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“Volta para o seu país de m*rda.” - O problema ao entorno da migração estudantil.
Oriunda do grego “xenos” (estrangeiro) e “phóbos” (medo), a palavra XENOFOBIA refere-se ao ódio, aversão, medo ou receio em relação a estrangeiros. Tema tão discutido na atualidade, a relação historicamente indissolúvel entre Brasil e Argentina é o mote deste deste artigo.
Antes de discorrer sobre o tema, cabe salientar alguns pontos importantes: a) faz-se, aqui, uma analise hermética sobre a qual eu, escritor, estou inserido- embora a linguagem usada aqui não será voltada à primeira pessoa. b) Embora tenha-se usado um exemplo mais isolado, não é possível generalizar que um país é hostil ou não a brasileiros, e c) o Brasil não está isento deste fenômeno, pelo contrário, estrangeiros em solo brasileiro são alvos de situações como essa.
Assim, como supracitado, esse artigo é uma análise hermética, ou seja, fechada à realidade do emissor. É nítida a presença de xenofobia nas relações sociais através dos processos migratórios. No Brasil, nordestinos são vítimas desse preconceito quando migram sazonalmente às regiões sul e sudeste em busca de trabalho; no exterior, esse fenômeno é ainda mais presente. A xenofobia, irmã do etnocentrismo, é um problema social que permeia as relações (inter)nacionais e fomenta, no caso Brasil x Argentina, o arquétipo de que um entendimento é quase impossível, já que há uma briga histórica entre os dois países, seja no futebol seja em fatores econômicos ou culturais.
Boris Fausto, renomado historiador brasileiro e autor de “Brasil e Argentina: um ensaio da história comparada (1850-2002), diz que a rixa histórica é fruto de uma disputa por liderança regional na América do Sul, desde o século 19. Há outros historiadores, no entanto, que dissertam sobre uma analogia contemporânea na qual a “disputa” entre os dois países representa uma herança dos antigos colonizadores da América do Sul, portugueses e espanhóis.
O cientista político argentino Vicente Palermo, autor de “lá alegria y la pasión: brasileños y argentinos en perspectiva comparada”, narra que esse conflito parte do acontecimento da guerra da Cisplatina (1825-28), atualmente conhecida como Uruguai, que opôs o Brasil à Argentina. Cabe ressaltar, porém, nenhum dos dois países ficou com o território. Para ele, é natural que os argentinos tivessem uma visão superior em relação aos brasileiros, já que a Argentina foi um dos países mais ricos do mundo em PIB per capita, fato que deixou de existir, diga-se, já que a desde a ditadura instalada no país (1976-1983) houve uma sucessão de crises econômicas concomitantes aos problemas brasileiros.
Na atualidade, no entanto, é evidente um fenômeno que ficou conhecido como migração estudantil. Em outro artigo, dissertei sobre a elitização do curso de medicina e seus efeitos, tendo como principal resultado a migração estudantil, que leva milhares de jovens ao país em busca da formação em medicina. Esse fenômeno, junto à situação econômica em que vive a Argentina, é a catarse para a expressão xenofóbica sobre argumentos como “agradeçam, nós lhes oferecemos ensino e saúde grátis”, ou, mais ao extremo, “volte ao seu país de merd*”, além de casos de agressão física.
Há um clichê ao achar que os brasileiros que saem do Brasil para estudar o fazem por proveito financeiro, somente, ou que são exploradores por aproveitarem de uma suposta situação econômica favorável em outro país. Há inúmeros fatores que ilustram as dificuldades dos brasileiros no exterior, que vão muito além da medicina. Estar longe de familiares, as dificuldades na adaptação cultural, dificuldades financeiras por não terem suporte familiar, ansiedade, depressão, entre tantos, são produtos das escolhas desses milhares de jovens.
No caso da depressão, especificamente, há um grande problema que é a falta de acompanhamento com profissionais, que é de suma importância. A faculdade é um fator de pressão junto à vida em outro país, longe de todos os familiares e amigos, e isso, a um jovem, por exemplo, de 18 ou 19 anos, é uma redefinição do status quo pelo qual ele foi modelado. Ao fim, é preciso, em siéntese, combater esse problema, embora as ferramentas nem sempre estejam ao alcance, quebrar tabus é o ponto de partida para catalizador o respeito e a aceitação sem estigmas.
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argumente-se · 10 months
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:A busca pelo pertencimento frente à escolha profissional. Sísifo, na mitologia grega, foi o homem que teve a astúcia de enganar muitos deuses. Antigo rei do que hoje se conhece como corinto, era impávido e inteligente, e ludibriou o próprio Zeus, que o condenou. Como maldição, ele estava fadado a realizar um trabalho exaustivo e sem propósito pelo resto dos seus dias: Teria que rolar uma pedra enorme e pesada montanha acima. A questão é que, próximo ao topo, devido ao cansaço, a pedra rolaria morro abaixo. Sua penitência, então, consistiria em levar a pedra todos os dias morro acima, por toda a eternidade. Esse looping, no entanto, mais tarde, foi bem dissertado pelo escritor Argelino Albert Camus, que, sobre um olhar contemporâneo, fez uma leitura perfeita do mito: A inadequação do homem frente a um mundo sufocante e absurdo. Essa tarefa, sobre a óptica de Camus, é tão cansativa e inútil quanto a busca pelo pertencimento do homem à sociedade, tendo, por vezes, que exercer algo para sobreviver. Esse ponto, conquanto, é interessante para refletir sobre a escolha profissional, por exemplo. Muitos jovens se sentem pressionados a entrar em um profissão ou em uma faculdade cedo, quiçá, para agradar os pais. Faz, não por que gosta ou por que sonhou, mas por que teve que seguir por ali, seja por cobranças seja por faltas de oportunidades. Muitos jovens, claro, pensam em fazer algo pelo retorno financeiro, não por que se sonham com aquilo. E isso é um paradigma que permeia as profissões e cursos marginalizados à sociedade. Isto é, a elitização dos cursos de direito, medicina e engenharia gerou uma pseudo-ideologia de que outros cursos não são bem remunerados ou que, através deles, não se pode prosperar no meio profissional. Um jovem que sonha em fazer teatro, artes plásticas, música, e afins, precisa, antes de tudo, lidar com os estigmas: “pode até se formar, mas o diploma será engavetado” ou algo como “você não pensou em fazer algo que dá dinheiro antes?”. Resultado disto: muitos jovens, frente à pressão- que têm como critério principal escolher uma profissão que dê retornos financeiros, para, eventualmente, depois, fazer o que gosta-, estão fadados a serem profissionais infelizes. Como Sisífo, que não se pertence ao mundo, nem a si. É como viver em um looping eterno de acordar, trabalhar, dormir e acordar outra vez para repetir a rotina. Certa vez, assistindo a uma palestra do professor Leandro Karnal na APL, escutei uma frase que me fez refletir perfeitamente a isso: “escolher é abdicar e abdicar é perder “. Na dinâmica capitalista das sociedades atuais, o critério financeiro é importante, e à medida que se ignora esse propósito e se faz o que gosta, você abdica de oportunidades que o dinheiro lhe proporciona. Abdicar disso pode ser perder muitas coisas, mas certamente não será a sua felicidade.
Até a próxima!
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argumente-se · 1 year
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Há um tempo, não escrevo mais aqui. Desde que mudei de país, muitas coisas aconteceram, no Brasil, e aqui também. Com a correria cotidiana, conteúdos a estudar da faculdade, e mais afazeres de uma pessoa normal- acredito- fica difícil conciliar tudo, e, portanto, acabei me desligando do meu blog pessoal e da minha coluna no Jornal local de SP. Hoje, no instagram, vi uma postagem de uma pessoa que, enquanto estudante de medicina, dizia se manter, entre todos os gastos mensais, como aluguel, alimentação e afins, com, acredite, menos de R$1000. Bem menos. Algo pueril, não pelo valor, mas pelo merchandising vagabundo que algumas assessorias fazem para vender o sonho da medicina no exterior. Seguem algumas reflexões: Ponto 1- ENGANO- É quase um lugar-comum dizer às pessoas no Brasil algo sobre a Argentina e ser retrucado com algo sobre a crise económica e desvalorização cambial. Isso, na cabeça de alguns, num delírio utópico, fazem-nos crer que aqui tudo é mais barato e a vida é um morango. Ponto 2- VENDA DE UM SONHO- Em quatro meses que cheguei, SIM, 4, em particular, vi uma família que estava aqui, a qual gastou cerca de R$ 35 mil reais, indo embora em menos de 3 meses, pela frustração. As pessoas saem do Brasil atraídas por vendedores de sonhos que nutrem os ideais de uma vida perfeita, na qual tudo é barato, a medicina é bela- E DE GRAÇA- e a cidade é ótima para viver. Sem isso, elas estão condenadas a não vender. Ponto 3- RELATIVO- Embora o título seja generalizado, quero, aqui, ser fiel à realidade e ao tema desse relato: É possível viver na Argentina com menos de R$1000,00? Sim, desde que você abdique de algumas coisas, abra mão de um espaço só seu, viva em república, por exemplo, faça suas refeições no restaurante universitário, não tenha um lazer tão amplo, e etc. (Tirando o fato de que há gastos iniciais e imprevistos pelo quais não irei abordar). Isso quer dizer que as pessoas que vivem aqui com esse valor devem ter responsabilidade nas redes sociais. Pois vendem, literal e figuradamente, o sonho de que aqui é tudo fácil e barato, e, portanto, atraente. Isso serve não só a elas, mas à internet no geral, como uma ferramenta de uso consubstancial ao ser humano. Nem tudo que está nela, de fato, é verdade. As pessoas vendem uma imagem, e lucram com a fabulação alheia. Abraço!
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argumente-se · 1 year
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Tempo perdido
A ambição pelos desejos líquidos nos faz perder vivências necessárias, e, há muito tempo, o ''ter'' passou a ser mais importante que ''ser'' sem que percebessemos que a necessidade por coisas efêmeras toma conta, a cada dia que passa, da realidade do ser humano. Se desvencilhar disto é tomar consciência que o valor da vida está em fotografar bons momentos, não com uma câmera, mas na mente.
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argumente-se · 1 year
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Meu nome é Gal
O ponto mais curioso da vida humana é o ponto final. Para alguns, essa pontuação determina apenas o fim; para outros, simboliza o término de um ciclo para a abertura de outro. Pensar em Gal, nesse mundo que a cada dia carence mais de cultura, é pensar em uma pessoa singular, mas plural. Gal é plural. Sua voz é clara e, com ela, nossos pensamentos pairam no tempo e nos fazem buscar lembranças boas de lembrar.
Certa vez, em minha casa na Bahia, aos 16 anos, ouvi Gal pela primeira vez enquanto estava em meu quarto, deitado, em uma tarde de domingo. Sua voz, cristalina, foi capaz, naquele instante, de fazer minha imaginação pairar junto ao vento, sentindo a epifania de uma vida bela que trilharia a diante.
Anos depois, em uma situação parecida, estava deitado, frete à janela, observando uma pequena planta que havia plantado há um bom tempo. Essa planta, antes, resumia-se em um mero galho, seco, do qual foram extraídas raízes para poder plantá-la. Durante esse momento, lembrando que o galho seco fora a mãe de cada plantinha que brotara, ouvia a mesma música, na voz de Gal, que tocava naquela primeira vez e tive a mesma epifania, o mesmo arrepio, o mesmo sentimento de realização. Nessa ocasião, criei a filosofia denominada 'paradoxo da planta'.
Pensei: ''Como um simples galho, cortado e ressecado, foi o responsável pelo nascimento de tantas outras folhas?'', e, refletindo, nasceu 'o paradoxo da planta', uma filosofia da vida que nos dá forças e motivações bastantes para continuar pelo que se foi e pelo que ser-se-á; isto é, somos a continuidade daqueles que foram antes de nós, e a razão da vida está em protocooperar para que esse ciclo seja infinito. Aquele galho, ressecado, que plantei, só gerou outras plantas com muito tempo, muito trabalho, muita luz e água, e talvez nada mais se tenha dele hoje que essa planta, agora grande e verde, cresceu, mas, sem dúvidas, dentro dela habita o resquício do velho e ressecado galho; ele foi o precursor da beleza que existe.
Minha poesia, hoje, é mais clara, mais sentida, e, a cada passo que vejo Gal, assim como Caetano e Bethânia, reflito em minha imagem como pessoa, vejo o que sou, como sou e o porquê de sê-lo. A filosofia 'paradoxo da planta' é fruto de uma epifania, fruto de Gal, fruto do mundo que habita em mim. Ser poeta consiste em criar, deixar marcas, mas também em passar a diante a poesia que nos formou como tal. Gal, para mim, como grande poeta e cantora, é plural por carregar dentro de si outros poetas que a formaram doce e bárbara. Sua morte é o fim de uma poesia e o começo de outras que habitam em mim em forma de gratidão e amor.0
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argumente-se · 2 years
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A Bahia, estação primeira do Brasil- como diz o saudoso baiano Caetano Veloso- é a barriga que gere grandes talentos à cultura nacional. Não só na Bahia, o Nordeste, que carrega o estigma de povo burro, é, na verdade, o alicerce cultural do Brasil, além de ter excelentes resultados educacionais no ENEM e em olimpíadas nacionais. Esses dados contrapõem qualquer adágio requentado de que o povo nordestino é insignificante à cultural nacional: longe disto, as adversidades são superadas por esse povo tão amistoso que paira para além dos obstáculos e faz boa produção cultural desde outrora, vide Luíz Gonzaga, Flávio José, Alceu Valença, Ivete e tantos mais. A xenofobia nos últimos tempos tem tomado proporções significativas, e terminantemente abomináveis, contra o povo nordestino, dado o aparecimento de caricaturas fascistas no Brasil que expandem os ataques a esse povo, motivados pela assistência do Estado de horrores e iniquidades.
O escritor austríaco Stefan Zweig mudou-se ao Brasil em função da perseguição nazista na Europa. Zweig, ao chega aqui, impressionado com o potencial da nova terra, escreveu seu livro Brasil: o país do futuro. Conquanto, oito décadas depois, vê-se que a profecia do austríaco foi meramente ilusória, fato que se confirma principalmente quando se nota os avanços maléficos de algumas temáticas que dividem o Brasil em extremos, e põem em dicotomia o pensamento brasileiro em ‘’nós e eles’’. Essa faceta afeta, dentre inúmeras outras temáticas, diretamente o povo nordestino no fenômeno chamado xenofobia, que se refere à aversão ao outro pelo local de origem e cultura que expressa. Ela está intimamente enraigada no pensamento brasileiro, e muitos entendem que os habitantes dessa região são uma sub raça ou, ainda, um povo miserável sob inúmeros aspectos, inclusive desinformado.
No Brasil contemporâneo, dividir o país em duas cores, em dois espectros ou duas pátrias tem agravado esse cenário, o que é uma lástima, independentemente do estado brasileiro em que se vive. Esse fator é o empecilho para que o elevador social ascenda aos nordestinos, principalmente quando buscam melhores condições durante as migrações sazonais. Cabe lembrar, no entanto, que ninguém deve ser culpado por nascer e determinada região, nem tampouco isso deve gerar um estigma. Esse tipo de violência nem sempre é fácil de ser reconhecido, inclusive se estiver travestido de uma brincadeira ou piada, mas deve-se levar em consideração que a cultura alheia é a manifestação de um povo em seus costumes e crenças, assim é nas mais híbridas manifestações culturais, em cuja mistura está outras formas de manifestação cultural, como no Forró, na finada Bossa Nova, no Piseiro e afins.
Sobre os índices, aponta-se a grandeza dessa região nas boas colocações nos concursos e olimpíadas, como foi o caso da Olimpíada Nacional em História do Brasil, na edição de 2021, em cujas conquistas resultaram a nada menos que 14 medalhas para a Bahia, 17 medalhas para o Pernambuco, 13 medalhas para o Ceará, em contraponto a 15 medalhas para São Paulo e 4 medalhas para o Rio de Janeiro e Minas Gerais. Esses dados ratificam a tese de que o nordestino paira para além das dificuldades e produz milagres de fé com aquilo que se tem, nas zonas mais excêntricas do Brasil, onde não se vê Estado, nem se pode fazer ascender o mito da isonomia, assegurado pela constituição. Assim, urge a necessidade de combater esse mal, não apenas por ser um crime de etnocentrismo contra uma determinada localidade, mas por ser algo imoral ao resumir a riqueza de um povo a valores abjetos, como o analfabetismo e pobreza, principalmente quando ela parte do Estado, que, em tese, deve ser o gestor dos interesses coletivos através de seus representantes. O Brasil está se contaminando com uma onda fascista. Combatê-la não é mais uma obrigação, mas uma necessidade para assegurar a liberdade de expressão e de crença para fazer jus ao artigo 5º da Constituição Federal de 88.
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Hoje, pude ver essas postagens no instagram e tomei a liberdade de dissertar sobre elas nessa primeira publicação que faço aqui. Minhas redes sociais nunca foram um mero instrumento de entretenimento ou diversão, mas uma ferramenta mais que eficaz de me comunicar política e socialmente para com aqueles que me acompanham.
No livro 'retratos do ofício de poeta', disserto sobre os aprendizados que tive durante minha jornada, e começo esse artigo falando sobre mudança. Durante muito tempo, precipuamente durante o período de escolha de faculdade, fui pressisonado a escolher uma profissão que desse dinheiro, não diria pela família propriamente dita, mas pela sociedade coetânea, que é marcada pelas relações em que o ter é sobreposto ao ser. Isto é, somos bombardeados, em uma sociedade de relações líquidas , pela conjectura de que sinônimo de realização é ter. Longe disso, e talvez só tenha tido o tino disto neste momento, a maior realização, hoje, para mim, não é ter, mas ser; realizar o que se realiza, no tempo que se pode, determina a bravura daquele que tem coragem de mudar, de ir além da zona de conforto sem querer provar nada a ninguém.
A postagem acima inspirou-me a escrever esta análise para colocar-nos uma reflexão quanto a isso. É evidente que a questão do acesso ao ensino superior no Brasil é um tema demasiado árduo para se discutir, conquanto, caro leitor, reflitamos especificamente sobre o acesso ao curso de medicina no Brasil. Embora haja políticas de ingresso às universidades que visem a inclusão, o acesso ao curso de medicina no Brasil é restrito, vide a complexidade do vestibular, por exmplo, e isso é a determinação majoritária à evasão aos países circunvizinhos que ofereçam o curso em um formato mais acessível ao aluno, inclusive por questões financeiras.
Não obstante, que fique ostensivo, isso não determina, em qualquer hipótese, falta de capacidade ou grau de comprometimento estudantil no ingresso à universidade, ou seja, o adágio de que aquele que vai ao exterior- toma-se como exterior os países da américa do sul, pois esse estigma não se aplica a estudantes que vão à Europa- para estudar recorre a este meio por não ter tido a ''capacidade'' de ingressar no Brasil é minimamente pueril e cainho.
Minha análise, leitor, não se dá em querer discutir os motivos pelos quais um estudante decide ir à Argentina, Colômbia e afins, para ingressar no curso de medicina, mas sim fazer uma reflexão sobre a valorização pela capacidade de mudança, isto é, não é sobre o motivo pelo que se faz, e sim o simples fato de fazer. Apenas fazer, sem levar em consideração uma necessidade de mensurar o tamanho do produto obtido, determina, além de um ato de bravura e coragem, que o grau do comprometimento é o determinante do sucesso.
Finalizo essa análise, leitor, parafraseando Gilberto Gil em 'Dom de iludir': "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Quero dizer, se aquilo que o outro faz lhe parece tão fácil, você meramente minimiza o esforço e dedicação daquele que está em busca do seu sonho. Isso só irá de fato mudar quando a necessidade de se realizar, independentemente dos meios com os quais você jogou, for mais importante do que a necessidade de provar algo a alguém. Aquele que vai além do que lhe é oferecido, mesmo com as adversidades, é, além de um visionário, um compositor do seu próprio destino; não importa onde, nem como, apenas importa o que se fez em prol dos seus objetivos.
Muito obrigado!
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Retratos do ofício de poeta é um livro de poesias feitas a pessoas marcantes ao meu trajeto. O livro reúne cartas abertas, relatos sobre pessoas e momentos e muito amor e afeto envolvido.
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