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#Século XIV
fabien-euskadi · 10 months
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Two medieval sculptures from the Municipal Crato Museum:
On the top, we have Saint Bartholomew, a work in alabaster from the late XIV Century; this piece it was, probably, imported from England.
On the bottom, we have Saint Andrew. This XV Century statue was once painted, and it used to be in the Hermitage of Saint Andrew, in Crato.
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arte-e-homoerotismo · 6 months
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Anônimo (século XIV) - Suposto retrato de Genghis Khan
Genghis Khan nasceu entre 1155 e 1162 no que corresponde à atual província de Khentii na Mongólia, e morreu em agosto de 1227 no atual condado de Qingshui (China), é o fundador do Império Mongol, o maior império contínuo de todos os tempos, estimado em sua extensão máxima em aproximadamente 36,5 milhões de km2 em 1268 sob Kublai Khan. Vindo da casa principesca dos Bordjiguines, ele reúne vários povos-estados nômades (ulus) da Ásia Oriental e da Ásia Central sob a identidade comum de “mongóis”; ele se tornou o kha (rei), depois o Tchingis Khagan (imperador), antes mesmo de partir para conquistar a China. No final do seu reinado, controlava grande parte da Ásia, incluindo, além da Mongólia, o norte da China e Sogdiana. Após a sua morte, o império foi consideravelmente expandido pelos seus sucessores que continuaram a governá-lo por mais de 150 anos. Seu neto, Kublai Khan, foi o primeiro imperador da dinastia Yuan na China. Para os mongóis, que o consideram o pai da sua nação, Genghis Khan é uma figura lendária rodeada de grande respeito.
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Túmulo do rei D. Fernando
século XIV
Convento do Carmo
Lisboa
fotos cjmn
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elcitigre2021 · 4 months
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Fenomenologia da Experiência Mística
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Se a fenomenologia é um tipo de saber que se ocupa com a significatividade dos fenômenos e se todo fenômeno possui uma autonomia relativa, uma vez que seu campo de significação não é imposto narcisicamente pela subjetividade humana, então, o que se convencionou a chamar no Ocidente de experiência mística possui direito de ser nessa tradição de pensamento.
Ainda que a mística tenha sido considerada inicialmente um tipo específico de teologia, como aparece em Pseudo-Dionísio Areopagita, ela acena para uma experiência irredutível à razão teórico-analítica, assim como às racionalidades prático-operativas. Trata-se de uma experiência fruitiva do mistério. Este, contudo, antes de ser um atributo divino que assinala os limites da racionalidade humana, se identifica com o que o pensador alemão Paul Tillich nomeou de ultimate concern, que poderia ser compreendido como acontecimento de sentido cuja especificidade implica a integralidade da condição humana e o modo como esta habita o mundo.
Apesar de a experiência desse sentido decisivo da condição humana ser um fim em si mesmo (daí seu caráter de experiência fruitiva), ela implica a finitude humana inteiramente, ou seja, sua multiplicidade de comportamentos, afetos, decisões etc. Isso fica claro na análise da obra do dominicano Mestre Eckhart, pensador místico e cristão do século XIV, além da experiência zen budista de mundo, tal qual caracterizada pela escola de Kyoto.
Em ambas as compressões e experiência de mundo, fica claro o sentido hermenêutico da mística, a saber, pensar a possibilidade de excesso de sentido no raio da finitude humana, para além dos regimes metafísicos de compreensão de mundo. A livre Fenomenologia da experiência mística permite entender que mística não é nem misticismo, nem mistificação, mas um tipo de experiência afirmativa e de hermenêutica afirmativa e não metafísica da condição humana no mundo. Fonte
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ninaemsaopaulo · 4 months
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Irrelevante, mas interessante: nas animações da Barbie, reis e rainhas que m0rr3m cedo, depois de um longo período agonizando na cama, provavelmente m0rr3r4m de peste negra, pandemia do século XIV. A Barbie Rapunzel e o Príncipe Stephan, por exemplo, têm esse final tristíssimo ainda jovens, antes mesmo do único filho deles completar 18 anos.
Isso a Mattel não mostra.
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looksaesthetic · 1 year
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Olá pessoal, tudo bem com vocês ? Hoje viemos aqui contar um pouco sobre a história da moda, segue o textinho :
"A moda como a conhecemos hoje tem suas raízes na Europa do século XIV, onde as roupas começaram a ser produzidas em larga escala e a serem utilizadas como uma forma de diferenciar as classes sociais. Na época, as roupas eram feitas sob medida para cada indivíduo e eram extremamente caras.
Com o passar dos anos, a moda evoluiu e se tornou mais acessível, graças à invenção da máquina de costura em meados do século XIX. A partir daí, os designers puderam produzir roupas em maior escala, tornando-as mais acessíveis para as pessoas comuns.
A moda também foi influenciada pelas mudanças sociais e culturais ao longo dos anos. Por exemplo, durante os anos 1920, a moda refletiu a era do jazz e das mulheres independentes, com roupas mais soltas e confortáveis. Já nos anos 1960, a moda foi influenciada pelo movimento hippie e pelo surgimento da contracultura, com roupas coloridas e estampadas.
Hoje em dia, a moda é uma indústria global multibilionária, influenciada por diversas culturas e tendências em constante mudança. Ela é um meio de expressão pessoal e uma forma de transmitir a identidade e a personalidade de uma pessoa através da sua aparência."
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/o-surgimento-moda.htm
Espero que tenham gostado ☺️, até segunda 🩷
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CHAPEUZINHO VERMELHO
Maria Machado contando a história da chapeuzinho vermelho e o lobo mau completa para os amiguinhos. Chapeuzinho vermelho é uma história clássica e muito divertida, um conto de fadas  de origem europeia do século XIV. O conto da chapeuzinho vermelho ,sofreu inúmeras adaptações, mudanças e releituras modernas, tornando-se parte da cultura popular mundial, e uma das fábulas mais conhecidas de todos os tempos. Chapeuzinho Vermelho era contada por camponeses na França, Itália e Alemanha, sempre com um caráter muito popular. Será que a Maria também faz adaptações do imaginário infantil na história da chapeuzinho ?! Ser criança envolve magia, imaginação, alegria, brincadeiras, animação e muitas coisas! Ser criança hoje em dia com muita sabedoria! Tem de tudo e podemos escolher o melhor! Vem para o canal da Maria Machado !! Vamos nos divertir! 
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aeramoraldossemideuses · 11 months
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APOCALIPSE, COMO NUNCA FOI INTERPRETADO!
Até a entrega do Evangelho Eterno.
Acredito que vamos entrando na fase de mudanças mais extremas, reveladas no Apocalipse. João Evangelista foi muito preciso em suas previsões durante o Exílio na ilha de Patmos, no mar Egeu. Deus nos mostrou o que viria, e pouco foi feito para o cuidados que as pessoas deveriam ter com o comportamento. Ouvi dizer que essas foram palavras do mestre Polidoro: o terrível desencarne de Jesus, provocou um atraso significativo no desenvolvimento evolutivo, obrigando essa humanidade ao ressarcimento, até que a balança da Justiça Divina encontrasse o seu reequilíbrio. Se olharmos para o mundo desde o desencarne desse Jesus, um grande período de trevas ficou marcado na história do mundo. Talvez outros Iniciados do século passado já disseram sobre o assunto.
O Ocidente ficou por mil anos sob o poder do idealismo deturpado e escravogista da Instituição Romana, desde a sua fundação em em 313, deturpando tudo que Jesus fez em favor dos dons mediúnico, dizendo que eram coisas do diabo, assassinando as pessoas que os possuíam. A Besta instruiu nações a fazerem guerras, uma com as outras, dizendo ser da vontade de Deus, levando ao desencarne milhões de pessoas que não aceitavam deixarem as suas crenças. E assim faz até os dias de hoje, agindo conforme os próprios interesses.
Porém está bem entendido no Apocalipse que a Verdade seria deixada em tempo certo pela Providência Divina. A misericórdia de Deus assim fez o prometido, começando o seu trabalho bem antes, em meados do século XIV, quando começa a surgir os primeiros reformadores que não concordavam com as práticas abusivas realizadas pelos membros da Igreja romana. Figuras como John Wycliffe e João Huss, questionaram a vida luxuosa dos membros da Igreja e a venda do perdão de Deus com as famosas indugências além de outros dogmas criados, que fugiam do propósito evangelizador ensinado por Jesus. Eles sem dúvida ficaram marcados na história como os precursores do movimento protestante liderado pelo frade Martinho Lutero.
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Mais tarde, na França, outro acontecimento transformou a história do mundo. Pensadores da época começaram a escrever suas ideias de liberalismo - oposição direta contra a intolerância religiosa de Roma que ainda tinha autoridade sobre o rei, influenciando vários líderes de importantes nações da época. Voutaire foi um deles, sendo o principal filósofo do século XVIII, chamado também de Século das Luzes.
Como pode essas ações terem sido previstas antes? Se não fosse o Evangelho Eterno, jamais teríamos o suficiente para saber dos detalhes desse trabalho profético. Que Lei é essa que permite a ciencia dos acontecimentos futuros? Por que vivemos sob o controle de influências que não impedem as pessoas de agirem contra a Lei de Deus?
No micro e no macro, as ações humanas direcionam os acontecimentos, ou seja, cada movimento gera uma reação na mesma proporção.
Nos aspectos determinantes de cada reação, está o valor que cultivamos nas nossas ações. Entre todos os aspectos, o mais relevante na minha opinião é o peso especifico, identificado em nosso envoltório, que vai mudando de densidade de acordo com as nossas ações. Se benéficas forem essas ações menor será a densidade do nosso perispírito, e ações maléficas fazem o contrário, sempre de forma proporcional à intensidade dos nossos atos.
Somado a isso, temos o fator movimento, em espiral, marcando os ciclos que a Terra, o Sistema Solar, Via Láctea e assim por diante, determinando uma relação do espaço com o tempo, que foge da razão sustentada pelo pensamento cartesiano presente na ciência natural das coisas do mundo.
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Voltando ao que foi deixado no Apocalipse, no tempo certo, todas as coisas seriam colocadas no seu devido lugar, mesmo que a grande maioria da humanidade tenha adorado a Besta Apocalíptica, que dominou o pensamento de uma grande parcela da humanidade do Ocidente. Leiam o capitulo 14, versículos 1 a 6.
Restaurar a Verdade foi um grande desafio o mestre Elias realizar. Durante os últimos 6 séculos ele reencarnou 5 vezes e teve o apoio de um exército de servidores para fazer cumprir as profecias. Restaurar a Doutrina do Caminho de Deus e ter os 3 Cavaleiros agindo com as suas ideologias, tinham um grande propósito, fazer a separação do joio e do trigo, pois o Tempo de mudança do planeta chegaria em breve, inevitável, marcada para acontecer nesse nosso tempo de vida na carne.
Considerando apenas o ponto de vista de ser encarnado, a evolução do espírito se dá pelo próprio esforço em agir dentro da Lei dos 10 mandamentos, deixando de lado as inclinações mundanas, que fazem o espírito não avançar. Por isso a humanidade dessa casa cósmica passa pelas provas e expiações. A grande maioria nem imagina o que acontece com o mundo fora da carne e os diretores que comandam a tragetória do nosso planeta, sabendo do padrão que a maioria se encontrava, tinha que preparar a transferência e a seleção dos "fora daqui". Está claro no Apocalipse que o Cavaleiro Branco será vitorioso. Quem estiver com ele, estará na Terra dos próximos ciclos.
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Nessa transição do planeta, de uma para outra era, as ideologias do mundo foram responsáveis pelas previsões feitas no Apocalipse. Por exemplo, as 3 grandes guerras (a última já começou) iniciaram em datas com o mesmo resultado, aplicarmos a ciência da numerologia. É só pesquisar na internet para confirmar o que escrevi. As restrições que estão acontecendo na rede mundial de internet, são interferências orquestrada por grupos que seguem as influências desses poderes ideológicos, principalmente para terem o domínio das massas.
No século XIX, a França tinha os olhos do mundo por causa do idealismo liberal, ou seja, o terreno estava pronto para Elias reencarnar nesse momento oportuno. Sempre reencarnou como missionário no planeta, e dessa vez na figura de Hippolyte Léon, na França, ele entrega a sua obra, de forma acadêmica.
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Sofreu severas críticas dos liberais da época e seus livros foram considerados apócrifos pelo Vaticano. Na Espanha, muitas cópias do seu estudo publicado foram queimadas por ordem do papa.
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Nesse mesmo século, o conhecimento foi trazido para o Brasil pelos grandes influenciadores da nossa cultura e aos poucos, grandes mestres que tinham vivido nos tempos de Jesus, começam a reencarnar no Brasil, difundindo esse conhecimento fora da Europa.
Kardec, deixa escrito em Óbras Póstumas, que o seu trabalho não teria terminado e que reencarnaria. Essa afirmação, por algum tempo foi desprezada por muitos espiritualistas no século XX e só mais tarde, pelo próprio Elias reencarnado, é que apontaria mais uma previsão de tantas que foram confirmadas.
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Nas figuras de Kardec e Polidoro, a humanidade recebeu o necessário para os próximos tempos, quando falamos de doutrina. Na França, suas pesquisas ajudou a desmistificar a relação do encarnado com os espíritos, ou seja, a vida é contínua; falou dos planos invisíveis e as orientações para a prática mediúnica, bem como a importância do comportamento em acordo com a Lei de Deus.
Depois, no Brasil, a Luz da sabedoria penetrou nas terras do Cruzeiro do Sul. A liberdade foi dada e o intercâmbio entre os planos foi feita, onde milhares de casas foram abertas, abrindo a comunicação dos céus de todas as faixas com os espíritos encarnados, claro, tudo acontecendo de forma equivalente ao grau evolutivo de cada envolvido. Os médiuns que tiveram a oportunidade de estar ao lado do mestre Polidoro, disseram que ele registrou a importância do trabalho feito pelo médium Chico Xavier. Chico foi a luz que puxou a atenção do público com suas obras, além de praticar o intercâmbio com os espíritos sem cerimônia. As malignas ações de poder temporal, com certeza fariam o possível para impedir o que estava prometido antes do Dilúvio de Fogo. Não esqueçam que Jesus veio para orientar o povo de Israel. Mas infelizmente foi assassinado pelos seus, já conhecem a história. Desviar a atenção pública com as suas psicografias, foi fundamental para evitar perseguições do poder sob as influências dos Cavaleiro Negro, representado pelo Clero das diversas seita do mundo que negam a comunicação entre os planos, dizendo serem exclusivos intermediários. 1980 foi o ano da primeira publicação do Evangelho Eterno sendo distribuído em vários idiomas pelo mundo todo.
Está no Apocalipse o que virá depois que o Cavaleiro Branco completa o seu trabalho, entregando o Evangelho Eterno. Estamos vivendo isso já, o início dos terríveis cataclismas punitivos. O caos social já começa a ser visto em vários países, também os governantes deixaram a democracia de lado, mesmo contra a vontade popular se preparam belicamente para um grande conflito de nível mundial. Os países estão se dividindo em 2 grandes blocos, dos dois lados estão armados com bombas atômicas, e não tenham dúvidas de que a previsão de um dilúvio de fogo reduzirá a humanidade para 1/3 ou até 1/4 da população total do nosso orbe. Ao mesmo tempo, todos os anos, catástrofes climáticas, como terremotos, furacões e tempestades ceifam vidas e os líderes das poderosas nações do planeta não entendem a gravidade do momento que estamos, pois se recusam em compreender a consequência da "Lei de Causa e Efeito", não medindo não suas escolhas do livre arbítrio dado por Deus. Pior, levam outros menos esclarecidos a errarem, pois acabam acreditando que as mentiras contadas são verdadeiras. Um exemplo que enganou e ainda engana muitos são as mentiras clericais que espalham existir salvação, independente dos crimes cometidos, omitindo a responsabilidade de cada centelha. Esse meio obscuro de doutrinação provoca severas punições, atrasando o devedor em sua escalada evolutiva, pois o espírito só avança depois do ajuste com a Justiça Divina.
Convido todos a lerem o Evangelho Eterno e as Obras de Osvaldo Polidoro. É hora de avançar para não ficar prá trás, estamos no meio de um salto quântico que irá fazer o nosso planetinha viajar mais rápido para o seu destino final que é a Sagrada Finalidade, que é estar com Deus em Deus. Quem não estiver nesse barco navegando no mar sem fim chamado Universo, vai ser transferido e recomeçará a sua jornada num planeta bem atrasado.
Amém!
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aloneinstitute · 2 years
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“OS CASTELOS”: SÉRIE DA TVG
O canal Televisión de Galicia tem ultimamente, com a ajuda de medievalistas galegos bastante conceituados, exibido uma série de documentários sobre os castelos medievais e, a reboque, da sociedade senhorial no território que a partir do século XII formaria o Reino da Galiza. Apesar de estereótipos ocasionais, a qualidade é geralmente muito boa e julgamos ter interesse acrescido para os portugueses dadas as semelhanças e diferenças no tipo de fortificações construídas, nas suas diversas funções e na evolução social em dois espaços vizinhos e muito próximos.
Se efectivamente até ao século XII, não há grandes diferenças entre o Norte de Portugal e a Galiza no que se refere ao poder exercido pelos tenentes e outros nobres sobre as suas fortificações, e se partilham uma série de outras semelhanças em variados aspectos relativos à sua construção, localização ou à primazia do seu papel bélico, a partir do século XIII surgiram divergências assinaláveis entre os dois espaços. Enquanto na Galiza os senhores leigos e eclesiásticos mantiveram uma elevadíssima liberdade de acção e autonomia face à monarquia castelhano-leonesa e os castelos eram símbolos do seu poder senhorial, em Portugal a nobreza parece geralmente ter abandonado a vivência nos castelos de forma bastante precoce e afirmou-se lentamente entre os reinados de Sancho I e Dinis a ideia de que só o rei poderia autorizar a construção de castelos e de que todos os alcaides – incluindo os de fortificações em mãos privadas - lhe deveriam prestar menagem, ao mesmo tempo que as tenências caíram em desuso na segunda metade do século XIII e boa parte dos castelos “cabeça de terra” acabaram abandonados até ao século XIV. Ou seja, em finais da Idade Média, em Portugal temos um caso extremo em que a monarquia controlava de forma directa ou indirecta praticamente todas as estruturas e em que processos neo-senhoriais nos séculos XIV-XV como a residencialização de algumas fortificações se enquadram em processos de arrticulação entre o poder central e certas camadas da nobreza. Isto talvez também seja um factor adicional que ajuda a explicar como, apesar de em ambos os lados da fronteira minhota os homens dos alcaides oprimissem fortemente as populações locais, os castelos portugueses sobreviveram em tão grande número enquanto na Galiza, depois de boa parte acabar arrasado pelas revoltas irmandinhas, os Reis Católicos optaram uns anos mais tarde por demolir a maioria dos restantes para eliminar potenciais focos regionais de oposição nobiliárquica.
Em anexo, a reconstituição do castelo da Rochaforte, o imponente castelo senhorial construído pelo arcebispo João Árias de Compostela algures em meados do século XIII, realizada pela Trasancos 3D com base nos dados arqueológicos existentes e também mostrada no programa televisivo. Por ser local de residência frequente dos arcebispos compostelanos e o centro militar, fiscal e financeiro a partir do qual era exercido o seu poder senhorial sobre o seu couto compostelano, incluindo toda uma série de abusos, acabou destruído depois de um duro cerco pela rebelião dos irmandinhos em 1467. Uma nota ainda para a torre de menagem no centro. Apesar de esta característica ser tradicionalmente interpretada como marca de uma fortificação românica, é ainda bastante comum na segunda metade do século XIII nas primeiras fortificações góticas, tal como de resto se pode observar nas reconstruções coevas dos castelos de Melgaço e Guimarães no Norte de Portugal. Ou seja, o desenvolvimento da “defesa activa” foi um processo que se desenvolveu lentamente nos séculos XII-XIII e não se deve classificar um castelo de forma estanque baseado apenas no facto de a torre de menagem estar situada no centro da praça de armas ou num canto da muralha a fazer de suporte.
Ligação para o documentário: https://www.crtvg.es/tvg/programas/os-castelos
~ José
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helloitbm · 1 year
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios - Lamego - Portugal 🇵🇹 by Vitor Oliveira Via Flickr: Restaurada a diocese no século XI, Lamego possuiu uma sé edificada no reinado de Afonso Henriques da qual nada resta. Da obra medieva sobra a torre lateral, do séc. XIII ou XIV, pois o templo foi reconstruído na transição do século XV para XVI. A fachada principal, obra do mestre João Lopes (1508-1515), é do gótico final. O interior foi renovado no séc. XVIII. O claustro apresenta belas arcadas renascentistas. O bispado de Lamego está documentado desde muito cedo na História do Cristianismo peninsular, datando a primeira referência de 572, ano em que o bispo Sardinário esteve presente no II Concílio de Braga. O edifício que hoje conhecemos começou a ser construído nos meados do século XII, por patrocínio parcelar de D. Afonso Henriques, sobre uma antiga capela dedicada a São Sebastião, esta mandada edificar pela condessa D. Teresa algumas décadas antes. Do período românico resta a monumental torre que flanqueia a fachada principal pelo lado Sul. De secção quadrangular, dispõe-se em três andares sobre forte embasamento, constituindo o último uma reconstrução mais recente do monumento original. Ao nível dos elementos divisores destacam-se as frestas de arco apontado do primeiro andar (como se de uma obra de arquitectura militar se tratasse) e as elegantes janelas de arco a pleno centro, de duas arquivoltas, do segundo andar. Estas são decoradas com meias-esferas e capitéis vegetalistas, circunstâncias que permitem atribuir uma datação algo tardia para o projecto, provavelmente já a rondar a viragem para o século XIII, tendo em conta que a obra, iniciada pela cabeceira, demorou ainda algum tempo a chegar à face ocidental e, consequentemente, às torres. Ler mais Durante a Baixa Idade Média, o conjunto edificado nas primeiras décadas da monarquia foi enriquecido com numerosos elementos, entre os quais algumas capelas funerárias, particularmente de membros do episcopado – casos de D. Paio, que instituiu a capela de São Sebastião em 1246; D. Domingos Pais, a quem se ficou a dever a Capela de Santa Margarida, em 1284; Nicolau Peres, deão, que patrocinou a Capela de Santa Marinha em 1299; ou D. Vasco Martins, que decidiu edificar a Capela de Santa Maria do Tesouro em 1302, entre muitos outros exemplos que poderíamos citar. Nos inícios do século XVI, o monumento foi objeto de uma importante reforma. O arranque dos trabalhos anda atribuído ao bispo D. João de Madureira, que entrou na cátedra em 1502 e o resultado foi a principal obra manuelina deste sector do reino, reservada à fachada principal, elemento primordial de cenografia e de impacto visual a todos quantos se aproximavam da catedral. Os três panos da frontaria, que denunciam o interior em três naves, passaram a conter uma tripla entrada harmónica, composta por portais de arco apontado (o axial inscrito em seis arquivoltas e os laterais em três), profusamente decorados com capitéis vegetalistas de secção oitavada e intercolúnio preenchido com motivos fitomórficos. As pilastras que dividem os panos são reforçadas por contrafortes rematados com cogulhos e, ao nível do segundo andar do corpo central rasga-se um grande janelão de arco abatido, inscrito em moldura rectangular, que se instituiu como verdadeira marca de estilo do projeto. Na Idade Moderna, o conjunto catedralício foi aumentado e enriquecido com outras obras, como o claustro (do período maneirista) e a nova capela-mor (barroca, bastante profunda e revestida por retábulo-mor, dois órgãos e tribunas, construída a partir de 1742). O transepto é igualmente barroco e foi realizado imediatamente após a conclusão da capela-mor, decorrendo os trabalhos até 1771. Por essa mesma altura dava-se corpo à sacristia e aos vários retábulos que ornamentam ainda a maioria das capelas devocionais do interior. Adaptado de: IPPAR /IGESPAR www.culturanorte.gov.pt/patrimonio/se-de-lamego/
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studentgarden · 1 year
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Como era a Eucaristia no começo da Igreja?
Evidentemente os textos mais importante sobre a presença real do corpo e do sangue do Senhor Jesus no pão e no vinho consagrados, são os textos dos Evangelhos (Mt 26,28; Mt 14, 24; Jo 6, 22-71; Mc 14, 22-24; Lc 22,19s; 1 Cor 11,23-26).
No ano 56 São Paulo deixava claro aos coríntios que quem participasse indignadamente da Eucaristia, se tornaria réu do corpo e do sangue do Senhor. (1 Cor 11, 23-26) E as graves consequências desse pecado, indicadas pelo Apóstolo, mostram que a Eucaristia não é mero símbolo, mas presença real de Jesus na hóstia consagrada. Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão com o corpo e Cristo? (1Cor 10,16-21)
A Tradição da Igreja confirma esta verdade abundantemente. Da Didaquè (ou Doutrina dos Doze Apóstolos) A Didaquè é como um antigo catecismo, redigido entre os anos 90 e 100, na Síria, na Palestina ou em Antioquia. Traz no título o nome dos doze Apóstolos. Os Padres da Igreja mencionaram-na muitas vezes. Em 1883 foi encontrado um seu manuscrito grego. “Reunidos no dia do Senhor (dominus), parti o pão e daí graças, depois de confessardes vossos pecados, a fim de que vosso sacrifício seja puro. Quem tiver divergência com seu companheiro não deve juntar-se a nós antes de se reconciliar, para que não seja profanado vosso sacrifício, conforme disse o Senhor: Que em todo lugar e tempo me seja oferecido um sacrifício puro, pois sou um rei poderoso, diz o Senhor, e meu nome é admirável entre as nações” (Ml 1, 11) (n. XIV).
Quanto à Eucaristia, celebrai-a assim:
Primeiro, sobre o cálice: Damos-te graças, Pai nosso, pela santa videira de Davi, teu servo, que nos deste a conhecer por Jesus, teu Servo. Glória a ti nos séculos! Depois sobre o pão partido: Damos-te graças, Pai nosso, pela vida e pela sabedoria que nos deste a conhecer por Jesus, teu Servo. Glória a ti nos séculos! Assim como esse pão, outrora disseminado sobre as montanhas, uma vez ajuntado, se tornou uma só massa, seja também reunida tua Igreja, desde as extremidades da terra, em teu reino, pois a ti pertence a glória e o poder, por Jesus Cristo, para sempre. Que ninguém coma ou beba da vossa eucaristia se não for batizado em nome do Senhor, pois a este respeito disse ele: “Não deis aos cães o que é santo” (Mt 7,6).
Depois de vos terdes saciado, daí graças assim: Nós e damos graças, Pai Santo, pelo teu santo nome que puseste em nossos corações, e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos deste por meio de Jesus, teu Servo. Glória a ti nos séculos! Tu, Senhor onipotente, tudo criaste para honra e glória do teu nome; e deste alimento e bebida aos homens, para seu desfrute; a nós porém, deste um alimento e uma bebida espirituais e a vida eterna, por meio do teu Servo. Assim, antes de tudo, damos-te graças porque és poderoso. Glória a ti nos séculos! Lembra-te Senhor, de livrar do mal a tua Igreja, e de torná-la perfeita em teu amor. Congrega-a dos quatro ventos, santificada no reino que lhe preparaste, pois a ti pertence o poder e a glória, para sempre! Hosana ao Deus de Davi! Se alguém é santo, aproxime-se; se alguém não é, converta-se! Maranathã. Amém. Quanto aos profetas, deixai-os render graças o quanto quiserem (n.10).
Santo Inácio de Antioquia (+102), bispo e mártir
“Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a eucaristia de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé. Nada há melhor do que a paz, pela qual cessa a guerra das potências celestes e terrestres” (Carta aos Efésios).
São Justino (+165), mártir
Nasceu em Naplusa, antiga Siquém, em Israel; achou nos Evangelhos “a única filosofia proveitosa”, filósofo, fundou uma escola em Roma. Dedicou as sua “Apologias” ao Imperador romano Antonino Pio, no ano 150, defendendo os cristãos; foi martirizado em Roma. Terminadas as orações, damos mutuamente o ósculo da paz. Apresenta-se, então, a quem preside aos irmãos, pão e um vaso de água e vinho, e ele tomando-os dá louvores e glória ao Pai do universo pelo nome de seu Filho e pelo Espírito Santo, e pronuncia uma longa ação de graças em razão dos dons que dele nos vêm. Quando o presidente termina as orações e a ação de graças, o povo presente aclama dizendo: Amém… Uma vez dadas as graças e feita a aclamação pelo povo, os que entre nós se chamam diáconos oferecem a cada um dos assistentes parte do pão, do vinho, da água, sobre os quais se disse a ação de graças, e levam-na aos ausentes. Este alimento se chama entre nós Eucaristia, não sendo lícito participar dele senão ao que crê ser verdadeiro o que foi ensinado por nós e já se tiver lavado no banho (batismo) da remissão dos pecados e da regeneração, professando o que Cristo nos ensinou. Porque não tomamos estas coisas como pão e bebida comuns, mas da mesma forma que Jesus Cristo, nosso Senhor, se fez carne e sangue por nossa salvação, assim também se nos ensinou que por virtude da oração do Verbo, o alimento sobre o qual foi dita a ação de graças – alimento de que, por transformação, se nutrem nosso sangue e nossas carnes – é a carne e o sangue daquele mesmo Jesus encarnado. E foi assim que os Apóstolos, nas Memórias por eles escritas, chamadas Evangelhos, nos transmitiram ter-lhe sido ordenado fazer, quando Jesus, tomando o pão e dando graças, disse: “Fazei isto em memória de mim, isto é o meu corpo”.
E igualmente, tomando o cálice e dando graças, disse: “Este é o meu sangue, o qual somente a eles deu a participar… No dia que se chama do Sol (domingo) celebra-se uma reunião dos que moram nas cidades e nos campos e ali se leem, quanto o tempo permite, as Memórias dos Apóstolos ou os escritos dos profetas. Assim que o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos tais belos exemplos. Erguemo-nos, então, e elevamos em conjunto as nossas preces, após as quais se oferecem pão, vinho e água, como já dissemos. O presidente também, na medida de sua capacidade, faz elevar a Deus suas preces e ações de graças, respondendo todo o povo “Amém”. Segue-se a distribuição a cada um, dos alimentos consagrados pela ação de graças, e seu envio aos doentes, por meio dos diáconos. Os que têm, e querem, dão o que lhes parece, conforme sua livre determinação, sendo a coleta entregue ao presidente, que assim auxilia os órfãos e viúvas, os enfermos, os pobres, os encarcerados, os forasteiros, constituindo-se, numa palavra, o provedor de quantos se acham em necessidade” (Apologias).
Santo Ireneu (140-202)
“Dado que nós seus membros (de Cristo), nos alimentamos de coisas criadas, (as quais, aliás, ele mesmo nos oferece…), também quis fosse seu sangue o cálice de vinho, extraído de Criação, para com ele robustecer nosso sangue; quis fosse seu corpo o pão, também proveniente da Criação, para com ele robustecer nossos corpos. Se, pois, a mistura do cálice e pão recebem a palavra de Deus tornando-se a Eucaristia do sangue e do corpo de Cristo, pelos quais cresce e se fortifica a substância de nossa carne, como se haverá de negar à carne, assim nutrida com o corpo e sangue de Cristo, e feita membro do seu corpo, a aptidão de receber o dom de Deus, a vida eterna? Assim como a muda da videira, depositada na terra, depois frutifica, e o grão de trigo, caído no solo e destruído, ressurge multiplicado pela ação do Espírito de Deus que tudo sustém; e em seguida pela arte dos homens se fazem dessas coisas vinho e pão, que pela palavra de Deus se tornam a Eucaristia, corpo e sangue de Cristo; assim também nossos corpos, alimentados com a Eucaristia, ao serem depositados na terra e aí destruídos, vão ressurgir um dia para a glória do Pai, quando a palavra de Deus lhes der a ressurreição. O Pai reveste de imortalidade o que é mortal, dá gratuitamente a incorrupção ao que é corruptível, pois o poder de Deus se manifesta na fragilidade” (Contra as heresias, lv 5, cap. 2, 18,19,20).
Santo Hipólito de Roma (160-235)
Discípulo de Santo Ireneu (140-202), foi célebre na Igreja de Roma, onde Orígenes o ouviu pregar. Morreu mártir. Escreveu contra os hereges, compôs textos litúrgicos, escreveu a -Tradição Apostólica- onde retrata os costumes da Igreja no século III: ordenações, catecumenato, batismo e confirmação, jejuns, ágapes, eucaristia, ofícios e horas de oração, sepultamento, etc.
Logo que se tenha tornado bispo, ofereçam-lhe todos o ósculo da paz, saudando-o por ter se tornado digno. Apresentem-lhe os diáconos a oblação e ele, impondo as mãos sobre ela, dando graças com todo o presbiterium, diga: O Senhor esteja convosco. Respondam todos: E com o teu espírito. “Corações ao alto!” Já os oferecemos ao Senhor. “Demos graças ao Senhor”. É digno e justo. E prossiga a seguir: Graças te damos, Deus, pelo teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos últimos tempos nos enviastes, Salvador e Redentor, mensageiro da tua vontade, que é o teu Verbo inseparável, por meio do qual fizestes todas as coisas e que, porque foi do teu agrado, enviaste do Céu ao seio de uma Virgem; que, aí encerrado, tomou um corpo e revelou-se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da Virgem. Que, cumprindo a tua vontade – e obtendo para ti um povo santo – ergueu as mãos enquanto sofria para salvar do sofrimento os que confiaram em ti. Que, enquanto era entregue à voluntária Paixão para destruir a morte, fazer em pedaços as cadeias do demônio, esmagar os poderes do mal, iluminar os justos, estabelecer a Lei e dar a conhecer a Ressurreição, tomou o pão e deu graças a ti, dizendo: Tomai, comei, isto é o meu Corpo que por vós será destruído; tomou, igualmente, o cálice, dizendo: Este é o meu Sangue, que por vós será derramado. Quando fizerdes isto, fá-lo-eis em minha memória. Por isso, nós que nos lembramos de sua morte e Ressurreição, oferecemos-te o pão e o cálice, dando-te graças porque nos considerastes dignos de estar diante de ti e de servir-te. E te pedimos que envies o Espírito Santo à Oblação da santa Igreja: reunindo em um só rebanho todos os fiéis que recebemos a Eucaristia na plenitude do Espírito Santo para o fortalecimento da nossa fé na verdade, concede que te louvemos e glorifiquemos, pelo teu Filho Jesus Cristo, pelo qual a ti a glória e a honra – ao Pai e ao Filho, com o Espírito Santo na tua santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém. (Tradição Apostólica)
Santo Hilário de Poitiers (316-367)
Doutor da Igreja, foi bispo de Poitiers, combateu o arianismo, foi exilado pelo imperador Constâncio, escreveu sobre a Santíssima Trindade: “Ele mesmo diz: – Minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é verdadeiramente bebida. Quem come da minha carne e bebe do meu sangue, fica em mim e eu nele” (Jo 6,56). Quanto à verdade da carne e do sangue, não há lugar para dúvida; é verdadeiramente carne e verdadeiramente sangue, como vemos pela própria declaração do Senhor e por nossa fé em suas palavras. Esta carne, uma vez comida, e este sangue, bebido, fazem que sejamos também nós um em Cristo, e o Cristo em nós. Não é isto verdade? Não o será para os que negam ser Jesus Cristo verdadeiro Deus! Ele está, pois, em nós por sua carne, e nós nele, e ao mesmo tempo o que nós somos está com Ele em Deus. Ele está em nós pelo mistério dos sacramentos, como está no Pai pela natureza da sua divindade, e nós nele pela sua natureza corporal. Ensina-se, portanto, que pelo nosso Mediador se consuma a unidade perfeita, pois enquanto nós permanecemos nele, ele permanece no Pai, e, sem deixar de permanecer no Pai, permanece também em nós, e assim nós subimos até à unidade do Pai. Ele está no Pai, fisicamente, segundo a origem de sua eterna natividade, e nós estamos nele, fisicamente, enquanto também está em nós fisicamente (Sobre a Santíssima Trindade).
São Cirilo de Jerusalém (+386)
Bispo de Jerusalém, guardião da fé professada pela Igreja no Concilio de Niceia (325). Autor das Catequeses Mistagógicas, esteve no segundo Concilio Ecumênico, em Constantinopla, em 381. “Quanto a mim, recebi do Senhor o que também vos transmiti” etc. (1Cor 11,23). Esta doutrina de São Paulo é bastante para produzir plena certeza sobre os divinos mistérios pelas quais obtendes a dignidade de vos tornardes concorpóreos e consanguíneos de Cristo. Quando, pois, ele mesmo declarou do pão: “isto é o meu corpo”, quem ousará duvidar? E quando ele asseverou categoricamente: “isto é o meu sangue”, quem ainda terá dúvida, dizendo que não é? Outrora, em Caná da Galileia, por sua vontade, mudara a água em vinho, e não seria também digno de fé, ao mudar o vinho em sangue?… É, portanto, com toda a segurança que participamos de certo modo do corpo e sangue de Cristo: em figura de pão é deveras o corpo que te é dado, e em figura de vinho o sangue, para que, para que, participando do corpo e sangue de Cristo, te tornes concorpóreo e consanguíneo dele. Passamos a ser assim cristóforos, isto é, portadores de Cristo, cujo corpo e sangue se difundem por nossos membros. E então, como diz S.Pedro, participamos da natureza divina (2Pe 1,4). Não trates, por isso, como simples pão e vinho a este pão e vinho, pois, são, respectivamente, corpo e sangue de Cristo, consoante a afirmação do Senhor. E ainda que os sentidos não o possam sugerir, a fé no-lo deve confirmar com segurança. Não julgues a coisa pelo paladar. Antes pela fé, enche-te de confiança, não duvidando de que foste julgado digno do corpo e sangue de Cristo. Ao te aproximares, não o faças com as mãos estendidas nem com os dedos separados. Fazer como a esquerda como um trono na qual se assente a direita, que vai conter o Rei. E, no côncavo da palma, recebe o Corpo de Cristo, respondendo: “Amém”. Com segurança, então, depois de santificados teus olhos pelo contato do santo corpo, recebe-o, cuidando para nada perderes… Depois, aguardando a oração, dá graças a Deus que te fez digno de tão grandes mistérios. Conservai invioláveis estas tradições, guardai-as sem falha (Catequeses Mistagógicas).
Nota: A Tradição da Igreja nos mostra que os primeiros cristãos que na celebração da Eucaristia, torna-se presente a própria oblação de Cristo ao Pai feita no Calvário. É importantíssimo entender que não se trata de uma repetição ou multiplicação do sacrifício do Calvário, pois Jesus se imolou uma vez por todas (Hb 4, 14; 7, 27; 9, 12.25s. 28; 10, 12.14). A Ceia torna presente através dos tempos o único sacrifício de Cristo, para que possamos participar dele e sermos salvos. O corpo e o sangue de Jesus estão presentes na Eucaristia não de qualquer modo, mas como vítima; pois estão corpo e sangue separados sobre o altar, como no sacrifício da vítimas do Sinai que selou a Antiga Aliança (Ex 24,6-8). Assim diziam os santos Padres: S. João Crisóstomo, bispo de Constantinopla (?403): “Sacrificamos todos os dias fazendo memória da morte de Cristo” (In Hebr 17,3).
Teodoreto de Ciro (?460)
“É manifesto que não oferecemos outros sacrifícios senão Cristo, mas fazemos aquela única e salutífera comemoração” (In Hebr. 8,4). S. Leão Magno (400-461), Papa e doutor da Igreja: “Talvez digas: é meu pão de cada dia. Mas este pão é pão antes das palavras sacramentais; desde que sobrevenha a consagração, a partir do pão se faz a carne de Cristo. Passemos então provar esta verdade. Como pode aquilo que é pão ser corpo de Cristo? Com que termos então se faz a consagração e com as palavras de quem? Do Senhor Jesus. Efetivamente tudo o que foi dito antes é dito pelo sacerdote… Quando se chega a produzir o venerável sacramento, o Sacerdote já não usa suas próprias palavras, mas serve-se das palavras de Cristo. É, pois, a palavra de Cristo que produz este sacramento. Qual é esta palavra de Cristo? É aquela pela qual todas as coisas foram feitas. O Senhor deu ordem e se fez o céu. O Senhor deu ordem e se fez a terra. O Senhor deu ordem e se fez os mares. O Senhor deu ordem e todas as criaturas foram geradas. Percebes, pois, quanto é eficaz a palavra de Cristo. Se, pois, existe tamanha força na Palavra do Senhor Jesus, a ponto de começarem as coisas que não existiam, quanto mais eficaz não deve ser para que continuem a existir as que eram, e sejam mudadas em outra coisa? Assim, pois, para dar-te uma resposta, antes da consagração não era o corpo de Cristo, mas após a consagração, posso afirmar-te que já é o corpo de Cristo. Não é, pois, sem motivo que tu dizes: Amém, reconhecendo já, em espírito, que recebes o corpo de Cristo. Quando te apresentas para pedi-lo, o sacerdote te diz: “Corpo de Cristo”. E tu responde: Amém, quer dizer, É verdade. Aquilo que a língua confesse, conserve-o o afeto. No entanto, para saberes: é este o sacramento, precedido pela figura” (Os Sacramentos e os Mistérios, Lv 4, 4-6, Ed. Vozes, p. 50-55).
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intuitivamente77 · 1 year
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Descobrindo a Fascinante História do Tarô: Uma Viagem no Tempo
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O Tarô ou Tarot é uma antiga prática de adivinhação que tem suas raízes em uma variedade de culturas e tradições. Neste artigo, vamos explorar a fascinante história do Tarô, desde sua origem nos tempos antigos até seu uso moderno. Também exploraremos os diferentes tipos de baralhos de Tarô, e os principais nomes e referências que fazem a história deste vasto e misterioso Universo. Por último, trazemos à vocês as primeiras etapas para aprender a manipular essa ferramenta tão fantástica que é o Tarot. 
Vem com a gente :) 
Introdução ao Tarô - Primeiros Passos
O tarô é uma forma antiga de adivinhação que tem sido usada por séculos para obter uma visão do futuro e para buscar respostas para as perguntas da vida cotidiana. Alguns acreditam que o Tarô tem suas origens nas antigas escolas de mistério egípcias, e que seu simbolismo está entrelaçado com a tradição hermética ¹. Contudo, historicamente não há registro das cartas nestas épocas remotas. O Tarô tem evoluído ao longo dos séculos, e hoje temos uma variedade de decks e abordagens diferentes do Tarô.
O Tarô é composto de 78 cartas, divididas em duas seções, o Arcano Maior e o Arcano Menor. Os Arcanos Maiores são as cartas mais importantes, e representam os principais temas e ciclos de vida. Elas estão associadas ao caminho espiritual e podem nos ajudar a conhecer nossos desejos e motivações mais profundos. Os Arcanos Menores são compostos de naipes, e representam os aspectos mundanos da vida. Eles estão associados às nossas experiências diárias e podem nos ajudar a entender melhor nossa situação atual.
As cartas do Tarô estão dispostas em uma variedade de diferentes tiragens, tais como a Cruz Celta, a Ferradura, Método Peladan ou a tiragem de três. Estas tiragens são usadas para obter uma visão de uma situação ou questão em particular, servem como um tabuleiro no jogo, onde cada casa será destinada a um quesito específico para direcionar a leitura a um ponto mais assertivo. O Tarô também pode ser usado em um contexto espiritual, para nos ajudar a nos conectarmos com o divino e para obter uma visão do nosso caminho espiritual. Além disso, pode ser usado para interpretação interpessoal de conceitos da vida mundana e cotidiana.Uma ferramenta completa de desenvolvimento consciencial!
¹ Ler: O Caibalion. Obra que detalha as leis herméticas que regem o Universo.
A Origem do Tarô - História Antiga
O tarô é uma prática antiga com uma longa e variada história. Acredita-se que os primeiros baralhos de Tarô foram criados entre o século XIV e XV na Itália, e foram usados como um jogo de azar. Além disso, que Tarô tem suas raízes na tradição hermética, e que seus símbolos representam a sabedoria e o conhecimento das antigas civilizações. Inclusive, muitas delas utilizavam oráculos como forma de adivinhação, como por exemplo, na cultura nórdica existem registros de que estes tinham um conjunto de símbolos intitulado Runas, que os sacerdotes, jogavam para saber o resultado de uma batalha. 
Mas sobre o tarot não existem registros históricos que apontem sua existência antes de 1400 D.C. Sendo um dos primeiros registros de cartas semelhantes ao atual Tarô, é o de Visconti-Sforza, produzido em Milão, na Itália. Ao passar dos séculos, somente em meados de 1690 a 1790 que o Tarô consagrou-se com sua numeração padrão de 78 cartas, e então, temos a aparição do Tarô de Marselha que se fez popular entre as côrtes, e que foi assim difundido por toda a Europa Continental sendo visto como jogo de azar e adivinhação. As cartas eram limitadas, sendo feitas em xilogravuras em papel, e como o comércio do papel ainda era limitado à elite, somente a realeza tinha acesso.
Outra curiosidade interessante, é que o nome Tarot ou Tarô não tem uma etimologia específica. Registros indicam que houveram alterações na nomenclatura, em meados do século XIV o tarô era nomeado de ludus cartarum, também passou a ser chamado de naibis, e, em determinado período que data do século XIV ao fim do século XV foi classificado como tarocco ou tarochino. O nome Tarot começou a ser utilizado a partir de 1590, tendo origem na França junto a classe de artesãos e artistas da época. Alguns dizem que Tarot é um acróstico para Torat/Torá, livro antigo da religião judaica. Outros dizem que o significado é “estrada da Vida”.
Os Arcanos como são conhecidos atualmente, também não tinham esse nome, eram chamados de naibis e/ou trunfo.
Somente a partir do século XVIII que temos o Tarot evidenciado em obras dos principais ocultistas da época, como Gebelin, Eteilla, Eliphas Levi, Papus e A. E. Waite, que trazem o Tarot para as ordens esotéricas aprofundando os estudos nestes círculos herméticos e místicos.
O Tarot permaneceu na zona de conforto da Europa Ocidental até metade do século XVIII e início do século XIX quando chegou aos EUA. Somente a partir da década de 40 a 1980 que o Tarot chegou às terras Sul Americanas.
Explorando os Arcanos do Tarô Antigo
Os Arcanos Maiores do Tarô são compostos de 22 cartas, e representam os principais temas e ciclos de vida. Eles estão associados ao caminho espiritual e podem nos ajudar a conhecer nossos desejos e motivações mais profundos. Sendo iniciado no Arcano 0 ou sem número O Louco e finalizando a jornada no Arcano XXI O Mundo. 
Passando por etapas de descobrimento de suas vontades, o Louco transita para seu autoconhecimento descobrindo-se ou encontrando-se com ou como O Mago, A Sacerdotisa, A Imperatriz, O Imperador e o Hierofante. 
Sequenciando o caminho do livre-arbítrio, onde já possui seu poder pessoal e de escolha se depara com o Arcano: Os Enamorados. 
Decidindo então prosseguir, entende o que é prazer quando depara-se em seu verdadeiro íntimo os Arcanos: O Carro, A Força (R. W. Smith) ¹, O Eremita, A Roda da Fortuna, A Justiça. E para todo prazer a dor aparece no caminho, levando o Ser a compreender que as escolhas feitas anteriormente são confrontadas no presente, sendo sequenciado pelos Arcanos: O Enforcado, A Morte, A Temperança, O Diabo, A Torre.
E mesmo quando tudo desaba, ainda há esperança na jornada, O Louco encontra A Estrela. Então decide evoluir, olha para os astros e segue no caminho, encontrando A Lua, O Sol, O Julgamento, e por fim O Mundo. Quando encontra-se em seu ápice, retorna à estaca zero, pois tudo está em movimento. A serpente engole a própria cauda.²
Os Arcanos Menores são compostos de 56 cartas, e estão divididos em quatro naipes: Paus, Copas, Espadas e Ouros. Cada naipe está associado a um elemento diferente (Fogo, Água, Ar e Terra), e pode nos ajudar a obter uma visão da nossa situação atual e das energias que estão em ação em nossas vidas.
¹ Rider-Waite Smith, Tarot desenhado por Pamela Smith, a primeira mulher a desenhar Arcanos para o Tarot, e reinventado por E. A. Waite preferiu deixar a carta da Justiça como Arcano XI, como o senso de justiça remete ao equilíbrio.
² Ouroboros é um símbolo antigo e versátil que é rico em significados e interpretações variadas. Senso de eternidade.
A Expansão do Tarô - Da Renascença à New AGE
O Tarô se espalhou pela Europa nos séculos XVI e XVII, pois a Renascença e o Iluminismo trouxeram um interesse pelo ocultismo e pela adivinhação. Os decks de Tarô foram expandidos e modificados para refletir os tempos de mudança, e uma variedade de novos decks foram criados. Durante este período, o Tarô foi usado como uma ferramenta de adivinhação e uma forma de obter uma visão do futuro.
O Tarô foi abraçado pelos ocultistas do Renascimento e do Iluminismo, que o utilizaram para explorar os mistérios do universo. Eles acreditavam que o Tarô continha sabedoria oculta, e que estudando as cartas eles poderiam obter uma visão das forças ocultas do universo. O Tarô também era usado para explorar o caminho espiritual, e para obter uma visão sobre a psique humana.
O Tarô redesenhado e reconfigurado por Arthur Edward Waite e por Pamela Smith foi um momento que trouxe maior amplitude a interpretação dos Arcanos, principalmente dos menores, pois antes desta, o tradicional Tarot de Marselha, a qual A.E Waite pegou referências, somente os Arcanos Maiores eram ilustrados, já os menores apresentavam apenas os símbolos do naipe ilustrados nas lâminas.
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Com isso ganhou grande notoriedade e difundiu a sua releitura e interpretação dos Arcanos às ordens místicas do oriente. 
Até hoje nos dias atuais o Tarot de Waite é o mais vendido e muitos preferem sua leitura, pois as imagens evidenciam com facilidade a interpretação na tiragem. 
Eis que em meados da década de 40 surge o famoso ocultista Aleister Crowley que com toda sua base cabalista, e com sua rica bagagem obtida pela passagem na ordem iniciática Golden Dawn cria junto a artista Frida Harris O Tarot de Crowley, baseado no livro que ele mesmo escreve O Livro de Thoth. 
Crowley, embasa em seus estudos e aplica severamente aos Arcanos a própria visão advinda do sistema magicko Thelema ¹ e a Qabalah (Árvore da Vida). 
Crowley trouxe uma nova roupagem para a maneira de interpretação dos Arcanos, inclusive trocando o nome de grande parte destes.
Um dos maiores ocultistas da história Aleister Crowley (1875/1947), deixou seu legado onde grande parte de artistas da década de 1970, como The Beatles, Raul Seixas, Paulo Coelho, entre outros, traziam em suas obras inspirações advindas deste mesmo.
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Agora no século XXI assistimos um ressurgimento do interesse pelo Tarô, com uma variedade de novos decks e abordagens do Tarô sendo criados. O Tarô está sendo abraçado por uma geração mais jovem, que o está usando para explorar os mistérios do universo e para obter uma visão mais clara de suas vidas.
Além disso, outros métodos vêm sendo utilizados para abordagens terapêuticas, para obter uma visão sobre nossos sentimentos e emoções. Hoje difundido pela internet apresenta-se como ferramenta versátil, viralizando nas maiores redes sociais e comunidades pela internet.
¹ é uma filosofia religiosa baseada em um postulado de mesmo nome, adotado como princípio fundamental por algumas organizações ocultistas, desenvolvida no início de 1900 por Aleister Crowley, um escritor inglês e mago cerimonial. A lei de Thelema é "Fazes o que tu queres, há de ser o todo da Lei.
Aprenda Tarô - Os primeiros degraus
Aprender a ler cartas de Tarô pode ser uma tarefa difícil e esmagadora. O Tarô é um sistema complexo, e pode levar tempo para entender os símbolos e significados das cartas. Mas não se preocupe, como já diz o velho ditado “ninguém nasce sabendo”. Aqui estão algumas dicas para ajudar você a aprender a ler as cartas de Tarô:
Leia, leia, e leia bastante! Tenha sempre junto de você seu diário mágico! Nele você anotará todas as suas interpretações, dúvidas e futuras tiragens.
Recomendo muito iniciar os estudos através dos livros do Nei Naiff, um importante escritor brasileiro que trabalha com o Tarô há praticamente 3 décadas.
A internet é ilimitada e tem conteúdos valiosíssimos para quem procurar corretamente. Consuma criadores de conteúdo que abordam o Tarot em suas diversas faces. Uma boa indicação é o canal Tarô Solar no YouTube.
Adquira um Deck de Tarô! Importante para que você siga com seus estudos e pratique. Além de meditar sobre as cartas e sua simbologia. É importante você ter pelo menos um.
Aprenda os Arcanos Maiores: Os Arcanos Maiores são as cartas mais importantes, e representam os principais temas e ciclos da vida. Reserve um tempo para aprender o significado de cada carta e anote cada minúcia e sua interpretação.
Aprenda os Arcanos Menores: Os Arcanos Menores são os fatos, e representam os aspectos mundanos da vida. Anote também seus significados no seu diário.
Entenda os métodos de jogo: Aprender a ler as cartas de Tarô não se trata apenas de entender as cartas, mas também de entender os métodos. Reserve um tempo para aprender os diferentes métodos, um simples para iniciar é com três cartas, mais pra frente vou ensinar por aqui este e outros métodos. 
Prática: A melhor maneira de aprender Tarô é praticar. Assim como para tudo em nossa vida. A prática leva a perfeição! Lembrando que o estudo do Tarot é infinito. Veja, tratam-se de centenas de anos e um único enigma, o Tarot.
Conclusão
O tarô é uma antiga prática de adivinhação, e tem suas raízes em uma variedade de culturas e tradições. Neste artigo, exploramos a fascinante história do Tarô, desde sua origem nos tempos antigos até seu uso moderno. Exploramos os diferentes tipos de baralhos de Tarô, também fornecemos um guia para aprender a ler as cartas de Tarô.
O Tarô é uma prática antiga que tem sido usada durante séculos para obter uma visão do futuro e para buscar respostas às perguntas da vida. É uma ferramenta incrivelmente poderosa, e pode ser usada para explorar os mistérios do universo e para obter uma visão mais profunda de nosso íntimo, escolhas e ações. Se você estiver interessado em explorar os mistérios do Tarô, não deixe de conferir minhas outras redes sociais:
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Vou deixar aqui para vocês alguns links para Decks e livros de Tarot que servirão de ajuda no aprendizado.
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The book Of Thoth by Aleister Crowley https://amzn.to/3HXDDGD
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Obrigado por chegarem até aqui! Nos vemos em breve! 
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claudiosuenaga · 2 years
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Nicole Oresme, o fundador da ciência moderna em plena Peste Negra
Tanto Copérnico como Galileu não fizeram mais do que retomar as ideias que tiveram seu ponto alto em plena Idade Média com Nicole Oresme (1320-1382), o pensador mais original do século XIV e um dos maiores e mais completos gênios de todos os tempos, só comparado a Leonardo da Vinci.
A lembrança e invocação do nome e do legado de Oresme agora são mais do que oportunas e apropriadas, já que ele viveu, tal como nós hoje, em tempos de pandemia, ele da Peste Negra, a mais devastadora da história, que ceifou cerca de um terço da população europeia da época, o que causou muitos atrasos e perdas, quer sejam humanas, científicas, culturais, religiosas e artísticas.
Portanto, o fato de Oresme ter realizado seus feitos intelectuais prodigiosos em tal época, de impactos econômicos e sociais negativos e baixa produção científica, por si só já chega a ser extraordinário, ainda mais por ter se notabilizado não só na matemática como em vários campos do conhecimento, como a filosofia, a psicologia, a economia, as ciências físicas e naturais, a astronomia, a teologia e as artes musicais.
Como matemático, Oresme introduziu métodos de cálculo que prenunciaram o cálculo integral e elaborou conceitos fundamentais de Geometria Analítica, antecipando-se a Descartes.
Como economista, retraçou a história do dinheiro, explicou sua função econômica e condenou severamente a prática de alterar seu valor. Embora assumisse a esse respeito o papel de um teórico político, e não propriamente o de um economista, descreveu os efeitos econômicos das flutuações monetárias.
Como físico, Oresme foi o descobridor da curvatura da luz através da refração atmosférica, embora até hoje o crédito por esse feito seja atribuído a Robert Hooke.
Mas sua maior proeza nesse campo foi o de ter estudado os movimentos uniforme e uniformemente variado e deduzido o teorema da velocidade média e a lei da queda dos corpos, que é mais frequentemente atribuída a Galileu.
Antes de Copérnico, Oresme demonstrou em seu tratado teológico De communicatione idiomatum in Christo, que as razões propostas pela física Aristotélica acerca do movimento da Terra não eram válidas, para o que invocou o argumento da simplicidade a favor da teoria de que é a Terra que se move, e não os corpos celestiais.
No geral, Oresme baseava sua teoria da rotação da Terra sobre razões físico-matemáticas bem melhores e mais explícitas do que aquelas que foram dadas mais de um século depois por Copérnico.
Jamais a Igreja contestou as ideias de Oresme, que era professor de teologia no Colégio de Navarra, em Paris, bispo de Lisieux e desfrutava de grande prestígio – como conselheiro – na corte de Carlos V. Como dizia o o historiador medievalista francês Gustave Cohen (1879-1958), “As trevas da Idade Média não são senão aquelas de nossa ignorância.” 
Por Cláudio Tsuyoshi Suenaga
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Portrait of Nicole Oresme: Miniature from Oresme’s Traité de l’espère, Bibliothèque Nationale, Paris, France, fonds français 565, fol. 1r.
Há 702 anos nascia (em dia e mês desconhecidos, de família desconhecida, na aldeia de Allemagne, atual Fleury-sur-Orne, perto de Caen, diocese de Bayeux, na Normandia) Nicole Oresme (falecido em 11 de julho de 1382 em Lisieux), o verdadeiro e legítimo fundador da ciência moderna.
A lembrança e invocação do seu nome e de seu legado agora são mais do que oportunas e apropriadas, já que ele viveu, tal como nós hoje, em tempos de pandemia, ele da Peste Negra, a mais devastadora da história, que ceifou de 75 a 200 milhões de vidas na Eurásia (o pico ocorreu entre 1347 e 1351), ou cerca de um terço da população europeia da época, o que causou muitos atrasos e perdas, quer sejam humanas, científicas, culturais, religiosas e artísticas.
Portanto, o fato de Oresme ter realizado seus feitos intelectuais prodigiosos em tal época, de impactos econômicos e sociais negativos e baixa produção científica, por si só já chega a ser extraordinário, ainda mais por ter se notabilizado não só na matemática como em vários campos do conhecimento, como a filosofia, a psicologia, a economia, as ciências físicas e naturais, a astronomia, a astrologia, a teologia e as artes musicais.
Um dos filósofos escolásticos mais eminentes do século XIV, Oresme estudou Arte em Paris por volta de 1340 com o filósofo e religioso francês Jean Buridan (1300-1358), o chamado fundador da escola francesa de filosofia natural, e com Alberto da Saxônia (1320-1390), e lá recebeu o Magister Artium. Ele já era um mestre regente em artes em 1342 durante a crise da filosofia natural do frade franciscano, filósofo, lógico e teólogo escolástico inglês Guilherme de Ockham (1285-1347).
Em 1348, Oresme era um estudante de teologia no Colégio de Navarra da Universidade de Paris (uma instituição para estudantes pobres, patrocinado e subsidiado pela realeza, o que torna provável que ele veio de uma família de camponeses).
Em 1356 doutorou-se, e no mesmo ano tornou-se grão-mestre (grand-maître) do Colégio de Navarra.
Em 2 de novembro de 1359, tornou-se “secretaire du roi”, e no ano seguinte se tornou capelão e conselheiro de Carlos V (1338-1380, rei a partir de 1364).
Em 23 de novembro de 1362, ano em que se tornou mestre em teologia, Oresme foi nomeado cônego da Catedral de Rouen. Na época desta nomeação, ele ainda lecionava regularmente na Universidade de Paris.
Por volta de 1369, iniciou uma série de traduções de obras aristotélicas a pedido de Carlos V, que lhe concedeu uma pensão em 1371. Como a maioria de seus contemporâneos eruditos, Oresme escreveu principalmente em latim, mas a pedido do rei Carlos V, também escreveu em francês, fornecendo versões francesas de suas próprias obras e de obras selecionadas de Aristóteles.
Durante seu mandato nesses sucessivos cargos na Catedral de Rouen (1362-1377), Oresme passou muito tempo em Paris, especialmente no contexto de cuidar dos assuntos da Universidade. Embora muitos documentos comprovem a permanência de Oresme em Paris, não podemos inferir que ele também lecionava lá naquela época.
Por causa do trabalho incansável de Oresme para Carlos V e a família real, com o apoio do rei, em 3 de agosto de 1377, Oresme alcançou o posto de Bispo de Lisieux (pequena cidade do departamento de Calvados, na região da Baixa-Normandia).
Parece que Oresme não fixou residência em Lisieux até setembro de 1380, e pouco se sabe dos últimos cinco anos de sua vida. Oresme morreu em Lisieux em 11 de julho de 1382, dois anos após a morte do rei Carlos, e foi sepultado na Catedral.
Oresme demonstrou em seu tratado teológico De communicatione idiomatum in Christo, que as razões propostas pela física aristotélica que negavam o movimento da Terra não eram válidas, e quase dois séculos antes de Copérnico (1473-1543), invocou o argumento da simplicidade de Ockham a favor da teoria de que é a Terra que se move, e não os corpos celestiais.
Em seu Livre du ciel et du monde (1377), Oresme discutiu uma série de evidências a favor e contra a rotação da Terra em seu eixo. A partir de considerações astronômicas, sustentou que se a Terra é que estivesse se movendo e não as esferas celestiais, todos os movimentos que vemos nos céus seriam exatamente iguais às das esferas. Ele rejeitou o argumento físico de que se a Terra estivesse se movendo, o ar seria deixado para trás, causando um grande vento de leste a oeste. Em sua concepção, a terra, a água e o ar compartilhariam o mesmo movimento. Quanto à passagem bíblica que fala do movimento do Sol, ele conclui que “esta passagem está de acordo com o uso habitual da linguagem popular” e não deve ser tomada literalmente. Ele também observou que seria mais econômico para a Terra girar em seu eixo do que a toda a imensa esfera das estrelas. No entanto, ele reconheceu que nenhum desses argumentos era conclusivo e que muitos continuariam sustentando que “os céus se movem e não a Terra”.
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Desenhos e diagramas de Oresme em seu Livre du ciel et du monde.
No campo da matemática, Oresme desenvolveu a primeira prova da divergência da série harmônica, algo que só foi replicado mais de três séculos depois pelos irmãos suíços Jakob (1654-1705) e Johann (1667-1748) Bernoulli.
Ele também trabalhou a noção de probabilidade sobre sequências infinitas, algo que só seria desenvolvido cinco séculos depois. Desenvolveu a noção de frações incomensuráveis, frações que não podiam ser expressas como potências umas das outras, e elaborou argumentos estatísticos probabilísticos quanto à sua frequência relativa.
A partir disso, ele argumentou que era muito provável que a duração do dia e do ano fossem incomensuráveis ​​(irracionais), como de fato eram os períodos dos movimentos da Lua e dos planetas, e observou que as conjunções e oposições planetárias nunca ocorreriam exatamente da mesma maneira. Oresme sustentou que isso refutaria as afirmações dos astrólogos que pensavam que sabiam “precipitadamente e com exatidão pontual, os movimentos, aspectos, conjunções e oposições”.
Em sua crítica à astrologia em seu Livre de divinacions, Oresme não nega as influências dos corpos celestes nos eventos terrestres em todas as escalas, mas afirma, de acordo com uma opinião comumente aceita, que os arranjos dos corpos celestes poderiam ser eventos puramente simbólicos.
Quanto à previsibilidade de grandes eventos como pragas, fomes, inundações e guerras, clima, ventos e tempestades, bem como medicina, com influências nos humores, os quatro fluidos aristotélicos do corpo, Oresme critica tudo como sendo mal direcionado, embora aceite que a previsão é uma área legítima de estudo e argumenta que o efeito sobre o tempo é menos conhecido do que o efeito sobre grandes eventos. Ele observa que os marinheiros e fazendeiros são melhores em prever o tempo do que os astrólogos, e ataca especificamente a base astrológica da previsão, observando corretamente que o zodíaco se moveu em relação às estrelas fixas (por causa da precessão dos equinócios) desde que o zodíaco foi descrito pela primeira vez em tempos antigos.
Em suma, Oresme manifesta dúvidas, mas aceita a existência das influências físicas das estrelas e planetas (incluindo o Sol e a Lua) na Terra. Ele aceita coisas que um cético moderno rejeitaria, e rejeita outras – como a capacidade de conhecimento dos movimentos planetários e os efeitos no clima – que são aceitas pela ciência moderna. Quanto ao que constitui grande parte da prática astrológica moderna, isto é, consultar as estrelas para saber qual o melhor momento para fazer coisas relacionadas ao amor, negócios, política, jogos, etc., Oresme as classifica como artes “totalmente falsas”.
Alguns historiadores defendem que Oresme é o criador da Geometria Analítica antes de René Descartes (1596-1650), por ter representado graficamente em Tractatus de configurationibus qualitatum et motuum (1370), sua mais importante contribuição para a matemática, leis que confrontavam a variável dependente (latitudo) com a independente (longitudo), à medida que se permitia que esta última fosse objeto de pequenos acréscimos.
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Tractatus de configurationibus qualitatum et motuum
Por uma questão de clareza, Oresme concebeu a ideia de visualizar esses conceitos como figuras planas, aproximando-se do que hoje chamaríamos de coordenadas retangulares. A intensidade da qualidade foi representada por um comprimento ou latitudo proporcional à intensidade erigida perpendicular à base em um determinado ponto da linha de base, que representa o longitudo.
Oresme propôs que a forma geométrica de tal figura pudesse ser considerada como correspondendo a uma característica da própria qualidade. Oresme definiu uma qualidade uniforme como aquela que é representada por uma linha paralela à longitude, e qualquer outra qualidade como diferente. Qualidades uniformemente variadas são representadas por uma linha reta inclinada ao eixo da longitude, enquanto ele descreveu muitos casos de qualidades não uniformemente variáveis. Oresme estendeu essa doutrina a figuras de três dimensões. Ele considerou essa análise aplicável a muitas qualidades diferentes, como gostosura, brancura e doçura. Significativamente para desenvolvimentos posteriores, Oresme aplicou este conceito à análise do movimento local onde o latitudo ou intensidade representava a velocidade, o longitudo representava o tempo, e a área da figura representava a distância percorrida.
Ele mostra que seu método de calcular a latitude das formas é aplicável ao movimento de um ponto, desde que o tempo seja tomado como longitude e a velocidade como latitude; quantidade é, então, o espaço percorrido em um determinado tempo. Em virtude dessa transposição, o teorema do latitudo uniformiter difformis tornou-se a lei do espaço percorrido em caso de movimento uniformemente variado. Assim, Oresme se antecipou em dois séculos às deduções de Galileu Galilei (1564-1642) sobre os movimentos uniforme e uniformemente variados e o teorema da velocidade média e a lei da queda dos corpos.
Com seu Tratado sobre a origem, natureza, lei e alterações do dinheiro (De origine, natura, jure et mutationibus monetarum), um dos primeiros manuscritos dedicados exclusivamente à questão econômica (redescoberta somente em 1862 e traduzida em 1864), Oresme trouxe uma visão interessante sobre a concepção medieval de dinheiro, afirmando ser ele um produto originário do mercado e não do Estado, que ele era uma mercadoria a mais e não apenas um meio de troca, e por isso, originalmente, certificadores privados informavam seus clientes sobre a pureza do metal usado nas moedas.
Ele asseverou que a inflação nada mais é do que o resultado da falsificação da pureza dos metais mediante um decreto do Estado, uma vez que este nacionalizou o dinheiro. Esta teoria econômica tem pontos em comum com a contemporânea Teoria Austríaca do Ciclo Econômico, que só surgiu quase sete séculos mais tarde. Precursor da ciência da economia política, Oresme já admoestava que a inflação é predominantemente uma criação do governo e que prejudicava o comércio e a economia e implicava o declínio da civilização, abrindo o caminho para a tirania. E ainda recomendava que para evitar isso, deveria-se impedir que o governo se intrometesse com o dinheiro…
Oresme foi também um psicólogo notável. Usando um método empírico, descobriu o “inconsciente” psicológico e sua grande importância para a percepção e o comportamento, e investigou todo o complexo de fenômenos da psique humana. Estava certo da atividade dos “sentidos internos” (sensus interior) e da construtividade, complexidade e subjetividade da percepção do mundo. A mente inovadora e ousada de Oresme antecipou conceitos essenciais da psicologia dos séculos XIX e XX, especialmente nos campos da psicologia cognitiva, psicologia da percepção, psicologia da consciência e psicofísica.
Oresme compôs um tratado especial sobre a percepção e sua desordem e delusão (De causis mirabilium), onde examinou todos os sentidos (visão, audição, tato, olfato, paladar) e funções cognitivas. Com o mesmo método utilizado pelos psicólogos do século XX, nomeadamente através da análise de delírios e desordens, Oresme já reconhecia muitas leis essenciais da percepção, por exemplo a “Gestaltgesetze” (lei da forma) 500 anos antes do filósofo austríaco Christian von Ehrenfels (1859-1932), limites de percepção (maxima et minima), etc.
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Amigo mais jovem do compositor, matemático, diplomata, militar, musicólogo, filósofo e poeta francês Philippe de Vitry (1291-1361), o famoso teórico musical, compositor e bispo de Meaux, Oresme pode ser considerado o fundador da musicologia moderna. Oresme lidou com quase todas as áreas da musicologia no sentido moderno, como a acústica, a estética musical, a fisiologia da voz e da audição, a psicologia da audição, a teoria musical da medição, a teoria musical, a performance musical e a filosofia musical.
Em sua obra musicológica Configuratio qualitatum and the functional pluridimensionality, Oresme antecipa os diagramas musicológicos contemporâneos e, o mais importante, a notação musical que igualmente quantifica e representa visualmente as variações de um sonus de acordo com determinadas medidas de extensio (intervalos de tempo). A esfera da música não apenas forneceu à teoria de Oresme uma legitimação empírica, mas também ajudou a exemplificar os vários tipos de configurações uniformes e diferentes que Oresme havia desenvolvido, notadamente a ideia de que as configurações dotavam qualidades de efeitos específicos, estéticos ou não, que poderiam ser capturados analiticamente por sua representação geométrica.
Este último ponto ajuda a explicar a abordagem estética abrangente de Oresme aos fenômenos naturais, que se baseava na convicção de que a avaliação estética da experiência sensorial (graficamente representável) fornecia um princípio de análise adequado. Neste contexto, a música voltou a desempenhar um papel importante como modelo da “estética da complexidade e do infinito” favorecida pela mentalité do século XIV.
Oresme buscou os parâmetros do sonus experimentalmente tanto no nível microestrutural e acústico do tom único quanto no nível macroestrutural da música uníssono ou polifônica. Na tentativa de capturar analiticamente os vários parâmetros físicos, psicológicos e estéticos do sonus deacordo com a extensio, Oresme desejava representá-los como as condições para os graus infinitamente variáveis ​​de pulchritudo (beleza) e turpitudo (obscenidade), ou da “beleza da nudez”. O grau em que ele desenvolveu este método é único para a Idade Média, representando a descrição matemática mais completa dos fenômenos musicais antes de Discorsi e dimostrazioni matematiche intorno a due nuove scienze (1638) de Galileu.
Digno de nota neste empreendimento é não apenas a descoberta de “tons parciais” ou sobretons três séculos antes do padre, teólogo, matemático, teórico musical e filósofo francês Marin Mersenne (1588-1648), mas também o reconhecimento da relação entre sobretons e tonalidade de cor, que Oresme explicou em uma detalhada teoria físico-matemática, cujo nível de complexidade só foi alcançado novamente no século XIX pelo matemático, médico e físico alemão Hermann von Helmholtz (1821-1894).
Finalmente, devemos também mencionar a compreensão mecanicista de Oresme do sonus em seu Tractatus de configuratione et qualitatum motuum como um tipo específico de movimento descontínuo (vibração), da ressonância como um fenômeno harmônico, e da relação de consonância e dissonância, que foi mesmo além da teoria da consonância da coincidência bem-sucedida, mas errada, formulada no século XVII.
A demonstração de Oresme de uma correspondência entre um método matemático e um fenômeno físico (som) representa um caso excepcionalmente raro, tanto para o século XIV, em geral, quanto para a obra de Oresme em particular, marco no desenvolvimento do espírito quantificador que caracteriza a época moderna.
Com sua “teoria das espécies” muito especial (multiplicatio specierum), Oresme formulou a primeira e correta teoria da “mecânica ondulatória do som e da luz”, 300 anos antes do físico, matemático, astrônomo e horologista neerlandês Christian Huygens (1629-1695), ao descrever um puro transporte de energia sem propagação de material. O termo “espécie” no sentido de Oresme significa o mesmo que nosso termo moderno “forma de onda”. Sua outra proeza foi descobrir a curvatura da luz através da refração atmosférica, crédito que só foi dado três séculos depois ao cientista inglês Robert Hooke (1635-1703).
Em sua estética musical, Oresme formulou uma moderna “teoria da percepção” subjetiva, que não era a percepção da beleza objetiva da criação de Deus, mas o processo construtivo da percepção, que causa a percepção da beleza ou da feiúra nos sentidos. Portanto, pode-se ver que cada indivíduo percebe um outro “mundo”.
Muitos dos insights de Oresme em outras disciplinas como matemática, física, filosofia, psicologia estão intimamente ligados à “Música Modelo” (incomum para o pensamento atual). O Musica funcionou como uma espécie de “Computador da Idade Média” e, neste sentido, representou o hino abrangente da nova consciência quantitativo-analítica do século XIV.
Enfim, muitas visões essenciais da autoimagem dos tempos modernos, tais como sua compreensão da incomensurabilidade das proporções naturais, da complexidade, da indeterminação, da infinita mutabilidade do mundo, etc., foram antecipadas por Oresme. E embora isso não seja confirmado, Oresme teria ainda especulado sobre a possibilidade de haver outros mundos habitados no universo.
Por todos os seus feitos e para todos os efeitos, somos tentados a desconfiar se Oresme, tal como outros gênios como Leonardo da Vinci (1452-1519), não seria uma espécie de viajante do tempo que foi parar naquela época por acidente ou para lá enviado para alterar de alguma forma a história usando o conhecimento e/ou a tecnologia de seu próprio tempo, seja para o bem ou para o mal, criando uma história alternativa como resultado.
Bibliografia recomendada
Duhem, Pierre. “Nicole Oresme”, in The Catholic Encyclopedia, vol.11, New York: Robert Appleton Company, 1911.
Taschow, Ulrich. Nicole Oresme und der Frühling der Moderne, Halle, Avox Medien-Verlag, 2003.
Nicole Oresme’s De visione stellarum (On seeing the stars): a critical edition of Oresme’s treatise on optics and atmospheric refraction, translated by Dan Burton (Leiden; Boston: Brill, 2007).
Nicole Oresme and The marvels of nature: a study of his De causis mirabilium, translated by Bert Hansen (Toronto: Pontifical Institute of Mediaeval Studies, 1985).
Questiones super quatuor libros meteororum, in SC McCluskey, ed, Nicole Oresme on Light, Color and the Rainbow: An Edition and Translation, with introduction and critical notes, of Part of Book Three of his Questiones super quatuor libros meteororum (PhD dissertation, University of Wisconsin, 1974).
Nicole Oresme and the kinematics of circular motion: Tractatus de commensurabilitate vel incommensurabilitate motuum celi, translated by Edward Grant (Madison: University of Wisconsin Press, 1971).
Nicole Oresme and the medieval geometry of qualities and motions: a treatise on the uniformity and difformity of intensities known as Tractatus de configurationibus qualitatum et motuum, translated by Marshall Clagett (Madison: University of Wisconsin Press, 1968).
Le Livre du ciel et du monde. A. D. Menut and A. J. Denomy, ed. and trans. Madison: University of Wisconsin Press, 1968.
De proportionibus proportionum and Ad pauca respicientes. Edward Grant, ed. and trans. Madison: University of Wisconsin Press, 1966.
The De moneta of N. Oresme, and English Mint documents, translated by C. Johnson (London, 1956).
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📍 Catedral de S. Vito Praga A magnífica Catedral de São Vito foi fundada em 1344 no local da rotunda românica original. Esta catedral gótica é um símbolo espiritual do estado tcheco que levou quase 600 anos para terminar de ser construída. Foi concluída somente em 1929 e é uma parte vital da história do Castelo de Praga. Seus grandes interiores ostentam uma série de maravilhas, incluindo a lindamente decorada Capela de São Venceslau com o túmulo de São Venceslau, a cripta onde muitos reis tchecos são enterrados, e a Câmara da Coroa, lar das joias da coroa. Seu acesso à Catedral de São Vito está incluído nos seus ingressos para o Castelo de Praga. Há muito a admirar na Catedral de São Vito, especialmente os belos vitrais. Cuidado com o do famoso pintor tcheco Alfons Mucha, localizado na terceira capela do lado esquerdo. O interior da catedral abriga maravilhas como a capela de São Venceslau com a tumba de São Venceslau, a cripta onde estão enterrados os reis tchecos e a Câmara da Coroa, onde estão guardadas as Joias da Coroa. A Catedral de São Vito também contém o sarcófago de prata de São João de Nepomuk, que é o mais pesado de sua espécie na República Tcheca! A Grande Torre Sul da Catedral foi construída no final do século XIV. Foi reconstruída mais tarde nos séculos 16 e 18. A torre abriga o maior sino da República Tcheca, chamado Zikmund. No centro da catedral você também poderá ver oito estátuas de santos padroeiros tchecos, muito douradas. #praha #prague #praga #czech #czechia #travel #visitcz #visitczechrepublic #travelphotography #travelblogger #canon #cathedral #raw_community #raw_architecture #raw_czech #capture_familia #faded_world #photography #photo #travelblog #yourclickishighlight (em Catedral De São Vito - Castelo De Praga) https://www.instagram.com/p/CiKmWjJsh5C/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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linyarguilera · 2 years
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LITERATURA E HUMANISMO
Se no Renascimento tem-se o alemão Martin Luther ou Martinho Lutero provocando a Revolta Protestante, refletindo sobre religiosidade, e traduzindo pela primeira vez uma bíblia do latim para o alemão, pode-se então considerar ele um pró humanista.
O Humanismo é um período que provoca uma crise existencial em qualquer ser humano, inclusive pensar sobre a própria existência é considerado um tipo de inteligência diferencial pela neurologia e psicologia, mas de fato não se sabe, se os outros animais também tem reflexões sobre ser jacaré ou dinossauro.
O período Humanista é transição da Era Medieval para Idade Moderna, é quando a humanidade começa a expor seus ideais humanos, não significa que o teocentrismo é simplesmente jogado para a Barca de Gil Vicente, mas que o ser humano passa a ser símbolo e seu ser o centro de sua própria existência.
Não foi na época do Humanismo que surgiu o ateísmo, mas fora uma época em que a literatura e as ciências de modo geral começaram a devincular-se da Igreja Católica, Ou de qualquer outra instituição religiosa, isso na Europa. Na época do renascimento de Florença era comum ser um polimata, como Leonardo da Vince, amando as idealizações que criara sobre Monalisa, pintor, anatomista, engenheiro e muito mais.
A literatura Humanista sendo uma ciência linguística, focará no existencialismo humano, o amor diferente do fraterno continuará existindo como a opção da inexistência do vazio humano diante de sua própria psíque, porém a dama ou cavalheiro inalcançável ganhará desilusões, colocando o ser humano não como anjo, mas focando em sua religiosidade como nos autos, e, em seus vícios e soberbas nas farsas.
Fernão Lopes é quem inicia o movimento em Portugal no ano de 1418, sem pretensões escrevia sobre investigações, testemunhos e reis, cujo foco era a sociedade portuguesa.
No humanismo burgueses ganham mais destaque, surgem poesias populares e folclóricas burguesas, mas acima estava a palaciana, onde as obras eram lógicamente elaboradas, eruditas, preocupando-se com redondilhas e métricas.
O Humanismo provoca muitas reflexões sobre "ser ou não ser", faz o ser humano pensar que as regras de sua religião em parte foram criadas pelo próprio homem, e que cabe ao ser humano descobrir e viver por si, também torna-se complexo entender se estás a pecar ou não, já que é válido na época pensar que muitas doutrinas foram criadas pela própria humanidade, a luta das Cruzadas em "nome de Deus" derramavam sangue, mas ao mesmo tempo torna-se estranho pensar em um Deus que corrompe com suas próprias leis, sendo uma delas não tirar a vida do próximo, já que a vida de cada um pertence apenas a esse ser celestial.
Nessa época abre-se caminhos de forma mais aberta para as ciências que tinham como foco estudar a natureza e suas transformações, e a partir disso surgiram algumas invenções, como óculos, ou a ideia do heliocentrismo, não mais acreditando em geocentrismo, sabe-se sem satélites, mas por cálculos matemáticos e movimentos do dia e da noite que de fato a Terra se movimenta em algo imenso.
O Humanismo provoca uma verdadeira crise existencial humana de forma desbravadora ainda nos séculos XIV ao XVI.
Lembrando que renascer é tornar-se humanista saindo de uma idade mediana.
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onlyconcurseira · 2 years
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Filosofia moderna ou Período Renascentista.
Filosofia moderna ou Período Renascentista.
Período entre 1401 a 1642 (por volta do século XIV a século XVII). A teoria heliocêntrica foi causa de muitas revoluções científicas, mais especificadamente, na filosofia, na teologia e na política. Foi com a teoria heliocêntrica que começou a se discutir as correntes de pensamento humanistas. Uma característica dos filósofos dessa época era adotarem uma postura cética, ou seja, da dúvida. O…
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