Temporada de vingança (nada como um dia após o outro)
Lígia e Ângela chegam bem cedo à faculdade.
[Lígia]- o Sérgio tá mesmo bem de vida. Essa universidade não é nada barata. Quanta diferença do pé rapado que ele era quando éramos casados.
[Ângela]- e me agradece, tá? Se você tá aqui, é porque insisti muito pra ele te contratar. Não tinha praticamente nenhuma vaga pra professora.
[Lígia]- engraçado que pra professor tinha, né. Sempre extremamente machista nosso querido diretor. Mas obrigada, amiga. Você é a única que sabe de toda a minha história e mesmo contra, ainda me ajudou. Vou me lembrar disso.
[Ângela]- eu sou contra porque não sei o que se passa na sua cabeça.
[Lígia]- fica tranquila, tá tudo sob controle.
[Ângela]- ai, não. Lá vem.
[Lígia]- quem?
[Ângela]- Custódio, o velho tarado que te falei, dos serviços gerais.
[Custódio]- bom dia, Ângela!
[Ângela]- bom dia.
[Custódio]- não me apresenta a sua amiga?
[Lígia]- eu mesma posso me apresentar, já que sei falar.
[Custódio]- e pode me dizer seu nome?
[Lígia]- você ainda vai ouvir falar muito de mim, assim como eu já ouvi de você, Custódio. Agora, se me dá licença, preciso encontrar o diretor.
Ângela e Lígia se afastam.
[Custódio]- hum. Abusadinha ela.
Na biblioteca, Gael e Ícaro procuram por alunos novos.
[Gael]- amigo, eu juro, não aguento mais ficar sem beijar, tenho que achar algum calouro. Cê acredita que fui pra um retiro espiritual nas férias? Meus pais não me largaram um segundo, acham que sou criança ainda, aff.
[Ícaro]- pior sou eu, amigo. Tô de casamento marcado.
[Gael]- quê?! Calma aí, explica isso direito!
[Ícaro]- é. Não reparou minha aliança?
[Gael]- sim, mas eu pensei que, sei lá, fosse um anel comum. Amigo, você vai se casar com a Cícera sabendo que ela é uma grande sapatão?
[Ícaro]- para, ela não é. Bom, pelo menos é o que ela diz.
[Gael]- os pais dela dizem, né.
[Ícaro]- não, e eu tô desesperado, pensa só como será nossa lua de mel.
[Gael]- a gente tem que impedir isso, amigo, pelo amor.
Fernando se aproxima da dupla.
[Fernando]- bom dia.
[Gael]- bom diaaa.
[Fernando]- sabem me informar onde fica o bloco J? Preciso estar na sala 104 às oito horas.
[Ícaro]- é a mesma sala que a nossa, novato. Cola com a gente que te levamos lá.
Não muito longe dali, Tina senta em uma mesa afastada no refeitório, quando alguém se aproxima.
[...]- ei.
[Tina]- o que cê tá fazendo aqui?
[...]- ué, eu trabalho aqui, se esqueceu?
[Tina]- eu sei, mas você sabe que eu não gosto que tenhamos contato.
[...]- sim, eu só...me aproximei pra perguntar se você pegou a merenda que deixei pra você em cima do fogão.
[Tina]- olha...
[Josué]- Tina! Oi, Tina, como você tá?
[Tina]- oi. Tô bem e você?
[Josué]- bem também, mas preocupado. Te mandei mensagens durante as férias, mas você nunca respondia.
[Tina]- ah, eu tava...na casa de praia dos meus tios, lá não pega sinal.
[Josué]- entendi. Pediu alguma coisa pra comer? Vi você conversando com a cozinheira. Como é o nome dela mesmo? Olga, né?
[Tina]- e eu sei lá, não costumo ter contato com esse tipo de gente. Perdi até a fome, acredita? Vamos pra sala.
Perto dali, Olga ouve tudo, tentando conter as lágrimas.
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JoJo's Bizarre Adventure: The Shining Star
Capítulo 12 - Stand de Holly
Horas depois
Após a janta, Renan e Marionette voltavam para o quarto, e ficaram conversando o resto da noite, desenhando em seus cadernos. Agora, era 23h. Todos presentes na residência dos Kujo estavam adormecendo, menos Marionette e Renan, que ainda estavam acordados. Renan estava com um caderno que Kimi havia colocado em sua mochila em mãos, o garoto queria escrever um poema, mas não sabia exatamente o que escrever. O loiro batia levemente o seu lápis contra o seu próprio caderno. Marionette estava deitada em seu futon, observando o seu amigo escrevendo quase adormecendo.
Marionette: Conseguiu pensar em algo? -Perguntou sonolenta. Renan discorda com a cabeça, um tanto insatisfeito.
Renan: Não... Já faz um tempo que eu não escrevo um poema, devo estar em um bloqueio criativo daqueles...
Marionette: É, eu imagino... Faz muito tempo que eu não escrevo nada também, e raramente eu desenho algo hoje em dia. Quero dizer, eu tava tentando fazer um hoje mais cedo, mas... Sei lá... Mas... Tenta... Usar as metáforas da tua vó de referência pra escrever... Talvez possa ajudar... -A garota bocejava, com os olhos entreabertos, tentando permanecer acordada.
Renan: Pode ser, só não sei como que eu vou escrever um poema com aqueles bagulho esquisito que ela fala. Nem sei o que significa aquela merda. -O garoto observava a página em caderno em branco, sem muita motivação. Marionette se virava para o lado da parede, colocando o seu braço direito embaixo de seu travesseiro, se aconchegando e se cobrindo com uma coberta.
Marionette: Se não se importar, eu vou ir dormir, hoje o dia foi meio agitado... Boa noite...
Renan: Ah, beleza, boa noite. Eu... Vou ficar mais um pouco acordado.
Marionette: Pelo visto você só vai dormir depois que fizer esse poema...
Renan: É ué. -Respondeu em um tom de voz brincalhão.
Marionette: Então tá... Só não dorme muito tarde, a gente ainda tem aula amanhã...
Renan: Bem que a gente podia cabular aula que nem a gente fez hoje, né não? Seria bem mais fácil, e a gente poderia ficar acordado até mais tarde...
Marionette: É... Talvez...
Renan: Ow Eduarda, isso me deu uma ideia. Quando nós ficarmos de férias, vamo virar a noite! Ficar até às 4 da manhã acordado!
Marionette: Renan, nossas férias estão longes ainda... Lembre-se: Aqui não é o Brasil, e as férias aqui não são em Dezembro.
Renan: Eu sei disso, Eduarda, só tô falando. Na verdade, nem precisa ser nas férias, podemos fazer isso em qualquer fim de semana desses. A gente vai ficar comendo doce até não querer mais! E aí?
Marionette: Ah... Sei lá... Pode ser. -Foi a última coisa que disse antes de fechar os olhos, e minutos depois adormecendo. Renan suspirava desesperançoso, apoiando sua cabeça em sua mão direita, com o lápis entre seus dedos. Na medida em que o tempo passava, memórias e pensamentos invadiam a sua mente como intrusos. Se lembrava de todos os momentos que estava com Jotaro, e de todas as vezes que seu coração acelerou ao vê-lo. Com essas memórias em sua mente, Renan fechava seu olhos, respirando fundo.
Renan: Sabe... Eu estou há mais ou menos um mês gostando do Jotaro... Talvez eu devesse tentar me confessar pra ele? Eu não sei... Eu vou tentar escrever o que eu sinto por ele... Isso pode me ajudar a tomar uma decisão. Eu não quero esconder o que sinto por ele pra sempre... Mas ao mesmo tempo estou inseguro quanto a isso... -Pensava consigo mesmo, ainda encarando o seu caderno. Então, Renan segura seu lápis de uma forma na qual conseguisse escrever, e depois de um tempo seu poema estava pronto.
"Um coração congelado, aguardando pelo seu caloroso fogo.
Uma grande brasa que queima cada pensamento, cada respiração ofegante minha.
Meu peito derrete toda vez que entra em contato com o fogo.
Tudo que ele quer é o fogo por perto, ele não quer congelar novamente.
Ele não se importa se for se queimar, ele só quer sentir o calor.
O calor que esse amor me trás".
Renan lia o poema que acabou de escrever, estando um tanto orgulho de si mesmo e pensando em entregar para Jotaro no dia seguinte. Sua pequena faísca de esperança fazia o garoto sorrir. Renan lia, relia, de novo e de novo... E então...
Renan: ...Não... É melhor não... É melhor eu não entregar nada pra ele. Ele nem deve gostar de mim dessa forma, e ele vai me odiar se eu acabar me confessando. O Jotaro nem deve gostar de poemas e essas coisas. É... É melhor eu ir dormir logo. Amanhã tem aula. -Pensava enquanto seu pequeno sorriso se desmanchava de seu rosto. Renan fechava o seu caderno com força, o largando ao lado esquerdo de seu futon e deixando o lápis ao lado do mesmo. O garoto se deitava desanimado, e rapidamente fechava os olhos para ir dormir. Enquanto tentava adormecer, vários pensamentos surgia na mente de Renan. A luta contra o Kakyoin, seu stand... Mas principalmente, refletia sobre seus sentimentos em relação ao Jotaro. De certa forma, as palavras de Hannah despertou o lado mais inseguro do garoto. Lágrimas escorriam pelos seus olhos, seu coração acelerava como nunca havia acelerado antes.
Renan: Desgraçada... -Pensou consigo mesmo, ficando com a respiração pesada. O garoto imaginava em sua cabeça como seria se Jotaro um dia descobrisse sobre seus sentimentos.
"Jotaro: Yare Yare Daze... Você enlouqueceu por acaso?! Isso é muito estranho, e você sabe disso! Eu não esperava que você fosse igual àquelas vagabundas da nossa escola, igual àquela PUTA da Hannah! Eu não sei o que você tava pensando, Renan, eu nunca sentiria isso por você... "
O loiro chorava em silêncio, com cuidado para ninguém o escutar, não queria preocupar ninguém. O sentimento de ansiedade apertava seu coração com força, e a única coisa que passava em sua mente era Jotaro. Então, Renan se senta em seu futon, percebendo que provavelmente demoraria mais que o esperado para dormir. O garoto secava suas lágrimas com sua mão direita, respirando fundo. Renan vira sua cabeça para o lado, vendo Marionette já adormecida ao seu lado.
Renan: Eu preciso me acalmar... -Sussurrou para si, apoiando sua cabeça em ambas as mãos. O garoto lentamente respirava fundo, tentando pensar em outra coisa. Então, o loiro se lembrava do bilhete que Kimi havia escrito para ele antes.
"Não se esqueça de prestar atenção nas oito estrelas mais brilhantes da noite. Ou melhor... Para as dez estrelas mais brilhantes.
-Senhora Kimi."
Renan: Estrelas brilhantes... Estrelas... Espera... Estrela... Estrela... Estrela! Meu deus, como eu não pensei nisso antes?! -Se repente, a insegura ou qualquer pensamento ruim que Renan estava tendo desaparecia.
Renan: O meu stand... Esse bilhete... Tudo tá interligado! É isso, eu decidi qual vai ser o nome do meu stand! Cara, que perfeição, que delícia, que maravilha! Era isso que faltava na minha vida! -Pensou consigo mesmo, finalmente começando a se acalmar. Um pequeno sorriso surgia em seu rosto, sentindo-se orgulhoso de si mesmo. E então, Renan se deita novamente em seu futon, cerrando os seus olhos para tentar dormir. E então, o loiro finalmente adormece...
No dia seguinte
Renan se acordava desmotivado, sem vontade de se levantar e encarar a rotina. O garoto se sentava em seu futon e olhava para a sua direita pelo canto do olho, percebendo que Marionette já havia acordado. A mesma já estava de uniforme, penteando os cabelos e usando uma meia preta com algumas listras brancas na perna.
Renan: Bom dia...
Marionette: Buenas. -Respondeu brincando, ainda sonolenta.
Renan: Que horas são?
Marionette: Umas... 7:15 eu acho. -Disse com incerteza.
Renan: E cê já tá pronta pra ir pra escola? -Perguntou o garoto, ainda sonolento, esfregando seus olhos com delicadeza.
Marionette: É... Por algum motivo, eu acordei mais cedo que o normal hoje... E pelo visto, você também acordou mais cedo que o normal.
Renan: Tu não tá com sono não ô mulher?
Marionette: Estou, mas não há muito o que fazer... Aliás, você conseguiu fazer aquele poema?
Renan: Consegui.
Marionette: Sobre o que você escreveu? -Renan ia até a sua mochila, pegando o seu uniforme e uma toalha de banho. O loiro olha para a sua amiga com os olhos entreabertos, com um sorriso em seu rosto.
Renan: Óbvio que era sobre o gostoso do teu irmão, ué, sobre o que mais eu escreveria? -Brincou o garoto, e Marionette se surpreendia, arregalando os olhos e começando a gargalhar com as mãos na boca, na esperança da risada não sair muito alto.
Marionette: Ah, é claro. -Disse a garota em meio aos risos, levemente aumentando seu tom de voz.
Renan: Eu... Vou ir tomar um banho. Aproveitar que eu tenho tempo de sobra...
Marionette: Beleza. -Renan se levantava do chão, indo até a porta do quarto. E então, o loiro parava por um momento, sua mão se apoiava na parede.
Renan: Ah... Eduarda...
Marionette: Hm?
Renan: Tudo bem eu te perguntar um bagulho antes de tomar banho? -Disse o garoto, virando seu rosto para trás.
Marionette: Ah, claro... O que foi?
Renan: Se... Hm... Se eu... Se eu contasse o que eu realmente sinto pelo Jotaro... Pro Jotaro... Você acha que ele aceitaria os meus sentimentos? -Marionette pensava por um tempo, olhando para o chão. Para Marionette, aquela pergunta era difícil de se responder, nem ela sabia exatamente.
Marionette: Bem... Você conhece o Jotaro, Renan... Você sabe que ele não é uma das pessoas mais sentimentais do mundo.
Renan: É, eu sei disso... -Um silêncio constrangedor crescia no ar, Renan abaixava a cabeça desanimado.
Marionette: Desculpa, mas eu não sei como responder sua pergunta...
Renan: Não, não... Está tudo bem.
Marionette: Mesmo? -Renan concordava com a cabeça desanimado.
Marionette: Mas ó... Pensa pelo lado positivo da coisa... Tem mais chances de ele aceitar os seus sentimentos do que aceitar os sentimentos de qualquer uma daquelas garotas obcecadas por ele. -Disse a garota tentando animar o seu amigo. Renan ria ainda desanimado, sorrindo levemente.
Renan: Em outras palavras... A Hannah.
Marionette: É, por aí. -Ambos começavam a rir em voz baixa, para não acordar ninguém, apesar de não terem certeza se alguém estava realmente acordado. Marionette havia feito Renan se sentir melhor em relação à sua insegurança.
Marionette: Além disso... Eu vou ficar parecendo a mãe do Jotaro... Vulgo minha host mother falando, mas... O Jotaro pode ter aquela cara séria o tempo todo, mas no fundo ele é uma boa pessoa. Ele só não demonstra o que sente com frequência. Fica tranquilo.
Renan: Valeu Darda, você é um anjinho. -E então, o loiro se afasta do quarto, indo até o banheiro, tomava um banho e novamente usava seu stand para amarrar o lenço em seus peitos, em seguida vestindo o seu uniforme. O garoto saía do banheiro, voltando para o quarto de Marionette. A garota estava sentada no chão, ajeitando seus materiais para a escola.
Renan: Ah é, verdade, eu tenho que ajeitar meus materiais também. Eu vou ir lá pegar a minha maleta pra eu arrumar minhas coisa.
Marionette: Tá, vai lá. -O garoto vai até a parte da casa onde Marionette havia dito que estava sua maleta. Sua maleta realmente estava lá, assim como sua amiga havia dito. a levando para o quarto. Ao voltar para lá, Marionette estava arrumando o seu futon, e em seguida o futon de Renan. O loiro rapidamente arruma a sua maleta, e a fechava logo em seguida. O garoto olhava dentro da sua mochila novamente, pegando o colar que a senhora Kimi deu para ele e o colocando em seu pescoço por baixo de seu cachecol. Marionette parecia surpresa.
Marionette: Cê vai usar? Não tinha dito que não usaria nem que te pagassem? -Debochou a garota.
Renan: Eh... Eu vou experimentar usar... Mas só por hoje. Vou dar uma chance pra esse colarzinho, mas tomara que não me machuque de novo. -Marionette pegava o seu gloss de dentro de sua maleta, o passando em seus lábios.
Marionette: Bem que a gente podia ir lá fora um pouco, esperar o tempo passar... Já estamos prontos pra ir pra escola mesmo. Talvez o Jotaro já esteja se arrumando também. Isso se ele já está acordado...
Renan: Ah, tá bom então. Vamo lá. -Renan e Marionette pegavam suas maletas, e ambos saíam para o lado de fora da casa. Ambos se sentavam no chão do lado de fora da casa, observando o jardim por um tempo em silêncio. 8 minutos se passavam, e nenhum sinal de alguém estar acordado na casa, Marionette parecia levemente impaciente.
Marionette: Que horas são agora?
Renan: Sei lá... Considerando o tempo que eu passei tomando banho e mais os minutos que ficamos aqui fora... Deve ser umas 7:30.
Marionette: A gente precisa tomar café... Eu tô começando a ficar com fome... Acho que eu devia ter esperado comer pra depois eu passar meu gloss...
Renan: Por que?
Marionette: Vai sair enquanto tô comendo.
Renan: Mas... Nem sabemos se sua mãe está acordada.
Marionette: A uma horas dessas... Deve tá. -O loiro de olhos verdes pensava por um tempo, apoiando sua cabeça em sua mão.
Renan: Meh, pode ir tomar café. Eu vou ficar aqui esperando o Jotaro acordar. -Marionette parecia surpresa.
Marionette: Tem certeza? Você não está com fome não?
Renan: Confesso que tô com um pouco de fome, mas eu vou ficar aqui mesmo. -Marionette respirava fundo, olhando para o jardim novamente. A garota decidiu esperar junto com seu amigo. Pouco tempo depois, os dois adolescentes escutam um estranho barulho vindo da cozinha.
Marionette: Você ouviu isso? -Perguntou surpresa com o som.
Renan: O que?
Marionette: Parece que eu ouvi um barulho... Não sei se foi impressão minha ou se tô delirando mesmo. -Renan fica em silêncio por um tempo.
Renan: Parando pra pensar, acho eu também ouvi um barulho estranho... Que que será que houve?
Marionette: Sei lá... Será que a gente vai lá ver?
Renan: Pode ser, só espero que não seja o capeta invadindo a casa. Na real, até seria mais aceitável o capeta invadir a casa. -Brincou o garoto. Ambos se levantavam devagar, e iam lentamente na ponta dos pés para a cozinha. Na medida que se aproximavam da cozinha, Marionette ia recuando, estando paralisada e com um leve desconforto em avançar.
Renan: Vem Eduarda, deixa de ser doida, não deve ser nada demais! Vem logo mulher, o capeta vai poupar a sua vida! -Sussurrou olhando para a sua amiga.
Marionette: Que horror Renan... -Marionette suspira, seguindo o caminho junto com Renan. Na frente da cozinha, os adolescentes se deparam com uma colher jogada no chão.
Marionette: É uma colher... -Seu coração estranhamente começava a acelerar agora. A garota pressiona ambas as mãos em seu peito.
Renan: Nossa, que assustador hein? Uma colher. Nossa, tô tendo até arrepios só de ver a merda da colher.
Marionette: Tá, mas o que uma colher estaria fazendo no chão do nada?! Quero dizer... Na minha casa do Brasil tinha um monte de talher aleatório jogado no chão as vezes, mas era porque o meu sobrinho derrubava. É estranho ver isso aqui no Japão...
Renan: Que exagero, Eduarda. Vem, o capeta deve estar só tentando fazer um bolo.
Marionette: Para com esse assunto de capeta Renan.
Renan: Por que? Tá com medo do capeta? -Perguntou em um tom de voz irônico, enquanto Marionette revirava os olhos impaciente. O loiro abria levemente a porta da cozinha, empurrando a porta para o lado esquerdo e observando com cuidado o que havia dentro. Renan suspirava assustado ao ver dentro da cozinha, vários talheres estranhamente jogados no chão e a porta da geladeira aberta.
Marionette: O que tem aí dentro? -Sussurrou a garota.
Renan: É... Minha intuição não estava totalmente errada, tem um monte de talher jogado no chão. Mas...
Marionette: O que? -A garota espiava para dentro da cozinha, e a mesma se assustava ao ver os talheres jogados no chão.
Renan: Estou tendo a impressão de que algo sério aconteceu por aqui... E que não era o capeta por trás de tudo isso.
Marionette: Oh, não me diga! Só agora que tá pensando assim?! -Perguntou com deboche. Os dois começavam a entrar na cozinha devagar, o silêncio fez os dois amigos estranhamente começarem a escutar Joseph gritando do lado de fora da cozinha, chamando pela sua filha.
Joseph: Holly! Ô Holly! Vem cá, essas calças aqui são do Jotaro! -A voz de Joseph parecia levemente abafada, como se estivesse gritando isso de longe. Renan e Marionette franzia. as sobrancelhas confusos.
Renan: Pera... Parando pra pensar... Você disse que a sua mãe provavelmente estava acordada, não é? E que provavelmente ela estaria fazendo o café da manhã né?
Marionette: É, é o que ela normalmente faz toda manhã... -O loiro pensa por um tempo, arregalando os olhos.
Renan: Cristo... Talvez algo tenha acontecido... Com ela... Deixa eu ver... -Renan se aproximava da geladeira da cozinha, chutando os talheres jogados no chão para o lado. Ao se aproximar, o garoto colocava ambas as mãos em sua boca, gritando assustado.
Marionette: Que? O que foi?
Renan: Eita, tia Seiko! Puta que pariu, realmente aconteceu alguma coisa com ela! -Disse assustado, arregalando seus olhos e falando no seu tom de voz habitual. Marionette se assustava, se aproximando rapidamente da geladeira. Holly estava jogada no chão, desmaiada e ofegante no chão. A garota se ajoelhava ao lado da mulher, colocando sua mão na testa da mulher.
Renan: Jesus, o que que deu aqui será?!
Marionette: Eu não sei, mas ela parece estar desmaiando! E pra piorar, a testa dela tá bem quente, ela deve tá com febre! E agora?
Renan: Ai, não sei Eduarda! Chama alguém pra ver o que ela tem! Chama o avô do Jotaro! É o mínimo! Já que eu não seikomo é que é pra fazer quando uma pessoa tá passando mal! -Marionette suspirava desacreditada, deixando os olhos entreabertos.
Marionette: Uma piada numa hora dessas Renan? -O loiro começava a segurar a risada, abrindo um pequeno sorriso em seus lábios.
Renan: Desculpa, não resisti... Mah' vai lá! Chama alguém logo! É isso ou a tua mãe vai continuar tendo um infarto ou sei lá o que tá acontecendo! Vai logo! -Renan se ajoelhava no chão, enquanto Marionette se levantava do chão, correndo para fora da cozinha. Renan olhava atentamente para Holly, a mesma suava e parecia ter dificuldade em respirar. Renan tentava abanar a mão na frente do rosto de Holly, formando um pequeno vento. Nisso, o loiro percebia algo peculiar nos ombros da mulher, algo transparente que se assimilava a galhos e flores.
Renan: O que é isso? -O garoto parecia chocado agora, colocando sua mão esquerda em sua boca. Rapidamente, Renan escutava passos se aproximando da cozinha. Marionette havia voltado.
Marionette: Quando eu saí, eu escutei passos vindo da minha direita. Eu fui ver, era o Avdol! Pedi a ajuda dele! -Avdol aparecia ao lado da garota, puxando parte da porta da cozinha para o lado.
Renan: Boa Eduarda...
Avdol: A Marion disse que algo aconteceu com a senhora Holly. Deixe-me ver! Licença Renan! -O egípcio entrava dentro da cozinha, se ajoelhando ao lado de Renan para ver o que aconteceu com Holly. O homem segurava Holly pelos braços, levantando a mesma do chão.
Renan: Avdol, preste atenção no ombro dela. Tem algo se mexendo no ombro dela, parece galhos e flores ou sei lá o que, um monte de vinhas.
Marionette: O que? Tem algo nos ombros dela? -A garota se aproximava de Avdol e de Renan. O egípcio olhava com atenção os ombros de Holly, e os olhos do mesmo se arregalaram.
Avdol: Não... Não pode ser... -Avdol largava a mulher no chão novamente, a virando de costas. O mesmo puxava a camisa de Holly para baixo, revelando mais galhos e flores surgindo nas costas dela.
Avdol: M-Mas... Que negócio é esse?! É translúcido! Parece um stand! A Senhora Holly manifestou um stand! -Disse o homem passando a mão pelas costas de Holly. Renan e Marionette arregalavam os olhos assustados, enquanto Avdol a pegava em seus braços novamente.
Avdol: Essa febre indica que o stand está fazendo mal a ela! Nós presumimos que Dio havia afetado apenas o Senhor Joestar e o JoJo, mas... Pelo visto, nós presumimos muito errado... É claro que ela seria afetada, o sangue da família Joestar corre nas veias dela!
Marionette: Por que? Por que ela está mal com a manifestação do stand?
Avdol: Os stands são controlados pela força mental da pessoa, e convocados à agir pelos seus instintos de luta. A Senhora Holly é alguém extremamente gentil e pacífica, ela não tem a resiliência necessária para resistir à maldição de Dio! Ela não tem a habilidade de dominar seu stand! Por isso o stand dela age malignamente, como se fosse uma fonte de doenças! Isso não é nada bom... Se ela continuar assim... Ela vai morrer! -Marionette ficava de queixo caído ao escutar palavra "morrer". Renan também parecia surpreso, aquela situação toda estava tão tensa que nenhum dos dois adolescentes e nem mesmo Avdol perceberam que Jotaro e Joseph haviam entrado na cozinha.
Joseph: Então... Holly está com um stand... -Disse desanimado. Marionette tristemente concordava com a cabeça, não sabendo como reagir em relação àquela situação toda. Renan não dizia nada, apenas observava Jotaro e seu avô. E então, Joseph explode, grita com toda a força de sua garganta, e desconta sua tristeza em seu neto, o segurando pela gola de sua jaqueta e o colocando contra a parede.
Renan: O Jotaro parece estar tão arrasado com a notícia de sua mãe quanto o seu avô... Ele apenas não está demonstrando... -Pensou o garoto, observando a expressão séria e arrasada de Jotaro. Marionette respirava fundo, ficando tão arrasada quanto Jotaro e Joseph. Renan se levantava, indo até a sua amiga. O mesmo abraçava a sua amiga, envolvendo o seu braço nos ombros dela. A mesma encostava a cabeça no peito do garoto, deixando parte seu cabelo loiro cair em seu rosto.
Joseph: Aconteceu... A coisa que eu mais temia que acontecesse... A minha filha acabou sendo possuída por um stand! Eu temia! Eu temia que ela não fosse ter força o suficiente para lutar contra a maldição de Dio! -E então, Jotaro agarra o pulso de seu avô, o empurrando para frente.
Jotaro: Mas e ai?! O que a gente vai fazer agora?! -Disse irritado, e o mesmo empurrava seu avô para longe. Joseph pensava por um tempo.
Joseph: O único jeito... É a gente conseguir se encontrar com o Dio. A nossa única saída é matar Dio e acabar com a maldição.
Quebra de tempo
Agora Holly estava deitada em um futon, com uma compressa de toalha molhada em sua testa para aliviar a febre. Fotos de Dio tiradas pelo Hermit Purple de Joseph Joestar estavam espalhadas pelo chão. Marionette estava sentada na entrada da sala, observando o que os outros faziam sem dizer absolutamente nada, e Renan estava ajoelhado no chão junto com Avdol e Joseph, que analisavam as fotos.
Joseph: Não consigo determinar a localização dele através das fotos, eu já tentei fazer isso várias vezes!
Renan: O complicado é que todas as fotos parecem idênticas praticamente! Só muda a posição dele! Parece aqueles modelo de revista! Todas as fotos são iguais, a única coisa que muda é a roupa que estão usando! Mas que coisa!
Avdol: Eu tenho que concordar, as fotos realmente são parecidas. Eu já tentei usar vários métodos, mas o problema é que a escuridão dificulta muito as coisas. -Jotaro se aproximava dos três.
Jotaro: Por que vocês não disseram isso antes? -O homem se abaixava, pegando uma das fotos de Dio em mãos- Deixa eu dar uma olhada, se eu vasculhar bem eu posso encontrar alguma coisa.
Renan: Tenta aí Jotaro. -O stand de Jotaro é invocado, olhando atentamente para a foto. Em um determinado ponto da escuridão, o stand de Jotaro acaba encontrando algo.
Jotaro: Eu acho que ele encontrou algo no espaço atrás do Dio. O meu stand é tão preciso que ele é capaz de extrair um esporo de carne e segurar uma bala no ar como se fosse uma pinça... -Disse o homem enquanto ia até uma gaveta, retirando um pequeno bloco de notas e um lápis de dentro dela.
Jotaro: Ou seja... Ele pode desenhar.
Renan: Desenhar?
Marionette: O que? Desenhar? -Disse a garota se levantando, indo ao lado de Jotaro, Renan também estava ao lado de Jotaro. Marionette e Renan eram desenhistas, então o pequeno detalhe do stand de Jotaro poder desenhar os intrigou bastante. O stand de Jotaro pegava o lápis na mão, começando a rabiscar na primeira página do bloco de notas. A velocidade na qual o stand de Jotaro rabiscava impressionava os dois desenhistas. Joseph e Avdol se aproximavam de Jotaro, o observando desenhar. Não demorou muito para que o desenho ficasse pronto. O desenho que Jotaro havia feito era uma... Mosca. Marionette estava de olhos arregalados.
Marionette: Tá, primeiramente: Uau, eu não esperava por um desenho assim. Segundamente: Isso aí é uma mosca?
Avdol: Então tem moscas nesse lugar escuro!
Joseph: Mas essas moscas não ajudam em muita coisa.
Renan: Pois é... É só uma mosca. Tem moscas em qualquer lugar do mundo. -Disse o garoto indiferente, ainda surpreso.
Avdol: Espere um minuto, eu já vi essa mosca antes!
Joseph: Como assim?
Avdol: JoJo, tem uma enciclopédia?!
Jotaro: A biblioteca fica lá nos fundos.
Avdol: Me empresta esse desenho! Eu vou lá pesquisar! -Disse o homem pegando o desenho das mãos de Jotaro, correndo até a biblioteca. Marionette lentamente saía de dentro da sala, indo para o lado de fora para pegar um ar, escutando as conversas do lado de dentro da casa. A garota estava um tanto pensativa.
Renan: Ei Jotaro.
Jotaro: Hm?
Renan: Aquele desenho que você fez, Jotaro, você tem noção do quanto aquele desenho ficou incrível?! Nem mesmo eu, que desenho a praticamente minha vida toda, conseguiria desenhar algo tão detalhado e tão bem feito em menos de 5 minutos! -Disse tentando conter toda a sua empolgação. Jotaro olhava para ele, com um rosto neutro, enquanto Joseph aparentava estar um tanto surpreso com a empolgação de Renan.
Jotaro: Talvez. A precisão do meu stand permitiu que eu conseguisse desenhar aquela mosca em detalhes. -Aos poucos, Holly recobrava a sua consciência, se acordando do desmaio. Joseph voltava a sua atenção agora para sua filha, se ajoelhava no chão contente.
Joseph: Holly!
Holly: Papai, o que eu-
Joseph: Não se canse falando. Jotaro, pegue uma água para ela. -Jotaro saía da sala, indo até a cozinha. Renan ia até a entrada da porta, encostando o seu braço na mesma pensativo. O mesmo lentamente ia se aproximando de Marionette, se sentando no chão pensativo. Marionette se sentava ao lado, amigavelmente.
Marionette: Eu ouvi a conversa que você teve com o Jotaro agora pouco. Eu imagino como você deve estar se sentindo agora. A pessoa que você gosta também sabe desenhar. -Brincou a garota, dando uma leve risada. Renan abria um pequeno sorriso.
Renan: O Jotaro... Ele é incrível... Além dele... Ser o cara mais bonito e inteligente que eu já vi na minha vida. Parece que, qualquer coisa que ele faz, faz eu me sentir... Feliz. Mas, sabe Eduarda... Tudo bem eu desabafar contigo sobre algo que eu estive pensando ontem a noite? -Marionette fica um tanto confusa.
Marionette: Tem a ver com aquela pergunta de hoje mais cedo? Sobre o Jotaro sentir o mesmo que você? Põe pra fora Renan. -O garoto concorda com a cabeça.
Renan: É... Eu acabei me encontrando com a Hannah enquanto eu ia pra floricultura da minha vó, e ela acabou me falando... Umas coisas que me deixaram bastante inseguro. Disse que o Jotaro nunca gostaria de mim e tal...
Marionette: Entendi... Você está inseguro em relação ao Jotaro então?
Renan: Um pouco, na verdade. Quero dizer, eu sei que ela é meio babaca de natureza, mas... Sei lá, ela pegou meio pesado. -Enquanto Renan desabafava com Marionette, Jotaro retornava da cozinha, com um copo d'água em mãos. Nisso, Marionette, na qual estava olhando para esquerda para conversar com Renan, notava a presença de mais alguém ali perto da sala. A garota levemente levantava a cabeça, para conseguir ver quem estava se aproximando.
Marionette: Oh... Kakyoin... -Disse amigavelmente, um tanto surpresa.
To be continued...
Fanfic postada originalmente no Wattpad por mim
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