Tumgik
hinku · 1 year
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Única
Trailer Epílogo ou a tentativa de me lembrar que meu app de nota ta lotado de ideias
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E bem ali, na curva da sua garganta ele colocou um beijo, demarcando ali o inicio de uma trajetória decadente, dali em diante você se sentiu perdida, mas ainda tendia a seguir os olhos como um caminho sem saída que ele possui.
Já havia muito tempo que se sentia a terceira, terceira filha, terceira numa roda de conversa, a terceira melhor amiga, a terceira conversa, e, no fim, a terceira no relacionamento. Então se jogar às multidões que era o alvoroço daquela calourada e encontrar um homem aleatório, que tinha o perfil de alguém que realmente ia foder sua vida, seria realmente o caminho ruim?
Você podia sentir olhos em você, mas o deixou apreciar e acolher toda sua imagem nua e cansada deitada no banco ao seu lado, até por que em quanto tempo vocês se veriam? Sempre esperando que a resposta fosse por muito tempo ou até mesmo nunca. Mas realmente não podia durar muito não é mesmo? Se não, qual graça teria?
Única
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hinku · 2 years
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Decair
Contagem de caracteres: era pra contar? Lol
Avisos: este texto possui uma leve variação linguística em relação as falas, mas a angustia está em textos seguindo a minha norma de língua.
Não corrige nem minha vida, quem dera esta história
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—Você poderia jurar? Jurar que por mais que eu mude, fique chata, faça birra ou mesmo se eu apenas ficar uma pessoa que não deveria ficar ao seu lado, me promete que vai ficar? Eu sei que não seria a melhor pessoa pra ficar perto de você, te vejo como a pessoa mais preciosa pra mim e sei que muitas pessoas podem ver como você é, talvez até mais. Então, por favor, mesmo que eu não seja a mais brilhante pra estar nesse seu lado precioso, me permita estar aí, por favor. Jure que não vai embora. Jure que vai se lembrar de mim. Jure pela nossa amizade, seja real comigo.
–Claro que estarei com você, você é a pessoa mais legal que conheço, a mais importante.
–Eu prometo pra você, que sempre estarei do seu lado, sempre.
As memórias borbulham em sua mente adormecida, como algo que você anseia a um bom tempo, algo que deseja que seja concreto e se realize imediatamente, agora.
Andava meio silencioso, tudo andava silencioso, foi você? Pegar o celular do seu lado, entre os edredons fofos de seu sofá, no mesmo lugar no qual deixara ao adormecer. Nada, nenhuma mensagem, notificação de algum capítulo, nem mesmo séries ou canais, apenas o nada. Largando o celular de volta a seu canto e se levantar um pouco, ao olhar em volta pode perceber, até mesmo ao seu redor está silencioso, arrancando o restos de preguiça, você caminha até a geladeira abre e pega o resto de algo e o come, apenas para ouvir um pling de uma notificação.
Você reconhece o toque especial para sua pessoa especial, ao pegar o telefone você vê:
— Boa tarde babe ;)
Sua pequena saudação atrasada. Teclando o teclado digital você responde:
Hey darling —
Como você tá? —
Sua resposta não chega imediatamente, você joga o celular de lado e volta a terminar o que estava a comer até outro pling.
— Vou bem
— Como ce tá?
Seu peito pesa, fazia um tempo que tudo andava silencioso, nada te dava anseios, vontades ou seja lá o que eles dizem que a vida precisa, você não os tinha. Mas acima de tudo isso, dizer isso parecia um chamar de atenção, você já foi chamada de mentirosa o suficiente, também já viveu bastante com isso tudo, vai passar, sobreviver até aqui deve ser a prova, não?
Tô bem —
Como vão as coisas por aí? —
Estou pensando em ir pro lado daí esses dias —
É apenas umas meia mentira, certo? Que dizer, você estava bem, você não passou mal e está com o físico bem, por enquanto pelo menos, apenas pensamentos ruins não mudam isso, estar cansada não faz mal, certo? Tudo certo, ele nem ligaria se fosse só isso. Outro pling surgiu enquanto você pensava.
— Está tudo muito doido
— To triste pela minha irmã 
— Tomaram o celular dela, parece que a mãe dela tomou por que ela tava gostando de uma menina
A amargura lhe subiu, do estômago até a garganta, e com isso você responde:
Que falar sobre? —
E sua resposta se deu a uma ligação.
— Hey darling.
— Hey babe.
Suspiros e lamentos, ele lhe contou o que o incomodava.
— E tipo, eu não sei o que fazer, ela só tem 12 anos e tá passando por isso, eu não queria.
Sua risada amarga saiu pelos áudios.
–Agora você sente como é estar na minha pele, de vê você passar por tudo e não poder fazer nada... Eu sei que é horrível, mas o que dá pra fazer é ficar do lado dela, conseguisse falar com ela já?
—Consegui, falei pelo celular da minha irmã mais nova.
–Então é isso, meu bem. Não tem mais nada a fazer, fique do lado dela, ela vai precisar de você.
Ele se aprofundou nos motivos, de sua irmã conhecer uma menina e elas se falarem e a menina falar que gosta de sua irmã e tals, gravarem um vídeo inofensivo a primeira vista, mas sendo um vídeo normalmente gravado por casais, a mãe questionar a filha e a menina ficar nervosa ao responder, e a mãe dela concluindo a resposta pelo nervosismo dela.
–Que filha da puta, mano. Pau no cu do caralho, velho.
Seu amigo riu de sua indignação e a conversa fluiu por um bom tempo.
Quando o som da ligação sendo desligada chegou ao seu ouvido pode sentir a vibração passando por você, a sensação de ser algo, fazer algo, mas o mais importante, sentir algo. Não que fosse tão duradouro, era algo mais instantâneo e passageiro, um instância, ânimo momentâneo, uma droga para seu vício, acalentando seu corpo, até não servir mais e você voltar a sentir o corpo pesar. Se jogando no sofá e pensando novamente e novamente.
Talvez ele já tenha problemas suficientes, não preciso que ele pense e sinta o peso do que passa na minha cabeça delirante
E assim se fez, tudo o que o incomodava era trancado, lacrado numa caixa. 
Ao passar dos dias… Tudo se silenciou mais e mais, como se tudo que cercava fosse apenas imaginário, o mundo se calou a sua angústia. Ele te ouviria? Ele te ouviu no inicio, quando os problemas eram seus e o mundo aparentemente estava contra sua pessoa, ele ouviu, até o mundo se voltar contra ele.
A casa desmorona, e o fato dele está lá e não você mudam as circunstâncias, você o apoiou enquanto a guerra ocorria, ouviu os lamentos e reclamações de como esta terra estava fodida mais do que o concerto, como nada era justo e tudo era um inferno. Você esteve lá, mas não sempre, não que faltasse esforços, ignorar o que pensava e o que sentia em pro de ouvi-lo, você fez o seu máximo, pelo menos era isso que pensou no começo. Até quando até mesmo ele esquecer de mesmo te ouvir ou usar seu ouvidos e lamentar para eles.
— Ué, não te contei? Aconteceu a um tempão já! Fomos a um parque e eu acabei ficando com ele – Ele riu enquanto continuava a scrolar no celular. Sua risada saiu um pouco forçada, mas logo conseguiu disfarçar, não que ele fosse perceber já que mandava mensagem enquanto falava sobre acontecimentos de semanas atrás. — Mas foi rápido, todo mundo ficou gritando dizendo pra ele me beijar, mas foi só um selinho, nada demais.
— Hum. – Foi tudo que saiu de você, ou meio saiu no caso. Você queria falar como se sentia, mas nesse momento você tinha direito? Já faz um tempo que você mesmo percebeu que ele não contava mais, algo acontecia, você estava percebendo, viveu o suficiente com ele pra saber, ele agia estranho. — Algo aconteceu em casa?
— Hum? Não, tá tudo até que calmo. – Ele te olhou brevemente, sabendo que esse seria um assunto delicado, mas não demorou muito até voltar a olhar para o aparelho.
Sim, você estava errada de novo, sim, sim, sim. Você não pode mais dizer, ele realmente pareceu bem, tudo perfeito, você não deveria se sentir mal sobre isso, mas se sentiu inútil para ele, agora que ele não precisava de você ele iria embora? Sua caridade de ficar ao seu lado se fora a muitas eras, desde o momento em que as confusões infiltraram em sua própria vida, então privei-o de ouvir meus lamentos, ele já carregava a carga dele, ele não precisava ouvir mais, não, ele não. Você faria um novo mundo se significasse que ele estaria bem, sem lamentos, nem seus, nem dele.
— Hum…. Que coisa boa. – E assim se passou um bom tempo, vocês dois na calçada, ele mexendo no telefone e você observando ao redor da rua que fizera um tempo em que não visitava, provavelmente foi culpa sua disso acontecer, você o está perdendo, isso é um fato. Pouco tempo e alguns amigos seus chegaram, ou melhor, alguns amigos deles, fazia um tempo, a única pessoa que permaneceu em contato com você foi ele, não tinha muitas pessoas que aturaram você por tanto tempo, você era covarde, mentirosa e esquecida, além de preguiçosa. Nem você mesma ficaria com você.
— S/n!! – Poucas palavras para você, depois partiam para conversarem em grupos na  mesma calçada minúscula, foi essa sua interação com todos, com a maioria pelo menos, uns nem mesmo foram até você, já se isolando nos grupos. A sua volta não estava silencioso, mas aparentava está ao seu redor, em torno de você, apenas você. Então olhar o celular lhe poupou a dó que crescia em si mesmo.
Você voltou.
Voltou para casa, ao silencio interminável, ao frio de seus sentimentos, a falta de ar do desespero, a vergonha das lembranças, entre varias outras angustias que te esperavam porta adentro, apenas esperando sua volta para te consumir mais um pouco, de pouco em pouco, se deleitando com seu sofrimento. Você tentou seu máximo para permanecer com a fachada de vida boa a qual todos usavam, isso te cansou incomensuravelmente, como todos se acostumaram com isso? Talvez o que dizem da pratica levar a perfeição seja verdade, você mesma já foi assim, mas desde que se isolou dos contatos, mas como excluída, aparenta ter perdido sua potencia de passar horas a fio fingindo e não se cansar nunca.
Lembra do dia só deixa um gosto amargo no fim da garganta, o sentimento de ter perdido tudo e todos passa em loop em sua mente. Chega. Pare. Apenas me deixe em silêncio, eu sei, nada vai voltar, já não sou o sol para você, muito menos a lua. Já não posso te fazer feliz, ou mesmo compartilhar angustia, você vive agora, bem, vive bem, está no seu tempo de felicidade, você nem ao menos me percebe mais, não posso estragar isso. Me deixe.
Passar pela felicidade, apenas para arrancarem isso de você, você entende isso, certo? Meu porto, sim, meu porto de inseguranças, a pessoa que me fez acreditar que podia ser eu mesma com outros pois se não desse certo eu o teria comigo ainda. Ele, em quem eu confiava, quem eu precisava sempre.
Eu o amo.
Não, não esse amor. Ele era a pessoa mais especial do meu mundo, o quero rindo, contente, brilhe, quero que ele brilhe mais que o sol. Sempre fui eu, não quero prender ele. Pobre de mim em pensar que poderia ficar ao menos perto de você.
Me chame de melhor amiga como antes, diga que ficará comigo para sempre, me abrace e me conte sobre seu dia, dos momentos bobos aos brilhantes, voltar aos planos de fugir de todos e sermos felizes juntos, você se casar e eu estar lá para te dizer que estava feliz por você, te vê ri como nunca pode em casa, te ver brilhar como a pessoa incrível que é. Por favor.
Me digo para desistir, você está bem, posso parar de ser sua bonequinha de consolo, uma das. Mas ainda penso em você e no passado.
Eu preciso desse consolo, sim, dessa vez eu estou desmoronando.
Ele não está aqui.
Decair
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hinku · 3 years
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Quanto mais assas, melhor…
Prévia
As folgas do estágio foram tão relaxantes que Fumikage pode ter esquecido de alguns papéis e isso pode ter levado a uma noite inesperada, onde o doce clima que sobrevoava talvez fosse mais intenso...
Contagem de caracteres: muitos :)
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O fim de semana poderia ser considerado um tempo de relaxamento para Fumikage, talvez tenha sido por isso que ele acabou esquecendo de alguns documentos importantes que teria que entregar assim que voltasse para uma das gerenciadoras da agência de Hawks. Mas felizmente para o pequeno pássaro, que só notou a ausência dos papeis quando estava na hora que deveria entrega-los, sua mãe o trouxera para que ele não necessitasse fazer uma viagem de horas mais uma vez. 
Quando Fumikage recebeu uma ligação de uma das recepcionistas da agência informando a presença de alguém que diria ser sua mãe e que trouxe alguns documentos que ele teria esquecido em casa, foram palavras suficientes para faze-lo correr o mais rápido possível com o Pro Hero n° 2 a reboque lhe acompanhando, tentando acalma-lo. Fumikage apenas se sentiu um pouco aflito por fazer sua mãe vir de tão longe pela sua falta de atenção.
Ao chegar lá apenas encontrou a mulher mais velha conversando com a recepcionista enquanto compartilhava um par de sorvete com a mesma, ela decidiu que poderia passear por hoje por ser sua folga, então encontrou um par de roupas folgadas e agradáveis a vista e ao toque, calçou seus sapatos e saiu com alguns lanches e os documentos do pequeno pássaro, suas pequenas assas batiam levemente enquanto se animava mais ainda com a boba conversa, suas patas batiam ansiosamente no chão enquanto o riso frouxo saía de seus lábios rosados.
Ao ver seu pequeno filhote, imediatamente, o sorvete logo foi abandonado no balcão para que você pudesse abraçar seu filho, suas assas batiam como louco, segurando o rosto de Fumikage apenas para lhe dar um pequeno beijo na testa. O pequeno pássaro apenas aceitou seus afetos de bom grado, sem reclamações, em si já acostumado com seus mimos e sem vergonha de tê-la demonstrando para todos ao redor.
— Babe! Como você está? Eu vi que você esqueceu seus papeis e decidir trazer para você, está tudo bem? – Você falava apressadamente enquanto acariciava os pelos negros do rosto de Fumikage.
— Estou bem mãe, desculpe ter que te fazer vir até aqui por causa dos papéis, na próxima não precisa, apenas deixe que irei buscar. 
Assim que a frase saiu de sua boca ele pode sentir suas penas faciais serem puxadas a ponto de lhe fazer resmungar e tentar fugir de seus apertos, sibilando um pouco enquanto esfregava sua bochecha dolorida.
— Cale a boca, estou lhe fazendo uma visita, sabe que daqui para frente não vou poder lhe ver tanto quanto eu desejo, nos veremos raramente e eu estava de folga, decidi que era bom passear um pouco. E eu pensava que você gostaria de me ver. – A última frase foi dita tão mansamente ao ponto de quase não ser ouvidas, não seriam, para ouvidos nem um pouco treinados a procurar murmúrios em destroços ou tendo a convivência constante com sua voz diminuta, com certeza não seriam palavras claras.
— Você sabe que não foi isso que eu quis dizer, eu apenas não queria que você se cansasse e viesse até aqui… e… – Sua frase foi cortada por um pequeno estalo em sua testa, apenas para ver a testa um pouco franzida da mais velha.
— Vamos, passarinho. Não precisa se desculpar, eu sei, tome! – Começando a jogar alguns dos seus doces favoritos junto com os de Fumikage, fazendo o mesmo precisar manobrar as compras em seus braços.
Não tão longe assim, estava um grande pássaro que acompanhava toda a trama junto com sua recepcionista que já começara a se ocupar novamente depois de decidir jogar os resquícios do sorvete esquecido no lixo. Já o grande pássaro apenas observou tudo, ele estava mais do que apenas encantado com você, além de sua beleza, mas também seu jeito de agir, sua despreocupação com o público em relação as suas demonstrações de caricias a seu filho, apenas lá atravessando uma cidade, que ele lembra de sua casa está mais longe do que o esperado, ele teria mandado uma mensagem para Fumikage alguns minutos depois do mesmo ter partido, apenas para a mensagem ser realmente entregue muitas horas depois, e você foi todas essas horas apenas para entregar algo e ver ele.
Finalmente tendo atitude, Hawks se move para cumprimenta-la. — Que ótimo enfim poder conhecer a responsável do meu melhor estagiário. – Hawks falava com toda a energia que poderia jogar, realmente animado para conhecer quem cuidou e guardou o pássaro por quem ele já teria um grande vínculo.
Com um grande sorriso brincalhão em seus lábios, pegando toda manha que lhe sobrava, você despejou-a por cima de sua frase. — Então seria você o responsável por manter meu precioso pássaro mais tempo longe de casa? Ohhh, que coisa mais trágica, pássaros deveriam se ajudar, não? – No fim de tudo, nem você, nem Hawks conseguiram segurar suas risadas.
— Bom, você o teve por tanto tempo, deveria compartilhar com todos o que ele se tornou. Precioso demais para não ser reconhecido, irônico, não? Pássaros de assas diferentes ainda podem se ajudar, não? – Enquanto mais contexto de pássaros e suas penas eram jogadas na conversa, mais Fumikage queria apenas ir embora. E depois de mais baboseiras faladas ele conseguiu mudar o ritmo da história para onde você iria dormir, era tarde demais para ir para casa, a escolha de se mudar para mais perto da natureza lhe custou o tempo de escolha de quando voltar para casa, Fumikage nunca reclamou da distância, ele realmente amava o jeito como tudo estava ao seu redor, seja por que ele cresceu com tudo assim ou porque levou a vida do jeito que você levava, o máximo relaxado, seguro e confortável, nunca ouve problemas. Até porque, as vezes andar por 1 hora para chegar a escola lhe rendia a caminhada do dia e lhe daria a chance de aproveitar todo o caminho, se isso se tornar um problema? Peça para sua mãe lhe levar e resolvido, ela não vacilaria.
— Você já escolheu algum lugar? Talvez você possa ficar comigo, claro, se Hawks permitir…
— Claro, garoto. Não tenha dúvidas. – Para ambas as frases apenas restou o zumbido do silêncio como sua resposta, apenas olhar para ambos pares de íris te encarando, para gaguejar com incerteza, levando sua mão para apertar um pouco a carne por trás de seu pescoço.
— Eu estava apenas pensando em voltar por agora, daria tempo e nem seria tão escuro assim até chegar em casa. – Sua voz ia sumindo a cada palavra que saia de sua boca, nesse momento apenas parecendo uma adolescente que voltou tarde para casa e agora receberia uma bronca e aproveitava para despejar suas desculpas na esperança de se safar.
O silêncio reinou ao redor dos três seres, agora com a ausência de palavras era possível ouvir as teclas sendo pressionadas pela mulher atrás do balcão, o barulho das árvores que se remexiam com o vento que as chacoalhavas, os passarinhos que cantavam enquanto voltavam com a janta para seus pequenos filhotes, dava para sentir o vento frio do sereno do fim da tarde que lhe arrepiava os pelos, sentindo um pequeno arrepio circular por todo o corpo. No fim de tudo teria sido melhor ter pego um casaco antes de vim. 
E quando você esperava ansiosamente para fugir daquele silencio mortal, ambos os pássaros se encararam em acordo e uma sincronização mental, confirmaram uma pergunta telepática um para o outro, em seguida Fumikage pega o resto das sacolas com algumas comidas destinadas para o longo passeio que teria a frente e depois pegou sua mão enquanto Hawks ia para alguns armários pegar a chave de sua cobertura. Fumikage lhe arrastava sem nem mesmo responder as seus resmungos de que “estava ficando tarde” e que você “precisava ir”.
Você foi arrastada até os elevadores de um lugar desconhecido assim como o restante da cidade, apenas sendo enfim respondida de onde estava ao entrar na enorme cobertura.
— Você dorme aqui hoje e amanhã poderá voltar em segurança, será melhor para todos, não acha? – Hawks falou, se juntando a você e Fumikage que entraram primeiro.
— Exato, já está tarde demais, você deve descansar para que possa voltar para casa com calma amanhã, vamos mãe…
— Ok, ok, ok, eu deveria ter previsto isso vindo de você, Fumi. Então para recompensa-los irei fazer a janta, justo, não? Vocês deveriam tomar banho enquanto isso. – Você falava enquanto caminhava em direção onde achava que poderia ser a cozinha, tendo uma cozinha americana no local tornando mais fácil de localiza-la. Enquanto adentrava mais o local gritava um calmo “Licença” para ser respondido com  “Sinta-se em casa” vindo do pássaro maior.
Você vasculhava todo o local para poder ter compreensão total do que poderá usar, indo pra lá e pra cá, cortando e despejando. O primeiro a terminar o banho foi seu pássaro, ele veio lhe acompanhar na bagunça e ajuda-la a preparar as coisas. Quando Hawks atravessou o corredor e chegou a entrada aberta de sua cozinha pôde se deparar com uma cena tão doce, caseira e acalorada quanto os picolés que ele compra em épocas quentes ou a brisa do fim do inverno, ele poderia deliciar essa cena onde você conversava e ria entre as frases, Fumikage tão confortável quanto ele já pôde testemunhar, você propositalmente trotava até ele e lhe dava um leve empurrão, apenas para o pequeno corresponder com outro, quando você voltou a mexer o caldo e Fumikage tinha acabado de terminar a parte dele, o mesmo rastejou para perto de você e colocou sua cabeça em seu ombro e lá ficou por um tempo.
Depois de passar tanto tempo observando a cena, como muito tempo mesmo, Hawks decide anunciar sua chegada, tossindo um pouco e perguntando-os
— O que vocês querem que eu peça pra gente beber? – Ele falou mansamente, observando o breve salto que Fumikage deu de surpresa ao ouvir a voz de Hawks, uma ação que você praticamente copiou. Era quase cômico como vocês tinham tanto de semelhante, o pequeno pássaro foi quase uma xerox de você.
— Por mim tanto faz, o que você quer, passarinho? – Falava enquanto continuava a mexer o jantar próximo de seu término.
Copiando suas ações de voltar ao trabalho, Fumikage começou a pegar alguns pratos para organizar na mesa enquanto respondia as perguntas dos mais velhos. — Por mim tanto faz também, portanto que não seja nada cafeínado, tenho que dormir cedo hoje. – Ele respondia enquanto vagava para fora do cubículo esquentado.
Assim que Fumikage estava longe, Hawks vagou seu olhar até que se fixou em você novamente, vendo como você se movia para terminar o jantar, o cheiro que estava pairando no ar era atrativo, estava apenas sugando sua atenção para você, apenas para você.
— Por que não pegamos uma bebida para nós, deve ter sido uma viagem estressante, o que acha de bebermos um pouco e relaxar com um filme? – Ele falava devagar, ainda envolvido na atração que você estava emanando.
Você se virou se encostando na parte fria do balcão, lançando um olhar malicioso para o maior, a assa dando leves batidas, sua cabeça tombou um pouco para o lado, fixando seu olhar no dele. — Você está apenas dando em cima de mim? Sério? – Hawks quase engasgou ao ouvir seu tom de voz sedoso, apenas colhendo como as palavras se jogavam graciosamente sobre ele.
— Não acho que seja um crime, iremos apenas tomar alguns drinques e assistir coisas bobas para rirmos de nossos bêbados. E então? O que você acha?
— Acho que não tenho planos de qualquer jeito, por que não então? – Você falava enquanto se virava e voltava a cozinhar. — Agora saia daqui para que eu possa terminar o jantar. – Hawks podia sentir o sorriso em sua voz, e ao ouvir seu comando ele o seguiu, andando até sua sala para ajudar Fumikage, apenas para ver que ele já estava terminando.
— Quer alguma ajuda, garoto?
— A mãe pediu para ver se eu achava alguma roupa para ela, mas eu realmente não acho que tenha uma blusa confortável. Você poderia conseguir uma para ela? – Ele falava enquanto terminava enfim de arrumar tudo, pratos, talheres e copos separados. Seus olhos encontraram os de Hawks e ele apenas acenou positivamente para ele.
— Vou deixar a blusa no banheiro, você pode encontrar o resto? – Fumikage responde um “sim” seguido de “obrigado” e segue em direção ao quarto para ver se encontrava um short confortável para você.
Assim que você terminou a janta, levou-a para a mesa para que pudesse esfriar. Fumikage tinha lhe dito onde estavam as roupas para que você fosse se lavar. E foi o que você fez, entrou no banheiro e por instinto trancou a porta, tirou as roupas e se observou no grande espelho, depois de um pequeno tempo de observação, se deliciando consigo, você adentrou no chuveiro, ligando o mesmo e sentindo a água começar a escorrer pelo seu corpo saliente, observando ao redor, você localizou um sabonete líquido, com uma coloração bonita, alaranjado brilhante, era tão atrativo, você desligou o chuveiro e começou a se limpar.
Depois de seu banho agradável você pega os shorts de dormir de Fumikage, o menor que ele tinha caia no meio de suas coxas, ao pegar a camisa era evidente para você que era do pássaro maior, não apenas por seu tamanho ou o gosto distinto do que você era acostumada, mas também pelas frechas nas costas da camisa vultosa, acomodando suas assas na camisa que caia como ficha cobrindo totalmente o short e decidindo sair do banheiro depois de terminar de se admirar.
Ao chegar na sala você pode ver o refrigerante na mesa junto com a panela de comida. Olhando ao redor você pode ver Hawks e Fumikage em uma conversa boba na cozinha enquanto guardavam algumas coisas que ele pedira anteriormente. Era uma cena calorosa, seu filhote socializar tão bem, você sempre teve um pouco de ansiedade ao pensar que ele pôde estar se sentindo desconfortável, e estar tão longe de casa sem poder fugir quando se sentir intimidado, mas ao vê-lo conversar como se fosse com um de seus amigos que ele trouxera para casa lhe dava um extremo alívio. Antes que você pudesse se apresentar no local, Fumikage lhe viu, e retribui o sorriso que inconscientemente você demonstrava para a cena que pairava sobre você.
Quando viu que Fumikage tinha sua atenção em outro lugar ele virou para que pudesse admirar o que o mesmo estava, e ele estava totalmente certo em admirar, você estava deslumbrante com a camisa dele caindo sobre suas coxas e o que parecia ser seu perfume sobrevoando sobre você, você usou seu sabonete líquido, ele não estava nem um pouco chateado com isso, ao contrario, ele iria se deliciar por ter o cheiro dele em você o máximo que podia.
— Então estamos prontos para jantar? – Sua voz saiu um pouco vergonhosa, era impossível não perceber o olhar predatório que o pássaro maior lhe lançou.
— Oh claro… Vamos indo. – E foi apenas isso que sobrou de sua curta conversa.
Depois do jantar cada um se despediu para poder enfim descansar. Pelo menos Fumikage com vocês, ele realmente precisava descansar, amanhã teria mais de seu estágio cansativo. Já você e Hawks, que agora lhe fez se corrigir para Keigo, se mudaram para o sofá, com cobertores e travesseiros para deixar tudo mais confortável do que já estava, um conjunto de drinques descansado sobre a mesa de centro que decorava a sala. Foram alguns copos, você e Keigo estavam aninhados um ao outro enquanto assistiam alguma coisa que nesse momento nenhum de vocês fazia a mínima ideia do que era. 
Os olhos de Keigo pousaram na sua figura corada, que estava com um leve sorriso brilhante em seus lábios, parecia que era a coisa mais atrativa naquele momento, as bebidas já estavam esquecidas na bancada, você estava tão confortável ao seu lado, parecia que era o seu lugar, e você não negaria de modo algum. Seus olhos acharam os deles, e assim como ele, seus olhos acabaram caindo para seus lábios e apenas parecia a coisa mais deliciosa que você já viu. Parecia que haviam apenas salpicado pó de imã em seus lábios, ele estava se inclinando aos poucos, totalmente inconscientemente, mas seria mais um ato falho, você não seria diferente, apenas apoiando suas mão no sofá e começou a se levantar um pouco.
Não demorou muito para que os lábios dele estivessem sobre os seus, nenhum estava errado, era apenas delicioso beija-lo, quanto deveria ser o resto? As mãos de Keigo vagaram até sua cintura, enquanto as suas seguiam em direção a nuca dele, onde começaram a puxar os fios de cabelos loiros acinzentados perdidos, as de Keigo apenas estavam lhe puxando o quanto mais perto poderia. Alguns segundos depois você estava em seu colo, um ao outro se devorando, as mãos grandes estavam apertando e esfregando sua bunda, influenciando ainda mais para que você se esfregasse sobre a protuberância que se elevava sobre a calça já enrugada, leves gemidos saiam de seus lábios, dos seus e os do pássaro maior, toda vez que um ao outro puxavam as penas das assas ou quando Hawks empurrava mais ainda seus quadris para baixo.
Estavam tão envolto no prazer que apenas perderam o som de uma porta sendo aberta no meio do corredor, o arrastar de pé que se levava para o começo do corredor, na intenção de apenas pegar um pouco de água para acabar apenas vendo a cena de sua mãe em cima de seu tutor aos amassos. Não era traumatizante, não seria, ele apenas deu uma leve tossida para anunciar sua presença. Ao som de falsa tosse, com certeza não vinda de você e nem de Keigo, você apenas pulou com o susto, poderia até ter caído se não fosse pela mão do maior que lhe segurou. — O-ow, passarinho…!
— Estou apenas passando para pegar um copo de água. Podem apenas continuar quando eu não estiver mais aqui? – Ele falava enquanto se rastejava não mais no seu sono pesado, pegando um copo e bebendo sua água para agradar a secura da qual sua garganta mantinha-se. Quando ele voltou da sala encontrou você ajeitando as coisas junto com o mentor, ele poderia ver suas orelhas vermelhas através da baixa luz, não sabendo se seria do licor ou da vergonha. — Boa noite… – Foi a única coisa ouvida vinda de sua voz grogue, antes dele arrastar os pés de volta para seu quarto.
Assim que o som da porta se fechando foi ouvida um gemido de vergonha e frustação foi ouvido saindo de sua boca, um riso baixo, também um pouco vergonhoso, foi ouvido, Keigo estava se divertindo com isso, porém, também não sabia como agir no dia seguinte. — Ohh, que hora horrível para ele apenas aparecer. – Você resmungou enquanto massageava suas têmporas.
— Realmente horrível, não acredito que ele não poderia apenas ter passado em silêncio para beber água, estou decepcionado. – Ele bufa travessamente, apenas para receber um leve soco em seu braço, você soltou uma risada nasal, enquanto parava para encara-lo, seus olhos se fixaram novamente, pegando toda sua atenção. — Não podemos apenas continuar, né?
— Não… Precisamos ir dormir, o dia é longo amanhã, agora vá, Keigo. – Você desviou o olhar para começar a recolher os copos e levar para cozinha, com o grande homem a reboque, não perdendo nenhum de seus movimentos.
— Durma no meu quarto, será melhor do que dormir no sofá. – Os olhos deles se conectaram aos seus, transmitindo apenas sua apreensão e o sono que perambulava por seus olhos. — Mãos longe!! – Ele levantou as mãos em rendição.
Você apenas passou por sua figura que estava escorada na entrada da cozinha, indo em direção ao sofá, recolhendo os cobertores e tentando equilibrar os travesseiros em seus braços, Keigo chegou mais perto e recolheu os travesseiros de você, parando para encara-la e esperando o comando de direção. — Vamos! Você me ofereceu uma cama fofa e a casa é sua, mostre a direção.– E assim ele seguiu liderando o caminho com você o seguindo.
A noite foi confortável, você se aconchegava em Keigo, e ele a você, penas vermelhas circulando vocês dois, as suas assas estavam descansando no peito do pássaro maior. Foi apenas às 5:30 da manhã que você acordou, percebendo que era cedo demais para o herói levantar, provavelmente Fumikage também estaria dormindo pacificamente. Quando finalmente conseguiu desembaraçar suas pernas das de Keigo, você levantou e seguiu em direção ao banheiro, lavando o rosto para que o sono se fosse.
Keigo acordou com a ausência do seu peso sobre o lado dele, mas um cheiro delicioso substituindo o lugar da sua falta. Ele se espreguiçou para começar a andar para a cozinha, vendo você em sua camisa solta, virando as panquecas e um prato ao seu lado com uma pilha de panquecas, Fumikage não estava a vista, provavelmente continuava no sono pesado da manhã. — Bom dia… – Uma voz grogue sobrevoou até seu ouvido, se virando para encontrar o pássaro com os cabelos desalinhados e penas um pouco esvoaçadas.
— Bom dia, pegue alguns pratos para mim. – Você falou enquanto voltava a sua tarefa de terminar a massa. Assim que os pratos estavam todos colocados certamente em seus lugares na mesa, um som de pés arrastados foram ouvidos, um Fumikage sonolento apareceu na entrada do corredor, observando o que estava acontecendo, reassimilando que sua mãe tinha ficado aqui e ela estava fazendo o café da manhã de todos. — Bom dia, passarinho! Pegue as coberturas na geladeira para mim, por favor. Leve para mesa. – Você falou ao assimilar sua presença no local.
Vocês comeram pacificamente, ignorando totalmente qualquer pergunta que poderia estar passando na cabeça de Fumikage sobre a noite passada, não que vocês não responderiam, apenas não saberiam o que responder, e o pequeno pássaro apenas não viu a necessidade, não seria o fim do mundo se eles ficassem juntos, seria de certo modo até bom, as duas pessoas que ele mais admira constantemente juntas, era agradável. 
Ele com certeza não perdeu essa experiência agradável, já que suas conversas acabaram com um jantar combinado e um piquenique para que pudessem sair todos juntos. Se tornou algo constante, idas e vindas de um visitando o outro, Fumikage com certeza não perdeu o clima agradável daquele dia, talvez esteja desejando que aquele clima não acabe, era bom, ter a pessoa que ele sempre amou em sua vida e admirava com todo o seu coração estar feliz, rindo como uma adolescente boba, e a outra pessoa que ele começou a admirar imensamente, quando começou estagiar com ele poderia perceber o quanto ele estava certo em se inspirar nele, vê-los juntos era um sonho real agora.
Talvez um dia vocês dois percebam que ele também queria que isso não acabasse e que estava na cara que vocês dois apenas combinavam naturalmente.
Quanto mais assas, melhor...
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hinku · 3 years
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Elixir Psykhé
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Está perdida em algo lugar pode ser um sentimento nostálgico, porém ainda diferente por estar ali com todas aquelas oportunidades, tantas delas que lhe fizeram passar a noite inteira em claro, apenas para pensar em todas as suas chances de vida que sobrevoavam sua mente, com a única convicção sendo mudar algo, sobreviver em uma vida às escondidas, protegida de todo futuro caos, talvez explorar e tentar se comunicar e se estabelecer, contudo, a bola de realidade que lhe atingia derrubando todos os pinos de futuras escolhas, sem nem ao menos esperando levantar algumas dúvidas, fazendo strike com seus prováveis futuros planos e sonhos, sendo a bola maciça seus medos e ansiedade e acima de tudo o seu corpo nebuloso que ainda lhe causava dúvidas, que não poderiam ser respondidas nem tão cedo ou talvez nunca.
Pensamentos foram acumulados e antes que percebesse a acanhada luz de um início de dia se pós a atravessar as velhas madeiras de seu refúgio, dando aos pequenos feixes de luz sua atenção, apenas para perceber que aquele diminuto brilho era apenas sobras da iluminação exterior. Saindo do cubículo sombrio, ao chegar no que seria uma sala, podendo ver mais daquela luz, até demais, ainda seria o início de um dia, ela estava apenas florescendo lá fora mas já começava a incomodar seus olhos, tantos anos na escuridão de uma sala lhe trouxeram tanta sensibilidade a algo que poderia lhe mostrar tantas coisas, talvez fosse apenas mais uma das consequências por estar lá e com sorte seria apenas temporário, porém, naquele momento aquela luz apenas lhe traria dores de cabeça, como já estava a causar.
Reunindo tudo de si para escarar a claridade cegante, seguindo a cada passo mais próximo das madeiras acabada que lhe permite ter visão do exterior sem se arriscar por completo, antes que toda a sua força de vontade perdesse para a dor crescente atrás de seus olhos, seguindo seus olhos ao longo de toda a extensão de destruição que coexistia com seu refúgio, algo mágico como os barulhos do vento e pássaros que habitavam na natureza dominante localizada que crescia por dentro das entranhas da destruição, apenas retomando o que já a pertencia, o brilho dos ferros ao longe junto com o som quase inaudível desconhecido, algo que você poderia talvez se concentrar mais para compreender se não fosse pela dor ensurdecedora que se expandiu por toda a sua cabeça, da forma que estivesse algo prensando seus olhos junto com seus pensamentos, martelando o lado e puxando seus ouvidos, algo que levou a enxergar pontos de escuridão e girar suas entranhas assim como o seu mundo, lhe fazendo tropeçar no chão, puxando-a para fora do clarão, dando-lhe o extremo alivio mas não levando seus sintomas.
Tendo em vista as consequências por bisbilhotar a luminescência afora, suas mãos lhe garantiram a fuga de volta à escuridão, se agarrando e grudando nas farpas para leva-la a segurança junto com seus pés empurrando todos os restos de madeira que poderia vir a calhar. Chegando ao escuro quarto, sua mente enfim sendo liberada da insuportável dor o suficiente para a máquina imaginaria de sua curiosidade voltar a funcionar a tona, nem mesmo dando espaço para o descanso, rebobinando e rebobinando os poucos frames de sua memória visual, se maravilhando com o inalcançável, mas aparentemente aquilo foi o suficiente para nutrir sua fixação até enfim o mundo exterior lhe desse novamente a oportunidade de explorar as redondezas esquecidas por todos.
E assim ocorreu, quando a escomunal estrela de gás incandescente que orbitava ao longe resolveu partir, aproveitando a comoda negridão que a hora residia fora de sua abrigada para se aventurar, observando o redor, adentrando nas masmorras, observando os finais piar das criaturas voadoras que se preparavam para mais um repouso do dia estressante, tocando em todas as superfícies e percebendo suas diferentes texturas, era reconfortante voltar para o mundo de onde você havia esquecido. Ao fim, voltando ao susto do dia anterior, os resquícios de lâmpada continuavam onde você às deixou e deixaria, caminhando a orbitar os cacos, criando as possíveis respostas para sua explosão que infelizmente lhe levaram a apenas mais dúvidas.
Girando ao redor, seus olhos captaram mais uma da fonte de luz explosiva, comandando seus pés a lhe levar até lá, apenas para estender a mão novamente, sentindo a nostálgica sensação de acolhimento que lhe fez esticar ao máximo seus braços e fechar os olhos, aproveitando ao máximo até que ela apenas explodisse em seguida como sua anterior experiência. Mas sobre tudo isso o que te levou a abrir seus olhos da sensação que se esvaia de pouco a pouco foi a ligeira dor sobre o rosto, não aterrorizante como a de mais cedo, mas ainda assim dor, ao sentir algo escorrer por sua bochecha seus extintos adormecidos lhe fizeram levar seu dedo para alisar delicadamente a superfície da sensação, em seguida subindo para a sua visão para ver um tintura carmim escorrer pelos dedos, manchando as pontas e trazendo uma sensação desagradável.
- Se estar bem envolve você e lâmpadas explodidas mais machucados, eu realmente não iria querer observar seu pior estado.
A voz do outro dia corta sua concentração silenciosa, levando seus olhos para a nova escuridão apenas para ver a sombra novamente pular de uns dos prédios dominados por natureza, não existia mais tanto o medo anterior, a luz da manhã e as explosões de lâmpadas lhe encheram de interesse pelos inexplicáveis acontecimentos e talvez estar localizada em uma área remota não lhe ajudasse em achar respostas, então sendo como uma pequena criança curiosa e inocente você se aproxima alguns passos do desconhecido.
- Por que explodem? Não ás vejo se espatifarem antes que eu chegasse perto, talvez seja eu, certo? Mas como eu poderia causar isso? Talvez tudo tenha mudado até demais, não é?
Com certeza a curiosidade levou o melhor de você nessa rodada, apenas deixando você começar a balbuciar para a pessoa a sua frente, nem se importando mais se fosse um possível perigo, se desconectando do lado de sua mente responsável pela sua possível segurança, derramando as teorias e dúvidas, chegando ao ponto de simplesmente não se importar por completo, e assim que você termina leva os olhos para a escuridão, com a expectativa que lhe desse a resposta de tudo o que você estava passando.
- Você deveria parar de resmungar para pessoas que você não conhece, provavelmente dever---
O desconhecido foi interrompido pelo seu corpo pedindo energia para aguentar a mais um dia, seguida de uma intensa dor que voltara de seu alivio da tarde, levando a sua cabeça girar novamente, apenas se sentindo uma pinhata humana você para, tentando se manter equilibrada no lugar, quase tombando para frente
- Ow, eu me sinto tonta, espere apenas um segundo, senhor.... Acho que algo está errado...
A sombra se acerca de você, ajudando-te a se firmar no chão, porém você provou que era uma ajuda fútil ao nem ao menos conseguir voltar a ficar de pé, quando você estava preste a tombar para trás o estranho te segurou e abaixou com cautela, esperando que sua tontura melhorasse um pouco, você tirou a mão que automaticamente se estabeleceu em sua cabeça, tentando segurar o desastre que acontecia nela, apenas para apoiar no chão enquanto seu corpo ainda dava minúsculas tombadas para os lados tentando se manter ereta, até que o estranho te apoie a uma das paredes das destruições.
- Acho que agora você está precisando de ajuda, certo?
Ainda tentando firmar seu mundo você responde, apenas com a dor crescente.
- Apenas me ajude a parar isso, p-por favor...
Pegando-a novamente o estranho começa a andar, dando-lhes os detalhes de para onde está indo, isso um pouco antes de você grunhir com a dor que apenas piorava, reclamando mais e mais por "escuro", qualquer que seja o lugar que ele a leve, você sabia que se houvesse ao máximo a ausência de luz provavelmente lhe ajudaria, mas não durou muito tempo até que você apagasse nos braços do homem.
Elixir Psykhé
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hinku · 3 years
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Elixir Psykhé
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O frio era lauto contra seu ser disperso, como se todo calor fosse aproveitado e ainda deixando seu corpo mais frio do que antes. A primeira coisa a ver quando seus olhos abriram foi apenas tábuas de madeiras, uma escuridão imensa e uma névoa fria. Você viu algo além da incerteza ao redor, algo ao qual seus olhos havia esquecido, mas além de tudo a sensação do nada e ao mesmo tempo do frio e o chão a qual você estava deitada.
Levantar daquele chão foi doloroso, uma sensação de exaustão, como se houvesse barras de ferros em diversas partes de seu corpo, era algo que você não sentia a tempo suficiente para nem lembrar que ela existia, o frio ao seu redor, a exaustão, o toque em algo, tudo era um alívio ali, as sensações lhe oprimiam, quase uma sensação do novo nada. Olhar em volta e ver que estás em um quarto fechado, algo talvez esquecido pelo tempo, algo como você, talvez fosse a escolha perfeita de um lugar para acordar, algo familiar. Mas era apenas uma parte de uma grande coisa, localizando o que uma época seria uma porta, um material agora acabado, cheios de farpas, você poderia ter se machucado, com certeza sua mão estaria totalmente cheia de pequenas agulhas de madeiras, se não fosse por uma coisa, sua mão era tudo e o nada, ela estava ali, solida o suficiente para empurrar os restos de porta, porém gasosa o suficiente para ultrapassar as primeiras camadas possíveis para machuca-la, com toda e absoluta certeza uma novidade para você. Além da mão, quando seus olhos desceram pelo seu corpo eles captaram mais daquela consistência penumbral, a calma ainda permanecia em seu corpo, mas as dúvidas transbordavam para fora de sua cabeça, você não sentia o toque em algo a muito tempo, mas tem quase certeza que não era assim, mas isso ainda seria uma parte de suas descobertas. Ao olhar além da porta pode-se ver um corredor extenso e sombrio, assim como o quarto, o medo daquilo era na realidade quase inexistente, você conviveu seguida á escuridão, e, o vento que que dançava em sua direção vindo de um lugar em que seus olhos não possuíam ainda a visão, aquilo te estimulava em um nível inimaginável, algo novo em que já havia esquecido. E seguido dos sons de seus passos vinham os sons do balançar das árvores fora daquela casa assombrada, tudo era inusitado, principalmente aquela pequena fonte de luz que dava iluminação a um campo daquele lugar desastroso, lhe chamava mais que atenção, uma atração estranha, não apenas pelo desconhecido. Ao redor não era silencioso como aquele antigo lugar, era um conforto de sussurros, uma comodidade feliz, seus pés sentiam um chão, a calma de um frio e a tentação de um calor. E quanto mais seus pés caminhavam para o espaço mais aberto e perto daquela luz o conforto aumentava em uma proporção pujante, era ainda assim agradável, e ao chegar o máximo perto, vendo-a com os próprios olhos, chegava a incomodar a sua visão, por mais que esticasse seus braços sombrossos não era possível alcançar a luz, mas apenas senti-la de longe lhe dava a melhor sensação de todas, algo surreal, simplesmente cativante e aliciente, talvez fosse algo que poderia se chamar de conforto. Como se sua pele fosse curada pela acolhedora luz, o que antes era pura penumbra agora estava mais visível, já a luz antes apenas piscante explodiu em frente ao seus olhos, dando a você o medo ao redor, caindo para trás pelo barulho e pelos cacos que voaram em sua direção, cortando sua pele recém restaurada, fazendo-a voltar um pouco a forma de fumaça. Ainda com o choque pelo breve acontecimento suas mãos e pés se arrastaram para trás em sua posição sentada, o vento que batiam em sua feriada recém formada á fazia arder, fazendo seu corpo estremecer para o frio antes não desagradável.
E sobre toda a situação uma voz foi ouvida, direcionada apenas para você que virava para observar o nada, até que a voz fala novamente junto com uma sombra deslizando até a escuridão perto de você.
-Ei, você está bem? A baixa voz falava com você, enquanto chegava apenas um pouco mais perto, se abaixando ao seu nível no chão. Apenas o fato de encontrar alguém ou ouvir a voz de alguém a não ser da outrora ouvida já lhe causaria pavor, mas além disso ter que usar a voz e palavras quase esquecidas que estava na sua cabeça a muito tempo empoeiradas lhe deixava também ansiosa. -P-provavelmente, eu preciso ir... Enquanto se levantava o outro ser observava seus movimentos, seguindo-os como se fosse a única coisa que poderia ver. - Tem certeza?... -Tenho, o-obrigada. Se virando para fugir dali o mais rápido possível, ainda sentindo o olhar contra você, andando um pouco apressadamente você volta para a escuridão da casa destruída, esperando que a outra pessoa não lhe siga até adentrar a casa e arrastar alguns pedaços destruídos de móveis para bloquear a entrada, sendo o máximo silenciosa mais célere possível, talvez vendo a paz que possivelmente teria seu corpo viu a hora de se deleitar com o peso de tudo e apenas querendo cair em algo você decidi voltar para o início de tudo, para o quarto escuro de onde voltou, caindo no piso agora mais frio que antes, se deleitando com a paz não tão silenciosa desse seu novo lugar.
Elixir Psykhé
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hinku · 3 years
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Elixir Psykhé
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Mas era inevitável agora, ela não poderia mas voltar, foi trancafiada nas masmorras de suas ações, com a única janela sendo seus antigos olhos, tendo visões de tudo o que já foi dela, não agindo como ela agiria, não percorrendo os delírios como ela já percorreu, não falando o que ele falaria, mas isso já era um fato, pois ao contrario dela, aquele ser não queria o mesmo destino que ela, ele não queria mais fugir de prisões agora ilusórias, era apenas seu passatempo até que ele decidisse que nem aquilo iria lhe satisfazer, um tempo que ele tiraria de algumas de suas condenações, supervisionar um mundo que teria que ser esquecido a partir de agora, mas até lá, você iria vê-lo comandar uma vida não mais sua, mais um fato.
E como se sentir por algo que diz que nunca fez, apenas baboseiras foi ditas, mas quando elas são faladas por pessoas que teriam o seu lugar ali facilmente, as coisas costumam mudar, por isso estaria pressa nos fins dos pesadelos, ou, seja apenas passatempo de alguns indivíduos entediados, que iriam lhe tirar dali a qualquer momento, a qualquer hora, em qualquer que seja os dias incontáveis desde que tudo mudou.
Apenas acorde e tudo sumirá...
Foi a primeira coisa que reagiu ali, algo da mesma cor do quarto estranho a que você pertencia agora, seria um sonho ilusório que poderia te causar tantas loucuras? Você nunca teve a resposta do por que estava ali, nem como foi parar, você apenas começou a existir naquele lugar e com o tempo a apenas definhar, era apenas mais um dos inúmeros fatos que existiu ali junto com você.
Acorde e viva novamente...
Nada dava a resposta por completo, nem entregava a sua cabeça as dicas de tudo isso, viver, e não existir?
Com apenas a voz, estarás condenada ao nada para sempre...
Condenada ao nada, não já estavas a fazer isso? Perguntavas todos os dias as diferenças agora, como comparar algo agora esquecido, você estava a muito tempo neste espaço, como saber se seria melhor explorar o não existente, ele poderia ao menos dá indícios de está lá, mas nunca deu, nunca demonstrou que seria real.
Estarás a vagar pelas cores, porém serás alertada, fugiras para todo o sempre, ele não podem ver além de ti, estarás sempre a vagar...
A vagar, outra vez, viva, exista, vague, nunca encontrarás um lugar novamente teu, era o fato de ser você agora, saia de algo que nem ao menos estava te prendendo? Você apenas estava aqui, teria tudo e nada ao mesmo tempo, nem ao menos sabendo o motivo de estar aqui, seria que por isso aquilo estava a ajuda-la?
Saia do corpo e viva a alma, pense e observe, tudo será teu de novo, assim como nada era antes, mas tiraras o peso até que aprendas a carrega-lo novamente...
Talvez a resposta e a dúvida em si, vagar seria a resposta para sair e entender? Sair, de um lugar que nunca te prendeu, sair do esquecimento ao menos um tempo seria a resposta? Ela talvez te trouxera a dica que sempre esperaste, talvez apenas.
Elixir Psykhé
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hinku · 3 years
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Aquilo seria inevitável, lhe tiraria a cabeça até compreender o que sempre estava aonde nunca enxergavas, era a saída para tudo e o encontro para o nada.
Tudo será teu de novo, assim como nada era antes...
Mesmo sempre estando lá, nada é como está aqui, tudo era eu, mas no fim eu não via nada, então não poderíamos me mostrar uma saída.
Serás o desastre da tua própria escolha, apenas verás ela domina-la...
Contra tudo que há em mim, eu tentei me ajudar, eu sempre estive só, com a outra que partia de mim, e foi com ela que me matei aos poucos, ela me mostrou as escolhas e eu resolvi segui-la.
O desastre antes de um raio e o que sobra após sua aparição...
Nunca foi um infortúnio consistente, era apenas a aparição dos meus pesadelos, agora eu sei que ainda espero muito de mim, uma trilha perdida em uma floresta, fechada pelas palavras que deixei me levar com o vento cafife, esperando apenas a iniciação de sua tempestade catastrófica.
O início de uma jornada...
Elixir Psykhé
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