Tumgik
#não tô pronta pra sábado que vem ok
sollilua · 2 years
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Eu sinto saudades dela 😔👌
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thedicklee · 4 years
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i'm all butterflies, i'm sky-high for you
onde: final de semana beneficente , AIE
quando: novembro de 2020, sábado à tarde
       𝐍𝐎𝐖 𝐏𝐋𝐀𝐘𝐈𝐍𝐆: 𝘧𝘦𝘦𝘭𝘴_𝘭𝘪𝘬𝘦_𝘵𝘩𝘪𝘴_-_𝘮𝘢𝘪𝘴𝘪𝘦_𝘱𝘦𝘵𝘦𝘳𝘴.𝘮𝘱3
RILEY says...
Riley havia passado algumas vezes próximo ao local reservado à lavagem de carros para conversar com alguns de seus amigos, mas seus olhos sempre acabavam procurando a figura de outra pessoa, preferindo acreditar que fazia aquilo por pura curiosidade. Mas curiosidade do que exatamente? Também não queria responder a tal pergunta. — Vejo que você é realmente um carrossexual, ein! — aproximou-se de dick assim que teve a chance e a coragem. — Não sei se devo me preocupar com isso…
DICK says...
como só trabalho e zero diversão nunca havia feito muito o estilo de dick, naquele momento ele se encontrava bem mais molhado do que o carro que lavava devido a uma guerra de água que havia se iniciado por ali algum tempo atrás, o que resultou em vários respingos de seus fios ensopados atingindo riley ao que ele se virou rapidamente em sua direção quando ouviu sua voz. – oh, shit. desculpa. – disse em meio a um breve riso, nem pensando duas vezes antes de levar o dorso de sua mão até o rosto dela para livrar sua bochecha de alguns dos respingos mais grosseiros. seu sorriso vacilou apenas por um instante depois que recolheu sua mão, mas logo agia como se nada tivesse acontecido outra vez, o que parecia estar se tornando sua habilidade. – oh, preocupada que eles vão tomar seu lugar na minha lista de afeições? – questionou em falsa surpresa, logo levando sua destra até o capô do carro com cuidado. – muito mais provável do que você pensa, eles pelo menos não me zoam 24/7.
RILEY says...
Não esperando que ele estivesse tão molhado, Riley fez uma careta assim que sentiu os respingos alcançando seu rosto e permaneceu dessa forma ao ter os dedos gelados do rapaz se livrando de alguma dessas gotas, uma atitude que foi mais rápida que seu próprio reflexo. Pelo tempo que conversavam e a quantidade de vezes que já trocara contatos com Dick, a morena já deveria ter se acostumado com aquilo, mas ainda assim seus batimentos vacilavam. — Credo, você está dando banho nos carros ou em si mesmo? — riu fraco levando a canhota ao rosto para enxugá-lo melhor, foi necessário um breve segundo para reagir. — Lá vem você com esse papo de afeição. — revirou os olhos numa clara desaprovação. Sempre que ele falava sobre isso, parecia exagerado e nenhum pouco condizente com o que se convencia a sentir. — Não ‘tô nem aí para essa sua listinha. — bufou baixo, cruzando os braços. — Eu ‘tava falando mais sobre ficar preocupada com você decidir trocar os humanos por essas latarias… E você deveria se sentir honrado por eu te zoar e não te ignorar 24/7, porque até panquecas eu fiz para você esses dias. Depois me fala quando um… — inclinou-se para o lado a fim de ver a marca do automóvel. — Uma BMW fizer isso para você.
DICK says...
eu estou me divertindo. você devia tentar às vezes. – brincou, dando brevemente de ombros enquanto sorria brincalhão, tomando o cuidado de passar as mãos por seus fios na tentativa de se livrar de ao menos um pouco da água para evitar futuros acidentes como aquele toda vez que se movimentava. mesmo a recusa da amiga sendo algo que ardesse um pouquinho, dick preferia esconder aquilo atrás de sua expressão exagerada de petulância, encolhendo os ombros como se dissesse que quem perdia era ela por não aceitar o afeto dele. – ah, então você não ‘tá curiosa nem pra saber qual lugar você ocupa? – indagou com um leve tom de provocação, imitando a postura dela depois de escorar na lateral do carro. – ok, usar as panquecas contra mim é sacanagem, mas não posso opinar até provar mais uma vez, só para ter certeza se eram tão boas ou era só o meu sono, sabe? e, por favor, ela não é só uma bmw, é uma bmw i8 e o nome dela é iris. – disse orgulhoso pois era seu próprio carro, se sentiria um péssimo dono se tivesse o deixado na mão dos outros alunos. fitando o chão em um raro momento onde não sabia o que dizer, dick chutou levinho a ponta do pé de riley antes de voltar o olhar para seu rosto, sorrindo amistosamente. – parabéns pela vitória. ia falar com você depois do jogo, mas eu tive que correr de volta pra cá antes que o professor fosse me buscar pela orelha. – seu sorriso se desfez em uma careta, era um cenário possível depois de todas as vezes que ele havia dado uma sumidinha naquele dia, mas a verdade mesmo era que tinha visto a garota comemorando com seus amigos e não quis atrapalhar. –torci pra caramba e também comecei a apreciar a delicadeza que você usa quando me chuta, porque puta que pariu, não quero te irritar a ponto de você me chutar igual chutava aquela bola.
RILEY says...
— Existem outras formas de se divertir por aqui que não envolve água… e você não está sentindo nenhum pouco de frio assim? — na verdade, era exatamente isso que surpreendia Riley ao ver o garoto molhado daquela forma, pois estava longe de fazer calor e isso a fazia acreditar que a ideia de participar daquela atividade era bastante idiota. Com os braços ainda cruzados, a morena o encarava com os lábios unidos numa fina linha, pois aquela questão a pegou de surpresa e mesmo possuindo uma resposta pronta na ponta de sua língua, hesitava em externá-la por Dick ter se tornado um grande responsável pela sua curiosidade. — Não… — por acreditar que ficar em silêncio por mais tempo seria o mesmo que admitir o que não queria admitir quando, na verdade, queria admitir, o tom de sua voz acabou por sair de maneira incerta. — Até porque acredito que eu nem esteja em seu top 20. Você conhece muitas pessoas e ainda tem muitos carros pelo que ouvi falar. — não era algo que desejava falar, pois podia deixar evidente sua curiosidade que insistia em não ter. — Saiba que o sono não atrapalha as papilas gustativas, então não ofenda minhas panquecas desse jeito. — lançou-o um olhar cerrado, simulando irritação, mas logo desviou seu olhar para o lado da forma mais casual possível. — Qualquer dia eu faço mais para você. — disse baixo dando de ombros. Ao ouvir que o automóvel tinha um nome, Navarro rapidamente voltou a encará-lo com um sorriso debochado. — Esse carro é seu? Por que você trouxe seu carro? — não fazia muito sentido quando o objetivo da lavagem de carros era arrecadar dinheiro e Dick podia muito bem lavar o próprio carro em casa. Descruzando os braços para agarrar o tecido da barra da própria camiseta a fim de entreter suas mãos e não se sentir esquisita diante do garoto, seus olhos foram ao chão quando sentiu o leve chute na ponta de seu pé, achando graça na atitude dele só para voltar a encará-lo e dar de cara com seu sorriso e suas palavras gentis. Isso não era justo. — Valeu. — sorriu amistosamente com sutileza. — Foi um jogo bem intenso, na real… jogar com equipes mistas e ainda contra uma galera que aparentemente te odeia me deixou na força do ódio. Muito provavelmente nenhum de vocês me escutou, mas nunca xinguei tanto em campo. — riu relembrando de umas trocas de chutes “acidentais” no jogo, além do clima extremamente passivo-agressivo. Aproveitando que ainda estava com o uniforme, mostrou-lhe alguns curativos espalhados por sua perna direita, além de mostrar os arranhões no antebraço esquerdo. — As garotas do Ocean tem unhas bem afiadas… Essas são minhas marcas de guerra, mas um amigo me ajudou a cuidar disso tudo, então 0 veneno. — e foi bem doloroso lidar com o antisséptico, seu cenho franzindo suavemente só de recordar. — Eu aviso quando estiver perto de dar meu chutão em você, pode ficar tranquilo. Mas e ai? Você está em outra atividade além da lavagem de seu próprio carro? — brincou.
DICK says...
tipo pegar sapinho na barraca do beijo? – questionou em um tom divertido e se parou no último instante antes de perguntar se ela o visitaria lá, se fosse a atividade escolhida por ele, justamente por acreditar ser um daqueles casos de cedo demais para transformar a sua angústia em piada. – frio? pfff. – negou com a cabeça, mas não podia esconder as leves estremecidas que dava toda vez que o vento soprava, estava tudo bem enquanto ele estava se movimentando, mas o fato de estar ali parado ajudava no fato dele estar perdendo calor corporal rapidamente, mas não era nada preocupante se ele insistia em ficar por ali conversando com riley. sustentando o olhar da garota, não pode conter o sorriso vitorioso de crescer cada vez mais em seus lábios com a negativa nada segura dela, suas próximas palavras prontamente ignoradas em favor de simplesmente encará-la com uma sobrancelha arqueada e ar totalmente convencido. – oh, riley. minha lista é bastante limitada, mas como não é do seu interesse, deixa pra lá… – deu de ombros em sua melhor encenação e falta de interesse, morrendo de vontade de simplesmente explanar quão alta a posição que a garota ocupava, mas dizer aquilo significava que ele teria que admitir mais algumas coisinhas para si mesmo que ele ainda não estava pronto para encarar. – eu não estou ofendendo, longe de mim! – se prontificou a assegurá-la, um pouquinho de pânico em suas palavras diante do olhar de navarro, uma ligeira carinha de cachorrinho chutado tomando conta de suas feições. odiaria perder o privilégio das panquecas, por isso as próximas palavras da garota o fez se inclinar em sua direção para que pudesse ouvir o tom mais baixo dela. – seria essa uma promessa de outro café da manhã juntos? – indagou, esperançoso. – porque eu vim de carro e eu ‘tô pagando pela lavagem, então não se preocupe com a caridade. eu só não tive coragem de deixar esse pessoal colocar as mãos no meu carro. – disse horrorizado só de imaginar as atrocidades que seriam cometidas ao seu veículo, ainda mais depois dele ter sido tão chato com algumas pessoas que não estavam tratando os carros dos outros direito. – você não vai acreditar em cada absurdo que eu já presenciei aqui hoje, chega a me dar calafrios só de imaginar. – os calafrios em questão não foram encenados, apenas mais um mimo do vento, mas isso ele nunca admitiria. e daí que estava passando frio se sua recompensa era o leve sorriso no rosto da amiga? ele que lutasse com o resfriado depois, porque só o que queria no momento era arranjar motivos para vê-la sorrindo outra vez. – oh, eu não ouvi, mas deu pra perceber pela sua cara, acredite. – soltou um breve riso, mas esse não demorou a ser substituído por uma breve careta de dor em simpatia aos machucados de riley que ele não havia percebido, porque claramente tentava não olhar para as pernas dela, mas se permitiu segurar o pulso da garota com delicadeza com a sua destra, os dígitos de sua mão livre pairando sobre os arranhões sem de fato tocá-los. – shit, doeu muito? – mirou os olhos dela rapidamente antes de mover o olhar para o braço da garota novamente, os dígitos que estavam apenas próximos dos machucados acariciando a pele saudável próxima a eles em uma pequena demonstração de conforto. – chutão, socão… você é bem into um rude love, hein? – brincou ao que soltava o braço da amiga para esconder que estava um pouquinho sem graça, a destra que segurava seu pulso escorregando pela palma de riley até que seus dedos tocassem os dela antes de finalmente cessar qualquer contato entre eles. foi preciso um breve pigarrear antes dele responder a pergunta dela, trazendo seus braços para o lado de seu corpo como forma de repreensão por seus impulsos. – meu esporte é chato o suficiente pra ficar fora dessas competições e como é a única coisa que eu sou bom… vou só ficar vagabundeando por aqui. e você, só futebol mesmo?
RILEY says...
A barraca do beijo nem passou por sua cabeça quando lançou o comentário, mas, como uma ótima ouvindo, Riley já havia se deparado com alguns comentários à respeito de Dick que a fizeram acreditar que a possibilidade de vê-lo naquela atividade existia. Não fazia ideia do que sentir sobre esse cenário, afinal, era alívio que a preenchia por não vê-lo distribuir beijos deliberadamente pelo evento ou frustração por não poderem concluir o que tentavam há um tempo? A morena não queria mesmo responder tais dúvidas. — Não, né. — fez uma careta. — Tem a barraca dos jogos, por exemplo. Passei por lá mais cedo e me pareceu bem divertido. — deu de ombros. Se pudesse voltar no tempo e escolher uma das atividades para fazer, provavelmente escolheria aquela ou a barraca de comida. A resposta dele não foi nenhum pouco convincente, arqueando apenas uma de suas sobrancelhas diante daquela encenação de que estava tudo bem. — Eu tenho toalha e um casaco seco no meu armário, se quiser. — por estarem no ambiente da Armstrong, Navarro decidiu que não ficaria carregando uma mochila para cima e pra baixo, decidindo deixar seus pertences dentro do prédio, mesmo que precisasse se identificar com os seguranças sempre que quisesse pegar algo. Bastante limitada. Se já estava curiosa sobre sua colocação na lista de Dick, seu interesse apenas aumentou com essa notícia, mas óbvio que a garota não admitiria por acreditar que se revelaria demais. — Tanto faz… — murmurou antes de morder a própria língua, um repreendimento por pensar em se arrepender por negar a informação. Por que queria saber? Não precisava saber. — Ah, bom. — disse séria em reflexo ao nervosismo presente na fala do rapaz, além de seu costumeiro olhar de cachorro abandonado, precisando desviar o olhar brevemente para não rir descaradamente da atitude alheia. Seu corpo se inclinou suavemente para trás à medida que Dick pendia em sua direção a fim de manter a distância de segurança que sua mente havia traçado. — É claro que não é. Você me fez perder a aula de física da última vez, não posso confiar meus café da manhã a você. — existia o background de que passaram a noite inteira conversando aleatoriedade e essa foi a principal razão para estarem tão cansados, mas depois de acordar no sofá praticamente agarrada nele, a morena decidiu não arriscar. — Mas posso levar algumas para escola, só vou precisar que você chegue mais cedo para comê-las ainda fresquinhas. — sugeriu oferecendo-o uma careta. — Se você está lavando sozinho, por que não deixou para fazer isso na sua casa e focar nos outros carros? Lembro de ter visto uma fila considerável de veículos. — não sabia de onde saíam tantos carros, mas o pessoal da lavagem parecia estar sempre ocupada. — Quem diria que você viveria um verdadeiro filme de terror automobilístico aqui dentro, ein. — riu um pouco mais alto com aquela reação exótica que o mais alto tinha graças aos cuidados não muito cuidadosos dos seus colegas de trabalho. Riley não fazia ideia de como aquele interesse masculino nasceu e desenvolveu e até pensou em questioná-lo se não fosse os visíveis calafrios dele devido ao vento. — Okay, foda-se. Vamos pegar alguma roupa seca para você quando terminar isso aí. — disse claramente incomodada em vê-lo daquela maneira. Sabia que ele retornaria ao grupo de lavagem e se molharia mais, mas deixaria algumas peças com ele, pelo menos. — Nossa, não fui nenhum pouco discreta, né? — riu fraco tentando imaginar como deveria ter sido assisti-la irritada diretamente da plateia. Com o toque curioso masculino, o olhar de Navarro foi diretamente ao próprio braço. — Doeu, mas já estou acostumada com esse tipo de coisa. — deu de ombros tentando não criar muito caso de seus ferimentos, porém sua respiração falhou com carinho depositado em sua pele, não sabendo se deveria reagir àquilo ou só ignorar. Com a brincadeira dele, Riley voltou a encará-lo com um sorriso mais sacana, tentando conter uma nova risada. — Minha especialidade. — percebera que a forma como respondeu soou ambígua, mas apenas deixou que aquilo se perdesse com o vento. No final de tudo, era apenas uma brincadeira e acreditava que Dick entendia isso. A forma a mão dele deslizou pelo seu braço, alcançando sua mão e a abandonando deixou a mais baixa mais sem jeito do que o imaginado, até porque não conseguiu se controlar ao enganchar seu indicador num dos dele a fim de impedir o afastamento imediato; decidiu fingir que nada havia acontecido ao levar ambas as mãos à cintura. — E eu pensando que teria a chance de te ver jogando peteca. — brincou suspirando decepcionada. — Sim, só futebol. E agora que o jogo acabou, vou ficar vagabundeando por aqui também. — respondeu balançando a cabeça suavemente. Deveria convidá-lo para andarem pelo evento juntos? — Falta muito para terminar de limpar a Íris?
DICK says...
sua ideia de diversão é ficar vendo os outros brincarem enquanto você tem que recolher a bagunça? – primeiro que dick não era muito fã daqueles jogos porque sempre saía deles frustrado por nunca conseguir o que queria e outra, era impaciente demais para lidar com tudo aquilo, provavelmente acabaria jogando no lugar dos outros e sendo expulso da barraca, era uma cenário bastante provável que o fez rir um pouquinho, ainda mais por imaginar riley tendo que lidar com os jogadores caso tivesse feito aquela escolha, ele definitivamente seria um dos primeiros da fila para irritá-la. – nah, tá tudo bem. tá o quê, uns vinte e cinco, seis graus? calor! – a forma como reagia exageradamente era um dos principais sinais de que estava mentindo na cara dura e esperava que riley não tivesse percebido aquilo sobre ele, porque a ideia de estar sozinho com ela pelos corredores do instituto trazia à tona lembranças ainda frescas demais em sua memória. sua expressão que ele julgava digna de pena apenas se agravou com as palavras de riley, fazendo-o cruzar os braços sobre o peito ao se afastar, um bico de descontentamento em seus lábios quando retrucou, – ei, se um não quer dois não dormem. a culpa não foi totalmente minha. – tinha que se defender, mesmo que a sua intenção era faltar na aula desde o começo, ele havia sido bastante obediente desde que riley havia o recebido de bom-grado em sua casa e não faltaria porque ela havia deixado bem claro que eles não podiam. agora se o sono acumulado de uma noite mal dormida, mas muito bem aproveitada, acabou os atingindo em cheio, ele achava meio injusto receber toda a culpa. – mas riley! – disse emburrado, batendo o pé no chão como uma criança prestes a fazer birra, o que não era uma atitude tão longe assim de sua personalidade. – não quero panquecas fresquinhas, quero panquecas quentinhas! com a manteiga derretendo. – concluiu, sabendo muito bem as chances de levar um famoso chutão na canela junto com riley retirando seus benefícios, mas resolveu arriscar mesmo assim. – eu acho que fui a pessoa mais produtiva aqui hoje, se tem fila é por causa da incompetência dos outros dessa vez. – um conceito bastante abstrato que dick ainda estava aprendendo a lidar, porque geralmente usaria os conceitos ao contrário quando falava de si mesmo, a ideia de ser competente era nova. – eu já disse que ‘tô legal… – ia continuar argumentando, mas um pingo gélido caiu de seus fios em sua nuca, fazendo-o estremecer de forma quase exagerada por não ter como ter previsto aquilo. – ok, talvez não tão legal assim. – riu baixo, negando com a cabeça enquanto se abraçava, correndo suas palmas por seus braços rapidamente para se livrar daquela sensação chata. – talvez, mas acho melhor perguntar para alguém que não estava prestando atenção só em você para ter uma opinião mais geral. – disse com uma naturalidade totalmente fingida, porque teve que desviar o olhar para falar e seu tom era mais baixo do que antes. – você é mesmo movida pela força da raiva, né? – brincou, seus olhos semicerrados em falsa repreensão, não era uma sensação legal ver ela toda machucada e sabia que riley era bem grandinha e forte o suficiente para lidar com seus lances, mas ainda assim era impossível para ele simplesmente não se preocupar. – acho que você é uma péssima influência para mim, então, porque acho que ‘tô começando a gostar. – disse com um sorriso de canto páreo ao sorriso sacana dela, deixando explícita sua brincadeira; se ela tinha um fundinho de verdade, riley não precisava saber, não agora. dick tentou ignorar a forma como ela havia tentado segurar o seu dedo, tanto que não falou nada, mas simplesmente não conseguiu tirar o olho de onde suas mãos estavam quase juntas há um instante, seu coração pulando algumas batidas com aquela ideia totalmente boba de dar as mãos. não se atentou tanto na brincadeira seguinte de riley, apenas assentindo com um breve riso, porque em sua mente o momento anterior, por menor que fosse, havia acendido uma minúscula chama de esperança em seu peito. – a gente pode ir lá pegar aquela toalha e depois dar uma volta por aí, ou só sentar e conversar mesmo, ‘tô um pouco cansado. – sua boca sugeria antes mesmo de sua mente processar aquela informação, mas não se martirizaria muito, porque no próximo instante já fazia um sinal para que riley aguardasse um pouquinho enquanto ele corria até o local seguro que tinha colocado as chaves de seu carro para poder livrar aquela vaga da lavagem e colocá-lo mais ao fundo do estacionamento. não tinha terminado a lavagem e provavelmente se odiaria quando notasse a bagunça que havia deixado no estofado depois de entrar ali molhado, mas aquele era um problema para depois, pois depois de trancar o carro já voltava correndo para onde tinha deixado riley, tendo conversado com o professor responsável também, o qual concordou com a pequena folga que ele propôs. – eu quero muito secar o meu cabelo, tá me dando agonia.
RILEY says...
— Bom ponto. — teve que concordar com a observação de Dick, pois a ideia de ficar se abaixando para recolher as bolas, pinos, discos ou qualquer coisa que fosse o objeto a se jogar ou cair não era muito atrativa. — Mas minha ideia de diversão é ver as pessoas frustradas gastando todo seu dinheiro para conseguir um ursinho que vale cinco dólares numa lojinha de pelúcias. — Riley não era alguém que curtia ver as pessoas se dando mal, mas não discordava que aquele cenário em específico era engraçado. — Sim, verdade, mas quem é que colocou aquele vídeo péssimo no YouTube? Ah, foi, você! — disse com diversão, mas fingindo uma postura séria enquanto cruzava os braços. Passar a noite em claro havia sido uma decisão extremamente burra, especialmente considerando como importante a grade de aulas daquele dia, mas parecia estar se tornando parte de si aderir ideias malucas sem pensar duas vezes graças ao Dick e o motivo para isso se tornava cada vez mais evidente, porém se fazer de sonsa parecia a melhor opção no momento visto que não gostaria de perder os bons momentos ao lado do rapaz. Entretanto, não era como se fosse incapaz de sentir e os pensamentos de reviver a cochilada de alguma forma a deixava nervosa, preferindo dar tempo do episódio se perder na memória de ambos (ou deixar de se tão recente). A garota arregalou um pouco o olhar com a atitude do rapaz em bater o pé no chão e assumir uma postura mais infantil, um breve sorriso lhe surgindo achando graça na cena, porque não imaginou que precisaria falar igual a sua mãe. — Se você quer panquecas quentinhas, só colocar no microondas da escola. É pegar a proposta ou largar. — disse categoricamente e curiosa sobre o que ele falaria ou escolheria. — Nossa, você leva isso realmente à sério. — Riley não o conhecia tanto quando gostaria, mas o processo estava sendo constante devido à quantidade de tempo que estavam começando a passar juntos, então era novidade para ela vê-lo empenhado numa atividade, principalmente quando estava acostumada a vê-lo pouco se importar com muitas coisas. Observando totalmente incrédula das palavras dele sobre estar bem, a morena levou um susto com o exagerado estremecer dele, rindo baixo em seguida em ouvi-lo admitir que estava mentindo desde o início. — Eu sabia. — maneou a cabeça em repreensão. A leveza de seu semblante se desfez minimamente com as palavras de Dick em ter apenas a observado durante toda partida, seu coração errando brevemente suas batidas; Riley nunca gostou da ideia de ter a atenção de tantas pessoas simultaneamente, ficando bem ansiosa antes das partidas por essa razão, mas ter pescado a dele por inteiro era diferente. — Idiota. — murmurou da mesma forma que ele, não conseguindo evitar um breve sorriso carinhoso de surgir em seus lábios ao mesmo tempo que seu rosto esquentava, mas tratando de desviar seu olhar ao chão a fim de esconder o que acontecida em sua cara. Foi necessários alguns segundos daquela forma para que conseguisse voltar a encará-lo. — A raiva é um dos sentimentos mais puros, tenho orgulho de dizer que faz parte do meu ser. — brincou dando de ombros. Sua personalidade era realmente explosiva e era necessário extravasar os sentimentos negativos de alguma forma, ou pela música ou pelo esporte, mas também tinha ciência de que para tudo existia uma consequência e a de sair machucada fisicamente era a que preferia. Se Riley dissesse que não ficou nervosa com a resposta de Dick à sua brincadeira, com certeza estaria mentindo, pois a ambiguidade da interpretação era presente e ela não sabia lidar muito bem com isso — seja por realmente não saber o que fazer, como por carregar significados demais. Dessa forma, deixou que o assunto morresse para não se arrepender por acabar revelando demais. — Já que está cansado, podemos encontrar um lugar para sentar e conversar, sim. — a sugestão do mais alto surgiu como se ele fosse capaz de ler sua mente, precisando controlar sua incomum animação de poder passar um tempo com ele, aliás, quando começara a se sentir tão empolgada com isso? Com os olhos presos no rapaz, observou-o se afastar para recolher o próprio carro e, naquele tempo em que distanciaram, Riley soltou o ar que nem se dera conta que prendia em seus pulmões e levou as mãos ao próprio rosto na tentativa de se certificar de que ainda não queimava como momentos atrás. Não fazia ideia de como se desenrolaria o tempo em que passariam juntos a partir dali, pois as vezes em que estiveram sozinhos foram bastante imprevisíveis e capazes de encher a mente feminina dos mais diversos pensamentos conflitantes. Enquanto aguardava Richard, a morena livrou seu cabelo do coque e penteou seus fios escuros com os próprios dedos na tentativa de fazê-los mais apresentáveis, mas, ao perceber a razão para isso, voltou a prendê-los se repreendendo silenciosamente. Não tinha porquê parecer mais bonita para ele. Assim que o mais alto surgiu no seu campo de visão, respirou fundo com o objetivo de voltar a imagem de amigável de antes. — Seu cabelo não fica tão ruim assim. — disse antes de seguirem até o portão de entrada do instituto. Havia entrado e saído tantas vezes de lá que os seguranças pareciam já reconhecê-la e não questionaram seus motivos para tal, mas o olhar desconfiado para Dick ainda assim existiu. — Vamos só pegar nossas coisas mesmo. — respondeu brevemente o funcionário e, numa ação impensada, buscou a mão de Richard para que entrassem juntos com mais velocidade, antes que algum dos seguranças surgisse com mais perguntas ou os bloqueasse de seguir. Apenas isso. Ou pelo menos foi o que tentou se convencer ao perceber isso momentos depois, embora não existisse razões além dos que tentava evitar para querer permanecer daquela forma. Navarro não se entendia mais, muito menos seus conflitos, mas ignorar continuava sendo a melhor opção, certo? Então não deveria existir problema em fazer nada e só deixar suas mãos unidas daquela maneira, né? Tentando se manter de forma casual, essa foi sua decisão, mas não impediria que o rapaz a soltasse caso desejasse. — É estranho ver esses corredores vazios. — comentou a fim de quebrar o silêncio. — Dá até uma vontade estranha de gritar. — riu.
DICK says...
dick não pode deixar de se sentir extremamente traído com a forma que ela havia trazido à tona o seu vídeo e por mais que já esperasse um ataque daqueles, incredulidade tomou conta de suas feições rapidamente, levando junto seu sorriso e expressão amistosa, ele não havia brincado quando disse que aquele era um de seus pontos fracos. – pois bem, quem colocou foi a minha mãe, mas quem foi que implorou pelo link, hein? – ele só perdeu um pouquinho da defensiva porque, bem, não ficaria bravo por uma coisa daquelas quando era só uma troca de farpas inocentes entre os dois e ele ainda tinha a munição para rebater, pois não esqueceria do áudio da garota tão cedo; ou da conversa que eles haviam tido em um geral, mesmo com todas as brincadeiras e provocações, foi algo que acabou colocando várias coisas em perspectivas diferentes na cabeça do garoto e ele não se importaria de perder mais noites de sono se fosse daquela forma. – mas, riley! -- repetiu seu protesto mesmo sabendo que não seria eficiente, não conseguia entender toda a relutância dela, tudo bem que perderam uma aula de física, mas havia sido uma ótima soneca, o sofá da garota era confortável o suficiente para fazer o garoto dormir até sonhar. um sonho bastante estranho, aliás, porque tinha plena noção de que não era algo que aconteceria entre os dois tão cedo, isso se acontecesse, mas desde então a ideia de dormir abraçado com ela era algo que ele pensava com mais frequência do que gostaria de admitir e se não fosse pelo tapão da garota em seu peito quando o acordou, ele poderia ter tido mais um gostinho, então um ponto a menos para riley e sua tendência de acabar com a felicidade de dick. – eu sei o seu endereço mesmo. – concluiu por fim, dando de ombros exageradamente como se tivesse o trunfo daquela vez, não era como se ele fosse aparecer por lá de surpresa ou algo do tipo, mas era uma ameaça válida. – eu gosto de carros. – encolheu os ombros diante da fraca justificativa, como se explicasse todo seu incomum trabalho duro, existiam lados bons e ruins daquela sua pequena paixão, várias broncas e até surras do progenitor quando dick, ainda criança, fazia o que crianças faziam e não tinha cuidado com alguma relíquia de sua coleção, mas ao mesmo tempo todas as suas melhores memórias com o pai sempre tinham um carro ou um projeto envolvidos. como aqueles pensamentos estavam longe de serem bem-vindos, o garoto logo tratou de repreendê-los sob alguma brincadeirinha, – ai, mas trabalhar tão duro assim é péssimo. não quero mais, riley. – disse manhoso, até apoiando uma mão no ombro da garota para demonstrar o quão perto de sucumbir ao cansaço da vida de proletariado, mas se recuperou rapidamente da brincadeira, trazendo seu baço para se juntar ao outro ao cruzá-los sobre o peito e virar o rosto com petulância pelo desaforo de ter sido pego em sua mentira. – you don’t know shit. – negou com a cabeça, tendo que morder o lábio inferior para conter o sorriso que insistia em aparecer em seu rosto, porque no momento ele estava preocupado em parecer zangado. mas logo ele se repreendia pelo seu ato que havia lhe custado a visão do aparecimento daquele sorriso no rosto da amiga, conseguindo pegar apenas um mínimo vislumbre quando se voltou para ela alguns breves instantes antes dela olhar para baixo, o privando do que estava rapidamente se tornando uma de suas visões favoritas. – okay, isso não parece nenhum pouco saudável, – comentou com o cenho franzido, o garoto sempre viu raiva como uma emoção negativa demais para si, porque associava diretamente as faces contorcidas em ira de seus pais nas incontáveis brigas que havia presenciado e já era motivo o suficiente para ele tentar evitar senti-la, mas estava ciente de que não era ninguém para julgar os mecanismos de enfrentamento dos outros, por isso não pensou duas vezes antes de complementar, – mas é bom que equilibra o nosso webnamoro. – brincou, se referindo à todas as vezes que a garota já havia dito que lhe faltava ódio.
é? mas espera até ele começar a secar e armar, você vai evidenciar um verdadeiro desastre. – ria baixinho enquanto negava com a cabeça, lembrando das várias fotos de quando era menor e tinha cachinhos emoldurando seu rosto, sua sorte era que seus fios não eram mais longos o suficiente para aquilo; tudo bem que só acrescentavam ao seu charme e fofura natural, mas também o faziam parecer que não tinha mais do que treze anos. dick pensou que deveria agradecê-la depois por ter agido antes dele poder abrir a boca e falar alguma coisa estúpida diante do nervosismo de estar sob o olhar atento do segurança e ele ia fazer isso baixinho assim que passaram por eles, mas se viu rapidamente sem palavras ao ter a garota assumindo o papel que geralmente era dele, richard era o faminto por toque que não perdia uma chance de importunar os outros com o seu grude e ele simplesmente não sabia o que fazer com os papeis invertidos daquela forma, ainda mais quando se tratava de riley que não media esforços para se mostrar adversa a qualquer tipo de contato que ele tentava iniciar. ele não fazia ideia de como ainda não tinha começado a sair fumaça de suas orelhas de tanto que seu cérebro trabalhava com aquele singelo segurar de mãos, tinham todas as sensações que acompanhavam o toque e todas as besteiras que se passavam por sua mente, se questionando o significado de tudo, quando no fundo ele sabia que era só a forma da garota de arrastá-lo pelos corredores. mas ainda assim, em meio ao seu debate interno ele acabou afrouxando seu aperto na mão dela e quase cessando o contato involuntariamente depois de ter ficado alguns passos para trás em meio a suas paranoias. foi com as palavras de riley que ele despertou e apressou seus passos para ficar novamente ao seu lado, aproveitando para que, antes que suas mãos se desunissem, pudesse entrelaçar seus dedos em um aperto mais seguro, tendo que desviar o olhar rapidamente para poder liberar o sorriso que ele tentou inutilmente encobrir ao fitar as suas mãos juntas. era estranho para ele se sentir tão eufórico com uma coisa tão pequena e inocente quanto aquela, sem contar que ele preferia não analisar muito fundo pelo fato de estar conectado a todas as coisas novas que ele vinha sentindo ao lado de riley e sabia muito bem que abrir aquela caixa de pandora que eram essas novas sensações e emoções seria um caminho sem volta. – oh, eu vejo esse corredor vazio com bastante frequência, o legal mesmo e não ter nenhum monitor pra encher o saco. – brincou, rindo baixinho pois ainda se recuperava daquela surpresa e tudo que acabou pensando naqueles… trinta segundos, um minuto no máximo? por deus, ele tinha que parar de pensar. – eu sempre tenho a vontade de correr quando vejo um corredor assim. – comentou, acompanhando-a no riso, ele vinha balançando suas mãos unidas há um tempinho já, mas deu um leve puxão na mão dela para chamar a atenção para a expressão travessa que havia tomado conta de suas feições. – o que te impede de gritar? – não aguardou uma resposta, usando a sua mão livre para redirecionar o som quando gritou um ‘go sharks’ para testar seu alcance, bastante satisfeito com o eco para gritar novamente, dessa vez o nome da garota, só parando com a gracinha quando ouviu a voz do segurança de antes os advertindo da entrada, o que só o fez soltar uma alta gargalhada, seus olhos em meia lua devido ao tamanho de seu sorriso, o fato de ter a mão dela na sua talvez contribuindo para o seu humor.
RILEY says...
— Não só implorei pelo link como baixei o vídeo. — admitiu soltando uma divertida risada, não se importando muito com a imagem de irritação que Dick tentava passar. Não estava brincando quando disse que utilizaria aquilo como uma arma, mas ele também não precisava saber que isso era apenas uma desculpa para conseguir ouvir o cover dele em qualquer lugar. Buscando o celular no bolso que havia costurado nos shorts do uniforme, Riley acessou a própria galeria só para comprovar o que estava falando. — De qualquer forma, a culpa foi sua por me fazer perder uma noite de sono… Mas, pensando bem, até que valeu a pena. — e então virou a tela na direção masculina. O jeito como agia podia ser interpretado como se o vídeo fosse o que tornou a sua noite preciosa, mas, na realidade, o motivo estava longe de ser apenas aquele — o problema era que Riley não admitiria, pois gostava da zona de conforto e mentiria para si mesma a fim de se manter nela. — “Mas Riley” nada. — cortou-o cruzando os braços e brincando de lhe lançar o seu conhecido olhar assustador, mesmo que não carregasse a mesma intensidade de quando estava irritada, pois seus sentimentos no momento estavam longe de serem negativos. Ao rejeitar o convite de repetirem o café da manhã, a morena buscava evitar reviver todas as sensações e tentações que teve durante aquela manhã, pois descobriu com os próprios olhos que o sono conseguia ser seu pior inimigo ao prejudicar seu filtro do que deveria ou não falar; diria “não” quantas vezes fossem necessário até o episódio deixar de estar fresco em sua memória. Entretanto, ter esse objetivo em mente não excluía os efeitos que sentia ao ver Dick tão interessado em repetir a dose, além de relembrar das mensagens dele sobre ter se mantido acordado porque queria; era um pouco difícil se manter no controle de seus próprios pensamentos dessa forma. — E o que você planeja fazer? Invadir minha casa às seis da manhã para comer panquecas? — mordeu o lábio inferior a fim de conter a risada que ameaçava escapar diante do cenário sugerido pelo mais alto. — Saiba que eu também sei onde você mora. — não podia fazer absolutamente nada e retribuir a ameaça nem sequer fazia sentido, porém a retribuição só saiu de sua boca sem muita reflexão. A mão de Dick em seu ombro e sua expressão exageradamente cansada divertiram Riley durante alguns segundos; ele definitivamente merecia receber um oscar com suas dramatizações. — Queria dizer que isso acabou, mas o futuro vai te trazer muita dor de cabeça ainda. — disse levando sua canhota até o topo da cabeça do rapaz, depositando ali algumas tapinhas suaves. Richard não era a pessoa mais imprevisível que conhecia, mas, de vez em quando, conseguia deixá-la sem reação graças às suas falas e atitudes — talvez fosse apenas o fato de ainda não o conhecer tanto, porém a imagem dele a desafiando no fliperama surgia em sua mente sempre que estava entediada em busca de alguma diversão. — Isso é o que você acha. — com um tom petulante, reproduziu a postura masculina ao cruzar os braços mais uma vez, embora achasse graça na tentativa alheia de segurar o próprio riso. A reação de Dick para suas palavras não soou muito positiva e, apesar de ter dito aquilo brincando, era algo que também acreditava. — Assim como não é saudável não extravasar. — deu de ombros. Para Riley, a raiva era um sentimento tão importante quanto a tristeza e a felicidade, o problema era quando a pessoa se resumia a apenas isso. E, felizmente, não era seu caso. Por não ter previsto o complemento masculino, a morena não conseguiu ser rápida o suficiente para repreender ou esconder o novo sorriso, desviando seu rosto para o lado tarde demais. Não fazia ideia até onde a brincadeira de webnamoro chegaria, mas não podia negar que pensar nisso fazia seu coração palpitar. Sentia-se boba ao querer interpretar a piada de outra maneira. — Veremos, thedicklee… — murmurou, seus olhos recaindo ao chão para dar um novo chutinho na ponta do sapato dele.
Existiam determinadas iniciativas que Riley não costumava tomar e contato físico era, sem dúvidas, uma delas. Não sabia explicar a razão disso, mas sempre lhe soara estranho a ideia de abraçar alguém do nada, encostar a cabeça no ombro alheio, dar as mãos ou qualquer tipo de contato carinhoso, mas, ao mesmo tempo, não reclamava quando era alvo desses gestos (quando realizadas por pessoas que lhe eram íntimas, claro). Só parecia ser algo não-natural quando vinha de si. Dessa forma, era novidade para a garota se encontrar tão interessada nos mais simples toques de Dick e seu corpo agir de maneira impulsiva quanto a isso. Acostumada a fugir como se os contatos lhe oferecessem uma descarga elétrica, Riley não sabia como reagir ao operar em favor do choque — e quando percebia o quão agradável era essa eletricidade. Mesmo que sua mente desejasse atribuir uma interpretação mais profunda com a união de suas mãos, Navarro havia aprendido em seu dia-a-dia (até mesmo com o próprio garoto) que atitudes como essa também eram ligados à amizade, então concluía que não existiria problemas em se manter daquela forma. Todavia, a sensação de decepção começou a crescer em seu peito ao sentir suas mãos tão frouxas e estava prestes a ver aquilo como um sinal para largá-lo quando o mais alto entrelaçou seus dedos e a agarrou com mais força ao acelerar os próprios passos. Com os batimentos caóticos, foi necessária força para não se deixar vencer à tentação de passar os olhos pelas suas mãos juntas, pois precisava manter sua casualidade, além de evitar que sua imaginação aflorasse e traísse os sua própria meta de tratá-lo como um amigo. Eram amigos e nada mais. Tentando ignorar todos os arrepios e pitadas de felicidade que ameaçavam lhe escapar, Riley atentava-se a conversa. — Com bastante frequência? Costuma ficar por aqui até muito tarde? — perguntou franzindo o cenho. Esquecer o que faziam enquanto caminhavam pelos corredores era mais difícil do que o imaginado, especialmente quando Dick balançava suas mão com uma alegria que não se orgulhava de considerar adorável. Prestes a abrir a boca para responder a pergunta dele, a morena foi surpreendida com o grito, cerrando os olhos automaticamente enquanto um divertido sorriso surgia no canto de sua boca, mas quando ele repetiu a ação falando seu nome, foi a vez de Riley puxar a mão dele para repreendê-lo silenciosamente. A advertência dos seguranças foi responsável pela careta que formou em seu semblante, mas essa não durou tanto tempo graças à risada de Richard, pois seus olhos instintivamente buscaram o rosto dele a fim de apreciá-lo enquanto seu coração servia de percussão da canção que tentava ao máximo deixar para trás. — Para de fazer isso! — soltou sem nem pensar. Estava detestando a forma como sua mente inexperiente tentava a proteger. — Digo… melhor a gente correr, não? — sugeriu e, sem esperar por uma resposta, acelerou seus passos até que corressem em direção ao armário. Apesar de ter praticamente arrastado o garoto no primeiro instante, a necessidade de estarem atentos no percurso foi o momento perfeito para se permitir sorrir todos seus sorrisos contidos até então sem que os olhos masculinos a notassem, além da falta de fôlego dar um novo significado às suas batidas aceleradas. Um bem menos assustador. — ‘Tá bom, não era para eu ter feito isso. — riu ofegante aproveitando que chegaram próximos de seu armário para apoiar as costas na parede metálica enquanto tentava recuperar o fôlego. — Me lembra de nunca mais fazer isso depois de ter passado mais de uma hora correndo em campo. — disse balançando suas mãos ainda unidas e aproveitando o cansaço para finalmente observá-las daquela forma, sua boca se unindo numa fina linha para não evidenciar demais o que achava. Finalmente o soltando, Riley colocou a senha de seu armário e pôde abrir sua mochila, retirando sua toalha e jogando na direção masculina. — Aqui está! — disse divertidamente, voltando a se encostar na parede o observando se enxugar. — Uma pena que não verei como seu cabelo fica quando arma. — brincou. — A roupa que posso te emprestar são apenas duas camisas: uma para vestir normal e outra para fazer de casaco. Eu tenho um moletom aqui também, então me viro com ele… agora sobre a calça: infelizmente vai ter que aguentar essa que está usando. Ou se curtir bermudas de futebol suadas… — disse puxando o elástico da peça que vestia ao limite. Gostava de peças folgadas por serem bastante confortáveis, mas até que vinham a calhar em momento como aquele.
DICK says...
não havia nada a não ser incredulidade em sua feição com a revelação da garota, tudo bem que dick havia lhe dado aquele poder no momento em que ela pediu e ele foi, idiotamente, atrás de buscar o maldito link e entregá-lo de bandeja em suas mãos, mas ainda assim, ele não esperava que ela fosse mesmo cumprir com a sua palavra de usar aquilo para envergonhá-lo. – você não fez isso! – estava literalmente de boca aberta com a prova de que, sim, ela havia feito aquilo. aquele maldito suéter azul que ele passou a odiar desde o dia do casamento lhe encarando como se fosse a própria prova de um crime contra a audição de todos os convidados que presenciaram aquilo, sem pensar muito por ainda estar estupefato que ela tinha todo aquele poder em mãos, segurou o pulso da garota para impedir que ela afastasse sua mão antes dele pegar o celular, levantando o seu braço para que assim ela não pudesse alcançar o aparelho enquanto ele tentava deletar o vídeo. o seu deslize foi, literalmente, quando no lugar de apertar no ícone da lixeira, acabou passando para o próximo vídeo, nada mais nada menos do que um dos melhores momentos daquele dia que havia passado a manhã na casa dela, o vídeo de luka lhe pedindo carinho que o fez soltar um alto ‘awww’ e se esquecendo completamente de sua missão anterior. – ela me amou, né? – disse com os olhos brilhando ao repetir o vídeo mais uma vez. se fingir estar irritado não surtiu o efeito que ele esperava, seu próximo objetivo foi se fazer de triste, seu olhar indo automaticamente para o chão em resposta do olhar repreensivo de riley, apenas para voltar a encará-la com a sua melhor interpretação de desolação, lábios crispados em uma fina linha e seus olhos expressivos fazendo o que faziam de melhor, eles praticamente brilhavam e dessa vez não era com a mesma alegria de ver o vídeo com a luka. – mas, eu não gosto de tomar café sozinho e é o que vem acontecendo ultimamente. – por mais que fosse apenas mais uma carta no que havia se tornado um jogo para convencê-la a fazer sua vontade, a quase imperceptível nota de angústia em suas palavras era verdadeira e lá estava ele se repreendendo mais uma vez por acabar deixando novamente uma brincadeira boba como aquela tocar alguma de suas feridas. agradecia a sua capacidade de dar um total 360° em seu humor quando necessário, pois logo enterrava o que havia dito sob algumas brincadeirinhas. – 6:55. – corrigiu, sorrindo de canto. – porque mais cedo que isso sua mãe ‘tá em casa e aparentemente alguém não quer que eu a conheça. – disse a última parte com os olhos cerrados na direção da menor, ainda encucado com a ideia de fazer a mulher gostar dele, ainda mais com o convite de riley de passar o natal com elas, ele odiaria descobrir apenas no dia que a mulher não ia com a cara dele e acabar estragando o feriado para todo mundo; o que na real ainda era muito estranho para ele pensar que tinha planos para o natal, de todas as datas, a mais familiar, com riley e sua família. se aquela ideia alimentava alguns devaneios seus, ninguém precisava saber. – você sabe onde eu moro e nunca me fez uma visitinha, ‘tá certo. – disse enquanto negava com a cabeça fingindo estar desapontado, se aquela era a tentativa dela de fazê-lo desistir, havia passado longe, porque adoraria a visita dela qualquer dia desses, até porque riley tinha que conhecer harry e aquele era um encontro que ele pagaria para ver. – shhh, a gente combinou de não falar sobre o futuro, lembra. – ele não precisava de mais uma coisa em sua cabeça quando estava com riley porque, sinceramente, será que a garota não percebia o quanto ele parecia pensar em sua presença?! o que em si já era um fator contraditório, pois dick não pensava. – um dia a gente encontra um meio-termo, @rileynavarrro. – era impossível ver a garota sorrindo e não ter aquele contentamento espelhado em sua própria face, fora que achava graça no fato de considerar aquilo que eles tinham como algo duradouro o suficiente para começar a afetar a forma como os dois agiam, era um devaneio inútil, mas não deixava de ser legal pensar que um dia eles conseguiriam balancear suas personalidades em prol um do outro.
dick nem sequer tentava esconder a satisfação de suas feições depois de ter superado seus surtos, era uma sensação legal se ele conseguisse parar de pensar com a parte irracional de sua mente, a qual tentava simular todos os sintomas de paixonites descritas em livros infanto-juvenil, se seu coração batia fora dos compassos e ele se sentia leve, não tinha nada a ver com a sua mão na da amiga, pois estava crente que era apenas mais uma reação diante do contato amigável, ele segurava as mãos de seus amigos o tempo todo e não existiam motivos para aquilo ser diferente. – ah, quando não tem treino eu fico para a tutoria, às vezes saio depois de muitos dos professores. fala aí se isso não faz parecer que eu sou mega dedicado aos estudos. – não pode deixar de rir, seus atrasos para sair do instituto geralmente estavam ligados a sua capacidade de irritar seus tutores a ponto de fazê-los tentarem lhe ensinar alguma coisa à força, o que nem sempre era uma experiência legal, porque tinha gente que ficava assustadora quando sem paciência, e ele, mestre em encher o saco dos outros além do limite e, consequentemente, tinha que lidar com as consequências. ele não teve nem a decência de fingir que sentia muito pelo que tinha feito quando foi repreendido por riley, porque simplesmente não conseguia esconder seu sorriso divertido quando se voltou para ela e a pegou olhando para si, seu sorriso se tornando cada vez mais travesso diante da repreensão, porque ele já se preparava para gritar de novo, mas foi interrompido pela sugestão que logo foi posta em prática, sua mão apertando a dela com mais força ao que ele lutava para não escorregar com seus tênis molhados. – porra, riley, calma. – disse em meio a risos, porque por mais que correr com o medo de cair no chão escorregadio estava se mostrando muito mais difícil do que o normal, não podia negar que estava achando divertido, sem contar que duvidava muito que os seguranças sairiam da entrada para ver o que dois idiotas estavam fazendo pelo corredor. como vinha tão preocupado em controlar seus passos para que nenhum acidente acontecesse, quase continuou a se mover quando a garota parou, o que o fez perder a oportunidade de parar com as costas no armário ao lado dela e assim ocupasse um lugar em sua frente, sua mão livre indo instintivamente até os armários em busca de apoio enquanto arfava e ria ao mesmo tempo, sua cabeça inclinada para baixo enquanto se recuperava, apenas para se tocar da situação que se encontrava quando a levantou e deu de cara com o rosto da garota naquela posição que lembrava muito de como eles acabaram se encontrando na noite do halloween, pensamento que o fez engolir em seco, pois podia jurar que já havia superado aqueles sete minutos. ele não conseguia entrar em um consenso se estava feliz que ela havia soltado a sua mão, pois assim ele tinha mais um motivo para dar um passo para trás, ou triste pelo simples fato de já sentir falta do singelo toque. – obrigado. – disse ligeiramente abafado graças a toalha que tinha lhe atingido em cheio no rosto, não podendo deixar de rir enquanto a manejava para cobrir apenas metade de sua cabeça e deixasse seu rosto livre, esfregando assim seus fios de forma desajeitada. – eu sempre tenho roupa extra no meu armário, mas como é o final de semana eu levei tudo para casa para levar. – comentou com um breve rolar de olhos diante de sua estupidez, mal havia passado por sua cabeça que aquelas peças poderiam ser úteis fora dos dias de treino, o que em si falava muito mais de sua idiotice geral de não trazer mais roupas por achar que não seria necessário. – se você quer que eu tire sua roupa é só avisar, riley. – não conseguiu conter a brincadeira e o sorriso de canto que tomava conta de seu rosto ao que fingiu se inclinar para frente para espiar dentro do short da garota quando ela puxou o elástico, um gesto quase infantil quando corrigiu sua postura e cobriu a boca com as mãos como se tivesse de fato visto alguma coisa chocante. – só a camiseta já é mais que o suficiente. – assentiu enquanto sorria, agora a sua vez de encostar na parede de armários, só que ele escolheu deslizar por ali até se encontrar sentado no chão, pois não tinha mesmo brincado quando disse que estava cansado, principalmente seus braços depois de todo aquele esfrega esfrega. – riley… – disse com um leve bico tomando conta de suas feição ao inclinar seu rosto para cima para assim poder fitar a amiga. – me ajuda. – segurou a mão dela, brincando com seus dedos por um breve instante ao que um breve sorriso aparecia em seus lábios, logo direcionando a palma da amiga até a toalha que cobria seus fios, sua melhor carinha de pidão posta para jogo. – será que vão notar se a gente ficar por aqui? – questionou com um sorriso travesso, deixando sua proposta no ar. com os corredores e salas vazias, o catálogo de coisas que poderiam fazer era bastante grande, inclusive podiam fazer nada caso escolhessem apenas aproveitar a companhia do outro, o que soava como uma ideia brilhante para dick.
RILEY says...
— Claro qu- — sua fala foi interrompida no momento em que seu celular foi tomado de suas mãos num movimento ligeiro do garoto. Riley admitia que havia sido bastante inocente, pois deveria ter previsto tanto isso quanto a audácia dele em utilizar da própria altura ao seu favor naquele duelo de quem ficaria com a posse do aparelho. Sem pensar muito e tomada pelo nervosismo, deu os passos que os distanciavam para tentar recuperar o que era seu: uma de suas mãos pousava no ombro masculino com o objetivo de se impulsionar enquanto pulava sem parar. Pouco se importava com o vídeo que ele tentava apagar, pois tinha o link dele salvo e poderia facilmente baixar novamente como se nada tivesse acontecido; sua preocupação era sobre os outros arquivos que tinha em sua galeria, principalmente algumas fotos que havia tirado quando recebeu a visita dele em sua casa pela manhã. Havia publicado em seus stories um curto vídeo dele comendo enquanto sonolento, mas aquele não foi o único momento registrado pela garota, que também se aproveitou a desatenção dele enquanto a ajudava com as panquecas e brincava com Luka. Sabia que era hipócrita da sua parte não o querer em sua casa para manter no passado o momento que a deixou tão nervosa quando também o guardava em seu celular secretamente, mas nem Navarro entendia suas próprias atitudes e preferia ficar sem entender. A morena ficou tensa quando ele deslizou para o lado e o vídeo dele brincando com Luka começou a ser reproduzido, um arrepio tomando conta de seu corpo temendo que a curiosidade dele gritasse e, consequentemente, o fizesse checar as próximas fotos. Entretanto, para sua sorte, Dick ficou entretido demais revendo seu cachorro e conseguiu recuperar o aparelho no instante em que ele vacilou. Naquele momento, a morena nem se importava mais se seu rosto evidenciava que algo estava errado, muito menos as possíveis teorias de que seu aparelho continha nudes ou algo parecido, na realidade, aquela ideia era bem menos constrangedora e reveladora que a verdade. Decidindo deixar aquele tópico para lá o mais rápido possível, guardou o celular no bolso novamente. — Luka te amou, sim. — respondeu fingindo que nada havia acontecido. — Vocês são praticamente irmãos como disse, então já esperava. — quando o olhar de Dick mudou para algo mais entristecido, Navarro imaginou que acharia graça na expressão tão batida dele, mas as palavras seguintes do rapaz impediram que isso acontecesse. Se o objetivo dele era fazer algum tipo de manipulação emocional, bem, então ele estava conseguindo. — Caralho, desse jeito você faz eu me sentir uma sem coração. — riu sem muito humor. Costumava transparecer uma imagem fria e apática no colégio ou perto das pessoas que mal conhecia, mas Riley tinha um coração extremamente mole e facilmente comprava as brigas dos outros… aquela tática dele era jogo baixo. Será que seria tão prejudicial assim barrá-lo de surgir em sua casa de manhã quando sua mãe estava fora? Merda, por que tinha que estar tão confusa em relação a ele? — ‘Tá bom, podemos marcar alguns dias para você comer panquecas quentinhas lá em casa. — suspirou, pois sabia que poderia se arrepender futuramente. — MAS não vai se acostumando, porque não é sempre que vou ter paciência de ter alguém em casa de manhã cedo. — alertou encarando-o com seu olhar semicerrado. — E para com esse drama, eu vou te apresentar para minha mãe! Inclusive, ela já está sabendo do convite pro Natal e quer te conhecer antes também. — não podia esquecer do olhar surpreso da progenitora ao ouvir que tinha o interesse de convidar um amigo para o feriado, mas a morena não teve a coragem de citar seu nome, apenas contando brevemente o motivo do convite, que sensibilizou Jade. Por que não dissera que se tratava do Dick? Bem, porque Riley sabia que ele havia sido aluno de sua mãe e não fazia ideia da opinião que ela tinha sobre ele. Talvez fosse melhor omitir a informação… não tinha certeza. — Eu só soube seu endereço recentemente, então não é como se eu tivesse tido o maior tempo do mundo para te visitar. Estou só esperando seu convite, na verdade. — deu de ombros. Riley falara aquilo só como uma brincadeira, então ouvi-lo pedir para não conversarem sobre o futuro tinha o efeito totalmente contrário e isso a deixava nervosa. Aquela possibilidade realmente existia? A menina ficou em silêncio encarando o chão enquanto tentava se controlar e evitar fantasiar sobre algo que seu lado racional nem concordava. Ou se esforçava em não concordar.
— Então o lance da tutoria é real mesmo? Uou, agora estou surpresa. — zombou, embora fosse uma notícia boa saber que Dick até que tentava ter resultados no colégio quando se mostrava tão negligente com as aulas durante as manhãs. — E saiba que não esqueci da minha missão de te ajudar com humanas. — lembrou-o com seriedade, porque desejava ajudá-lo caso isso fosse do interesse dele. No momento em que pararam de correr e se encostou na parede para recuperar o fôlego perdido, Riley foi surpreendida com a proximidade de Dick quando ele apoiou a mão nos armários, sua mente fazendo questão de relembrá-la do halloween. Por que caralhos esse episódio não conseguia ficar no passado de uma vez por todas? Era um sentimento frustante reviver a tsunami daquela noite, especialmente quando algo acontecia sempre que os sete minutos voltava à sua mente. Todavia, outra parte sua parecia gostar de vê-lo próximo daquela forma, comemorando a oportunidade de guardar na memória novas visões dele. E essa parte precisava ser silenciada urgentemente. Observando-o enxugar os próprios fios com a toalha emprestava, Navarro vez ou outra desviava seu olhar para o lado a fim de não parecer que notava até demais nos detalhes do garoto: a forma como seus cabelos se bagunçavam à medida os esfregava, sua respiração ainda descompassa, seu semblante suave e o peitoral exposto graças a ideia idiota de passar frio. — Normal. Eu nunca tenho roupa extra, só trouxe essa por causa do jogo de hoje e não estava nos meus planos ficar o dia inteiro com o uniforme fedido de futebol… só o moletom que costumo deixar no armário mesmo para emergências. Sou uma pessoa muito friorenta. — admitiu com uma fraca risada. Riley era uma pessoa muito pálida para morar na Califórnia, mas também não tinha a resistência suficiente para o frio, mesmo que preferisse congelar a derreter em suor… não saber lidar muito bem com nenhum dos dois climas era decepcionante, se não considerasse humilhante. — Mas confesso que imaginei que você teria algo já que passaria o dia lavando carros e mexendo com água… de qualquer forma, pelo menos está atento para amanhã. — deu de ombros, afinal, a vida era literalmente uma coleção de erros e acertos. Seu cenho se arqueou com a brincadeira do garoto, não sabendo muito bem como reagir, mas a atitude dele de se inclinar em sua direção e fingir que havia visto algo surpreendente dentro de suas calças a guiaram, dando um leve soco no peito dele em defesa própria enquanto ria baixo. Se não vestisse um shorts justo por dentro da bermuda, até que reagiria de maneira mais imediata com o objetivo de impedir que ele visse realmente alguma coisa mesmo que sem querer, mas não tinha o que esconder. — Só uma camiseta ou só as camisetas? — questionou-o. — Porque você vai usar as duas. Eu não trouxe um saquinho para separar meu uniforme sujo das roupas limpas e eu já vou estar de moletom pelo conforto, então não te resta opção. — justificou-se enquanto observava deslizar até o chão. Quando seu nome saiu da boca de Dick de maneira manhosa e os dedos dele procuravam por sua mão, a garota tentou levar aquilo da maneira mais amigável possível, mesmo que um sorriso com significado duvidosos ameaçasse lhe escapar. Ao ter sua mão guiada até a toalha, entendeu o pedido dele e só conseguiu manear a cabeça. — Você é muito mimado, meu deus. — disse antes de se agachar e obedecer o pedido dele só para esfregar a cabeça dele com um pouco de violência num cascudo velado, mas não demorou para que fizesse o gesto com mais delicadeza. — Não sei, mas acho que não. Os seguranças não pareciam estar muito preocupados em fazer uma vistoria por aqui… pelo menos não lembro de ter visto algum andando pelos corredores nas vezes que vim. — disse entendendo perfeita a sugestão presente nas entrelinhas. — O que você quer fazer aqui dentro? Dar uma explorada? Porque tudo bem por mim… não ‘tava muito a fim de ficar rodeada por mil pessoas, sei lá. — sem falar que nunca havia passeado pelo prédio vazio. — Mas é melhor a gente se trocar antes.
DICK says...
por mais curioso que fosse e, sim, a ideia de explorar a galeria de riley havia passado por sua cabeça, ele também sabia onde estavam seus limites e ver a garota agindo daquela forma mostrava que ele estava prestes a ultrapassar estes, mas isso não significava que ele não acharia graça da cena e levantaria ainda mais o celular só para vê-la por mais um tempinho tentando inutilmente alcançá-lo. usar sua altura a seu favor era um dos truques mais velhos e manjados do rapaz e ele sempre se divertia com isso, o problema estava no momento em que ele pensava na diferença de altura entre ele e riley e no lugar de imaginar as coisas engraçadas que ele podia fazer, sua mente lhe fornecia imagens nada favoráveis a sua situação, pois começou a ponderar o quão perfeita era a altura dela para que ela pudesse simplesmente encaixar o rosto na curva de seu pescoço ou como ele poderia sem esforço algum deixar beijos carinhosos no topo de sua cabeça… e foi aí que ele se viu distraído o suficiente para perder a posse do aparelho e, ridiculamente, teve que tirar alguns segundos para livrar sua mente das imagens fornecidas, era a segunda vez que ele se via frustrado o suficiente para não protestar diante de alguma atitude de riley, o que o recordou das fotos do dia do fliperama e de como precisava questioná-la sobre elas, porque era bem injusto a garota ter surrupiado algo que o garoto queria ter como lembrança. faria questão de importuná-la sobre isso depois, porque no momento ele só lutava mesmo contra a vontade de jogar fora seu ato de tristeza em favor de mostrar todo o triunfo de alguma forma ter conseguido convencê-la. – você não é sem coração, – a garantiu rapidamente, sua expressão ainda bastante neutra ao que tentava estender ao máximo sua atuação, mas logo dando de ombros ao desviar o olhar rapidamente para tentar esconder o sorriso vitorioso que tomava cada vez mais conta de suas feições, – o problema é que eu sou bom demais nisso. – já tinha partido da fase da manipulação emocional mesmo, então nem tentou conter a sua animação com a proposta que ele aceitou imediatamente assentindo veemente diante das palavras de riley. como de praxe, para selar o combinado entre eles, buscou a mão da garota para que pudesse tomar a iniciativa de enganchar seu mindinho no dela, o gesto infantil que de alguma forma havia se tornado símbolo de todas as promessas que eles vinham fazendo, depositando todas suas expectativas na fé imatura que tinha naquele gesto. – não pode voltar atrás agora! – exclamou sorridente, evidenciando suas mãos unidas que ele ainda não teve coragem de soltar e quando o fez, foi gradualmente, como se aproveitasse cada instante possível de contato. – que tal nas sextas? a gente pode pensar como um sistema de recompensas, se eu não faltar nenhum dia, eu ganho panquecas. – era bom enquanto ele podia usar as panquecas como desculpa, mas era mais todo o conjunto da situação que acabaria servindo como um grande incentivo para ele. – mas poxa, riley. eu nem torro tanto assim sua paciência. – zombou, tentando manter seu semblante inocente. – ai meu deus, agora eu ‘tô nervoso. – para alguém que até então estava praticamente implorando pelo encontro e o fim de toda aquela expectativa de se a mulher iria gostar dele ou não, ele adoraria dizer que seu iminente nervosismo era apenas mais uma de suas gracinhas, mas a realidade de ter riley falando dele para sua mãe e a mulher querendo o conhecer de fato era algo tão surreal que no fim ele nem sabia como interpretar, sua mente conjurando pensamentos ambíguos demais para ele sequer tentar começar a decifrá-los; o que era uma boa, porque a última coisa que ele queria era complicar ainda mais a sua situação, ele nunca teve que ser apresentado aos pais de seus amigos antes e ele estava tentando com todas as suas forças não borrar as linhas entre a amizade que tinha com a garota e o que ele se pegava pensando que eles poderiam ser em um futuro próximo de preferência. mesmo que tivesse passado seu endereço para a garota no meio de uma brincadeira, ele imaginou ter deixado bem claro o fato de querer uma visita dela (ou de qualquer outra pessoa, teve que se lembrar antes que entrasse em outra crise). – você quer ir lá para casa qualquer dia desses? – se era um convite formal que ela esperava, dick o fez com um sorriso no rosto e expectativa nos olhos. – aposto que o harry ‘tá doido pra conhecer mais alguém que não gosta muito de mim e se recusa a aceitar minha afeições.
ué, ‘tava duvidando de mim, riley? pois saiba que eu tento. às vezes. – complementou rapidamente com a última parte com um breve riso, havia aprendido há muito tempo que não devia colocar a culpa de seu aprendizado lento no fato de que ele simplesmente não conseguia focar nas coisas, porque foi colocado na sua cabeça que aquela dificuldade não era real e só mais uma manifestação de sua necessidade de chamar atenção. – você vai mesmo topar esse desafio? – disse brincalhão, não era como se ele desse trabalho aos seus tutores de propósito, mas ele tinha um pressentimento que nas sessões de estudo com riley, outra coisa teria a força maior de prender a atenção do garoto, coisa que definitivamente não seria os livros didáticos ou seu caderno. e também quem era ele para negar passar um tempo olhando para a garota com a perfeita desculpa de estar confuso com a matéria. – a gente já tem uma lista bem grande do que fazer juntos, já percebeu? – riu um pouco aproveitando-se da toalha para esconder seu rosto por um instante em mais um de seus raros momentos desconcertado, porque recapitulando todas as conversas deles, era dick quem sempre parecia arranjar motivos e desculpas para encontros futuros, ele nem pensava muito nas coisas e já fazia a sugestão e mesmo que riley não tivesse explicitamente o negado muitas vezes, começava a questionar aos poucos se fazia a coisa certa em querer estar cada vez mais perto da garota mesmo quando tinha todas essas emoções conflitantes começando a aflorar dentro de si. – eu sempre tento deixar um moletom no meu armário também, não por eu sentir muito frio, mas por algum motivo minhas mãos estão sempre frias – comentou em resposta a confissão da garota, levando a sua mão até a bochecha dela para provar do que estava falando. estar em um lugar mais fechado significava que seus calafrios já não eram mais presentes e depois da corrida deles até ali (também o seu coração que parecia trabalhar mais do que o normal) sentia que sua temperatura já estava mais regulada, mas sabia que suas mãos continuavam gélidas. – e nem é mais por causa da água, elas ‘tão sempre assim. – riu baixinho ao recolher sua mão, sua cabeça logo tentando tornar seu toque uma coisa que não era e ele se recusando a seguir aquele caminho de ouvir seus pensamentos porque sabia que não era nada produtivo. – eu sou um pouco estúpido, imagino que já discutimos esse tópico. mas a verdade mesmo é que eu acordei com zero vontade de estar aqui num sábado de manhã. – era bastante injusto privá-lo de um dos únicos dias que podia dormir até mais tarde e talvez seu estado catatônico de sono tivesse influenciado em suas péssimas escolhas naquela manhã. – você não me deu muito espaço para escolher, né? – sabia que teria que voltar para a lavagem de carros mais cedo ou mais tarde e por mais que não quisesse arruinar as roupas emprestadas, não queria entrar em outra discussão porque o tom da amiga havia soado bastante definitivo quando fez a escolha por ele. – só um pouquinho… – brincou, indicando a quantidade com um mínimo espaço entre seu polegar e indicador. era mimado sim, mas infelizmente não por quem importava. seu sorriso de satisfação quando a garota começou a secar seu cabelo não se abalou nem com a agressividade dela, achando graça na forma que ela acabou suavizando seu tratamento eventualmente; tratamento o qual dick aproveitou com os olhos fechados, não podendo evitar puxar uma das mãos da garota para sua bochecha por fim para que ele pudesse inclinar seu rosto em busca de carinho. ele sempre ficava mais maleável quando mexiam em seu cabelo e se recusava a se sentir mal ou analisar demais a situação, ele gostava de carinho e pronto, ele não precisava levar em conta que ele vinha de riley e que seu coração estava entrando em frenesi em seu peito. – se você sabia que eles dificilmente sairiam do posto deles, por que me fez correr igual um doido agora a pouco? – questionou com os olhos semicerrados. – eu ia sugerir da gente fazer alguma coisa idiota, – riu baixinho, negando com a cabeça, o que resultou em seu rosto se movendo contra a mão da amiga, mas se fosse questionado, negaria com todas as forças o beijo casto que havia deixado em sua palma antes de afastar seu rosto para que pudesse se levantar do chão, – mas acho que toparia só a gente achar um lugar para conversar, sei lá? me bateu um cansaço agora. – o próprio esperava de si mesmo uma sugestão de algo melhor para fazerem, por isso logo tratou-se de se justificar, tentando até se espreguiçar para ver se dava uma despertada, mas aquilo apenas lhe rendeu um bocejo extra. – é estranho demais eu usar roupas suas? – questionou divertido ao se escorar no armário vizinho do de riley, usando a toalha úmida para secar seu torso da forma que conseguia, mesmo que não estivesse se mostrando muito efetivo. ele imaginava que todo cara devia ter uma fantasia da garota que eles gostam usando suas roupas, então era engraçado pensar no oposto daquilo… e dick percebeu o erro, deslize, pegadinha de mal gosto de sua mente só depois, quando sentiu seu rosto e as pontas de suas orelhas esquentando com aquela revelação que ele vinha evitando há algum tempo. ele aguardou pelas peças estranhamente calado e as vestiu da mesma forma, um pouco perdido em sua cabeça enquanto tentava refazer a linha de pensamento que havia inconscientemente o levado àquela conclusão que ele julgava precoce demais. mas era claro que ele gostava dela, afinal ele gostava de todos seus amigos! foi o que o acalmou e lhe trouxe de volta ao momento, finalmente capaz de direcionar um pequeno sorriso na direção da amiga depois da conclusão que havia chego. – como eu fiquei? – questionou, fazendo algumas gracinhas para mostrar o seu look.
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laranjeiras · 2 years
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OI
Ando percebendo uma coisa dentro de mim. A falta de algo, uma necessidade forte de amigos. E parece que isso me falta. E eu não sei se é porque eu afasto as pessoas, intencionalmente ou não, ou se eu não escolho as pessoas certas. E talvez eu não seja uma boa amiga? Sempre que eu me sinto mal por alguma razão, me vem na cabeça aquela lista pré-pronta de amigos com os quais me sinto mais a vontade pra falar, e acontece que eu me sinto constrangida de falar porque parece eu sou só aquilo. Sempre. Tristeza, desabafo e problema. Então, ok, eu afasto algumas pessoas intencionalmente porque a vibe não combina, mas outras é totalmente sem querer e eu só queria dizer aqui que sinto falta de algumas pessoas. E eu sei que é culpa minha o afastamento. E mais, outros que ainda estão perto talvez vão embora também e eu não sendo uma amizade agradável parece que adianta um pouco isso. É fato que as pessoas vão e outras vem, as vezes umas voltam, mas sei lá. Eu amo e odeio a constância. Vivo na necessidade de mudar, mas quando mudo, finalmente enxergo a beleza do que era. E o arrependimento é instantâneo. Hoje é sábado. Eu tô escrevendo tudo num mesmo parágrafo porque é assim na minha cabeça, um montão de dúvida, de solidão, de arrependimento, de medo, de vontades, de vergonhas. Hoje é sábado. Eu quero conversar e não consigo pensar em ninguém que me faça sentir acolhida e amada pra falar. E pior: eu me sinto julgada o tempo inteiro, mesmo que isso seja apenas coisa da minha cabeça. Vamos combinar que eu não sou o centro do universo e as pessoas não estão o tempo inteiro pensando em mim ou sobre mim. Minha terapeuta disse isso pra mim, mas eu já sabia. Mas quem disse que isso entra na minha cabeça?
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