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#comunicação não violenta natureza humana
edsonjnovaes · 2 months
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DESENVOLVENDO UM OLHAR EMPÁTICO E INCLUSIVO
Ver o mundo através da perspectiva do outro. Colocar-se no lugar do outro. Conexão. Entendimento. Aceitação. Consideração. Acolhimento. Muitos são os aspectos que permeiam o conceito de empatia, essa habilidade psicológica que é fundamental para a promoção da inclusão em nossa sociedade, nem sempre é uma tarefa fácil. Mas, afinal, como utilizá-la para desenvolver um olhar empático e inclusivo?…
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vainasombra · 3 years
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ENTÃO VÁ, NA SOMBRA, PARA ONDE NASCEM OS SONHOS E O TEMPO NÃO É PLANEJADO… Ele costumava se chamar SOMBRA, do conto PETER PAN, e antes da névoa da maldição arrastá-lo até Storybrooke, ele estava no ACAMPAMENTO DE PAN, lá na NEVERLAND. Aqui na cidade você talvez o encontre se procurar por um tal de NICOLAS HUMMER que é ESTUDANTE DE CINEMA E AUDIOVISUAL.
O PERSONAGEM ESTÁ ACORDADO?
Sim.
Foi no Plano Abstrato¹ que ficou sabendo do tal plano que viria a criar Storybrooke. Ela até pensou em fazer algo sobre, porque, afinal, gostava de ser como o Rei de seu mundinho e das aventuras que só Neverland oferecia, mas, veja bem, havia três coisas na vida que sempre quis muito: liberdade, acabar com o Peter Pan e ser o Peter Pan.
Com Storybrooke, poderia conseguir o primeiro passo para o tão forte desejo de tomar o lugar de Peter Pan ou, pelo menos, ser independente do mesmo: ter um corpo físico. E porque lembra de tudo, a Sombra de Peter Pan ainda continua com seus objetivos e jeitinhos travessos… Só que agora, ela pode ser mais livre e violenta do que antes.
¹ Mais em Informações Adicionais da Backstory
HEADCANONS:
Então, ele finalmente tinha o corpo; um de aparência feita para cativar e encantar que nem o próprio Peter Pan (o original de Neverland, sabe?) A força maior e do mal só tinha esquecido de uma coisinha… A voz. Dava para ser mais burra? Todo mundo sabe que sombras não falam! Como poderia tal Oh! Grande Força do Mal Supremo esquecer dessa parte? Difícil ser um Peter Pan sem fala.
Nicolas, mais conhecido como Nico, nasceu um garotinho sereno, sem um pingo de choro (audível). E aí, só para compensar não poder gritar pela mãe cinco vezes no mesmo minuto – como qualquer criança –, ele fez todo mundo engolir sua fase conscientemente chata-chatona e irritante, porque não dava para descontar na maldição sua raiva. Com o tempo, no entanto, aprendeu a manejar isso melhor, afinal, sabia que poderia ter magia ao seu lado. Ainda havia chances de poder falar; conseguiria de qualquer forma.
De todo jeito, sua vida era boa demais mesmo com os desafios da comunicação com aqueles que saiam de seu ciclo mais próximo, uma vez que estes manejavam a linguagem de sinal. Filhinho de papai, tinha todo dinheiro e carinho do mundo… Quer dizer, este segundo eram das governantas, babás e coleguinhas, porque os pais eram daqueles que pouco paravam em casa. Mas ei, não é como se pais fizessem falta ou diferença, então, no hard feeling. Não para a Sombra. Por isso, no fim do dia, era mesmo um filho perfeito; digno de ter a bunda lambida e o pano passado, mesmo com as crueldades que passavam o limite se tratando de uma criança.
Você acha que na adolescência as coisas pioraram? Sim! Se bem que Nico, na verdade, nunca realmente cresceu, né? Porque apesar do meio influenciar, o tornando alguém com muito mais facetas e encantos, ele ainda tinha a natureza – e ela era tudo o que viveu em Neverland. É, portanto, mesmo que já atingido os dezenove anos, um grande meninão. Um egoísta, mandão, mas também uma companhia audaciosa e divertida de se ter por perto (se o que você gosta são aventuras sem escrúpulos e inconsequentes). Sobre as novas facetas, são elas as de dissimulado e vingativo. Nessa nova vidinha, desenvolveu também a habilidade para jogos e não só os de tabuleiros, se é que me entende – cria uns e outros com peças humanas e vidas alheias como plot. Quer saber a ironia nisso tudo? É capaz de arruinar ou tirar vidas se ganhar um ‘não’, mas ainda acha que beijar continua sendo um treco muito esquisito e que filhos só acontecem quando duas pessoas se amam muito, sem muitos detalhes e de preferência após o casamento – Nico só passou em biologia, porque pagaram para esconder suas notas e faltas.
No meio disso tudo, é importante deixar uma coisa muito clara: ele é um menino de Deus, aquele que é pai do tal Jesus Cristo. Isso mesmo. É que seus pais são os típicos bilionários que tiram uma quantia nadinha (para eles, porque era muitão para qualquer alma comum) para doar à igreja do pastor que abençoa a família todo domingo à noite, pois são uma família afortunada por Deus e pipipi-popopo. Aos quatorze anos, Nico passou a ser responsável pela prece antes do jantar – e se quer saber, ele não se importa, não. Até leva para fora de casa. Daí veio dois lados de uma mesma moeda:
Nico, o que todos da igreja conhecem e queriam que seus filhos fossem como ou que suas filhas se casassem com;
Nico, o que quer ser como Deus – e quem, obviamente, ninguém conhece ainda.
Com toda historinha de ser um meninão cheio das vontades e criatividade, de adorar criar uns jogos e querer ser Deus, não seria de surpreender que terminasse na faculdade de Cinema e Audiovisual. Ser um roteirista e diretor soa muito com como poderia viver a vida, e de quebra pode aprender uns truques e outros para mandar ver nos efeitos especiais. Se ele é bom nos estudos? Não precisa ser quando se tem quem faz por ele, mas até que parece ter dom para umas matérias e outras. Além disso, convenhamos: não é como se precisasse de diploma, porque nesta vida, para este mundo, ele tem a maior das liberdades: o dinheiro.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS DA BACKSTORY:
Em Neverland, se não há sombra, as respostas são simples e não tem nada a ver com luz (ou ausência parcial dela): elas estão perambulando por aí, talvez só tirando um cochilo ou se reunindo no Plano Abstrato - que é isso aí mesmo; diferente do nosso, um plano… abstrato. Nem vou tentar explicar como funciona o lugar. De toda forma, é sabido que mesmo por lá as coisas não são jogadas ao léu, não; não é terra de ninguém, não, e está longe de ser um lugar seguro, sim. É que onde há um monte de sombras, há também o lado mais obscuro daquilo ou daquele que a projetou, então reze para que a sua só esteja tirando um cochilo mesmo.
Que a Sombra de Peter Pan surgiu pela primeira vez em Neverland é um tanto óbvio, não é? Porque é claro que fora daquele reino, o garotinho tinha uma projeção sem vida e sem gracinha que nem a maioria das pessoas. Foi só sob o sol, terras e paredes de Neverland, e com o poder que só o menino tinha, que a projeção deixou de ser só uma projeção dependente de luz - nasceu e cresceu, sendo regada a cada nova aventura de seu corpo físico. Ela cresceu e cresceu, tornando-se cada vez mais independente em consciência, durante quatro anos de peripécias de Peter e, principalmente, com cada pedacinho de perversão na cerne dele. A Sombra de Peter Pan tornou-se quase tão poderosa quanto seu corpo físico, então, se este era mágico suficiente para criar e manter todo um mundo, sua sombra seria capaz de criar seu próprio mundo também, embora ainda inferior – o Plano Abstrato, lembra?
O OBJETO TOKEN:
A agulha de Wendy.
Sim, Peter Pan e sua sombra tinham muitos momentos de sintonia, mas Peter era tão mandão quanto a própria Sombra, e pior: aparentava ter limites ou coisa assim. Quero dizer, Peter Pan ainda tinha bondade, o que fazia difícil o trabalho de influencer da Sombra. E nem para ele dar um tempo para ela, sabe? Não! Peter Pan parecia não gostar de ficar sem ela – e isso era irritante. (Acha que não? Experimenta viver presa a alguém!). Só que desse jeito a Sombra viveu por muito tempo e dava para se virar – o fim da picada foi quando a maldita e intrometida da Wendy pegou aquela agulha douradinha toda bonitinha e se meteu a costura-la.
Rá! Ela, a própria Sombra de Peter Pan, sendo costurada. Cos-tu-ra-da. O auge da submissão – que nunca esqueceria. Você tem noção do quanto demorou para que conseguisse se descosturar? Muitos anos e muita, muita sorte:  espinhos que cortaram a linha que segurava tudo. Quais eram as chances disso acontecer? Isso mesmo: nenhuma! Zero! Só sorte mesmo. Pois veja bem e olhe que absurdo: se não fosse os espinhos, até hoje em Storybrooke poderia estar grudada em Peter Pan.
Mas tudo bem, deixe estar… Pois agora finalmente tem um corpo físico, e costurados serão os dedos e a boca daquela menina!
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rafaelvieiragomes · 5 years
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                         Manifesto antiescravagista:
      a “lógica” do absurdo e a “psicopatia social” do Brasil
 Aplicando a lógica básica à realidade brasileira, temos:
 Se, num país onde depois de mais de 300 anos de escravidão,
75% dos presos são negros;
70% dos moradores de favelas são negros;
75% dos mortos violentamente são negros;
80% dos mais pobres são negros;
E os (que são considerados) brancos ganham, em média, 70% a mais que os (considerados) negros;
ou os negros são realmente “inferiores”, como diziam seus escravizadores, ou existe uma perpetuação da estrutura e do processo social da escravização vigente e atuante até hoje. Dizendo em outras palavras, diante desses dados, ou o negro é “culpado” por sua própria desgraça, dando aval ao que diziam seus algozes; ou existe uma estrutura social no Brasil muito cruel de, – como afirmou Darci Ribeiro –, “moer gente”; tal como uma “máquina de moer carne” que foi criada e adaptada para moer negro no Brasil.
A primeira hipótese foi completamente desmentida e derrubada no século XX pela constatação da Ciência (Biologia, Antropologia, Arqueologia, Paleontologia, Genética etc.). Só existe atualmente uma única raça humana no planeta. Não existem raças e nem diferenças biológicas relevantes além do fenótipo, ou seja, além da aparência. Mas o racismo consegue facilmente se esquivar das comprovações biológicas. Ele migra para o mais profundo fundamento de seu ódio social e coletivo: a cultura. Uma cultura inferior gera o “atraso” social do negro, é o que se acredita de forma ampla, mas velada no Brasil; sobretudo, com a influência dos interesses das religiões totalitárias, intolerantes, impositivas e persecutórias e da estrutura política colonizadora do poder estabelecido. Ambas, afinal, intimamente relacionadas, desde a origem de nosso passado colonial, quando se justificou a escravidão na Bíblia, contrariando e sendo absurdamente contraditório com relação aos preceitos mais básicos dos evangelhos e do próprio Cristo.
Além dessa contradição fundamental de nosso cristianismo intolerante, mercenário, violento e racista, o preconceito é sustentado por outras contradições ilógicas e absurdas. Afinal, não é o “tempero” da cultura afrobrasileira que dá um sabor diferenciado e muito ritmo à nossa cultura? Não são esses ritmos e temperos, nos gestos, no sorriso, no jeito, no toque, no afeto, que mais nos tornam brasileiros? Não é justamente a influência afro parte fundamental da nossa constituição mais profunda, mais íntima, marcante, bela, criativa, autêntica, alegre, despojada, resistente? De modo que a Antropologia e os estudos de cultura brasileira – amplamente reconhecidos internacionalmente – também desmentem radicalmente esse preconceito.
E nesse sentido, é o próprio Darci Ribeiro quem prova a verdade da segunda tese. Qual? A sua própria, confirmada por muitos outros estudiosos de diversas áreas, a saber: a tese da “máquina social de moer gente”, instalada historicamente no Brasil. Só quem desconhece a obra O povo brasileiro de Darci Ribeiro, por exemplo, pode desvalorizar a importância da experiência histórica brasileira e o imenso potencial presente em nossa miscigenação cultural. Ou melhor: só quem desconhece as diversas expressões autênticas da nossa própria cultura e história, (na Literatura, na Música, no Cinema, Teatro, na Dança, etc.) pode desvalorizá-las e pretender dizer (ou pensar) que a cultura afrobrasileira é “pobre” e “inferior”. Em muitos aspectos ela é claramente muito mais rica e mais interessante: na sua relação com o corpo, por exemplo, com a terra, com a Natureza, com a arte, com as emoções, com os “outros” e com a vida. Mas, infelizmente, tem gente que só valoriza o que tem relação com os “bens” quantificáveis do dinheiro e dos índices econômicos, de acordo com seus preconceitos etnocêntricos, morais e individualistas. E é essa afronta, de outras riquezas, alegrias e saberes, que parece – no fundo – alimentar esse preconceito. Mas, se ele não tem lógica e nem fundamento científico; social e historicamente, ele serve a quê? Quais são os propósitos que ele sustenta, oculta, favorece e dissimula?
Ele serve, principalmente, para ocultar o fato de que não houve nenhuma mudança estrutural e nenhuma ação afirmativa da sociedade, não só para reparar os crimes que foram cometidos ao longo de mais de 300 anos passados, mas nem sequer houve nenhuma mudança na estrutura social, político-econômica e cultural para que esse crime institucionalizado contra a humanidade fosse realmente parado, curado e interrompido. Esse crime foi muitas vezes maior do que o dos nazistas, não só por uma questão de tempo, mas também pela prática e pelo uso de requintes de crueldade mais violentos e disseminados. E depois de uma desumanização de séculos, os “ex-escravos” foram simplesmente despejados e jogados “na rua” sem nenhum direito, ajuda, apoio e garantia. Milhões de pessoas foram jogadas “fora” sem dinheiro, sem terra, sem moradia, sem direito à saúde, sem educação, sem nenhum serviço social, sem dignidade, e sem saneamento básico (esse fato lembra a origem das favelas? Pois é, os negros no Brasil conhecem a política do “Estado Mínimo” pelo menos desde a abolição). Isso depois de trabalhar durante séculos de sol a sol debaixo do chicote, preso em correntes, sob tortura, sob a mais cruel humilhação e violência, morando em senzalas e sendo levados frequentemente para o tronco; ou vendo os seus entes queridos serem torturados. Isso não te revolta?
Se não te revolta, talvez você faça parte daqueles afetados por um tipo peculiar de sociopatia, – criada provavelmente pela própria desumanização e alienação históricas na relação entre escravo e senhor, no caso brasileiro –, que amortece e até elimina socialmente a nossa capacidade de sentir emoções e a de sentir empatia pelo “outro”. Tal como o psicopata indivíduo, que não tem e não conhece sentimentos, parece existir uma “psicopatia social”, causada, certamente, pelo próprio processo histórico de “desumanização” que se dissemina pela cultura. Semelhante ao psicopata indivíduo, a “psicopatia social” manipula o senso comum, a política e os meios de comunicação para difundir ódio, medo, preconceito, separação, ausência de afeto, e para manter seu poder e seu domínio; produzindo movimentos de massa destrutivos, cegos, violentos e monstruosos que, por sua vez, vão perpetuar o processo de desumanização, de alienação e da retroalimentação da mesma psicopatia, em um movimento cíclico e crescente que, por sua vez, favorece e mantêm intocados os privilégios da mesma estrutura hierárquica de poder.
Nesse sentido, é preciso reconhecer, usando a boa lógica, que afirmar uma política de meritocracia no Brasil e, consequentemente, de oposição às políticas sociais afirmativas (como as cotas e políticas de distribuição de renda, por exemplo), na essência, é racismo dissimulado. Porque, diante dos dados acima, e se cada um conquista e alcança socialmente o que merece, de acordo com sua vontade e seu esforço (como afirma essa “doutrina” neoliberal), a “culpa” pela condição do negro no Brasil é do próprio negro. Essa é uma excelente maneira aparentemente “racional” de permanecer do lado dos escravagistas, ou seja, de continuar afirmando e colocando a culpa da escravidão e de suas consequências nefastas no próprio negro. Foi assim que se justificou a escravidão desde o início: o negro (e a sua cultura) é inferior; e, portanto, merece e necessita do processo “civilizatório” da escravidão. Afirmação que por si só é absurda, já que a mais profunda ausência de humanidade e de civilidade não podem ser “civilizatórias”. Como argumenta Gilberto Freire, o processo colonizador e escravagista do Brasil está mais para uma ação de “sifilização” do que para qualquer projeto civilizatório.
E essa é a mais grave “patologia” de nossa sociedade brasileira. Somos “doentes” porque temos ainda sangue negro e indígena não só nas veias, mas também nas mãos. A nossa doença está na mais cruel insensibilidade diante desse absurdo: diante do genocídio e exploração contínua de pessoas, etnias e culturas que constituem parte fundamental de nós mesmos. E não só não lavamos ainda as mãos, mas continuamos maculando o nosso solo e vertendo sangue nativo e sangue negro; continuamos vivendo sob o estigma da exploração, da violência, do racismo, do ódio e do preconceito. Continuamos associando as culturas e as religiões afrobrasileiras ao atraso, ao pecado, ao feio, ao inferior e ao demoníaco; continuamos considerando que existe uma inferioridade natural e cultural nos povos nativos e nos afrodescendentes; continuamos culpando os pobres e os negros pela violência e pela miséria do Brasil, conclamando mais armas, mais prisões e intervenções militares nas periferias; continuamos eurocêntricos, tanto quanto nos séculos anteriores à abolição; continuamos marginalizando as favelas e as periferias com descaso, roubo, intimidação e exploração e com um “estado mínimo” que não oferece nenhuma qualidade, deixando os mais pobres nas mãos de organizações religiosas que enriquecem a suas custas e nas mãos das milícias.
E, por incrível que pareça, continuamos justificando da mesma forma a situação análoga à escravidão dos negros até hoje, e, portanto, perpetuando a mesma estrutura vertical, exploratória, discriminatória, extremamente desigual e violenta. Basta reparar no discurso de nosso digníssimo e memorável presidente (eleito em 2018) em sua campanha eleitoral, ao indicar que eram os negros que “queriam” ser escravizados: “os portugueses nem pisavam na África (...) que os próprios negros é que entregavam os escravos”. Isto é, os países africanos ex-colônias de Portugal, que tiveram que lutar por sua independência e libertação, como Angola e Moçambique, por exemplo, que falam português até hoje, assim o fazem simplesmente porque quiseram imitar e ser colonizados e escravizados pelos portugueses.
Esse é um tipo de discurso e de postura que desconsidera completamente a História, a Ciência, o estudo, a Cultura, o conhecimento. E não é por acaso que essa política está jogando a Ciência no lixo, não só as Ciências Humanas e Sociais, como demonstrou a princípio, mas toda a Ciência. É uma decisão coerente e bastante lógica. Desprezando os dados científicos que mostram o aumento do desmatamento, causado por seus apoiadores latifundiários (ligados diretamente ao histórico processo escravocrata do Brasil), por exemplo, e dando voz, vantagens e autoridade a terraplanistas, milicianos, militares ligados à ditadura, latifundiários, grileiros e mineradores, pregadores religiosos homofóbicos, racistas e sexistas, com práticas religiosas e métodos de “arrecadação” bastante duvidosos (para não dizer criminosos).
O que o poder da estrutura sociopolítica de “moer gente” – e que tem amparo nesse discurso religioso – melhor pode fazer para perpetuar seu status e seus privilégios? Ora, calar a Ciência, calar os tambores, calar a Cultura, calar o conhecimento, calar e difamar os estudiosos e os professores, e todos que possam contribuir com o desvelamento da farsa criminosa de nossa estrutura social e com a sua possível mudança. Não foi isso que fez a ditadura? E esse governo não está confessadamente desse lado da História? Defendendo ditadores e torturadores do mundo inteiro: de Pinochet, Ustra, AI5, Hitler, a Mohammed bin Salman; além de estar politicamente aliado aos maiores responsáveis não só pelo totalitarismo religioso do fenômeno neopentecostal do Brasil, mas à política imperialista, preconceituosa, conservadora, antiecológica, neoliberal (meritocrata) e agressiva do fenômeno Trump.
A estratégia – desde antes da ditadura de 64 – é chamar de “comunismo” tudo o que contesta a estrutura vigente, palavra que no Brasil tem uma conotação relacionada aos tabus morais, religiosas e sexuais dessa cultura etnocêntrica, patriarcal, racista e moralista que nos explora e “colonializa”. Qualquer crítica, questionamento e reflexão sobre essa “máquina de moer gente” é demonizada e associada ao banditismo, à violência, ao preconceito religioso, ao ódio aos pobres e à imoralidade sexual, inviabilizando o debate e transformando essa reflexão em tabu social que gera asco, medo, fúria e pânico. Contudo, é importante esclarecer: essa luta não é marxista no sentido ortodoxo e tradicional do termo, nem no sentido soviético, chinês e cubano; essa é uma forma de encobrir e dissimular o que realmente ela é. Esse movimento por justiça social no Brasil seria mais bem identificado como “antiescravagista”, “antirracista”, “anti-ódio”, “anti-ignorância”, “antisseparatista” e anti essa “psicopatia social” que já produz tantos transtornos políticos e psicológicos. Trata-se de um movimento pela “cura”, pela “consciência” histórica e social e pela “humanização” de nossa sociedade.
Mas diante da atual conjuntura, o que fazer? Mais do que nunca: valorizar a nossa cultura, a arte, a música, a dança, o pensamento, a Ciência, o conhecimento, a negritude, os tambores, a diversidade, a leitura, o diálogo, a reflexão, a Natureza, o afeto. Essa é a resistência mais coerente não só com os verdadeiros ensinamentos e valores cristãos (que não tem nenhuma relação com esse totalitarismo mercenário, que dissemina ódio e preconceito), mas com os valores e a força de todas as culturas tradicionais dos negros e dos índios que foram (e continuam sendo) massacrados, roubados, escravizados, “moídos”, mortos, condenados, perseguidos, assassinados e explorados no Brasil. Essa resistência e essa consciência precisam ser disseminadas ao vento com energia e devoção; até que a queda dessa farsa, a justiça, a luta e a verdade desmascarem essa “máquina” oculta atrás de nossas estruturas socioculturais, políticas e psíquicas.
Somos herdeiros do processo de escravização. Resta-nos escolher de que “lado” da História realmente estamos. Não se trata de ficar do lado de uns e contra os “outros”, simplesmente. Isso só gera mais violência, ódio e separação. Mas ficar do lado da Ciência, da Cultura, da História, do Pensamento, da Vida, da Natureza e da Consciência, pela cura e redenção de todos. Quem está escolhendo ficar do lado dos escravocratas, dos farsantes, ignorantes, mercenários, devastadores, aproveitadores e torturadores terá que se entender consigo mesmo, com a sociedade, com a Justiça e com a História. Viva a luta, a força e a consciência de Marielle Franco, de Zumbi dos Palmares, de Tereza de Benguela e de Darci Ribeiro!
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laautopsia · 5 years
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Você vai aprender a oscilar para sempre
ENTREVISTADOR: Você falou sobre uma prática sexual que englobava a consciência, como uma mera interpretação da não-existência universal das coisas, mas projetada em um efeito visual transparente e brilhante como néon fervente; e de uma veracidade espiritual superior ao que os reconhecidos mentores do cinema pornográfico conseguiram desvendar de seus filmes. Em relação a isso, você foi clarividente e colocou em um plano mais elevado o que descansava na escuridão das luzes artificiais. O homem-macaco pré-histórico não fez senão projetar confusão no tempo das almas, o tempo que elas têm para queimar neste mundo de dor e ausência, justamente neste momento que se extingue como uma porra enquanto o vento sacode nosso cabelo sedoso. .
ANIBAL: Isso é verdade, eu sempre concebi a ilusão infeliz e imprudente de que as fantasias devem permanecer ligadas a um certo critério violento e possessivo da realidade, e devem continuar assim até o final da coisa ... Olha, um dia eu estava entediado com esse absurdo que desorientava para o telespectador, fazendo-o acreditar que não havia consequências nos atos, que as emoções eram algo parecido com sentar-se para assistir uma telenovela de um lugar privilegiado. Isso fez minha barriga doer muito e eu não aguentei. Então um dia eu escorreguei minha navalha e fui passear, andar pela vizinhança, com uma camisa de cores muito chiques e fazendo um barulho ... As pessoas estavam do lado para me ver se mexendo como uma pantera, elas mudaram e chamaram a polícia de eufórica ... POLÍCIA! POLÍCIA! Aqui você tem o policial filho da puta, eu disse, e fiz um buraco. Tudo o que eu filmei em vídeo, e esse foi meu primeiro filme Para mim, foi como vomitar por dentro, senti-me afogado de mim mesmo e da minha própria tristeza. Mas aí você entende a loucura com a qual a consciência humana foi moldada. Alguém destruiu a consciência humana para sempre, ou pelo menos destruiu os parcos parâmetros de sobrevivência. Não é suficiente encontrar esse filho da puta e chicoteá-lo pelas costas até ele confessar tudo. Por quê? Por quê? . Mas eu não vou achar nem você que você é um idiota. Possivelmente ninguém jamais o encontrará ... porque ele já está morando em nós. De qualquer maneira, serve como inspiração, serve como um gatilho, como uma vitamina ... Eu faço esboços que fluem através das profundezas do meu espírito e canto muitas canções, ¡tudo isso serve como uma energia magnética!, torna difícil para mim pensar que alguém quer me foder assim ...
ENTREVISTADOR: Você sempre disse que nos temos que ser lapidários com esses filhos da puta, aqueles que se apropriam de nossas consciências, que constroem antenas em todas as freqüências do reino de Deus ... O bom é que somos dotados de uma violência legítima, como a natureza, e um dia podemos modificar a biologia das almas porque pertencemos ao seio da natureza, e as leis da natureza são as leis do nosso próprio universo interior. Não é assim?
ANIBAL:  Sim, é assim que eu chamo a música da vida. Não é algo que possa ser ouvido, é uma comunicação entre os surdos. É uma construção interior, uma visão pessoal de todo o panorama exterior, e isso produz um ruído, uma melodia, que é o preciso pensamento frio e nu. É demais pretensioso aludir à paz quando o homem planejou uma operação selvagem e extremamente violenta. Desmatamento, mais-valia, açougue, poluição, degelo, polícia ... a poluição do mar e da terra, o céu e o espaço! Aprendi esta lição do começo ao fim, viajei pelas estradas e agora tenho a verdade.
ENTREVISTADOR:  Quanto a isso, em seu filme "O homem no beco", você elaborou uma reflexão sobre os atos das pessoas, fazendo uso de um vocabulário sujo e extravagante, e com imagens profundamente obscenas transformaram os santos em assassinos monstruosos: primeiro, uma cidade de policiais que veneram o amor é a coisa mais superficial que tem sido criado, vê-los como pregadores é muito engraçado ... então a família com os dogmas da inquisição, a oligarquia, sempre apresentada em cores vivas que contrastam com o resto das coisas, é muito educativa.
ANIBAL: é um filme com um argumento baseado principalmente em visões criativas e reflexões especulativas sobre a banalidade, uma maneira de mostrar que tudo que é censurado e desprezado se originou de um controle seletivo que nos divide compulsivamente, e você está fodido até o osso, se você tentou parar este caminhão sem freios. Bem, eu fiz isso com algumas imagens pornográficas e a soma de todo o lixo me rendeu o reconhecimento dos jornalistas. Lá percebi que tinha falhado, que a mensagem tinha sido distorcida e mutilada, que o contra-efeito da mensagem deveria ser paralisante e provocativo, mas em vez disso foi manipulado em uma formulação didática e construtiva. Isso realmente não me afeta, mas me força a repensar o formato do próximo plano. Para fazer uma abordagem mais sofisticada, preciso entender como o jornalismo participa do desenvolvimento da arte, e isso me entedia.
O poema diz: Toda vez que você cospes uma palavra da sua voz ... Seja tão forte quanto você já viu; porque as palavras vão te arrastar ... Eles vão arrastar seu nome, sua alma, sua saliva será derramada em cada palavra ... Não importa o quão difícil tenha sido seu trabalho para tirá-los: ninguém contempla dor, ansiedade ou tristeza ... Todos irão procurar suas palavras: e com suas próprias palavras, se puderem, eles vão atirar em você no meio do coração.
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uilsonmenezes · 4 years
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Olá!!!!😃 No colapso ambiental que estamos vivendo, precisamos de uma mudança radical no comportamento. A ação humana está levando os recursos naturais do planeta terra ao seu limite. Cientistas mostram o destino preocupante que o ser humano está impondo ao seu próprio planeta. O aquecimento global, a extinção das espécies, a redução da biodiversidade, a perda de fertilidade dos solos, a crise hídrica, são resultados de um modelo de desenvolvimento que tem por objetivo a obtenção de lucro às custas da exploração humana e da destruição da natureza. 🔸Existe possibilidade de adotar modelos econômicos e sociais que atenda as necessidades básicas do seres humanos no planeta, sem degradar o meio ambiente? 🔸Quais são as contribuições da Comunicação Não Violenta para enfrentar o colapso ambiental? No *Buteco.CNV* desta sexta estaremos dialogando sobre essas e outras questões que você poderá trazer, com *José Augusto Tosato*. Ele é agrônomo, ambientalista, especialista em Gestão Estratégica Pública. Atuou em ONGs socioambientais, IBAMA, SEMA/BA, Ingá, Ministério do Desenvolvimento Agrário e agora trabalha na Secretaria de Desenvolvimento Rural com pesquisa, inovação e extensão tecnológica. Que tal reservar sua mesa?🍻 📍Lá no nosso canal 🎥www.youtube.com/euetucnv 📷www.instagram.com/euetucnv 🗿www.facebook.com.br/euetucnv (em Uauá) https://www.instagram.com/p/CE_9fQdhqHC/?igshid=emuxx5rotkej
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defesadaverdade · 5 years
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Homossexualidade: Uma perspectiva bíblica - Sermões em Romanos #7
Romanos 1.26-27 Sermão: Rev. Augustus Nicodemus Lopes Anotações: Renan Monteiro ASSISTA NO YOUTUBE – Sermão nº 07
Paulo continua seu argumento sobre o porquê de querer ir à Espanha para pregar o Evangelho: Deus havia se revelado aos homens, mas estes o rejeitaram, de modo que não há inocentes diante de Deus. E nestes dois versículos, vemos que, sem a graça de Deus para controla-los, a humanidade perverteu-se sexualmente, violando seu próprio corpo e trocando seu modo de relacionamento. Este é um assunto muito polêmico no cenário atual, pois o chamado “movimento gay” organizou uma militância que não havia antes, embora haja relatos de que sempre houveram pessoas que se sentiam atraídas por outra do mesmo sexo.
Esse movimento tem conseguido grande notoriedade e influência nos meios de comunicação. Eles têm combatido o conceito tradicional de família e têm conseguido rotular qualquer pensamento contrário ao deles como homofobia, discurso de ódio, e coisas semelhantes. O argumento é que, quando se fala em uma igreja que a homossexualidade é algo errado, os cristãos se sentirão impelidos a combate-los, até mesmo usando a violência. Até mesmo tentam criminalizar a opinião, criminalizar a suposta “homofobia”.
Algumas igrejas “evangélicas” já cederam à pressão da comunidade LGBT aceitando e tratando tais práticas como normais, ministrando casamentos entre pessoas do mesmo sexo e até mesmo fazendo de tais pessoas pastores e pastoras. Começaram a desenvolver algo chamado Teologia Inclusiva, tentando provar que Deus não proíbe esta prática, que Deus é puro amor, que Deus não rejeitaria “só” por causa disso, que há pecados piores para se ater, etc. Tais “teólogos” fazem o absurdo de falar que a amizade de Davi e Jônatas era um relacionamento homoafetivo. Pior ainda, grupos já chegaram a dizer que Jesus e João tiveram um romance, pois João reclinara a cabeça no peito de Jesus na noite da traição. O movimento conseguiu destruir o conceito puro de amizade entre pessoas do mesmo sexo. Hoje, se dois amigos ou duas amigas andarem muito juntos ou demonstrarem carinho, se abraçarem, podem ser olhados de forma estranha. Passamos a enxergar coisas onde jamais houveram antes, a desconfiar de coisas que não havia necessidade de desconfiança.
Como ter, portanto, uma perspectiva bíblica sobre a homossexualidade?
1. O que Paulo NÃO está dizendo? Há aqueles que, não querendo necessariamente criticar a homossexualidade, afirmam que aqui escreveu o “Paulo homem”, não o Paulo inspirado por Deus e, portanto, ele apenas escreveu e descreveu o pensamento da sua época com relação a esta prática. Mas não é assim. Paulo, embora judeu, nasceu na cidade grega de Tarso, na Silícia, e tinha cidadania romana. Naquela época, a homossexualidade era mais comum do que se pode imaginar. Segundo o relato de Aristófanes, famoso dramaturgo grego que viveu alguns anos antes de Cristo, disse que a homossexualidade é tão comum na cidade de Atenas que ele estava certo de que a maioria de sua audiência era de homossexuais. A história relata que dos 15 primeiros imperadores romanos, 14 eram homossexuais, sendo Nero, por exemplo, casado com um homem. A pederastia¹ era vista como algo benéfico ao jovem para elevar sua maturidade. Logo, Paulo está indo contra a cultura de seus dias, e não a favor!     Há aqueles que dizem que Paulo está se referindo apenas à homossexualidade religiosa. Como assim? No Antigo Testamento, há quatro passagens que se referem a prostitutos cultuais, homossexuais que eram sacerdotes, ministros das religiões pagãs e, como parte de suas cerimônias religiosas, se deitavam com os homens. Então alguns falam que Paulo está proibindo a idolatria e o culto aos deuses pagãos. Mas não há evidência alguma disso na passagem! Paulo é bem claro em seus termos descrevendo a homossexualidade de forma geral, e não aspectos religiosos, ou apenas pederastia, ou apenas pedofilia. Há quem diga que Paulo proíbe apenas as relações abusivas, e não as que supostamente possuem amor e correspondência entre si. Mas, novamente, isto não se encontra no texto. Paulo refere-se a relações homoafetivas em geral, incluindo todos os tipos.
2. Paulo considera a prática antinatural, errada e pecaminosa. No versículo 24, quando Paulo começou seu raciocínio, ele diz que os homens têm desonrado seus corpos entre si. A palavra para desonrar significa tratar alguém ou algo de forma indigna, imerecida ou imprópria, neste caso, o corpo. Ao violar os termos do relacionamento monogâmico, heterossexual e dentro do casamento. O que for fora disso, desonra o corpo, trata-o como indigno.     Paulo considera a prática como inflamação na sensualidade. A palavra grega para inflamar dá sentido de queimação, um sentimento tão forte que a pessoa se sente consumida por um fogo. A NTLH traz “se queimam de paixão uns pelos outros”. O erro não é a intensidade, mas o mau direcionamento dessa paixão, que deveria ser a uma mulher.     Paulo chama a prática de torpeza. A palavra para torpeza pode ser entendida como atitude vergonhosa, um ato indecente. E, no fim, ele diz que, por esses atos, recebem sua devida punição de seus erros. Esta passagem final derruba qualquer argumento que se levante para defender tal prática.     Há quem defenda que Paulo está sendo incoerente, pois a Lei de Deus em Levítico condenava a homossexualidade e mandava apedrejar os infratores, e Paulo não manda apedrejar ninguém. Deve-se ressaltar aqui que a Lei de Levítico, literal e integralmente, foi dada por Deus para o governo de Israel como nação, para servir de Legislação para seus habitantes. A igreja, como não é uma instituição física, não está contida, não tem necessidade de tal Lei, embora permaneça sim a Lei Moral de Deus para o seu povo. O Novo Testamento preserva a Lei Moral mas rejeita e dispensa a lei civil.     O grande problema é que a prática é contra a natureza e, portanto, contra a criação de Deus. O original grego traz “as fêmeas mudaram o modo natural...” e “os machos também...”. Paulo entende que as paixões infames já estavam dentro do coração dos homens devido à corrupção humana, e Deus retirou o freio entregando-os às suas práticas como forma de punição. Também há os fatores externos, como a falta de bons exemplos na família, contato com ideologias, etc, mas a causa principal é que a semente do pecado já se encontra dentro de cada um dos seres humanos.     Sobre o castigo para a prática, o apóstolo pode estar se referindo a punições imediatas, como discriminação, dores psicológicas, espirituais ou físicas, sofrimento, lutas, mas o foco principal é a questão de desagradar a Deus, estando passíveis de condenação eterna.
3. O que aprendemos com tudo isso?     Os sexos são definidos biologicamente, pela criação. Logo, há apenas o modelo bíblico de encarar este assunto: homens sendo homens e mulheres sendo mulheres.     A homossexualidade não é genética, mas uma decisão que o indivíduo toma.     A aceitação da homossexualidade nos dias atuais mostra o juízo de Deus sobre a nossa geração. Mas eis a boa nova: há perdão e aceitação no Evangelho. Em 1 Coríntios 6.10-11 Paulo mostra quem não herdará o reino de Deus e que alguns deles haviam sido regenerados de tais práticas. Há aceitação para o arrependido, para o que, impelido pela Palavra de Deus, está disposto a mudar.     Perceba que Paulo em momento algum trata a homossexualidade como o maior de todos os pecados ou um pecado sem perdão. Ele trata da mesma forma que pecados como prostituição, fornicação, adultério. Da mesma maneira, estaremos errados se tratarmos os adeptos da homossexualidade de forma desumana, rude, violenta. Devemos trata-los igualmente, com amor, e por amor, entenda-se a pregação fiel do Evangelho, a preocupação com a alma deles, chamando-os ao arrependimento da mesma forma que todos os outros.
4. Aplicações Práticas Para os que se sentem tentados a aderir às práticas homossexuais, perceba que ser tentado não é pecado, mas praticar sim. Você pode dizer não ao pecado, aos pensamentos ruins. Busque refúgio em Deus, clame ao Senhor em oração, e você conseguirá vencer.     Aos que estão envolvidos em tais práticas, mesmo estando em desacordo com a Palavra de Deus, este não é um pecado sem perdão. Arrependa-se dos seus pecados, dos seus maus caminhos. Este não é o único nem o pior de todos. Há muitos outros pecados em sua vida. Contudo, é preciso arrepender-se e buscar mudança de vida.     Aos pais que possuem filhos envolvidos com tais práticas, assim como filhos que de forma geral os desobedecem e os desagradam, não feche a porta da sua casa para eles. Reprove suas atitudes e atos, imponha regras na sua casa, mas não “morra para ele”, não o condene. Quem sabe ele um dia se arrependa e volte para seus braços?
Que Deus nos dê graça, que Deus tenha misericórdia desse país e da humanidade. Oremos pelas pessoas que participam de tais práticas, e não os discriminemos pois, assim como tantos outros que precisam de regeneração e arrependimento em diferentes esferas, estes também precisam nesta específica.
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Notas: ¹ Pederastia: relacionamento sexual entre um homem e um menino ou adolescente.
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coachingevoce · 4 years
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Podemos passar uma vida inteira sem perceber quem somos e como afetamos as pessoas, nos relacionando de forma desrespeitosa, bruta e outras violentas, sem se dar conta disso. Perdendo oportunidades, afastando-se das pessoas, criando uma legião de oposicionistas. Há uma urgência de rever a forma e maneira no qual estamos nos relacionando. O mundo hoje direciona-se e privilegia o individualismo. Isso vai no desacordo com a própria natureza humana. A história demonstra que única possibilidade de a humanidade progredir está nas interações sociais, nos afetos, nas relações, sendo a premência da humanidade. A comunicação é o elemento que diferencia os humanos dos demais seres. Está na linguagem o importante sentido do livre fluir de ideais, do desenvolver do conhecimento, do ato de pensar, criar, expandir, emocionar, sentir, viver a vida. A comunicação não-violência significa permitir que venha à tona aquilo que existe de positivo em nós e que sejamos dominados pelo amor, respeito, compreensão, gratidão, compaixão e preocupação com os outros em vez de sermos pelas atitudes egocêntricas, egoístas, gananciosas, odientas, preconceituosas, suspeitosas e agressivas que costumam dominar nosso pensamento. (...) O mundo em que vivemos é aquilo que fazemos dele.  #pnl #crescimento #qualidadedevida #equilibrio #alegria #escolhas #coaching #comportamentohumano #coachingcomportamental #coachingcomportamental #lideranca #coachingcomportamental #analisedocomportamento #vida #autocritica #vidaboa #encontreoseumelhor #encontraroseumelhor #umavidamelhor #oterritorioevoce #omapanaoeoterritorio #aimersaodoser #vidaquevaleapena #entendendoquemsomos #mapaeterritorio #compreendendoavida #reflexaodavida #razaoparaviver #encontreoseumelhor #poderdaconclusao #neurociencia #psicologiasocial   https://www.instagram.com/p/CFHvXCNlmcl/?igshid=prf7bxvoj7qa
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twowhep · 4 years
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Um inimigo por vinte e cinco milhões de amigos
O público americano encontrava poderosos incentivos de curiosidade até nos mais insignificantes pormenores do empreendimento do Gun-Club, e seguia passo a passo as discussões da comissão. Os preparativos mais simples para aquela grande experiência, as questões de algarismos que dela nasciam, as dificuldades mecânicas que havia a resolver, numa palavra a sua mise en train eram o que preocupava em grau elevadíssimo a opinião. Mais de um ano havia de decorrer ainda entre o começo e o termo final dos trabalhos preparatórios; mas este intervalo de tempo não havia de ser estéril em emoções; a escolha de lugares para a perfuração, a construção do molde, a fundição da columbiada e o perigosíssimo carregamento dela, tudo era mais que suficiente para excitar a curiosidade pública. O projétil, apenas expelido, havia de escapar em poucos décimos de segundo ao alcance da vista; depois para poucos privilegiados era verem com os próprios olhos o que lhe havia de suceder, como se haveria através do espaço, e por que forma havia de alcançar a Lua. Por este motivo é que os preparativos para a experiência e os exatos pormenores da execução eram, para a maioria, a parte verdadeiramente interessante dela. E todavia o atrativo puramente científico do empreendimento recebeu de um súbito incidente novo incitamento. Já dissemos de quão numerosas legiões de admiradores e amigos tinha o projeto Barbicane trazido a adesão ao seu autor, e contudo por mais honrosa e extraordinária que fosse, aquela maioria não tinha de ter unanimidade. Um só homem, um só em todos os Estados da União, lavrou protesto contra a tentativa do Gun-Club, que atacou com violência sempre que se lhe proporcionou para isso ocasião; e, tal é a natureza humana, que para Barbicane valeu mais aquela oposição de um só do que os aplausos de todos os outros. Apesar de que Barbicane bem conhecia quais os motivos de tal antipatia, e donde vinha aquela solitária inimizade, que era pessoal e de antiga data, e finalmente em que rivalidades de amor próprio criara raízes. Aquele perseverante inimigo, nunca o presidente do Gun-Club o tinha visto. E felizmente, porque o encontro daqueles dois homens havia por certo de trazer consequências funestas. Aquele rival era, como Barbicane, um homem de ciência, natureza altiva, audaz, convicta e violenta, um ianque puro. Chamavam-lhe o capitão Nicholl, e habitava em Filadélfia. Ninguém desconhece a curiosa luta que durante a guerra federal se travou entre o projétil e a couraça dos navios blindados; aquele tinha por fito especial varar esta; esta obstinava-se decididamente a não se deixar varar. Deste facto proveio uma transformação de raiz na marinha dos diferentes estados dos dois continentes. Bala e couraça lutaram com obstinação nunca vista; crescia o volume de uma, aumentava logo a espessura da outra, e em constante proporção. Os navios marchavam para o fogo armados de peças formidáveis e abrigados por invulnerável concha. Os Merrimac, os Monitor, os RamTennessee, os Weckausen [44] arremessavam enormes projéteis, depois de couraçados contra os projéteis alheios. Faziam a outrem o que não queriam que lhes fizessem, que é o princípio imoral sobre que assenta toda a arte da guerra. Ora se Barbicane fora notável fundidor de projéteis, Nicholl não lhe ficara a dever nada como forjador de chapas para couraças. Fundia um de noite e de dia em Baltimore, forjava o outro de dia e de noite em Filadélfia. Cada um deles seguia ordem de ideias diametralmente opostas. Barbicane a inventar nova bala, e Nicholl a inventar nova couraça. Passava o presidente do Gun-Club a vida a abrir buracos, e o capitão gastava os dias da existência a impedir-lho. Daqui nasceu uma rivalidade de todos os instantes, que dos factos foi passando às pessoas. Aparecia Nicholl a Barbicane em sonhos sob forma de impenetrável couraça de encontro à qual se ia fazer pedaços, Barbicane aparecia nas visões noturnas de Nicholl qual projétil que o varava de lado a lado. E contudo, apesar de caminharem por linhas divergentes, estes homens tinham de encontrar-se um dia, apesar de todos os axiomas da ciência geométrica; mas havia de ser no terreno do duelo. Muito felizmente para cidadãos tão úteis ao seu país, separavam-nos boas cinquenta ou sessenta milhas, e os amigos de ambos semearam-lhe o caminho de tais e tantos obstáculos, que nunca conseguiram encontrar-se. Lá qual dos dois inventores levava a palma ao outro, é que ninguém sabia ao certo: os resultados obtidos tornavam difícil apreciar com justiça. No fim de contas, o que mais plausível parecia, é que a couraça havia de ser a primeira a ceder à bala, e todavia para os competentes ainda era caso de dúvida. Por ocasião das últimas experiências feitas, os projéteis cilindrocónicos de Barbicane tinham ido espetar-se como alfinetes nas couraças de Nicholl; nesse dia reputou-se o forjador de chapas de couraça de Filadélfia plenamente vitorioso, e o mais profundo desprezo pareceu-lhe ainda sentimento demasiadamente elevado para pagar os merecimentos do seu rival; mas quando este, algum tempo depois, substituiu por simples obuses de seiscentas libras as balas cónicas, teve o capitão que descer do alto pedestal das suas pretensões. E na realidade estes projéteis, ainda que animados de medíocre velocidade [45], esmigalharam, esburacaram, fizeram voar em pedaços as chapas de melhor metal. Tinham as coisas chegado a estes pontos, e a todos parecia que a bala devia ficar com a palma da vitória, quando terminou a guerra no mesmo dia em que Nicholl dava a última demão a uma nova couraça de aço forjado! No seu género, era esta verdadeira obra prima, e capaz de desafiar todos os projéteis imagináveis. Fê-la o capitão transportar para o polígono de Washington, e mandou cartel ao presidente do Gun-Club, desafiando-o a vará-la. Barbicane, como a paz já estava feita, não quis tentar a experiência. Nicholl, então, furioso, ofereceu expor a chapa que inventara ao choque das balas mais inverosímeis, maciças, ocas, esféricas ou cónicas. Recusa do presidente, que decididamente não queria arriscar os louros da última vitória que alcançara. Nicholl, ainda mais estimulado por aquela inqualificável obstinação, quis tentar Barbicane dando-lhe de partido todas as probabilidades favoráveis, e propôs-lhe colocar a chapa a duzentas jardas de distância do canhão. E Barbicane a teimar na recusa. A cem jardas? Nem a setenta e cinco. — Pois então a cinquenta — clamou o capitão pela voz dos jornais, — ou a vinte e cinco jardas, e ponho-me eu por detrás da minha couraça! Barbicane mandou responder que não atiraria, nem que o capitão Nicholl se pusesse diante em vez de se pôr de trás. Ao ler esta última réplica não pôde Nicholl conter-se mais, e arrastou a discussão para o campo das personalidades, insinuando que a cobardia era coisa indivisível, e que o homem que se recusa a disparar um tiro de canhão não está muito longe de ter-lhe medo, que em suma esses artilheiros que nos tempos de agora se batem a seis milhas de distância substituíam prudentemente a coragem individual por fórmulas de matemáticas, e que no fim de contas tanta coragem havia em esperar placidamente uma bala detrás de uma couraça; como em arremessá-la com todas as regras da arte. Nem palavra respondeu Barbicane a tais insinuações; talvez mesmo nem delas tivesse conhecimento, que lhe absorviam por então todas as forças do espírito os cálculos prévios do seu grande projeto. Quando Barbicane realizou a famosa comunicação ao Gun-Club, é que a raiva do capitão Nicholl chegou ao paroxismo. Referviam-lhe com ela na alma um ciúme imenso e um sentimento de impotência absoluta! Que havia de inventar que fosse superior àquela columbiada de novecentos pés! Qual havia de ser a couraça capaz de resistir a um projétil de trinta mil libras! Nos primeiros momentos ficou Nicholl aterrado, aniquilado, esmigalhado por aquele «tiro de canhão»; mas depois levantou-se, e resolveu esmagar a proposta debaixo do peso da sua argumentação. Combateu por consequência com grande violência os trabalhos do Gun-Club; publicou grande número de cartas, de que os jornais não recusaram a reprodução. Tentou demolir cientificamente a obra de Barbicane, e uma vez iniciada a guerra, serviu-se de toda a casta de argumentos, que, força é dizê-lo, foram as mais das vezes especiosos e de baixo quilate. O ataque a Barbicane começou, e com suma violência, pelas questões de algarismos; Nicholl tentou demonstrar por A+B que eram falsas as fórmulas de que se servia o presidente, e acusou-o de ignorar os princípios rudimentares da balística. Entre outros erros de que lhe fazia cargo, apontava-lhe a impossibilidade, demonstrada, segundo os cálculos dele Nicholl, de imprimir a um corpo qualquer a velocidade de doze mil jardas por segundo; sustentou com a álgebra em punho, que ainda mesmo animado dessa velocidade, nunca projétil de peso tal havia de ir além dos limites da atmosfera terrestre! Nem sequer oito léguas havia de percorrer! Ainda mais. Dado, mas não concedido que se pudesse conseguir tal velocidade, e ainda reputada esta suficiente, nem o obus poderia resistir à pressão dos gases, que se haviam de desenvolver pela inflamação de um milhão e seiscentas mil libras de pólvora, nem que resistisse a essa pressão poderia suportar temperatura de tal ordem. Havia sim de derreterse ao sair da columbiada, e cair em chuva de fogo por sobre os crânios dos imprudentes espectadores. Barbicane nem deu mostras de perceber o ataque, e prosseguiu na obra encetada.
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Veja revela líder terrorista que promete matar Bolsonaro
Revista Veja entrevista líder terrorista que se diz disposto a matar Bolsonaro e dois ministros.
Aqui um trecho da reportagem.
Há seis meses a Polícia Federal caça, ainda sem sucesso, os integrantes de um grupo terrorista que já praticou pelo menos três atentados a bomba em Brasília e anuncia como seu objetivo mais audacioso matar o presidente da República. Nas duas últimas semanas, VEJA entrevistou um dos líderes da Sociedade Secreta Silvestre (SSS), que se apresenta como braço brasileiro do Individualistas que Tendem ao Selvagem (ITS), uma organização internacional que se diz ecoextremista e é investigada por promover ataques a políticos e empresários em vários países. O terrorista identifica-se como “Anhangá”. Por orientação do grupo, o contato foi feito pela deep web, uma espécie de área clandestina da internet que, irrastreável, é utilizada como meio de comunicação por criminosos de várias modalidades.
Anhangá garante que o plano para matar Bolsonaro é real e começou a ser elaborado desde o instante em que o presidente foi eleito. Era para ter sido executado no dia da posse, mas o forte esquema de segurança montado pela polícia e pelo Exército acabou fazendo com que o grupo adiasse a ação. “Vistoriamos a área antes. Mas ainda estava imprevisível. Não tínhamos certeza de como funcionaria”, afirma o terrorista. Dias antes da posse, a SSS colocou uma bomba em frente a uma igreja católica distante 50 quilômetros do Palácio do Planalto. O artefato não explodiu por uma falha do detonador. No mesmo dia, a SSS postou um vídeo na internet reivindicando o ataque e revelando detalhes da bomba que só quem a construiu poderia conhecer. Nessa postagem, o grupo também anunciou que o próximo alvo seria o presidente eleito, o que levou as autoridades a sugerir o cancelamento do desfile em carro aberto. “Facilmente poderíamos nos misturar e executar este ataque, mas o risco era enorme (…) então seria suicida. Não queríamos isso.” Na ação seriam usados explosivos e armas. “A finalidade máxima seriam disparos contra Bolsonaro ou sua família, seus filhos, sua esposa.”
Depois disso, em abril, dois carros do Ibama foram incendiados em um posto do órgão em Brasília. Em meio aos escombros, encontraram-se palitos de fósforo, restos de fita adesiva e vestígios de um líquido inflamável. No local, havia pichações com ameaças de morte ao ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente. De novo, num vídeo postado na internet clandestina, o grupo assumiu a responsabilidade pelo atentado e exibiu o material utilizado durante o ataque, oferecendo provas de que era mesmo o autor do crime. De acordo com Anhangá, foi mais um aviso, dessa vez endereçado diretamente a Ricardo Salles. “Salles é um cínico, e não descansará em paz, quando menos esperar, mesmo que saia do ministério que ocupa, a vez dele chegará. (…) É um lobo cuidando de um galinheiro”, diz o extremista, que alerta para a existência de um terceiro alvo no governo: Damares Alves, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. “(Ela) se tornou a cristã branca evangelizadora que prega o progresso e condena toda a ancestralidade. O eco-extremismo é extremamente incompatível com o que prega o seu ministério”, diz.
Espécie de holding internacional dos chamados ecorradicais, o ITS foi fundado em 2011 no México e afirma ter representantes também na Argentina, Chile, Espanha e Grécia. A organização se diz contra tudo o que leva à devastação do meio ambiente e defende o uso de medidas extremas e atos violentos contra os inimigos da natureza (evidentemente tal discurso não tem coerência alguma). Em maio passado, os ecoterroristas do Chile assumiram a autoria de uma carta-­bomba enviada a um empresário. Dois anos antes, em 2017, um artefato similar foi endereçado ao presidente de uma mineradora, que ficou ferido. No México, o ITS reivindicou a autoria de várias explosões em universidades. Uma delas resultou, em 2016, na morte de um pesquisador. No fim do ano passado, o grupo também se responsabilizou por uma bomba deixada próximo a uma igreja ortodoxa em Atenas.
Os terroristas brasileiros vêm sendo monitorados pelas autoridades há algum tempo. Um relatório elaborado pela diretoria de inteligência da PF intitulado “Informações sobre Sociedade Secreta Silvestre” descreve que, em 2017, uma bomba foi deixada na rodoviária de Brasília. O documento, obtido por VEJA, ressalta que a imprensa não noticiou o atentado, mas, mesmo assim, os detalhes foram divulgados num site do grupo chamado Sociedade Secreta Silvestre, traduzidos para diversos idiomas e assinados por uma pessoa identificada como “Anhangá”. Em dezembro, depois da ameaça ao presidente Bolsonaro, a Polícia Federal decidiu pôr no caso os melhores agentes da seção antiterrorismo. Os policiais já seguiram várias pistas. Três suspeitos chegaram a ser presos. Mas os integrantes do grupo ainda não foram identificados. Anhangá provoca: “(Eles) são incompetentes (…). Não somos meros amadores, dominamos técnicas de segurança, de engenharia, de comportamento social. (…) Discutimos internamente com membros de outros países”.
Assim como para outros grupos, a internet exerce um papel importante na organização e divulgação de ideias. Os comunicados e vídeos do grupo terrorista ITS são postados num site chamado Maldición Eco-­extremista, traduzido para diversos idiomas. Foi por meio desse canal que VEJA solicitou uma entrevista com um integrante do ITS-Brasil. Um e-mail criptografado, de um servidor localizado na Suíça, indicou um endereço eletrônico para o qual deveriam ser enviadas as perguntas. Pouco tempo depois, Anhangá apareceu e disse que estava à disposição para esclarecer as dúvidas da reportagem. A partir daí, foi mandado um link de um chat privado, em que as mensagens eram destruídas após 24 horas. Nesse canal, foram feitas três entrevistas, reproduzidas ao longo destas páginas. Em fevereiro de 2019, a rede de televisão francesa TV5Monde utilizou o mesmo caminho para entrevistar o fundador do ITS, que se apresentou como “Xale”. A reportagem informava que o grupo tinha ramificação no Brasil.
O máximo que Anhangá (que quer dizer espírito que protege os animais, em tupi-guarani) revela sobre si é que é do sexo masculino, tem entre 20 e 30 anos, está em Brasília e é um radical defensor da natureza. Com as vidas humanas, já não demonstra a mesma preocupação. Segundo ele, o presidente é um “estúpido populista” que “falha com sua segurança” e anda “sem uma proteção adequada”, o que facilita o atentado. Quando isso pode acontecer? “Um ataque a Jair Bolsonaro será sempre uma possibilidade latente.” Por quê? “Bolsonaro e sua administração tem declarado guerra ao meio ambiente.” Já há alguma preparação? “Tentamos sempre adquirir explosivos e armas mais potentes.” Onde? “Estudamos semanalmente nossos alvos.” Pode ser tudo bravata? Até pode, mas as evidências que se tem até agora apontam para o sentido contrário. Num inquérito sigiloso obtido por VEJA, a própria PF destaca que o grupo continua praticando atos criminosos com “extrema gravidade” e mostrando “profusão de ideias violentas e extremistas, além de divulgar ameaças contra a vida do Bolsonaro”. Isso, por si só, já se enquadra em crime de terror (leia mais nesta reportagem).
Veja revela líder terrorista que promete matar Bolsonaropublicado primeiro em como se vestir bem
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alvaromatias1000 · 5 years
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Revisionismo e Evolução Sistêmica
A Nomenklatura (Nomenclatura) é palavra de origem latina russificada. Designava a classe dirigente da União Soviética, ligada à gestão administrativa do Partido Comunista.
A Nomenklatura constituía a lista dos postos mais importantes: as candidaturas indicadas por “camaradas” (ou “companheiros”) eram previamente examinadas, recomendadas e sancionadas por um comitê do Partido do bairro, da cidade, do estado, etc. Era preciso igualmente a concordância do Comitê Central para atribuir e demitir de funções administrativas as pessoas admitidas a ocupar esses postos-chave.
Desde os anos 20 do século XX, formou-se uma camada social particular por camaradas filiados e burocratas do SOREX – Socialismo Realmente Existente. A URSS constituiu o primeiro modelo totalitário de direção de Estado sobre todas as atividades econômicas. Começou a divulgar seu fracasso em 1956, quando no XX Congresso do PC foram revelados os crimes da era stalinista. Até a derrocada total desse regime, foi ficando claro, para a esquerda democrática, a URSS não corresponder ao socialismo de sua utopia, isto é, crítica à realidade do capitalismo.
O SOREX era sim uma sociedade de classes, ou melhor dito, de castas de natureza ocupacional, dominada por determinada casta de oligarcas governantes – a Nomenklatura – relativamente pouco numerosa. O Estado totalitário explorava a maior parte da população, mas não conseguia entregar a abundância econômica prometida.
Stalin foi a emanação desta Nomenclatura, quando o órgão do secretariado do PC realizava as nomeações, não somente no aparelho do partido, mas em todos os organismos administrativos, seções do Governo, polícia política, Exército Vermelho, economia, cultura, etc. O fenômeno burocrático foi a característica dominante do chamado stalinismo.
Antes mesmo da má experiência soviética já havia questionamentos do marxismo quanto à unilateralidade da concepção materialista da história, à insuficiência da Teoria da Mais-Valia para explicar o valor adicionado e apropriado inteiramente em “atividades improdutivas”, à análise da concentração progressiva, ao “objetivo último do socialismo”. Abandonado o marxismo, a realidade passa a ser vista pelos revisionistas como permanente “movimento”: a ampliação gradual de conquistas de direitos (civis, políticos, sociais, econômicos e de minoria) da cidadania, isto é, para todos os cidadãos, independentemente de classes sociais ou castas profissionais.
Em decorrência, esses revisionistas foram taxados de renegados. Seus “camaradas” logo cuidaram de expulsá-los do Partidão. Entretanto, a revisão do marxismo era fato: depois de “inventadas as ideias” não é possível mais as “desinventar”.
O revisionismo aparece em todos os lugares, de tempos em tempos, de modo mais ou menos independente por distintos seres pensantes autônomos. Qual é o conteúdo ou o núcleo do revisionismo teórico? Quais são os aspectos do marxismo sempre revistos?
Referente à teoria econômica, o revisionismo supera (no sentido hegeliano de manter o válido e avançar em relação ao inválido) a Teoria Marxista do Valor, restrita à esfera produtiva. Se contabiliza o valor adicionado pela diferença entre o valor da produção (faturamento de empresas não-financeiras) e o consumo intermediário, não contabiliza o valor de mercado atribuído pelas expectativas futuras de valer mais no futuro, por exemplo, ativos como ações, divisas estrangeiras, imóveis, saldos ou estoques dados (existentes) de maneira geral. Esse valor apropriado é base da concentração da riqueza. No entanto, a Teoria do Valor-Trabalho afirma a mera troca de propriedade não acrescentar nenhum valor. Adiciona sim valor de mercado – e este é apropriado.
A produção de mais-valia constitui para marxistas a explicação essencial da luta de classes. Esta, mais cedo ou mais tarde, levaria à derrubada “necessária” do modo de produção capitalista. É espécie de determinismo histórico.
Os revisionistas, então, afastam a crença na revolução – um golpe de Estado – para a evolução democrática de um sistema complexo como é o capitalista. Ele tem múltiplos componentes interagindo permanentemente entre si, via mecanismos de mercado, instituições, normas sociais, leis, regras formais ou informais, etc. Esta emergência o configura de distintas maneiras ao longo do tempo e lugares particulares. Por exemplo, há variedades de capitalismo, entre outros, o do livre-mercado, o do Estado e o da mistura em Estado de bem-estar ou de mal-estar social. Isto sem falar em particularidades étnico-nacionais.
Surgiu uma “classe média de renda”, cuja cultura consumista hoje é assumida pelos próprios trabalhadores manuais ou artesãos criativos por conta própria, inclusive proprietários de empresas (CNPJ) com ou sem sócios e empregados. É vista como uma prova de não ocorrer uma polarização binária da luta de classes (trabalhadora e capitalista) em direção a uma revolução capaz de destruir o sistema capitalista e erguer um socialismo democrático. Por exemplo, a massificação do Ensino Superior, o crédito para o consumo massivo de bens industriais antes considerados “de luxo”, o financiamento habitacional para condomínios populares, tudo isso ocorre após a II Guerra Mundial em meados do século XX.
Houve a evolução de um capitalismo competitivo para um oligopolista ou monopolista com trustes e carteis. Mas a evolução continua com a avaliação do custo de oportunidade financeiro de cada ação como fixar preço e estabelecer margens de lucro, crédito abundante para alavancagem financeira, ganhos de capital pelo fundador com elevação de participações acionárias, universalização dos meios de comunicação via redes de relacionamento social, etc. Vão surgindo instrumentos propícios à maior capacidade de adaptação e enfrentamento das flutuações econômicas e políticas.
A auto-organização sistêmica não segue um processo linear, é mais caótico ao se afastar das condições iniciais sem se saber “onde vai parar”. Aliás, vai parar inevitavelmente em um idílico mundo futuro do comunismo utópico? Ou em uma distopia?
Na Filosofia, os revisionistas se apoiam em um neoidealismo ao não se restringirem ao materialismo dialético. Immanuel Kant (1724-1804) propicia uma síntese entre o racionalismo continental, onde impera a forma de raciocínio dedutivo, e a tradição empírica inglesa, valorizadora da indução materialista. De acordo com o idealismo transcendental, todos nós trazemos formas e conceitos a priori, como os matemáticos, não obtidos com os sentidos, para examinar a experiência concreta do mundo.
Os revisionistas sentem a necessidade de poderes ideais, por exemplo, a luta social por conquista de direitos ao cumprir certas obrigações éticas, comportamentais e fiscais. Conjuntamente com construção de instituições reguladoras da economia de mercado, são motores da evolução sistêmica. As motivações para essa luta deixam de ser uma súbita mudança revolucionária e passam a ser o gradualismo, lento ou rápido a depender das circunstâncias, em um processo incremental de luta em defesa de ideais éticos.
A história deixa de ser vista com um processo causal, submetido a leis de movimento social necessariamente deterministas. Passa a ser vista como resultado de aspirações humanas para realização de suas ideias a respeito de justiça social.
A imagem dialética do mundo de tudo estar constituído à base de contradições e toda a evolução se achar condicionada por “luta” dos contrários não deve obscurecer o mundo real, onde há, em algumas conjunturas, conciliação de classes antagônicas, ou melhor, aliança temporária entre certos interesses comuns das castas de natureza ocupacional. As motivações, sejam econômicas, sejam políticas, não devem ser vistas como suspeitas, como é comum fazerem os marxistas extremistas, mas como pragmáticas por uma esquerda democrática.
Ao afastar leis e causas na história, os revisionistas rechaçam também a teoria marxista dos estágios inapeláveis: comunismo primitivo-escravismo-feudalismo-capitalismo-socialismo-comunismo ou “reino da abundância”, capaz de prover cada ser humano de acordo com suas necessidades. Eles enxergam o desenvolvimento socioeconômico em termos de um processo evolutivo no qual “o velho” se torna gradualmente “o novo” em um processo caótico sem equilíbrio e qualquer fim predeterminado.
O socialismo não substituirá o capitalismo por meio de uma revolução. Ele será superado, pouco a pouco, por um novo modo de produção e de vida, podendo até ser apelidado de socialista se for comunitário e cooperativo em substituição à economia de mercado. Mas deixa de haver uma meta final, esta se dissolve em movimento eterno. Meta, para os revisionistas, seria ideal abstrato, como a utopia crítica do mal-estar presente no capitalismo. Em última análise, o termo final (ou “paraíso”) é um mito.
Politicamente, a teoria evolucionária do desenvolvimento socioeconômico sustentada por revisionistas corresponde a um reformismo consequente e resistente contra a ideia de revolução violenta. Esta destrói sem construir uma democracia pacífica.
Se é necessária violência para a transformação – uma ditadura do proletariado –, o sintoma é o organismo social não estar maduro para a mudança. Haverá reação de anticorpos. A democracia supõe auto-organização social negociada em acordo coletivo ou contrato social estabelecido em uma Constituição justa com os direitos de maioria e das minorias. O socialismo democrático é conscientemente evolucionista e reformista.
Publicado originalmente em: http://brasildebate.com.br/revisionismo-e-evolucao-sistemica/
Revisionismo e Evolução Sistêmica publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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O que está por trás do discurso de ódio
 Lamentavelmente, no panorama europeu de renascimento do neofascismo, a Espanha já não é uma exceção. Ela acaba de ser tingida, quase de surpresa, com as pinceladas da cor obscurantista e xenófoba que estão avançando por toda parte no Velho Continente, a cor da ultradireita. Demonstra-se, mais uma vez, a sagacidade da afirmação do grande Dom Quixote: “Não há memória que o tempo não apague”.
Embora a Espanha tenha no momento apenas um grupo minúsculo, o Vox, ele é parte de uma onda de nacional-populismo neofascista que se espalha pelo mundo todo de maneira traiçoeira. Está se abrindo, sem dúvida, uma nova era de desafios importantes e sérios que as democracias terão de enfrentar, provavelmente durante umas décadas. É inegável que a globalização liberal posta em marcha no final do século passado entrou em uma fase crítica, devido à sua patente e consciente desregulação caótica, responsável por suas contradições atuais. A busca de um novo equilíbrio econômico-social planetário é, portanto, imprescindível. Enfrentar o desafio deste novo período exige imperativamente que as democracias encontrem modelos econômicos e sociais que apostem, de forma efetiva, na eliminação da grande brecha atual da desigualdade, na solidariedade, que são expectativas da imensa maioria da população arraigada na civilização do respeito mútuo e da dignidade. Ao mesmo tempo, no entanto, chama a atenção o aparecimento − como consequência dos efeitos desagregadores da globalização − de camadas sociais reacionárias étnica, cultural e politicamente, que se identificam com um discurso de ódio de experiência remota. Trata-se de uma tendência mundial, cujas características comuns são tão importantes quanto suas diferenças.
Nos EUA, a ascensão de Donald Trump veio acompanhada de uma mudança de fundo, ao mesmo tempo demográfica e racial: os trabalhadores brancos de Kansas, Detroit, Texas e outros lugares do país apoiam o magnata imobiliário porque ele promete frear a chegada dos latinos, não pagar serviços sociais aos afro-americanos, acabar com o relativismo dos valores. Eles não temem apenas perder o emprego por competir com outros países, eles também têm medo dos fundamentos da igualdade institucionalizada, assim como da mistura demográfica e étnica que a política de Barack Obama encarnava. Um temor transformado em combustível político por Trump, com uma ideologia ultrapopulista. É, em suma, um nacional-populismo new wave, que retoma muitos dos ingredientes do fascismo clássico: a rejeição da mestiçagem (da qual subjaz, para muitos, a defesa da “raça branca”), a oposição entre quem está nas camadas inferiores e quem está nas superiores, a xenofobia, uma mentalidade paranoica em relação ao mundo exterior, a política da força como método de “negociação”, a denúncia do outro e da diversidade, a hostilidade contra a igualdade de gênero, entre outros.
Outro grande país, o Brasil, também acaba de entrar neste caminho. Falamos aqui de um movimento evangélico que emergiu das entranhas das camadas médias empobrecidas e com medo, também, da liberalização dos costumes, do desaparecimento de valores morais em um país minado pelo cinismo e pela corrupção, por desigualdades crescentes, pelo fiasco da esquerda brasileira que não pôde promover uma sociedade que se voltasse ativamente para o progresso coletivo. Jair Bolsonaro não é um profeta, ele simplesmente soube inverter as promessas da teologia da libertação em teologia do ódio, com o apoio das elites militares e financeiras e dos grandes meios de comunicação. Lula e Dilma Rousseff perderam o apoio da classe média e depois foram crucificados, além disso com um golpe de Estado tramado por grupos financeiros, dirigentes políticos e alguns setores do Judiciário. A retórica evangélica arroga agora para si o papel de salvadora de um país à beira do abismo, fazendo da luta contra a corrupção seu cavalo de batalha e propondo o modelo de uma sociedade moralmente autoritária, um modelo indevidamente condenado ao fracasso, dada a excepcional diversidade e vitalidade da sociedade brasileira.
Tanto o Estados Unidos de Trump como o Brasil de Bolsonaro são testemunhas diretas e encorajam os movimentos reacionários dessas camadas sociais ameaçadas pelo rumo da globalização neoliberal. O repertório de mobilização se baseia no ideário das reivindicações nacionalistas e sua metodologia rompe com a representação política clássica: as manifestações em massa envolvem rituais extáticos de fusão com o líder, que denuncia, como uma ladainha de golpes de efeito, a decadência moral dos partidos, conclamando à recuperação urgente da grandeza perdida do país.
Na Europa, o processo de estancamento da economia há quase duas décadas (ausência de crescimento gerador de empregos) também produziu um enorme retrocesso de direitos sociais e liberdades, uma regressão de identidade que explica o surgimento dos movimentos neofascistas. Embora tenham elementos específicos, todos compartilham a mesma metodologia política em sua conquista do poder: criticam duramente a representação política, instrumentalizando a democracia que a sustenta para conseguir a vitória; reivindicam a liberdade de expressão para expandir suas exigências, mas censuram seus adversários; dirigem a energia política das massas contra um objetivo previamente construído como bode expiatório (os imigrantes, a liberdade de imprensa que põe em xeque seus discursos, etc.). Servem-se desse arsenal demagógico para evitar falar de seu programa econômico concreto. Vale tudo na batalha que travam veementemente contra a civilização (sempre “decadente”, segundo eles) e a igualdade, pois o princípio fundamental da retórica neofascista, exposto (aí sim) em todos os seus programas, é a rejeição da igualdade e da diversidade dos cidadãos.
O neofascismo europeu que surge atualmente é, por antonomásia, supremacista, individual e coletivamente. É o projeto de uma sociedade hierárquica de senhores e servos, uma visão de mundo que aceita a necessidade imperiosa de submissão a um líder, sua “servidão voluntária”. Essa submissão fica escondida atrás do sentimento de força e de vingança em relação às “elites”, que a mobilização coletiva confere ao neofascismo militante. E isso funciona porque essa ideologia, sem prejuízo de suas particularidades em cada país, gera, na identidade de seus seguidores, uma poderosa liberação de instintos agressivos e explode os tabus que limitam as expressões primitivas, violentas, nas relações sociais. O grande analista do fascismo George L. Mosse se refere a essa característica como uma liberação da brutalidade em um contexto minado pelo “abrandamento” característico da sociedade democrática.
O discurso da extrema direita propõe, certamente, uma sociedade estritamente homogênea, em pé de guerra contra tudo que possa introduzir diferenças e singularidades dentro do conjunto. A rejeição do pluralismo político – rejeição que ela promove como um projeto de gestão do poder − se baseia também na oposição frontal ao multiculturalismo, e, consequentemente, na rejeição da multietnicidade da sociedade. O modelo é o de um povo em sua essência, um povo etnicamente puro. A cultura obsessiva da pureza está intrinsecamente ligada à desconfiança em relação ao estrangeiro, à atividade crítica do intelectual − e inclusive à arte que não comungue com a estrita linha da moral autoritária vigente −, à liberdade de orientações sexuais e de identidade de gênero, à pluralidade de confissões religiosas. Não é apenas uma coincidência que o islã esteja hoje no olho do furacão neofascista na Europa: a presença de uma população de origem estrangeira que professa a religião muçulmana coloca em questão o conceito essencialista de povo homogêneo tanto no aspecto cultural como no religioso (embora o velho fascismo dos anos trinta não tivesse um apetite particular pela religião).
Uma sociedade democrática pode administrar populações misturadas e destinadas a conviver com suas contribuições mútuas à civilização humana, desde que sejam estabelecidas diretrizes seculares claras para todos. Por outro lado, uma sociedade baseada no conceito substancial de povo, no sentido que o neofascismo lhe dá, tende inevitavelmente à exclusão efetiva da diversidade. Daí que o modelo autoritário procure novamente se legitimar apelando para o perigo de religiões e culturas diferentes, que devem ser vigiadas e perseguidas para que não “contaminem” a identidade do povo.
A Frente Nacional francesa, no início de sua caminhada nos anos oitenta, fez da rejeição ao islã um eixo central de seu programa, escondendo seu tradicional antissemitismo. O partido Alternativa para a Alemanha colocou a islamofobia no centro de sua estratégia de mobilização em 2015, após a crise da chegada em massa de refugiados. Na Áustria, Itália, Bélgica, Holanda e em todos os países do norte da Europa, os refugiados também se transformaram no prato principal das campanhas eleitorais. São, igualmente, alvo da retórica ultracatólica de Viktor Orbán na Hungria e dos programas dos partidos neofascistas do Leste Europeu.
Esses movimentos, que avançam da Espanha até a Suécia, passando pelos países europeus ocidentais e orientais, compartilham, além disso, uma característica de natureza histórica: apelam para o nacional-populismo como uma reação à era da governança supranacional, resultante da ampliação do mercado europeu, dos efeitos da globalização neoliberal e das tentativas de construir instituições representativas europeias pós-nacionais. Daí o consenso em torno do objetivo de pôr em xeque a atual construção europeia, em nomeie da soberania nacional.
O que fazer diante desse desafio? Hoje, os partidos nacional-populistas neofascistas não representam mais do que entre 10% e 20% do eleitorado europeu, mas sua influência ideológica real é mais ampla. Naturalmente, é preciso diferenciar o corpo doutrinário desses partidos das representações mentais, muito menos elaboradas, dos cidadãos que os apoiam. Embora seja verdade que as causas do avanço gradual das correntes ultradireitistas são conhecidas, não existe uma posição comum das forças democráticas na hora de contê-lo.
Há, basicamente, três campos-chave de ação, e o primeiro deles é econômico. Se a democracia não caminhar em prol do progresso social, as vítimas, que são muitas, tenderão sempre a culpá-la por não haver progresso. Portanto, é necessário relançar a máquina econômica de integração profissional, que hoje depende, essencialmente, das capacidades não do mercado, como acredita a Comissão Europeia, mas sim dos Estados para incentivar o emprego. Para isso, eles precisam de uma política orçamentária mais flexível, que gere equilíbrio social. Infelizmente, essa é uma reivindicação que ainda não é levada em conta em Bruxelas.
Em segundo lugar, em face do nacionalismo reacionário e excludente, é preciso levar a sério a questão nacional, não deixá-la nas mãos dos nacionalistas xenófobos. É crucial interpretar bem a reivindicação de segurança de identidade das camadas sociais mais vulneráveis e desestabilizadas pela exclusão do emprego ou pela incapacidade de se adaptar às mudanças da sociedade moderna, que acontecem numa velocidade extraordinária. É necessário fortalecer a coesão coletiva, ou seja, a adesão ao bem comum, sem prejuízo do respeito à diversidade, sob diretrizes comuns e com valores essenciais de referência. É preciso administrar racionalmente os fluxos migratórios, não só para evitar as mentiras e a demagogia desconstrutiva sobre a imigração, como também porque a vida cotidiana se tornou muito mais competitiva e as percepções espontâneas favorecem um imaginário ilimitado de fantasias em um contexto de insegurança profissional. A economia, em todos os países desenvolvidos, precisa da imigração, e isso deve ser regulado com base no respeito pelos direitos humanos. Na Europa, um grande acordo político é imprescindível para desativar o papel que a imigração assumiu como bode expiatório.
Finalmente, deve-se assumir com firmeza a luta contra o neofascismo, explicar claramente à população o perigo que ele representa e propor pactos democráticos antifascistas àqueles que defendem a democracia e o respeito à igualdade e dignidade humana, denunciando, do mesmo modo, os que pisoteiam esses valores por razões eleitorais. Deve ser travada uma luta diária contra o nacional-populismo neofascista, pois a defesa da democracia, do bem-estar social, dos direitos e liberdades tem de ser permanente. Tomara que todos entendam isso, pois se trata do futuro da paz social!
 Fonte: Por Sami Naïr - catedrático de Ciências Políticas na Universidade de Paris, em El País
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rastanerd · 6 years
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Êxodo! Planejando a Transição de Vida, oficina em Floripa (SC)
Êxodo! Planejando a Transição de Vida
Estamos vivendo uma crise civilizatória multidimensional: a economia, a sociedade, o meio ambiente e a saúde estão colapsando. Essa crise não é só no Brasil, é global. Está na hora de nos transformar na mudança que queremos ver no mundo. Estamos convocando seres humanos comprometidos com a resiliência planetária que desejam empreender uma transição pessoal e coletiva com novas formas de viver que apóiem e fortaleçam a vida.
>>CONTEÚDO E VIVÊNCIAS:
O que é Transição de Vida . Por que fazer uma Transição de Vida . Maximizando a Inteligência Coletiva . Fazendo a Grande Virada . Reconhecendo e Fortalecendo nosso propósito de vida .  Reconhecendo e Cuidando de Necessidades . Partilhando Propósitos e Cooperando . Conselho de Visão . Celebrando o Êxodo
O trabalho é inspirado na Comunicação Não Violenta, Dragon Dreaming, Ecologia Profunda e na gestão de ecovilas.
Confirme sua presença no evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/320379095363542/
>>FOCALIZADOR: Gabriel Siqueira, mestre em administração pela UFSC, apoia grupos, coletivos e organizações com projetos colaborativos por meio do Dragon Dreaming, Sociocracia S3 e Design Thinking. Especialista em gestão de ecovilas, residiu por 4 anos na Aldeia- Coletivo de Famílias; educador e facilitador de cursos de administração e gestão colaborativa de projetos; consultor para ongs, fundações, startups, negócios sociais, coletivos autogestionados, povos e comunidades tradicionais. Criador do irradiandoluz.com.br
>> LOCAL: Espaço Aviva – Rodovia Jornalista Manoel de Menezes, 1872. Praia Mole, Floripa, SC.
O Aviva é um espaço mágico localizado no Morro da Galheta-Praia Mole e sedia eventos de autoconhecimento, educação ambiental, integração humana com a natureza e com a natureza do Ser.
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Êxodo! Planejando a Transição de Vida
7 de Setembro de 2018 (Feriado)
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osanecif · 6 years
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Opinião – Futebol, desgosto e impunidade
Sempre gostei de futebol, mas jamais da «clubite», que se compraz mais com as derrotas do adversário que com as vitórias próprias, ou do fanatismo, que tudo transforma em território de incompreensão e ódio. Bill Shankly, treinador do Liverpool entre 1959 e 1974, afirmou certa vez que «o futebol não é uma questão de vida ou de morte, mas algo bem mais importante do que isso», e eu concordo com ele. É, ou pode ser, uma paixão ou um interesse que dá algum sal à vida, como muitas outras pequenas coisas. Foi o que aprendi em criança, enquanto esfolava os joelhos e o calçado na «Rua da Manha», a pequena calçada escondida do olhar vigilante das mães, onde, por vezes com bola de trapo, jogávamos pelo simples prazer de o fazer. A frase de Camus sobre o futebol como escola de vontade e de fraternidade faz todo o sentido quando recordo isto.
Ser adepto do Sporting fazia parte desse interesse. Passei a sê-lo precisamente quando o seu principal rival dominava o futebol nacional. Talvez tenha sido pela tendência congénita para contrariar os mais fortes, associada à vontade de seguir um caminho próprio, dado toda a minha família e quase todos os conterrâneos serem adeptos do Benfica, sendo até o clube da terra uma das suas primeiras sucursais. Tratou-se de um impulso, inexplicável como todos os impulsos, cujos efeitos me passaram a acompanhar. Apesar de profundamente crítico dos vícios do futebol, nele construí e mantive um espaço privado de prazer, por vezes de sofrimento, associado ao dia a dia das vitórias e das derrotas, dos sonhos e impasses, do meu clube de sempre.
Sendo, pois, adepto do Sporting Clube de Portugal, reconhecido como «instituição de utilidade pública», é natural que sinta com particular desgosto o que está a acontecer ao clube. É tudo demasiado mau: a destruição de um espaço de afinidades, a perversão da legalidade estatutária, a violência de adeptos contra atletas e contra outros adeptos, a desvalorização e a compreensível fuga dos jogadores, o desmantelamento de um espaço de convívio de adeptos e famílias, tudo associado à linguagem descabelada, à mitomania e à mania de perseguição de uma figura colérica responsável pelo extremar das posições. Deixando uma profunda tristeza e um sentimento de perda, um desgosto, entre tantas pessoas que dedicaram momentos da sua vida e dos seus pequenos devaneios a esse espaço de afetividades.
É claro que a culpa disto não morre solteira e não é exclusiva de um clube. E também só por ingenuidade se pode pensar que se trata de um problema apenas do futebol. Existem sombras que se movem neste processo que já atingiram outros clubes – com diferenças de grau, mas não de natureza – e que estão muito para lá de um problema estritamente desportivo. Negócios obscuros que envolvem muito dinheiro e interesses, dirigentes sem qualificações técnicas ou humanas, claques violentas penetradas por marginais e bandos de extrema-direita, promiscuidade com alguma política local, para além do uso e abuso que a comunicação social faz de tudo isto para gerar audiências, contribuíram em muito para se chegar a este ponto, com o país inteiro, há largas semanas, refém dos impulsos irracionais de um cidadão em estado de negação, mas rodeado de câmaras e microfones.Por isso, algo terá de mudar. Não apenas para que um grande clube de futebol se salve, mas para evitar réplicas que podem suceder em outros, e para que um espaço social de entretenimento e emoções partilhadas não seja destruído. Federação e Liga de Clubes não podem fazer orelhas surdas, a justiça e os tribunais têm de estar atentos e ser céleres, e o próprio governo não pode fechar os olhos a algo que afeta o bem-estar público e suscita hipóteses de violência disseminada e galopante. Ao falar das condições de emergência nas sociedades contemporâneas de formas disseminadas de conflito civil, Hans M. Enzensberger relembra episódios de destruição que exprimem «a raiva pelas coisas intactas, o ódio a tudo aquilo que funciona», e isto parece estar também a acontecer com o nosso futebol. Matando-o como espaço de prazer e paixão, para a qual nasceu há bem mais de um século. Não podemos deixar que tal aconteça.
  Opinião – Futebol, desgosto e impunidade
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conexaouneb-blog · 6 years
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ENTREVISTA: PORTE DE ARMAS
O Instituto DEFESA é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que tem o objetivo de ampliar e conservar o acesso às armas e à legítima defesa. Lucas Silveira é um dos diretores da organização.
De que valem as armas de fogo?
LS: A existência das armas é intrínseca à civilização, corolário da própria democracia. Quando alguém porta uma arma não pode mais ser forçado a nada, deve ser convencido. O uso das armas é a opção pelo caminho da razão, uma vez que o caminho da força é a disposição ostensiva da defesa da liberdade, é a opção de o bem combater o mal nos meios do mundo real.
Ainda, se todo o poder emana do povo, nada mais natural que assegurar ao povo os meios concretos de exercê-lo. Em última análise, nenhum Direito existe quando não se possui meios para defendê-los
Vocês acreditam que a liberação de armas resultará em uma legislação de controle mais significativa?
LS: Não, pelo contrário. O controle de armas precedeu o democídio por mais de dez vezes no século XX. O controle de armas deve ser combatido, jamais aumentado.
Que melhoras políticas e sociais se apresentariam no país ao ocorrer o afrouxamento do Estatuto do Desarmamento?
LS: Que tal o respeito ao voto, pra começar? Em 2005, 60 milhões de brasileiros votaram contra o desarmamento. Toda ação estatal no sentido de recrudescer é controle de armas no país desde então é ilegítima, imoral. Toda a sociedade brasileira está em jogo, e a democracia em cheque, enquanto não se fazer valer o voto dado das urnas em 2005.
Além disso, existe uma correlação fraca e negativa entre posse de armas e crimes violentos, ou seja, com mais armas em circulação, haverá uma diminuição de crimes dessa natureza.
O número de homicídios no Brasil, afetando principalmente os jovens e as classes baixas do país, ultrapassam o número de mortes da Síria. Vocês não acham que as constantes notícias de mortes por arma de fogo no Brasil falam por si?
LS: Sim, as constantes notícias de mortes por arma de fogo no Brasil falam por si.
Onde está então a problemática da violência armada?
LS:  A violência humana precede a invenção das armas.
E quanto as lacunas que permitem que pessoas (civis) comprem armas sem a verificação do registro? Como sugerem consertar esse problema?
LS: Este problema não tem solução, nem tampouco importância.
Há exemplos recentes de tragédias/homicídios em países que legalizaram a posse e o porte de armas para os civis. O que te faz pensar que no Brasil será diferente?
LS: Há exemplos recentes de tragédias/homicídios em todos os países do mundo.
Vocês acreditam que seja saudável que a sociedade viva armada?
LS: Com base no exposto até o presente, é evidente que sim. Apenas dois estratos da sociedade são contra armas, os bandidos e os políticos corruptos, que não raramente são as mesmas pessoas.
Quais são as suas expectativas para o Plebiscito de 2018?
LS: Não haverá plebiscito em 2018. O que houve foi apenas uma proposição no Senado que jamais será aprovada. Já votamos em 2005 contra o desarmamento e não há que se falar em outra votação enquanto não se respeitar a primeira. Vale lembrar que nenhum político no Brasil já recebeu, na história, mais votos que o “não” ao desarmamento, nem mesmo em segundo turno. Quem contesta o direito de acesso às armas não respeita a democracia, e exatamente por isso deve-se armar cada vez mais a sociedade.
Jeferson Cerqueira, sargento aposentado. Formado em história, com mestrado em cultura afro-brasileira.
Por que portar uma arma?
JC: Defesa, uma resposta bem didática e simples, como mais um elemento de defesa pessoal.
Há quantos anos você a possui?
JC: Vinte e oito anos que eu adquiri minha primeira arma.
Em algum momento já a utilizou, fora do âmbito militar?
JC: Não.
Como pai, você acha seguro tem uma arma em casa? Quais as precauções que você toma para que não haja incidentes?
JC: Acho seguro sim, não só como pai, mas como mãe, como tia, avó. Agora, a pessoa tem que saber os mecanismos para o manuseio do equipamento a fim de evitar consequências desagradáveis. De acordo com os cuidados cada pessoa, tem uma forma de se resguardar e evitar incidentes. No meu caso, chegando em casa, coloco-a num lugar onde apenas eu tenho acesso, um cofre, e, além disso, descarrego a pistola e o revólver e busco colocar as munições em locais separados da arma, com isso elimina-se parcialmente situações maiores. Mas o que se torna mais importante é o diálogo, estar sempre se comunicando com as pessoas de dentro de casa para que elas não busquem a arma em situações desnecessárias.
Qual é a sua opinião sobre o incidente em Las Vegas? No qual o homem vivia em um lugar onde as armas de fogo são liberadas?
JC: Nos Estados Unidos, a cultura armamentista é enraizada em seus costumes. Por outro lado, eles têm uma legislação muito rigorosa para aqueles que a utilizam de forma indevida, para a sua penalização. Acima de tudo isso, temos um comércio que lucra com essa cultura, onde empresas patrocinam campanhas políticas. O que torna essa questão muito mais complexa do que o que se imagina.
Qual sua posição sobre a legalização das armas no Brasil? Acredita que o país está preparado para isso?
JC: No momento sou a favor. Porque, tomando como referência os próprios meios de comunicação, superamos o número de mortes violentas de países em situação de guerra. Então percebe-se que o Estado Brasileiro tem demonstrado total inoperância em nos dar a devida segurança. Sou a favor do porte, desde que as pessoas a utilizem para promover segurança na sua residência e no seu estabelecimento comercial. Mas não de forma aleatória. Sendo supervisionado pelo Dpto. de Segurança e tendo revisões anuais ou semestrais com o acompanhamento psicológico. Pois você não pode impedir que o cidadão tenha seu direito de defesa retirado quando o marginal utiliza a arma e nem por isso é punido, enquanto o cidadão de bem fica preso em sua residência já que a polícia não tem efetivo o suficiente para agir em todos os casos de delitos em Salvador.
Você se sente mais seguro por causa da arma?
JC: Sim. Qualquer cidadão ou cidadã, tendo uma arma e tendo o treinamento, acredito que essa pessoa tenha pelo menos a sensação de proteção. Claro que a questão do momento é levada em consideração, se ela tem a capacidade de entender quando deve-se ou não utilizar da arma, por isso que o acompanhamento deve ser constante, e ao mesmo tempo se construa, assim como foi feito nos Estados Unidos, uma legislação que seja eficaz contra aquele que a utilizar de maneira indevida. Porque não adianta legalizar com o código penal do jeito que está. Então, junto com a legalização, a modernização da constituição tem que ser feita.
Se sente apto a ter o porte? E como foi o seu processo para consegui-lo?
JC: No meu caso bem particular, afirmo que me sinto apto para portar a arma, não só na prática, mas também psicologicamente. Acredito que todo policial deve ter certo nível de preparo para isso, porém isso não significa que todo policial deve ter o porte de arma, já que particularidades existem dentro da instituição. Sobre minha aquisição, assim que eu me formei como soldado fiquei sabendo que poderia ter uma arma para uso pessoal, com isso fiz a solicitação junto a meu comandante. Foi avaliado se eu teria condições de portá-la fora do trabalho por questões psicológicas e, como disse anteriormente dentro das particularidades de cada indivíduo, e então é feito todo o estudo pelo comandante. Em meu caso, foi permitido que eu pudesse ter e logo em seguida foi a uma loja especializada em armamento e adquiri minha primeira arma, já a segunda, como já tinha a documentação, só foi necessário a avaliação psicológica.
Se pudesse hoje escolher novamente entre portar ou não, qual seria sua escolha?
JC: Eu faria com certeza, porque o que a gente tem observado é que as armas que os bandidos utilizam hoje tem um poder de fogo muito maior do que as que a polícia tem utilizado. Sem contar com a cultura da impunidade, pois depois de quase trinta anos de instituição houve uma mudança significativa na sociedade em que vivemos, mudança para pior, onde ainda existia um certo respeito pela polícia. Então eu acredito que o uso das armas pelos cidadãos é deveras necessário para a aplicação de sua segurança, pois mesmo tendo a polícia a seu lado ela não consegue ser efetiva no seu bem-estar.
Psicóloga formada pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, trabalha no Centro de Atendimento Psicossocial e na Guarda Municipal de Salvador. Realizadora dos testes psicológicos para obtenção do porte e posse de armas.
De que valem as armas de fogo?
Psicóloga: As pessoas justificam que precisam de uma arma de fogo para garantir a sua segurança e a dos seus familiares. Quando ela é usada para trabalho, o argumento é que é preciso garantir também a segurança dos colegas.
Você conhece o estatuto do desarmamento?
Psicóloga: Sim. Para ser um psicólogo credenciado pela Policia Federal é necessário conhecer o Estatuto
Você é contra ou a favor da revogação do estatuto do desarmamento?
Psicóloga: Essa questão abrange questões sociais importantes e não é tão simples tomar um posicionamento.
Você considera o teste psicológico realizado eficiente?
Psicóloga: Testes psicológicos selecionados e avaliados de forma criteriosa nos fornece características de personalidade que podem comprovar a capacidade técnica e a aptidão psicológica para um cidadão adquirir o direito ao manuseio de arma de fogo.  
Os testes psicológicos norteiam o trabalho do psicólogo. Vale ressaltar que a avaliação deve conter a bateria mínima exigida pela Polícia Federal, e todos os psicotestes são aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia.
O estresse atualmente faz parte do cotidiano das grandes cidades o que pode gerar conflitos, principalmente no transito, você acha que com a revogação do estatuto do desarmamento e o consequente aumento de civis com o porte de armas o índice de violência poderia aumentar?
Psicóloga: A arma de fogo pode ser um facilitador para aumentar o índice de violência, mas fica o questionamento: é a arma que mata ou é a própria personalidade do sujeito? Existem pessoas que andam com arma de fogo e nunca atiraram, existem outras que matam com outro tipo de "arma" (carros, armas brancas, agressões físicas, pedras...).
Um dos argumentos para a liberação do porte de armas é dar a sensação de segurança para o cidadão, você acha que esse sentimento poderia gerar conflitos?
Psicóloga: Sim. Em algumas situações, estar com uma arma de fogo e sentir-se seguro por isso pode ser um fator de desproteção e vulnerabilidade.
A diretoria da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) estão querendo garantir o direito ao porte de armas (para policiais federais, militares, civis e bombeiros) sem passar pelos testes de capacidade técnica e aptidão psicológica, pois passam por testes psicológicos, na fase do psicotécnico, para ingressar na carreira. Você acha que profissionais que passaram por testes psicológicos não precisariam realizar o mesmo posteriormente para terem o direito ao porte?
Psicóloga: Acho que deveriam realizar sim, principalmente se a primeira avaliação não foi específica para porte de arma. Acho ainda que é necessário que haja avaliações periódicas, pois no decorrer da vida o ser humano passa por mudanças, o que não garante que alguém seja eternamente apto ou inapto para porte de arma de fogo.
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jasonfhutchinson · 7 years
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Estudos comprovam que a humanidade não é tão egoísta quanto acreditamos ser
Vira e mexe a gente se depara com alguma situação que mostra como os seres humanos são egoístas. A violência, a fome, a guerra, a pobreza… no fundo é esse sentimento egoísta quem abraça todas as causas que assolam a sociedade.
Mas talvez a mudança para tudo isso esteja próxima. Cientistas revelaram que a humanidade, apesar dos fatos, não é tão mesquinha e egoísta como acreditávamos ser. Prepare-se para desafiar os seus paradigmas.
Diversos estudos que estão surgindo nos últimos anos apontam que a natureza genuína do ser humano é altruísta, colaborativa, inerentemente agradável e nada egoísta.
Uma pesquisa feita pela Fundação Common Cause, entrevistou cerca de mil pessoas com o intuito de fazer um levantamento de valores pessoais que essas pessoas carregam como honestidade, egoísmo, colaboração, etc…
Cerca de 85% dos entrevistados relataram que davam muito mais valor à questões como honestidade, perdão, justiça social que à riquezas e status social.
Mas ao falar dos outros o resultado foi completamente inverso, 75% das pessoas acreditam que os outros são menos compassivos do que elas e ainda nessa mesma comparação com outras pessoas, 65% dos entrevistados acreditam que os outros são mais egoístas.
Na verdade, o problema é a nossa percepção!
O site científico especializado em psicologia, Frontiers in Psychology, publicou um artigo onde revela que esse comportamento amistoso do ser humano é bastante incomum se comparado a outras espécies, como os chimpanzés, por exemplo.
Apesar dos momentos de carinho, os macacos geralmente compartilham alimentos com os outros animais de seu grupo após muita pancadaria. A situação piora quando algum entranho entra na jogada, não há compaixão e a reação dos animais pode ser extremamente violenta.
Já o homo sapiens (o ser humano), conforme afirma o estudo, tem maior empatia com o outro, tem maior sensibilidade e preocupação às necessidades de outras pessoas, chegando até a criar normais morais para reforçar essa tendência.
Wikimedia Common
Segundo este estudo, publicado no site científico Wiley Online Library, a gente já nasce com essa visão do outro. É possível observar esse comportamento mais altruísta em bebês que, com apenas alguns meses de vida, já começam a ajudar os outros, pegando objetos e ou compartilhando brinquedos.
Este outro estudo, publicado no site científico Science Direct, comprova ainda que crianças de 3 anos de idade já começam a ter noção de quando há alguma violação das normas morais. Na pesquisa, quando um ator “roubava” o brinquedo de um dos bebês, os outros também protestavam, em consideração ao amiguinho.
Ou seja, por mais que o “bem” roubado não fosse dele, o bebê percebia que algo ali não estava certo e então reclamava. Segundo os pesquisadores, nada disso tem a ver com a sensação de recompensa, a criança não ajuda o outro para receber um cafuné ou palavras doces da mãe. Muito pelo contrário.
Esse artigo aqui publicado no site de estudos científicos Research Gate, comprova que crianças de 5 anos são menos propensas a ajudar alguém pela segunda vez se ela foi recompensada por isso na primeira.
Mas então, quando foi que a gente se perdeu?
De acordo com esse estudo que teve como um dos cabeças o Dr. Michael Tomasello, psicólogo estadunidense especialista em Antropologia Evolutiva, o altruísmo é uma resposta lógica para se viver em pequenos grupos de pessoas, intimamente relacionadas.
E essa característica de fato não conseguiu acompanhar a nossa evolução, que agora nos faz conviver entre milhares de pessoas desconhecidas.
Outro problema é a maneira como a natureza humana vem sendo apresentada para nós. Desde o tempo dos grandes filósofos, que usavam como base para compreensão da evolução humana o Livro de Gênesis, da Bíblia, fomos retratados de forma persuasiva de maneira catastrófica e bastante equivocada.
Como se não bastassem os livros antigos, os meios de comunicação atuais colaboram muito com essa visão.
No fundo, ainda não nos perdemos. O que acontece é que todas essas pessoas que vemos na televisão, jornais, revistas e até em filmes, responsáveis por absurdos que atacam diretamente a vida de outras pessoas, como a corrupção, a violência e as guerras, já citadas na abertura dessa matéria, são a esmagadora minoria.
Mas como o medo vende igual água no verão, como explicamos nesse artigo (item 6), esse tipo de assunto acaba ganhando destaque, assim temos a impressão de que a maioria das pessoas são ruins. E isso está longe de ser verdade.
Ese comportamento acaba virando uma bola de neve, que não abre as portas para mais atitudes altruístas. O estudo feito pela Fundação Common Cause também revelou que pessoas pessimistas em relação a humanidade são mais propensas a não votarem na época das eleições, por exemplo.
O pensamento é clássico e provavelmente sempre passa pela sua cabeça de 4 em 4 anos: “votar pra quê? Só tem ladrão!“. Isso, além de manter essa minoria egoísta no poder, faz com que a maioria das pessoas não tenha noção de sua força.
Beglist
O Poder da Internet
Por isso, nem só de memes da Gretchen deve viver a internet. Graças a rede de computadores temos acesso a alguns tipos de informação que lá nos anos 1980/90 jamais teríamos conhecimento.
Ao mesmo tempo que a internet vem sendo usada para desmascarar o egoísmo de alguns poderosos que controlam o país (e consecutivamente a nossa vida), ela vem dado voz e destaque para o nosso lado mais sublime.
Pessoas que fazem o bem agora ganham protagonismo, não são apenas casos de homofobia, racismo, violência contra a mulher que encontramos na rede – apesar desse tipo de assunto ainda ter muito mais repercussão por conta do medo associado (item 6).
Tem a moça que achou o dinheiro na rua e pagou a conta da senhorinha, a professora que fez hambúrguer para seus alunos que nunca haviam provado o sanduíche e outras milhares de história que quase sempre ganham a legenda “ainda há esperança“. E leve a sério, há mesmo.
Inclusive tem um site que só fala disso, o Razões para Acreditar.
Estadão
– Aluna ansiosa para comer hambúguer pela primeira vez.
Portanto, o que podemos fazer é mostrar para outras pessoas que acreditam acima de tudo no amor, na igualdade e na justiça, que elas não estão sozinhas. Evite encher a timeline dos seus amigos com notícias tristes e informações que nos fazem querer desistir.
Claro que informações são necessárias, mas faça uso do bom senso, informe-se mas não faça “propaganda” dessa minoria. Compartilhe coisas boas também, mostre que mudanças estão à caminho. Deixe os sonhadores saberem que, apesar de toda a dificuldade, novos tempos luminosos estão à caminho.
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autunvanessa-blog · 7 years
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Comunicação Consciente /Não Violenta (CNV)– A linguagem da empatia
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 Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão.
Madre Teresa de Calcutá
Se está à espera de ler um romance de faca e alguidar, ignore este artigo.
Mas se já tiver passado por aquele momento em que uma discussão com o seu interlocutor ameaçou tomar contornos de ¨Game of Thrones¨, então sim, descontraia e preste atenção às próximas linhas...
A Comunicação Não Violenta é a linguagem da empatia por excelência, trata-se de um método desenvolvido na década de 60 por Marshall Rosenberg, um psicólogo americano que reflecte sobre o que leva a comportarmo nos de maneira violenta e, por outro lado, o que nos mantém conectados à nossa natureza compassiva.  Marshall criou a CNV que busca uma entrega mútua de coração entre as pessoas, como uma abordagem para promover o respeito, atenção e empatia. Ao longo das décadas, ele utilizou a CNV para auxiliar comunidades de países que viviam situação de guerra ou conflitos religiosos.
Entender e praticar a CNV é um convite para olhar para dentro e para o outro, mas com um olhar de empatia e compaixão.
A verdade é que a nossa sociedade não nos ensinou a comunicar de uma forma assertiva. As falhas na comunicação continuam a ser um dos maiores problemas das interacções humanas e estão na origem dos maiores desentendimentos entre os indivíduos.
A tendência geral é para comunicarmos de uma forma agressiva, embora muitas vezes não nos damos conta de que o estamos a fazer. Com o desenvolvimento das redes sociais a comunicação tornou-se fragmentada e cada vez mais assistimos a um recrudescimento quase viral de frases feitas na internet, através das quais muitas vezes expressamos pensamentos ou emoções. Mas estaremos realmente a comunicar de uma forma assertiva?
De um modo geral a comunicação verbal é todo tipo de passagem ou troca de informações por meio de uma linguagem escrita ou falada.
No entanto o sucesso da comunicação verbal depende essencialmente da clareza das mensagens trocadas, o que por sua vez está ligado à compatibilidade de vocabulário e intelectual dos envolvidos na troca de informações.
Ou seja, para que a comunicação seja bem sucedida, seja ela escrita ou falada, o receptor da mensagem tem de compreender o que está a ler ou a ouvir, o que implica que tanto o emissor como o receptor comuniquem na mesma língua e estejam no mesmo patamar de conhecimento. Basta uma dessas condições falhar para que a comunicação seja mal sucedida.
Por esse motivo a CNV é o único método de comunicação verdadeiramente eficaz que permite comunicar de uma forma assertiva. Mas em que consiste na prática?
Concretamente trata-se de um processo de comunicação com quatro passos:
Observação – Sentimento - Necessidades – Pedido
Observação: observamos e exprimimos o que está realmente a acontecer. Sem julgamentos e sem juízo de valores.
Sentimento: identificamos e nomeamos o que estamos a sentir em relação ao que estamos a observar o que implica assumir responsabilidade pelos nossos sentimentos e demonstrar vulnerabilidade.
Necessidades: informamos quais são as nossas necessidades, valores e desejos que fizeram nos sentir daquela maneira.
Pedido: pedimos que determinadas acções concretas sejam realizadas, de forma a atender nossas necessidades. Se conseguirmos identificar nossas necessidades, ligando-as aos nossos sentimentos, é mais fácil fazer um pedido sincero e consciente.
EX: Duas pessoas, A e B , combinam um encontro, e a B atrasa-se 30 minutos, sem avisar  A do seu atraso. 
A – O senhor é mesmo irresponsável! (Furioso) Já viu as horas!? Não deve ter nada para fazer e pensa que os outros também não!! (Declaração com juízo de valor) 
B – E então? (Ignorando) Mal chego já está a levantar problemas? (Atacando) Pensei que fosse mais flexível! (Declaração com juízo de valor)
Diálogo baseado na CVN: 
A – Quando o vejo chegar  com 30 minutos de atraso e que não tenho resposta quando tento ligar-lhe 3 vezes de seguida (observação), sinto-me irritado e impaciente (expressar sentimentos) porque precisava de ter a confirmação de que chegava no horário combinado para eu poder estar disponível para os meus compromissos seguintes. (Necessidade) 
B – Lamento imenso. Compreendo que esteja a sentir-se assim. (Empatia) Estava um trânsito caótico e não podia atender porque estava a tentar estacionar. (Explicação) 
Como podemos observar através deste exemplo, dentro da CNV, ouvir com empatia é fundamental para que o vínculo empático seja estabelecido pela comunicação. Empatia é a compreensão que respeita o que os outros estão a viver.
Obviamente que em muitas situações as circunstâncias para dois interlocutores comunicarem de uma forma não violenta podem não parecer as ideais, e por isso por vezes é necessário deixar acalmar as emoções primeiro. Numa situação de muita raiva entre duas pessoas antes de abordar o tema do conflito, a atitude mais sensata a tomar é propor um tempo de reflexão antes de começar um diálogo:
- Neste momento sinto-me extremamente irritado e não consigo controlar as minhas emoções. Não me sinto capaz de falar contigo neste estado. Preciso de me acalmar primeiro para depois podermos conversar.
Para quem quiser iniciar-se à linguagem da empatia pode assistir aos vídeos de Marshall Rosenberg: 
https://www.youtube.com/watch?v=AbQTnHirOnw
Existem também inúmeros workshops e formações de CNV a decorrer frequentemente em Portugal ao alcançe de um click!
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