivesse nada pra dizer... O foda é essa sensação de que ninguém está te ouvindo. Eu na verdade quis gritar, mas eu ainda cantei, eu dancei, eu sorri. Eu pensei que, pra se tornar outra pessoa, a gente deveria esquecer tudo, perder o medo, não sentir mais a dor e rir das cicatrizes, mas a gente só aprende que é normal doer assim e sai correndo mais uma vez, ciente já da próxima queda. Isso não significa que as coisas pioraram, pelo contrário, até entrou mais luz na minha vida, eu passei a cultivar plantas, mas as vi morrerem. Todas elas. Me disseram que é culpa minha, que minha energia pesada matou as plantas. Eu ri. Eu pensei nessa tal de energia pesada, honey. Eu decidi que não me importo. Algumas pessoas nascem pra sentir dor. Eu só queria arrancar essas dores, mas não é assim que funciona. Isso não significa que eu não tenha crescido em todo esse tempo, mas eu pensei que crescer significaria esquecer, não doer mais, mas quanto mais o tempo passa, mais eu somo despedidas e traumas, mas isso não significa que há menos luz, meu velho. Eu queria poder te contar mais do que essas palavras rasas sobre todo esse tempo em que estive ausente, mas eu não quero te encher com todo esse papo de expansão da consciência, amores brandos e toda essa porra. Tá legal, vou contar um pouquinho disso tudo. Eu deixei de acreditar em deus e isso durou como um ano da minha vida e eu nunca cresci tanto espiritualmente como durante esse tempo. Ter vindo do cristianismo, família “evangélica” (seja lá o que isso signifique), não foi de todo ruim. Mas aí o mundo mudou, eu mudei e tudo aquilo já não fazia sentido pra mim. Eu precisava admitir isso e romper aquele cordão umbilical, da religião dos meus pais, e construir a minha própria espiritualidade. Então eu me declarei ateu, mas sem negar a espiritualidade, pois ateu é apenas aquele que não acredita em deus nem em religiões, mas pode acreditar, fora isso, no que quiser, seja em astrologia ou na Emília do Sítio do Pica-pau Amarelo. E então eu larguei aqueles preconceitos todos e esse foi o primeiro passo para evoluir um pouco mais em minha espiritualidade. A segunda melhor coisa foi deixar de jogar sobre um ser divino todas as minhas expectativas e responsabilidades e assumir o controle, sabe? Assumir também a responsabilidade pelos meus atos, sem ter de pedir perdão a um ser invisível. Eu aprendi a me perdoar. Depois disso, muita coisa aconteceu. Mas também houve dias em que tudo parecia se repetir, tudo e todos pareciam automáticos, então eu, talvez por uma curiosidade inocente, fui tentar saber um pouco mais sobre isso e descobri as teorias mais absurdas sobre vivermos numa simulação e até hoje essa ideia mexe muito comigo. Você já pensou? Mas depois disso muitas outras coisas me chegaram como esse papo de multidimensionalidade e expansão da consciência que, eu não vou conseguir te explicar aqui, mas com o tempo eu conto. Você deveria experimentar, pois, cara, como foi bom romper aquela casca. E por mais que os meus demônios ainda me atemorizem, por mais que as despedidas ainda continuem me cortando e as pessoas sigam partindo, eu aprendi que eu mesmo posso mudar isso e que em algum momento eu escolhi viver isso e que tudo bem se não estiver tudo bem. Existe sempre uma versão melhor de mim em algum lugar desse Universo. As dores e erros são para me fazer um pouco maior e eu vou achar um sentido pra todo esse peso lá no final. Mas não existe finais. É tudo um ciclo. As coisas não estão melhores por aqui, mas eu sei que vão melhorar. Muitas pessoas se deitaram nesse colchão, eu nem posso contar. Agora eu estou sozinho. Mas eu sei que tudo vai mudar. 
Hugo Penna
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benlieveme · 3 years
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that’s what i am.
No fim da década de 90, a união de dois jovens universitários foi o suficiente para que a relação com seus respectivos familiares se tornasse um tanto quanto turbulenta. Os pais da jovem Nayoung discordavam em gênero, número e grau o namoro com o primogênito da família Hwang pelo simples fato de não acharem correto o tal rapaz ser coberto de tatuagens com tão pouca idade. E a reprovação só piorou quando Nayoung anunciou uma gravidez indesejada. O casal mal havia terminado os estudos e agora tinham que lidar com a chegada de um bebê que, diga-se por passagem, nenhum dos dois fazia a mínima ideia de como cuidar, afinal ambos eram filhos únicos. Jaehyun arriscou a vida em pequenos investimentos financeiros enquanto trabalhava meio período e para conciliar trabalho e estudos, enquanto sua, ainda, namorada, conciliava os estudos com algumas aulas particulares de coreano e inglês que ministrava para estudantes da universidade. Em determinado momento, Jaehyun ganhou reconhecimento na área de negócios através dos investimentos rigorosamente calculados em pequenas empresas que, por sorte, davam muito certo, e tão notoriedade o levou à uma proposta de emprego na Austrália e, bom, ele aceitou.
Se antes a relação com suas famílias já não era a melhor do mundo, agora era a pior possível. Os pais da garota praticamente imploraram de joelhos para que ela não fosse, mas ela não podia negar que lá, com o salário prometido à Jaehyun, teriam uma chance de ouro de criar o filho. O casal abandonou os estudos, emprego e a família para tentar a vida num continente extremamente diferente de onde vieram. Os primeiros meses não foram fáceis. A adaptação estava sendo complicada e o estresse da mudança brusca acabou afetando a gravidez, onde o risco de perder o bebê era grande. Nayoung então passou os últimos meses da gestação em casa e Jaehyun mais do que nunca trabalhou feito louco para conseguir arcar com as despesas da pequena família. No oitavo mês de gravidez, Nayoung resolveu se comunicar com os pais, e aos sogros, através de cartas explicando a situação que se encontravam e não esperava que em menos de uma semana sua mãe e sua sogra aparecessem de surpresa na porta de sua casa. Desde então as aposentadorias das duas velhinhas eram gastas em mil e um itens de enxoval para o netinho e periódicas passagens de avião. A vinda do pequeno Benjamin ao mundo foi como o maior dos presentes para as famílias Kim e Hwang. Os quatro avós nunca se viram tão babões — nem mesmo com os próprios filhos — e Benjamin foi criado à pão de ló por eles, porém Nayoung recebeu a notícia triste de que não poderia mais ter filhos. Não escondeu que ficou bastante abalada com isso, mas tentava mascarar isso com o espírito alegre que era uma característica bastante forte em si. Sempre que possível os avós faziam visitas ao pequeno Hwang e tomavam responsabilidade pelo bebê a fim de que os pais do pequeno tivessem tempo sozinhos para descansar da rotina pesada. E por causa de uma dessas folgas, Ben com apenas nove meses de idade, Nayoung descobriu estar grávida mais uma vez. Milagre, certo? E na medida em que o primeiro filho crescia, a barriga da Kim crescia junto e Benjamin mostrava-se já encantado pelo irmãozinho que viria logo.
A segunda gravidez foi muito mais tranquila do que a primeira, afinal já estavam estabilizados financeiramente e Nayoung podia dar um tempo do trabalho sempre que precisasse de um repouso a mais. A família então crescia no ramo de investimentos e em pouco tempo se tornaram referências na área de negócios. Juntos possuíam várias ações em pequenas empresas da Austrália além de uma agência publicitária própria e se arriscaram como sócios de uma franquia de cafeteria que se espalhava por toda a capital sul coreana.
Quando Theo nasceu, Ben dedicava seus pequenos passos e primeiras palavras ao irmão caçula, sempre questionando aos pais quando ele seria grande o suficiente para poderem brincar juntos. E sua infância foi regada do mais puro amor que recebia dos pais e avós e repassava ao irmãozinho mais novo nas palavras de carinho mal pronunciadas que dizia à ele. Ainda criança, por onde ia Benjamin levava consigo um estojo de lápis de cor e um caderno que era preenchido com dezenas de desenhos desconexos que balbuciava explicações aos seus responsáveis de que os rabiscos eram, na verdade, personagens de algum mundo paralelo. Pensavam que logo ele iria achar uma nova distração, mas na verdade o desenho se tornou sua paixão. Aprendera rápido e por conta própria desenvolver personagens alternativos e possuía uma boa coleção de desenhos que evoluíam e tomavam forma com o passar do tempo.
Ben vivia bem, muito bem. Tinha liberdade para fazer o que quisesse e ir para onde lhe desse vontade, mas ao mesmo tempo sentia falta de uma certa independência, tendo em vista que muito do que possuía era graças ao dinheiro dos pais que tanto ele quanto o irmão podiam usar o quanto lhe desse na telha, contanto que comunicassem a finalidade. Num ato de coragem, fez a cabeça de Theo para que aplicassem para uma bolsa de estudos na Universidade de Altalune em segredo, sem que seus pais soubessem. O que não imaginava é que ambos passariam e agora precisavam convencer seus velhos. A conversa durou horas, sua mãe dizendo que era perigoso irem sozinhos e em contrapartida o pai achava graça da preocupação excessiva da mãe. Ele confiava o suficiente em seus meninos e não via problema algum em deixá-los ter a independência que almejavam. No fim do dia, Nayoung, depois de chorar olhando as fotos dos meninos ainda pequenos, deu a proposta de que eles iriam se aceitassem que seus pais lhe ajudassem nos primeiros meses morando longe.
Benjamin era o típico bobo e brincalhão, quase nunca parava quieto, fruto de uma hiperatividade que às vezes acabava o atrapalhando na comunicação, fazendo piadas nos momentos errados. Se tornava mais falante ainda com os amigos e principalmente com o irmão, afinal era o seu melhor amigo desde que se entendia por gente. Em casa mantinha responsabilidade das tarefas que seus pais distribuíam, como faxina, passear com os cachorros, o almoço ou a janta e as atividades eram alternadas com o irmão, mas na maioria das vezes acabavam fazendo tudo juntos. Ainda mantinha contato com alguns amigos do ensino médio e se considerava o “leva problema” do grupo por sempre ser o amigo que  exagerava demais em alguma coisa, mas sempre cuidando é claro do próprio irmão, mesmo que isso implicasse em esquecer de si.
Ben aspirava seguir carreira de design de jogos desde a infância, mesmo que seus pais já tivessem tentado o convencer a seguir carreira administrativa ou de um padrão mais alto para continuar com os negócios da família, mas a realidade era que não se via de forma alguma preso num escritório, de terno e gravata atrelado a aplicativos que mais o faziam gastar sue cérebro em contas e mais outras coisas muito mais do mundo adulto. Gostava da liberdade que o desenho lhe proporcionava. A única coisa que precisava era de uma folha em branco e um lápis, não importava se estava no seu quarto ou numa praça bem movimentada. E mais um motivo pelo qual queria se desvencilhar do ninho que seus pais o colocaram, era ter a tão sonhada independência e aprender a se virar com o dinheiro fruto do seu próprio trabalho. Queria ter o gosto de se esforçar para crescer no mundo dos jogos e quem sabe, um dia se tornar um dos grandes nomes expostos nos créditos de algum jogo do ano ou no desenvolvimento parcial de alguma coisa da carreira, que obviamente viria com o esforço da faculdade ao qual havia aplicado e seu trabalho na livraria.
E assim que chegou em Altalune seu ciclo de amizades acabou crescendo, o que não necessariamente pareceu muito bom à primeira vista, já que em uma dessas partes se encontrava um colega em comum dos mais novos chegados e do irmão. Sua falta de filtro sempre falava mais alto ao tocar e certos assuntos com pessoas novas, mas o rapaz em questão parecia não comprar muita coisa mesmo depois de algum tempo de contato na mesma roda de amigos, saindo, conversando por pura educação ou participando de alguma atividade do trabalho ao qual, por ironia, acabaram juntos. O grande problema nisso era o simples fato de ambos não se aturarem, já que de certa forma, Ben odiava grosserias e pessoas secas sendo praticamente parte do oposto de sua personalidade natural, até mesmo por vezes achando que seus amigos e próprio irmão o trocariam pela tal pessoa.
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ramon-oliveirah · 3 years
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Valente, forte (...)
Tá aí algumas das muitíssimas palavras singelas que define essa mulher.
Falar sobre ela é uma mistura de sensações, sabe?
Fácil pelo fato de representar as coisas mais lindas e singelas do mundo.
Difícil pelo fato da responsabilidade em não deixar cada ponto que ela merece ouvir passar batido.
Sem sombra de dúvidas, é a pessoa mais incrível que eu pude conhecer nesses últimos anos.
Foi capaz, apenas sendo ela mesma, de causar sentimentos de grandes proporções nesse mero coração aqui.
Em todos os momentos que eu penso nela, eu respiro fundo, sabe?
Aquela sensação de quando você gosta muito de alguém e pensa nela. Que vai direto no seu coração e, apesar de subjetivo, transcende o emocional e reflete no físico.
Muito difícil descrever todas as sensações boas que eu tive pelo simples ato de conhecê-la, mesmo naquele simples primeiro dia, naquele simples contato inicial.
É incrível e até surreal o quanto sua vida pode tomar outro rumo ou mudar completamente quando a vida te apresenta aquela pessoa que faz seu coração bater mais rápido.
Aquela sensação de tempo desacelerado ao notar cada detalhe da sua pele, dos seus olhos, dos seus cabelos, do seu rosto. Aquela sensação que boa parte da sua vida poderia ser resumida aquele simples instante - aquele instante que você estava com ela.
Seus dias ganham vida, ganham cores. Ganham mais significado e seu fervor em alcançar seus objetivos são maximizados pela aquela pessoa que, agora, faz parte de você e do seu coração.
A lista é grande das belíssimas e boa parte meio que inexplicáveis sensações que essa mulher me faz sentir - até hoje... até esse exato momento o qual eu escrevo.
São exatamente 5:10 da madrugada de uma querida e linda Sexta-feira. Imagino que, nesse exato momento, ela esteja descansando - assim como o resto do mundo, huh ?! -.
Mas por que eu pensaria no restante do mundo,
se no meu mundo
ela é a mais especial de todas ?
Não existe distância no mundo alguma que me faça pensar menos nela.
Ainda que ultimamente mal nos falemos, isso não se quer muda o fato do que sinto por ela.
Sabe...
Cada momento que estivemos juntos está guardado à sete chaves no meu coração. Junto com todos os momentos de alegria que já tive nessa vida.
Cada "Oi", cada "tudo bem ?!, cada risada, cada pesquisa realizada juntos, cada parceria em horário de trabalho, cada saída, cada dia.
Espero, de coração, que ela seja a mulher mas feliz do mundo, porque sei que, sem dúvidas, ela merece.
Toda a luz que ela fez entrar na minha vida jamais será apagada; jamais será esquecida.
Cada vez que meu coração bateu forte.
Cada vez que me deixou bobo por ser tão fofa
Cada vez que esteve comigo.
Hoje, eu finalmente percebo o que já havia dito antes:
que quando o amor brota nos nossos corações, não existem armas para lutar contra;
não existe tempo que apague;
não existe espaço que diminua sua força
não existe nada no mundo , seja onde você estiver; seja onde ela estiver, que mude o que você sente por ela.
Sempre terá uma pessoa que entrará na sua vida no momento que você menos espera.
Que trará luz e paixão para os seus dias mais escuros.
Que faz a gente sonhar novamente. Que faz a gente acreditar nos amanhãs.
Que enche nossos corações de amor e esperança.
Sabe...
no dia da minha saída do IBGE, local esse que trabalhamos juntos por algum tempo,
eu tive a mais calorosa , singela e linda despedida feita pelas palavras delas.
Cada palavra dita por ela mexe comigo de uma maneira tão boa, mas tão boa que fica difícil explicar.
A mistura de sensações de ouvir a voz singela e delicada dela faz meu coração se sentir abraçado a todo instante, não importa onde ela esteja.
O fato dela ter mencionado , em suas palavras, nosso primeiro contato junto significou o mundo pra mim.
Pois aquele é um dos momentos que eu jamais consigo esquecer - e olhe que sou bastante esquecido rs.
Aquele foi o momento em que tudo na minha vida mudou.
Aquele foi o momento o qual eu senti, novamente,
amor brotar no meu coração.
Sei que parece difícil acreditar,
mas eu a amei desde aquele singelo primeiro momento.
Da mesma forma que não tem muito o que explicar as bênçãos divinas,
não existe explicação do que senti naquele momento.
Que honra ter te conhecido!
Seja onde estiver,
seja com que estiver,
seja quando estiver,
nunca a irei esquecê-la.
Sabe...
Nem todas as coisas maravilhosas que Deus põem em nossas vidas são para ficar para sempre.
Existem coisas que possuem um propósito e, apesar de serem maravilhosas, são passageiras.
Por mais que eu quisesse passar o resto dos meus dias ao lado dela,
por mais que eu seja completamente apaixonado por ela,
por mais que eu desse qualquer coisa pra tê-la,
isso não quer dizer que ficaremos juntos.
E , sério, está tudo bem!
Algumas coisas não são pra sempre.
Devemos ser gratos pelo hoje, pelo ontem e pelos amanhãs.
As pessoas precisam ser livres para tomar suas próprias escolhas.
Seja qual for a escolha dela, eu sempre irei respeitar.
Seja onde ela estiver, sempre irei admirá-la.
Se sua passagem em minha vida foi passageira, tudo bem também!
Então, sendo assim, foi maravilhosa!
Nunca me senti tão bem em anos.
Nunca quis tanto alguém.
E serei grato , eternamente, pelos momentos lindos que tivemos.
Ainda que não existam novos amanhãs, nós tivemos o "hoje" e o "ontem" e, por isso, já valeu a pena. Por isso, já devemos ser gratos.
Pois, essa, é a mulher mais incrível que eu conheci.
Espero que Deus continue cuidando dessa mulher ,de sua irmã e de sua mãe, pessoas incríveis e maravilhosas que eu tive o privilégio também de conhecer.
Você mudou completamente minha vida. E tudo ao redor dela.
Obrigado por tudo!
Ah! Hoje tive mais um sonho com ela, que estávamos juntos.
Cada sonho carrega em si as mais lindas memórias que tivemos.
Meu dia realmente se torna outro quando sonho com ela.
Eu passei muito tempo temendo recitar as palavras "eu te amo!" a alguém. Tinha minhas razões.
Só que, hoje, meu caro, eu não tenho medo nem razão nenhuma de negar que eu amo essa garota.
Que eu amo você, V.
Que seus amanhãs sejam repletos de coisas boas e que as bênçãos dos céus acompanhem sempre você em sua jornada.
Que a melhor parte do mundo, do universo inteiro, seja reservada para você.
Que o sol jamais deixe de iluminar seus dias.
E que você toque a vida de mais pessoas da maneira que tocou a minha vida.
Que o mundo conheça essa pessoa maravilhosa e especial que eu tive o prazer imenso de conhecer.
“(...) eu não sei porque, mas toda as vezes que olhos nos seus olhos, eu vejo um milhão de estrelas cadentes e, sim, eu te amo eu não consigo acreditar que todas as noites você está meu lado”
“(...) Vou cuidar de você pelas noites; vou te amar sem hesitar; vou te amar até quando existirem mil razões para desistir. Prometo que ficarei aqui até o amanhecer e te carregar quando estiver caindo” 
R.
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re-can-to · 3 years
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se mantém amor
ontem eu te vi. um ano longe da sua presença, sem estar por perto fisicamente... foi tão bom te abraçar de novo. seguimos pela orla andando e conversando, mas só vou me lembrar do quanto eu queria te dar um abraço assim que te vi. você estava incomodado com uma abelha que estava atrás de você, te atazanando, mas eu só soube dizer "para com isso, deixa eu te abraçar logo!" o afeto era urgente e sincero. eu te quero muito bem, de verdade. sei lá porquê, me deu vontade de chorar enquanto escrevo. às vezes, eu penso na gente. já pensei muito que terminamos por falta de maturidade dos dois, que se eu isso, eu aquilo, você isso, você aquilo... ai, ai, grande erro. no mesmo momento me corrigi dizendo que não, nada disso... a gente deu certo do jeito que tinha que dar e ainda bem que nos relacionamento naquela época, sabe, durante aqueles anos precisos e preciosos porque, a partir deles, eu posso dizer que tive uma adolescência muito linda, cheia de amor, carinho, construção e troca verdadeira. ainda bem. mas é doida a vida, né, passamos por maus bocados quando terminamos, dentro e fora da nossa relação. em julho, faz quatro anos desse fim. os anos vão se equivaler aos anos que passamos juntos e, daqui a pouco, o tanto de tempo que estamos separados vai ser ainda maior, mas agora mesmo a sensação que eu já tenho é a de que nos relacionamos em outra vida que não essa. era um eu de outra vida.
foi muito necessário, pra mim, enxergar um mundo sem você e acredito que pra você também. acontece que só depois de um tempo eu percebi que não passei exatamente a enxergar um mundo sem você, você só deixou de ser o centro, mas sempre se manteve nas arestas e sempre me aparou quando necessário. eu te agradeço por isso, acho que daí vem a vontade de chorar. é que a nossa parceria é tão sincera e valente. eu sei que já te agradeci, pedi perdão, enfim, por tudo e pela falta de tudo, mas é que eu realmente gostaria que você não esquecesse nunca o quanto você é importante pra mim e o quanto você já salvou meu coração da lama tantas vezes, principalmente depois que terminamos.
eu nunca vou esquecer do dia em que eu, podre de bêbada, perdida da Luisa, completamente sem ninguém, te liguei pra vir me buscar porque a enfermeira do ambulatório não queria me deixar sair da festa naquele estado sozinha. essa situação me marcou muito, porque eu chorava copiosamente, chorava demais, demais mesmo e você foi a primeira pessoa que eu pensei em ligar. havíamos terminado há quase um ano e nem estávamos próximos nessa época, mas, mesmo assim, eu sabia que você iria se atendesse o telefone. e você foi.
fora isso, há todos os outros atos de lealdade que você teve comigo e toda sua generosidade e maturidade pra compreender as minhas criancices que me foram tão necessárias naquela época. você teve uma compreensão que não era exigida de você mais naquele tempo e, mesmo assim, você teve. você me acolheu todas as vezes que eu precisei de um apoio, de alguém pra ouvir meus desabafos e indignações amorosas, minhas dúvidas sobre o futuro, sobre as minhas ações, meus anseios e tudo mais. foi assim que eu percebi que você sempre esteve ali, sabe, nessas arestas que eu não dava importância, mas que faziam a centralidade se manter erguida e eu nem percebia.
quando terminamos, eu te tirei da posição de namorado e te coloquei numa posição de alguém em quem eu procurava conforto, colo, quando o meu mundo maluco e cheio de experimentações sem reflexões desabava. e só depois, acho que só mesmo com o meu atual relacionamento, que eu consegui começar a processar a sua imagem pra mim em todos esses anos e o que eu posso ou não esperar de você, o que eu quero ou não de você e, logicamente, o que você pode ou não me proporcionar que, em uma realidade outra, nunca deveria ter sido essa aresta após o término. eu coloquei coisas nas suas costas que eu não deveria ter colocado. sim, eu sei, tá tudo bem, mas eu devo reconhecer gestos grandes e pequenos seus que já me seguraram por inteira. eu sei que não te devo nada, mas devo, ao menos, o reconhecimento.
ah, sim, eu sei também que tudo foi desse jeito por motivos seus e meus e, dentro dessa bagunça toda que foi os primeiros anos do relacionamento amoroso acabado, hoje podemos dizer que tá tudo certo entre nós. mas quanta água rolou, né?...
quando eu te dizia, lá no auge dos meus 15 anos, menininha sem saber nada da vida, que o nosso amor era eterno independentemente do que acontecesse, aquela inocência toda soube dizer algo pertinente, acho que porque o sentimento sempre foi muito forte e, é verdade, em certa medida, ele se mantém amor, amor dentro da realidade que nos cabe e que faz sentido pro nosso agora.
obrigada por estar presente ainda hoje após tantas mudanças e obrigada, principalmente, por ter me apresentado ao primeiro grande amor recíproco
sou feliz de ter o conhecido ao seu lado.
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itsautumnstein · 4 years
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𝐼 𝑟𝑒𝑚𝑒𝑚𝑏𝑒𝑟 𝑡𝑒𝑎𝑟𝑠 𝑠𝑡𝑟𝑒𝑎𝑚𝑖𝑛𝑔 𝑑𝑜𝑤𝑛 𝑦𝑜𝑢𝑟 𝑓𝑎𝑐𝑒 𝑤𝘩𝑒𝑛 𝐼 𝑠𝑎𝑖𝑑 𝐼'𝑙𝑙 𝑛𝑒𝑣𝑒𝑟 𝑙𝑒𝑡 𝑦𝑜𝑢 𝑔𝑜 𝑊𝘩𝑒𝑛 𝑎𝑙𝑙 𝑡𝘩𝑜𝑠𝑒 𝑠𝘩𝑎𝑑𝑜𝑤𝑠 𝑎𝑙𝑚𝑜𝑠𝑡 𝑘𝑖𝑙𝑙𝑒𝑑 𝑦𝑜𝑢𝑟 𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡 𝐼 𝑟𝑒𝑚𝑒𝑚𝑏𝑒𝑟 𝑦𝑜𝑢 𝑠𝑎𝑖𝑑 𝑑𝑜𝑛'𝑡 𝑙𝑒𝑎𝑣𝑒 𝑚𝑒 𝘩𝑒𝑟𝑒 𝑎𝑙𝑜𝑛𝑒 𝐵𝑢𝑡 𝑎𝑙𝑙 𝑡𝘩𝑎𝑡'𝑠 𝑑𝑒𝑎𝑑 𝑎𝑛𝑑 𝑔𝑜𝑛𝑒 𝑎𝑛𝑑 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑑 𝑡𝑜𝑛𝑖𝑔𝘩𝑡
𝐽𝑢𝑠𝑡 𝑐𝑙𝑜𝑠𝑒 𝑦𝑜𝑢𝑟 𝑒𝑦𝑒𝑠, 𝑡𝘩𝑒 𝑠𝑢𝑛 𝑖𝑠 𝑔𝑜𝑖𝑛𝑔 𝑑𝑜𝑤𝑛 𝑌𝑜𝑢'𝑙𝑙 𝑏𝑒 𝑎𝑙𝑟𝑖𝑔𝘩𝑡, 𝑛𝑜 𝑜𝑛𝑒 𝑐𝑎𝑛 𝘩𝑢𝑟𝑡 𝑦𝑜𝑢 𝑛𝑜𝑤 𝐶𝑜𝑚𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑛𝑖𝑛𝑔 𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡, 𝑦𝑜𝑢 𝑎𝑛𝑑 𝐼'𝑙𝑙 𝑏𝑒 𝑠𝑎𝑓𝑒 𝑎𝑛𝑑 𝑠𝑜𝑢𝑛𝑑
𝐀𝐔𝐓𝐔𝐌𝐍 𝐑𝐎𝐒𝐄 𝐒𝐓𝐄𝐈𝐍 — 𝐓𝐀𝐒𝐊 𝟎𝟎𝟓.
𝐎𝐎𝐂:
primeiro de tudo, créditos a @fameili pelo edit mais que perfeito de presente! obrigada mesmo, aninha linda <3
𝐚𝐯𝐢𝐬𝐨𝐬 𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐢𝐬
este pov não contém godmodding. todas as frases utilizadas foram retiradas de headcanons planejados previamente com as players de cada char envolvido. nenhuma fala foi combinada entre elas, os diálogos foram ditos separadamente antes mesmo do pov ser escrito. então sim, são de fato lembranças da autumn e não foram forçadas para se encaixar na task em questão.
o link acima dá acesso ao pov em docs, porque formatei com muito amor e carinho para dar aquela vibe de livro e ser uma leitura gostosinha (se estiverem pelo computador, principalmente, recomendo o docs porque a parte em itálico não é legal no theme). a opção de ler o texto corrido por aqui está logo abaixo.
inspos: safe and sound (música - taylor swift) // don't walk gentle into that good night (poema - dylan thomas) // dementadores (criatura - harry potter) // capitã marvel (filme).
e, claro, a qualquer sinal de gatilho não taggeado, por favor, me avisem!
𝐚𝐯𝐢𝐬𝐨𝐬 𝐢𝐧𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐢𝐬
hoje eu tô aquela dos informes, hein. usando esse espacinho só para agradecer desde já a quem se interessar pela leitura do pov, fico muito feliz de escrever algo que desperte o interesse de alguém! também agradecer a @devlishsmile, @fameili, @lleroisoleil e @arendstein, obrigada por me emprestarem um pouquinho os personagens incríveis de vocês (e pelo apoio moral na escrita, @sorenotsore inclusa nesta parte). e claro, agradecer às mods, pelo plot fantástico que me permitiu desenvolver a personagem melhor que o esperado. acho que é isso, né? tá bom de leitura já, enchi muito o saco até aqui (:
𝐓𝐀𝐒𝐊 𝟎𝟎𝟓: 𝐍𝐀̃𝐎 𝐓𝐀̃𝐎 𝐒𝐎𝐙𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐏𝐄𝐍𝐒𝐎𝐔.
𝑛𝑎̃𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑑𝑜𝑐𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙𝑎 𝑏𝑜𝑎 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒, 𝑎 𝑣𝑒𝑙𝘩𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒𝑣𝑒 𝑎𝑟𝑑𝑒𝑟 𝑒 𝑑𝑒𝑙𝑖𝑟𝑎𝑟 𝑎𝑜 𝑓𝑖𝑚 𝑑𝑜 𝑠𝑒𝑢 𝑑𝑖𝑎; 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑡𝑒-𝑠𝑒, 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙𝑡𝑒-𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑜 𝑎𝑝𝑎𝑔𝑎𝑟 𝑑𝑎 𝑙𝑢𝑧.
𝑒𝑚𝑏𝑜𝑟𝑎 𝑜𝑠 𝑠𝑎́𝑏𝑖𝑜𝑠, 𝑎𝑜 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟, 𝑠𝑎𝑖𝑏𝑎𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑒𝑠𝑐𝑢𝑟𝑖𝑑𝑎̃𝑜 𝑒́ 𝑜 𝑐𝑒𝑟𝑡𝑜, 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑢𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑙𝑎𝑣𝑟𝑎𝑠 𝑛𝑎̃𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑜𝑐𝑎𝑟𝑎𝑚 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒𝑙𝘩𝑎𝑠, 𝑒𝑙𝑒𝑠 𝑛𝑎̃𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑚 𝑑𝑜𝑐𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙𝑎 𝑏𝑜𝑎 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒.
[...]
𝐷𝑌𝐿𝐴𝑁 𝑇𝐻𝑂𝑀𝐴𝑆
𝐎 𝐈𝐍𝐈́𝐂𝐈𝐎 𝐃𝐄 𝐌𝐔𝐈𝐓𝐎𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐒.
Para qualquer pessoa, seria difícil, praticamente impossível, definir com precisão qual foi a primeira lembrança que guardou de sua vida. A memória de seus anos iniciais se perde, é lançada ao vento como palavras soltas. Numa clássica expressão de entrar por um ouvido e sair pelo outro, a mente funcionaria de mesma forma. Esse fato, claro, nos priva de muitas vivências felizes que possamos ter tido, como também nos poupa de tristezas e dores sentidas. Um infortúnio e uma graça.
Recordações nos constroem. São elas responsáveis por nossa personalidade, pelos nossos julgamentos, pelas atitudes que tomamos. Baseamo-nos em experiências prévias, na expectativa de não cometer erros anteriores, de repetir momentos felizes. Somos construídos através delas e, talvez por isso, cair no esquecimento do seu próprio conto seja tão terrível. Ou, ainda, esquecer-se você mesmo do que viveu, tornando-se um personagem ambulante, vagando sem rumo pelas histórias alheias.
Às vezes, Autumn gostaria de esquecer suas memórias.
A primeira de sua vida era transparente como água cristalina, nítida como se ocorrida no dia anterior. Tão dolorosa quanto tantas outras que se seguiram. Mas aquela, aquela, viria a deixar uma marca profunda e incurável dentro de si. Nos contos, filhos de heróis e mocinhos cresciam com medo de grandes vilões, de vinganças assombrosas, de retaliações imperdoáveis. Tal medo passava conforme cresciam e viam que nada era tão preto e branco quanto julgavam ser. Não com a Stein. Seu maior vilão, diferente do esperado, era outro. Algo que a acompanhava diariamente, a assombrava diariamente. Dormir.
E era no ato de dormir que pairava sua lembrança. Quando, aos três anos de idade, acordou subitamente ao som de gritos desesperados de sua mãe chamando por ajuda, implorando pela presença de seu pai ali, afastando um Arend confuso para que não entendesse o que ocorria. Fora esse seu primeiro apagão dos incontáveis pelo resto de sua vida, longe de estarem perto de entender o problema. A figura diminuta assustara a todos com o desmaio repentino, não era costumeiro de crianças, afinal.
O trauma se concretizara, no entanto, ao recobrar a consciência e bater os olhos em um dos guardas que naquele momento ajudavam. Moritz. O rapaz era uma imagem presente para a princesa e seu irmão mais velho, pois, sendo ele um de seus guardiões, estava sempre a brincar divertido com os jovens membros da realeza. Ela o encarava assustada, aterrorizada, a vontade de gritar entalada em uma garganta já fechada da vontade incontrolável de chorar. E chorou.
Nunca haviam lhe contado sobre a morte. Aquela, até este tempo, não era um fato em sua vida tão recente e inocente, sequer era sabido qual o conto de seus pais com detalhes e clareza. Era uma história relatada por cima, com pinceladas de realidade e, como esperado, a menininha apenas aceitava contente o que ouvia. Era encantada pelos contos de fadas, apaixonada por cada narrativa lhe contada com animação e brilho no olhar. Naquele apagão, no entanto, presenciara o terror.
Em seus sonhos, um Moritz caído ao chão. Sangue cobrindo suas vestes, uma mão estendida sobre um peito que arfava com dificuldade. Era o suficiente para uma criança, de menos de meia década, entrar em desespero, sendo acalmada por uma Aurora e um Phillip recitando palavras tranquilizantes de que tudo não passara de um pesadelo.
Em algumas semanas, ele se concretizou. Moritz tão cedo entrara em sua vida, tão cedo se fora.
De fato, não passara de um pesadelo. Um pesadelo que trazia uma visão do futuro e, junto dele, o assombro nos olhos de seus pais. Não demoraram a juntar dois mais dois e entender o que tinham diante de si. Sua filha, ainda jovem e ingênua demais, carregaria o fardo de um poder que a atemorizaria pelo resto dos seus dias.
Não a levaram para o enterro de seu guardião. Não queriam que gravasse na memória a concretização do que vira ao dormir. Só não contavam, evidentemente, com aquele sendo o primeiro registro de recordação em sua mente, ela entendia o que vira e jamais esqueceria.
Todas as noites, Aurora e Phillip narravam mais e mais histórias fantásticas dos contos moldados pelo Narrador, na esperança de trazer alívio e sonhos bons a sua filhinha, a qual lidaria com o risco eternamente à espreita de não ver o mundo de um jeito tão bom assim. Ela tinha sim uma visão positiva dos contos, fora o que aprendera com o passar dos anos tanto a ter quanto a demonstrar.
Mas Autumn sempre fora boa em disfarçar.
𝐄𝐂𝐎𝐒, 𝐄𝐂𝐎𝐒 𝐌𝐄𝐍𝐓𝐀𝐈𝐒.
Se seus pais soubessem dos últimos acontecimentos em Aether com detalhes, com certeza teriam dito que sua inscrição fora um erro.
O instinto de proteção de ambos era tamanho que, apesar de ser a filha do meio, fora a última a entrar como aprendiz no instituto. Era angustiante o sentimento de ter seus irmãos, tanto o mais velho quanto o mais novo, voltando ao reino para as férias de verão e contando alegremente sobre suas aventuras e amigos feitos. Queria ter as mesmas experiências, fazer amigos que não fossem os pré-determinados de sua convivência na realeza. Não que não gostasse deles, longe disso, só considerava cansativo. Entediante, diria. Enquanto sua mãe, aos dezesseis anos, cumprira o destino de uma profecia cruel, Autumn, na mesma idade, recebera o que considerava ser o melhor dos presentes. Enfim seria parte de Aether. Aprendiz do instituto, membro da casa Aderem com alegria e orgulho. Comemorara junto dos irmãos, prometera aos pais o maior cuidado possível em estar sempre atenta de não se machucar durante seus apagões.
Ah, se a vissem agora.
Parte da cabeça enfaixada por uma queda que sequer recordava com clareza. Dores pelo corpo. Durante um ataque de ogros comedores de gente, lá estava Autumn Rose apagando pelos cantos e dependendo de um Soren Fitzherbert já muito ferido por conta própria para garantir sua sobrevivência. Não poderia proclamar-se a maior cumpridora de promessas do universo, claramente.
Aurora e Phillip terminariam por saber do desastre do jogo, mesmo porque Merlin não os deixaria às escuras a esse ponto, mas sua situação em específico? Que o Narrador a salvasse de nunca passar pela mente dos dois o ocorrido. Ocorrido esse que apenas piorava quando considerava os sonhos que tivera naquela noite. Escutara vozes assustadoras, fazendo-a acordar repentinamente num grito exaltado. Não era do feitio de seus sonhos, em todos aqueles anos, dirigirem-se a ela de maneira tão clara, ameaçando-a tão diretamente. Cabia-lhe sempre a missão de interpretar o que via, o que, naquela noite, parecia já não ser necessário.
A mensagem era explícita. Conforme os dias passavam, continuava a se repetir em sua consciência adormecida e, para alguém acostumada a ter visões pessimistas e cheias de desgraças sobre o futuro, existir uma voz no seu inconsciente fazendo-se de intimações e avisos era, definitivamente, algo a preocupá-la. Porém, como de praxe, não compartilhou de seus sonhos com os demais. Ultrapassara a cota, determinada por si mesma, em sua estadia na enfermaria.
"Venha até mim... Venha até mim..."
Silêncio, ela ralhava em seus próprios sonhos. Nos pesadelos habituais, ao menos ninguém a incomodava.
                        ❦❦❦❦
"Ah, Autumn Rose, você não vai se livrar de mim tão fácil."
Diferente dos últimos dias, a voz estranhamente se fazia mais presente.
Ela penetrava sua cabeça, ecoava por seus ouvidos, estremecia seus ossos, vibrava seu corpo inteiro. Era metálica, como gosto de sangue fresco na boca, trazendo a sensação gélida de alma vazia. Podia sentir cada parte de si e, ao mesmo tempo, era como se nada estivesse ali. Ela era nada mais que um espectro tomado por aquelas palavras vindas do desconhecido. Sua visão estava escura, tanto fazia estar de olhos abertos ou fechados.
O próprio corpo era uma ilusão. Ela era uma atriz num palco vazio, num teatro vazio. Todas as luzes apagadas, toda a vida sugada, o eco existente por ser a única ali presente, um solitário holofote iluminando seu rosto assustado. Estavam ali, ocupando aquele espaço, ela e… quem?
Quem estava ali?
Não adiantava mais fingir que era algo a passar logo. Quantas noites de sono não já tivera com aqueles dizeres a perturbando? E, naquela noite em específico, a perturbavam ainda mais. A sensação era muito, muito pior que de outrora.
"Q-quem… é v-você?" Uma sentença tão curta já demonstrava todo o medo a lhe atravessar agora, estremecia inteira. Abraçava os próprios braços numa tentativa inútil de impedir o frio, a sensibilidade muito mais psicológica do que física naquele momento. Nada era físico ali, na verdade.
Poderia condenar sua curiosidade por agora. Ela não gostaria de ter ouvido a resposta que ouviu, talvez o silêncio tivesse-lhe sido um melhor retorno.
"Eu sou a escuridão nos seus sonhos, filha de Aurora. Eu sempre estive lá, te vi crescer, te acompanhei por toda a sua vida. No fundo… você sabe disso, não sabe?"
Ela não queria concordar.
A cada frase dita, seu coração esfriava mais. O sangue parava lentamente de bombear, como se gelo o cobrisse e o tomasse por inteiro pelos segundos que se passavam.
Ela sabia, sabia.
Quando tentava esconder seu próprio terror em ser colocada para dormir por seus pais, ela sabia. Poderia vê-los morrendo, poderia ver os irmãos morrendo. Poderia ver desgraças, o caos se espalhando, os reinos ruindo. Quando apagava repentinamente, mesmo sem se ferir fisicamente, ela sabia. Qualquer minuto que fosse apagada em sua mente seria de tormenta. Enquanto crescia e fingia que dormir não era grande coisa, não era nada demais… ela sabia.
Suas noites de sono nunca seriam de paz.
"Eu sinto seu medo, Autumn Rose. Ele me é tão… doce. Não quer adormecer. Não quer ver ninguém morrendo em seus sonhos. Que lástima seria…"
Frio percorreu-lhe a espinha. Uma brisa gelada subia em seu interior.
"O-o q-que… o-o que quer d-dizer?"
E então as palavras que faria de tudo para não ouvir. Que, repetidas naquele pesadelo, traziam um peso maior do que em qualquer outro momento. O tom de ameaça era imensurável. A voz era cortante, podia sentir no seu âmago que estava diante de algo muito pior do que poderia imaginar.
"Venha até mim… Venha até mim resgatar seus amigos… Venha até mim ou os que ama serão os próximos…"
𝐍𝐀̃𝐎 𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐃𝐎𝐂𝐄𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐍𝐀𝐐𝐔𝐄𝐋𝐀 𝐁𝐎𝐀 𝐍𝐎𝐈𝐓𝐄.
Acordou de súbito num susto.
Seu coração batia tão forte que ecoava por seus ouvidos, a respiração acelerada, tentando recuperar o fôlego. O nervosismo sentido no próprio sonho era bem verdadeiro agora, num nível nada habitual de seus terrores da madrugada. Sentada em sua própria cama, observou o cenário ao seu redor, esperando ser o suficiente para recobrar os sentidos e se acalmar de vez.
Meili dormia tranquila em sua cama, a expressão serena — ela definitivamente teria gostado de ver como seus cabelos repousavam bonitos no travesseiro. Louis, rotineiramente de anos a fio, com sua faca escondida, e a posição, ainda que adormecida, sempre em guarda. A familiaridade da cena num todo permitiu que as batidas do seu coração seguissem um passo um pouco mais leve, um pequeno sorriso surgindo em seu rosto. Fora apenas um sonho ruim, como de praxe.
A sensação daquele sonho, no entanto, queimava em sua garganta. Algo nele se diferenciava dos demais, mesmo sem nenhuma imagem formada em sua mente, sem nada a ser visualizado, ele era real demais. A voz nunca se comunicara daquela maneira até então, dessa vez recitando palavras tão direcionadas a Autumn, que mesmo acostumada com seu poder, sentia algo de pior a envolvendo naquele momento. Seus medos… seus medos estavam ali. Escancarados.
E quanto à escuridão? Que tal voz dissera sempre estar— não, preferia sequer pensar. Estava apenas numa maré de pesadelos, provavelmente agravados por todos os eventos no dia do jogo, nada mais que isso. Era apenas isso.
Iria passar, repetiu mentalmente como num mantra.
Iria passar.
"Venha até mim…"
O quê?
"Eu disse, eu disse que você não iria se livrar de mim tão fácil."
Olhou ao seu redor, girando o corpo na tentativa de entender se estava de fato ouvindo o que ouvia. Havia alguém ali? Não, estavam somente ela, Meili e Lou, nenhum tarado às vistas. O amigo francês já teria cuidado disso, se fosse o caso. Se não era nenhum tarado, então…
Como era possível que a voz sussurrasse em seus ouvidos mesmo acordada? Uma nova categoria do seu poder que não estava sabendo? "Tem alguém aí?" Seu tom era baixo, quase inaudível, na esperança de não acordar nenhum dos colegas de quarto. Não precisava assustar mais pessoas do que já havia feito anteriormente por conta de seus despertares repentinos.
"Eu sempre estive." Uma risada perversa ressoou em sua própria mente, fazendo-a tremer. "Não vai vir comigo, Autumn Rose?"
As palavras ditas poucos minutos atrás ainda em sonho lhe eram vívidas, recitavam-se em sua cabeça como um poema macabro. A pergunta feita agora não era em vão, considerava-se praticamente retórica em seu prenúncio, sabendo do que implicava por trás. Não ir junto significava, consequentemente, a vida de seus amigos e familiares em perigo. Era-lhe dada a chance de resgatá-los… algo que nunca fora possível antes. Em todas as suas visões, tudo o que podia fazer era aceitar o destino perverso, sabendo que o futuro estava definido de uma forma que nem a maior de suas tentativas seria capaz de desfazer o nó.
Deveria acreditar naquela chance? Não, não seria necessário, seus amigos estavam tranquilos, adormecidos, em suas respectivas camas. Todos os outros estariam bem, também. Seguros. Seu medo não se concretizaria pois nenhuma ameaça daquelas era real. Numa tentativa de afastar os pensamentos ruins, piscou forte, balançando a cabeça. Abriu os olhos e…
Ninguém se encontrava mais ali.
Tudo estava vazio e revirado, apenas Autumn permanecia na cena, ainda em suas roupas de dormir. A janela se escancarou de repente, fazendo com que o ar gelado da noite tomasse o ambiente por completo. O mesmo frio que sentira em sonho, novamente lhe atingia. Seu coração estava disparado, quase na boca. O que haviam feito à Meimei e Lou? E aos outros? Teriam sido igualmente levados? Para onde haviam sido levados? Aquilo tinha que ser fruto da sua imaginação, tinha que ser, tinha que ser. Levantou-se da cama e, trêmula, disse: "Isso… isso é um jogo. Você 'tá brincando com a minha mente."
"Quer mesmo arriscar? Quer mesmo… pagar pra ver? Você vai pagar caro se quiser ver com os próprios olhos."
Ela não queria arriscar. Não seria ela a causa do perigo a seus amigos quando tanto desejava, ao longo dos anos, ter a seu alcance a possibilidade de protegê-los de suas visões terríveis. Dormia todos os dias desejando com afinco jamais ver nenhum deles nas suas premonições, era sua prece silenciosa, e acordava todos os dias respirando aliviada quando não os encontrava em pensamento. Quem quer que achasse bonita e poética a ideia de ter alguém sonhando consigo, de modo nenhum ansiaria o mesmo vindo de Autumn Rose.
"O q-que eu p-preciso fazer?"
Entenda, em nenhum outro momento a princesa teria feito o que fez. Teria recorrido a todos os lugares possíveis da sua mente para questionar com maior destreza o que se passava diante de seus olhos. Teria discutido com a voz — vindo da nossa querida protagonista matraqueira, sabemos que, de fato, faria isso —, apelando a tudo para descobrir mais informações. E, o mais importante: não teria acreditado no que ouvia. O que ali a colocava em maus lençóis era, em sua completude, não poder ver os amigos. Não poder tocá-los. Não poder se certificar de que eles estavam são e salvos. A mera possibilidade da concretização das ameaças era o que a paralisava e impedia de ter pensamentos plenamente racionais, qualquer discernimento ou convicção estavam sendo deixados de lado.
"Venha."
Como no mais absoluto transe, a garota sequer precisou questionar até onde deveria ir. Seus pés descalços moveram-se inconscientemente, a pele tocando o chão frio, guiando-a pelo castelo afora. Ela não era mais ela, puro medo apenas. Esforçava-se em não refletir para onde estava sendo levada por seu corpo, sabia que qualquer resposta a aterrorizaria, principalmente quando já estava fora do seu possível território seguro — seu quarto em Aderem.
Não fora assim que sua mãe se destinara à roca?
Não, Autumn Rose, você não vai pensar nisso agora, refletiu.
O piso frio de pedra da majestosa construção logo fora substituído por grama gelada, úmida de carvalho. A sensação, que em outro dia lhe faria cócegas e ocasionaria um sorriso afável no rosto, era terrivelmente arrepiante agora. Provocava-lhe pequenos espasmos em calafrio, e tentava não se ater ao fato de que trajava apenas uma fina camisola branca, que em nada a protegia. A lua iluminando seu caminho era a única coisa a qual se agarrava de não abandonar a sanidade de vez, era sua luz em meio a uma caminhada lenta e sofrida de suspense. O seu destino, no entanto, não era mais mistério.
Naquela escuridão, ela entrara. Naquela noite, ela entrara.
Havia adentrado na Floresta Assombrada.
"Eu estou aqui! O que quer de mim agora?" Esforçou-se no melhor tom firme que pôde, não era hora de baixar a guarda e deixar sua voz vacilante. Sequer sabia para onde deveria olhar, a escuridão a tomava quase que completamente conforme embrenhava-se por entre as árvores.
Se aquele era um pesadelo ou não, Autumn não saberia dizer. Tudo parecia ser fruto de sua mente e ao mesmo tempo tão real. Teria ela acordado apenas em sonhos e entrado em outro pesadelo? Infelizmente, nem essa seria uma alternativa reconfortante. Ver quem quer que fosse em perigo ou morrendo, implicaria numa realidade tão trágica quanto. E aquilo, justo aquilo, deixava-a infinitamente mais temerosa. Não havia uma boa opção.
Mais uma vez, a voz profunda. Vibrando em seu corpo.
"Eu tenho aqueles que você ama, Autumn Rose. O que acha que deveria me dar em troca?"
Então de fato levaram todos. Seus temores se confirmaram ali, apesar de nenhuma prova realmente concreta — coisa que apenas em transe se permitia não questionar. O rosto de todas as pessoas que amava passou por seus olhos numa questão de milésimos de segundo, o coração acelerando mais e mais conforme cada familiar ou amigo querido era lembrado. Ela não podia perdê-los, nenhum deles.
O que ela deveria dar em troca? O que tinha a oferecer? Mal seus questionamentos começaram, imediatamente terminaram, interrompidos por uma figura que, mesmo em meio à escuridão, se destacava. Encapuzada, um manto preto a cobrindo, a criatura nem mesmo tocava o chão, seu rosto impossível de ser visualizado — talvez por não haver um. Não sabia nomeá-la, mas a sentia. Sentia sua energia e toda a falta dela na atmosfera a seu redor, quase como se tudo estivesse perdendo a vida simplesmente por estar em sua presença.
Autumn tinha a impressão, a leve impressão, de algo tocando-a em seu interior. Tocando-a em um lugar nunca antes visitado, escondido, reprimido. Um lugar que a voz sabia existir quando nem a própria Stein se permitia ter verdadeira noção. Ela sabia e não se permitia? Sabia e não queria? No fundo, ela sabia e negava a existência. Nunca entraria em contato, nunca deixaria tocá-la.
Em todos aqueles anos, desde o terceiro de vida, algo colorido em si tornara-se preto, obscuro, opaco. Não possibilitava nenhuma passagem de luz. Era invisível aos olhos, impossível ao toque, fácil de negar aos pouco incrédulos — incredulidade essa maior ainda conforme crescia e sua personalidade era tão, tão doce. Ninguém acreditaria no que havia ali. Nem mesmo a jovem princesa, que não via o lado bom dos contos de fadas em vão. Tinha de ver ou se entregaria a algo obscuro demais para o que se julgava ser capaz de controlar.
E, naquele momento, ela entendeu. Era justamente o que a criatura desejava. Ao dizer estar sempre lá. Sentir seu medo. Ter aqueles que amava. A resposta, tão simples, tão curta numa sentença, era seu pior pesadelo. Ela queria tanto acordar. Queria tanto.
Aquela era sua troca.
Sua mente.
"É isso que você quer, não é?" Não precisava dizer em voz alta, a confirmação meramente formalidade, considerando que a criatura já estava ali, fazendo-a companhia em seus pensamentos.
"E você não vai se negar a isso. Eu e você, nós dois sabemos."
Ela não iria. Não iria negar sua mente em troca da sua família, dos seus amigos. Não pensaria duas vezes a respeito e, mesmo que tivesse de pensar um milhão de vezes, a resposta, a conclusão, seria eternamente a mesma: estava entregue.
"Boa escolha."
Imediatamente, uma dor de cabeça insuportável a tomou. Explodia seus nervos, cada pontada era uma agulha quente perfurando seu crânio. Gritou em agonia, levando as mãos a cabeça, caindo sob seus joelhos, o corpo indo de encontro ao chão logo em seguida. Era feita de dor, dor era tudo que conseguia sentir, os pensamentos se exauriam. Ela chorava, chorava copiosamente. Na noite escura e silenciosa daquela floresta, apenas o choro de Autumn Rose era ouvido.
Passara a vida tendo a mente nunca pertencendo a si. Nunca fora sua e jamais seria. Era invadida por visões ruins, por pesadelos, por presságios de mortes e tragédias. Era obrigada, forçada, a entrar em contato com um lado sombrio dos contos o qual nunca gostaria de ver. Seus pensamentos a torturavam, eram uma prisão que não permitia quietude. E se esforçava tanto, tentava tanto, fazia de tudo para nunca mostrar seu terror. Era invadida diariamente, incessantemente.
Se tivesse de ser invadida, então, que fosse para salvar aqueles que amava. Se o seu maior medo era dormir para não lidar com os pesadelos e ver pessoas queridas morrendo, sentir-se impotente ao ver a tragédia com seus próprios olhos, aquele era o momento em que se faria útil. Que sua mente servisse agora. Que a tomassem, estraçalhassem, pegassem-na para si e tornassem nada.
Ela nunca fora sua.
Seus pais poderiam tentar se enganar, poderiam tentar enganá-la. Seus irmãos poderiam tentar protegê-la, poderiam prometer que ficaria sã e salva. Seus amigos sequer poderiam fazer algo, pois mentia, mentia que estava tudo bem. Sempre fora boa em disfarçar, afinal. Ninguém imaginava o quanto. Crescera sendo uma mentirosa nata, mentindo com um sorriso no rosto que seus apagões não eram nada — quando eles eram tudo, tudo. Tudo o que a destruía.
Quão ingênua fora de achar que poderia levar uma vida minimamente normal? De se iludir a ponto de achar que Aether poderia ser sua casa, que poderia encontrar um novo lar nos amigos que faria, quando tudo o que lhe restava agora era sua mente reduzida a pó? Tanto desejara se desfazer de suas recordações e era exatamente o que acontecia agora. Mas faria de novo, de novo e de novo, sem hesitar, se aquilo significasse salvar a quem amava.
Foi então que, com os pensamentos já se exaurindo, com toda a sua felicidade sendo sugada, palavras começaram a ressoar por seus ouvidos. Lembranças que ecoavam vívidas em sua memória, praticamente inaudíveis em meio ao seu próprio choro de soluçar. Ela se encolhia em posição fetal, tomada por terra e folhas secas, toda a sua angústia se traduzindo em lágrimas salgadas.
"Não precisa ter medo, Rosie. Você sabe, lá no fundo, que nunca vai estar sozinha de verdade. Dá pra sentir a quantidade de pessoas que te amam, não dá? Isso nunca vão tirar de você." A voz de Arend, numa cena de anos atrás, se repetia naquele momento. Era tão difícil não sentir medo, El. Tão difícil não se sentir sozinha. Estava fraca, tão fraca. Queria sentir todos ali, com ela. Precisava disso. Em meio ao pranto, tentou. Tentou não ter medo. Tentou pensar nos que tanto amava como um último refúgio, um último suspiro de sua mente minimamente sã. Uma despedida.
"Autumn Stein, seu coração é tão grande que me surpreende ele caber em seu corpo." Ah, Phelie. As doces palavras de Ophelia traziam um afago, a própria amiga era um grande afago para a princesa. Pensar em seu coração no momento em que este estava tão gélido quase… quase o aquecia novamente. Uma pontada de calor o tomava. Mas ela conseguiria se salvar? Não parecia possível, era tão distante. Tão inalcançável.
"Quer saber? Não há como sentir que algo é impossível de ser feito quando se está ao seu lado, Stein." Louis. Seu irreconhecível sotaque agora ressoava por seus ouvidos. A frase, dita num contexto tão diferente, ali a energizava. Lembrava do seu sorriso estupidamente grande na época em que ouvira o que ouviu. Seria mesmo verdade o que ele dissera? Seria capaz de provar isso? Seria capaz de se provar?
"Dá o primeiro passo." Uma voz baixa reverberou dentro de si.  Uma voz única em sua vida. Meili. "Dá o primeiro passo, o resto da coragem vem depois." A sentença, que num primeiro momento parecia tão elementar e simplória, era o impulso a lhe faltar naquele momento. A coragem da amiga a inspirava. Respirando fundo, aguentando a própria dor infindável, ergueu-se sob os próprios pés. A voz, fraca de tamanho sofrimento, se fez firme, soltava centelhas no ar.
"Eu não vou te deixar vencer."
Da pouca luz que naquele momento havia dentro de si, ela não deixaria se apagar. Não momentaneamente, não de vez. Revoltava-se contra o apagar da luz. Não seria tomada pela escuridão, pelas trevas, pelo preto, que tão pequeno dentro de si, tentava se alastrar. Permitiu-se, enfim, encarar a figura encapuzada. Os punhos cerrados, os dentes rangiam em controlar as expressões de dor. Ela iria aguentar.
Iria.
Em questão de segundos, a criatura soltou um som estrangulado, um grito agudo, esganiçado. Seu rosto, apesar de não haver algum, se contorcia, mexia-se em agonia, em desespero. Era uma imagem horrenda, angustiante.
Em sua frente, se desfez. Reduziu-se a pó.
Autumn tremia da cabeça aos pés, incrédula. Seu rosto era um misto de terror e alívio, absorvendo o que acabara de acontecer diante dos seus olhos e em sua mente. Estava livre da escuridão, ela não era o certo.
Suas memórias foram sua âncora. Os que amava, sua salvação.
Mas... até quando aquilo seria o suficiente?
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vagabundio · 3 years
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𝐅𝐄𝐑𝐈𝐀𝐒 𝐃𝐄 𝖎𝖓𝖋𝖊𝖗𝖓𝖔!
FLASHBACK. 30 de dezembro de 2020, final da tarde.
Depois que Eloise “morreu”, os hábitos de Marcellus se tornaram cada vez mais destrutivos; se antes ele tentava compensar por pais ausentes que não conseguiam notar os filhos nem que ateassem fogo neles mesmos, o drama posterior foi tentar esquecer que a única pessoa que o compreendia, aceitava e o amava do jeito que era não existia mais. Foram tempos sombrios, melancólicos demais até para o teatral e dramático Marcellus Bellamy. Só que tudo isso mudou no dia 7 de dezembro de 2020, quando Mars viu a cena que jamais imaginou ser possível novamente: sua irmã batendo na porta do seu quarto e sorrindo para ele.
Foi um início de férias perfeito. Mars e Elo ficavam madrugadas a fio conversando e ele tentava ao máximo contar para ela o que estava acontecendo na vida de todo mundo da escola. Apesar da perda de memória, a menina parecia lembrar dos pontos mais importantes, então não foi muito problema, ainda mais porque ele, como um bom fofoqueiro, não se importava em preencher as lacunas vazias. Os pais finalmente demonstraram uma faceta que ele pensou estar perdida: a presença e preocupação com os filhos. Raphaël e Danielle mudaram-se para o apartamento dos filhos no Semiramis e esse foi um prelúdio de paz, um verdadeiro presente de Natal. Ele sequer pegou o celular nos primeiros dias, tendo feito alguns amigos de noitada achar que morreu de vez. O Girard-Dampierre sentia que tinha ganho uma segunda chance e não queria desperdiça-la, não de novo.
Era a véspera da véspera de ano novo. Os Girard-Dampierre tinham grandes planos para a comemoração. Finalmente só eles quatro, sem nenhum parente com piadas semi-homofóbicas e racistas, sem precisar sorrir para gente que nunca o aceitou na família. Eles iriam alugar um iate, vestir uma roupa de gala e tomar champanhe vendo os fogos na Riviera Francesa. Em resumo, tudo o que ambos os filhos sempre quiseram para eles: uma noite só deles, só a família de verdade. Olhando agora, o erro de Marcellus foi crer que nada poderia abalar o seu bom humor.
Ao virar o corredor para ir até o próprio quarto, Mars escutou as vozes dos pais conversando no quarto de visitas. O garoto sorriu; que bom que já tinham voltado do Marché Forville! Precisava checar se eles tinham lembrado de comprar a marca específica de champanhe que ele pedira, motivo pelo qual parou à porta para batê-la. Só que parou no ato, pois havia algo estranho no tom usado pelos genitores; estavam tensos. Como um bom fofoqueiro, parou para escutar. “... fique calma, Elle, não há a mínima chance disso acontecer”, consolou o seu pai. O garoto se assustou ao notar que a mãe chorava. “Como pode ter certeza, Raph? E se alguém viu? E se os pais suspeitam? Com a confusão da polícia, ficou óbvio para todo mundo!”, a mãe falou, desesperada. O coração de Mars acelerou... Do que diabos estavam falando? “Uma coincidência. A polícia ser incompetente não é novidade para ninguém. Se alguém perguntar, vai ser fácil dizer que o DNA foi manuseado da forma errada ou que o teste foi feito errado. Nossa palavra contra a deles, Elle. As pessoas acreditam no que querem, não na verdade”, Raphaël continuou. “Eu nunca achei que fosse acontecer isso, Raph. Não deveríamos ter colocado eles estudar em Cannes, tão perto dos verdadeiros pais da Elo! Fomos arrogantes em pensar que as duas nunca se cruzariam!”, Danielle falava entre o choro. Verdadeiros pais da Elo ecoava na sua cabeça. Agora ficava claro que eles falavam da garota que morreu no lugar de Eloise e irmã do garoto novo, Camille.
Ele se afastou da porta, o coração vacilante. Enfiou-se em seu quarto, o cérebro latejando enquanto processava o que ouviu. Os pais estavam preocupados porque a polícia deixou óbvio algo. Deixou óbvio com a confusão do teste de DNA. Os pais verdadeiros de Eloise... Camille... E então, um estalo: Eloise também era adotada. De repente, uma onda de enjoo percorreu Marcellus. Então Raphaël e Danielle sabiam o tempo todo e esconderam. Sentiu-se traído, e com choque percebeu que não era pelo segredo. A proximidade com Eloise foi sua âncora durante a vida inteira e aquilo lhe fazia muito bem, não só porque era dependente das pessoas, mas porque assim sentia que era aceito na família. Mars era um garoto negro, claramente desde o início adotado e, para melhorar, nasceu sem muito escrúpulos, travas ou moral. Era difícil que uma família com raízes nobres e rica o aceitasse completamente. Para ele, se Eloise, sangue dos Girard-Dampierre, o aceitava e o amava, então era reconfortante; então Raphaël e Danielle deveriam amá-lo também e o que o restante achava não importava. E agora não tinha mais isso e devia tudo aos pais. Novamente, eles estragavam qualquer centelha de felicidade que pudesse existir no mundo imaginariamente construído pelos filhos.
Marcellus estava limpo há semanas. Não ia para festas, não dava festas, não usava nada. Tudo em prol da harmonia, de fazer ser merecedor de um final feliz com a família. No fim das contas, não serviu de nada porque aquilo também era mentira. Tudo era mentira no 808 do Semiramis. ❝ — Que se foda essa merda também.❞ — foi o seu ode à liberdade; se andar na linha trazia mais consequências ruins do que boas, então que diabos estava fazendo sendo um bom garoto? Ligou para um dos seus contatos para encontrá-lo mais tarde e renovar seu estoque pessoal. Se ninguém era honesto, ele também não seria. E o único jeito de suportar aqueles próximos dias sem estragar a felicidade de Lou naquele finzinho de ano era ficando muito chapado. Queria que ela tivesse algumas lembranças boas antes do seu mundo cair, mesmo que ele não tivesse a mesma oportunidade agora... Depois que as aulas voltassem, contaria toda a verdade.
E foi assim que as férias de inverno se tornaram as férias de inferno.
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