Tumgik
#Recôncavo Baiano
divulgamaragogipe · 1 year
Text
https://divulgamaragogipe.com/governador-jeronimo-rodrigues-visita-maragogipe-para-prestigiar-carnaval-imaterial/?noamp=available
1 note · View note
momaie · 1 year
Text
Assista a "Capoeira | Tributo ao mestre Bigodinho", no YouTube
Assista a “Capoeira | Tributo ao mestre Bigodinho”, no YouTube
View On WordPress
0 notes
Text
In the countryside, waters, forests and in cities: what are women's struggles?
With femicide on the rise, Women’s Day calls for access to land and housing as crucial to end gender violence
Tumblr media
A babassu coconut breaker from Maranhão state. A Quilombola fisherwoman from the region known as Recôncavo Baiano. A peasant woman from Mato Grosso state. A homeless woman from the country's largest metropolis, São Paulo. According to them, the relationship between their struggles, expressed on March 8, the International Day of Women's Struggle, is the defense of the autonomy of their bodies connected to the fight to conquer or defend their territories. 
This year’s Women’s Day occurs amid a record femicide rate. A survey by the Brazilian Public Security Forum released on Thursday (7) shows that, in a growing trend over the last nine years, 2023 alone recorded 10,655 femicide cases.  
"Women are the defenders of life. I don't know of any forests devastated by women. When destruction happens, they are the first to suffer. They're the ones who live off babassu [coconut]. When a community is evicted, they are the ones who hold the line with their children," explained Maria Nice Costa Machado, a coconut breaker and Quilombola woman from the National Council of Extractivist Populations (CNS, in Portuguese).
"That's why we have to organize, be strong and unite," says Dona Nice, as she is known. She is one of the 1.3 million Quilombola individuals in Brazil, according to the most recent census by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE, in Portuguese). Of these, almost 90% live in communities that have not yet been granted land titles.  
Continue reading.
12 notes · View notes
djinfurtacor · 2 months
Text
Dentro Aqui
Sol a pino, esquentando a moleira. Terça-feira. Dia de munir o corpo para seguir caminhando na guerrilha. Meio dia. Quente e intenso. Plantaram vento na terra do recôncavo baiano.
Nasci.
Feliz quem encontra fresca na hora sem sombra. Feliz quem acessa a virada do tempo, quando as divindades dançam na rua brincando com os elementos.
.
entrando pela fresta // verão mutável na bahia dos mistérios // lua balsâmica em peixes
4 notes · View notes
desejosedesabafos · 9 months
Text
Poema da buceta cabeluda por Bráulio Tavares
A buceta da minha amada tem pêlos barrocos, lúdicos, profanos. É faminta como o polígono-das-secas e cheia de ritmos como o recôncavo-baiano. A buceta da minha amada é cabeluda como um tapete persa. É um buraco-negro bem no meio do púbis do Universo. A buceta da minha amada é cabeluda, misteriosa, sonâmbula. É bela como uma letra grega: é o alfa-e-ômega dos meus segredos, é um delta ardente sob os meus dedos e na minha língua é lambda. A buceta da minha amada é um tesouro é o Tosão de Ouro é um tesão. É cabeluda, e cabe, linda, em minha mão. A buceta da minha amada me aperta dentro, de um tal jeito que quase me morde; e só não é mais cabeluda do que as coisas que ela geme quando a gente fode.
4 notes · View notes
andrecast · 2 years
Photo
Tumblr media
Pantera egípcia da @ziza.gomes cicatrizada + roles pelo recôncavo baiano, terra muito mágica!! ✨✨✨ (em Cachoeira, Bahia, Brazil) https://www.instagram.com/p/ChZ4yUlgkrc/?igshid=NGJjMDIxMWI=
23 notes · View notes
brasil-e-com-s · 2 years
Text
Um pouco de História do Brasil:
Os tupinambás faziam parte dos povos indígenas brasileiros que por volta do século XVI habitavam duas regiões da costa brasileira: a primeira desde a margem direita do rio São Francisco até o Recôncavo Baiano e a segunda desde o Cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, até São Sebastião que pega o litoral de São Paulo. Esse segundo grupo chamado tamoio. Os grupos compunham-se de 100.000 indivíduos e eram a nação indígena mais conhecida de toda a costa brasileira pelos navegadores europeus do século XVI. Diziam os antigos, que os invasores eram capturados e posteriormente comidos pelos tupinambás. Imagina se naquela época, ocorresse um governante doido assim…Os índios lá, nas suas terras e aí aparece um Bolsonaro…pra falar e fazer m3rd4 como esse faz o tempo todo... 😆
Sacou?
Tumblr media Tumblr media
9 notes · View notes
palavradigital-blog · 11 days
Text
Nova espécie de dinossauro que viveu na Bahia é identificada
Cientistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro identificaram uma nova espécie de dinossauro que viveu no Recôncavo Baiano. O trabalho também revelou os primeiros ossos de dinossauros descobertos na América do Sul, segundo a instituição. O espécime foi batizado como Tietasaura derbyiana, em homenagem ao romance Tieta do Agreste, do escritor Jorge Amado, e ao geólogo e naturalista Orville…
View On WordPress
0 notes
ocombatente · 19 days
Text
Itaú Cultural homenageia Maria Bethânia com exposição sensorial
Tumblr media
“Meu Deus, me dê a coragem de viver 365 dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude”. São esses versos de Clarice Lispector, declamados na doce voz de Maria Bethânia, que ecoam agora no primeiro andar do Itaú Cultural e abrem a nova exposição do espaço, toda dedicada à cantora. A Ocupação Maria Bethânia abre ao público nesta quarta-feira (13) à noite, em São Paulo, e destaca a força da palavra e da literatura na vida dessa cantora, celebrada como um dos maiores nomes da música brasileira. A curadoria é do Núcleo de Curadorias e Programação Artística do Itaú Cultural e da diretora Bia Lessa, com pesquisa audiovisual de Antônio Venâncio. “A Bethânia é um extrato de Brasil muito relevante para nosso imaginário e para nossa noção identitária e cultural”, disse Galiana Brasil, gerente do Núcleo de Curadoria e Programação Artística do Itaú Cultural e integrante da equipe curatorial da mostra. Essa exposição, afirmou, pretende reforçar o legado da cantora e celebrar sua trajetória de 60 anos de carreira. “Ela traz essa importância da identidade vocal e de pensamento. É uma artista que imprime um pensamento sobre o que faz. Nada do que faz é gratuito”, reforçou. Para essa mostra foram destinados dois espaços expositivos. O primeiro deles está no andar térreo, onde se apresentam 98 fotos que flutuam pela sala, suportadas por cabos de aço até a altura do público. As fotos apresentam a família de Bethânia, seu lugar de nascimento (a cidade de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano), seus amigos, seu cotidiano e imagens de shows. Os cabos de aço também sustentam saquinhos de água e de terra, onde se lê o nome da cantora. “Esse é o espaço do território. Aqui é muito a força de Santo Amaro no que constitui a Bethânia”, explicou Galiana, em entrevista à Agência Brasil. Para cada uma dessas fotos há uma frase refletida no chão, criando um contraponto entre o que se vê e o que se escreve. Entre elas, uma dita pela própria cantora: “Pessoas do Recôncavo você distingue imediatamente”. Estão ali também frases de vários escritores, compositores e poetas como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Mário de Andrade, e que inspiraram a artista. Enquanto explora esse espaço, o público será envolvo em sons que remetem ao mar e à música. No caminho entre o térreo e o primeiro andar, onde se encontra a segunda parte da exposição, o visitante vai se deparar com ventiladores, que foram espalhados pela escadaria. A ideia, explicou Galiana, é reforçar a ideia de natureza, que é tão importante no universo da artista. São Paulo - Itaú Cultural homenageia Maria Bethânia com exposição sensorial - Foto Itaú/Divulgação Por sua vez, o primeiro andar foi todo ocupado por uma instalação composta de 47 monitores com imagens documentais de diferentes períodos da obra e da vida de Bethânia, reforçando seu diálogo com a poesia e a literatura. A produção tem duração de 1h45min e é rodeada por um espelho d’água. Uma leve brisa envolve o ambiente. “Esse espaço é um convite para que as pessoas vejam a Bethânia além daquele lugar ou de idolatria ao qual o olho já está mais treinado para vê-la. Aqui vamos vê-la em partes, por meio da cidade de Santo Amaro, das pessoas, da família e de suas grandes influências”, explicou Galiana. É nesse andar também que serão apresentados dois bordados feitos por Bethânia durante a pandemia: Rotas do Abismo e O Céu de Santo Amaro, nos quais a artista exprime, por meio de linhas, agulhas e tecido, sua intimidade com a palavra. “Chamar isso que faço de bordado é engraçado, é uma ofensa a quem realmente sabe bordar”, disse a cantora, em nota que apresenta a exposição. “Gosto de bordar palavras, de escrever com linhas, de inventar. É um desabafo, um modo de me expressar. Como artista, além do isolamento e da solidão, ser proibida e não conseguir me expressar é insuportável para mim. São bordados que se relacionam com o presente.” Atividades Além da exposição, o Itaú Cultural preparou programação especial para celebrar a vida e a obra de Maria Bethânia com ateliê de bordados e shows, entre eles, o de Moreno Veloso, que ocorre na sexta-feira (15) e no sábado (16), às 20h. Também será apresentado o filme Os Doces Bárbaros, que poderá ser assistido online na plataforma Itaú Cultural Play. “Temos também a dimensão do site que vai trazer conteúdos super exclusivos e que não estão aqui, em nenhum dos pisos, tais como depoimentos e artigos”, explicou Galiana. A mostra, que tem entrada gratuita, permanece em cartaz até o dia 9 de junho. Mais informações sobre a exposição podem ser obtidas no site do Itaú Cultural. Fonte: EBC GERAL Read the full article
0 notes
ocombatenterondonia · 4 months
Text
História de Tia Ciata reforça resistência cultural do povo preto
Neste sábado (13) faz 170 anos que Hilária Batista de Almeida nasceu em Santo Amaro da Purificação, no recôncavo baiano. Conhecida no Rio de Janeiro como Tia Ciata, em abril faz cem anos que ela faleceu, após vida de intensa participação na preservação da cultura brasileira, especialmente, da população preta e no fortalecimento do candomblé contra a intolerância religiosa. A atuação de Tia Ciata…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
gazeta24br · 5 months
Text
Salvador, a capital da Bahia, é uma cidade vibrante, rica em cultura, história e belezas naturais. Conhecida como o berço da cultura brasileira, Salvador oferece uma variedade de experiências que cativam todos os visitantes. Este artigo destaca as atividades que você não pode deixar de fazer ao visitar essa cidade encantadora, incluindo informações sobre o clima local. Mergulhe na História e Cultura A história de Salvador é fundamental para entender a cultura brasileira. Uma visita ao Pelourinho, o centro histórico da cidade, é indispensável. Com suas ruas de paralelepípedos, casas coloridas e igrejas barrocas, o Pelourinho é um Patrimônio Mundial da UNESCO. Além disso, explore o Museu Afro-Brasileiro e o Memorial da Cultura Baiana para uma imersão na rica história afro-brasileira. Experimente a Gastronomia Local A culinária baiana é uma fusão de sabores africanos, indígenas e portugueses. Experimentar o acarajé, um bolinho de feijão frito servido com vatapá e camarão, é uma experiência obrigatória. Outras delícias incluem o moqueca de peixe e o bobó de camarão, pratos ricos e saborosos que refletem a alma da Bahia. Clima de Salvador O clima em Salvador é tropical, com temperatura alta durante todo o ano. Os verões, de novembro a março, são quentes e úmidos, com temperaturas médias em torno de 30°C. Já os invernos são mais secos e ligeiramente mais frescos, com temperaturas médias em torno de 25°C. Vale a pena conferir a previsão do tempo antes de visitar, especialmente se planeja aproveitar as praias e atividades ao ar livre. Visite as Belas Praias As praias são uma das principais atrações de Salvador. Praias como Porto da Barra, Farol da Barra e Praia do Flamengo oferecem águas claras e areia dourada, ideais para banho de sol, natação e esportes aquáticos. O pôr do sol no Farol da Barra é um espetáculo à parte e não deve ser perdido. Ilha de Itaparica A Ilha de Itaparica, acessível por ferry boat a partir do Terminal São Joaquim em Salvador, é um refúgio perfeito para quem busca praias mais tranquilas e uma atmosfera relaxante. A ilha possui uma rica história, belas paisagens e é ideal para um passeio de um dia ou para uma estadia mais prolongada. Cachoeira e o Recôncavo Baiano Uma visita à cidade histórica de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, é uma jornada no tempo. A região, rica em história e cultura afro-brasileira, oferece uma experiência cultural profunda, com seus museus, igrejas antigas e uma paisagem rural encantadora. Morro de São Paulo Embora um pouco mais distante, uma viagem ao Morro de São Paulo é altamente recomendada. Este destino turístico popular, situado na Ilha de Tinharé, é conhecido por suas praias paradisíacas, vida noturna vibrante e atividades de ecoturismo. Viva a Música e a Dança Salvador é o berço de muitos estilos musicais brasileiros, incluindo o axé. Assistir a uma apresentação de música ao vivo ou participar de uma aula de dança de samba-reggae são formas autênticas de experimentar a cultura vibrante da cidade. Durante o carnaval, Salvador se transforma em um dos maiores palcos de festa do mundo, uma experiência cultural inesquecível. Explore a Arte e o Artesanato Local O Mercado Modelo e a Feira de São Joaquim são locais perfeitos para encontrar artesanato local, arte e souvenires. De esculturas em madeira a tecidos coloridos, esses mercados oferecem uma amostra autêntica do artesanato baiano. Visitar Salvador é uma oportunidade de mergulhar em uma cultura rica e vibrante, experimentar uma gastronomia única e desfrutar de belezas naturais deslumbrantes. Desde explorar o centro histórico até relaxar nas praias e vivenciar a música local, Salvador tem algo especial para oferecer a todos os visitantes.
0 notes
divulgamaragogipe · 1 year
Text
MARAGOJIPE: Câmara Municipal aprova Projeto de Lei que cria carteirinhas dos autistas
MARAGOJIPE: Câmara Municipal aprova Projeto de Lei que cria carteirinhas dos autistas
Foi realizada nesta quinta-feira (3), a 9ª Sessão Ordinária do 2° Período Legislativo da Câmara Municipal. Assuntos de interesse da população Maragojipana. O Projeto de Lei das carteirinhas dos autistas, de autoria do vereador, Ricardo de França (PT), foi aprovado por unanimidade. O autismo, atualmente chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição caracterizada por…
Tumblr media
View On WordPress
1 note · View note
atemoiamaktub · 6 months
Text
A Escola Aurelino Mário de Assis está localizada na área urbana de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Situada no bairro Curiachito, a escola é próxima ao centro da cidade e também à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Fundada em 2000, a escola está localizada ao lado da Apae de Cachoeira e ambas as instituições se comunicam por meio de uma quadra esportiva.
A Apae e a Escola Aurelino Mário de Assis possuem uma relação de diálogo e interligação, já que muitos alunos da Apae são matriculados na Aurelino. Essa parceria é fomentada pela equipe da Apae, que busca garantir aos estudantes com deficiência a oportunidade de acesso ao ensino regular, conforme seu direito.
A Aurelino Mário de Assis atua exclusivamente no ensino fundamental, englobando os anos iniciais e finais. A escola conta com diversas turmas de diferentes séries, como os sétimos anos I, II, III, entre outros. Embora não seja muito grande, a estrutura física da escola é adequada. Há dois pátios, sendo um deles descoberto. A sala dos professores, da diretoria, almoxarifado, cantina e banheiros se localizam principalmente no pátio principal, todos próximos às salas de aula.
A escola apresenta salas de aula espaçosas, com carteiras confortáveis e todas as salas são equipadas com ar condicionado. A Aurelino Mário de Assis busca oferecer um ambiente propício para o desenvolvimento educacional dos alunos, mesmo com suas dimensões reduzidas.
0 notes
robertoleal · 7 months
Text
Tumblr media
VI EDIÇÃO DO ENEB AGITA A CENA LITERÁRIA BAIANA
(Atração internacional escritora e jornalista angolana Mwana Áfrika)
A sexta edição do Encontro de Escritores Baianos terá lugar no Centro Cultural Casa de Angola na Bahia (Praça dos Veteranos, 5 – Barroquinha), nos dias 17 e 18 de novembro (sexta-feira e sábado). O evento tem a realização da UBESC – União Baiana de Escritores e tem a curadoria do jornalista, escritor e editor brasileiro Roberto Leal. O ENEB tem como objetivo buscar a integração, o intercâmbio e a discussão em torno das dificuldades encontradas por escritores independentes na elaboração das suas obras, além de debater a escassez de apoio cultural para a realização de eventos literários e a falta de políticas públicas específicas de promoção do livro e de autores baianos. A ideia do encontro surgiu em 2010, quando em Setembro, foi realizado  sua primeira edição.
A abertura do encontro será no dia 17, às 09h, com um Coffee break para os  participantes. O encontro é destinado a escritores, poetas, editores, leitores, estudantes, professores e público interessado. Nessa edição será homenageado o saudoso professor, jornalista, escritor e pensador Germano Machado, que será lembrado na fala do poeta Elizeu Moreira Paranaguá e em gravura do artista plástico angolano Elias Jamba Samjelembi, que da rosto ao ENEB.
O evento terá na sua programação: Palestras; lançamento de livros; exposição e vendas de obras de escritores baianos; teremos uma Edição do “Sarau do Agdá”; bate-papo com escritores convidados; entrevistas e muito mais Literatura & Letras. E na estreia do “Momento Anajara’, a fonoaudióloga e poeta Anajara Tavares aparecerá nos intervalos, a recitar poesias e poemas, de autores presentes.
Entre os temas de palestras estão: “Literatura Negra: a voz que atravessa Literatura brasileira”. Ministrada pela professora de Letramento Racial,  critica literária e poeta  Jovina Souza, autora de “O Levante da Fênix” e “P/ O Homem da Rua K”, Editora Òmnira/Angola-África e Editora Dikebrada/BA, ambos 2023. A Trilha do Medo, A Trilha da Cura: A Literatura de horror de autoria negra feminina na Bahia, uma leitura de Jovina Souza e Hildália Fernandes. Palestra da professora e escritora Margarete Carvalho autora de “Alma Cativa” Editora Òmnira/Angola-África, 2ª Edição 2023.
Serão lançados os livros: “A Casa do Mistério ou A Casa do Renascimento” e “Babá Alapalá, Caminhos e Encantos" Ed. Mayamba/Angola e Ed. Segundo Selo/BA, ambos 2023, do pesquisador e professor da UNEB - Universidade do Estado da Bahia, Gildeci Leite.  E “Por Exemplo o que a História ainda não contou”, da escritora, jornalista e apresentadora de TV, a angolana Mwana Áfrika,  pela africana Editora ÁFRIKA/2023. A obra tem prefácio do jornalista e poeta angolano José Luís Mendonça, foi apadrinhada pelo músico angolano Bonga Kwenda e patrocinada pela Fundação Isaías Trindade.
Coquetel de encerramento na Área Verde da Casa de Angola,  com a atração musical, o jovem cantor cachoeirano  Mil Vini's, ele que interpretará  sucessos autorais , dentre elas, as preferidas do seu público: “20 de janeiro”, “Canceriana” e  “Fazer o quê?”. Como também interpretará grandes sucessos da música regional do Recôncavo baiano.
Estão confirmadas também as presenças de nomes como: Jornalista e escritor Carlos Souza; escritor Alberto Peixoto (Feira de Santana/BA); Poeta Baco Figueiredo (Boquira/BA); Cordelista Luiz Natividade (Barraca do Cordel); Poeta Francisco Piedade, Poeta Lucas de Matos, Escritora e pesquisadora Neuza de Brito Carneiro (Academia de Letras e Artes de Feira de Santana) e a Poeta Dejanira Rainha (Biblioteca Afro-Indígena Meninas do Subúrbio) dentre muitos outros. Mais informações: 71 98736 9778 (WhatsApp) ou ainda [email protected]
1 note · View note
colunatranslacao · 1 year
Text
OS RITOS DE MORTE QUE NOS CONDUZEM A UMA LUTA BASEADA EM VALORES ÉTICOS E ESTÉTICOS INEGOCIÁVEIS
Ana Beatriz Almeida cria corpos ancestrais para desaparecidos políticos negros que foram mortos na ditadura e nos leva a uma profunda reflexão sobre o universo
A luta não se negocia, e tendo já dito com o próprio corpo – este que é revestido de legítimo material bélico, com a própria pele em chamas por tudo – está quem ressalta aos nossos olhos e ouvidos: “A luta não é negociável, e não se vende a memória”. Vamos assim, de maneira trôpega, acompanhando o movimento das omoplatas, tateando esquinas do tempo, que se dobram para fora do pensamento eurocêntrico, diferente do que nos ensinaram nas escolas. Ainda de mente imatura, vamos ensaiando cuidadosamente embarcar na obra de Ana Beatriz Almeida, uma artista múltipla e apaixonante que nasceu no ano de 1987, no bairro do Fonseca, em Niterói – RJ.
Ela, que é uma estudiosa sobre a morte e iniciada na religião Vodoun, nos deu a honra de ser nossa entrevistada na terceira edição da Coluna Translação. É um alento poder ouvir Ana Bee, batizada carinhosamente por esta coluna como a nossa Abelha Rainha. É precioso imergir em suas mágicas construções e perceber como é bonito redescobrir o desejo de aprender outros desejos, outras narrativas, que não passem pelas mãos brancas da história. “Eu criei entidades para desaparecidos políticos que tiveram seus corpos sumidos pelo Estado. O trabalho considera essas pessoas que lutaram pela democracia e eram negras. Então, na verdade, elas estão lutando numa luta contínua que vem desde a escravidão. E assim, acabam vindo para aconselhar a gente como forças atuais, poderosas, que impactam o porvir. Tudo isto aconteceu em 2016, durante o impeachment da Dilma. Ainda não vendi estas obras no Brasil, é uma performance ritual e o que crio são entidades”, antecipa Ana Beatriz, sobre a obra Kalunga, que dá inicio ao segundo ciclo de danças de cura, criadas a partir de ritos de morte do candomblé do Recôncavo baiano.
O projeto é uma parceria com o artista Thiago Consp e a cineasta Luara D, onde Ana Bee desenvolveu rituais de transição para duas personalidades vítimas da tortura na ditadura militar no Brasil. Numa instalação-rito, percorre-se um trajeto composto por três fases onde imagem, corpo, texturas e cheiros guiam o público através de um rito de passagem. Nesta travessia, o mar aparece como metáfora para a morte. Entre sensorialidades, fotografia e videoarte, o público é introduzido com beleza profunda e cuidadosa ao universo simbólico da morte na cultura afro-brasileira. Guiada por duas vertentes distintas da resistência política da época: o líder operário da greve na Fábrica de Perus, João Breno, e a estudante negra que abandonou o curso de letras da USP para aderir à guerrilha do Ararguaia, Helenira Resende Nazareth – a quem Ana nitidamente cultiva uma ligação ancestral de resistência que virá ser o foco principal deste trabalho. Através de Sumaia Leite, uma amiga que já sabia da pesquisa em andamento, Ana conheceu Helenalda Resende Nazareth, que, infelizmente, ainda em 2015 buscava o corpo da irmã assassinada pela ditadura. “Sem um corpo não há crime, eles não querem encontrar o corpo, pois um corpo é uma evidência de um crime bárbaro com magnitude suficiente para devastar quem ficou aqui sentindo saudade. Eu quis dar algo para esta irmã, era o mínimo que eu podia fazer naquele momento”, relembra.
Sua paixão pela pesquisa sobre a morte se deu por um acaso profissional, embora já fosse engajada desde os 17 anos na prática do butô, dança que surgiu no Japão pós-guerra. Foi só em 2010 que Ana soube da existência da Irmandade da Nossa Senhora da Boa Morte. “Cheguei no município de Cachoeira sem querer. Na verdade, fui para estudar tecidos de santo, através de pesquisa antropológica para uma ONG. Me falaram desta antiga irmandade, provavelmente o primeiro grupo feminista abolicionista da América Latina, que se instaura por volta de 1820 em Cachoeira. Lá foi o local que recebeu o maior número de pessoas durante a escravidão. O mais louco é que eu nunca mais parei de ir lá e nem de pesquisar sobre isto. O tema da minha última obra se chama o Sacrifício Ritual, e fala justamente sobre este corpo ancestral que criei para Helenira Resende, a única mulher negra do curso de Letras da FFLCH-USP, foi torturada por Sérgio Fleury na ditadura. Depois ela foge para o Araguaia e vira líder de destacamento de tiro. Helenira morre em 1972. Ela merecia um portal preciso de comunicação, porque a vida dela significou muito, é urgente recordar esta existência. O trabalho quer relembrar que ela foi a filha de um dos mais antigos médicos da cidade de Nazaré das Farinhas, provavelmente um dos primeiros médicos da Faculdade de Medicina da Bahia, e que era comunista como o meu avô era. Tem umas narrativas, uns deslocamentos que se repetem, e justamente é esta a lógica do candomblé”, explica Ana.
Com uma ternura ácida e irreverente na maneira de doar-se, a artista tece uma infalível trama, de liga potente, capaz de transformar o conhecimento de sua ancestralidade em um verdadeiro presente para nós. A partir dos olhos dela, a lógica do retorno, junto com as dobraduras do tempo, vai nos ensinar o que ninguém nos contou, mas precisávamos finalmente saber. Ana é capaz de mover a energia da morte através de ritos de renascimento e também transitar entre mundos desconhecidos através de suas performances, baseadas em experiências profundas de autoconhecimento. Sua pesquisa e seus trabalhos lançados nos dão fortes indícios de que é inútil tentar separar a linha da vida e da morte, e esta dedicação virtuosa tem levado a artista pelo mundo afora.
Ela foi curadora convidada da Bienal de Glasgow 2020, é mestre em História e Estética da Arte pelo MAC-USP e doutoranda no King’s College (Reino Unido). Depois do final de 2018 e início de 2019, realizou workshops em instituições africanas e europeias com sua pesquisa sobre novas ferramentas de crítica de arte contemporânea da África e Ritos de ascendência africana (Instituto ANO – Accra / Gana, Zinsou – Cotonou / Benin, Tate Modern-London /Inglaterra, CCA- Glasgow / Escócia, KM Institute for Contemporary Art- Berlin / Alemanha).
Dotada de uma paciência também irreverente, a artista segue esmiuçando para nós a dinâmica dos ritos com origens no candomblé, e nos empresta conhecimento para avançar, fazendo o exercício instigante de pensar conosco sobre o mercado de arte brasileiro, que, ainda muito atrasado, continua excluindo cinicamente artistas negres, através da lógica do racismo estrutural de uma elite branca defasada. Na militância artística, Ana desenvolve um brilhante trabalho com a 0101 Plataform, onde atua há um ano como curadora, captando, projetando, apoiando grandes artistas contemporânies, proporcionando visibilidade, lutando por equidade. Metaforicamente, cumpre o papel da águia bravia, protetora de seus filhotes: não negocia suas obras, nem as des artistas que representa, sem que haja uma política de reparação, ações afirmativas em relação à porcentagem de vendas das obras destes artistas negres.
tem os odus, como se fosse a cabala dos iorubás, mas ela também existe nos Ewe, produzir estas divindades em forma de ritual vai de encontro com o sentido de produzir novos Orixás. Provavelmente a Helenira é um Orixá meu. Assim é, um ori que tem uma trajetória proxima à minha. Que eu estou cuidando com carinho para não ser esquecida. Querem que ninguém saiba que Helenira existiu, mas eu sei que ela existiu. E aí, olha a curva do tempo se formando, esta obra está sendo desejada por grandes galerias aqui no Brasil. Queremos vender, mas não em valores que repitam uma vulnerabilização estrutural. Tem coisa que não pode ser negociada, a luta não tem preço. Você não negocia a luta, a vida dela já foi roubada, já foi extirpada. Até hoje ninguém sabe cadê o corpo de Helenira, eu não posso simplesmente vender o ‘corpo’ dela, né? A construção destes ritos vem daí, produzir novos Oris. Quebrar a lógica do sistema. Somos 1% no mercado de arte, ou menos, é um dado triste e cruel, estamos bem ligados sobre a perpetuação destas práticas, queremos reparação”, diz Ana.
A militância nos campos da arte e da política foi inevitavelmente inspirada pelos avós maternos de Ana. “Da minha avó [que costurava para drag queens] eu herdei o desejo de ser artista, do meu avô, o chamado urgente de lutar contra injustiças. Ele participou da Var Palmares, um braço da luta armada no Brasil. Era boxeador, depois foi diretor da Central dos Bondes, durante a ditadura permaneceu clandestino com a família”. Para a artista, o universo que lhe sobrava ainda criança era o cotidiano de uma casa afetada pelo medo de perder a liberdade democrática, este foi um fator marcante para encadear o desconhecido e transformar agonia em arte. “Minha mãe sofreu muito com ansiedade infantil. Imagina uma criança de oito anos que vive nervosa pois ela acha que o pai irá desaparecer. Esta noção de um possível sumiço político foi um trauma. E aí usarei a lógica iorubá para pontuar. Você é a sua mãe e sua mãe é você. O seu óvulo estava sendo formado na no útero da sua avó, então você e sua mãe têm mais do que uma raiz. Ela nunca me falou sobre isto claramente, foram coisas que eu descobri muito tempo depois. A ansiedade dela sempre foi visível. Angústia com comida sempre foi visível. Nunca entendi direito de onde isto vinha. Eu sabia que tinha a ver com o momento em que meu avô estava clandestino, mas eu nunca soube em detalhes. O Natal na minha casa era uma loucura. Minha avó adorava fazer a ceia, minha mãe usava os tecidos africanos na mesa e meu avô gritava que éramos iludidos”, relembra a artista.
Ainda em Niterói, num universo em que ela não se encaixava, inclusive por ser uma das únicas alunas negras da escola, a artista sentia que aquele ali definitivamente não era o seu lugar no mundo. “Queria sair deste lugar. Eu não clara, nem branca, não tinha o estereótipo da Malhação. Não tinha vocação pra ser uma Juliana Paes. Esteticamente eu era negra. Não tinha saída para mim, eu não ia ter uma adolescência ok. Eu era esquisita, eu era vista como ‘aquela aluna negra’. Queria saber como seria viver num lugar diferente. Então prestei vestibular para USP, para cursar tecnologia têxtil, mas tinha algumas atividades artísticas e de engenharia. Fiz Tecnologia Têxtil, que é o atual Têxtil e Moda. Eu quis também ir à São Paulo para fazer CPT (Centro de Pesquisa Teatral) e trabalhar com Antunes Filho”, conta.
Outro ponto crucial para alçar voos maiores foi descobrir a verdadeira e brutal história da colonização, através de uma viagem com a mãe na infância. “A minha mãe era muito de boa, ela fazia umas mensagens subliminares comigo, é muito boa pedagoga, não precisa dizer que está fazendo uma coisa para ela fazer a coisa, é canceriana e muito manipuladora. Quando eu fiz seis anos ela me perguntou: você quer uma grande festa ou viajar pela Bahia? Obviamente eu falei que queria viajar. E a gente fez o que eu nunca vou esquecer, uma viagem que ia de Abrolhos, passando por Arraial D’ajuda, Vera Cruz, no primeiro lugar onde os portugueses chegaram, até Salvador. Ela queria fazer esta viagem independente do que a escola iria me contar nos próximos anos. Ela queria que eu visse como meus próprios olhos como se deu a colonização, me transformando para sempre”, conta Ana.
Já estabelecida na cidade de São Paulo, sua vocação artística gritava cada vez mais alto, sobrepujando a rotina acadêmica e seus métodos de pesquisa dentro da USP. Ana precisou reconsiderar o rumo de sua pulsante jornada de descobertas. “Eu queria ser artista, mas eu não queria assumir. Virei antropóloga, aí durante o período que eu estava pesquisando a Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte, eu percebi que eu ia ser muito escroto publicar sobre aquelas mulheres. Elas me contaram várias coisas íntimas dos rituais. Liberando para mim coisas muito sérias e importantes. Se publicasse dentro da antropologia, iria instrumentalizar aquele conhecimento que estava sendo confiado a mim. Então, resolvi mudar de antropologia para arte e aí cheguei aqui onde estou, uma pesquisa que já dura quase dez anos”, ressalta.
“Eu queria ser artista, mas eu não queria assumir. Virei antropóloga, aí durante o período que eu estava pesquisando a Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte, eu percebi que eu ia ser muito escroto publicar sobre aquelas mulheres. Elas me contaram várias coisas íntimas dos rituais. Liberando para mim coisas muito sérias e importantes. Se publicasse dentro da antropologia, iria instrumentalizar aquele conhecimento que estava sendo confiado a mim. Então, resolvi mudar de antropologia para arte e aí cheguei aqui onde estou, uma pesquisa que já dura quase dez anos”, ressalta.
De tal modo, encontrando seu lugar no mundo, a artista estabelece uma relação afetiva de ancestralidade com a comunidade onde nasceu o candomblé. “Lá é onde tem a igreja de onde saíram os três primeiros terreiros mais antigos, Gantois, Casa Branca e o Ilê Axé Opó Afonjá. Elas tinham uma igreja na Barroquinha, que foi queimada em 1820 pelo Governo da Bahia. Na frente tinha os ritos católicos. E, nos fundos, os africanos e afrodescendentes podiam cultuar suas tradições. Sem interferência, por conta da fachada da igreja católica. Esta irmandade se organizava com o intuito de promover um funeral justo para a os escravizados. Antes da irmandade havia uma deposição dos corpos das pessoas escravizadas na rua. Se você fosse um escravizado sem família, se você morresse trabalhando, não teria um funeral. Você era só uma mão de obra, e como o corpo estava desprovido de alma, eram jogados na rua, provocando desequilíbrio psicológico na população escravizada. Então a Irmandade da Nossa Senhora da Boa Morte se organizava em torno de fazer um ritual justo para aqueles que morriam em situação de escravidão, elas também adquiriram a liberdade de outros escravizados para que eles não morressem dessa forma”.
Outra análise pertinente da artista questiona o conhecimento detido pelos antropólogos sobre os ritos de candomblé. “Acontece que depois desta uma década estudando a Irmandade da Nossa Senhora da Boa Morte para a Unesco, como uma pesquisa da USP, sabendo muito, pois elas se abriram demais para mim, eu fui realmente abraçada pela comunidade a ponto de não conseguir publicar coisas sobre elas, sem elas. Na minha defesa da dissertação mesmo, trabalho com duas irmãs da Boa Morte. É uma disputa de narrativa mesmo da antropologia. Os antropólogos são os que detêm grande poder, grande conhecimento sobre o candomblé. E na maior parte eles são estrangeiros, como Pierre Verger, Roger Bastide, nenhum deles é mulher, nenhum deles é negro, e eles são de cânones do candomblé. Esta pesquisa é um trabalho de transformação, compreensão e generosidade. A irmandade é um grupo feito só por mulheres negras e existe até hoje. Falando com você fica bem nítido para mim que a 0101 Platform, vem desta inspiração. Você tem estas mulheres que se organizam em uma estrutura, que permite tudo, permite a vida. Elas se organizavam nesta estrutura da igreja, na verdade você tinha ali muitas etnias, e elas possibilitavam que eles pudessem cultuar seus ancestrais, qualquer um que tivesse um culto, podendo ser Zulu, Jejes ou Bantus. Enfim, eles podiam cultuar seus ancestrais, que é uma das coisas mais importantes, né? O direito à ancestralidade. É isto que tirava a humanidade das pessoas. Então a organização destas mulheres é justamente construir um lugar onde se podia cultuar estes ancestrais”, conta.
A trajetória política de Ana ganha mais fôlego em 2016, onde passa a atuar diretamente na Ocupação Preta, da Funarte. “Depois do impeachment ficou tudo muito estranho. Me movimentei bastante. Fizemos a ocupação virar uma ocupação preta, depois fomos para o Aparelha Luzia, centro cultural e quilombo urbano de São Paulo. O Aparelha foi criado pela ativista, artista, educadora e deputada estadual Erica Malunguinho. Evidenciamos as candidaturas de mulheres negras, principalmente a Erica e ela foi eleita. Estar neste movimento e na luta contra a criminalização do candomblé. Foi isto que eu fiz enquanto a Helenira estava dormindo. Nesta época fiquei pensando, cara eu sei tudo isto. O que que eu vou fazer? Continuei a pesquisar a Boa Morte e pensei na Tia Ciata [Hilária Batista de Almeida, com 16 anos, participou da fundação da irmandade na Bahia], que perseguida, veio para o Rio de Janeiro e acabou fazendo o carnaval. Quase tudo que a gente vê de carnaval foram conceitos da Tia Ciata. A ala das baianas é uma homenagem à irmandade. As passistas também, e elas são referências a esta mulher, durante o período fértil. E é aí que ela é perigosa, o período fértil da mulher é próximo do sangue. Pensei no sacrifício da Tia Ciata, o sacrifício das mulheres negras negligenciadas”, ressalta.
Carnaval, democracia destroçada, o corpo deposto da mulher negra, o sacrifício da existência de uma, acontecimentos que conduziram Ana a viver na pele a emblemática figura da passista, na Vai-Vai, em São Paulo. Literalmente na avenida, ela rasga mais uma camada de sua pesquisa, complexificando para sempre a objetificação da mulher negra. “Somos sacrificadas em prol da construção no país. Principalmente a figura da passista e como este ícone da identidade nacional carrega uma consagração ao estupro deste próprio corpo. Ao mesmo tempo é um fundamento da Tia Ciata, que relaciona a mulher negra, nesta fase fértil e jovem. Como que ela pode negociar finalmente. Pois ela está longe da morte e perto da vida. Ela negocia o sexo, ela negocia a festa, a alegria, ela negocia com o corpo. O corpo vira a própria arma bélica dela com a sociedade. E a passista é rainha de qualquer forma. Aquela para onde todos os olhos estão olhando. Ela é um sujeito. É muito difícil matar uma passista no carnaval. Tem muita gente olhando para ela. E aí está a ferramenta usada pelas mulheres da periferia. De tentar ser passista para garantir que não vai morrer. Uma garantia que você não vai ser condenada ao trabalho doméstico. Fiz o processo seletivo de passista mesmo, e aí volta o lado do antropólogo, né? Tudo para entender o que é isto. Este corpo criado pela Tia Ciata, pela irmandade. Pensando nas yamis, que também é uma figura da cultura e iorubá e funciona na atualidade. Esta zona de negociação. Consegui virar passista, curto muito esta obra, que se chama o Sacrifício Ritual”, conta a artista, que já teve a obra exposta no Can Serrat, em Barcelona, e na Bienal de Glasgow, Escócia.
Deitando novamente sua obra aos ritos de morte no candomblé, Ana dá seguimento ao sacrifício e vai fundo numa outra fase do ritual-performance. “O corpo da passista entrou em vários lugares. Toda hora alguma instituição brasileira pede este trampo. Aí é isso, é o corpo estuprado que deu origem à nação. Ela tem este poder que a Tia Ciat Home a falou, poder de negociar que tipo de vida se vai ter. Na sequência vêm os fundamentos do candomblé. O frango tem uma função, daí eu fiz o tchiodohun, que é o rito de divinização do ancestral, na cultura Ewe. Eu peguei o corpo da passista, que no caso era o meu corpo mesmo, e botei numa canoa de madeira maciça e enviei este corpo para a pedra que tem o assentamento mais antigo das divindades femininas primordiais, Nanã, Olokun, Oxum e Iemanjá, e eu mandei este corpo para este assentamento que fica em Cachoeira, é o assentamento mais antigo do Brasil dessas divindades”, explica Ana, que com a obra faz uma reencenação artística do rito de divinização dos reis de Uidá e Daomé. O thiodohun consiste em colocar o corpo do rei morto em uma canoa que atravessa o rio que une o país de vives e o país des mortes, afim de que ele adquira poderes sobrenaturais.
Ao finalizar a obra O Sacrifício Ritual, algo parece de fato mover o tabuleiro dos Orixás. As confluências que não passaram despercebidas pela jovem artista agora lhe darão uma espécie de licença para explorar geografias mais profundas de sua ancestralidade. “Logo depois que terminei o ritual fui para uma viagem curatorial que passou por Gana, Togo, Benin e Nigéria, na qual eu encontrei artistas que eram Ewe e jogaram Fa para mim. No jogo eles me falaram que, se eu cheguei ali, é porque devia ter feito um sacrifício para voltar. Disseram que sou do grupo de pessoas que não poderiam voltar para o continente depois da escravidão. Mas, já que eu tinha conseguido voltar, me questionaram se eu tinha feito algum sacrifício antes de chegar lá. E na hora eu pensei, claro que sim, fiz O Sacrifício Ritual. Mas eu precisei fazer outro sacrifício lá, para poder voltar à África. Me deram algumas opções de locais, depois fui saber que era onde estavam espalhados os Almeidas. Acabei chegando ao Benin, e lá conheci-os, uma parte deles, são a cara da minha família paterna de São Gonçalo. Meus tios são um a cara do outro. Quando nos encontramos teve um jogo de Fa para confirmar se eu era mesmo da família. Meu Vodoun é o mesmo que de meu ancestral que retornou ao Benin [Joaquim de Almeida, Zoki Azata], significa que sou muito da família. E tem umas brisas, minha função é de Bokor Visionaire, que significa aquele que tem a missão de comunicar o material com o imaterial, e o visível com o invisível”, revela.
Dentro de tão amplo aspecto, a trajetória artística que passeia pela geografia ancestral vai se fortalecendo e ganhando novos sentidos. “Depois de tudo que vivi, ficou bem mais nítido, meu foco era a Nalda, irmã da Helenira. É ela quem está viva para sentir saudade. Foi assim que eu fiz Onira. Se você ver a fotografia, tem uma árvore enorme, eu fiz esta roupa como quem faz roupa de Egun mesmo, embora eu não possa me iniciar no candomblé brasileiro, daí depois eu descobri que é por conta detsa história do Vodun. Pois a lógica do candomblé é esta, quando você é iniciado no candomblé você está se reconectando com seus ancestrais. Como o meu ancestral acabou conseguindo morrer onde os avós deles morreram, não faz sentido me reconectar com os meus ancestrais aqui, porque de alguma forma eu posso voltar, e os meus ancestrais estão lá. Estão aqui também, mas a conexão mágica deles é lá. Então, não faz sentido eu me conectar com eles aqui. Eu nunca fui iniciada no Brasil, mas aqui eu seria de Oya Balé, que é divindade que separa a alma do corpo, e é a divindade que cuida da roupa do Egun. A roupa que o ancestral vai vestir para vir falar com os ancestrais. Para falar com quem ficou sentindo saudade. Então, eu fiz a roupa, depois a gente foi para esta árvore na Ilha de Itaparica, é um lugar sagrado de Baba Egun, na Gameleira. Uma igreja que foi construída em 1530. Uma Gameleira que é conhecida como Baobá brasileiro na memória da África. Ela cresceu em torno da igreja que estava em ruínas, agora a igreja é sustentada pela árvore. Foi lá que eu fiz o ritual de iniciação do corpo novo de Helenira, que se chama Onira.
Onira é uma qualidade de Iansã que está relacionada com a borboleta, também está relacionada com os heróis que morrem no campo de batalha. Na verdade, é como se a borboleta fosse a alma de um herói que morreu num campo de batalha. O que as galerias querem comprar é isto, o registro de imagem destes rituais, entende? A luta tem um valor ético e estético inegociável. Porque ela, em si, já é o último recurso de negociação entre as pessoas e os sistemas”, termina Ana Bee.
1 note · View note
petrosolgas · 1 year
Text
Abz Serviços abre 40 vagas offshore para caldeireiros, marinheiro de convés, supervisor de perfuração e muito mais
A ABZ Serviços anunciou a abertura de vagas offshore para profissionais do Rio de Janeiro. São 40 vagas disponíveis para diversas funções, incluindo supervisor de perfuração, marinheiro de convés, supervisor de completação, deck fitter e caldeireiro. A ABZ Serviços é uma empresa especializada em soluções em Recursos Humanos que oferece serviços personalizados para atender às necessidades de seus clientes.
Vagas offshore pela Abz Serviços
Confira os requisitos das vagas offshore disponíveis:
Marinheiro de Convés
Experiência em AHTS e certificados válidos para a função são obrigatórios. É necessário ter conhecimentos de inglês intermediário e disponibilidade para trabalhar em escala 35×35.
Supervisor de Completação e Supervisor de Perfuração
É necessário ter formação técnica ou superior em engenharia, experiência na função em sonda terrestre é obrigatória, e a certificação internacional de Well Control, disponibilidade para trabalhar em escala 14×14, cursos para embarque devem estar atualizados.
Deck Fitter
Experiência na função é obrigatória, bem como conhecimentos de inglês avançado, certificados EBPQ e outros devem estar em dia, e os cursos para embarque devem estar atualizados.
Caldeireiro
Certificados NR 33, NR 35, CBSP e HUET são obrigatórios, e os cursos para embarque devem estar atualizados.
Saiba como concorrer às vagas offshore da Abz Serviços
Os candidatos interessados nas vagas offshore da ABZ Serviços devem enviar seus currículos para o endereço de e-mail: [email protected]. No assunto do e-mail, informe a vaga desejada, após o envio do currículo, aguarde o retorno da empresa. Outras vagas de emprego disponíveis podem ser encontradas no site da empresa.
Sobre a Abz Serviços
A Abz Serviços oferece soluções personalizadas de RH para empresas, incluindo consultoria, recrutamento e seleção, gestão de recursos humanos e fornecimento de mão de obra. A empresa surgiu para atender à necessidade das empresas de contar com especialistas competentes para a formação de seus colaboradores e de oferecer soluções flexíveis e personalizadas para o setor de RH.
Seu objetivo principal é proporcionar economia de custos, gestão estratégica de RH e uma seleção de profissionais capacitados e adequados ao perfil de negócio da empresa contratante. A Abz Serviços mantém um banco de currículos extenso e cada candidato passa por um processo rigoroso de seleção, que inclui avaliação psicológica, testes de aptidão e informações básicas.
Mercado Offshore
Apesar das incertezas causadas pela Covid-19, o mercado offshore apresenta boas perspectivas para os próximos anos. No Brasil, esse mercado é dividido em gás e petróleo, sendo o primeiro relacionado ao gás natural e o segundo ao petróleo.
A Bacia de Campos é a principal região produtora de petróleo do Brasil, estendendo-se do litoral do Espírito Santo até o Rio de Janeiro e respondendo por cerca de 80% da produção nacional. Outras importantes bacias incluem a Bacia de Santos, Recôncavo Baiano e Bacia do Espírito Santo.
Durante a pandemia, foram criadas mais de 300 oportunidades de emprego no setor de gás e petróleo. As empresas de controle remoto também registraram um aumento de 900 consultas. O Ministério de Minas e Energia prevê que mais de R$ 3 trilhões serão investidos em biocombustíveis, petróleo e gás, e energia renovável nos próximos 10 anos.
O post Abz Serviços abre 40 vagas offshore para caldeireiros, marinheiro de convés, supervisor de perfuração e muito mais apareceu primeiro em Petrosolgas.
0 notes