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#Macro-Jê
blogdojuanesteves · 5 months
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HÊMBA> Edgar Kanaykõ Xakriabá
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"O céu respira a terra
Temos que ter cuidado
Pois uma foto é uma imagem"
[ Pagé Vicente Xakriabá, 2019]
Hêmba, na língua Akwê [ o povo Xakriabá pertence ao segundo maior tronco linguístico indígena brasileiro, o Macro-jê, da família Jê, subdivisão Akwê, um dos poucos grupos que habitam Minas Gerais.] traz a ideia de alma e espírito, na alusão da fotografia e imagem. É o nome do livro do fotógrafo e antropólogo paulista Edgar Kanaykô Xakriabá, publicado este ano pela Fotô Editorial, que promete ser o primeiro de uma coleção voltada para autores indígenas, publicação com incentivo do ProAc SP e com a parceria do Centro de Estudos Ameríndios (CEstA) da Universidade de São Paulo (USP) que disponibilizará uma versão permanente em e-book em seu repositório digital.
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Fabiana Bruno, professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) edita - com participação de Fabiana Medina e Eder Chiodetto,  e escreve o texto do livro, o qual também acomoda escritos do autor e suas narrativas indígenas ( visuais e textuais)  que voltam-se não somente para uma poética vernacular, mas fortemente amparados pela produção gráfica do fotógrafo. A publicação teve consultoria da professora Sylvia Caiuby Novaes, do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas ( FFLch) da USP, especialista na Antropologia Visual. ( Leia aqui no blog o excelente livro organizado por ela: Entre  arte e ciência, usos da fotografia na antropologia (Edusp, 2016) em https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/143117323916/entre-arte-e-ci%C3%AAncia-a-fotografia-na-antropologia ).
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Edgar Kanaykõ Xakriabá nasceu em São Paulo em 1990 e vive e trabalha na terra Indígena Xakriabá, compreendida entre os municípios de São João das Missões e Itacarambi, no estado de Minas Gerais. É graduado na Formação Intercultural para Educadores Indígenas (Fiei/UFMG) e tem mestrado em Antropologia Social (Visual) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sua dissertação, Etnovisão: o olhar indígena que atravessa a lente (2019) é uma discussão acerca da utilização da fotografia pelos povos indígenas como instrumento de luta e resistência e o conceito de imagem, a primeira realizada por um pesquisador indígena em um programa de pós-graduação da UFMG. Sua composição baseia-se em registros fotográficos de sua comunidade Xakriabá, de outros povos, assim como de manifestações do movimento indígena no país.
Não somente para ler ou ver, Hêmba é um livro para uma imersão no universo peculiar do autor, que salvo raras exceções, distingue-se certamente de outras representações dos indígenas já publicadas no Brasil, as quais normalmente limitam-se a explorar o exótico e o superficial, explicitados pelo substantivo beleza. É uma publicação produzida por alguém que faz parte essencial de uma comunidade no sentido mais abrangente, ao incorporar uma colaboração multidisciplinar que assimila questões atuais de representação visual, como parte integrante de um processo mais profundo, filosófico e existencial, que apesar de nos mostrar belas imagens, algumas poucas até mesmo recorrentes, transcende em grande parte sua poética em seu fazer mais ontológico.
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A editora Fabiana Bruno, alerta em suas preliminares que "a fotografia é um meio de luta para fazer ver - com outro olhar- aquilo que o povo indígena é." A definição do próprio Edgar Xakriabá de conceber as fotografias no mundo, daí um conjunto de imagens que ganham este título Alma e Espírito- Fotografia e Imagem, palavras que aparentemente sugerem a mesma coisa, mas que de fato não são. Para a professora, a imagem é um dispositivo de resistência em sua linguagem. O gesto fotográfico torna visível mundos e cosmologias indígenas, a resistência e a sobrevivência em histórias: "As fotografias de Edgar Xakriabá correspondem aos próprios atravessamentos da sua história e pertencimento ao mundo das aldeias, relações e compromissos com os povos indígenas sem desvincular-se da construção de um olhar, que define seu trabalho autoral há mais de uma década, no qual se incluem as suas pesquisas no âmbito da sua formação em antropologia." diz a pesquisadora.
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Em suas narrativas os argumentos ficam evidentes quando o conteúdo desloca-se do mainstream dos acontecimentos generalizados sistematicamente. Já de início afastando-se das primeiras descrições mitológicas criadas pelos viajantes estrangeiros quando chegaram na América, mediações feitas pelo senso comum, que posicionavam-se diante desta incompreensível alteridade. O historiador americano Hayden White (1928-2018) em seu Trópicos do discurso-Ensaios sobre a crítica da cultura (Edusp, 1994),publicado originalmente em 1978 pela John Hopkins University , já apontava que a humanidade era então definida pela negação do divino ou do que não era animal, classificando os indígenas como estes últimos ou ao contrário como super-humanos, como os antigos patriarcas, algo impreciso, principalmente pelo medievo, escreve a professora Maria Inês Smiljanic da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em seu paper  "Exotismo e Ciência: os Yanomami e a construção exoticista da alteridade." 
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O livro é resultado de associações entre fotografias desveladas como constelações, que emergiram após um longo e profundo mergulho de edição no acervo do autor formado por mais de duas mil imagens. Para ela, o autor " pontua a urgência de se tecer outras histórias não ocidentais da fotografia brasileira, descoladas de uma história única, defendida por muito tempo em campos especializados do conhecimentos." define a editora.
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Imagens extremamente líricas, stills de flores abstratos abrem para o leitor a representação de sua cosmogonia, tão cara ao imaginário indígena, a qual ganha a amplitude visual do firmamento em seu esplendor, destacando o cenário da natureza- ao mesmo tempo uma visão poética e um manifesto contrário às atitudes do homem branco que vem desprezando este conceito estabelecendo resultados nefastos. Em seu texto: “Antigamente muitas pessoas eram conhecidas por virar toco, animais, folhas e então se dizia que esta capacidade é uma "ciência" um conhecimento dos antigos. Ver esse "outro mundo" é coisa de gente preparada e que tem "ciência" como os pajés. Ver esse "outro lado" sem os devidos cuidados e a preparação necessária pode levar a uma série de "alucinações" e até mesmo a um estado de loucura. Na aldeia a gente não aprende a lidar com a roça sem lidar com a "ciência" das plantas, dos bichos, dos tempos."
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Imagens mais textos consolidam a estrutura ontológica do autor ao continuar pelo caminho natural, flora e fauna, em um belo preto e branco e cores românticas, ora a lembrar uma captura em infra-vermelho, nas árvores, nos ninhos de pássaros, nas asas de uma borboleta, nas patas assombrosas de um réptil, caminhando para uma alegoria do conhecimento ancestral, do homem e a natureza ou nas cores meio borradas próximas das experiências das capturas lisérgicas feitas pela fotógrafa suíça Claudia Andujar com os Yanomami nos anos 1970."Quando uma pessoa mais velha diz de onde veio, sempre aponta com o dedo mostrando que foi de muito longe. Outros relembram que, no passado, eram só um povo, junto com os Xavante e Xerente, formando assim os Akwê, vivendo no Brasil central. Quando se fala em povo Xakriabá, costuma-se dizer que habitam à margem esquerda do Rio São Francisco. Mas no atual território que vivemos não temos acesso ao rio..."
Inegável também é o caráter epistemológico que o autor adiciona ao artístico, quando descreve o conhecimento ancestral em seus textos enquanto procura também o registro mais documental e contemporâneo das manifestações urbanas pela causa indígena, uma vivência politizada de seu grupo, estruturada pelas novas gerações dos povos originários, essenciais no debate de seu tempo.
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Se na estética romântica literária, as alegorias foram substituídas pelos símbolos, no sentido de uma ideia geral ou ideal, sendo que a primeira seria mais artificial e exterior ao seu conceito. Entretanto, esta se manifesta no romantismo brasileiro, com a ideia de realismo, como pode-se notar na obra de Machado de Assis (1839-1908) ou Oswald de Andrade (1890-1954), em sua fotografia Edgar Xakriabá aproxima seu imaginário aos detalhes mais emblemáticos e figurativos. Daí, por exemplo, os rituais das lutas  indígenas, tão registrados ad nauseam, ganharem nova dimensão pela sua construção mais poética, descartando o confronto e revelando paradoxalmente certa amorosidade em seu extremo realismo.
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Não é à toa que a maioria das imagens são noturnas, a reforçar a ideia das constelações, aludida pela editora Fabiana Bruno. Na alegoria proposta pelo autor, “a "noite" guarda seus segredos, como um modo fabulatório de seu projeto criativo, ao articular suas diferentes abordagens, com substratos conceituais estéticos próprios em suas cenas, mas entrelaçadas em um todo, constituintes de uma sedimentação  histórica de sua herança e seu estado contemporâneo: " Os Xakriabá, assim dizem os mais velhos, são conhecidos como o povo do segredo. O segredo é importante para manter aquilo que somos. Não no sentido de "preservar" e sim de cuidar, de ter consciência daquilo que é parte. É um tipo de conhecimento que não é transmitido nos mesmos modos do mundo dos brancos. Quando se trata de segredo, há de se remeter ao sagrado..."
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"Como almas as fotografias em Hêmba são as próprias evocações de outras existências e memórias." acertadamente escreve Fabia Bruno. " Os seus altos contrastes, de cores vibrantes. luzes e forma intangíveis transparecem como imagens densas e porosas, cujas espessuras  resultam não explicações de mundos mas em manifestações de luzes e reverêcias de sinais..." Continua ela: Há de se concordar igualmente com suas ideias de 'temporalidades imemoriais" e da fotografia como o devir exploratório da vida, intrínseca ao seu processo primordial.
Imagens © Edgar Kanaykõ  Xakriabá.  Texto © Juan Esteves
Infos básicas:
Publisher: Eder Chiodetto
Coordenação editorial: Elaine Pessoa
Edição: Fabiana Bruno 
Co-edição Fabiana Medina e Eder Chiodetto
Textos: edição trilíngue ( Akwê/Português/Inglês) Edgar Xakriabá e Fabiana Bruno
Consultoria editorial: Sylvia Caiuby Novaes
Design gráfico: Fábio Messias e Nathalia Parra
Impressão: 1000 exemplares, brochura, papel Munken Lynx Rough Gráfica Ipsis
Para adquirir o livro https://fotoeditorial.com/produto/hemba/
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linyarguilera · 1 year
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Povos Krenaks
Introdução
Os Krenaks são os últimos Botocudos do Leste, vítimas de constantes massacres decretados como “guerras justas” pelo m governo colonial. Hoje vivem numa área reduzida reconquistada com grandes dificuldades nos Estados de São Paulo (SP); Espírito Santo (ES); Minas Gerais  (MG) e parte de Mato Grosso (MT).
  Os indígenas desse grupo tribal receberam a denominação de Krenaks pelos bandeirantes portugueses no século XVIII em decorrência dos adornos utilizados pelos mesmos e do nome do líder tribal.
 Os Krenaks falam um idioma do grupo lingüístico Macro-Jê, também denominada de Borun. A língua já é quase tida com extinta, já que, apenas mulheres com mais de quarenta anos falam o idioma fluentemente, todavia ainda existe a tentativa de educar os curumins para que aprendam o idioma nativo das tribos.
Religião
 Antes da colonização europeia da pátria, os Krenacks eram politeístas animistas, com crenças na reencarnação espiritual, no espírito invisível,  nas forças da natureza, bem como na existência de seis almas, adquirindo a primeira alma aos quatro anos de idade, e por isso também ganhando seus primeiros botoques.
  Os krenaks também foram acusados de antropofagia pelos portugueses, por isso surgiriam guerras entre ambos. A primeira Carta Régea determinava a guerra ofensiva aos Botocus de MG por considerar que os mesmos eram irredutíveis  à civilização e que a guerra defensiva não estava surtindo efeitos desejados para que, a capitania pudesse conquistar a região.
Nele, Krenak fala sobre a luta pelo reconhecimento de terras indígenas em Minas Gerais, a política dos "brancos" para o Brasil, e ataques aos direitos dos índios. Foi assessor especial do Governo de Minas Gerais para assuntos indígenas de 2003 a 2010.
Ailton Krenak, que pertence à tribo crenaque de Minas Gerais, é ambientalista, escritor e líder indígena reconhecido nacional e internacionalmente.
Aos dezessete anos de idade, mudou-se com sua família para o estado do Paraná, onde se alfabetizou e se tornou produtor gráfico e jornalista.
Na década de 1980, passou a dedicar-se exclusivamente ao movimento indígena. Em 1985, fundou a organização não-governamental Núcleo de Cultura Indígena. Através de emenda popular, garantiu sua participação na Assembleia Nacional que elaborou a Constituição Brasileira de 1988. Foi em discurso na tribuna que pintou o rosto com a tradicional tinta preta do jenipapo para protestar contra o retrocesso na luta pelos direitos dos índios brasileiros.
Neste ano ainda, participou da fundação da União dos Povos Indígenas, de alcance nacional.
Em 1989, participou da Aliança dos Povos da Floresta, cujo objetivo era o estabelecimento de reservas naturais na Amazônia onde fosse possível a subsistência econômica através da extração do látex da seringueira e de outros produtos naturais.
Desde 1998, a UPI realiza, na região da Serra do Cipó (MG), o Festival de Dança e Cultura, que integra as tribos indígenas brasileiras que resistiram aos massacres que começaram com a colonização e estendem-se até hoje.
Em 2016, a Universidade Federal de Juiz de Fora concedeu a Krenak o título de Professor Doutor Honoris Causa em reconhecimento às muitas lutas políticas que abraçou. É na UFJF professor de Cultura e História dos Povos Indígenas e Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais.
Foi assessor especial do Governo de Minas Gerais para assuntos indígenas de 2003 a 2010.
Participou das coletâneas Tempo e história e A outra margem do Ocidente.
Bibliografia
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aro-langblr · 2 years
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Insight into Xavante
What is the language called in English and the language itself? – It’s called Xavante in English and Aʼuwẽ Mreme in the language itself. It’s also commonly refered to as Shavante. 
Where is the language spoken? – Xavante is spoken in Mato Grosso, Brazil.
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[Image description: a screenshot showing the location of Mayo Grosso, Brazil, in the central west of the country. /End ID]
How many people speak the language? – There are roughly 10,000 speakers. 
Which language family does it belong to? What are some of its relative languages? –  Xavante is classified as Macro-Jê > Jê > Cerrado > Akuwẽ (Central Jê) > Xavante. Information on the Macro-Jê branch is limited, but I believe Panará is Xavante’s closest relative language, from the Goyaz-Jê branch.
What writing system does the language use? – It is written in a modified latin script.  – Sample text from ebible.org: 'Re ĩhâimana u'âsi mono hã te te 're da'azawi pese uptabi. Taha wa, ma tô ti'ra hã misi nherẽ, we tisõ, dazada dâ'â da. Tawamhã ĩ'ra, da te dasina 're umnhasi za'ra mono wamhã, dadâ'â ãna te za hâiwa ãma ĩ'rata 're dasi'ubumroi u'âsi. Ropipa ãma ĩsiti 're dasi'ubumroi mono õ di za.
What kind of grammatical features does the language have?  – Xavante has an ergative agent-verb-ergative structure with 3 persons, 3 numbers (singular, dual, and plural), cases determined by particles, and (C)CV(C) structure. There are some instances of synthetic structure, and Xavante has an intricate kinship system.
What does the language sound like? – How to identify the language: The dipthong /wa/ is decently common in the language, and that feature gives it a pretty distinctive sound. It can also be seen a lot in writting.
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What do you personally find interesting about the language? – It really sounds like it belongs to the region that it does! Also, there seems to be a pretty even ratio or consonants to vowels which is a refreshing sight.
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encantosdobrasil · 2 years
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Você provavelmente já ouviu falar no povo Pataxoop, comumente chamado de Pataxó, que vive no sul da Bahia e no norte de Minas Gerais. É que essa população está em contato com os não indígenas desde o século 16! Vamos dar uma olhadinha na história desse povo? Fique com a gente!
Língua, identidade e resgate
Os Pataxó falam o português, mas usam um pequeno vocabulário resgatado de sua língua nativa, pertencente à família linguística maxakali. Um conjunto de famílias linguísticas diferentes constitui um tronco-linguístico que, nesse caso, é o Macro-Jê.
Resgatar um idioma é também uma forma de preservação da memória de um povo. Por isso, um grupo de pesquisadores Pataxó se dedica ao processo de retomada de sua língua. Para eles, trata-se de uma reconstrução coletiva!
Os rituais pataxó
A forma com que nos casamos mudou muito com o tempo, não é? Com o povo Pataxó, também foi assim. Há relatos de que, antigamente, o casamento era realizado entre primos, que deveriam provar sua força com um desafio: os noivos em potencial precisavam carregar uma tora de madeira!
O Awê é outro ritual bastante tradicional entre o grupo indígena. O termo se refere a diferentes momentos de festa, marcados por coreografias específicas. O caium, bebida alcoólica produzida a partir de raízes e tubérculos, não pode faltar!
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seimsisk · 4 years
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I iust finished reading an article about the history of the Kaigang people, of the Macro-Jê language stock, in Southern Brazil. These people have, or had, prior to the seizing of their lands and destruction of their crops in the early 20th century, a economical and political life centered around the harvest of the pinhão, the seed of Araucaria tree, the brazilian pine (not actually related to pines, that's just the name). The pinhão was the staple food for these people, and it did have the traits we associate with staple foods: starchy, calory-rich, produced in large quantities, and easy to store. But different from staple foods like wheat and rice, it grew on long-lived trees. I find that interesting because, in our cultural (Western, eurocentric) imagination, staple foods are mostly anual crops, planted on fertile soil. They take work to plant and to harvest. Wheat, rice, corn, even potatoes, they can sustain whole cultures centered on agriculture, where the control of a patch of land determines your survival, but the crop itself is replanted each year. The value of the land is its potential for planting.
But with the pinhão, the value of the land is the presence of the trees themselves. The land is not so different from any other land, except for the fact that the pines are there. And since the pines take decades to grow before they can produce food, moving to a new land is impossible, unless the new land already has the trees (but then, it's probably already controlled by someone else).
It's perhaps unsurprising, given this, that the Kaigang developed a highly warlike and hierarquical culture, with constant wars to control the pinhais (the pine forest patches) and strict social roles in the harvest and storing of the seeds. We tend to have a somewhat rosy-tinted view of amerindian societies, but here it seems that the sedentary life led to a similar kind of structure as it did in, say, Europe.
It's depressing that this fighting was taken advantage of by the colonizers to seize their territory and cut down their pinhais. The colonizers were more interested in the pine wood than the seeds, so they cut down the trees to the point where Araucaria is now a critically endangered species. So the staple food, that garanteed the life of both humans and many other animals, is now restricted to small patches and reserves, hardly enough to sustain the people that relied on it. And since the trees take decades to grow, the people who lost their food source were forced to completely change their lifestyle, to rely on dwindling game and on crops stolen from colonizer-controlled lands, which lead to war and slaughter.
The Kaigang weren't a better people than the germans who colonized their land. They were just as territorial, just as willing to go to war for power, just as complex in their culture and motivations, just as full of dogmas and prejudices. They kept fighting against each other, even allying themselves to the germans, against each other. They didn't deserve to suffer a genocide. They don't deserve to have to keep fighting, day after day, to survive, in lands that were exploited, that have become far too small to sustain their society, and that can still be taken from them at any moment.
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The linguistic diversity challenge
South America and the Caribbean
-Old Tupi/ Nheengatu
The challenge 
1. What is the language known as to linguists, and by the speakers themselves? It’s known as old Tupi, classical Tupi and simply Tupi. In Portuguese it can also be spelled as Tupí. In Tupi it’s known as abáñeenga, meaning human language, ñeendyba, meaning common language, and ñeengatú. I’ll talk more about the term Nheengatu, how it can also be spelled, in the next topics. In Brazil the language can also be referred as Língua Geral Amazônica.
2. Where is the language spoken? It is now considered an extinct language. The Modern Tupí, also known as Nheengatu is spoken by some indigenous groups in the state of Amazonas in Brazil. It is considered an official language in the municipality of São Gabriel de Cachoeira in the state of Amazonas.  It is also spoken in parts of Colombia and Venezuela.
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São Gabriel de Cachoeira in red and the state of Amazonas in red in the smaller map
3. How many speakers does the language have? As I mentioned the language is extinct, but Nheengatu is still spoken by around 19,000 native speakers. 
4. What are some of the languages relatives and is it part of a contact area? The indigenous languages of Brazil can be divided in two main branches: Tupi and Macro-Jê. Not all indigenous languages fit in these branches though. In the tupi branch there is the Tupi-guarani family, in which the old Tupi language in included. Some languages of the Tupi-guarani family are: Tapirapé, Wayampi, Kamayurá, Guarani and Xetá.
5. Is the language written? If it is, with what script? Originally the language is not written, but nowadays it can be written with the Latin alphabet (you know, the abc).
6. What is the language like grammatically? Keep in mind that it’s an extinct language and it had to be reconstructed, so some elements were probably lost. Tupi was an agglutinative language, meaning it’s possible to form new words by putting together morphemes (morphemes are not the same as a word, but the bits that form a word, like prefixes and suffixes). Japanese is also considered an agglutinative language but English is not.
All verbs are in the present tense and are not conjugated for tense or mode, only for person. The gender of words were marked by adjectives. The nouns can be separated in higher that describes things related to human beings or spirits and lower nouns that describe animals and inanimate objects. To show this differences prefixes were attached to the words. Tupi used the subject-object-verb order.
7. What is the language like phonologically?
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Nheengatu
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And here a comparison between Nheengatu and Old Tupi
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The personal pronouns I, you (s.), he she, we (exclusive and inclusive), you (pl.), they.
8. What  you choose the language? I chose this language because of it’s importance to Brazilian history, culture and language. It influenced Brazilian Portuguese and some of the words we use currently come from Tupi. 
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ayearinlanguage · 6 years
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A Year in Language, Day 218: Kaingang Kaingang is a native language of Brazil spoken by some 10-20,000 people. Kaingang is a member of the Gê (also spelled Jê) language family, the languages of which define a macro-ethnic group of the same name throughout southern Brazil. Like many native Brazilian languages, Kaingang is notable for its extensive use of nasality, not just as a feature of vowels but also consonants. In fact, the voiced stops /b/, /d/, /ɟ/, and /g/ are allophonic with the corresponding nasal consonants /m/, /n/, /ɲ/ and /ŋ/, meaning that both are realizations of the same underlying sound in different phonetic environments, kind of like how English "t" is pronounced like a "ch" before an "r". Most of the native languages of the Americas, both in general and among these posts, are polysynthetic i.e. exhibit a high degree of inflection and derivation allowing for the creation of single word sentences. Kaingang, however, is on the opposite end of the spectrum; it is analytic language, using word order and postopositions for grammar.
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Povo indígena Xakriabá. | O povo indígena Xakriabá está localizado ao norte do Estado de Minas Gerais, no município de São João das Missões, Brasil. Pertencem ao tronco linguistico Macro-jê, família Jê - subdivisão Akwẽ, sendo seus parentes mais próximo os Xavante (MT) e Xerente (TO) no qual no passado formavam um só povo. Atualmente, assim como vários povos no Brasil, os Xakriabá lutam pela garantia de direitos e ampliação de seu território tradicional, bem como o fortalecimento cultural. . . . Indigenous people Xakriabá, [MG,Brasil] The Xakriabá indigenous people are located in the north of the State of Minas Gerais, in the municipality of São João das Missões. They belong to the linguistic trunk Macro-jê, family Jê - subdivision Akwẽ, being its closest relatives the Xavante (MT) and Xerente (TO) in which in the past they formed a single town. Today, like many peoples in Brazil, the Xakriabá fight for the guarantee of rights and expansion of their traditional territory, as well as cultural strengthening. . . . ><•<•><•><•><•><•>< . . . #povosindigenas #Xakriabá #edgarkanayko #etnofotografia #anthropology #native #ethnology #video #pictures #everydaybrasil #spirituality (em Terra Indígena Xakriabá) https://www.instagram.com/p/BvZS3ljHmo1/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=1bfo9j4inx9wm
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jardimdomundo · 5 years
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[EDITADO] Uma lição indígena sobre a efemeridade
Uma lição indígena sobre a efemeridade
Na defesa de sua dissertação de mestrado na UNB, Célia Xakriabá Mindã Nynthê conta uma história sobre duas mestras Xakriabá, uma etnia indígena do tronco Macro Jê, Akwen, do norte de Minas Gerais. Na história, as duas mestras, dona Libertina e dona Lurdes, estão contando sobre suas construções tradicionais, em um curso na Universidade Federal de Minas Gerais, quando recebem de um estudante a…
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povosnativos · 2 years
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Invasão portuguesa de 1500
Em abril de 1500, depois de 45 dias de viagem, a esquadra de Pedro Álvares Cabral chegou ao - onde hoje chamamos - Brasil. O fato ficou conhecido como 'Invasão Portuguesa'.
Cabral chegou a Porto Seguro, na Bahia, com 13 embarcações, 1.400 homens entre marinheiros, técnicos em navegação, escrivães, cozinheiros, padres e ajudantes. Eles saíram de Portugal em busca das Índias, mas chegaram ao litoral sul baiano, no dia 22 de abril de 1500. Só desembarcaram no dia 23, quando descobriram que as terras não eram desabitadas. Cerca de 5 milhões de nativos já viviam no Brasil.
"Isso descaracteriza a visão tradicional de que teria sido uma descoberta. Na realidade, Portugal não descobriu o Brasil, ele ocupou, invadiu, submetendo dessa maneira diversas nações indígenas. Se o Brasil já possuía uma população indígena, local, não se trata de uma descoberta, e sim de uma conquista. As comunidades se dividiam entre diversas nações, dentre as quais quatro grupos eram principais: os tupis, no litoral e parte do interior, os macro-jês no norte da Bacia Amazônica; os aruaques, no Planalto Central; e os cariris, também na região Amazônica."
"Algumas destas civilizações ainda viviam como no período paleolítico, produzindo apenas o que precisavam para se manter, sem excedente. Algumas tribos tupis já estavam transitando do paleolítico, por isso produziam agricultura rudimentar, na chamada de roça branca, onde eram plantados mandioca, cará, feijão." Paulo Chaves — Historiador.
Desde o início do processo de conquista portuguesa houve um verdadeiro 'desencontro de culturas', que correspondeu a um processo de extermínio e submissão dos indígenas – tanto por meio dos conflitos com os portugueses quanto pelas doenças trazidas por estes, como a gripe, a tuberculose e a sífilis.
Desde então, a história dos povos indígenas é marcada pela brutalidade, escravidão, violência, doenças e genocídio.
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diariodecampinas · 3 years
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Pinhão: semente, castanha ou fruto?
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Araucária garante alimento rico em fibras no inverno; pesquisador alerta que pinhão verde pode ser prejudicial à saúde. O pinhão é um alimento rico em calorias e pode trazer diversos benefícios à saúde Rudimar Narciso Cipriani/Acervo Pessoal Mais popular nas regiões Sul e em áreas altas do Sudeste, o pinhão é protagonista de festas e o destaque em diversos pratos da culinária. Mas o que, de fato, é esse alimento? É a semente da araucária, a parte comestível da pinha. “A araucária é uma árvore que não tem fruta, faz parte do grupo das gimnospermas. Ela produz a pinha e os pinhões. Quando um pinhão cai no chão, por exemplo, ele germina e produz uma muda, por isso é uma semente”, explica o engenheiro florestal e pesquisador da Embrapa Florestas Ivar Wendling. Das 19 espécies de araucárias, apenas três dão pinhão: a Araucaria angustifolia (presente principalmente no Brasil e em poucas áreas do Paraguai e Argentina), a Araucaria araucana (ocorre no Chile e na Argentia) e também a Araucária bidwilli (Austrália) Araucária é a árvore símbolo do Paraná e está ameaçada de extinção. Arquivo TG Essa semente é formada por uma casca e pela castanha, que é a parte comestível. Mas, até o pinhão estar maduro existe um longo processo que pode durar até três anos. “Basicamente existe a araucária fêmea e a macho. A fêmea produz a flor que normalmente abre em setembro. Essa flor recebe o pólen da árvore macho através do vento e é polinizada. Em seguida, ela vai se desenvolvendo até formar a pinha que com o tempo vai amadurecendo e se abrindo até liberar os pinhões. Cada pinha pode ter mais de 100 pinhões”, esclarece o pesquisador. O pinhão leva de 28 a 35 meses para se formar, desde o início da visibilidade das flores! Ivar Wendling/Arquivo Pessoal A época da colheita varia de março até julho, quando muita gente já encontra a semente a venda nos supermercados, mas cada estado permite o extrativismo a partir de uma data exata. “Não é permitido colher o pinhão antes por vários motivos. Um deles é falta conscientização e as pessoas acabariam tirando as pinhas antes delas estarem maduras e o pinhão verde se consumido é prejudicial à saúde”, alerta Wendling. Mas quando está no ponto é um super alimento com baixo teor de gordura e sódio que funciona como fonte de energia e pode ser consumido por qualquer faixa etária. O pinhão ainda é capaz de acelerar o metabolismo e diminuir o colesterol, segundo estudos. “Ele também tem muitas fibras o que ajuda na digestão, além de contar também com proteínas, minerais e não possuir glúten. É um alimento muito versátil que pode ser incorporado em qualquer receita para agregar benefícios, sem alterar muito o sabor da comida”, diz o engenheiro. Maitacas e a escada para as araucárias O estróbilo na planta macho é o responsável pela produção do pólen que vai polinizar a flor na araucária fêmea que vai gerar o pinhão. Ivar Wendling/Acervo Pessoal Não à toa o pinhão tem uma forte conexão com tribos indígenas que até hoje dependem do alimento para manter a dieta local, como os aborigenes na Australia, os Pehuenches no Chile e no Brasil além dos Guaranis, os povos Macro Jê, Kaingangs e Xoklengs. Ainda segundo o especialista, muito se dá ao fato do alimento estar disponível no inverno. “Na natureza pouquíssimas árvores produzem alimento no inverno, normalmente é em épocas mais quentes. O pinhão fica maduro exatamente no período mais frio, o que ajudava os índios e outros animais a garantirem o alimento nesses meses”. Para os amantes da semente a dica é o armazenamento correto para que ele dure mais. Em um saco fechado, dentro da geladeira, a validade chega a 30 dias. Já congelado (junto com água), o pinhão pode durar até três anos. Aprenda a preparar um caldo de pinhão
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lucyseki · 3 years
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LUCYA PORONETA: A História de Lucy
O vídeo Lucya Poroneta, realizado por Célia Harumi Seki e Mônica Veloso Borges, faz homenagem à linguista brasileira Lucy Seki, ao mesmo tempo em que conta um pouco de sua trajetória de vida e acadêmica. Lucy Seki foi uma das mais importantes pesquisadoras no campo das línguas indígenas brasileiras, especialista nas línguas Kamaiurá (Família Tupi-Guarani) e Krenák (Tronco Macro-Jê), com as quais trabalhou por mais de quatro décadas. Atuou como coordenadora de projetos de documentação linguística e de educação, no Parque Indígena do Xingu. Ela também contribuiu para o conhecimento de várias outras línguas indígenas, tanto em seus próprios estudos, como através da orientação de dezenas de teses e dissertações. Lucy Seki foi Professora titular da área de Linguística Antropológica da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp; Mestre em Filologia, especialidade Língua e Literatura Russa; e PhD em Filologia, especialidade Línguas Indígenas Americanas, pela Universidade Patrice Lumumba (Moscou). Foi eleita membro honorário da ‘Linguistic Society of America (Baltimore, janeiro/2010)’. Criou a Revista LIAMES - Línguas Indígenas Americanas (UNICAMP), além de ter publicado a Gramática do Kamaiurá. Língua Tupi-Guarani do Alto Xingu, uma das mais importantes gramáticas sobre línguas indígenas brasileiras (Editora da UNICAMP/Imprensa Oficial, 2000). Organizou a importante coletânea bilíngue Kamaiurá/Português de mitos Kamaiurá Jene Ramyjwena Juru Pytsaret: O que habitava a boca de nossos ancestrais (Museu do Índio, 2010), além do livro Linguística Indígena e Educação na América Latina (Editora da UNICAMP, 1993).
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ysani · 6 years
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Os Kayapó são originalmente do Estado do Pará. Língua étnica, Macro-jê.
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unimesparagrafando · 4 years
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A ORIGEM CULTURAL DE TODA A DIVERSIDADE BRASILEIRA (OS POVOS ORIGINÁRIOS)
O que é cultura? Ela é difícil de ser conceituada pois seu próprio nome já diz tudo, cultura é cultura, difícil de ser explicada talvez mais fácil é ser sentida e comemorada. Cultura é a roda de samba com os amigos, fevereiro com as marchinhas e danças do carnaval, as danças de festa junina no meio do ano, a cerveja depois do trabalho, o improviso das favelas, o pão com manteiga de manhã antes de ir trabalhar, a feijoada no sábado, o churrasco no domingo, a roda de capoeira, a molecada jogando futebol num campinho qualquer, as tantas manifestações folclóricas que temos presente no dia a dia do povo brasileiro independente de sua região, é o que marcar e diferencia o território brasileiro com sua  imensa diversidade cultural presente em seus 5 cantos o Centro-Oeste, Norte, Nordeste, Sul e Sudeste.
A Cultura independe ordens, mídia, publicidade. Cultura não se fabrica, não se controla, a cultura acontece, nasce, transmite, recria, memoriza ela é incontrolável. Ela é como a língua, que se transforma o tempo todo, que se recria, que se modifica e continua presente na vida de todos, durante toda a vida. Quando a cultura vira política de governo, deixa de ser cultura, a cultura não serve para ser manipulada, ela serve como uma forma ou uma maneira das pessoas se identificarem, se encontrarem.
Com toda essa diversidade que nasceu com esses últimos séculos no território brasileiro, jamais poderíamos esquecer da nossa cultura mãe, a qual nos identifica como brasileiro, nossas origens, antes de tudo habitada somente por eles: os índios (povos originários). Os indígenas sofreram opressão quando os portugueses chegaram ao Brasil e impuseram novos costumes, além de todo o massacre cometido contra esse grupo étnico, impuseram as missões jesuítas que era um novo tipo de religião (cristianismo) para os índios que eram forçados a abandonar os traços de sua cultura. Os índios brasileiros tinham suas tribos denominadas através da língua e os seus costumes. São eles: tupi guarani, macro-jê ou tapuias, aruak ou aruaques e karib entre muitas outras tribos existentes que foram disseminadas pela colonização europeia.
A influência cultural indígena em nossas vidas vai de contos a costumes, tradições, vocabulário, culinária, danças entre outros aspectos, sem perceber ela está presente em todos os sentidos, e por conta disso ela não deve ser apenas lembrada no “dia do índio, e sim ter a valorização como o berço da nossa cultura, todos os dias não apenas em uma única  data comemorativa elaborada pelos homens no intuito de “celebrar” a influência desse povo, a valorização e o conhecimento sobre eles é fundamental na educação de cada ser humano em uma sociedade que preza e valoriza a cultura de seu pais.
Maria Vitória de Moura Opasso Pequeño
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linguistlist-blog · 5 years
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Calls: Amazonicas VIII — International Conference on Amazonian Languages
Final Call for Papers: For all of the symposia (including the Macro-Jê session and the general session) abstracts are due by October 30, 2019. Abstracts must be anonymous, submitted as a .doc or .pdf file, and consist, with examples, of one single-spaced page with one-inch margins and 12pt font. References may be submitted on a separate page. Please include in the accompanying email the following information about your abstract: (1) Title of the presentation; Name(s) http://dlvr.it/RGVwky
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encontrabrasilia · 5 years
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População de Brasília
Brasília (AFI: /bɾaˈziljɐ/) é a capital federal do Brasil e a sede de governo do Distrito Federal. A capital está localizada na região Centro-Oeste do país, ao longo da região geográfica conhecida como Planalto Central.
Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2018, sua população era de 2.974.703 habitantes (4.284.676 em sua área metropolitana), sendo, então, a terceira cidade mais populosa do país. Brasília é também a quinta concentração urbana mais populosa do Brasil. A capital brasileira é a maior cidade do mundo construída no século XX.
“Brasiliense” é o nome que se dá a quem nasceu em Brasília. “Candango” é outro termo utilizado para designar os brasilienses, sendo, originalmente, usado para se referir aos trabalhadores que, em sua maioria provenientes da Região Nordeste do Brasil, migravam à futura capital para trabalhar em sua construção. Uma das vertentes etimológicas diz que o termo “candango” vem do termo quimbundo kangundu, diminutivo de kingundu (ruim, ordinário, vilão). Era o termo usado pelos africanos para designar os portugueses.
De acordo com o dicionário Michaelis, “candango” significa: “trabalhador, estudante vindo de fora da região para estabelecimento de residência. Nome com que se designam os trabalhadores comuns que colaboraram na construção de Brasília.”
População Brasília História
Antes da chegada dos europeus ao continente americano, a porção central do Brasil era ocupada por indígenas do tronco linguístico macro-jê, como os acroás, os xacriabás, os xavantes, os caiapós, os javaés, etc.
No século XVIII, a atual região ocupada pelo Distrito Federal brasileiro, próxima à linha do Tratado de Tordesilhas, que dividia os domínios portugueses dos espanhóis, tornou-se rota de passagem para os garimpeiros de origem portuguesa em direção às minas de Mato Grosso e Goiás. Data dessa época a fundação do povoado de São Sebastião de Mestre d’Armas (atual região administrativa de Planaltina, no Distrito Federal).
Em 1761, o Marquês de Pombal, então primeiro-ministro de Portugal, propôs mudar a capital do império português para o interior do Brasil Colônia. O jornalista Hipólito José da Costa, fundador do Correio Braziliense, primeiro jornal brasileiro, editado em Londres, redigiu, em 1813, artigos em defesa da interiorização da capital do país para uma área “próxima às vertentes dos caudalosos rios que se dirigem para o norte, sul e nordeste”. José Bonifácio, o Patriarca da Independência, foi a primeira pessoa a se referir à futura capital do Brasil, em 1823, como “Brasília”.
Planejada para ter uma população de 500 mil habitantes no ano 2000, a população de Brasília já atingia 1,515 milhões de habitantes em 1991, considerando-se todo o Distrito Federal. Com seus atuais 2,977 milhões de habitantes, Brasília é hoje a quarta cidade mais populosa do Brasil, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, além de sétima concentração urbana mais populosa do país, superada apenas por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Salvador.
População Brasília Demografia
O ritmo de crescimento populacional na primeira década foi de 14,4% ao ano, com um aumento populacional de 285%. Na década de 1970, o crescimento médio anual foi de 8,1%, com um incremento total de 115,52%. A população total do Distrito Federal, que não deveria ultrapassar 500 000 habitantes em 2000, atingiu esta cota no início da década de 1970, e, entre 1980 e 1991, a população expandiu em mais 32,8%. O Plano Piloto, que, na inauguração, concentrava 48% da população do Distrito Federal, gradativamente perdeu importância relativa, chegando a 13,26% em 1991, passando o predomínio para as cidades-satélite.
Em 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicou 2 570 160 habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,824 e a taxa de analfabetismo de apenas 4,35%. Brasília também caracteriza-se pela sua desigualdade social, sendo a quarta área metropolitana mais desigual do Brasil e a décima sexta do mundo, segundo um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas.
A população brasiliense é formada por migrantes de todas as regiões brasileiras, sobretudo do Nordeste e do Sudeste, além de estrangeiros que trabalham nas embaixadas espalhadas pela capital. Dados de 2010 apontavam que quase metade da população não nasceu ali, sendo que 1 380 873 (53,73%) eram brasilienses e 1 189 287 (46,27%) de outros locais (incluindo 8 577 estrangeiros, ou 0,33% da população), principalmente de Goiás, Minas Gerais e Bahia.
A região administrativa de Brasília, composta em sua parte urbana pelos bairros residenciais Asa Norte, Asa Sul e Vila Planalto, conta com uma população de 209 855 habitantes (2010) e uma área de 472,12 km², sendo a terceira maior região administrativa do Distrito Federal em termos de população, atrás apenas de Ceilândia (com 402 729 habitantes) e Taguatinga (361 063).
População Brasília Desigualdade social e criminalidade
Brasília possui a maior desigualdade de renda entre as capitais brasileiras, além de ser uma das capitais em que mais se registram homicídios para cada cem mil habitantes no país. Na região administrativa de Ceilândia, está localizada a segunda mais populosa favela do Brasil, a comunidade do Sol Nascente, com 61 mil habitantes — segundo estimativas de lideranças locais, no entanto, a população seria de 100 mil pessoas, que superaria a da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Os índices de criminalidade são altos principalmente no Entorno do Distrito Federal. Segundo sociólogos, a criminalidade no Distrito Federal, principalmente nas cidades-satélites, é uma herança do crescimento desordenado, ainda que assentado em núcleos urbanos planejados. Os níveis de criminalidade no DF estão entre os maiores do Brasil, chegando ao ponto de haver uma média de até dois assassinatos diários. Em 2012, houve 1031 homicídios, com taxa de 38,9 por 100 mil habitantes, a 478º maior do país. Existem diversas propostas para tentar diminuir a criminalidade na capital: entre elas, um maior policiamento, medida esta que, aplicada, tem levado a uma retração da violência.
População Brasília Educação
A educação de Brasília, no período de construção da capital, tinha como propósito se diferenciar da educação no restante do Brasil. Sob os pressupostos do movimento Escola Nova, comandado pelo educador Anísio Teixeira e seguido, em especial, pelo antropólogo Darcy Ribeiro, o qual priorizava o desenvolvimento do intelecto em detrimento da memorização, as escolas primárias foram divididas entre escolas-classe e escolas-parque. Nas primeiras, as crianças passariam quatro horas diárias aprendendo conteúdos, e nas segundas, mais quatro horas praticando atividades extracurriculares: artes e esportes, por exemplo.
O fator educação do Índice de Desenvolvimento Humano de Brasília em 2010 atingiu a marca de 0,742 – patamar consideravelmente alto, em conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – ao passo que a taxa de alfabetização da população acima dos dez anos indicada pelo último censo demográfico foi de 96,7%, acima da média nacional (91%).
Brasília tem um sistema de ensino primário e secundário, público e privado, e uma variedade de escolas técnicas. Em 2009, havia, na cidade, 833 estabelecimentos de ensino fundamental, 622 unidades pré-escolares, 187 escolas de nível médio e mais algumas instituições de nível superior. No total, foram 418 913 matrículas e 16 785 docentes registrados em 2009. No ensino superior, destacam-se importantes universidades públicas e privadas, muitas delas consideradas centros de referência em determinadas áreas. Dentre as principais instituições de ensino superior da cidade, estão a Universidade de Brasília (UnB), Instituto Federal de Brasília (IFB), Universidade Católica de Brasília (UCB), Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), Universidade Paulista (UNIP) e União Pioneira da Integração Social (UPIS).
Há uma concentração extrema de instituições de ensino superior no Plano Piloto. Em 2006, foi instalado um novo campus da Universidade de Brasília em Planaltina. Existem também campi da UnB nas regiões administrativas de Ceilândia e Gama. O número de bibliotecas não é proporcional ao tamanho da população na área central. As principais bibliotecas públicas do Distrito Federal se localizam no Plano Piloto, como a biblioteca da Universidade de Brasília, a Biblioteca da Câmara e do Senado, a Biblioteca Demonstrativa de Brasília e a Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, também conhecida como Biblioteca Nacional de Brasília, inaugurada em 2006.
Quanto ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2013, a capital brasileira obteve notas de 5,6 na primeira fase do ensino fundamental (anos iniciais) e 4,4 na segunda fase (anos finais). Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2014, três escolas da cidade figuraram entre as cem melhores do ranking, sendo os colégios Olimpo, Olimpo de Águas Claras e Ideal, todas particulares, na 26ª, 65ª e 70ª posições, respectivamente.
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