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#escritor brasileiro contemporâneo
olhosparados · 11 months
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folhas mortas
desolação.árvores escrevempalavras no céu.
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blogdojuanesteves · 1 year
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A Oficina de Walter Mancini > PAULO LEITE
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A Oficina de Walter Mancini ( Edição dos Autores, 2022) é uma espécie de celebração da vida de dois amigos de longa data. O restaurateur Mancini e o fotógrafo Paulo Leite. O primeiro é um nome mítico da gastronomia paulistana e o segundo do grande fotojornalismo brasileiro. 
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Paulo Leite conta no seu prefácio que Mancini é um prodígio como contador de histórias, o que ele aprendeu nos 45 anos de amizade entre os dois. O resultado é uma série de fotografias essencialmente afetivas em meio a excertos de textos poéticos que mostram seu autor como excelente raconteur, o que acomoda-se ao lado do merecido "lendário" angariado no meio da boa comida.
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As imagens de Paulo Leite nos mostram a intimidade de Walter Mancini, sua chamada oficina, onde este guarda suas "relíquias": desenhos, pincéis, canetas, lápis, coleções, livros, anotações para seus textos, coisas garimpadas ao longo de sua vida, que o fotógrafo visitou de 2019 a 2022. A carreira na fina gastronomia de São Paulo começou aos 17 anos e prossegue até agora aos 79 anos, quando resolveu contar suas memórias, que passam por sete restaurantes famosos, iniciada no trabalho em casas noturnas paulistanas.
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Há pouco mais de 40 anos, com dinheiro de um amigo, Mancini, que já contava 38 anos, abriu uma cantina italiana, a Famiglia Mancini. A mãe foi para a cozinha, a tia para o caixa e ele para o salão. Desde então suas casas sempre foram um sucesso. Paulo Leite, nasceu no Rio de Janeiro, em 1949, mas vive e trabalha em São Paulo desde 1977. Começou a atuar como fotojornalista na icônica revista Manchete em 1974, tendo depois trabalhado, como parte da equipe ou freelancer, para veículos como O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, Folha de S.Paulo, Isto É, Bravo!, Carta Capital, Veja, Visão e Quatro Rodas, entre outros.
O livro, mais do que um mero registro, traz filigranas do ambiente criado por Mancini. Ora com detalhes de seus objetos, das suas colagens com textos e fotografias, pedaços de cartas,  até mesmo uma enorme coleção de tesouras.Trafega pelo lúdico, na captura de alguns brinquedos antigos espalhados pelo ambiente, e claro, retratos informais trabalhando e detalhes de sua mão escrevendo, além de imagens mais antigas, como o retrato dos dois autores juntos, dos anos 1970, feitos por outro amigo, o conhecido fotógrafo paulistano Marcos Magaldi.
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"O mais fascinante é que nada morre nos retratos, tudo permanece como herança para a humanidade. Não há livro mais encantador do que a alma do outro." escreve Mancini. De fato os retratos e imagens  aqui publicados, são também parte para o impulso de mais um livro de fotografias, sobre o Patativa do Assaré, um dos poetas e músicos mais importantes nordestinos e do Brasil, um projeto antigo de Paulo Leite. A venda de A Oficina de Walter Mancini, será revertida para a produção do livro do fotógrafo. 
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O jornalista mineiro Humberto Werneck diz que Leite, "tem um olhar que “provoca e ensina." Seu trabalho autoral transita entre o retrato e a fotografia de rua, entre a pose calculada e a espontaneidade das polaroides."  Já o curador e escritor pernambucano Diógenes Moura, diz que suas imagens, extraídas quase sempre do cotidiano, têm “um ‘segundo-plano’, um tom de mistério, uma quebra de silêncio sutil em busca da pele do tempo, sem esboço nem retoque”. "Por sua diversidade, o conjunto de seus ensaios pessoais guarda certa estranheza, que se torna potência ao conseguir, segundo o pesquisador Rubens Fernandes Junior, “enfatizar a melancolia do homem contemporâneo, quer nos olhares plasmados dos retratos, quer nos registros de uma paisagem mais conceitual do que abstrata. As fotografias apontam para a fragilidade de um tempo passado e oferecem à contemplação para nosso espírito e para nossa imaginação.” Afirmações estas que estão incluídas no texto do escritor Miguel Del Castillo, curador da biblioteca do Instituto Moreira Salles, IMS, na qual encontra-se a vasta coleção de livros de fotografia formada pelo fotógrafo ao longo de 40 anos.
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Leite destaca a visão mais amiúde de pequenos detalhes em contrapartida ao vasto espaço ora fotografado. A poesia de Mancini -que com excertos aproxima-se do formato japonês do haicai- funciona quase como uma pequena legenda que orienta o leitor. Às vezes descritiva, ora mais ontológica. Reminiscências de uma vasta e gloriosa história do autor, sem no entanto ocultar seus tropeços: "Um sapato velho, uma mapa para não me perder" ou extremamente lírica como "pena de pássaro e nanquim. Na tua frente, um lago de lágrimas."
No grande espaço do tempo, a arte de dois amigos, recordações e histórias transformadas em poemas e fotografias, ou como o próprio Paulo Leite conta: “Uma grande viagem da memória” em um tempo inefável com referências tão intensas na variedade dos objetos, uns que se repetem e também se multiplicam, tornando infinito o encantamento da beleza da fotografia e da literatura.
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* acima da esquerda para direita Walter Mancini e Paulo Leite, em retrato de Marcos Magaldi
Imagens © Paulo Leite. Texto © Juan Esteves
O livro será lançado dia 15 de maio, segunda-feira, no Walter Mancini Ristorante das 19 às 22hs,  rua Avanhandava, 126, Bela Vista, São Paulo.
Infos básicas
Fotografias, edição de imagens, projeto gráfico: Paulo Leite
Frases destacadas de textos poéticos de Walter Mancini
Diagramação: Patrícia Rangel
Tratamento de imagem: Estúdio 321 ( Danilo Kim e Marina Neder)
Autor da foto nas páginas 4 e 345: Marcos Magaldi
Impressão e acabamento: Gráfica Ipsis.
Tiragem: 1000 exemplares
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grauche · 2 years
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Ao lermos romancistas contemporâneos de renome, radicados especialmente nos Estados Unidos ou na Europa, é possível sem esforço percebermos que muitos deles dividem os capítulos de seus livros fazendo alusão a uma temporalidade que envolve esses lugares, manifesta nos nomes de estações ou meses do ano.
Fiquei matutando em como transpor essa ideia pra minha escrita brasileira, refletindo com meus botões como isso seria, visto que temos um clima no qual as estações do ano não se diferenciam tanto assim (isso sem contar com a troca delas em regiões do país, a exemplo do inverno amazônico [basicamente a chuva de lascar] ser justamente o verão do sudeste).
Dividir romanceadamente os acontecimentos de uma vida brasileira em estações anuais é uma escolha quase estúpida haja vista que vivemos em um país em que quase todos passamos a vida usando chinelas havaianas por pelo menos mais de 150 dias ao ano.
Pensei estão em ser justa com os eventos temporais que REALMENTE mobilizam nossa gente e nomear os capítulos do meu futuro inexistente romance da seguinte forma:
Capítulo 1 - Carnaval
Capítulo 2 - São João
Capítulo 3 - São Cosme e Damião
Capítulo 4 - Natal
Estaria eu quase pronta para ser o nome do romance brasileiro de escritores na faixa dos trinta anos?
Claro que não, mas os nomes dos capítulos eu já tenho.
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robertoleal · 29 days
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MÃE MENININHA DO GANTOIS HOMENAGEADA
COM POESIA NA CASA DE ANGOLA NA BAHIA
(130 Anos da Iyalorixá mais Famosa do Brasil)
A revista angolana de Literatura & Arte "Òmnira*¹", lembra a líder religiosa brasileira/baiana “Mãe Menininha do Gantois” a Iyalorisá mais famosa do Brasil, que estaria completando 130 anos e que está retratada em capa pelo artista plástico brasileiro Raimundo Santos Bida. A publicação que nasceu na Bahia, mas precisamente em Salvador, é capitaneada pelo jornalista e editor brasileiro Roberto Leal, que em definitivo instala redacção em Luanda/Angola.
A Revista Òmnira chega a sua 18 edição, abrindo espaço na sua semestralidade para falarmos em Tereza de Benguela, que será a futura personalidade a ser tatuada nas páginas amadeiradas dessa nova versão africana. Que vem estreando as colunas "Lusofonia" e "P'arte da Banda", ganhando um novo formato. Nessa edição com a participação dos angolanos: a jovem poeta Cristina Braça; o jurista, escritor e critico literário Fernando Dhyakafunda; o poeta e activista cultural Ismael Farinha e o poeta contemporâneo Mário Quirino. De Moçambique a revista pensamentalizou o popularidade do cantor Azagaia. ”A poesia africana caminhando de mãos dadas com a Literatura brasileira, unindo povos em favor das tradições, da preservação da Cultura e do respeito ao sincretismo religioso de geração em geração”, pontuou o editor.
Do Brasil maior número de colaboradores homenageando a líder religiosa “Mãe Menininha do Gantois” dentre eles: os poetas Airton dos Reis Junior (MT); Darlan Zurc (SP); Edvaldo Rosa (SP); a professora, poeta e critica literária Jovina Souza (BA); poeta Cláudia Almeida/Negra Luz (ES); poetas Duda Pereira e Paula Gusmão (SP). Jornalista e escritor Carlos Souza Yeshua (BA); escritores Alberto Peixoto e Luiz Eudes; escritor Ivon Rosas (USA); professora e escritora Margarete Carvalho e o jornalista Reynivaldo Brito (BA). “A revista resiste e ainda vive como uma revista de Literatura e Cultura, mostrando a presença de África no cerne da cultura nacional. Nesse número, mostra as contribuições das Iyalorixás pretas”, disse a poeta Jovina Souza.
A publicação será lançada em 12 de Abril (sexta-feira), às 18 horas de Brasília (22 horas de Angola), no Centro Cultural Casa de Angola na Bahia (Praça dos Veteranos, 05 - Barroquinha, Salvador/BAHIA - Brasil). Dentro da programação de lançamento, mais uma edição do Sarau do Agdá, pilotado pela poeta Jovina Souza, com microfone aberto aos poetas e personalidades presentes. Coquetel ao final, na Área Verde da Casa de Angola. A iniciativa tem o apoio Embaixada da República de Angola no Brasil, UBESC - União Baiana de Escritores e do Movimento Literário Kutanga/Angola. Revista Òmnira, 32 páginas (impressa) - R$ 20/ 2.500 Kz. Disponível também em E-book: R$ 10 / 1.250 kz. Mais informações: +55 71 98736 9778 (WhatsApp).
*¹Òmnira: Liberdade em Yorubá, dialeto falado na Nigéria.
Fonte: ASCOM/Revista Òmnira
Foto: Lázaro Torres
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fredericolimablog · 6 months
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LIGEPSI homenageará o escritor Rinaldo de Fernandes durante a abertura do II CONMAL
Na noite do dia 23 de outubro de 2023, a partir das 18h, realizar-se-á a abertura do II Congresso Nacional sobre o Mal na Literatura (II CONMAL) no auditório 412, do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal da Paraíba. Na oportunidade, o Grupo de Pesquisa em Literatura, Gênero e Psicanálise (LIGEPSI - UFPB), que organiza o evento, prestará uma homenagem ao Rinaldo de Fernandes, um dos mais notáveis escritores brasileiros contemporâneos, dono de uma escrita visceral, marcada pela representação das querelas urbanas brasileiras, o qual também é professor de literatura da instituição. Após a homenagem, o escritor realizará uma sessão de autógrafos.
A programação geral do II CONMAL pode ser acessada no endereço: https://ii-congresso-nacional-sobre-o-mal-na-literatura.webnode.page/
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treicylima · 9 months
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RESENHA CRÍTICA DO LIVRO “A MODERNA TRADIÇÃO BRASILEIRA”
Renato Ortiz é um sociólogo, professor universitário e escritor brasileiro. Nascido em 1947, em Campinas, São Paulo, é doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Ele é conhecido por suas reflexões sobre a identidade cultural brasileira na modernidade e pela análise crítica das transformações sociais e culturais no mundo contemporâneo.
Nesta obra, Ortiz aborda a formação da cultura brasileira e sua relação com a modernidade. O autor argumenta que esse processo de formação é resultado de uma mistura de influências europeias, africanas e indígenas, e que essa diversidade cultural tem sido moldada pela modernização.
O autor destaca que a modernização do país, iniciada no final do século XIX, trouxe diversas mudanças significativas na forma como os brasileiros se relacionam com sua cultura e com o mundo. Ele analisa como as ideias modernas foram incorporadas na cultura brasileira, principalmente a partir dos anos 1950, e como isso influenciou a arte, a literatura e outras formas de expressão cultural.
Além disso, o livro também discute como a cultura brasileira tem sido utilizada como instrumento político e como a globalização tem afetado a identidade cultural do país. O autor apresenta um panorama amplo e detalhado da cultura brasileira, considerando sua diversidade e complexidade.
Nos primeiros capítulos do livro, Ortiz apresenta uma reflexão sobre a formação da identidade cultura brasileira. O autor argumenta que a identidade nacional é um conceito complexo e multifacetado, que não pode ser entendido de forma reducionista. Ele ressalta que o Brasil é um país com uma diversidade cultural enorme, resultado da mistura de diferentes povos e culturas.
O autor ressalta que a formação da identidade brasileira foi influenciada por inúmeros fatores, como a colonização portuguesa, a escravidão africana e a presença indígena. Ele discute como essas influências se manifestaram em diferentes aspectos da cultura brasileira, como na língua, na religião, na música e nas manifestações artísticas.
Ortiz separa a obra em duas partes, porque entende que a modernização e a globalização são dois processos históricos distintos, que impactaram de forma diferente a cultura brasileira. Enquanto a modernização trouxe mudanças significativas na cultura brasileira a partir do final do século XIX, a globalização começou a ter impacto há pouco tempo, a partir da década de 1990, com o avanço da internet e das tecnologias digitais.
Na primeira seção, o autor discute a influência da modernização no mundo cultural brasileiro, analisando as transformações que ocorreram nas artes, na literatura e na música. Ortiz diz que a modernização trouxe mudanças significativas para a cultura brasileira, gerando novas formas de expressão artística e literária. Ele destaca como as ideias e os valores modernos, como a racionalidade e o individualismo, influenciaram a produção cultural brasileira.
O autor também discute o papel da cultura popular na formação da cultura brasileira e como ela foi influenciada pela modernização, destacando a importância do samba, do carnaval e de outras manifestações culturais populares na construção da identidade brasileira, e como essas formas de expressão se adaptaram às mudanças trazidas pela modernização.
Ortiz também destaca a influência da literatura moderna na produção literária brasileira, destacando a importância dos movimentos modernistas na década de 1920. Ele analisa como os escritores brasileiros se apropriaram das técnicas e dos temas da literatura moderna europeia, mas também criaram uma literatura original e autêntica, que expressava as características do país.
Finalmente, o autor discute a influência da música popular na cultura brasileira, destacando a importância do samba, da bossa nova e de outros gêneros musicais na formação da identidade musical do país. Ele observa como essas formas de expressão musical se adaptaram às mudanças trazidas pela modernização, e como elas foram influenciadas por outros gêneros musicais, como o jazz e o rock.
Em síntese, podemos dizer que a primeira parte do livro discute as transformações ocorridas no mundo cultural brasileiro a partir da modernização do país, destacando a importância da criatividade e da originalidade na construção de uma cultura autêntica e plural.
Já na segunda parte do livro, denominada "A Cultura na Era da Globalização", Ortiz discute a relação entre a cultura brasileira e a globalização, analisando como a cultura do país tem sido influenciada pelos fluxos globais de informação, comunicação e produtos culturais.
O autor destaca que a globalização tem gerado mudanças profundas na cultura brasileira, influenciando a produção cultural e as formas de consumo cultural do país. Ele discute, por exemplo, como a música brasileira tem sido influenciada pela música pop internacional, e como a televisão e a internet têm afetado as formas de produção e consumo de conteúdo cultural.
Um exemplo de rede social que reflete bem os impactos da globalização e os avanços da tecnologia, é o TikTok, é notável que o aplicativo alterou a forma que os artistas produzem conteúdo e a maneira como esse material é consumido pela sociedade. Também é perceptível que muitos artistas passaram a produzir conteúdo pensando principalmente em fazer sucesso na plataforma, deixando de lado, muitas vezes, sua autenticidade.
Ortiz também identifica como a globalização tem impactado a identidade cultural brasileira, destacando a questão da "hibridização cultural". Ele argumenta que a cultura brasileira é marcada pela mistura e pela hibridização de diferentes influências culturais, o que tem gerado uma cultura rica e diversa. No entanto, ele também alerta para o risco da homogeneização cultural, que pode ocorrer por conta da difusão global de padrões culturais dominantes.
O autor ainda discute a importância dos movimentos culturais e das manifestações culturais populares que resistem à homogeneização cultural. Ele destaca, por exemplo, o papel do movimento hip hop na luta contra a exclusão social e racial, e como as manifestações culturais populares, como o carnaval e a capoeira, têm resistido às tentativas de padronização cultural.
Por fim, o autor aborda a questão da cultura como um produto de consumo, analisando as complicações da transformação da cultura em mercadoria. Ele destaca como a cultura tem sido utilizada pela indústria cultural como uma forma de gerar lucro, e como isso pode afetar a qualidade e a diversidade cultural, como exemplificado anteriormente com o uso do TikTok.
Basicamente, a segunda parte do livro discute a relação entre a cultura brasileira e a globalização, analisando as mudanças e os desafios que surgem a partir desse processo. Ortiz dá ênfase à importância da resistência cultural e da valorização da diversidade cultural como forma de garantir a autenticidade e a pluralidade da cultura brasileira.
Ainda sobre a segunda seção, vale destacar o capítulo “O popular e o nacional”, onde o autor argumenta que esses termos são frequentemente utilizados de forma imprecisa e confusa, o que gera equívocos e incompreensões em relação à cultura brasileira.
Ortiz inicia o capítulo analisando a origem do termo "popular", que remonta ao século XIX, quando a cultura popular passou a ser vista como uma expressão autêntica da identidade nacional. No entanto, ele argumenta que essa noção de "popular" é frequentemente associada a uma visão estereotipada e folclórica da cultura brasileira, que não leva em conta a complexidade e a diversidade da produção cultural do país.
O autor discute ainda a questão da construção da identidade nacional brasileira, argumentando que ela foi fortemente influenciada pela ideologia do nacionalismo, que surgiu no início do século XX. Ele destaca a importância dos movimentos modernistas na construção de uma identidade cultural nacional, enfatizando a valorização da diversidade cultural e da mistura de influências culturais na formação da cultura brasileira.
Por fim, o autor analisa a relação entre o popular e o nacional na produção cultural contemporânea, destacando a importância da valorização da diversidade cultural e da ampliação do espaço para as diferentes expressões culturais. Ele argumenta que a noção de "popular" deve ser entendida de forma mais ampla, englobando não apenas as manifestações culturais tradicionais, mas também as novas formas de expressão cultural que surgem na sociedade contemporânea.
Voltando à primeira seção, um capítulo que merece destaque, é “Cultura e Sociedade”, em que Ortiz justifica que a cultura não é um dado natural ou essencial, mas sim uma construção social e histórica, que é moldada pelas condições sociais e históricas de uma determinada sociedade.
O autor analisa ainda a relação entre a cultura e o poder, destacando que a produção cultural está intrinsecamente ligada às relações de poder na sociedade. Ele argumenta que a cultura é uma forma de construir e reproduzir as hierarquias sociais e as relações de dominação e subordinação.
Ortiz discute também a questão da globalização e seu impacto sobre a cultura brasileira, ele diz que a globalização não é um processo homogêneo e uniforme, mas sim um fenômeno complexo e heterogêneo, que produz efeitos diferenciados nas diversas sociedades e culturas, como os que já foram citados anteriormente. Ele destaca a importância da reflexão crítica sobre as implicações culturais da globalização, enfatizando a necessidade de preservação e valorização da diversidade cultural.
Afinal, o autor discute a questão da cultura popular e sua relação com a cultura erudita. Ele expõe que a distinção entre essas duas formas de cultura é muitas vezes artificial e ideológica, e que é necessário compreender a interação e a hibridização entre essas formas de cultura na construção da cultura brasileira.
Resumidamente, o capítulo "Cultura e Sociedade" discute a relação entre a cultura e a sociedade no contexto brasileiro, destacando a importância da compreensão da cultura como um fenômeno social e histórico, que é moldado pelas condições sociais e históricas de uma sociedade.
O autor conclui a obra retomando os principais temas discutidos ao longo da obra e faz uma reflexão sobre a construção da identidade cultural brasileira na modernidade, deixando uma relevante questão para o leitor. A leitura da obra é atrativa e se faz mais que necessária para quem busca entender o processo de formação cultural brasileira e suas complexidades.
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escritorasms · 1 year
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Maria Adélia Menegazzo
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Maria nasceu em Apucarana, PR, em 13 de fevereiro de 1956. Reside em Campo Grande, MS, desde 1981, quando assumiu aulas na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
É Licenciada em Letras – Português-Francês, pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, Unesp, Campus de Araraquara.
Atualmente, é professora aposentada da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Desenvolve atividades de pesquisa, docência e orientação no Programa de Mestrado em Estudos de Linguagens da UFMS e no Doutorado em Letras da UFMS, Campus de Três Lagoas.
Publicou a obra: A Poética do Recorte: Estudo de Literatura Brasileira Contemporânea
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leituranlouisecruz · 1 year
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CARVALHO, Bernardo. O filho da mãe. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Apresento texto integral presente no vídeo (disponível no LEITURAN® - Youtube) "Impressões sobre O F1lh0 da Mãe de Bernardo Carvalho - Força do Amor Materno e Mundo Globalizado."
O filho da mãe, livro ora em resenha, faz parte do projeto literário Amores Expressos no qual 16 escritores brasileiros passaram um mês em diferentes cidades do mundo com a missão de, cada um, escrever uma história de amor. Em fevereiro de 2009, Carvalho foi para São Petersburgo, Rússia. Contribui, ainda, para a idealização da obra: o assalto sofrido pelo autor quando naquela cidade e os relatos da jornalista Anna Politkovskaya. Sobre essa última influência, vale comentar que, por meio dos relatos da jornalista, Carvalho entrou em contato com a ONG Comitê das Mães de Soldados de São Petersburgo e muito desse contato contribuiu para que ele aprofundasse no romance a faceta de uma Rússia brutal e preconceituosa onde a corrupção faz-se presente, a começar pela polícia e pelo exército.
O filho da mãe é um romance que trata da cidade de São Petersburgo dividida entre os preparativos para a grande festa de seu tricentenário de criação e os horrores do clima de opressão vivenciado durante a Segunda Guerra da Tchetchênia[1]. Através da representação de um cenário onde predominam os sentimentos que emanam da guerra e o esfacelamento de identidades uniformizadas pelo imaginário contemporâneo, o romance estimula o leitor a refletir sobre questões afetas à pós-modernidade e à força de luta do amor materno. Em breve e apertada síntese, Carvalho concebe São Petersburgo como metonímia de um país em ruínas – das relações amorosas, das guerras e da própria nação.
O livro, com 201 páginas, está dividido em 23 capítulos agrupados em três partes: Trezentas pontes, As quimeras e Epílogo.
Trezentas Pontes contem 10 capítulos e é quase a metade do romance. Nessa parte, o leitor é apresentado a um dos dois personagens principais: Ruslan. Sob a proteção da dedicada avó Zainap, o estudante de medicina tchetcheno é encaminhado a São Petersburgo para, fugindo da guerra: tentar sobreviver trabalhando na reconstrução da cidade (de dia), furtar carteiras (à noite, na esperança de conseguir um passaporte que o permita sair da anti-mãe Rússia) e procurar a mãe biológica (Anna) que o abandonou recém-nascido e órfão de guerra do pai. Ao encontrá-la, Ruslan esbarra em reações contraditórias – são fugazes gestos de ternura e marcantes palavras violentas – e dificuldades que só confirmam seu desamparo e solidão. Por outro lado, Anna e a família que ela constituiu (Dmítri, Roman e Maksim, respectivamente, marido e filhos) vivenciam conflituosas relações – tanto conjugais quanto educacionais dos filhos – impregnadas de: incompreensões, omissões, permissividades, suspeitas, cumplicidades, desacordos e desavenças.
Em As quimeras o foco volve-se a outro personagem principal: Andrei. Ele é um jovem natural de Vladivostok e está em São Petersburgo para servir ao exército russo, mas decide tornar-se desertor e fugir quando Ruslan furta-lhe o dinheiro obtido ­ por meio da prestação de serviços sexuais ­ para seus superiores. Nessa parte são problematizados, também, os conflitos da mãe de Andrei (Olga), mulher que não teve coragem (ou não pôde) salvá-lo do opressor sistema russo, mas que, em contato com mulheres ativistas (Marina e Iúlia) da ONG Comitê das Mães de Soldados de São Petersburgo, ela mobiliza-se a fim de providenciar um passaporte para Andrei viver com o pai (Alexandre) no Oiapoque, Brasil. Ainda nessa parte ocorre o encontro de Andrei com o punguista Ruslan, com o amor e seus perigos. O narrador câmera vaticina: “É possível que [Andrei] não se dê conta de que terminou por associar o sexo às ruínas e ao risco, à força de tê-lo descoberto em meio a uma guerra…” (p. 38).
Epílogo, a terceira e última parte, é constituída por um único capítulo. Narra-se, com detalhes, os horrores da guerra e os sentimentos de vingança por fracassadas missões militares russas na Tchetchênia. Na última dessas missões, ocorrida no sul das montanhas da cidade de Grózni, o soldado Andrei rebela-se contra as atrocidades cometidas por seu chefe, mata-o e é alvejado mortalmente por outro jovem recruta.
O filho da mãe caracteriza de forma cruenta, mas crível, o drama da guerra e os problemas inerentes à pós-modernidade[2]. Ambos, por sua vez, ligam-se intimamente aos dra­mas familiares e individuais das personagens. E [ambos] envolvem processos de diferença e de construção de identidades nacionais híbridas, fortalecendo a tese de fragilidade das identidades e nacionalidades detalhadamente desenvolvida por Stuart Hall no livro A identidade cultural na pós-modernidade (DP&A Editora, 2011). De nossa parte, tanto o tradicional relato socio-histórico (como abordado por Hall) quanto a ficção (como elaborada por Carvalho) podem estabelecer formas eficientes de compreensão da pós-modernidade. Em seu romance, Carvalho muito bem transmite tal aspecto vivenciado na pós-modernidade, especialmente no que concerne à questão da nacionalidade, pois as ausências de enraizamento e de sentimento patriótico pelos protagonistas permitem-nos melhor entender a degradação da postura nacionalista.
Ainda: O filho da mãe é um romance cujos personagens ­ sendo ‘sujeitos pós-modernos’ ­ denotam identidades abertas, inconstantes, contraditórias e inacabadas. Seres de identidades transversas que, forjadas na fragmentação e incompletude, retrato impreciso e, por isso, o mais fiel possível da contemporaneidade. “Um bezerro recém-nascido, ao mesmo tempo peludo e pelado, com diferentes padrões e cores de pelos espalhados pelo corpo, como uma colcha de retalhos” (p. 199). O romance em resenha deixa claro que diferença e identidade resultam de um processo de produção (discursiva e simbólica) de criação linguística.
No complexo cenário de pós-modernidade que, tal como no mundo real, o romance está inserido ­ lócus onde pessoas solitárias e desamparadas estão em fluida e perene procura de um lugar no mundo[3] ­ acontece um encontro improvável, inverossímil e, sobretudo, transformador entre dois jovens de culturas e identidades nacionais distintas: a passageira relação homossexual. Ao mesmo tempo em que Ruslan e Andrei desejam se relacionar (pela segurança do convívio e da mão amiga em apoio mútuo), eles hesitam estabelecer vínculo afetivo. E, quando o concretizam, a relação é tênue, pois se desfaz em menos de três semanas e é motivada por Marina ter conseguido o passaporte de Andrei; documento símbolo da mobilidade espacial no mundo globalizado. Perseguido e espancado pelo meio-irmão Maksim, um skinhead, Ruslan recebe de Andrei o passaporte deste para que saia da Rússia. Como afirmado por Zygmunt Bauman no livro Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos (Ed. Zahar, 2004): “na contemporaneidade os relacionamentos são fugazes” (p.8).
Orbitando os protagonistas, desdobram-se micro-narrativas familiares que entrecruzam histórias aparentemente autônomas de três núcleos familiares[4], mas que se mostram interligadas por sentimentos como a dor, a perda e o amor materno. Mães ora tentam proteger seus filhos, ora tentam compensar a perda deles por meio de uma ação salvadora. A multiplicidade de narrativas contribui para a compreensão do leitor acerca do modo de ser histórico pós-contemporâneo, bem como permite situar o discurso do romance no entre-lugar da narrativa ficcional e da narrativa histórica, transpassando história e representação, verdade e ficção. Como defendido por Homi K. Bhabha no livro O local da Cultura (Ed. UFMG, 2010) é importante: “focalizar momentos ou processos que são produzidos na articulação de diferenças culturais” (p.20) e que “fornecem o terreno para a elaboração de estratégias de subjetivação – singular ou coletiva – que dão início a novos signos de identidade e postos inovadores de colaboração e contestação, no ato de definir a própria ideia de sociedade” (p.20).
Com boa carga poética e elevada emotividade conferidas à trama, essa se desloca rapidamente no tempo e no espaço, fluindo entre diferentes localidades da Rússia e fora dela. Como afirmado por Stuart Hall em livro já mencionado: “O espaço pode ser ‘cruzado’ num piscar de olhos” (p.73). Em The Condition of Postmodernity (Blackwell Publishiers, 1990) David Harvey vai além de Stuart Hall ao denominar esse fenômeno de “aniquilação do espaço através do tempo” (p.205). Em O filho da mãe, Carvalho mostra o valor de sua escrita ao atender tais assertivas daqueles dois estudiosos. E o faz mediante uso de linguagem simples, objetiva, clara, concisa e fluida.
 
O filho da mãe é o primeiro livro no qual Carvalho utiliza-se do narrador câmera o que facilita a adaptação cinematográfica do livro prevista no contrato do projeto literário Amores Expressos. O autor conduz a multifacetada trama sob focalização predominantemente heterodiegética, expondo considerações sobre comportamentos das personagens e desvelando a interioridade dessas. E, enfatiza-se, não apenas caracterizando-as fisicamente. Uma acertada escolha de Carva­lho, pois torna críveis as fragmentadas micro narrativas e passagens de voz que bem delineiam o hibridismo discursivo. E tal hibridismo concentra-se em vozes femininas, mais especificamente no discurso das mães: “Não pode haver guerra sem mães” (p. 186).
Ainda: Carvalho faz a ficção questionar a intolerância do poder russo, denunciando e/ou tentando desconstruir as estruturas repressoras desse.
Destarte, O filho da mãe é um romance pertinente, consoante e relevante à pós-modernidade, bem como posicionamentos dos estudiosos aqui apreciados. E ele se destaca pela apresentação de um universo híbrido, dialógico e polifônico, bem como se mostra fonte de reflexão acerca de fenômenos culturais e políticos contemporâneos.
Por tudo isso, é um livro que merece ser recomendado.
[1]  Intensos confrontos armados ocorridos, no período de 1999 a 2003, entre tropas governistas russas e rebeldes separatistas tchetchenos que desejavam a independência da pequena província do Cáucaso.
[2] Entre outros, são problemas inerentes à pós-modernidade: a fragmentação e o deslocamento das identidades culturais de classe, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade.
[3] Oriundos, respectivamente, de um município situado no extremo oriental russo e de uma pequena província caucasiana que busca independência, Andrei e Ruslan sentem-se estrangeiros no próprio país. Em realidade, não se vêem como integrantes da sociedade à qual deveriam pertencer. Sentem-se apátridas. Para eles, São Petersburgo é cidade inóspita e opressora: um “território inimigo” (p. 132). A não adaptação e estranheza àquela cidade são sensações que lhes causam percepção de não pertencimento à sociedade russa. Em face de tudo isso, Andrei e Ruslan buscam um lugar no mundo no qual possam se reconhecer como de suas identidades.
[4] Os três núcleos familiares são: (1) Ruslan e a avó Zainap; (2) Anna, o padrasto Dmítri, e os meio-irmãos Roman e Maksim; e (3) Andrei, a mãe Olga, o padrasto Nikolai e a meia-irmã, de um lado; e, de outro, o pai biológico Alexandre.
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Lei de direitos autorais n° 9610/1998
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jonaskucinski · 2 years
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Autoritarismo e distopia no Brasil contemporâneo: O colapso da nova ordem, de Bernardo Kucinski Bernardo Kucinski acaba de lançar um novo livro, intitulado O colapso da nova ordem (2022). Essa obra ficcional, uma continuação do romance A nova ordem (2019), apresenta uma distopia que eleva ao extremo os graves problemas do cenário político brasileiro contemporâneo. Trata-se de um texto com contundente teor político e forte valor literário. Para conversar sobre essa publicação, a página Narrativas da ditadura brasileira e a Editora Alameda receberão o escritor Bernardo Kucinski e os pesquisadores Flora Viguini do Amaral (Ufes) e Weverson Dadalto (Ifes/Ufes), com mediação da professora Luciana Paiva Coronel (Furg). O encontro ocorrerá no dia 26/10/2022, às 14h, com transmissão ao vivo pelo canal da Alameda no YouTube e pela página Narrativas da ditadura brasileira no Facebook. Todos/as estão convidados/as! Link para acesso à live: https://youtu.be/VKR9QmHnuAw. https://www.instagram.com/p/Cj8ri3iOfXXCCH6hx3lszqXpR6zsHE02vYANWQ0/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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olhosparados · 3 months
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desculpe ficar repetindo
só agora penso na dor que deixoescondida numa caixa de um velho aparelho(recibos invisíveis, bilhetes de cinema,uma flor podre que esculpe um quadrotão antigo) um sintoma, o que sintonão é isto, não consigodizer o que sinto, essa dornão é isso um objeto vazio destruídoo que sinto (um mar tranquilo,o ruído no assoalho de azulejos já pisados,que nem se nota, o ar que passapelo epiglote e forma um…
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argumente-se · 2 years
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A Bahia, estação primeira do Brasil- como diz o saudoso baiano Caetano Veloso- é a barriga que gere grandes talentos à cultura nacional. Não só na Bahia, o Nordeste, que carrega o estigma de povo burro, é, na verdade, o alicerce cultural do Brasil, além de ter excelentes resultados educacionais no ENEM e em olimpíadas nacionais. Esses dados contrapõem qualquer adágio requentado de que o povo nordestino é insignificante à cultural nacional: longe disto, as adversidades são superadas por esse povo tão amistoso que paira para além dos obstáculos e faz boa produção cultural desde outrora, vide Luíz Gonzaga, Flávio José, Alceu Valença, Ivete e tantos mais. A xenofobia nos últimos tempos tem tomado proporções significativas, e terminantemente abomináveis, contra o povo nordestino, dado o aparecimento de caricaturas fascistas no Brasil que expandem os ataques a esse povo, motivados pela assistência do Estado de horrores e iniquidades.
O escritor austríaco Stefan Zweig mudou-se ao Brasil em função da perseguição nazista na Europa. Zweig, ao chega aqui, impressionado com o potencial da nova terra, escreveu seu livro Brasil: o país do futuro. Conquanto, oito décadas depois, vê-se que a profecia do austríaco foi meramente ilusória, fato que se confirma principalmente quando se nota os avanços maléficos de algumas temáticas que dividem o Brasil em extremos, e põem em dicotomia o pensamento brasileiro em ‘’nós e eles’’. Essa faceta afeta, dentre inúmeras outras temáticas, diretamente o povo nordestino no fenômeno chamado xenofobia, que se refere à aversão ao outro pelo local de origem e cultura que expressa. Ela está intimamente enraigada no pensamento brasileiro, e muitos entendem que os habitantes dessa região são uma sub raça ou, ainda, um povo miserável sob inúmeros aspectos, inclusive desinformado.
No Brasil contemporâneo, dividir o país em duas cores, em dois espectros ou duas pátrias tem agravado esse cenário, o que é uma lástima, independentemente do estado brasileiro em que se vive. Esse fator é o empecilho para que o elevador social ascenda aos nordestinos, principalmente quando buscam melhores condições durante as migrações sazonais. Cabe lembrar, no entanto, que ninguém deve ser culpado por nascer e determinada região, nem tampouco isso deve gerar um estigma. Esse tipo de violência nem sempre é fácil de ser reconhecido, inclusive se estiver travestido de uma brincadeira ou piada, mas deve-se levar em consideração que a cultura alheia é a manifestação de um povo em seus costumes e crenças, assim é nas mais híbridas manifestações culturais, em cuja mistura está outras formas de manifestação cultural, como no Forró, na finada Bossa Nova, no Piseiro e afins.
Sobre os índices, aponta-se a grandeza dessa região nas boas colocações nos concursos e olimpíadas, como foi o caso da Olimpíada Nacional em História do Brasil, na edição de 2021, em cujas conquistas resultaram a nada menos que 14 medalhas para a Bahia, 17 medalhas para o Pernambuco, 13 medalhas para o Ceará, em contraponto a 15 medalhas para São Paulo e 4 medalhas para o Rio de Janeiro e Minas Gerais. Esses dados ratificam a tese de que o nordestino paira para além das dificuldades e produz milagres de fé com aquilo que se tem, nas zonas mais excêntricas do Brasil, onde não se vê Estado, nem se pode fazer ascender o mito da isonomia, assegurado pela constituição. Assim, urge a necessidade de combater esse mal, não apenas por ser um crime de etnocentrismo contra uma determinada localidade, mas por ser algo imoral ao resumir a riqueza de um povo a valores abjetos, como o analfabetismo e pobreza, principalmente quando ela parte do Estado, que, em tese, deve ser o gestor dos interesses coletivos através de seus representantes. O Brasil está se contaminando com uma onda fascista. Combatê-la não é mais uma obrigação, mas uma necessidade para assegurar a liberdade de expressão e de crença para fazer jus ao artigo 5º da Constituição Federal de 88.
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elcitigre2021 · 2 years
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Michael Sandel: justiça, democracia, desigualdade e muito mais...
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Michael J. Sandel é um filósofo, escritor, professor universitário, ensaísta, conferencista e palestrante estadunidense[1] , que ficou reconhecido internacionalmente pelo seus livros Justiça - O que é fazer a coisa certa?(2010) e Liberalismo e os limites da Justiça (1982).
Michael Sandel é responsável pelo curso de Justiça e desde 1980 é professor de filosofia política da Universidade de Harvard, fazendo palestras e aulas no mundo todo, sempre questionando os princípios contemporâneos de justiça com frases e aforismosinstigantes e reflexivos.[2] Suas principais influências filosóficas são John Locke, Immanuel Kant, John Stuart Mill, John Rawls,Charles Taylor e Michael Walzer.
O curso "Justiça", de Michael J.Sandel, é um dos mais populares e influentes de Harvard. Quase mil alunos aglomeram-se no anfiteatro do campus da universidade para ouvir Sandel relacionar grandes questões da filosofia política aos mais prosaicos assuntos do cotidiano.
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No primeiro vídeo, Sandel expõe como os Estados Unidos migraram de uma economia de mercado para uma sociedade de mercado; é justo que se diga que a experiência americana de um americano de compartilhar a vida cívica depende da quantidade de dinheiro que ele tem. (Três exemplos importantes: acesso à educação, acesso à justiça, influência política). Em uma palestra e discussão com a plateia, Sandel nos pede para pensar honestamente sobre esta questão: Na nossa democracia atual, é muito para colocar a venda?
No segundo vídeo, Sandel, em entrevista para a Globonews trata de diversos temas ligados à atualidade: corrupção, participação política, igualdade social, justiça. Ele trata, por exemplo, de como nossa democracia tem deixado engolir pela tecnocracia e pelo poder do mercado; como a dimensão ética, humana e realmente política têm sucumbido ao poder do dinheiro.
No vídeo, um trecho da primeira aula de seu curso "Justiça", disponível na internet, na qual discute as nuances desse conceito e a relevância das escolhas que fazemos. 
Na conferência feita no Brasil, Michael Sandel, argumenta que a separação entre as classes, em um mundo em que cada vez mais coisas podem ser compradas, afeta diretamente a democracia. Para o professor do curso "Justiça", de Harvard, a diferença entre os preços impede que ricos e pobres convivam nos mesmos espaços e consumam as mesmas experiências e bens.
O reconhecimento da diversidade social cessa de existir e isso que faz com que paremos de nos importar com o bem comum. Conferencista do Fronteiras do Pensamento 2014.
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A sociedade brasileira se acomodou perigosamente a uma ideia. quem não pode pagar um colégio particular não tem como garantir aos filhos educação de qualidade. Convivemos com situações variadas em que o dinheiro manda: com ele, é possível eleger políticos, passar à frente da fila em parques de diversões e até adquirir o direito de emitir poluentes no ar comprando créditos de carbono. O fenômeno não é só brasileiro. Em diversos países, ricos e pobres, experimentam-se os limites do poder do dinheiro para que caçadores possam caçar, crianças sejam incentivadas a ler mais e pacientes consigam atendimento médico decente. Um dos filósofos mais populares do mundo, o americano Michael Sandel, acha que estamos indo rápido demais.
“Quero provocar agora o debate que deveríamos ter tido, e não tivemos, nas últimas décadas: onde deve e onde não deve valer a lei de mercado”, afirma Sandel, professor na Universidade Harvard. Ele acha que usar os mecanismos de mercado em aspectos variados da vida é um exagero dos economistas. Ele se opõe a pesquisadores como o ganhador do Nobel de Economia Gary Becker, maior estrela de uma corrente de pensamento que inclui, entre outros, os brasileiros Carlos Eduardo Gonçalves e Mauro Rodrigues, autores de Sob a lupa do economista.
Sandel, um filósofo de fala pausada, virou celebridade por causa da repercussão de seu curso “Justiça”, à disposição na internet. Em seu livro mais recente, O que o dinheiro não compra (Editora Civilização Brasileira), Sandel defende um resgate dos princípios e das convicções morais diante da lógica de mercado, em contraponto aos que pregam soluções técnicas e ênfase apenas nos resultados. Nessa defesa, faz propostas polêmicas, como acolher no debate público as convicções religiosas. Sandel estará no Brasil em agosto, a convite da consultoria Amana Key, para apresentar palestras em Fortaleza, São Paulo e Brasília. Entrevista:
ÉPOCA – O cidadão comum precisa fazer escolhas sobre questões cada vez mais complicadas, relacionadas a economia, meio ambiente, saúde pública, tecnologia. A filosofia pode nos ajudar?
Uma fonte de corrupção é a concentração de poder político sem fiscalização. A outra é o poder do dinheiro sobre a vida pública.
Michael Sandel – Sim, potencialmente. A filosofia pode contribuir com a cidadania da seguinte forma: ser um bom cidadão é mais do que votar no dia da eleição. O cidadão deve se manter informado sobre as questões públicas, debater com outros cidadãos sobre o bem comum, ajudá-los a formar as decisões deles. E o único jeito de deliberar sobre o bem da coletividade é encontrar, logo abaixo da superfície de nossas discordâncias políticas, os princípios importantes que temos em comum – justiça, equidade, liberdade, democracia. Temos de discutir quão diferentes são nossas concepções de justiça e liberdade, e essas questões são filosóficas. Tento promover a ideia da filosofia pública, excitante, desafiadora e acessível a todos os cidadãos.
ÉPOCA – O senhor vem tratando dessas questões complicadas em suas aulas, e com elas consegue empolgar alunos jovens. O que o senhor aprendeu, como professor, nesses anos em que ministra o curso de filosofia política?
Sandel – Uma das mudanças mais dramáticas ao longo da história do curso foi que, no início, ele era ministrado na universidade, para pessoas que se reuniam num anfiteatro. Nos últimos anos, as aulas completas foram divulgadas pela internet e pela televisão, e o curso se tornou um fenômeno global. O resultado é atordoante, além de qualquer expectativa que eu tivesse. O que aprendi, ao interagir com pessoas de culturas e origens muito diferentes, foi tratar o mesmo tópico de muitas perspectivas distintas. Em agosto, vou ao Brasil e quero saber as visões e as opiniões das pessoas aí sobre a justiça, a liberdade e o bem comum. Outra mudança que fizemos ao longo dos anos: os filósofos que estudamos continuam basicamente os mesmos desde o início do curso, mas os eventos que usamos como exemplos vêm mudando. O jeito que achei de envolver os estudantes foi fazer com que as leituras filosóficas, os conceitos e as ideias, muitas delas abstratas e difíceis, conectem-se com dilemas contemporâneos, controversos, desafiadores. Sobre esses dilemas, todo mundo tem opinião, mesmo que nunca tenha estudado filosofia. O jeito de atrair o estudante é mostrar que as opiniões dele estão conectadas às ideias que os filósofos vêm desenvolvendo há séculos. Isso tem muito a ver com engajar os cidadãos. Espero que a filosofia nos ajude a ter melhores ideias no debate público.
ÉPOCA – No Brasil, há grupos crescentes de cidadãos que definem suas atitudes na vida, além de suas escolhas eleitorais, de acordo com a orientação religiosa. Isso traz algum perigo para a vida pública?
Sandel – É uma questão complicada. A relação entre política e religião tem uma história longa e difícil. Os filósofos políticos debatem há muito tempo qual seria a relação adequada entre as duas, com duas preocupações principais. Uma é que as convicções religiosas sejam intolerantes, dogmáticas, estreitas, e tragam isso para a política. A segunda preocupação é que, como as sociedades modernas abrigam muitas diferenças religiosas, trazer essas divergências para a política poderia gerar discordâncias irremediáveis dentro do debate público. Não acredito que possamos ou devamos insistir numa separação completa entre política e convicções religiosas. Por dois motivos. O primeiro: é verdade que a religião pode trazer para a política intolerância e dogmatismo, mas também é verdade que não apenas as convicções religiosas trazem esses males. Algumas ideologias seculares também geram problemas do mesmo tipo. O que devemos isolar da política, então, é a intolerância e o dogmatismo, seja qual for sua fonte, para que possamos nos respeitar e debater, cultivando uma ética de respeito democrático. Meu segundo motivo para não insistir nessa separação completa entre política e religião é que a política diz respeito às grandes questões e aos valores fundamentais. Então, a política precisa estar aberta às convicções morais dos cidadãos, não importa a origem. Alguns cidadãos extraem convicções morais de sua fé, enquanto outros são inspirados por fontes não religiosas. Não acho que devamos discriminar as origens das convicções ou excluir uma delas. O que importa é o debate ser conduzido com respeito mútuo.
ÉPOCA – Além do componente religioso, há no debate público atual nos Estados Unidos um tanto de ressentimento contra a lógica de mercado. Hoje, o senhor vê mais força no avanço do livre mercado ou no clamor popular contra ele?
Sandel – Vejo força nos dois. O objetivo de meu livro é encorajar e inspirar o debate público sobre o mercado e a sociedade. Nas últimas décadas, vivemos um período de triunfalismo do mercado. Mas o papel dos mecanismos de mercado cresceu e avançou para além dos campos do bem-estar material – chegou às relações pessoais, saúde, educação, vida cívica. Quero provocar agora o debate que deveríamos ter tido e não tivemos nas últimas décadas: onde deve e onde não deve valer a lei de mercado? Se você pergunta se o livro é um alerta sobre o papel do dinheiro especificamente nos Estados Unidos, acho que os acontecimentos que descrevo representam uma tendência geral. Certo, são mais evidentes, mais traumáticos nos Estados Unidos do que na maioria dos outros países. Acredito, no entanto, que a mudança em andamento nos países desenvolvidos cria as mesmas questões e desafios também nos países em desenvolvimento economicamente bem-sucedidos. Uma pergunta vale para todas essas nações: queremos ser uma sociedade que conta com a economia de mercado ou uma sociedade que é um mercado? A economia de mercado é um instrumento para alcançar o bem público, uma ferramenta para a organização da produção. Uma sociedade mercado é algo diferente, em que tudo está à venda, em que as relações de mercado governam cada aspecto da atividade humana. Em muitas nações, não só nos Estados Unidos, há uma tendência de transformar uma sociedade com economia de mercado em uma sociedade mercado.
ÉPOCA – Qual o problema em usar mecanismos como uma empresa pagar pela proteção ambiental em outro lugar e assim ganhar o direito de poluir, ou pagar para uma criança ler, se os resultados finais forem menos poluição global e as crianças lendo mais?
Sandel – Algumas vezes, os mecanismos de mercado podem ser eficazes. Não argumento contra todos os usos desses mecanismos. Mas sempre que usamos incentivo financeiro para resolver problemas sociais, para obter ganhos para a sociedade, temos de considerar o efeito desses mecanismos nas atitudes e nos valores que estamos tentando cultivar. No caso de pagar a uma criança US$ 2 por livro lido, realmente acontece que a criança lê mais livros – e também que as crianças que liam anteriormente passam a ler livros mais curtos. Como o dinheiro afetou a atitude da criança em relação à leitura e ao aprendizado? É provável que ela passe a considerar a leitura como um trabalho a fazer em troca de pagamento. Se isso acontecer, o incentivo financeiro comprometeu o amor pela leitura e pelo livro. Meu argumento não é contra o mercado, e sim a favor das atitudes e valores com que todos nos preocupamos.
ÉPOCA – O senhor afirma haver uma conexão entre a disseminação dos mecanismos de mercado para áreas diversas e o aumento da corrupção. Há algum aumento perceptível da corrupção nos últimos anos?
Sandel – A corrupção tem muitas fontes. Uma fonte é a concentração de poder político sem a correspondente obrigação de prestar contas, são as instituições políticas isoladas do cidadão. Outra fonte é o poder do dinheiro, e permitir que ele domine aspectos da vida pública que não têm a ver com o mercado. A vida cívica e a política deveriam ser orientadas para o bem comum. Mas, crescentemente, o dinheiro domina a representatividade nas instituições políticas.
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Amanhã: Antônio Torres Faz 81 anos de Vida
Amanhã: Antônio Torres Faz 81 anos de Vida
A patroa do pai de uma de minhas primas acostumava se desfazer de alguns livros, muitas das vezes o pai de minha prima pegava esses livros e dava prá ela. Como de costume ou hábito, fui na casa de minha tia, em 2012, a minha prima mostrou-me o livro e presenteou-me. O livro com a capa quase arrancada, cheio de rabiscos e riscos de alguém que parecia “gostar de literatura” (ironia), foi aos poucos…
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robertoleal · 1 year
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EDITORA ÒMNIRA LANÇA AS OBRAS AFRICANAS 'KIMPWANZA' e
'DICIONÁRIO DE ANGOLÊS' NA CASA DE ANGOLA NA BAHIA
 A Editora Òmnira, lança no próximo dia 10 de março (sexta-feira) às 18 horas, no Centro Cultural Casa de Angola na Bahia (Praça dos Veteranos, 5 – Barroquinha) a coletânea KIMPWANZA Poesias & Poemas que tem a participação de 19 contemporâneos, entre eles 5 (cinco) angolanos, 13 (treze) brasileiros, 1 (um) moçambicano, 1 (um) são tomense e 1 (um) cabo verdiano, são eles: Ângela Maria Correia; Anne Siqueira; António Palembi; Baco Figueiredo; Caetano Barata; Carla de Jesus; Carlos Souza Yeshua; Eduardo Tchandja; Elizete Nunes de Almeida; Gloria Terra; Hera de Jesus; Ismael Farinha; Negra Luz; Paula Anias; Tatiana Deiró; Tonho de Paiaia; Valdeck Almeida de Jesus; Vinicius Cardoso e Wende Bocado. A coletânea tem apresentação da professora de Letramento Racial brasileira, a poeta e crítica literária Jovina Souza, tem orelhas do poeta e ativista cultural são tomense Carlos Cardoso e arte de capa do chargista e escritor caboverdiano Moustafa Assem. KIMPWANZA Poesias & Poemas, Editora Òmnira/Namibe - Angola 2023, 128 páginas - R$ 40.
A Òmnira lança também o Dicionário de ANGOLÊS, do jornalista, escritor, pesquisador e ativista cultural brasileiro Roberto Leal, a obra traz um apanhado das falácias populares dos guetos e musseques de Angola; traz mais ainda do Calão angolano, além da sua irreverência e seu poder de força da palavra; trazendo também os ditos populares e as expressões mais ditas e faladas no cotidiano mwangolê, é dessa mistura que surge um novo dialeto, um novo idioma, uma nova língua ou um novo falar, o ANGOLÊS. O livro diz muito em cada palavra retratada no seu verbete demonstrativo, é de cada pedacinho que se pode montar a Cultura de uma forma positiva e viciante, costumeira.
São mais de 1.200 verbetes, dentre palavras e expressões, foram 4 (quatro) anos de pesquisas contando com a colaboração de mais 5 (cinco) populares de diferentes regiões do país que deixaram seu contributo nessa obra: a Estudante de Jornalismo benguelense Edeltrudes de Brito; o advogado luandino Fernando Dyakafunda; o músico gospel uigense Nely Lucas; e a estudante de Jornalismo luandina Paulina Catari e buscando conhecimento através de outras publicações. A obra que sai do forno no formato Pocket, tem apresentação do jovem poeta, ator e diretor de cinema angolano Blandine Klander. Dicionário de ANGOLÊS, Editora Òmnira/Namibe – Angola 2023, 86 páginas – R$ 35.
Dentro da programação Recital de poesias; exposição de revistas e livros de autores africanos e brasileiros da Editora Òmnira, bate papo com os autores presentes e Coquetel ao final. O Evento tem o apoio do Centro Cultural Casa de Angola na Bahia, Movimento Literário Kutanga e UBESC – União Baiana de Escritores. Mais informações: +55 71 98736 9778 (whatsApp) ou [email protected]
Fonte: ASCOM/Revista Òmnira
Artes capas: Moustafa Assem (Cabo Verde)
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kelioliver · 3 years
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LITERATURA DE HORROR NO BRASIL
 Texto retirado do blog:https://livroecafe.com/2019/09/13/livros-nacionais-de-terror/
A literatura brasileira ainda precisa alcançar novos espaços e temas! Pensando nisso, elaboramos uma lista com livros nacionais de terror. Dos clássicos aos contemporâneos, dos contos aos romances, até chegar nas HQs! Tem de tudo um pouco para conhecer, compartilhar e ler urgente! 😉
Livros nacionais de terror: contos
1. Demônios (Aluisio de Azevedo)
Demônios é o primeiro volume de contos de Aluísio Azevedo (1857 – 1913). Publicado em 1893, o livro reúne pequenas narrativas e um conto mais longo que dá nome ao livro. A maioria dos contos se passa no Rio de Janeiro e trata de temas urbanos como o anonimato, a mulher assalariada e encontros casuais entre desconhecidos. A obra do autor está em domínio público e você pode ler o conto Demônios aqui ou compre o livro na Amazon.
2. Venha ver o pôr-do-sol (Lygia Fagundes Telles)
Lygia Fagundes Telles é conhecida como uma das mais importantes escritoras brasileiras do século XX. Os contos deste livro retratam situações insólitas em que o dramático e o fantástico se misturam, alterando o cotidiano de pessoas comuns. Revelando a profundidade da alma humana, eles vão mexer com as emoções do leitor, fazendo-o refletir sobre a magia que se esconde nos detalhes do dia a dia. No conto que dá título ao livro, um rapaz leva sua ex-namorada a um jazigo de família abandonado. Confira a resenha aqui. Compre na Amazon
3. Horror em gotas (Karen Alvares)
Karen Alvares é de Santos e nasceu em 1987. O livro Horror em gotas é uma coletânea de contos que, primeiramente, fizeram parte de um projeto de publicação de um conto de terror por dia e os delas foram publicadas nas sextas-feiras. Segundo o autor Eric Novello, “Karen Alvares é uma voz promissora do terror nacional. Sua escrita direta e ambientação primorosa conseguem levar o leitor do conforto ao medo em uma simples virada de página.” O livro é gratuito no Kindle Unimited.
4. Noite na taverna (Álvares de Azevedo)
Publicado em 1855; o livro de Álvares de Azevedo é um clássico da literatura brasileira. Contém cinco contos narrados amigos que estão se abrigando em uma taverna. É um dos mais populares e influentes trabalhos da ficção gótica na literatura brasileira. Durante a conversa, os amigos contam uns aos outros experiências mórbidas e difíceis de superar. Antropofagia, incesto, traição, violência e necrofilia são o lugar-comum dessas narrativas de mistério e terror. Compre na Amazon
5. Medo imortal (coletânea organizada por Romeu Martins)
Produzidos entre a segunda metade do século xix e a primeira metade do século xx, os contos representam os primeiros cem anos de produção do terror em nosso país. São ao todo treze autores, escolhidos entre os patronos, os fundadores e os primeiros eleitos para ocupar os salões da Academia Brasileira de Letras. Alguns nomes presentes na coletânea Aluísio de Azevedo, Álvares de Azevedo, Bernardo Guimarães, Coelho Neto, Fagundes Varela, Machado de Assis, entre outros. Compre na Amazon
6. A dança dos ossos (Bernardo Guimarães)
“A dança dos ossos” consta no livro “Lendas e Romances”, publicado em 1871. O livro menos conhecido de Bernardo Guimarães (o seu livro mais conhecido é Escrava Isaura) narra, com construções sintáticas e expressões bem brasileiras, três aventuras de natureza diversa. O terceiro conto é “caso de assombração” com sabor folclórico. Compre na Amazon
Livros nacionais de terror: romances
7. Gog Magog (Patrícia Melo)
A barbárie e a crueldade que o título evoca nas diversas lendas e recontos religiosos são os temas centrais do novo romance de Patrícia Melo. O truculento embate com a polícia nas manifestações rotineiras de greve, o casamento tóxico com a enfermeira Marta, que gosta de fotografar seus doentes terminais, ou a realidade violenta que enfrenta na escola pública onde leciona biologia para analfabetos funcionais – que ameaçam e espancam professores com frequência assustadora – não são capazes de alterar o ethos resignado e pacífico do professor e protagonista sem nome dessa narrativa insólita. Compre na Amazon
8. A superfície da sombra (Tailor Diniz)
Poblado Oriental e Passo do Catí são duas cidades separadas pela Avenida Internacional, que delimita também a fronteira de Brasil e Uruguai. Diz-se que se uma carta de um lado rua for colocada no correio endereçada ao outro lado, demorará um mês para chegar, porque deverá seguir ao Rio de Janeiro ou a Montevidéu, e depois voltar. Quando dá por si está comprando uma faca, está participando da Noite das Mascaradas, um antigo ritual pagão para trazer boa sorte. E observando tudo, pelas ruas dos dois países, caminham as Sete Viúvas da Calle de los Desengaños, que rezam pelas almas dos desamparados. Compre na Amazon
9. Dia de matar porco (Charles Kiefer)
Ariosto Ducchese escapou de uma morte por hemorragia depois de sangrar por dias. No quarto do hospital, ele vê sua mãe, já falecida — o fantasma dela ou efeito dos medicamentos? Com isso, ressurgem também todas as memórias e assombrações da vida no campo deixada para trás há mais de trinta anos, as relações familiares, os rituais — incluindo o dia de matar porco, quando os meninos se credenciam para as atividades da vida adulta. Dia de matar porco é o primeiro romance publicado por Kiefer depois de um hiato de 12 anos sem lançar uma narrativa longa inédita. Compre na Amazon
10. Os sete (André Vianco)
Em uma lista de livros nacionais de terror tem que ter André Vianco! Ele é um dos nomes mais comentados quando se fala de literatura de terror nacional. Então, para compor esta lista, nada mais justo que colocar um dos livros mais conhecidos do autor. Em Os Sete, lançado em 1999, o autor apresenta seres poderosos, com natureza monstruosa e sanguinária. O resultado é um livro envolvente, repleto de ação e reviravoltas, que em pouco tempo ocupou seu merecido lugar entre os mais importantes livros de terror e fantasia brasileiros. Compre na Amazon
11. Bom dia, Verônica (Andrea Killmore)
Andrea Killmore faz sua estreia com um livro que está destinado a se tornar uma referência na literatura policial brasileira. A personagem, com sua habilidade e sua determinação, ela vê a oportunidade que sempre quis para mostrar sua competência investigativa e decide mergulhar sozinha nos dois casos. No entanto, essas investigações teoricamente simples se tornam verdadeiros redemoinhos e colocam Verônica diante do lado mais sombrio do homem, em que um mundo perverso e irreal precisa ser confrontado. Compre na Amazon
12. O segredo de Yankclev Schmid (Julio Ricardo Rosa)
Alemanha, 1945. A guerra chega ao fim. Os ingleses estão às portas do campo de extermínio de Bergen-Belsen. Os nazistas cometem seus últimos crimes na tentativa de calarem as vítimas do Holocausto. Yankclev Schmid, um jovem prisioneiro judeu, consegue escapar da morte. O retorno para casa se mostra penoso, o país está destruído, e Yankclev tenta manter seu segredo, sua segurança, sua sanidade. Porém, onde quer que esteja, os fantasmas nazistas voltarão a persegui-lo. Décadas mais tarde, no Brasil, ele e um jovem médico veem suas assombrações se juntarem, em uma trama que envolve identidades falsas, perseguições e sombras da ditadura. Compre na Amazon
13. Jantar secreto (Raphael Montes)
Um grupo de jovens deixa uma pequena cidade no Paraná para viver no Rio de Janeiro. Eles alugam um apartamento em Copacabana e fazem o possível para pagar a faculdade e manter vivos seus sonhos de sucesso na capital fluminense. Mas o dinheiro está curto e o aluguel está vencido. Para sair do buraco e manter o apartamento, os amigos adotam uma estratégia heterodoxa e se envolvem em uma espiral de crimes. Compre na Amazon
Leia a resenha:
Dias Perfeitos (Raphael Montes)
Livros nacionais de terror: HQs
14. Cantigas no escuro  (várias autoras)
Cantigas no Escuro é uma coletânea que reúne seis autoras brasileiras de literatura young adult fazendo uma releitura de cantigas de infância. Ambientada nos tempos atuais, as origens sombrias e fantásticas dos contos de fada são relembradas em contos recheados com as figuras que ambientam o imaginário popular. Organizada e editada por Laura Pohl, a coletânea reúne as vozes únicas de Iris Figueiredo (Confissões On-Line e Céu sem Estrelas), Emily de Moura, Solaine Chioro (A Rosa de Isabela), Jana Bianchi (Lobo de Rua) e Gabriela Martins. Compre na Amazon
15. Dora (Bianca Pinheiro)
A primeira tiragem do quadrinho chamou atenção da crítica especializada. O jornalista Marcelo Naranjo escreveu: “Se os quadrinhos de terror são tradição longíqua da HQ nacional, impressiona uma estreia no gênero no qual se fuja dos principais clichês, atingindo em cheio o que deveria ser o mote de qualquer obra que se dispõe a entreter: contar uma boa história. Parece fácil? Não é”. O trabalho de Bianca Pinheiro em Dora também impressiona pelo contraste com seus títulos mais famosos. É uma proposta antagônica aos ares infantis da série Bear (Nemo) e do mais recente volume da coleção Graphic MSP, Mônica: Força (Panini). O tom sombrio do quadrinho relançado pela Mino tem diálogo explícito com o clássico Carrie, a Estranha do escritor Stephen King. Compre na Amazon
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blogdojuanesteves · 3 years
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REPÚBLICA DAS BANANAS > SHINJI NAGABE
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República das Bananas (Ipsispub, 2021) do paranaense Shinji Nagabe, fotógrafo radicado em Madri, Espanha, espelha  uma alegoria, que apesar de antiga, traduz um sentimento mais que contemporâneo da decadência da civilização latino-americana,  em especial a brasileira, que já viveu sob os golpes de duas ditaduras, cujas tragédias não parecem ser o suficiente para um certo número de políticos e de pessoas.
 Frase de valor pejorativo, República das Bananas, cunhada no final do século XIX, é atribuída ao escritor americano O.Henry (William Sydney Porter, 1862-1910 ) em seu livro Cabbages and Kings (McClure, Philips,1904) para descrever a exploração das corporações americanas em um país fictício, inspirado naqueles da América Latina. Igualmente levanta a ideia de uma sociedade com uma grande discrepância social, geralmente com uma classe trabalhadora pobre e uma plutocracia da classe dominante.
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Mais de um século depois,  Nagabe resgata e ressiginifica esta ideia, confrontando os dias atuais. É uma espécie de desilusão, um desencanto político e social, como escreve o também fotógrafo paulista Fernando Abreu, autor do ótimo APROX  50.300.000 (Vibrant, 2017) [ veja review aqui em https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/164524232611/aprox-50300000-felipe-abreu ]. Para ele, o "realismo surrealista" do trabalho é baseado na realidade mas é "extrapolado ao mesmo nível de fantasia de tantos discursos recentes."
 Não é de hoje que arte usufrui das alegorias para se manifestar politicamente. Um dos exemplos clássicos no Brasil foi produzido pelo artista paulista Antonio Amaral (1935-2015) com sua série de pinturas de bananas durante o período da segunda ditadura, iniciado com o golpe militar de 1964 e apoiado por parte da sociedade civil, aludindo aos corpos torturados pelo Estado, cujos paralelos apresentam-se visíveis na vida contemporânea. Uma série multifacetada que precedeu outras experiências como a "Banana Grampeada", cartaz criado pelo diretor de cena paulista Rodolfo Vanni, então diretor de arte da agência de publicidade DPZ, em 1989, que apesar das controvérsias foi escolhido como símbolo da 20ª Bienal de São Paulo.
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A arte alegórica, seja ela qual for, na maioria das vezes foi usada para buscar os sentimentos morais ou espirituais profundos, como vida e morte; amor e virtude entre outras coisas, como explica o americano Craig Owens (1950-1990) Editor Senior da revista Art in America, em seu ensaio The Allegorical Impulse: Toward a Theory of the Postmodernism, publicado na revista Spring, nº 12 da The MIT Press, em 1980.  Diz ele que há um imenso poder nela para ilustrar ideias e conceitos complexos de maneira que são facilmente digeríveis e tangíveis para os leitores. Neste caso, nada mais perfeito do que a banana escolhida por Nagabe.
 O autor aplica diferentes utilidades para esta fruta originária do sudeste da Ásia e cultivada praticamente em todas as regiões tropicais do planeta: Uma série de explosivos, amarrados à cintura de um homem-bomba nos lembrando do retorno do Talibã; um pregador cego por uma banana, de gravata estendendo uma Bíblia tendo como título "l' ideal" e o mesmo travestido em uma pobre Carmen Miranda (1909-1955) como "La Caricature". Em duas imagens temos uma prática comum nas ruas da cidade e a expansão do chamado culto neopentecostal, cujos representantes aparecem ora no noticiário político, ora no policial; e o resumo dos ecléticos ídolos associados ao Brasil, como a atriz  luso-brasileira, que fez sucesso aqui e nos Estados Unidos, com seus badulaques frutíferos na cabeça. " Nós temos bananas para dar e vender" diz a marchinha carnavalesca do compositor carioca Braguinha (1905-2006) .
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Dificil também não pensar nas inúmeras alegorias da vida política, transportadas para belas litografias do artista francês Honoré Daumier (1808- 1879). Sua caricatura Gargântua, de 1831, ridicularizando o rei Luís Felipe I (1773-1850), lhe rendeu seis meses de prisão. No Brasil, seu correspondente foi o gaúcho Manoel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879) suas imagens satíricas chegavam a ser vendidas separadamente no Rio de Janeiro.
 O autor prossegue no seu corolário representando militares com bananas na mão, a nos lembrar das ditaduras; como objeto científico sendo examinado e descrito; como sortimento bélico; a fruta em um oratório; embrulhada para presente, uma comemoração e nela gravado "Menina veste Rosa e Menino veste Azul." um hit do besteirol ministerial brasileiro, uma espécie de metadados do desgoverno atual; idéias que nos remetem até mesmo a performances elogiadas pela crítica do The New York Times, como a participação do artista mineiro Paulo Nazareth, na Miami Art Basel, de 2012, com sua obra Mercado de Arte, Mercado de Bananas, uma Kombi antiga com uma tonelada da fruta, vendidas a um dólar cada, uma ação que começou no ano anterior com o artista saindo a pé de Minas Gerais, prosseguindo por cerca de 15 países da América.
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As bananas com fitas adesivas de Nagabe nos levam alguns anos adiante na mesma feira de Miami, em 2019, com a fruta colada na parede, um trabalho do polêmico artista  italiano Maurizio Cattelan adquirido por 120 mil dólares. Por incrível que pareça, a segunda de três edições da mesma obra. Controvérsias por sinal, parecem sempre acompanhar as bananas, como objeto de torcedores racistas atirando a fruta contra jogadores negros de futebol, mostrando o grau que a civilização brasileira se encontra. A narrativa do fotógrafo se entrelaça de forma inconsútil.
  Como resume Felipe Abreu, estão presentes elementos centrais das transformações políticas e sociais recentes como a violência, a religiosidade extremada e uma volta  ao controle de costumes em um marcante retrocesso na garantia das liberdades individuais. O retrato satírico desse universo expõe contradições e conexões com a realidade que tememos viver." 
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Sem dúvida o livro promove esta relação, no entanto também expõe a antiga ideia da chamada "piada pronta", tão anexada ao país e que, muitas vezes tem vida curta, não aderindo à memória mais longeva ainda que  suas  urdiduras sejam mais que compreensíveis levando o leitor a deambular com humor pela publicação em meio a malversação da pandemia.
 República das Bananas é um livro "labiríntico e múltiplo", como bem acentua Abreu. Seus encontros e desencontros "embaralham" os cadernos, um redemoinho constante em que o absurdo toma conta da realidade. A série de retratos com legendas em francês, "Ideal" contraposto à  Caricatura, ao Inapropriado, a Sujidade, a Obscenidade como a mulher de traje discreto espelhando-se seminua e Toxicômano, que abraça uma espécie de Código Penal e na outra imagem seminu, não deixam de ser uma proposta moralista, uma espécie de lead, sustentados pelas imagens de bananeiras e de fachadas de templos de perfil neopentecostal, batista e testemunhas de Jeová - excluídos que estão templos ortodoxos ou católicos - que representam claramente o "ideal" religioso do atual governo.
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É fato que as imagens artísticas trazem muitas vezes ideias profundas sobre aquelas expressas superficialmente. Há séculos que muitos artistas vêm compondo um vasto repertório de códigos compreensíveis apenas para seus contemporâneos. No século VI, escreve a crítica de arte Matilde Battistini no catálogo da mostra Symbols Allegories in Art (The J.Paul Getty Museum, 2005), a arte já era influenciada não somente pelos mitos, mas pela filosofia, tradições herméticas e esotéricas. E, é neste nosso século, desapegado das questões mais profundas e herméticas, que o vasto repertório inserido por Shinji Nagabe em seu República das Bananas, reafirma a sadia ausência de fronteiras, sejam elas intelectuais ou geográficas.
 Imagens © Shinji Nagabe  Texto © Juan Esteves
Ficha técnica básica:
Fotografias: Shinji Nagabe
Editora Ipsispub
Projeto gráfico: Bloco Gráfico
Impressão Gráfica Ipsis
Texto: Felipe Abreu
 * nestes tempos bicudos de pandemia e irresponsabilidade política com a cultura vamos apoiar artistas, pesquisadores, editoras, gráficas e toda nossa cultura. A contribuição deles é essencial para além da nossa existência e conforto doméstico nesta quarentena *
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