Tumgik
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Metrópole da Colcha de Retalhos
O que a metrópole te oferece ? Você pode se auto denominar cosmopolita, delivery de qualquer coisa, um coração partido e a habilidade de abrir qualquer tipo de fecho de sutiã. Muitos almoços sozinho. O jogo de louça em número ímpar. A cada dia, a cada noite fria, escuta o barulho do vento e se esconde no edredom. Vida amorosa feita de retalhos de muitos encontros, mais pra uma colcha de retalhos que você mesmo costurou, do que para um cobertor. A maioria dos jardins só tem grama, sem flores. Os muros cinzas. Barulho. Fumaça. Há quem diga ser feliz aqui. Eu mesmo nunca vi.
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Carta de despedida
Essa é provavelmente a última coisa que eu escreva. Lembro que escrever algumas vezes era um ótimo refúgio. Quantas vezes você já se sentiu um lixo na vida? Isso é ótimo sabia, o lixo é descartado. O lixo incomoda. Mesmo não gostando, lembram do lixo. Eu queria ser um lixo. E quantas vezes você já sentiu que sua existência é invisível? Ninguém, nenhuma pessoa se importa com você. Não é nem que não se importem, mais sim uma existência indiferente. Antigamente eu pensava que seria impossível você não atingir uma só alma, uma só pessoa. Incrivelmente imagino que quando a notícia da minha morte chegue muitos vão lamentar ou dizer que eu era uma boa pessoa. Até imagino o burburinho passageiro, alguns dizendo que poderiam ter feito algo. Ou não, pode ser que minha partida não mude um minuto sequer de nada, e que esteja sendo presunçoso aqui. O importante é que ao menos essa dor não existirá mais pra mim, ser uma engrenagem solta, perdida, de todo esse grande sistema acabará. A única coisa que eu gostaria é que não me julgassem, ou me acusassem de não tentar nada. Enquanto tive forças, eu tentei, eu juro que tentei. A cada minuto eu tentei. Até que as forças acabaram, e entendi que algumas pessoas nascem para viver sem ser parte de nada ou ninguém. Não somos vazios, somos existências imperfeitas também, só um pouco mais independentes. Mas é difícil viver em meio a todos sendo assim é impossível. Você tenta de inúmeras maneiras tornar isso palatável, mas a verdade chega. Peço perdão a quem de alguma forma eu tenha feito algo. Percebam ao seu redor, pois algumas pessoas do seu entorno podem estar precisando de você, e você pode salvá-las. O meu já era um caso perdido. Adeus. Um abraço a todos. Me perdoem.
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Lágrimas doces
Lágrimas doces, assim Sabia que este dia chegaria enfim… Diga que é mentira ou verdade, Só não eram de saudade. Não escorria pelo rosto… Mas eu lembro exatamente o gosto Adocicado, doce como o mel Iam pingando no papel. Engraçado serem doce (as lágrimas) Pois as lembranças, só lástimas Sorriso salgado e olhar amargo No fundo estou bem, um desencargo.
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Término
Sabe quando está apreciando um cacho de uvas mas a última uva do cacho está passada? Ou quando você está comendo pipoca e no final pega uma queimada.
Quando isso acontece, não estraga todas as uvas, nem toda pipoca.
Não deixamos de lembrar dos filmes que estávamos vendo, mas ficamos com aquele amargo na boca.
Hoje eu sinto este amargo. São tantos fatores, que acabamos crendo que isso seja um processo natural. Acontece. Espero que você entenda, foram tantas uvas e tantos filmes assistidos, inesquecíveis, mas agora preciso seguir meu caminho.
Te agradeço por tudo e lhe desejo tudo de bom. 
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Trovões
Quando se vive sozinho os trovões já não te assustam tanto. Na verdade estes lhe trazem certo conforto. Noites de tempestade talvez sejam os melhores dias, o estrondo rasga o silêncio infinito e traz algum senso de realidade. Um sussurro da vida, entre os pingos de chuva, gotas de existência. Pelo menos até o amanhecer.
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Equação de um dia frio
Foi uma conversa diferente Não consegui entender sua mente O que estava rolando entre a gente Cada frase era como uma reta Tinha intuito, concreta Me lembrando uma aresta... Formando polígonos, sem festa. Tive medo das pontas dos triângulos Olhares fugiam em alguns ângulos Às vezes tangente, entre a gente Me senti perdido, realmente. Estava frio, seis graus. Seu calor era suplementar, Complementar, até mesmo obtuso Me deixando confuso Quis fugir pela hipotenusa Fugindo de uma musa Na minha vida confusa, uma intrusa. Eu poderia equalizar e demonstrar Mas na sua matemática Minha presença é esporádica. Mesmo perdido nos ângulos, Momentos, retas e retângulos. Mesmo com o frio trincando, Aquela música chata tocando (lembra?) Eu sinto falta. Às vezes não dá né? Cuidado. Nem tudo pode ser calculado, Estimado, previsível. Eu queria ser invisível... Quando os olhos de jabuticaba tivessem me olhado.
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Decisão
Lhe jogaram a questão assim do nada, Vai querer bolo ou namorar ? Ela olhou pra baixo, olhou pra cima... Estava bem pensativa. Vai moça, me responde, anda. Ela sorriu com o canto da boca e disse - Espera, ainda não me decidi entre chocolate ou baunilha.
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Soneto (a poesia)
Poesia é muito mais que a ordenação de palavras bonitas. Vezes dedicadas as senhoritas. Lindas, timidas e escritas a mão.
Poesia é a expressão do mundo, Concebida de maneira cuidadosa! As vezes em rima, as vezes em prosa. Descrevendo sentimentos ao fundo.
Para fazer poesia são muitos fatores O numero de raios de sol do amanhecer. Saber descrever momentos, aromas e sabores.
É preciso saber reinventar, um beijo, recriar as flores. Contabilizar as estrelas ao anoitecer. Poesia é amar sem amores.
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Soneto a novos dias
Você espera um boa noite Espera desejar também Mas o sono vem E não ouviu de ninguém O sol já vem nascendo Espera desejar bom dia Mas para quem iria... E de quem ouviria? Sozinho, levanta, café Olhando a parede, o chão, o pé... Dias melhores virão né? Sozinho, a noite chega, prepara o leito E sempre a mesma dor no peito Porque tudo tem que ser desse jeito?
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Des (culpa)
Ele pediu desculpa Ela pediu desculpa Sem ninguém ter culpa Ninguém sabia o que acontecia Sabia. Era o medo... Talvez. E a culpa? Não. Tem medo de amar... Desculpa! Medo de se entregar... Desculpa! Tem medo até de se olhar. Desculpa! Sentimentos blindados. Se fosse medir O medo de se ferir É maior que a vontade de ser feliz E aí pra tudo sempre diz... Desculpa.
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Quinta-feira
Quinta-feira a noite, principalmente Me vem essa vontade ardente De ter uma namorada. Parece até que estou fazendo piada, Queria uma mensagem apressada Mesmo que um, "estou atrasada" Ou me falando da avenida parada. Mas aí vai chegando a madrugada E a sexta-feira vem estacionada. Passam quintas e quintas e nada... Nenhuma namorada.
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Ladra
Acordei ela não estava mais lá, Seu lado da cama ainda marcado, Ir embora assim, apesar de chato Já não afeta tanto a mim. Um hiato. O que me preocupa é ela ser ladra! Isso pra mim não se enquadra. Acordei, olhei por cima do criado, E percebi que estava tudo revirado! Toda noite eu deixo lá guardado Meu monte de tristeza... Ela foi e roubou com toda destreza E me deixou aqui nessa leveza.
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Ode as pessoas tristes
Qualquer festividadezinha Vocês chamam de amor… Às vezes acho que tem gente que tinha, Que entender melhor a dor… Enquanto escrevo, Se acha que tem sorte, De quatro folhas seu trevo? Mas tudo acaba na morte. Enquanto eu canto, Várias pessoas estão lá em pranto Não minto, Às vezes não sinto… Mas lembro, e carrego comigo Ninguém é meu inimigo Mas também não sei se é amigo O coração é sempre um abrigo.
Poderia transformar isso aqui numa canção Fazer rima bonitinha, jogar lá num refrão Mas sinceramente, eu, eu escrevo com coração. Para todos aqueles que tristes estão, Sei que é um fardo pesado, mas olha, olha então, Vocês não estão sem amor! E há de ir embora toda essa dor. Siga seus sonhos, seja lá o quer for… Não to falando que tudo na vida é flor… Textinho de auto-ajuda de rede social, Falo sinceramente, mandando a real. O mundo é animal. Mas nem todo mundo é do mal. Então levanta e siga em frente, Mesmo sozinho, há uma ligação pela mente… Eu escrevendo, você lendo, ouvindo de repente Não é sou eu, ou só você, tem muito, muito mais gente. Reluzente, conectados de alguma maneira Rompendo a barreira, ultrapassando a fronteira Olhe pro sol, a nossa bandeira, Ele é o mesmo pra todos, igualdade. E no fundo, no fundo, quando você encontrar o amor de verdade, Não, não sinta saudade, Saudade dos dias cinza, cinza cidade. Use suas novas cores para colorir a maldade… Use sua luz com dignidade, Na fragilidade, De quem está no escuro da mente. E juntos seremos uma torrente, Uma chuva, uma tempestade fervente De palavras, cores, pensamentos, delicadamente Sentimentos levados pra mente. Alimente, e lembre, lembre meu sempre irmão, De levar toda essa gente, pra dentro do seu coração.
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Romântico das antigas?
Romântico das antigas (épocas) Só existe nas cantigas Eu sou das (mulheres) modernas Vamos discutir? Vamos sim! Discutir ideias… Debaixo de uma seringueira Um canteiro de azaleias. blá-blá-blá escurece, fogueira Nossos sonhos se cruzam Nossos olhares se cruzam Os dedos entrelaçam E a última brasa testemunha Algo mais quente que ela Mais romântico que Cinderela Tempos modernos, vamos indo… Eu dormindo e ela dirigindo Se ela soubesse o quanto é (moderna) demais Já teria me deixado pra trás…
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Selva de pedra
Bem vindo a selva de pedra. Por ali a fauna de pragas urbanas E deste lado a flora... Flora intestinal, esgoto a céu aberto Não deseje bom dia É perigoso! Aprecie o cinza, a fumaça dos carros Aos poucos você se acostuma... Ou suporta. Mas saiba que ninguém aqui, Ninguém aqui se importa.
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O poder do silêncio
[...] - Nunca mais fale comigo, tudo bem, nunca mais, ele enfatizou. - Ok, eu entendo, disse ela. Olhou para baixo, e depois com aquele olhar que antes precedia bons momentos, olhou nos seus olhos e lhe pediu: - Posso te escrever uma última coisa antes de partir, por favor. Ele pensou consigo mesmo que não haveria nada que pudesse ser escrito que mudasse sua ideia, então não teria problema. Acenou com a cabeça que sim. Com todo cuidado, ela tirou de sua bolsa um caderninho, virou-se de costas e sua mão se mexia como a de quem escrevesse com grande voracidade. Minutos depois ouve-se o arrancar de uma folha, ela dobra, se vira e entrega-lhe dizendo: - Obrigado, e adeus. Ele pega em silêncio o papel, como alguém que faz um favor. Ela caminha, sem olhar pra trás. Ele resolve ver do que se tratava a mensagem. Ele carrega muito mais arrogância do que ansiedade em si, e com isso desdobra o papel, e de repente fica pasmo... O papel está em branco, ele vira e revira a folha a procura de algo. Não haveria nada que pudesse ser escrito que lhe tocará, mas e não escrever nada... - Ei, volte aqui, você me entregou o papel errado... - Ei, esse papel está em branco, o que você queria dizer... Ei, ei! Ela continua caminhando até que desaparece da sua vista. Os pensamentos fluíam na sua cabeça com aquele papel em branco muito mais do que com qualquer outro texto que tivesse lido. A euforia e arrogância foi se transformando em culpa. Mentalmente ele estava se mutilando. Era um dia quente destes de verão e começava a chover. Mas antes da primeira gota de chuva tocar o chão, ele já estava inundado em suas lágrimas. [...] Trecho de "O poder do Silêncio (pessoas quietas possuem mentes barulhentas)"
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Daquele dia
Eu te falei que eu esperaria Uma hora nosso dia chegaria... Mas você não acreditou totalmente Foi no embalo dessa gente Desse povo que só mente. Mesmo estando às vezes na rotina A vida simples me anima, Simples, como Cora Coralina! Falei pra você, me chama Deixa disso de falar em fama Esquece o luxo que faz a cama Muito melhor a gente rolando na grama Se sujando de lama... Simples, sabe, sim sabe, como quando a gente ama.
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