O 'quase algo'
As relações humanas são complexas e muitas vezes inesperadas. Procuramos em outras pessoas a complementação do que somos, uma forma de alcançarmos a plenitude. Mas, às vezes, mesmo quando queremos muito que algo aconteça, não temos controle sobre o resultado. É como se estivéssemos caminhando em uma linha tênue, entre o que desejamos e o que a vida nos reserva.
Eu queria tanto que fosse você. Eu sonhei com essa possibilidade, criei mil histórias em minha mente. Achei que tinha encontrado a minha metade, que finalmente poderíamos construir juntos um futuro. Eu quis tanto que ignorei as evidências de que algo não estava certo. Talvez tenha sido teimosia, talvez tenha sido medo de admitir que o que eu queria não era o que realmente estava acontecendo.
Mas aí eu descobri. Descobri que você não queria que fosse eu. Descobri que nossas expectativas não se alinhavam, que nossos desejos não eram os mesmos. E, no fundo, eu sabia disso o tempo todo. Só não queria aceitar, não queria lidar com a possibilidade de que algo que eu queria tanto pudesse não ser para mim.
A vida é imprevisível e nem sempre teremos controle sobre o que acontece. Mas podemos controlar como lidamos com as situações que se apresentam. Podemos escolher encarar as perdas como um caminho para o crescimento e a evolução pessoal. Podemos escolher aprender com nossos erros e seguir em frente, com a certeza de que cada experiência nos torna mais fortes. Às vezes, nos apaixonamos pelo que esperamos que uma pessoa seja, em vez de quem ela realmente é. Criamos expectativas e fantasias, colocando essa pessoa em um pedestal em nossas mentes. No início, tudo parece perfeito, a pessoa parece se encaixar em todas as nossas expectativas, e nós sentimos que finalmente encontramos a pessoa perfeita para nós. Mas o tempo passa e as coisas começam a mudar. As diferenças que antes pareciam pequenas, agora se tornam evidentes. A realidade começa a se impor sobre a fantasia, e é quando começamos a questionar nossas próprias expectativas. Eu me pergunto, por que colocamos tantas expectativas em outra pessoa? Será que é porque queremos encontrar alguém que preencha nossos vazios e lacunas? Ou talvez porque temos medo de estar sozinhos?
Às vezes, ficamos tão presos em nossas próprias fantasias que esquecemos que estamos lidando com outra pessoa real. Alguém que tem suas próprias ideias, desejos, medos e inseguranças. E é importante lembrar que essa pessoa pode não ser a mesma que idealizamos em nossas mentes.
Eu já me peguei pensando "eu queria que fosse você". Mas, assim como na citação que me inspirou, eu descobri que nem sempre é assim. Que muitas vezes a pessoa que achamos que queremos, na verdade não nos quer de volta.
O amor é complicado e cheio de nuances, não é algo que possa ser controlado ou forçado. Não podemos colocar uma pessoa em um pedestal e esperar que ela preencha todas as nossas expectativas. Precisamos aceitar que as pessoas são imperfeitas e que o amor verdadeiro é sobre aceitar essas imperfeições.
Talvez seja hora de parar de criar expectativas e deixar o amor acontecer naturalmente. Afinal, perder-se também é caminho, e muitas vezes é através dessa perda que podemos encontrar o que realmente precisamos e merecemos.
Assim, eu aprendi que nem sempre a pessoa que eu queria que fosse, era realmente a pessoa que eu precisava em minha vida. E que, às vezes, precisamos deixar as expectativas de lado e permitir que o amor verdadeiro floresça de forma natural, sem pressa ou expectativas. Eu queria que fosse você. Que eu pudesse olhar nos seus olhos e sentir meu coração bater mais forte. Que nossos dedos se entrelaçassem naturalmente e nossas respirações se sincronizassem. Que fosse você, aquela pessoa que me faz sentir algo tão intenso que às vezes eu nem sei como lidar.
Mas aí eu descobri que, talvez, você não queria que fosse eu. Ou talvez você quisesse, mas não como eu queria que fosse. A verdade é que criar expectativas pode ser perigoso, pode levar a decepções e sofrimentos.
No começo, tudo é tão mágico, tão intenso. As borboletas no estômago, os sorrisos bobos, as mãos suadas. É um estado de euforia que nos faz esquecer de tudo ao nosso redor. Mas então, as coisas começam a mudar, a rotina se instala, a paixão inicial começa a diminuir.
E aí vem a pergunta: será que foi real? Será que valeu a pena? Será que eu me iludi? E é aí que eu percebo que a vida é feita de momentos. Momentos que nos fazem sentir vivos, que nos tiram do automático, que nos fazem sorrir mesmo em meio às dificuldades.
Lembro de uma dessas tardes ensolaradas na frente da biblioteca da faculdade, em que ficamos conversando por horas, rindo e trocando ideias. Eu não lembrarei do dia em si, mas desse momento específico, desse sentimento de leveza e liberdade que me invadiu naquelas tarde.
O "quase algo" é um território perigoso, um limbo onde não se sabe muito bem o que é, mas também não é nada definitivo. É o lugar das possibilidades, das probabilidades, dos "e se?" e dos "talvez". É onde tudo pode acontecer e nada está garantido.
É fácil se deixar levar pelo "quase algo". É fácil imaginar um futuro brilhante, cheio de possibilidades, sem se dar conta de que esse futuro pode nunca se concretizar. É fácil se apegar a um sonho e esquecer que ele pode não ser mais do que isso: um sonho.
No entanto, o "quase algo" também pode ser um lugar de esperança. Afinal, se ainda não é algo definitivo, ainda há a possibilidade de algo mais. Ainda há a chance de que as coisas se concretizem, de que o sonho se torne realidade.
Por isso, talvez seja importante valorizar o "quase algo". Valorizar a possibilidade, a probabilidade, o sonho. Mas também é importante não se prender demais a ele. Não criar expectativas demais, não se apegar a algo que pode nunca acontecer.
O tempo é um elemento fundamental no "quase algo". Ele pode ser gentil e permitir que as coisas se concretizem, ou pode ser implacável e destruir tudo o que foi construído. É preciso estar preparado para lidar com as duas possibilidades.
Mas, acima de tudo, é preciso lembrar que o "quase algo" é apenas um ponto de partida. É o início de uma jornada, não o fim. É o momento em que se começa a trilhar um caminho incerto e desconhecido, mas também cheio de possibilidades. É o momento de sonhar, mas também de agir. É o momento de esperar, mas também de agir.
Às vezes o "quase algo" parece ser o fim do mundo. Mas, ao mesmo tempo, pode ser um começo para uma nova jornada. A jornada de superação. É preciso deixar ir o que não foi, o que poderia ter sido, e abraçar o que é. É preciso aceitar que tudo tem um tempo e um propósito, e que nem sempre o que queremos é o melhor para nós.
Superar o "quase algo" é aprender a lidar com a incerteza, com a dor e com a decepção. É entender que as coisas não acontecem sempre como planejamos e que, muitas vezes, a vida nos reserva surpresas que não esperamos. Mas também é aprender a ter esperança, acreditar que algo melhor está por vir e que o tempo pode ser gentil. A superação do "quase algo" requer paciência e coragem para seguir em frente. É preciso aceitar que o caminho pode ser difícil e cheio de obstáculos, mas que cada passo dado nos aproxima do nosso objetivo. É importante lembrar que a jornada é mais importante do que o destino final, e que cada experiência vivida nos torna mais fortes e resilientes.
O tempo é um tecelão habilidoso, que entrelaça os fios da vida com precisão e maestria. E no emaranhado de fios, encontramos os relacionamentos, tecidos com delicadeza e amor, mas que muitas vezes se desfazem ao menor toque. É assim que acontece, às vezes, quando dois apaixonados se encontram no começo de alguma coisa, e não conseguem deixar de criar expectativas, de imaginar um futuro junto, mesmo que seja apenas em pensamentos.
Foi assim que aconteceu comigo, em um desses momentos em que a paixão arde forte, e a esperança de um amor verdadeiro nos faz imaginar uma vida inteira ao lado de alguém. Eu queria que fosse ela, eu queria tanto que fosse ela, mas a vida me mostrou que nem sempre o que queremos é o que o outro quer. E assim, como um castelo de cartas que desaba com o menor vento, minha esperança se desfez em meio à realidade.
E mesmo assim, as lembranças ainda estão lá, vívidas e coloridas, como um filme que passa em minha mente. Lembro-me de como seu sorriso iluminava a noite, e como seus olhos brilhavam quando falávamos sobre nossos sonhos. São esses momentos que nos lembramos, aqueles que parecem durar uma eternidade, mesmo que na realidade tenham sido apenas alguns instantes.
Não nos lembramos de dias, nos lembramos dos momentos. E é por isso que mesmo depois de um quase alguma coisa, ainda permanecemos apaixonados por um tempo, mesmo que essa paixão seja apenas uma lembrança. E talvez seja essa a beleza dos relacionamentos, a possibilidade de sentir algo tão forte, mesmo que seja por um instante. E quem sabe, talvez o tempo seja gentil o suficiente para nos trazer novamente alguém que valha a pena amar, alguém que queira que sejamos nós. O tempo é um mistério, e quem sabe o que o futuro nos reserva?
E assim, em meio a esses pensamentos e reflexões, volto a lembrar daqueles momentos em que ficávamos conversando na frente da biblioteca da faculdade. Não eram dias inteiros, mas sim momentos que ficaram gravados em minha memória para sempre.
E é justamente isso que torna o amor tão especial: ele é feito de momentos. Momentos que nos fazem sentir vivos, que nos fazem sentir que estamos conectados com algo maior do que nós mesmos. E, mesmo que esses momentos sejam breves, eles são capazes de deixar uma marca indelével em nosso coração.
E assim, enquanto penso nisso tudo, sinto uma sensação de esperança se espalhar dentro de mim. Talvez, o tempo seja gentil, talvez o amor seja algo que possa ser redescoberto e reinventado a cada momento. Talvez, o "quase algo" não seja o fim.
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💍"As palavras da senhora Burcu sobre dormirmos juntos e não nos preocuparmos com o barulho que faríamos me encheram de embaraço, e Umut, sem saber como reagir, acabou concordando com a decisão de sua mãe. Resultado: nós dois teríamos que compartilhar o mesmo quarto e... a mesma cama durante todos aqueles dias.
Que Allah tivesse piedade de mim e me ajudasse a resistir àquele homem lindo, perfeito, cheiroso e gostoso que passaria algumas noites ao meu lado!
— Sanem, eu sei que você gosta de fazer sua bagunça artística, mas não se esqueça de que iremos dividir o mesmo quarto agora — falou meu noivo fake, lançando um olhar preocupado. — Pode ser que tenhamos que ceder em alguns pontos para fazer isso dar certo.
— Tudo bem, Umut. — Revirei os olhos, mas concordei. — Eu vou tentar manter a minha bagunça controlada.
Não fazia ideia de como faríamos aquilo funcionar, éramos o oposto um do outro. Ele todo certinho e organizado; eu, uma bagunça ambulante."
🥰Esses dois...!!
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