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#André Mehmari
operaportugues · 11 months
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O Machete (André Mehmari) - Theatro São Pedro, São Paulo, 24-25/junho/2023
Ópera completa cantada e legendada em português: dia 24, dia 25. Estreia mundial desta ópera brasileira. Inspirada no conto homônimo de Machado de Assis, conta a história de Inácio, um violoncelista apaixonado pela música.
Direção musical de Maíra Ferreira e direção cênica de Julianna Santos. Giorgia Massetani assina a cenografia, Kuka Batista a iluminação, Juliana Bertolini o figurino e Tiça Camsrgo o visagismo.
André Mehmari, compositor da ópera, destaca que o conto que a inspira é muito musical. “O Machado era um gênio em traduzir em literatura o momento artístico e social do Brasil. E claro que ele estava atento ao que acontecia também na música e não é só nesse conto que ele relata brilhantemente esse cotidiano musical brasileiro”, afirma.
André lembra que O Machete traça uma narrativa em torno do Inácio, um violoncelista, que tem sua vida marcada pela passagem de um cavaquinista (o machete seria uma espécie de cavaquinho de cinco cordas). “Acho que o conto é um prato cheio para ser musicado porque ele é musicável na sua própria natureza, todos os personagens, para mim, exalam música o tempo todo. Então foi um processo de composição muito natural e fluido, porque o conto me nutriu de muitas ideias a serem traduzidas em música”, conta Mehmari.⠀
Mehmari é objetivo: “Machado vai ao cerne das questões socioculturais da música (e não só) como ninguém. A dualidade da alta-baixa cultura, o ‘popular’ e o ‘erudito’ e mais as implicações todas, do evidente preconceito racial ao mais pungente complexo tupiniquim em oposição ao ‘europeu elevado’."
Com O Machete, André Mehmari busca transmitir a complexidade da criação Machadiana. “Ela não é moralista, não procura favorecer um viés a outro, não procura que a gente tome conclusões óbvias. Na verdade Machado abre a pergunta que ele fez em 1878 com esse conto para os dias de hoje, para 2023. E são poucos gênios que tem essa capacidade de permanecerem tão atuais”, finaliza.⠀
Programa e libreto
Informações sobre esta produção
Ópera completa vista a partir do baixo contínuo
Trechos em vídeo: 01, 02.
O Machete: ópera de Paulo Maron.
Machete (instrumento musical de origem portuguesa): 01, 02.
--------------------------------------------------------- Sinopse da Ópera
Ainda criança, aos dez anos, Inácio manifesta uma decidida vocação musical. Seu pai, que era músico, foi quem ensinou os primeiros princípios musicais. Inácio escolheu a rabeca como seu primeiro instrumento, para tentar expressar os sentimentos de sua alma, mas não era suficiente. Foi então que conheceu um músico alemão que tocava violoncelo. Inácio percebeu que violoncelo era o instrumento ideal para expressar todos seus sentimentos mais profundos da alma. O violoncelo era seu instrumento para tocar em casa e apenas para sua mãe ouvir. Era nele que se expressava com mais entusiasmo. Já a rabeca, Inácio apenas usava para tocar como meio de sustento.
Inácio se casa com Carlotinha, que era alegre e cheia de vida, o oposto de Inácio. Tempos depois, ao tocar para ela, dois estudantes de direito que estavam em férias passam pela casa e escutam Inácio. Um dos estudantes, Barbosa, sabia tocar machete e tocava apenas porque gostava e não como profissão. Os estudantes fizeram amizade com o casal e iam muitas noites na casa deles para ouvir Inácio tocar e também o Barbosa tocava seu machete. Barbosa e Amaral insistiam que Inácio fizesse apresentações de suas obras para as outras pessoas, mas Inácio considerava suas músicas como algo íntimo, algo que não sai de sua casa e era apenas tocado para as pessoas mais íntimas. Barbosa continuava tocando na casa deles, e Carlotinha era quem mais se admirava com toda a alegria que sua música passava, fazia questão de espalhar para toda a vizinhança que tinha alguém que tocava machete tão bem.
Passado um tempo, Carlotinha foi-se embora com o machete, e Inácio, sempre muito sério, chega à conclusão que o machete era melhor que o violoncelo e alegando que o violoncelo era "grave demais".
--------------------------------------------------------- O Machete (conto de 1878 de Machado de Assis) O conto coloca frente a frente a grande música clássica de concerto europeia e a florescente música popular no Brasil imperial.
Conto
Áudiolivro: 01, 02, 03.
Análise
Artigo UFPE - Uma análise de O Machete e da importância dos primeiros contos de Machado de Assis
Artigo Jordão Horta Nunes - 2008
Artigo UFRGS 2020 - Denise de Quintana
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yamablog · 1 year
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MÔNICA SALMASO & ANDRÉ MEHMARI / Milton
これ昨年8月に配信開始されたアルバムなので、もう随分時間が経ってしまいました。はい、もちろんリリースされていたのは知っていましたし、聴いてもいたのですが、申し訳ありません。実は全くピンと来なかったのです。MônicaもAndréも我々の主催で山形でも公演を行なっていただいた大好きなアーティストだけにそれはないって思い直してもう一度聴いてみたところ、なんだやはり良いじゃないですか。本作はこの二人によるMilton Nascimento集。Mitonの80歳に寄せてリリースされたものです。Andréのピアノが本作ではかなりクラシカルで、それが最初入り込めない理由だったのですが、まあ聴き直しても確かにそうではあるものの、それ以上にとても自由自在、天衣無縫ですね。Miltonの歌は大地の匂いがして、それに加えてミナスの教会音楽的な響きを感じる、骨太のものですが、この二人の演奏はまた違っていて、Mônicaの歌の妖精的な神秘性と、Andréのピアノのスケールの大きな煌びやかなタッチとによって、また違った方向性で宗教的な空気感を感じさせるMilton集といって良いのではないでしょうか。
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juasakanoh · 7 days
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tail wind feat. André Mehmari at Espaço Brasil 2023/11/27
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gazeta24br · 2 years
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O maestro João Carlos Martins e a Bachiana Filarmônica SESI-SP realizam, no próximo dia 4, um concerto gratuito no Espaço Sociocultural - Teatro CIEE, em São Paulo (SP). A apresentação, que inicia às 20h, integra a Temporada de Concertos 2022, e traz obras de origem italiana e alemã, além de uma composição nacional. Para assistir, é preciso reservar os ingressos. Para compor o repertório da noite, foram escolhidas as obras Sinfonia nº3 de W.A Mozart; Con te Partiro, de Francesco Sartori; Mio Babbino Caro, de Giacomo Puccini - peça que tem participação da soprano Karen Stephanie. A orquestra o maestro também executa Portais Brasileiros 2: Cirandas, criação do compositor brasileiro André Mehmari, que será apresentada no Carnegie Hall, em Nova Iorque, no dia 19 de novembro, em concerto especial que celebra a estreia, ocorrida há 60 anos, de João Carlos Martins na sala de espetáculos internacional. COMO ASSISTIR? Para prestigiar o concerto, é necessário solicitar os ingressos gratuitos por email  [email protected], a partir do dia 1º de novembro. É possível reservar até dois convites por pessoa. A Temporada de Concertos 2022 é produzida pela Fundação Bachiana e viabilizada pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O Espaço Sociocultural - Teatro CIEE fica na rua Tabapuã, 445 - Itaim Bibi, São Paulo (SP). MAESTRO Dono de um talento ímpar, João Carlos Martins iniciou seus estudos de piano ainda aos 8 anos de idade. Aos 13 anos começou a consolidar sua carreira no Brasil e cinco anos mais tarde no exterior. Patrocinado por Eleanor Roosevelt, que era, naquele momento, a primeira-dama dos Estados Unidos, João fez sua estreia no Carnegie Hall, uma das salas de espetáculos mais famosas de Nova York. Na época, ele tinha 21 anos e, depois disso, todos os concertos que ele realizou no local tiveram lotação esgotada. Porém, uma série de acontecimentos quase interrompeu sua carreira. O maestro teve que lidar com os efeitos de um acidente durante uma partida de futebol, um golpe dado em sua cabeça durante um assalto na Bulgária, e uma distonia focal, doença que altera o funcionamento dos músculos e compromete os movimentos. Com a progressão da enfermidade, João Carlos Martins sentia dificuldades para tocar piano, o que resultou, em 2002, que ele abandonasse os palcos como pianista. SOLISTA Karen Stephanie tem Licenciatura em Música, pela USP (Universidade de São Paulo) e, em 2011, iniciou suas experiências com o canto, passando por aulas de professores como Celine Imbert, Juliana Starling e Paulo Mandarino. Recebeu o prêmio na categoria Cantora Revelação no concurso Carlos Gomes, em Campinas (SP) e marcou presença no festival internacional Fiato al Brasile, na Itália, de 2012 a 2015. Entretanto, não deixou a música de lado, indo estudar regência. Em 2006, criou a Fundação Bachiana com a missão de democratizar o acesso à música e fomentar o cenário da arte no Brasil e no mundo. Atualmente, é regente e diretor-artístico da Bachiana Filarmônica SESI-SP, orquestra conhecida internacionalmente. Recentemente, voltou a tocar piano usando as duas mãos com a ajuda de ‘luvas biônicas’, desenvolvidas e presenteadas pelo designer industrial Ubiratatan Bizarro Costa. ORQUESTRA O primeiro concerto da Bachiana Filarmônica aconteceu em 2004, na Sala São Paulo, seguindo, logo depois, para salas de espetáculo renomadas do Brasil e do mundo, levando um repertório composto por obras de Brahms, Tchaikovsky, Beethoven, entre outros grandes nomes da música erudita. No desejo de atuar na evolução musical dos jovens, foi fundada a Orquestra Bachiana Jovem, em 2006. Após apresentações em diversas cidades, as duas orquestras — Bachiana Filarmônica e Bachiana Jovem — se tornaram uma só: a Bachiana Filarmônica SESI-SP, uma das mais importantes orquestras da iniciativa privada do país. LINK PARA VÍDEOS E agora, João? Clique aqui Maestro ao piano Clique aqui PARA MAIS FOTOS: PASTA FLICKR NESTE LINK SERVIÇO
Maestro João Carlos Martins e Bachiana Filarmônica SESI-SP Temporada de Concertos 2022 Data: 04/11 Horário: 20h Ingressos gratuitos: solicitar por email [email protected] (a partir de 01/11, até 2 convites por pessoa) Local: Espaço Sociocultural - Teatro CIEE, rua Tabapuã, 445 - Itaim Bibi, São Paulo (SP) -  MAPA AQUI
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ryomitamura · 2 years
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André Mehmari
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jbgravereaux · 6 years
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Jorge Ben - Domingo 23 (Jorge Ben) - Ben - (1972)              Jordan Spencer                                                                                                                                 Le 23, Jour de Jorge | Afro-Sambas.fr  : ...Nous pénétrons par contre au cœur de notre sujet avec « Domingo 23 », extrait de l’album Ben, en 1972. Ici, il est bel et bien question de Saint-Georges. C’est un morceau de 23 Avril, jour de la Saint-Georges. On commence dès lors à réaliser que rarement un artiste aura autant fait corps et matière avec son prénom que Jorge Ben. Y compris en faisant du 23 son chiffre fétiche. Le texte en lui-même ne révèle rien de particulier, il revient simplement sur les attributs de Saint-Georges, façon image d’Epinal. Le 23, « É dia de Jorge » et c’est déjà pas mal...                                                                                                                                                                  São Jorge – Wikipédia, a enciclopédia livre : A influência de São Jorge na cultura portuguesa acompanhou a fundação do Brasil pelos portugueses...                                                                                                                                      Quem foi São Jorge? | Mundo Estranho : São Jorge é padroeiro de vários países, como Inglaterra e Portugal. No Brasil, protege as cidades de Rio de Janeiro e Ilhéus...                                                                                                                                                                                                                                  Dia de São Jorge - Calendarr : Dia de São Jorge. O Dia de São Jorge é comemorado anualmente em 23 de abril e é considerado um feriado municipal no Rio de Janeiro...                                                                                                                                                                                                                               Zeca Pagodinho, Pra Sao Jorge brasil.fr - YouTube                                   Monobloco - Pra São Jorge [CD ARRASTÃO DA ALEGRIA] - YouTube                                                                                                                                             Maria Bethania - São Jorge Padroeiro do Brasil - YouTube                                 Maria Bethânia - Medalha de São Jorge - Padroeiro do Brasil - YouTube                                                                                                                                       Hermeto Pascoal - Zabumbê-Bum-Á - 01 Sao Jorge - YouTube                           São Jorge - André Mehmari e Hamilton de Holanda - YouTube
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normaltd · 7 years
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Bachorando...
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riffsstrides · 3 years
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Um Outro Adeus - André Mehmari, Rafael Cesário (2021)
Registro em estúdio do encontro entre o pianista, cravista e compositor André Mehmari e o violoncelista Rafael Cesario abordando um repertório surpreendente que vai de Vivaldi até Nazareth passando pelas composições do próprio Mehmari, escritas especialmente para o projeto. Um Outro Adeus é também o album de estreia de Rafael Cesario que desponta como um dos mais criativos instrumentistas brasileiros de sua geração. Produzido e gravado no Estúdio Monteverdi por André Mehmari
André Mehmari, piano, cravo
Rafael Cesário, violoncelo
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anisioluiz · 3 years
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Assista a "Mônica Salmaso e André Mehmari - MILTON" no YouTube
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bourbonstreet · 5 years
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26/11 • Terça-Feira • André Mehmari & Danilo Brito no JAZZ.BR ​​Ministério da Cidadania e Bourbon Street apresentam ​​ ​​O #Choro encontra o #Jazz! ​​ ​​O #bandolinista @DaniloBritobandolim e o #pianista André @Mehmari combinam o seu #virtuosismo, #sentimento e sutilidade em um #encontroespecial! ​​ ​​Danilo, reconhecido como um dos maiores nomes do Choro e do #bandolim em todo o mundo, e André, detentor de #conhecimento e #habilidades extraordinários em ampla gama de matizes #musicais, prometem um #show com #música pura, #arte e muita #emoção! ​​ ​​No repertório, #composições dos dois #artistas e grandes clássicos do Choro como Amoroso (Garoto), Floraux (Ernesto Nazareth) e Branca (Zequinha de Abreu). ​​ ​​Couvert Artístico Antecipado (por pessoa): ​​R$ 45,00 ​​ ​​: : : RESERVAS ONLINE : : : ​​ ​​Sympla: http://bit.ly/mehmaribrito ​​(até 1h antes da abertura da casa) ​​ ​​: : : CENTRAL DE ATENDIMENTOS : : : ​​ ​​Reservas : 11.5095.6100 (áudio) ​​Informações : +5511.9.70.600.113 (texto) ​​(2ª a Sábado das 13h00 as 20h30) ​​ ​​: : : : : : : : : : : : : : : : : : : : ​​ ​​Abertura: 18h00 ​​Ensaio aberto: 18h30 ​​ShowTime: 21h30 ​​ ​​Bourbon Street Music Club ​​R. dos Chanés 127, Moema, São Paulo ​​​Ⓜ️​ Metrô Eucaliptos ​Ⓜ️​ ​​www.bourbonstreet.com.br ​​ ​​#BourbonStreetMusicClub #Moema #Ibirapuera #VidaNoturna #SãoPaulo #ViagemSP #AgendaCultural #JazzBrasileiro #MúsicaInstrumentalBrasileira #JazzBR #MúsicaInstrumental #Chorinho #Samba (em Bourbon Street Music Club) https://www.instagram.com/p/B5D-voWhvBQ/?igshid=1uxl05hlcqy0q
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yamablog · 3 years
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ANDRÉ MEHMARI / Notturno 20 > 21
コロナ禍の世界に届いたAndre Mehmariによる「夜想曲」集。今までのAndreのアルバムの中でも、個人的には最も好きなアルバムの一つと言って過言ではありません。Monteverdi、Couperin、Purcell、Bach、Hermeto Pascoalなどの曲を含む、クラシカルで典雅な選曲のピアノソロ・アルバム。彼の作品の中でもとびっきり内省的で、とびっきり繊細なピアノのタッチは、珠玉の美しさを湛えています。災厄の中、人々の不安な気持ちを包み込む様な優美な響きに満たされた傑作だと思います。
⭐️ANDRÉ MEHMARI / Notturno 20 > 21
残念ながらサブスクはこれから?
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claravix50 · 5 years
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Um amigo me pediu outro dia para indicar quais melodias eu considero as mais bonitas da música brasileira. Num primeiro momento, pensando rapidamente, me lembrei de clássicos como a Bachiana nº 5 por exemplo ou Caicó, que é uma adaptação do Villa-Lobos para uma canção de domínio público. São duas das mais belas e representativas melodias brasileiras. "Toada e Desafio" do Capiba é uma melodia que remete a toda a tradição do romance ibérico medieval. “Mourão” do Guerra Peixe e “Milonga das Missões” de Gilberto Monteiro são dois exemplos de melodias enérgicas e marcantes que resumem toda uma região, todo um bioma, uma época e um modo de vida. Acrescento ainda outro clássico, Gaúcho, mais conhecida como Corta Jaca, da grande Chiquinha Gonzaga. Uma música que atravessou o século, ganhou os mais diversos arranjos, influenciou uma infinidade de compositores e se mistura com a nossa identidade. Me lembrei também da melodia de "Rosa" do Pixinguinha que tem letra do Otávio de Souza. “É Preciso Perdoar” do Carlos Coqueijo e Alcivando Luz, "Manhã de Carnaval" do Luiz Bonfá e Antônio Maria e “Samba em Prelúdio” do Baden e Vinícius também entram aqui. E por falar em violonistas, não poderia esquecer da beleza que é "Porto das Flores" da grande Rosinha de Valença. Do maestro soberano, entre tantas óbvias como “Chovendo na Roseira” ou “Águas de Março” eu fico com “Matita Perê”, inspirada em Guimarães Rosa, com aquelas modulações malucas, aquele arranjo inacreditável, que não dá pra dissociar da música e da letra surrealista do Paulo César Pinheiro. Tem uma que o Tom gravou no Urubu, mas é do filho dele, o Paulo Jobim, chamada "Valse", depois ganhou uma letra do Ronaldo Bastos e virou "Olho D’água", gravada por Bituca no Clube da Esquina 2. Acho aquilo de uma beleza tão sublime que chega a doer. Gosto das duas versões. O arranjo de cordas do Tom leva a música para as alturas, você fica sem ar. A versão dos mineiros é mais nó na garganta, porque a letra contrasta e resignifica aquela melodia abstrata. Por falar em Milton, tem canções como “Sentinela”, com letra do Fernando Brant, que parecem fazer a ligação com o outro lado, com o inefável. “Lua Girou” é outra da ordem do sublime, adaptação de uma canção de domínio público baiana e tem uma amplitude melódica impressionante, com um desenho muito simples e pungente. A melodia quebrada e recortada de "Diadorado" do Tavinho Moura me deixa completamente desorientado e tranquilo ao mesmo tempo. “Coisa nº 4” do Moacir Santos eu fico chapado pela concisão, o contraponto de vozes quando entra o trompete e o sax mantém a base rítmica-melódica, a polirritmia. É trilha sonora, música visual. Eu viajo no desenho melódico de “Canção do Lobisomen”, do Guinga e Aldir Blanc, assim como de "Porto de Araujo", também do Guinga com letra do Paulo César Pinheiro. “As Sete Cenas de Imyra” do Taiguara eu acho foda, porque é uma melodia inusitada, construída de uma forma muito engenhosa, com uma letra cheia de termos em tupi, cantada em falsete, acho muito doido aquilo. E vou incluir na cota da loucura genial "Dança das Cabeças" do Gismonti. Dentro do universo da música indígena, não poderia deixar de fora a Marlui Miranda com esse arranjo impressionante de "Chori Chori" do povo Djeoromitxí/Jaboti. Pensando na arquitetura melódica, acho que poucas coisas são tão perfeitas quanto "Beatriz" do Edu Lobo, com letra do Chico. Mas do Edu eu ainda prefiro "Vento Bravo", mais uma letra do Pinheiro. Fiquei dias tentando escolher uma da Joyce e acabei ficando com "Ave Maria Serena", que é um primor de melodia e letra. ”Para Ver as Meninas” do Paulinho da Viola é outra que tem uma melodia tão misteriosa, tão absurdamente bela que não poderia esquecer. Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito fizeram pelo menos uma canção imortal, que é "A Flor e o Espinho". Caetano, entre tantas melodias, fico com a beleza e simplicidade de "O Ciúme". Do Gil uma relativamente recente, pouco conhecida, mas atemporal chamada "O Amor Aqui de Casa". "Lamento Sertanejo" do Dominguinhos com o Gil é outra que tem uma melodia inesquecível. To me lembrando que a melodia de “Assum Preto” do Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira é uma que me emociona desde criança. E uma outra inspirada nela, “Assum Branco” do José Miguel Wisnik, me deixa marejado. Fiz inclusive uma homenagem a essas duas, se chama “Assum Cinza”. E por falar em sanfoneiro, não poderia deixar de falar de Sivuca, o maior de todos. Um dia ainda quero colocar uma letra no seu "Forró Praieiro". "O Pedido" do Elomar tem uma daquelas melodias arrebatadoras, profundamente populares e ao mesmo tempo com a capacidade de causar um estranhamento. Mas tem uma canção tradicional das Caixeiras do Divino da Casa Fanti Ashanti de São Luiz do Maranhão que acho das coisas mais bonitas que já ouvi. Se chama “Alvoradinha”. Segue aqui o roteiro com o link para ouvir as melodias em algumas de suas interpretações definitivas: "Cantilena da Bachiana nº 5" aqui com a Filarmônica de Berlim regida pelo maestro venezuelano Gustavo Dudanel com a soprano porto-riquenha Ana Maria Martínez gravado no anfiteatro de Waldbuhne (https://youtu.be/maQ8t8mJkTM). Esse outro é um arranjo interessante do quarteto norte-americano Break of Reality (https://youtu.be/fwfxHpcBEhk). E essa uma versão mais afetada, mas bonita também, com o croata Stiepan Hauser no cello e o kosovo-albanês Petrit Çeku no violão (https://youtu.be/Ill6LeBPNa0). "Cantiga de Caicó" (Ária da Bachiana nº 4), aqui com o duo Parasztape, formado pelo argentino Pablo Lerner no tekerő e pelo norte-americano Danny Bain, no ütőgardo, que gravei numa apresentação em Budapeste (https://youtu.be/62eytbRzlfU). Aqui a peça inteira com o prelúdio e a ária executada pela Orquesta Simón Bolívar com regência do maestro Roberto Tibiriçá (https://youtu.be/5mf3SQ3dVz8). "Toada e Desafio" com o Quinteto da Paraíba (https://youtu.be/wJiDcaAbuO4). "Mourão" com a Orquestra Sinfônica Brasileira (https://youtu.be/oOpKDASqLT8). "Milonga para as Missões" com Borguethi e o saudoso Bolina (https://youtu.be/cNFSR77vDOg). Gaúcho/Corta-Jaca da Chiquinha Gonzaga com a Orquestra Popular de Câmara (https://youtu.be/tqkl1wmg9Xg). "Rosa" na versão insuperável de Orlando Silva (https://youtu.be/Yhv-JtaJauM). "Manhã de Carnaval" numa interpretação definitiva de Baden. Reparem no cigarro aceso na mão direita (https://youtu.be/HgR7YJpOoPE). "Samba em Prelúdio", que o Vinicius pensou que fosse cover do Chopin na versão do Paulinho Nogueira (https://youtu.be/M3omYbJXGTA) e na versão da Esperanza Spalding (https://youtu.be/sogQlp_48Fk). “Porto das Flores” da Rosinha de Valença com Paulinho Nogueira (https://youtu.be/pzBa3hZGygw). "É Preciso Perdoar" com João Gilberto e Stan Getz (https://youtu.be/6105xXSwakY). "Matita Perê" na versão original (https://youtu.be/Nbe0L9ohHzY). "Valse" com Tom na versão do Urubu (https://youtu.be/uzsNgNoVdOI). "Olho D'água" com Milton no Clube da Esquina 2 (https://youtu.be/Uq8vsRgwlQM). "Sentinela" num dueto arrasador de Nana Caymmi e Milton (https://youtu.be/-oFFAqWKIh8). "Lua Girou" com Milton (https://youtu.be/DpNiNXwj76w) e uma versão instrumental com viola do Ivan Vilella e violão do Ulisses Rocha (https://youtu.be/WQlorkURhkg). "Diadorado" instrumental de viola do Tavinho Moura (https://youtu.be/MuoH8e6s6gE). "Coisa nº 4" do Moacir Santos (https://youtu.be/0Wg9G0_19Sc). "Canção do Lobisomem" com Maísa Moura (https://youtu.be/vyMwT4q2la0). "Porto de Araújo" com Mônica Salmaso (https://youtu.be/Tcp9mCzj4yw). "Sete Cenas de Imyra" com Taiguara (https://youtu.be/qEqGSgdYvgY). "Tchori Tchori" do povo Djeoromitxí/Jaboti com arranjo da Marlui Miranda e participação do UAKTI. Essa é a primeira faixa de "Ihu - Todos os Sons, vale à pena ouvir o disco todo. (https://youtu.be/3dS2fUcHhzg). "Dança das Cabeças" num duo inacreditável entre Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos gravado no Ibiraquera em meados de 1996 (https://youtu.be/K1EwZPvdmvw). "Beatriz" com Milton no Grande Circo Místico (https://youtu.be/slTHQPFiAtg). "Vento Bravo" ao vivo no estúdio com Tom e Edu (https://youtu.be/Uv8k0D7o1xc). "Ave Maria Serena" da Joyce Moreno por ela própria (https://youtu.be/_Mz7VnpRW7s). "Para Ver as Meninas" com Paulinho da Viola e Elton Medeiros na caixinha de fósforo (https://youtu.be/L5zTSFYf1p4). "A Flor e o Espinho" com Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho (https://youtu.be/UVLCugJ2jUY). "O Ciúme" com Ná Ozzetti e André Mehmari (https://youtu.be/vfeN9mrY5iE). "O Amor Aqui de Casa" na versão instrumental com Nicolas Krassik e Cordestinos "https://youtu.be/jcAxcsHPvjM) e na versão ao vivo com o própio Gil (https://youtu.be/uJYUrvEylXY). "Lamento Sertanejo" com "Yamandu Costa, Hamilton de Hollanda e Mayra Andrade (https://youtu.be/LV09kQlGxHU). "Assum Preto" com Gal (https://youtu.be/ZMEYXZ4b2hI). "Assum Branco" com Elba (https://youtu.be/p8eeNA_mjMk), no final ela emenda o Gonzagão. Só pra completar a trilogia, minha "Assum Cinza" com Ná e Tabajara Belo (https://vimeo.com/181143675). "Forró Praieiro" do Sivuca (https://youtu.be/lzxP1FPPKiQ), que está no disco “Enfim Solo”, um inacreditável registro fonográfico do genial paraibano onde ele toca todos os instrumentos. "O Pedido" com Xangai (https://youtu.be/S08AcLFDjxw). "Alvoradinha / Cantiga 7" de Martin Codax com caixeiras do Divino Espírito Santo da Casa Fanti Ashanti e Rita Ribeiro na versão para o balé do Grupo Corpo assinada por Carlos Nuñes e Zé Miguel Wisnik (https://youtu.be/AAsiy--d6KE) e aqui o disco original com a gravação das caixeiras (https://youtu.be/hT887gmXYyI). A canção começa no minuto 6:28. Pós-escrito: 1. Deixo aqui a pedidos uma playlist que criei no Spotify com o que eu encontrei por lá: https://open.spotify.com/…/357ecylqlms8uri5wvjvvbdif/playli… 2. Eu sei que ficou muita coisa de fora, mas incluí duas músicas que não estavam no post original, tentando reparar injustiças que cometi por culpa da memória. Uma é "Forró Praieiro" do Sivuca. A outra é "Dança das Cabeças" do Gismonti. 3. Na playlist do Spotify acabei incluindo outras faixas e entraram quatro músicas compostas ou arranjadas por mulheres. Por isso resolvi incluir Chiquinha Gonzaga, Rosinha de Valença, Marlui Miranda e Joyce Moreno aqui também.
Makely Ka
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sorteweblog · 2 years
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Inéditas de Pixinguinha sob a batuta de Henrique Cazes
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É difícil de acreditar, mas Pixinguinha – um dos artistas mais gravados do país – ainda possui muitas composições inéditas. O espetáculo Pixinguinha Como Nunca reuniu uma turma estelar para mostrar ao público 26 dessas raridades compostas entre 1910 e 1970, que, em breve, estarão em disco. O diretor musical Henrique Cazes, entrevistado desta edição do Aplauso, foi incumbido de fazer os arranjos de choros, sambas, polcas e tangos executados por ele (cavaquinho), Marcelo Caldi (sanfona), Carlos Malta (flauta e sax), Silvério Pontes (trompete e flugelhorn), Marcos Suzano (percussão) e João Camarero (violão de 7 cordas). A direção geral de Pixinguinha Como Nunca ficou a cargo do neto do compositor, Marcelo Vianna, que também participa do espetáculo. A descoberta das músicas inéditas é resultado de pesquisa no acervo do compositor, encampada no ano 2000 pelo Instituto Moreira Salles, que se somou em 2017 à varredura no material em posse de outros compositores e instrumentistas. O resultado trouxe à luz mais de 50 músicas jamais gravadas. Na entrevista à jornalista Carmen Delpino, Henrique Cazes revela detalhes desse repertório inédito e faz um passeio pela trajetória musical de Pixinguinha. Como as inéditas de Pixinguinha executadas pelo sexteto liderado por Henrique Cazes ainda não está disponível, a seleção musical desta edição do Aplauso relembra gravações de composições de Pixinguinha, interpretadas por diversos artistas.
Músicas utilizadas 1X0 (Pixinguinha) – Hamilton de Holanda, Stéfano Bollani, Omar Sosa, Richard Galliano, André Mehmari Segura Ele (Pixinguinha e Benedito Lacerda) – Henrique Cazes e Marcello Gonçalves Passatempo (Pixinguinha) – Henrique Cazes e Marcello Gonçalves Glória (Pixinguinha) – Henrique Cazes e Marcello Gonçalves Benguelê (Pixinguinha e Gastão Viana) – Clementina de Jesus Carinhoso (Pixinguinha) – Marisa Monte e Paulinho da Viola Já Te Digo (Pixinguinha e Otávio Vianna) – trecho do espetáculo Pixinguinha em Concerto, realizado pelo Instituto Moreira Sales, no lançamento das caixas e partituras Pixinguinha: Outras Pautas e O Carnaval de Pixinguinha
O Programa Aplauso vai ao ar na Rádio Sorte Music todos os domingos às 11h da manhã, apresentação Carmen Delpino
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jbgravereaux · 7 years
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HAMILTON DE HOLANDA - MUNDO DE PIXINGUINHA                                                                                                                                                                  Mundo de Pixinguinha - Hamilton de Holanda - Bandolim 10 cordas ...                                                                                                                                                  (via https://open.spotify.com/album/53TR21fVdR2aEKnjJeu9vV)
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normaltd · 7 years
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Madrigal merencório....
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riffsstrides · 7 years
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André Mehmari + Neymar Dias + Sérgio Reze 
Lagoa da Conceição 
gravado por André Mehmari em 26 de fevereiro de 2013 no Estúdio Monteverdi
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