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#Ironia Do Destino
obsesseddiary · 9 months
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PARA A PESSOA QUE AMEI QUANDO CRIANÇA
Ah, você, a pérola que reluzia naqueles corredores de ensino fundamental! Desde o momento em que pus meus olhos em você (2010, 8 anos), eu soube que estava destinada a uma paixão épica, afinal, quem poderia resistir ao encanto de alguém que era um clone barato do Justin Bieber? Claro, eu passei todo o nono ano (2015) desejando apenas uma coisa: ser notada por você. E acredite, eu estava disposta a esperar, mesmo que isso significasse esperar até o final do Ensino Médio, ou até o fim do universo, se necessário.
No entanto, um plot twist aconteceu quando alguns informantes me revelaram que, durante todos esses anos (do Ensino Funtamental), você estava ocupado fazendo um show privado de bullying só para mim com a forma que eu reagia ao te ver (mesmo de longe). Acredite, quando eu soube disso, meu coração foi partido em um milhão de pedacinhos. Eu desejei profundamente que fosse um equívoco, mas, para a minha desgraça, eles tinham vídeos para provar. Sim, você era o mestre da arte de zombar de mim, enquanto eu aqui, imaginando como ser sua amiga, porque, admito, eu era péssima nisso. E pensar que tudo o que eu queria era ser sua amiga. Oh, a ironia!
E agora, sete longos anos se passaram desde que meu coração foi esmagado por suas palavras cruéis. Adivinhe só? A vida pregou uma peça em você. Você está... bem, como posso dizer isso delicadamente? Mais "maduro" que o Justin, para ser gentil. Aqueles anos de glória no ensino médio parecem ter deixado algumas marcas. E a melhor parte? Se você ousar se aproximar de mim, respirar o mesmo ar que eu, esteja preparado para enfrentar o pior. Pode me ver por 10 segundos, mas vai passar a vida lembrando, eu vou garantir isso. Não há Deus que possa te salvar dessa. Eu sei que isso pode arruinar minha vida, mas se isso também arruinar a sua, acredite, eu considero isso uma vitória doce e saborosa. E estou pronta para viver no inferno só para assistir você implorando por misericórdia enquanto sua vida desmorona. Você brincou com a pessoa errada!
Ah, como era engraçado, você não tinha motivos reais para agir daquela maneira. Eu posso provar isso, acredite, porque até o ano passado, eu ainda guardava os cadernos onde escrevia sobre você. Desde as coisas mais bobas até as "mais maduras", como eu imaginava, porque, afinal, eu acreditava que um dia nos casaríamos e você teria o prazer de ler cada página. No entanto, atualmente, eu adoraria que você lesse essas páginas, só para perceber o quão mesquinho você foi com alguém que só queria segurar sua mão, dar um beijo na bochecha, ou até mesmo ouvir um simples "olá" ou um convite para lanchar no recreio. A ironia da juventude perdida, não é mesmo?
Reze para todos os deuses e sorte que existem para nunca passar do meu lado ou estar no mesmo ambiente que eu, porque, se por alguma infelicidade cósmica isso acontecer, eu juro que você vai se lembrar de mim de uma forma que nunca imaginou. A ironia do destino é implacável, e a vida tem uma maneira engraçada de nos fazer confrontar nossos próprios demônios do passado. Portanto, esteja preparado, pois os fantasmas da escola podem voltar para assombrar quando menos esperar.
Eu poderia simplesmente não me importar, deixar tudo para lá, mas, sinceramente, é muito mais divertido assim.
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bluebookstorelady · 1 year
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Olhei para Thalia
"Você tem medo de altura"
pg 179
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caotizante · 4 months
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Querido T,
Mais uma vez meus pensamentos descontrolados me dominam e me encontro outra vez espalhando palavras eu um papel branco tendo plena consciência que este nunca chegará a ti.
Me pego pensando se todas as palavras jogadas ao vento trariam algum impacto sobre você caso algum dia, por ironia do destino algumas dessas folhas manchadas com resquícios de minha alma chegassem a ti.
Termino esta dizendo, mesmo que nossos corpos não habitem o mesmo espaço, mesmo que nossas vozes não transmitam o mesmo sonar, mesmo que nossos olhos não olhem na mesma direção, meu coração ainda vibra na mesma intensidade que o teu.
Com amor, Katherine.
tauc.
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cartasparaviolet · 2 months
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Eu acreditei que qualquer caminho que o vento soprasse serviria. Vi-me obrigada a escolher um, pois a culpa seria toda minha. A famosa autorresponsabilidade que eu não queria ter que encarar, então qualquer destino servia. Eu precisei escolher um. Vi-me em uma encruzilhada e, logo atrás de mim, apressavam-me a tomar uma posição. Não é fácil chegar a uma conclusão. Não me coloque contra a parede, a tendência é que eu escolha em vão. Deixe-me pensar, deixe passar, somente deixe. Sinto-me em casa em minha própria indecisão. Quanto menos decisões tomadas, menos erros, é ululante. Desatenta ao fato de que não decidir também é um engano. Durante muito tempo, permaneci assistindo do parapeito de minha janela, a mudança das estações enquanto o medo me confinava em uma invernia existencial. O frio tocava-me a face pálida, lembrando que o verão derreteria essa ilusão de segurança que ergui para sobreviver. A fantasia de estar sã e salva. Ironia, eu só esperava não precisar escolher. Quem vê de fora pensa que nada para mim importa. Talvez seja verdade, talvez não. Há sempre uma segunda opção. Sentia arrepios percorrendo minha espinha, o sangue fervia, o corpo doía. Por que era tão relevante assim a minha opinião? Não era me dada outra escolha a não ser escolher. Eu ria por tamanha zombaria, realmente achei que qualquer caminho servia.
@cartasparaviolet
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daisytopooh · 5 months
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My love 또 시작이야 우리가 함께 할 시간
Podia dizer que esse Natal tinha tudo para dar errado. Uma admiradora próxima havia feito chantagens emocionais para que aceitasse um encontro. Ela era tão rica quanto Chanmi, mas ainda sim insistiu que deveria surpreendê-la.
De certa forma, não tinha outro caminho e isso a ajudava a manter sua mente ocupada. Sua primeira opção estava com sua amiga, o que a fazia sentir-se traída, mas não tinha o que fazer. Era a sorte de ter Sayuri em seu círculo de amizades. Isso sempre aconteceria e não seria diferente dessa vez. Portanto, não estava atordoada com a situação, mas chateada, apenas.
Yoon traçou uma roda infalível. Era o final de semana perfeito. Esquiar, chocolate quente, patinar no gelo, comer perto de uma lareira em um chalé reservado apenas para as duas. Passeio de trenó e muito mais. Era isso que ela precisava, apesar de ter pensado em fazer com Bonnie e não com Emily.
Por ironia do destino, dois dias depois Emily ligou para Chanmi, cancelando os planos com gargalhadas. "Achou mesmo que eu gostava de você? Devo ir para Hollywood então." Comentou aos risos. Chanmi fez uma pesquisa rápida em seguida e descobriu que tinha começado um relacionamento com outra pessoa.
Sua chateação durou cinco minutos, quando decidiu rapidamente ligar para Bonnie. "Oi, bom dia. É Chanmi aqui." Sorriu, nervosa. Tinha um certo receio de ser rejeitada, até porque Sayuri estava inclusa no pacote.
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@writingpooh
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versoefrente · 1 month
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Sobrevivência
Mas um dia. Um dia igual a todos os outros. Sobreviver a essa situação até ao final do dia é o que almejo. Todos os dias sigo uma rotina cansativa e desgastante, mas não posso e não devo reclamar, essa vida é o que restou para mim, uma vida que me fornece uma cama para dormir no fim da noite quando posso me dar a esse luxo de dormir e não dormir de barriga vazia. Sexta-feira, são seis da manhã e me encontro pronta para encarar mais um dia, ver rostos diferentes, corpos diferentes. Uma maquiagem pesada no rosto, perfume barato, blusa com decote amostra, lingerie da cor preta por baixo, saia curta que valoriza minhas pernas e um salto quinze para chamar atenção de longe e claro o mais importante, uma bolsa com produtos básicos para sobreviver até a ultima hora. É inevitável não reclamar dessa vida que tive que escolher, não tive muita opção, na verdade nós não temos muitas opções, não quando somos abandonadas, vive com brigas dentro de casa, sem expectativa de vida, sozinha, mal amada pela família e simplesmente ver que é a única forma de sobreviver é essa que eu vivo. Eu olho para o céu e me pergunto se existe alguém lá de cima que cuida de mim, porque de verdade, ás vezes sinto que sou tão sozinha e nesses momentos o que ocupa a minha cabeça é a companhia das garotas, as conversas sobre nada e acaba que vira uma distração até o primeiro homem chegar, nesse momento meu corpo reconhece quando ele tem que ir trabalhar e tenho que me tornar uma personagem que ama a vida que leva, coloco um sorriso no rosto, um olhar sedutor, uma voz de quem sabe o que faz e uma conversa para faturar a comida na mesa. Estou tão cansada, perdi as contas de quantas camas me deitei, quantos nomes diferentes eu escutei. Sinto-me perdida, quebrada, literalmente usada, descartada e uma completa estranha. Nunca imaginei que ao entrar nessa vida com quinze anos, entenderia que nem sempre fazemos boas escolhas, porém é o que temos que enfrentar no momento de desespero, na hora da fuga. Ninguém entenderia sobre a vida que eu tive que escolher, existem julgamentos que simplesmente tenho que ignorar, encontro olhares familiares em pessoas que eu amei e simplesmente tenho que fingir que não as conheço, dói, dói muito ter que fazer isso. Ao final do dia me olho no espelho e não me reconheço, olhos fundos, maquiagem borrada e com cheiro de uma foda qualquer, triste essa merda é muito triste. Ao fundo do meu quarto por ironia do destino toca a música que fala da minha vida ''Pra ter o corpo quente, eu congelei meu coração, pra esconder a tristeza, salto 15 e minissaia, hoje você me vê assim e troca de calçada, mas se soubesse um terço da história, me abraçava e não me apedrejava''. É, é só mais um dia que sobrevivi como todos os outros e amanhã darei continuidade a vida que escolhi, que tive que escolher, mas nesse momento, pelo menos agora, quero me sentir uma mulher normal e não uma simples garota de programa.
Verso e Frente
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be-phoenix · 5 days
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A gente vai vivendo e sonhando com o que queríamos poder viver ao mesmo tempo que vamos escorregando no mundo a cada passo, as lágrimas se tornam meu travesseiro e o calor pra afastar o frio que a vida trás, jaz tão distante por ironia do destino quanto o polo norte.
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nonbinairefatale · 6 months
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como é o relacionamento da M8 com shiro?
Eles são literalmente pai e filha e qualquer coisa além disso é crime!! (Não literalmente, só estranho mesmo.)
Falando sério, Shiro e Maethe criaram um afeto muito grande um pelo outro, com o passar do tempo, até pela questão de Maethe ter chego como uma criança, com infância tardia, que precisou amadurecer e conseguiu com a ajuda de Shiro. Em dada ocasião, ela chegou a chamá-lo de "Pai" sem querer, justamente por vê-lo como figura paterna. Eles gostam de praticar japonês juntos, fazer chá, ler e cozinhar, fora que são uns dos que mais dividem tarefas de casa. Maethe, por mais que seja uma jovem, é muito madura.
Agora a M8 mesmo, odeia ele tanto quanto ele odeia ela, mas gosta de provocar e usar da ironia do destino.
"Papai? Ha! Me poupe. Você falhou com sua própria família e agora quer usar essa garotinha patética de marionete? Tá com saudade, papai?"
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soultiesblog · 3 months
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⠀❋ ironias do destino, sugestão por soollar
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・・jinyoung (got7) + yuri (snsd)
🌷 — psd coloring #72 by xioelgji1911
o restante dos materiais você encontrará possivelmente aqui ♡
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sr-pedro-1 · 2 months
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03/04 - 01:11
Terminei minha mudança, estou num novo antigo ambiente, tudo é familiar, mas falta algo, cheguei onde queria, sem você ao lado, por ironia do destino somos vizinhos no nosso prédio dos sonhos, você só não sabe disso ainda…
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oieusourick · 10 days
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evite surpresas, fique comigo
te decepcionarei tanto
que você vai se acostumar
mas não se arrependa se for se arriscar
pois dessa forma será você a me decepcionar
... e eu detesto surpresas
tanto quanto odeio segundas-feiras
e pessoas que me levam a sério
nessas histórias eu sou o meio
nunca o fim, nunca o começo
do amor eu sou o ódio
do ódio a calmaria
do perdão sou a mentira
do pecado eu sou um terço
e do destino a ironia
fique por sua conta e risco
não tente me entender
como um simples indivíduo
quando eu guardo comigo
o silêncio de uma legião
gritando no meu ouvido
me pedindo explicações
mas eu não consigo
às vezes eu fujo
às vezes eu fico
e quase sempre eu brinco
mas eu nunca me permito
fazer o que eles querem que eu faça
dizer o que eles querem que eu diga
ser quem eles querem que eu seja
não me vendo por acolhimento
e espero que você também não
eu nunca mudaria você por nada
e jamais tentaria parecer são
aos teus olhos sempre serei verdade
e infelizmente isso sempre irá gerar decepção
— me permita te decepcionar que eu te considero meu amigo
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santoroleo · 12 days
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POV 01; pray for me tw: ansiedade
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Toda dificuldade que tinha em colocar os sentimentos para fora em palavras não dizia que não sabia as identificar quando vinham, e neste momento, tudo o que sentia era nada mais nada menos que puro nervosismo. Desde a perna pulando até o corpo tenso na cadeira da enfermaria, tudo indicava que estava prestes a ter um colapso mental após anos fingindo que não estava por vir e não conseguia evitar as mãos tremendo ao segurar ao segurar uma das de Veronica, que parecia dormir tranquilamente pela primeira vez desde que chegou.
A vida que levava no acampamento fazia com que tivesse que esconder uma grande parte de quem realmente era, uma personalidade era criada dentro na frente das câmeras e com o tempo ergueu uma parede tão grande entre seus sentimentos que acabou se esquecendo quem era por muito tempo. A volta para o lugar que foi mais sincero consigo possível trouxe uma rachadura ali e os últimos acontecimentos fizeram com que desabasse por completo, todos os tipos de emoções purgando qualquer pensamento coerente que conseguisse ter no momento.
Desde muito novo esperavam muito do semideus e não ceder a pressão que era imposto sempre foi um dos maiores ensinamentos de seus pais, sempre pronto para mais uma corrida, mais uma luta, mais uma guerra. Era a única forma de viver que conhecia; como um predador com faminto dando o bote em sua próxima refeição sem nem mesmo hesitar. E apesar do animal irracional e perigoso que todos o viam como, teve as duas pessoas com que mais se importa no mundo perdendo algo que julgava ser tão importante em suas vidas em uma questão de poucos anos de diferença e nem pode fazer algo para mudar aquilo, era quase uma piada sem graça. Uma ironia do destino, a real divina comédia.
O rosto sempre erguido agora se encontrava tão abalado que recebeu alguns olhares preocupados de outros semideuses no local, afinal, ele mesmo ainda se encontrava tão doente que ainda podia sentir o queimar do veneno nas veias; teve que tomar cuidado para não acordar quem segurava de forma tão forte como se fosse fugir ao se afastar para sair da cabana, a cabeça girando e a bile subindo sem saber ser dos efeitos do veneno ou pura ansiedade. A mente espiralando com pensamentos, a expressão aliviada de Victor mais cedo por o ver vivo e a de pura tristeza de Veronica ao contar algumas coisas que havia esquecido se paralisou por alguns segundos, um vácuo enorme tomando conta de seu peito com cada centímetro de sua pele parecendo gelar em contraste com a febre que sabia que ainda tinha.
Niké o criou como um vencedor mas se sentia tudo menos aquilo no momento, os olhos encharcando com lágrimas que lutavam para sair ao se sentar na escada para sentir a brisa suave da noite de onde, pela segunda vez em sua vida, pedia ajuda para deuses que sabia que nunca ouviriam; todas as tentativas de se recompor falharam até que permitisse a angustia sair em forma de uma risada de escárnio e algumas lágrimas "Mais uma decepção pra conta, fico feliz que não esteja presente." o sussurro quebrado para o vazio da presença de sua mãe foram as últimas palavras que proferiu por horas depois, voltando apenas ao amanhecer para perto de onde a melhor amiga dormia para se sentar novamente e deitar a cabeça sobre a cama. Finalmente se permitiu descansar desde que acordou dos pesadelos terríveis que teve com o desmaio por conta do veneno, as pálpebras pesadas fechando com o cansaço que substitui a determinação sempre fora presente, se sentia mais sozinho do que nunca apesar do calor que a loira emanava; por alguns segundos pensou em o quão irônico seria se morresse sem que os amigos soubessem como realmente tinha se sentido últimos anos, que ficariam em luto por uma pessoa que não era de verdade. Os dedos finos acariciando seus fios antes de dormir foi tudo que precisava para se sentir pronto para mais uma luta.
semideuses citados: @mcronnie, @victorferrariforever
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caotizante · 2 years
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Minha vida inteira tem sido uma completa ironia do destino.
tauc.
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Minha breve história com a automutilação
Tw: Automutilação, esse post não incentiva a prática e foi escrito para mostrar minha experiência e te encorajar a parar com o hábito (ou nunca tê-lo), lê-lo é por sua escolha.
Acho que já deixei muito claro que fui um praticante de automutilação. Bem, em vários posts comento sobre isso, não deveria ser um tabu, é preciso falar para que as pessoas saibam como é um hábito horrível. Como certamente nunca fiz um post explicando como tudo começou, contarei aqui a minha história de nove meses (!) com o meu pior vício.
Tudo começa em outubro de 2021, tinha acabado de ser zoado pelos meus "amigos" (hoje em dia nem conversamos mais, já que me abandonaram) e fui totalmente constrangido pela minha professora. Eu havia sofrido transfobia (meu "amigo" me chamava pelos pronomes errados e dizia que não tinha idade para saber que era trans), mas mesmo dizendo pra ela tudo o que aconteceu, me disse que a culpa era minha ("Quem mandou ficar dizendo uma coisa dessas para os outros, hein?"- Disse). Isso só ajudou meus "amigos" é justificarem que estavam certos e um deles até me atacou no grupo da sala (felizmente ele havia sido banido logo depois da mensagem). Minha professora jurou que eu deveria me assumir para minha mãe e, se possível, conversaria com ela na reunião de pais. (Coincidentemente, por ironia do destino, eu e meus pais viajamos no dia da reunião).
Nunca contei nada pra minha mãe, acho que ela não aceitaria. Durante algumas semanas fiquei sozinho, me sentindo culpado pelo que sofri (hoje entendo que não, ninguém é culpado pela violência que sofre). Estava horrível, lanchei sozinho, fiz trabalhos com grupos que não tinha muito contato, coisas do tipo. No final daquele mês voltei a conversar com os dois (futuramente, um deles me pediu desculpas pelo erro, e outro sequer tocou mais no assunto).
Mas eu ainda sentia um vazio. Estava no ápice da disforia de gênero, sendo perseguido pela minha professora de português (todos os dias depois de que me viu chorando, insistia em me perguntar: "Você conversou com a sua mãe sobre *aquilo*?", eu mentia e dizia que ela havia me aceitado). No começo de novembro minha colega, que sentava atrás de mim, veio puxar um papo comigo (ela costumava me pedir cola de provas, mas também sabia contar história quando a aula estava entediante). Havia dito: "Estou de castigo, minha mãe descobriu", não pude abrir a boca, já que ela logo levantou a manga do moletom e mostrou o braço dela cheio de cortes.
Foi meu primeiro contato com a automutilação.
Ela me disse para não fazer aquilo, ouvi claramente. Mas algo dentro de mim pediu por aquilo, queria saber a sensação da dor, de causá-la voluntariamente. De tarde, fui para o computador e joguei no Google: "Automutilação", vi imagens horríveis de braços com cortes, alguns até sangrando. Me perguntei se era isso que realmente precisava para descontar minha solidão, minha culpa... Resisti por alguns dias, até que no final de novembro, fiz meu primeiro corte usando um compasso (estava mais para um arranhão, na verdade).
Voltei para escola com o braço direito (sou canhoto, então tinha facilidade para cortar o braço oposto) todo arranhado por baixo da manga do moletom. Ás vezes eu o levantava e alguns colegas o viam, ficavam assustados. Tinha gente que ficava horrorizada, outros queriam contar para a coordenação (mas fiz questão de dizê-los para não fazer isso, "será a única fez que me machucarei"- menti). Você pode estar pensando que fiz aquilo para chamar atenção, mas não é assim que funciona, queria que a sala visse como eu me sentia por dentro, no fundo eu não era o garoto feliz e engraçado que todos insistiam em ver, por trás, havia alguém infeliz. Apenas uma pessoa veio me perguntar qual era a motivação, não consegui falar, apenas chorei (mas mandei um textão de desabafo para essa pessoa no WhatsApp).
As férias chegaram e não foram como eu imaginava. Eu estava triste, mas pelo menos minha professora não conversou com a minha mãe (onde já se viu os professores quererem tirar um aluno do armário?). Alguns arranhões estavam cicatrizando, mas não permiti isso. A partir daquela época, me automutilei todos os dias, das formas mais variadas que você pode imaginar: Gillete, tesoura, compasso... Os cortes eram tão visíveis que passei usar uma bandana o dia inteiro para que ficassem escondidos (minha mãe havia gostado daquela decisão, mas não sabia dos machucados), a tirava apenas para tomar banho e ir dormir.
Em janeiro, já contava com várias cicatrizes no braço direito e uma no joelho. Claro que nunca contava para ninguém, era minha forma de descontar a dor, e ela era causada de várias formas (desde disforia de gênero, perceber que havia quebrado um cabide sem querer ou simplesmente por sentir vontade). Eu me punia assim, me sentia um lixo.
Quando o oitavo ano começou, em 2022, não liguei se me cortaria na própria aula. Eu estava com muitas crises de choro naquela época, tanto que a minha antiga professora de matemática ficou preocupada, ela nunca pensou que um dos alunos mais animados da classe estaria tão cabisbaixo. Conheci uma aluna nova da minha sala que também se automutilava (OBS: ainda somos amigos!) e fizemos uma promessa: nos ajudaríamos a passar por isso. Eu desabafava tudo pra ela, e vice-versa. Em fevereiro, depois de meus pais brigarem por um longo período de tempo, minha mãe foi me dar boa noite na cama.
Eu esqueci de tirar a bandana, ela fez questão de tirar para mim. E obviamente, ela viu os cortes (um ainda jorrava sangue). Nossos olhares se cruzaram e eu gelei. "O que é isso?"- Ela me perguntou. "Eu me machuquei na escola"- Menti, e me arrependo disso, eu precisava de ajuda, mas imagina se a contasse que tudo começou com um bullying por transfobia? Isso seria pior!
Depois daquele dia, fiquei até abril sem se automutilar. Lutando contra a vontade, mas ficar um dia sem fazer um corte era dolorido pra mim. Depois do dia 20 de abril daquele ano, quando tive uma crise grave de disforia de gênero a ponto de ficar quase a aula toda fora da sala (estava tendo uma festinha de despedida da professora de matemática), senti que meus amigos passaram a ficar mais colados ao meu lado, não só por conta da automutilação, mas por que um dos meus amigos deve ter contado que tentei me suicidar em fevereiro (eu não consegui, fiquei com medo se isso desse certo, mas como recompensa fiquei com dor de barriga e de cabeça por conta dos remédios).
Continuei a me automutilar até 30/08/2022, quando pensei simplesmente que deveria parar, lutei contra a minha vontade novamente, me afastei da Gillete e do compasso. Hoje me orgulho em dizer que ano que vem farão dois anos que estou longe da automutilação. Foram nove meses obscuros e que farei questão de me lembrar, querendo ou não, mostra que lutei contra um vício. Se cortar são como drogas: fácil de entrar, difícil sair.
Se sinto falta? Não, não sinto. Aprendi com o tempo que isso não é saudável, e que qualquer amizade ou desabafo pode curar a vontade de usar uma lâmina para se machucar.
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little-big-fan · 10 months
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Entrei em casa esperando ver S/N no sofá ou na cozinha, porem encontrei a casa escura e em completo silencio, acendi a luz e estava prestes a chamar por ela quando vi que o chão esta com um caminho de rosas.
-Amor - chamei a mesma que não respondeu, então resolvi seguir o caminho de rosas e deu ate a nossa sala de jantar - O que é tudo isso S/N? -falei vendo que a mesma estava toda arrumada
-Tenho uma surpresa pra você - falou animada - E espero que goste -
-Eu esqueci nosso aniversario? - perguntei preocupado e tentando lembrar que dia era hoje
-Não Henry, você não esqueceu nada, se acalma - falou rindo
-Ufa - falei aliviado e nervoso pela surpresa que me esperava
-Como você sabe, na verdade espero que saiba, estamos juntos a 7 anos e não me vejo com outro pessoa, você me conquistou desde o inicio Henry - falou se aproximando - Eu não sei viver minha vida sem você nela, e por ironia do destino sempre sonhei em me casar com o britânico - falei e ambos rimos
-Eu sou o melhor britânico-
-Juro que esperei você dar esse passo primeiro, como uma boa dama esperava que você estivesse fazendo esse pedido - falou e fiquei sem entender - Porem como você não realizou e sinto que esse é o nosso momento, estou eu aqui pra de fazer um pedido - falou e se ajoelhou
-Não S/N, levanta - falei quando entendi o que a mesma estava fazendo
-Não estraga as coisas Cavill - falou rindo - Gostaria de sabe, você gostaria de se casar comigo? -
-Puta merda - falei quando vi a mesma abrindo a caixinha - S/N, puta merda -
-E ai? - perguntou nervosa
-É claro que eu aceito me casar com você - falei a mesma se levantou e me deu um beijo - Eu te amo S/N, muito -
- Eu também te amo Henry -
Le
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paradisedumpling · 3 months
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GUYS I JUST SAW THE EASY TEASER AND I'M KAVFKBECAIJFBRXQIAKDBTVWGAIFJVTCDOABFBFJKAKANDBKRKES UNFORGIVEN BLOODY ROSE CONCEPT PHOTOS AND BURN THE BRIDGE I'M TRYING TO BE A FATEFUL PERSON I PROMISE I AM BUT BUT BUT BUT THE GOLDEN TEARS AAAAAARRRRGGGGG MY THIRTEEN YEAR OLD SELF IS DOING GYMNASTICS RIGHT NOW Y'ALL DONT UNDERSTAAAAAAND AAAAAAAAA AMD THEY'RE THE FALLEN ANGELS OF HYBE YALL FONT GET IT THERES A REASON MY BLOG HAS PARADISE ON THE NAME IM AAAAAAAAAAAAAAA THIS IS LIKE MY LIFE IS LIKE IM SO AAAAAAAAAKNDJFIABAVFIKAJAHSIFIRBVWHA:@("!&;48#8@(4;+492)@;$:38@9)2;4:#89@(#;_(3(#($$;;_(JQHDIFKABAVIDKFJSVABDJD A IRONIA DO DESTINO ELA HAHAHAHAHAHAHA ELA REALMENTE É UMA DIVINA COMEDIA
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