𝐚 𝐭𝐡𝐨𝐮𝐬𝐚𝐧𝐝 𝐰𝐚𝐲𝐬 𝐭𝐨 𝐟𝐨𝐫𝐠𝐢𝐯𝐞 𝐲𝐨𝐮
@creedslove mais um pedacinho daquela história:
CONTAGEM DE PALAVRAS: 1890
AVISOS: Aviso para linguagem, angustia, duvidas, menção a ansiedade e depressão.
RESUMO: O que se segue depois daquela noite entre você e seu ex-marido, Pedro Pascal.
preparem-se para uma quarta parte disso...
Burn e All too well me inspiraram aqui.
Anteriormente:
Você acorda enrolada ao corpo dele, tudo dói, mas nenhuma dor física é capaz de superar o peso na sua consciência.
Pedro acorda minutos depois, ele sorri quando te vê ali. Mas não é correspondido, seu semblante é diferente do dele.
— ¿Que te passas cariño?
— Nós precisamos conversar...
***
MIL MANEIRAS PARA TE PERDOAR
"Precisamos conversar"
Nada de bom vinha daquelas palavras, Pedro sabia disso, e ouvir aquele deu a ele uma sensação de deja vu, nada bom. Três anos atrás ele disse aquelas palavras, tendo corrido para casa assim que a noticia da traição se espalhou, ele não deveria ter cedido a tentação da carne com tanta facilidade, mas você estava distante e aquilo o matava lentamente, era como se todo ardor da paixão que um dia vocês compartilharam estivesse esfriando se tornando nada mais que cinzas. ele não podia se perdoar, algumas das suas palavras ainda ecoavam na mente dele nas noites silenciosas, o som do seu choro, a breve imagem de Javiera e Lux te consolando quando ele chegou, Lux fechando a porta para que ele não visse o resultado de seus atos. sua esposa em lagrimas, por culpa dele.
Naquela noite, você havia saído sem avisar a ninguem, ido para o único lugar onde poderia limpar a mente, e maldito seja, ele era o único que sabia disso, foi tão rápido para te achar enquanto todos estavam preocupados que o pior tivesse acontecido.
A imagem ainda era clara em sua mente.
o amanhecer surgindo no horizonte, o ar ainda frio pela manhã, seu cabelo emoldurando o rosto, as bochechas e a ponta do nariz corados de tanto chorar, os olhos inchados e ainda umidos.
— Cariño!
você ignorou, a principio, esperando que o silencio o levasse para longe do píer.
— Por favor, precisamos conversar. mi amor.
Você fungou, tampando os olhos com as mangas do moletom., voltando ao choro incontrolável, aquele que fazia você tremer. Ele se aproximou, te vendo tão vulnerável, querendo tirar sua dor.
— Não me toque! — foram suas palavras, tão duras, tão sinceras...- Você perdeu esse direito quando me traiu.
— me deixe explicar...
Em um segundo você se levantou, nivelando os olhos com os dele, Pedro nunca a viu tão forte e decidida, tão empoderada e certa das próprias ações, um grande contraste com a mulher que estava encolhida e em lagrimas momentos atrás.
— Explicar o quê? Você fez uma escolha, me excluiu da sua vida. me traiu! o que eu deveria ouvir? ''foi um acidente", ou talvez tentar mentir, negar o que eu vi?
Pedro ficou em silêncio, ele não tinha uma palavra sequer para dizer.
— Foi a sua escolha, eu vou viver com isso. Mas acculpa fica para você!
mentirosa.
***
Quando Pedro tomou coragem para descer encontrou na cozinha uma cena que desejava a muito tempo, você e as meninas tomando café da manhã como uma familia, a familia que ele dividiu.
Quantas vezes ele não esperou ver você entrando pela cozinha enquanto ele fazia as panquecas para Luz e Lua, elas te atacaram com beijinhos de bom dia, você iria até ele, um bom dia suave saindo de seus labios, as mãos embalando as bochechas, reclamando da barba, mesmo que você gostasse muito dela. Apenas um sonho.
- Pedro, você pode ficar com elas enquanto coloco as mochilas no carro?
Lua se virou para o pai, com a boca cheia de panquecas, dando a ele um sorriso orgulhoso, Luz estava ocupada demais brigando com seus mirtilos para prestar atenção no mundo a sua volta.
Você passou direto sem esperar uma resposta. A sensação de que tudo poderia se resolver se dissolveu e se transformou na dor da realidade, ele tinha te perdido para sempre.
***
Fugir de Pedro era dificil estando na casa dele, muitas lembranças, muitos detalhes, você não tinha ficado muito tempo ali depois da separação, você não se lembrava da ultima vez que subiu pelas escadas ou entrou em um dos quartos.
No quarto das meninas as lágrimas foram mais fortes que sua força para segura-las, se deixando cair em um choro silencioso. Ondas de arrependimento te arrebatando, medo do que tudo significava, do que viria a seguir, você assumiu que vocês precisavam conversar, Pedro não discordou, so era nescessário achar um tempo para isso, marcar um café.
Você nunca deixou de amar Pedro, essa era a coisa mais dolorosamente verdadeira que você sabia.
Amava e odiava.
Amava por tudo que ele foi, tudo que ele significou odiava por ser um traidor. Você poderia lidar com algumas fofocas, se não fossem mais do que isso, fofoca. No momento em que elas passaram a ser verdade, ele te quebrou, e parecia tão casual que foi cruel.
Seu desejo era que tudo que vocês viveram virassem cinzas, queimasse. Assim odia-lo seria mais fácil.
Ele tinha feito essa marca em você, sempre que o via queria morrer, correr para suas mãos e deixar ele apagar toda dor, gritar com Pedro. Quando tudo acabou, você admitiu que viveria com todas as consequências daquela situação, agora, no entanto, você não tinha mais tanta certeza disso, querendo desesperadamente perdoá-lo, implorar para que Pedro tirasse essa dor de você. Bastou uma recaída e todos os muros que você construiu para impedir que ele voltasse fossem ao chão, e pedra por pedra você deveria reconstruir tudo.
Seu telefone vibra no bolso da calça e te traz de volta a realidade, rapidamente usando a manga do moletom você seca as lágrimas, pega as mochilas da cama e desce enquanto atende a ligação.
***
Lua olhava para o pai parado no meio da cozinha pensativa. As gêmeas eram crianças inteligentes, Javiera costumava elogiar isso nelas, desde a separação ambas perguntavam porque seus pais moravam em casas separadas, não era algo fácil de se explicar, fazia pouco mais de um ano que elas começaram a entender. Luz era mais tagarela, sempre contando cada detalhe de cada fim de semana. Lua era mais silenciosa, deixando toda conversa para sua gêmea. Elas se complementavam, duas engrenagens funcionando em conjunto.
— Papai, você e mamãe vão morar juntos?
Pedro a encarou com os olhos arregalados. Você ouviu da sala, sendo parada por um impulso.
— É...
Pedro abria e fechava a boca, mas nenhuma palavra saia.
— Lua você deixou o papai sem palavras!
Luz gargalhou. Logo ambas crianças estavam entretidas uma com a risada da outra.
Pedro ainda parecia perdido, até sentir sua mão no ombro dele. Seus olhos transmitindo algum tipo de calmaria, algo que sua mente precisava e seu corpo ansiava.
— Bom meninas, acho que o papai precisa descansar, e tenho alguns brinquedos espalhados pela casa que precisam chegar aos baús, vocês podem cuidar disso quando chegarmos em casa?
Lua assentiu estendo a mão para irmã.
— Ou podemos ficar aqui! Não temos que arrumar nada aqui!
Luz pareceu certa da sua decisão.
— Luz, não seja teimosa, temos um combinado.
Você soou um pouco mais dura do que realmente estava.
— desculpe.
— Você não tem que se desculpar.
Você pegou ela nos braços, enquanto esperava que Pedro fizesse o mesmo com Lua.
Ele fez, te seguindo até seu carro, as mochilas foram esquecidas na sala, vocês as colocaram nas cadeirinhas, Pedro deixou um beijo na testa de cada uma das filhas e fez seu toque de mãos especial antes de focar em você.
— Então é isso, você as vê no próximo final de semana então passaram a semana juntos, elas podem fazer uma chamada de vídeo mais tarde.— Ambas te olham sorrindo e com os olhos brilhando.— depois que arrumarem os brinquedos.
Ele estendeu a mão tentando te tocar, seu primeiro impulso foi aceitar o toque, recusando um segundo antes de realmente deixar que ele se aproximasse.
— Até mais.
Sua voz saiu como um sussurro.
— Até mais Cariño.
***
Javiera atendeu no segundo toque. Vendo seu nome no visor, ela esperava por uma represália pela noite do cinema. No entanto, para a sua total surpresa você estava desesperada por outra razão.
Uma hora depois vocês duas estavam sentadas no fundo da sua cafeteria favorita.
— Então vocês dois?
— Sim, eu sou fraca! Nada deveria acontecido, o que eu faço agora?
Javi riu do seu desespero, seus sentimentos eram tão óbvios, qualquer um poderia ver que a química, a tensão entre você e Pedro nunca deixou de existir, nunca esfriou, tudo que precisava acontecer aconteceu, vocês dois haviam cedido a carne, e não era estranho que ambos estivessem estressados com tudo, você extremamente confusa, enquanto Pedro se segurava a esperança de reaver seu casamento, você. Era tudo que ele queria.
Assim que seu carro saiu da casa dele, Pedro ligou para irmã mais velha, confessando tudo, implorando por conselhos.
— Vocês precisam conversar!—Você a encara, buscando por algum sinal de piada, mas ela parece muito seria:— Como adultos, sem fingir maturidade, sem esquecer o passado, precisam falar sobre o que aconteceu, sobre como isso te afetou, sobre como ele foi tão baixo e te puxou junto. Seja sincera com ele, não se importe se isso vai ou não magoar.
Era aquilo que você mais adiava, evitar a ele não era apenas físico, era seu subconsciente te protegendo da carga de emoções que cairia sob seu ombros novamente, imaginar colocar toda tristeza que ele te causou de forma crua te deixava ansiosa.
Javiera pegou sua mão, traçando padrões circulares com os polegares na palma e no pulso, para te acalmar, e funcionou, a mais velha te conhecia tão bem.
— Se você não fosse casada, eu me casaria contigo!
Você disse com humor, mesmo sabendo que no fundo havia muita verdade.
— Sei que isso te deixa ansiosa, por isso espero que se encontrem logo e acabem com toda essa confusão, seja para o fim ou não...
Você fez uma careta involuntária.
— Você mesma vive reclamando que ninguém...
— NÃO! não fale isso em voz alta, me faz querer morrer de vergonha.
Sua resposta foi uma gargalhada que chamou atenção de alguns poucos a sua volta.
Javiera deixou você em casa minutos antes das crianças saírem da escola, você deveria buscá-las e preparar o jantar, mas estava nervosa demais, a expectativa te fazendo criar os mais diversos cenários, um futuro muito longe de Pedro, com o mínimo de contato possível, uma reconciliação cedendo ao desejo carnal e aos sentimentos enterrados no fundo, viver como estava nos últimos três anos?
Seus passos até a escolinha do bairro são silenciosos, contrastando com sua mente barulhenta, tudo parece cinza e desfocado, é uma sensação que você conhece muito bem, quase como estar submerso contra sua vontade, lutando para manter o ar nos pulmões, querendo desesperadamente soltar a corda que te mante viva, porque estar ali exige muito, partir soa leve e caloroso.
Lua e Luz vem sorrindo em sua direção, a cor retorna no mesmo instante junto com a vontade e a razão para continuar tentando.
Você pega as bolsas e elas começam a contar como foi o dia, com toda atenção nelas você só percebe Pedro quando ele para na sua frente, se abaixando para abraçar as filhas.
O foco falha, então retorna como uma TV que perdeu o sinal por um segundo.
— Hey, estive pensando em jantar com vocês hoje, tudo bem para você, querida?
É como veneno e antídoto, entrando em seu sistema, tá matando e salvando com a mesma fórmula.
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