ENTREVISTA DAS SELECIONADAS: DESIRÉE BOUVIER.
Desirée Bouvier sabia se portar bem diante de desafios. Sendo uma atleta, aquele corredor lhe trazia uma grande sensação de déjà vu. Quantas vezes se encontrou na mesma situação, em um cômodo cheio de rivais, que estavam lá para competir pelo mesmo prêmio? Quantas vezes sentiu as mãos suadas e o coração batendo forte, e mesmo assim conseguiu manter a pose? Quantas vezes teve que se colocar diante de câmeras enquanto a pressão estava sobre si? Claro, aquilo não era um esporte, mas Desirée foi treinada para situações do tipo. Não importava o quanto algo a estressasse, ela tinha que manter a calma e se focar no seu próprio objetivo.
Ela fechou os olhos enquanto aguardava, recostando-se na parede antes de deixar um grande e longo suspiro para ajudar a manter os nervos mais calmos. Quando abriu o olhar, deixou-se analisar sua competição: Vivienne parecia prestes a ter um ataque de nervos, e Desirée até lançaria um 'quebre a perna' em direção à ela, mas sabia que essa escolha de palavras só a deixaria mais nervosa. Suspeitava que muitas das Selecionadas já sabiam sobre a famosa notícia falsa de que Desirée já havia literalmente quebrado as pernas de uma de suas rivais na natação, então por isso resolveu apenas lançar um sorriso à amiga Mehlika, que não parecia se importar com isso.
Seus olhos então caíram sobre Maelle à sua frente, que nem sequer olhava em sua direção, então foi fácil para Desirée observá-la por alguns segundos. Lembrava-se das últimas palavras que trocou com a ex na piscina: "não vou desistir até vencer"; e agora Desirée não podia mais voltar atrás. Iria se dedicar a fazer exatamente isso. Vencer.
Na sua vez, o sorriso automático e certamente ensaiado chegou fácil aos seus lábios, se colocando no local indicado enquanto acenava para a Rainha Anne, Príncipe André e para Princesa Tony. Sempre era difícil para os olhos se acostumarem com o tanto de luzes e flashes na sua direção, mas assim que cumprimentou a princesa um pouco mais longamente que os outros, esses obstáculos pareciam mínimos para se esforçar em manter seu olhar no dela. Sentou-se então ao lado da famosa entrevistadora, sentindo o coração dar o último pulo de ansiedade antes de prestar atenção nas perguntas:
SB: qual foi a coisa que mais te surpreendeu assim que você chegou ao palácio?
"Certamente o tamanho da piscina que eles tem aqui me surpreendeu." [RISOS] "Mas, algo que eu não esperava era a tranquilidade que o palácio passa. Achei que, por estarmos em um evento tão grande, eu jamais teria um momento para ficar sozinha, o que não é o caso. Me vejo segura pelos corredores do castelo, e também nos passeios pelo bosque, ou com o cavalos nos estábulos, e na piscina, é claro. É muito fácil se sentir em casa por aqui."
SB: você está aqui há algum tempo, nos conte o que você traria de casa para cá e levaria daqui para casa?
"O que eu traria de casa... Acho que meus irmãos mais velhos. Tenho certeza que eles vão vir visitar quando puderem e trazer colares de conchas como presentes de boa sorte pra mim, algo que eles mesmos fazem quando preciso ficar muito tempo longe de casa pra competir." [DESIRÉE SORRI COM A MEMÓRIA] "Então essa é minha resposta. Meus irmãos e colares de conchas feitos em casa. Agora, o que eu levaria... Bem, eu não quero ter que voltar pra casa. Essa é a verdade. Quando eu ganhar, acho que essa vai ser minha casa no fim." [RISOS] "Mas se eu tivesse que escolher algo, seria o telescópio. É super potente! O céu da praia de La Rochelle é sempre muito bonito e eu adoraria poder ver seus detalhes de mais de perto."
SB: tem alguma coisa que pareceu bizarro para você na realeza, até agora? e surpreendente?
"Não, não exatamente. Em algumas de minhas competições, já tive que lidar com muitos olhares, e já tive muitas aulas de etiquetas por me apresentar diante de membros da corte, e outros nobres. É diferente quando estou aqui o tempo todo, mas nada que eu chamaria de bizarro."
SB: acredita que irá aprender a se tornar uma futura rainha? mesmo que não seja a escolhida.
"É claro! Estou sempre disposta a aprender de tudo. Estou até aprendendo novas línguas por aqui, e as aulas são excelentes."
SB: está sendo difícil se adaptar às normas e pessoas novas? como é esse convívio para você?
"Não chamaria de difícil. Como eu disse, já estou acostumada a lidar com mudanças, e isso inclui lidar com pessoas diferentes o tempo todo. Aqui no palácio é interessante, porque há pessoas do mundo todo. Eu gosto disso, mesmo que exista alguma dificuldade, eu tenho certeza que gosto de um bom desafio."
SB: teve tempo para conhecer alguma realeza convidada? se sim, deseja visitá-la em algum momento?
"É claro! Conheci o príncipe Nicolás, da Espanha, que se revelou um grande nadador e um ótimo professor de tango." [RISOS] "Se eu chegar mais longe na competição, talvez eu mostre o que aprendi com ele. E é claro que eu visitaria a Espanha! É um lugar muito lindo... Outro país que eu adoraria visitar é a China. Não cheguei a conversar com a Imperatriz Yan Suanzi, mas pode-se dizer que sou uma grande fã!" [DESIRÉE FICA VERMELHA]
SB: como vem sendo sua relação com as outras garotas? acha que está deixando uma boa impressão?
"Eu espero que sim... Fiz algumas amizades com elas, e outras ainda não tive a chance de conversar... outros rostos já eram conhecidos..." [DESIRÉE PARECE PENSATIVA, AINDA UM POUCO CORADA, MAS AJEITA A POSTURA E RETORNA À PERGUNTA:] "E... Eu espero que a impressão seja boa, é claro. Se tiverem uma impressão ruim, não importa também. Acho que o importante é deixar a sua marca na competição e isso é certamente algo que posso fazer."
SB: como você acha que será seus encontros com a princesa? vocês já tiveram momentos compartilhados?
[DESIRÉE OLHA PRA TONY COM UM SORRISINHO] "Já tivemos um encontro sim... Não sei o quanto posso falar sobre, será que não é revelar demais? Acho que um pouco de mistério não machuca ninguém, mas posso dizer que já dei uma dica do que fizemos durante a entrevista." [ELA PISCA]
SB: e por último, qual é o seu diferencial das outras garotas que te colocaria no trono?
"Com certeza é a minha capacidade de colocar a razão na frente da emoção quando eu preciso. Acho que isso é uma qualidade que qualquer Rei ou Rainha tenha que ter quando se vai governar o país, e pretendo usá-la o melhor possível."
“Por favor, o palco é seu. Você tem cinco minutos, como especificado na carta. Boa sorte.”
Desirée se levantou, um pouco tonta pela ansiedade, mas conseguiu conter-se para focar na segunda parte da apresentação. Aproximando-se do meio do palco, livrou-se do vestido que usava, revelando um short mais curto, um maiô cobrindo seu torso e a meia calça que usava nas pernas. "Infelizmente, não achei que seria apropriado trazer uma piscina para o palco..." Desirée sorriu, um pouco nervosa sobre isso. Não sabia cantar para dedicar algo pra princesa, era horrível em tentar pensar em poemas, e era pior ainda com artesanatos que pudessem ser um bom presente para Tony. Então que diabos poderia fazer pra não ser esquecida? "Mas, vou mostrar um pouco da minha habilidade com os tecidos acrobáticos..." Ela apontou para o longo tecido azul pendurado no palco, colocando-se ao lado de um deles em uma pose digna de bailarina. Suas habilidades como uma atleta eram excelentes, mas como aquilo poderia ser apresentável para a princesa? "E, é claro, mostrar à princesa que posso ser bem flexível." Desirée lançou essa pérola de última hora, piscando em direção à Tony. Agora disso certamente não iam esquecer. Antes que seu rosto pudesse corar, ela continuou: "Eu mesma os prendi no teto, usando nós que aprendi durante as férias em La Rochelle, quando saía pra pescar."
Aguardou a música começar para iniciar sua apresentação. Desirée era certamente muito boa com os tecidos acrobáticos, e por muito tempo antes da natação se apresentou em eventos locais para mostrar esse seu talento, que foi enterrado na mídia quando ela se tornou nadadora profissional.
Quando começou, Desirée começou a escalar o pano graciosamente, o que sempre foi mais difícil do que ela fazia parecer, ainda mais quando deveria seguir o ritmo da música e sentir cada batida, refazendo seus ensaios agora na frente de milhares de pessoas. Não só isso, mas Desirée tinha que confiar em seus próprios nós enquanto enrolava as pernas no pano e fazia o movimento de 'queda livre' sempre que a música ficava mais agitada. Ah, como seria fácil para outras competidoras a sabotarem agora e só precisariam de uma tesoura. Ela deixou esses pensamentos de lado, voltando à apresentação; mostrando seus movimentos acrobáticos, a força nas pernas e, é claro, sua flexibilidade. Com dois minutos de apresentação, Desirée logo esqueceu suas preocupações. Encarar a gravidade era praticamente o mesmo sentimento de encarar o mar agitado de La Rochelle. Desirée não mentiu quando disse que gostava de um desafio, e encarava-os com graciosidade e sem perder a pose.
Até o final, já havia esquecido até mesmo que estava sendo observada, o que não era raro em qualquer uma de suas apresentações. Enquanto girava de cabeça pra baixo entre os panos, era possível ver os rostos a encarando, e ela esperava ter feito um bom trabalho. Ainda mais tonta do que o final de sua entrevista, Desirée acenos para a realeza, e deu lugar ao palco para a próxima selecionada. Felizmente, ela só acabou tropeçando pela tontura quando as cortinas já estavam fechadas e as câmeras já não estavam mais nela.
apresentação da desirée
@elysianhqs
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moonblesseds
choi seungcheol x leitora
masterlist | próximo
(de desconhecidos pra rivais pra colegas de busca pra apaixonados? ou pode chamar de rivals/enemies to lovers)
de um lado, seungcheol tenta resolver alguns dos incômodos que caçadores vêm causando às pessoas importantes para ele. do outro, há ___, que tem um lobo ferido para cuidar e uma identidade para manter segura.
notas: bom, considero essa minha primeira vez postando algo (uma por ser a primeira aqui, outra porque o que postei antes em outros lugares nunca cheguei a terminar). não sou confiante com a minha escrita, muito menos talentosa, leia por sua conta e risco. não levem tão à sério algumas coisas, apenas senti vontade e criei treze histórias (meio curtas, nada muito longo) com esse foco em criaturas "mágicas". embora não seja meu bias, o cheol faz coisas com minha pobre mente, e foi o primeiro que tive a ideia de escrever sobre. enfim, dou as boas-vindas aos meus pensamentos expostos.
avisos: cenas com menções à feridas/sangue e tratamentos médicos (ainda que não muito explicativos), um pouco de antigo relacionamento "tóxico", pessoas desagradáveis.
contagem: ± 4300 palavras
「Capítulo 1 」
Havia muitas maneiras de se aproveitar uma tarde amena na estranha cidade de Lilac Valley. Quer seja aproveitar os estabelecimentos e cultura locais, que compunham um adorável conjunto de ambientes que variam entre o aconchegante e agradavelmente alegre, ou imergir nas belezas naturais dos arredores da cidade.
Sendo um vale, os montes verdes que cercavam o local forneciam belíssimas vistas e possuíam trilhas para todos os gostos: algumas mais acidentadas para os aventureiros, mas não o bastante para oferecer riscos. E as mais tranquilas, para passeios familiares pelos quais as pousadas se enchiam durante as temporadas de bom clima.
No geral, tudo agradava ____.
Ali ela se instalou há alguns bons anos, querendo a calmaria feliz e reconfortante da cidade. Após meia década e uma graduação superior finalizada com um certo sufoco e momentos de dúvida, ____ pôde ter sua própria clínica veterinária.
Apesar de possuir uma população pouco numerosa, parecia que boa parte dos habitantes era afeiçoada aos animais. Desde cavalos à peixes beta, seus pacientes eram sempre bem tratados. Quando chegou ali, teve a oportunidade de trabalhar na única clínica que havia antes, chegando a passar pelo período de estágio nela.
Porém, o veterinário responsável, Dr. Chang, já estava em uma idade avançada. Seus assistentes eram competentes, mas não responsáveis o bastante para guiar uma clínica. Contudo, assim que a jovem ____ expressou seus objetivos para o senhor, ele imediatamente se tornou o seu maior incentivador. Afinal, ela era uma pessoa que verdadeiramente apreciava cuidar dos animais.
Atualmente, Sr. Chang era apenas mais um dos que levava pacientes até ela, o homem tinha uma pequena família de gatos e cães bastante peculiar. Porém não negaria ajuda à ____ quando necessário.
Durante os cinco anos morando na cidade, Sr. Chang não foi o único a se aproximar de ____. Ela era bastante cativante, então, apesar de morar numa localidade um pouco afastada do pequeno centro comercial, ela havia desenvolvido amizades: desde a Sra. Louise e sua neta Liz da loja de plantas, os caixas e atendentes do mercado e da mercearia que ela costumava frequentar, alguns vizinhos também. Criou laços ali com o passar do tempo.
Porém foi com o inicialmente gentil rapaz do pequeno restaurante que ela gostava de ir alguns sábados do mês que ela abriu seu coração.
Demorou bastante tempo, uma vez que seu último romance foi no início da faculdade e quando ela aceitou sair pela primeira vez com Elliot, ____ já havia alcançado o último ano da graduação, tendo no caminho à sua frente apenas o tempo necessário para sua especialização em animais selvagens.
Isso estando há pouco mais de um ano em Lilac Valley.
Foi adorável, doce e romântico por meses. Ela se sentiu enfeitiçada, até que se perguntou se realmente não estava.
Ou melhor, questionou um especialista em… situações místicas ambíguas como aquela. Mark Tuan era bom no que fazia e sempre poderia desvendar até os casos mais intrigantes. E a resposta para o seu não a agradou.
— Não um feitiço, mas algum engraçadinho deve ter flechado você. Sabe como cupidos podem ser para o próprio entretenimento.
— E para reverter? — Mark suspirou, o que a fez prever as piores notícias possíveis.
Porém, assim que teve um vislumbre do seu rosto ao se virar para ele, entendeu que era apenas Mark sendo ele mesmo.
— Relaxa, foi temporário. Nada de amor eterno pra você por aqui. Você está se questionando porque o efeito tem se dissipado gradualmente. Como uma paixão com data de validade.
____ não entendeu bem o quanto aquela suposta travessura havia turvado seu julgamento, até que, após o final da visita de seu amigo distante, ela esteve em uma das festas dos amigos de Eliot. Ele não era desagradável, mas…
— Se bem me lembro, você está trabalhando com o velho Chang, né, ____?
Ela mal se recordava do nome do homem que a encarava, como se estivesse num sonho estranho com personagens de fundo de pouca importância.
— Sim, sim. É um bom começo pra relacionar com meu curso.
— Curso? Oh, você é universitária mesmo, hein! Quem diria!
O amigo número 1 encarou Elliot, que se manteve calado. Mas logo um amigo número 2 entrou no assunto.
— Olha pra ela, não deve ser tão difícil conseguir boas notas… — Oh, e os olhares. ____ sentiu aquele arrepio desagradável atravessar sua espinha.
Os dois se encararam rindo e fizeram um aperto de mão desnecessariamente complicado.
— É fácil ter boas notas quando se tem um cérebro dentro do crânio — ouvindo mais zombarias à sua tentativa de respondê-los, o efeito foi imediato.
A represa se rompeu. ____ saiu de lá ignorando os vislumbres de julgamento de alguns ao redor, como se todos já possuíssem uma opinião formada sobre ela. ____ sabia bem o quanto aquelas mulheres amargas — algumas irritantemente bonitas usadas como esposas ou namoradas troféu — haviam dito sobre si. Quer dizer, muito havia sido dito na frente dela.
E apesar de Eliot não ser uma pessoa de todo ruim, era condescendente com tudo aquilo. Se você assiste algo do tipo e permite que a situação se perpetue, deve haver algo de errado. ____ era descrente daquilo que as pessoas podem ser melhores lá no fundo, pois o caráter de alguém está diretamente àquilo que alguém faz ou deixa de fazer.
Algumas tentativas do homem de fazê-la mudar de ideia sobre o término provaram que ela estava certa. Eliot não via o que eles haviam dito ou feito que pudesse ter ferido ____: "eram brincadeiras, eles te adoram", e outras justificativas àquelas atitudes esclareceram muitas coisas à mulher.
Mark, quando soube do rompimento, tentou fazê-la entender que até a raiva extrema que ela sentiu foi influenciada pela dita flecha. Mas extinguiu seus esforços para pôr "razão" na mente de sua amiga psicologicamente afetada quando notou que o dano veio diretamente daquele grupo detestável.
Bom, apesar de ____ ter amaldiçoado em sua mente aquela criatura irritante que a havia colocado nessa situação, eram águas passadas.
Ao menos, deveria ser.
Mas parece que, desta vez, a água passou, deu a volta e a acertou como uma onda de dois metros de altura.
O que traz toda a narrativa de volta às maravilhas da natureza que existem em Lilac Ville. E justifica todo o contexto sobre Eliot.
Foi no início daquela semana que o ex-namorada de ____ apareceu na clínica. As conversas giraram em torno do cãozinho do homem, tão adorável, mas sofrendo de uma incômoda intoxicação. Os resultados apontaram que ele passava muito tempo comendo plantas que não deveria no jardim do vizinho. Foi fácil tranquilizar Eliot, que voltou para casa com um cãozinho saudável e feliz.
A estranheza veio quando, no meio daquela mesma semana, o homem retornou. Sem cãozinho, porém com um olhar que definitivamente se assemelhava a um. Coisa que a fez pensar se, durante as tentativas anteriores de reaproximação — que partiram de Eliot —, não teria se apaixonado diante daquele olhar e não pela dita flecha. Contudo, trazendo à tona as memórias das vezes que saíram, ficou óbvio que não havia nada de compatível entre eles. Talvez alguma química, atração física. Porém o sentimento nunca alcançou ____ realmente.
Em seu retorno, Eliot esclareceu que seria a única tentativa.
Já haviam se passado alguns anos, é claro que as mudanças eram notáveis em ambos. Contudo, não era a gentileza que carecia no antigo relacionamento, sim toda aquela complacência às situações desconfortáveis. Mesmo em seu estado de imersão nos falsos sentimentos por Eliot, ela sentiu dor, mágoa e tristeza. À ponto de que o ressentimento tenha permanecido dentro dela por mais tempo que o recomendado.
Mark xingou a amiga. Sem qualquer piedade. Ele entendia sim que muito provavelmente ambos haviam adquirido maior experiência e maturidade, porém o histórico e a intuição de Tuan foram os principais tópicos da conversa acalorada que tiveram no dia anterior à data marcada para a tal tentativa.
A coisa é que ____ criou expectativas. De três relacionamentos, um foi um fiasco de adolescentes. O segundo namoro colocou-a numa situação prejudicial o suficiente para que ela precisasse sumir do outro lado do país, chegando em Lilac Ville. E o terceiro nem havia sido real… Porém, e se pudesse ter sido? Ela pensou que talvez estivesse muito amargurada no período após o término, que talvez não o tivesse dado tempo o bastante para repensar suas opiniões. Quem sabe, com as mentes limpas e corações abertos, algo poderia surgir.
Então Mark deixou que ela tivesse a própria desilusão.
____ se sentiu feliz e grata naquela manhã. E vendo que o clima estava à seu favor, o que seria melhor do que aproveitar sua manhã de folga antes do trabalho noturno se deleitando com as paisagens que a natureza local fornecia?
Mas não era a única razão.
Era claro que a jovem apreciava a natureza, então ____ valorizou a escolha de Eliot ao chamá-la para uma trilha. Ele permitiu que ela determinasse o horário, tendo apenas exigências sobre o local. Inicialmente ela o assustou, alegando que queria ver o sol nascendo. Era geograficamente impossível no local para o qual iriam e demorou um tempo para que o homem percebesse isso, mas tempo o suficiente para que ele tivesse reações adversas.
____ estaria satisfeita em aproveitar a brisa matinal e comer lanches observando a vista panorâmica de Lilac Ville.
Nada deu errado. Tudo foi organizado numa mochila apropriada. ____ vestia roupas leves o bastante para enfrentar o calor, mas preparada o suficiente para imprevistos. Água, alimentos, kit de primeiros socorros, todos os seus itens essenciais para uma caminhada estavam ali. Estava saindo a tempo do horário combinado com Eliot. Decidiram que seria melhor se encontrarem no local.
A trilha começava num pequeno parque arborizado próxima à casa de ____. Prevendo o possível cansaço posterior à sua aventura, ela seguiu de carro para o parque. Era um caminho curto, mas longo o suficiente para que rejeitasse a ideia de voltar para casa a pé depois de alguns quilômetros percorridos. Sendo um sábado de manhã, o local estava parcialmente movimentado, preenchido principalmente por famílias.
Quando se encontraram de fato, o começo da trilha foi bastante tranquilo, tendo passado por uma ou duas pessoas que a cumprimentaram calorosamente, ainda animados enquanto desciam o relevo pouco anguloso. Como parte da experiência, ____ levou uma câmera consigo, capturando momentos particulares, como um pequeno coelho cinza e branco, aparentemente irritado, uma vez que ele chiava angustiado e tinha os olhos sempre arregalados. Ou um belo conjunto de flores selvagens crescendo entre árvores musgosas. Porém o ponto principal da trilha que ____ seguia era o mirante. Não exatamente um mirante, mas era um terreno plano de tamanho considerável que dava uma bela vista da cidade. De lá era possível observar as demais montanhas, sendo o local perfeito para fotos do pôr do sol, já que estava do lado oeste, com uma vista panorâmica para o leste.
Elliot foi uma companhia agradável, porém as tentativas dele e de ____ manterem um diálogo foram… monótonas. Ambos tentavam entrar em amenidades, falar sobre as coisas ao redor. Porém, ao passo a conversa retornava ao nada inicial, era mais um longo processo até que encontrassem alguma amenidade que os mantivesse falando.
Uma das partes mais agradáveis foi sentar num dos bancos disponíveis ao longo da trilha para fazer um lanche. Ambos levaram o suficiente para um segundo café da manhã, mas não terminaram com tudo na primeira pausa. Ao longo do caminho até o topo, beliscaram pouco a pouco.
Quando alcançaram o mirante, ____ lamentou um pouco terem escolhido aquele horário, embora fosse o único disponível para ela naquele dia. Ela gostaria tanto de ter podido vislumbrar o pôr do sol ali, porém poderia obter belas imagens da cidade para mostrar ao casal Chang. Eles adoravam fotografias e pinturas de paisagens, o que tornava mostrar a eles ainda mais gratificante. Eliot se ofereceu para tirar algumas fotos dela com a câmera, e pediu que ela fizesse o mesmo para ele em seu celular. Neste momento, ambos pensaram que haviam encontrado algum equilíbrio. Entretanto, assim que sua pequena sessão de fotografia chegou ao fim, se viram na mesma situação de antes.
Sentados em sua toalha de piquenique, ambos apreciaram o quanto o outro havia se dedicado a isso. Porém nada ia adiante.
Então não foi uma grande surpresa quando Elliot abordou o assunto.
— Acho que você pensou o mesmo que eu durante esse tempo.
— Sobre nós? — Ele riu ao ouvi-la se referir a ambos daquela maneira, mais amargo que alegre.
— Nunca haveria um "nós". E não digo só por hoje, foi o mesmo nas outras vezes e eu ainda tentei de novo, como se não soubesse que resultado teria. Acho que não combinamos nem um pouco.
— Sinto muito por não sermos compatíveis, mas você até que é legal às vezes. Tenho certeza que não vai ser difícil encontrar alguém com quem você se divirta mais.
O comentário bastou para aliviar um pouco a tensão, bem como a retirada das expectativas para algo a mais.
Embora o rumo que as coisas entre eles tomou não tenha sido uma surpresa, ela veio alguns minutos depois, subindo a trilha de forma ruidosa e estridente. Inicialmente deduziram que fossem as famílias cheias de seus filhos barulhentos, mas a visão foi um pouco pior.
Amigo número 1, cujo nome deveria ser Henry ou Harry, e amigo número 2, algo como Yasuo, lideraram o caminho para o mirante. Seus companheiros e demais amigos seguiram atrás, dois carregavam uma churrasqueira, outros mesas e cadeiras dobráveis. Havia também muitas bolsas e mochilas. ____ calculou todas as rotas de fuga possíveis e Eliot parecia estar entre receoso e aliviado.
Ele os havia chamado? Ou está simplesmente feliz por ver eles?
O homem não era tão bom em ler expressões, pois após uma olhada em ____, não pensou em sugerir que achasse um lugar mais calmo.
— Que coincidência, todo o pessoal apareceu. Quer se juntar a eles? — Os olhos de Eliot cintilavam com a possibilidade.
E não era possível que o desgosto estivesse tão mascarado pela simpatia, ____ tinha certeza que todo o seu rosto havia se contorcido com a ideia de estar novamente perto daquele grupo. O aceno caloroso que Eliot deu quando o amigo 1 os avistou sacudiu toda a mente de ____.
Que tipo de brincadeira de mal gosto o universo está fazendo comigo?
Ela ficou em choque por tempo o suficiente para que o seu acompanhante estivesse de pé abraçando os amigos a alguns metros de distância.
Então era esse o plano? Me chamar aqui, depois todos os seus amigos surgiriam e teríamos um final feliz?
Parecia uma comédia romântica mal elaborada, considerando que os dois mal conseguiram ter conversas completas naquele espaço de tempo e haviam acabado de concordar que não poderiam estar num relacionamento.
Os amigos dele estavam visivelmente insatisfeitos enquanto conversavam com Eliot, eram novamente as expressões críticas atingindo-a precisamente.
As coisas desandaram ainda mais quando o amigo número 1, cujo nome ____ não tinha certeza, uma mulher com um memorável brilhante e falso sorriso, se aproximaram. Até onde sabia, era Chae o seu nome, esposa do amigo 1.
— ____! Você está linda! — O que incomodou-a não foi o tom de voz de Chae nem a maneira ela a encarava, mas sim o fato de que essa mesma mulher estava agindo com tanta simpatia, mesmo tendo sido a origem das maiores fofocas envolvendo _____.
"Ela não respeita o Eli, andando de camiseta sem sutiã", "Não parece que ela cuida muito bem do cabelo, está sempre tão oleoso, uma pena", "O Eli faz tanto, e ela se dedica mais à faculdade do que ao relacionamento".
Não importa o quão afetada ____ foi pela maldita ideia que um cupido estúpido teve, ela foi capaz de ouvir claramente tudo o que foi dito. Até porque ninguém se deu ao trabalho de falar baixo ou escondido.
— Ter o próprio pet shop deve ter feito bem a ela, dona do próprio negócio — imersa, a mulher nem reparou o quão perto o amigo 1 estava sentado.
Lançando besteiras pela boca diretamente à sua direita, com a esposa do outro lado.
— Clínica veterinária, Henry — Eliot, agora à esquerda de ____, não parecia tão complacente às atitudes do amigo como antes.
— Ai, Eli, não faz tanta diferença! Mas então, como você tem estado, ____?
— Bem, Chae. Estava muito bem.
Os olhos de Eliot ficaram anormalmente grandes ao notar a diferença no tom de voz, finalmente o desconforto de ____ o alcançando.
— Bom, a gente já estava pensando em ir embora mesmo, mas foi legal ver vocês aqui — tentando arranjar desculpas após escutar a voz monótona e quase robótica de ____, Eliot começou a se levantar.
Era uma tentativa óbvia, pois não estava nem perto de irem embora, mas ainda assim ele começou a juntar suas coisas. ____ fez o mesmo.
— Ah, cara, a gente acabou de chegar! Vamos fazer um churrasco daqueles... Você adora, Eli.
A situação era clara: Eliot adoraria a companhia dos amigos, porém estava ao menos tentando livrar ____ da estranha dinâmica criada.
— Eu sei, mas fica pra próxima.
____ se sentiu tão inteligente e sagaz com sua nova ideia. Todos saem ganhando!
— Ou você pode ficar e eu vou. Quer dizer, não quero impedir vocês de passarmos um tempo juntos e eu também tenho que… me ajeitar para o trabalho em breve.
— Mas você disse-
— Que seria muito bom fazer uma trilha para começar bem um dia de trabalho!
O homem estava confuso, porém parte dele pareceu feliz.
— Tem certeza que não quer que eu te acompanhe até lá embaixo, pelo menos? — ____ apenas acenou, negando.
— E mais uma vez ____ fugindo! — Amigo 1 riu, acompanhado da esposa.
— Querida, você não precisa comer churrasco se não gosta. Deve ter um monte de lanches nessa sua mochila, com certeza.
— Tenho sim, Chae. E agradeço o convite, mas realmente preciso ir. Vejo vocês por aí!
____ escolheu descer parte do caminho por outra trilha, cuja bifurcação no final levaria ao mesmo lugar em que havia estacionado. Parte porque temia esbarrar em mais algum dos integrantes daquele grupo peculiar, parte porque era muito mais vazia e permitia que ela pudesse reclamar durante todo o percurso sem ser preciso cumprimentar ninguém educadamente.
— O Mark vai rir da minha cara por uma semana inteira!
Era uma suposição precisa, já que o homem a avisou que, no caso de tudo dar errado novamente, ele trocaria o típico consolo por gargalhadas.
— Antes eu tivesse vindo sozinha, é tudo bonito demais pra ser estragado por… por sei lá o que foi aquilo.
A mulher se permitiu respirar. O ar era um pouco gelado, os farfalhares e ruídos eram aconchegantes. Naquele ponto, poucos sons humanos eram ouvidos, apenas a floresta e seus habitantes selvagens.
Mas algo incômodo alcançou os ouvidos de ____. Não a atingindo da mesma forma que a bagunça criada pelos amigos de seu ex, era algo dolorido o suficiente para deixá-la alerta.
Os guinchos eram suaves, quase distantes. Teria sido um tanto assustador se estivesse ali à noite, porém o sol abrasador passava confiança. ____ conseguia ver tudo em sua frente e ao redor, mas nada no espaço por perto estava emitindo aqueles sons. Apesar de tentar aguçar seus sentidos ao máximo, foi difícil identificar a origem.
Foi preciso se afastar um pouco do caminho demarcado, se aventurando através das árvores altas, pisando cuidadosamente na vegetação. Poderia ser um animal pequeno, se não se movesse com cautela, havia o risco de machucá-lo acidentalmente.
À medida que se aproximava da criatura em agonia, mas antes de vê-la, ____ pôde escutar a respiração pesada e entrecortada. O que quer que fosse, estava exausto. Como se até mesmo inspirar e expirar fosse um fardo. ____ estava alarmada, porém racional o suficiente para ter em mãos um tranquilizante e uma faca de caça. Ela não gostava da ideia de precisar sedar algum animal, contudo estava ciente de que, estando ferido, uma criatura silvestre estaria ainda mais arisca e amedrontada. Já havia tratado ao menos meia dúzia de animais naquele ano, cujo primeiro instinto foi tentar atacá-la. Incidentes que foram evitados com o uso de uma mistura cuidadosamente estudada por ela e um de seus antigos colegas de classe, eficiente e não letal, com efeitos levemente anestésicos.
Contudo, nem toda a racionalidade dentro de ____ foi capaz de prepará-la para visão que teve. Era quase impossível enxergar o animal sem se aproximar demais. Não por ser muito pequeno, mas por estar praticamente camuflado dentre folhagens.
Uma armadilha?
Agora, com ainda mais precaução, ____ finalmente chegou até a criatura ferida. Porém as surpresas pareciam nunca terminar.
— Um lobo. Vocês são espertos demais para serem pegos por simples armadilhas, não é? — O canídeo estava desacordado.
Todos os sons de dor foram expressos durante o sono. Era uma boa oportunidade para sedá-lo, apesar de estar parado, acordá-lo de forma alarmante era uma má ideia. Usando a menor das agulhas, os dedos de ____ se esquivaram em meio às correntes trançadas para aplicar a substância. Foi quando ela notou o real motivo da dor do animal.
Dentre os muitos encontros das estruturas metálicas, haviam espinhos, banhados em líquido espesso azul brilhante. Mais um pouco da logicidade de ____ se esvaiu.
— Ferido e envenenado, tudo bem. Posso cuidar disso, posso e vou cuidar de você… Eu estou falando com um lobo que eu acabei de dopar, ok!
Com determinação, ____ tirou cada folha e galho que fez daquela armadilha um esconderijo. Ela se sentiu aliviada por tê-lo achado, apesar de não saber a quanto tempo o bicho estava naquela condição, ele ainda respirava e foi encontrado por alguém qualificado o suficiente para ajudá-lo. Qualquer estranho inexperiente poderia ferir a si mesmo e tornar o quadro do lobo ainda pior.
Vendo o emaranhado metálico livre de sujeiras, ____ precisou de ferramentas específicas para retirar aquilo do animal.
Com uma adaga muito afiada (presente especial de Mark) e um tecido térmico e à prova de uma lista ridiculamente grande de coisas embrulhando sua mão, para não acabar sendo ferida e exposta ao veneno desconhecido, ____ começou sua tarefa.
Cortar o metal não era difícil com aquela lâmina, mas fazer isso sem deixar que a pesada rede espinhosa perfurasse ainda mais o animal era a parte complexa. Sua solução foi demorada, era preciso cobrir cada parte livre da rede com seu próprio casaco, ao mesmo tempo que segurava a armadilha o mais distante possível do lobo.
____ não tinha mais qualquer noção de tempo devido à tensão. Apenas soube que havia passado alguns longos minutos ali ao sentir o suor escorrer em si. Quando finalmente pôde arremessar aquela coisa abominável para longe de si e do lobo, ela passou a mão limpa em seu rosto, afastando também as lágrimas de angústia que escaparam inesperadamente.
Os próximos passos exigiram mais adrenalina, deveria ser rápida e precisa. Verificou-o em busca de feridas, encontrando uma pata traseira com uma laceração considerável, além de várias perfurações. Era preciso ser rápida e discreta, porém não sem antes dar um jeito naquela coisa detestável antes que ferisse outro.
Seu próximo passo foi conseguir carregar o lobo ferido até seu carro sem causar um alarde.
Já deveria ser hora do almoço, as possibilidades eram variadas. ____ sentiu alívio ao notar que as poucas pessoas no parque estavam distantes e imersas em suas atividades, o bastante para não notar uma mulher suada e exausta carregando algo suspeitosamente enrolado num casaco sujo. Não era o melhor dos cenários.
____ acomodou-o da melhor maneira possível no banco de trás do carro antes de assumir o volante. Apesar de seu estado frenético naquele momento, a mulher notou que precisava de alguma ajuda. Seus assistentes estavam fora de cogitação, suas únicas opções eram Mark — que conseguiria chegar aqui, porém seria exigir demais do homem que estava a muitos quilômetros de distância — e o senhor Chang.
O mais velho era experiente e confiável, com certeza seria uma ajuda bem-vinda para esse tipo específico de caso. E foi para quem ____ ligou no meio do caminho para a clínica.
— ____, meu doce, tudo bem?
— Senhora Eun-ji, eu estou bem, mas preciso da ajuda do senhor Chang, ele está aí?
O tom de voz alarmado de ____ foi o suficiente para que a alegre senhora alcançasse o marido rapidamente, entregando-o o telefone, porém já preparando o que ele precisaria para sair de casa.
— ____, Eun-ji parecia preocupada, aconteceu algo?
— Comigo não, mas pode me encontrar na clínica? É urgente, não chamaria se não fosse.
— Estarei lá antes que você chegue, minha filha.
Assim que ____ estacionou na garagem da clínica, senhor Chang apareceu com uma maca veterinária.
— De onde você tirou um lobo com a pata machucada e envenenado com acônito?
Apenas com um olhar o senhor experiente pôde chegar à mesma conclusão que ____ remoeu em sua mente.
— Achei ele perto da trilha que leva ao mirante, aquela que sai no parque perto de casa.
Enquanto encaminhavam o canídeo para a parte inferior da clínica, onde tratavam de casos mais graves, ____ contou tudo ao senhor. Sob o olhar atento dele, que verificava se a jovem não havia se ferido sem sentir, ____ começou o tratamento. Apenas após ter certeza de que não havia nenhum arranhão infectado na moça, senhor Chang conseguiu focar nas tarefas necessárias.
A limpeza foi cansativa, porém a maior frustração se dava pela falta de curas realmente efetivas para aquele tipo de veneno. A própria ____ possuía um estudo sobre o assunto, mas tudo que era necessário para tirar o lobo daquele sofrimento era extremamente difícil de encontrar. Portanto, restou a eles realizar o tratamento quase comum, visando eliminar o máximo das toxinas do corpo do animal. Ele era mediano, um pouco menor que um lobo comum, porém consideravelmente maior que um cão.
Os procedimentos exigiram tempo, paciência e muitos dos recursos não convencionais. ____ sentiu aquela gratidão pela presença de Mark e senhor Chang na sua vida novamente, o primeiro responsável por seu estoque de ingrediente mais incomuns e uma mão amiga mais que necessária, o segundo por estar sempre disposto a ajudá-la, com sua experiência e atitudes que inevitavelmente a lembram de uma figura paterna.
Naquela tarde, ambos os profissionais veterinários concordaram que o melhor tratamento seria a longo prazo. Deveriam esperar, analisar a resposta do animal às tentativas e mantê-lo seguro. Afinal, aquela coisa abominável não veio de um mero caçador esportista inexperiente.
Foi no começo da noite que Mark apareceu, chamado por senhor Chang enquanto ____ estava absorta em pesquisas para dar suporte ao novo morador temporário da clínica. Uma presença que foi tranquilizadora, mas que viria acompanhada de algumas críticas já esperadas pela mulher.
— Eu queria aparecer pra dizer que te avisei sobre o Elliot, não pra ser médico de animais silvestres, ____.
notas: se você chegou até aqui, obrigada, eu acho. provavelmente o próximo já estará disponível logo em seguida. revisado, porém podem haver erros, caso queira avisar, fique à vontade.
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