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espelhodiversidade · 11 months
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Você sabe o que é "capacistismo"?
O capacitismo é uma forma de preconceito ou percepção contra pessoas com deficiência com base em suas habilidades ou diferenças independentes. É uma atitude ou crença que supervaloriza as capacidades físicas e mentais "normais" ou "padrão", enquanto menospreza, exclui e marginaliza aqueles que possuem alguma forma de deficiência. É acreditar que pessoas com deficiência são inferiores ou menos capazes. Esta forma de preconceito pode se manifestar de muitas formas, como estereotipos negativos, falta de acessibilidade, exclusão social, entre outros. Isso tudo pode levar à violação de direitos humanos além da precariedade de saúde mental que esses indivíduos sofrem diariamente com estas barreiras e desafios. A principal base do capacitismo é a suposição de que pessoas com deficiência são inferiores, defeituosas e indesejáveis. Essa crença é baseada em noções de “normalidade” e “anormalidade”, em estereótipos e generalizações simplistas que ignoram a diversidade de habilidades e experiências dentro da comunidade. É importante destacar que o capacitismo não está presente apenas em indivíduos, mas também está enraizado em instituições e estruturas sociais. Por exemplo, falta de acessibilidade em espaços públicos, transporte inadequado, ausência de serviços de apoio e oportunidades de emprego limitadas
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espelhodiversidade · 11 months
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Origem e desenvolvimento do conceito de intersecionalidade
O conceito de interseccionalidade foi apresentado pela primeira vez na década de 90, através da professora de direito Kimberlé Crenshaw com base no seu trabalho intitulado “Desmarginalizando a Interseção de Raça e Sexo: Uma Crítica Feminista Negra à Doutrina Antidiscriminação, Teoria Feminista e Políticas Antirracistas”, onde explorou e problematizou a lei de antidiscriminação nos Estados Unidos, que muitas vezes não ia de acordo com as reais experiências de uma mulher negra.
O termo “interseccionalidade” foi utilizado para descrever as sobreposições das opressões que existem e atravessam a trajetória de grupos minoritários, principalmente voltado para as mulheres negras. Como argumento, explicou que não é possível considerar a discriminação de uma forma isolada, mas que é necessário uma visão ampla que contemple todos os múltiplos sistemas de opressão, como raça, gênero, classe social e outras categorias de identidade, pois todos esses fatores geram uma forma única e complexa de opressão.
Qual a importância desse conceito na perspectiva feminista?
Existem diversos movimentos dentro do feminismo que buscam criar formas de mostrar a importância de reconhecer que as mulheres negras enfrentam diferentes formas de opressões, e vivenciam essas situações de uma perspectiva diferente do feminismo tradicional, que está acostumado a debater a experiência de mulheres brancas de classe média. Dessa forma, esse feminismo não seria capaz de abordar as lutas enfrentadas por mulheres de diferentes origens raciais, étnicas e sociais que são caracterizadas por uma maior vulnerabilidade e uma menor integração na sociedade como um todo. Nesse momento, o conceito de interseccionalidade surge como ponto de partida para criação de movimentos sociais que contemplem a complexidade dessas opressões.
Referência:
LOPES, Paula Helena; LAZARETTI, Alana; BUSSY,Fernanda. Em vistas da coligação: a interseccionalidade como ferramenta da luta anticapacitista, antirracista e antisexista. In: GESSER, Marivete; BLOCK, Pamela; MELLO, Anahi. Estudos da deficiência: interseccionalidade, anticapacitismo e emancipação social. Curitiba: Editora CRV, 2020.
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espelhodiversidade · 11 months
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Quais as dificuldades enfrentadas por pessoas iterseccionalizadas?
Interseccionalidade é um termo que nos ajuda a compreender melhor as desigualdades e a sobreposição de opressões e discriminações que existem em nossa sociedade como classe, de gênero, de raça/etnia e de orientação sexual, capacidade física, entre outras. Pessoas interseccionais enfrentam desafios únicos e complexos em suas vidas. Um dos problemas enfrentados por estas pessoas é a invisibilidade, pois os assuntos que afetam as pessoas interseccionais muitas vezes não são amplamente discutidos ou são negligenciados em discursos e políticas públicas (um exemplo disso é a pouca participação política das mulheres negras no Brasil.) levando a uma falta de representação adequada e a marginalização de suas experiências e tornando ainda mais desafiador combater a opressão e buscar a igualdade. O preconceito é outro desafio que pessoas interseccionais sofrem no seu cotidiano. Por exemplo, uma pessoa negra e transgênero pode enfrentar racismo, transfobia e sexismo ao mesmo tempo, o que resulta em múltiplas barreiras para acessar oportunidades, um risco enorme de sofrer violências e exclusão social. Além disso, muitas vezes espaços não são projetados para acolher as experiências diversas de pessoas interseccionais. Muitas instituições e estruturas sociais são baseadas em normas e padrões não levando em consideração a interseccionalidade. Um exemplo são escolas que não tem recursos e equipamentos adequados para alunos com deficiências. Fora a exclusão social e a falta de acessibilidade, isso pode consequentemente criar isolamento, e dificultar o acesso a espaços de poder e influência. A saúde mental também é uma preocupação significativa para pessoas interseccionais. A discriminação, bullying e violências podem levar ao desenvolvimento de problemas como ansiedade, depressão e trauma. A falta de representação e apoio profissional adequados dificultam a busca de cuidados e tratamentos que atendam às necessidades específicas dessas pessoas. A interseccionalidade é uma parte integral da luta por justiça social e é necessário reconhece-lá e valoriza-lá para enfrentar esses desafios, isso envolve ouvir e aprender com as vozes das pessoas interseccionais, desafiar os preconceitos e privilegiar as diversidades.
Referências:
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espelhodiversidade · 11 months
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Você conhece o termo "Interseccionalidade"?
A interseccionalidade é um conceito desenvolvido pela professora afro-americana kimberlé Crenshaw na década de 1980, para designar a interdependência das relações de poder de raça, sexo e classe. A interseccionalidade reconhece que as desigualdades sociais não podem ser compreendidas individualmente, mas sim em sua complexidade e interconexão. É a interação dos fatores sociais que atravessam uma pessoa, como gênero, etnia, raça, localização geográfica, idade, e outros agentes que combinados, geram determinadores sociais. Por exemplo, uma mulher negra pode enfrentar formas específicas de discriminação e opressão que não são experimentadas da mesma maneira por uma mulher branca ou por um homem negro. A interseccionalidade considera que as identidades e as experiências de uma pessoa não podem ser separadas umas das outras, mas estão entrelaçadas e se influenciam mutuamente. No estudo das desigualdades sociais, a interseccionalidade se torna uma ferramenta analítica que permite uma análise mais abrangente e precisa. Ela ajuda a compreender como diferentes sistemas de opressão e privilégio se entrelaçam e se fortalecem, afetando indivíduos e grupos de maneira única. Ao considerar as interseções entre identidades diferentes, podemos entender melhor como as desigualdades são construídas e como as pessoas são apoiadas de forma desproporcional devido a múltiplos fatores. A abordagem interseccional também destaca a importância de ouvir as vozes e experiências daqueles que estão nas margens, muitas vezes excluídos dos discursos dominantes. Ela nos encoraja a adotar uma perspectiva mais inclusiva e sensível às diversas formas de desigualdades sociais, buscando soluções que levem em conta as múltiplas dimensões da identidade e da opressão. Referencias (links): https://www.scielo.br/j/ts/a/LhNLNH6YJB5HVJ6vnGpLgHz/?format=pdf&lang=pt
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espelhodiversidade · 11 months
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Acessibilidade e inclusão
A criação de ambientes, produtos, serviços e tecnologias que podem ser usados por todas as pessoas, com diferentes habilidades e características é chamada de acessibilidade. Estas questões são fundamentais na sociedade contemporânea, pois buscam garantir que todas as pessoas tenham igualdade de oportunidades e acesso aos mesmos direitos e benefícios. Isso também implica na remoção de barreiras, físicas, comunicativas, tecnológicas e sociais que dificultam e impedem essa igualdade. Estes conceitos são especialmente relevantes quando se trata de pessoas com deficiência, mas também se aplicam a outros grupos, como idosos, pessoas com baixa alfabetização, mobilidade reduzida, etc. Já a inclusão é um dos princípios fundamentais, além da busca pela valorização, respeito e igualdade de oportunidade na sociedade, ela diz respeito à aceitação e valorização da diversidade humana, promovendo a participação ativa e integração de todos na sociedade. Contudo, em espaços públicos, edifícios, locais de trabalho, residências, transportes ainda é possível encontrar diversas barreiras físicas que dificultam a inclusão plena de pessoas com deficiência, como a acessibilidade arquitetônica pois muitos espaços públicos ainda são projetos de forma que não permitem acesso adequado para pessoas com deficiência, com escadas altas, falta de rampas, corredores estreitos, etc. A falta de acessibilidade nos em veículos, pois muitos sistemas de transportes públicos ainda não tem acessibilidade, sem possuir rampas, elevadores, falta de espaço ou assentos adequados. Outro ponto que precisamos destacar é a falta de acessibilidade digital, que se refere a criação de conteúdos, plataformas e tecnologias. A inclusão digital é fundamental para garantir que pessoas com deficiência tenham acesso igualitário à informação, serviços e oportunidades online. Um exemplo de acessibilidade digital é o design inclusivo, os desenvolvedores de sites, aplicativos e interfaces digitais devem considerar as necessidades de diferentes tipos de deficiências, como visual, auditiva, motora e cognitiva, envolvendo a ação de práticas de design garantindo que o conteúdo seja compreensível e utilizável por todos. Exemplo disso seriam legendas em vídeos, contraste adequado de cores, teclados virtuais adaptáveis, etc. Outro acessibilidade digital que tem importância é a tecnologia assistiva, que são ferramentas ou dispositivos que auxiliam pessoas com deficiência para interagir com computadores e dispositivos móveis, exemplo disso seriam leitores de tela e amplificadores de tela. Destacamos também, a educação inclusiva que busca garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade em ambientes escolares, independente de suas deficiências. Este é um processo que requer o envolvimento e comprometimento de toda comunidade escolar, visando que pais, estudantes, professores e a comunidade escolar trabalhem juntos para promover uma educação que valorize a diversidade e oportunidade iguais. Alguns exemplos da importância dessa educação são acessos igualitários, um ambiente acolhedor, adaptações curriculares, colaboração e apoio multidisciplinar, além da participação e interação social. Por fim, todas as pessoas têm direito à igualdade de oportunidades e a participação plena na sociedade, por isso a importância da acessibilidade e inclusão na sociedade. Essa é uma responsabilidade coletiva, governos, instituições e a sociedade em geral tem um papel fundamental para promoção de políticas, práticas e investimentos que garantem este direito. Em resumo, a acessibilidade e inclusão são aspectos indispensáveis para a construção de uma sociedade justa, e a conscientização e educação são essenciais para combater estereótipos e preconceitos.
Indicação de Livros: Inclusão: Construindo Uma Sociedade Para Todos, Romeu Kazumi Sassaki Neste livro, o assunto central é o tema da inclusão. O assistente social e consultor de reabilitação Romeu Kazumi Sassaki discute os conceitos inclusivistas, aborda a inclusão na escola, na saúde, no mercado de trabalho, nos esportes, nas artes e no turismo. O autor analisa o desenho universal para ambientes físicos e também as leis e políticas integracionistas e inclusivas. Cidades para Todos: Guia Prático de Acessibilidade Urbana, Helena Degreas O objetivo deste livro é apresentar uma introdução sobre os conceitos e habilidades práticas necessárias para fazer estudos e avaliações de impacto sobre acessibilidade urbana. Indicação de Filmes: "Extraordinário" (Wonder, 2017) Auggie Pullman é um garoto que nasceu com uma deformidade facial e precisou passar por 27 cirurgias plásticas. Aos 10 anos, ele finalmente começa a frequentar uma escola regular, como qualquer outra criança, pela primeira vez. No quinto ano, ele precisa se esforçar para conseguir se encaixar em sua nova realidade. "Mar Adentro" (Mar Adentro, 2004) Rámon sofreu um acidente que o deixou paralisado e preso a uma cama por boa parte de sua vida. Cansado, ele luta pelo direito de dar fim à sua existência e entra em conflito com a sociedade, a Igreja e sua família. Referências https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/198051/001099290.pdf?sequence=1 https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/45352/R%20-%20E%20-%20MARIA%20FERNANDA%20COSTA%20NOVAK.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://www.scielo.br/j/ci/a/gPYYvnFkpFYfJGmqpVgk8HF/?lang=pt
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espelhodiversidade · 11 months
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Afinal, o que é deficiência?
Por muito tempo, a interpretação da comunidade sobre o conceito de deficiência foi equivocada e restrita, sendo muitas vezes sinônimo de desvantagem biológica. Dessa maneira, diversos movimentos e lutas foram necessárias para que organizações da saúde utilizassem melhores e mais abrangentes definições, a fim de evitar maiores preconceitos e discriminações, além de abordarem aspectos de direitos humanos e abrir mão do enfoque em causalidades e em propostas curativas.
Diante dos fatos citados, a Classificação Internacional de Lesão, Deficiência e Handicap (ICIDH) foi revisada e estabelece a diferença entre termos que eram frequentemente confundidos, gerando preconceitos e mal-entendimentos entre profissionais. Sendo assim, as classificações foram, de forma breve e resumida: deficiência representando anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente; incapacidade como decorrência da deficiência e considerando restrições de habilidades “normais” para o ser humano; e desvantagem como consequência das duas últimas definições, que impede o desempenho de papéis sociais, de idade, gênero e culturais.
Para melhor compreensão, o Decreto 3298/99 define os tipos de deficiências e os dividem em cinco categorias (Brasil, 1999), sendo elas: física, que, de acordo com o estatuto da pessoa com deficiência, pode ser vista como qualquer alteração em uma parte do corpo que prejudique seu desempenho (Brasil, 2015); auditiva; visual; intelectual e múltipla. Os quatro últimos tipos citados, representam as deficiências congênitas, sendo presentes desde o nascimento do indivíduo (Mattos, 2015).
Levando os aspectos anteriores em consideração, nota-se a importância da conscientização e definição dos termos que envolvem a deficiência, principalmente como forma de maior compreensão, inclusão, reconhecimento e diminuição de atitudes discriminatórias. Com base nisso, é de suma relevância citar a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, mais conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, que garante condições de acessibilidade à educação e saúde e punições para discriminações e preconceitos contra essa população.
Referências
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espelhodiversidade · 11 months
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Transfobia e direitos humanos
Só em 2022, foram registradas 131 mortes de pessoas trans no Brasil. 65% dessas mortes foram motivadas por crimes de ódio. Além disso, foram contabilizadas 84 tentativas de homicídio. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) o Brasil é o país que mais mata pessoas transexuais no mundo. Esses dados foram tirados do “Dossiê dos Assassinatos e da Violência Contra Pessoas Trans Brasileiras (Antra), feito a partir de uma iniciativa civil, sem participação do governo. Ou seja, ainda não temos dados concretos que apontem quantas pessoas trans existem, de fato, no Brasil. Só em 2022, foram registradas 142 violações de Direitos Humanos de pessoas trans no Brasil (ANTRA, 2023). Desses registros, cerca de 90% ocorreram contra pessoas transfemininas. Diante do apagamento dessas pessoas outra face da transfobia se apresenta: a falta de acesso à direitos básicos de pessoas transexuais brasileiras, que enfrentam diversas violações como a recusa em reconhecer e emitir documentos que reflitam sua identidade de gênero, a negação do uso de seu nome social, a restrição de acesso a banheiros correspondentes à sua identidade de gênero, o cancelamento de corridas em aplicativos de transporte, violação ou violência sexual, humilhação em espaços públicos, negligência médica ou falta de socorro adequado, violações por agentes de segurança pública e demissões concedidas em sua identidade de gênero. Como medida para reduzir as negações de direitos às pessoas trans, precisamos primeiro incluir vozes dessas vivencias na política, para que as autoridades públicas reconheçam as demandas dessa população, além de garantir o acesso à saúde, educação e preparação para a inserção de pessoas trans no mercado de trabalho, promovendo políticas antidiscriminação para evitar que essas pessoas dependam da venda do sexo como meio de sobrevivência.
Referencias (links) https://antrabrasil.files.wordpress.com/2023/01/dossieantra2023.pdf
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espelhodiversidade · 11 months
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Relação entre saúde mental e pessoas trans
A saúde mental e o bem-estar das pessoas trans são questões extremamente importantes e que merecem atenção especial. Infelizmente, a discriminação e violência enfrentadas por essa população podem levar a uma série de problemas na saúde mental das pessoas transsexuais. Estudos indicam a ocorrência de depressão, ansiedade, transtornos alimentares, suicídio, abuso de substâncias psicoativas e comportamentos auto lesivos no cotidiano da população trans. A disforia de gênero (sensação de desconforto com o gênero atribuído ao nascimento) é um dos principais desafios enfrentados pelas pessoas trans. É importante que transexuais tenham acesso a tratamentos médicos e psicológicos adequados para ajudá-los a lidar com a disforia de gênero, vivendo de acordo com sua identidade de gênero e fazê-los entender que ter uma identidade de gênero diversa daquela que foi designada no nascimento não é um problema ou doença. Também, a discriminação, o preconceito e a violência que sofrem podem levar a sentimentos de isolamento, solidão e baixa autoestima. Esses sentimentos podem ocasionar em problemas de ansiedade e depressão que podem ser agravados. Uma pesquisa divulgada mostra que 60% dos homens e mulheres transexuais já pensaram em suicídio e pelo menos metade diz viver com depressão. Um dos motivos disso é a transfobia e a falta de acesso a serviços de saúde mental adequados e sensíveis às questões de gênero. Infelizmente, a falta de acesso a serviços de saúde mental é um problema comum enfrentado pelas pessoas trans. Muitos profissionais de saúde despreparados e a falta de informação com as questões específicas enfrentadas por essa população levam à falta de suporte e recursos. É importante que os profissionais de saúde sejam treinados para lidar com as questões de gênero e para oferecer suporte sensível e adequado às pessoas trans. Nesse sentido, a prática de psicólogos clínicos, por exemplo, deve proporcionar o acolhimento da pessoa trans que o(a) procuram, livre de julgamentos. Além disso, a implementação de leis antidiscriminação, promoção de programas educacionais inclusivos e a conscientização em todos os setores da sociedade são passos importantes para enfrentar as diversas formas de violência contra a população trans para o bem estar e a saúde mental das mesmas. Também a solidariedade e o apoio de pessoas aliadas são essenciais nesta luta, todos podem e devem se posicionar contra a discriminação.
Referências: Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero – CDGEN/PROAFE
https://online.unisc.br/seer/index.php/psi/article/download/17227/10585
https://crppr.org.br/janeirolilasclinica/
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espelhodiversidade · 11 months
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Conscientização sobre transsexualidade
Para falarmos sobre transsexualidade, devemos, primeiramente, compreender as diferenças entre sexo e gênero, além do significado de identidade de gênero. Diferente do sexo, que se refere às facticidades biológicas e anatômicas do corpo humano, o gênero está voltado a uma maneira de expressão e performatização. Segundo Butler (1993), o último se dá em atos intencionais, por meio de gestos e encenações cotidianas, que constroem a denominação de corpos masculinos e femininos. Como impacto, essas questões influenciam, através de papéis, normas e relações, a saúde de um indivíduo ao longo de sua vida, demonstrando a sua relevância na sociedade.
Tendo em vista os conceitos mencionados, pode-se possuir maior entendimento no que chamamos de identidade de gênero. As formas de expressão, a maneira de se enxergar no mundo e a autopercepção são aspectos que direcionam os indivíduos a se identificarem com um certo gênero, independentemente se está de acordo ou não com o que lhe foi atribuído em seu nascimento. Dessa maneira, o conceito em discussão aborda essa identificação, sensação e reconhecimento com o próprio gênero, e podem ser exemplificadas com os tipos: cisgênero (inidvíduo está de acordo com a atribuição dada ao nascer), transgênero (desacordo com o gênero atribuído ao nascer) e não-binário (não identificação com nenhum dos dois).
Ao falarmos sobre transsexualidade, uma das possibilidades de identidade de gênero citada anteriormente, é inevitável citarmos a ligação com o sofrimento e angústia vivido por indivíduos que passam pelos períodos de não reconhecimento e identificação, principalmente na infância e adolescência. Além disso, a auto aceitação e o ato de encarar e lidar com o desenvolvimento do corpo são fatores que dificultam mais ainda o processo de identidade. De acordo com Bento (2006), o indivíduo transexual apresenta uma “pluralidade de conflitos entre corpo, sexualidade e identidade de gênero, internos à experiência transexual”.
Diversos processos podem ser citados para auxiliar na transição de gênero, desde ações simples, como mudança de estilo visual (roupas, cortes de cabelo, uso de produtos cosméticos, atribuição de nome social, entre outros); intermediárias, como uso de hormônios, implantes e alterações de nome e gênero em registros civis; e mais complexas, podendo citar procedimentos cirúrgicos invasivos (vaginoplastia, neofaloplastia, mastectomia e histerectomia). Sendo assim, tais movimentos são importantes para a auto aceitação do indivíduo e para a promoção da sensação de pertencimento e identificação, além de um maior bem-estar e saúde mental.
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espelhodiversidade · 11 months
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Responsabilidade da branquitude na luta antiracista
A luta antirracista não deve ser vista apenas como uma responsabilidade das pessoas racializadas, mas também dos brancos que se beneficiam do sistema racista. A branquitude refere-se à posição de privilégio social e racial que os brancos ocupam em muitas sociedades, onde suas características físicas são consideradas a norma e as demais são frequentemente marginalizadas. Historicamente, as estruturas de poder em muitas sociedades foram construídas em torno da supremacia branca, ocorreram em desigualdades sistemáticas entre brancos e pessoas de cor. A branquitude tem uma grande importância na luta antirracista já que o sistema racista é sustentado em grande parte pelos privilégios e poderes que estão atribuidos aos individuos brancos, portanto esta mudança só pode ocorrer se os brancos reconhecerem e assumirem a responsabilidade pela sua posição de privilegios e trabalhar para acabar com estas estruturas racistas. Este conceito enfatiza o papel dos indivíduos brancos na busca pela igualdade racial e na desconstrução dos sistemas de privilégio e exclusão racial. A responsabilidade da branquitude na luta antirracista envolve reconhecer e confrontar o racismo estrutural e institucional que perpetua a desigualdade racial. Ela tem uma importância muito grande na luta por vários motivos, como a desconstrução de estereótipos e preconceitos, pois é uma das responsabilidades da branquitude, e isso envolve desafiar ideias preconcebidas e confrontar discursos racistas. A branquitude carrega muitos privilégios sociais e institucionais, a branquitude reconhecer e trabalhar para a desativação destes é essencial para a construção de uma sociedade mais igualitária. Com a branquitude lutando contra o racismo, conseguimos ter a amplificação das vozes de pessoas racializadas, pois como já dito indivíduos brancos têm acesso a espaços que são negados às pessoas racionalizadas, portanto é fundamental usar este acesso para amplificar histórias e experiências de comunidades marginalizadas. Por fim, destacamos que a branquitude não implica em falar no nome de pessoas negras, mas sim em ser um aliado ativo na luta pela justiça racial, reconhecendo que o racismo é uma questão que requer o engajamento de todos para a superação. É importante entender que este é um processo contínuo de aprendizado, autocrítica e ação, pois esta luta exige um compromisso constante e disposição para enfrentar desconfortos e desafios pessoais para a busca de uma sociedade mais justa
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espelhodiversidade · 11 months
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Qual a cor da psicologia no Brasil?
Levando em consideração o atual cenário da psicologia brasileira, podemos notar que os profissionais da área são majoritariamente brancos. Isso se dá por conta da colonização europeia, que trouxe a ideia de que o colonizador é a referência no quesito inteligência, o que deixou que tomassem a frente nos estudos sobre artes, filosofia e políticas de todo o mundo; isso se tornando um problema pois essa versão universalizada acaba enfraquecendo diversas formas de culturas e conhecimentos locais. Dentro das grades curriculares, grande parte dos estudos é focado em autores brancos, principalmente homens. É inegável que esses autores contribuíram de forma extremamente relevante para o desenvolvimento da psicologia, mas a partir do momento que exercemos uma psicologia voltada para essa visão eurocêntrica, deixamos de enxergar as necessidades e tratar de uma forma adequada mais de 50% da população brasileira, que é formada por pessoas negras. Em um país antinegro, atravessado pelo racismo estrutural e marcado por políticas que vão em busca de um embranquecimento da sociedade, a psicologia preta surgiu como forma de resgatar a cultura, dignidade, saúde mental e de levar as pessoas a buscar meios de se reconectar com o real sentimento de ser um indivíduo negro. Essa prática dentro da psicologia clínica é formada de pessoas negras para pessoas negras, tendo como conceito fundamental a ideia de “pulsão palmarina” desenvolvida por Nobles, onde descreve o desejo de ser africano e livre. Os abusos causados pelo racismo resultam em diversos efeitos sobre os corpos negros, sendo esses o principal ponto de atuação da psicologia preta. Culpa pela condição socioeconômica, vergonha, auto-ódio e culpa são apenas algumas das consequências deste tipo de violência. Segundo Lucas Motta Veiga, esses sentimentos juntamente com a sensação de rejeição, inferioridade e não pertencimento fazem parte de um chamado “efeito diáspora” que fala justamente sobre a dificuldade se não ser acolhido nas dinâmicas e padrões sociais. Diante disso, percebemos que a psicologia preta tem papel fundamental na auto aceitação e no desenvolvimento do amor próprio. De acordo com Veiga (2018) é preciso “perfurar a branquitude com os ossos da fratura exposta que o racismo produziu em nós e ver o sangue branco se misturar ao nosso sangue negro até que ambos fiquem vermelhos. Até que possamos, verdadeiramente, caminhar juntos, em pé de igualdade”.
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espelhodiversidade · 11 months
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Formas de manifestação do privilégio branco
Branquitude é um conceito que se refere à construção social e cultural da identidade branca e privilégios associados a ela, incluindo aquelas com histórico de colonialismo e escravidão. Refere-se à forma como a identidade branca é valorizada e posicionadas como a norma em muitas sociedades, se baseando em uma ideia de que pessoas brancas são o grupo de referência, enquanto outros grupos raciais são frequentemente marginalizados. A branquitude confere privilégios sociais, políticos e biológicos e estes, são perpetuados por meio de várias maneiras e controles na sociedade, como: Privilégios sociais, que estão relacionados à branquitude pois são enraizados na estrutura social e normas culturais. Como já dito, a branquitude é considerada como um padrão em termos de cultura, valores, comportamento social, isso resulta em maior visibilidade e reconhecimento para pessoas brancas em muitas áreas, enquanto outras raças são sub-representadas ou estereotipadas. Essa representação desigual reforça a noção de que a branquitude é mais valorizada. Os privilégios políticos associados à branquitude são resultado de estruturas e instituições que historicamente favoreceram pessoas brancas. Hoje, leis e práticas governadas muitas vezes refletem perspectivas brancas, tornando nítida a desigualdade racial. Já os privilégios biológicos são baseados em estereótipos e ideias falsas de superioridade racial, pois no passado teorias pseudocientíficas sustentavam a crença de que pessoas brancas eram biologicamente superiores a pessoas de outras raças. Essas ideias não são mais defendidas pela ciência, contudo os resquícios desses estereótipos ainda estão presentes na sociedade.
É importante reconhecer que a discussão sobre a branquitude não é uma acusação individual contra pessoas brancas, mas uma análise crítica das estruturas sociais que perpetuam a desigualdade racial, pois como vimos estes privilégios estão enraizados em estruturas sociais, como escolas e empresas que muitas vezes favorecem pessoas brancas, e comportamentos individuais como preconceito, que sustentam e reproduzem a branquitude.
Recomendação de livro: pacto da branquitude, Cida Bento. Neste livro, Cida Bento denuncia e questiona a universalidade da branquitude e suas consequências nocivas para qualquer alteração substantiva na hierarquia das relações sociais.
Recomendação de filme: Eu não sou negro, documentário sobre os frutos da branquitude. A obra traça a história racial conflituosa em território americano a partir dos assassinatos de três dos principais líderes negros da história: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King, todos "mortos com menos de 40 anos" em um intervalo de apenas cinco anos (Evers, em 1963; X, em 1965; King, em 1968).
Referências: https://www.ufrgs.br/ciencia/branquitude-privilegio-branco-e-a-raiz-do-preconceito-racial/
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espelhodiversidade · 11 months
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Como a população LGBTQIAPNB+ é representada?
Atualmente, é muito debatida a forma como o público LGBTQIAPNB+, suas lutas e realidades são retratados nas mídias de uma forma geral. Mesmo que a representação impacte positivamente na aceitação e diminuição do preconceito com esse público, é nítido como seguem sendo sub-representados ou apresentados de uma forma estereotipada e pouco compatível com a realidade.
Quando pensamos em personagens e figuras LGBTQIAPNB+ que estão expostas na mídias, grande parte delas carregam grandes estereótipos; gays de forma afeminada e extravagantes, mulheres lésbicas como masculinas ou agressivas, e mulheres trans como objeto de repulsa ou como criaturas aberrativas.
Isso traz à tona questionamentos como: Será que realmente existe representatividade dentro deste cenário? Quantos indivíduos LGBTQIAPNB+ participaram da criação de roteiro ou estão atuando nesses papéis? Como esse público gostaria de ser representado?
Essas perguntas nos fazem refetir sobre as mudanças que precisam ser feitas nessa perspectivas, já que é visível que países com menos representações, sendo na mídia ou em publicidade, apresentam maior experiência com a discriminação e preconceito.
Cinema e representatividade
Mesmo com a pressuposta aceitação dos grandes monopólios cinematográficos, é indiscutível que o público LGBTQIAPNB+ sempre foi tratado como motivo de chacota, servindo de escape cômico ou se resumindo a personagens rasos, que vem se transformando em representações reais há poucos anos.
Um dos piores momentos para esse público dentro da perspectiva cinematográfica foi na década de 1980, onde a pandemia da AIDS e a infundada associação à comunidade queer, trouxe diversos boicotes aos filmes e séries com essa temática, levando a porcentagem já baixa, a reduzir radicalmente.
Nos últimos anos, é notável o aumento significativo de filmes, séries, músicas e outras diversas manifestações midiáticas relacionadas ao movimento que são apresentados de uma forma positiva. Com isso, reforça-se a importância de seguirmos buscando abrir cada vez mais espaço para esse tipo de conteúdo e também de consumi-los e compartilharmos para que se tornem cada vez mais visíveis.
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espelhodiversidade · 11 months
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Conheça os direitos da comunidade LGBTQIAPNB+
A luta pelos direitos da comunidade LGBTQIAPNB+ foi e continua sendo muito dura e sofrida, entretanto, muitos avanços podem ser visualizados e desfrutados hoje em dia. Tais avanços só puderam ser alcançados devido aos diversos movimentos sociais realizados ao longo da história, como a Rebelião de Stonewall, o surgimento de organizações ativistas (por exemplo, a Frente de Libertação Gay e a Aliança de Ativistas Gays), as marchas (como a Marcha do Dia da Libertação e Parada do Orgulho LGBTQIA+), entre outros.
De acordo com Souza (1991), os movimentos sociais são “formas de enfrentamento das contradições sociais que se expressam em reações coletivas a algo que se apresenta como bloqueio ou afronta aos interesses e às necessidades coletivas de determinado grupo social”. Exemplificando, a Rebelião de Stonewall foi caracterizada pela resistência contra a violência policial aos homossexuais e a favor dos direitos da comunidade gay; um ano após esse acontecimento, é realizada a primeira parada de orgulho gay, em Nova York. Diante disso, marchas, protestos e eventos, principalmente focados na visibilidade e luta por direitos, começam a tornar-se frequentes pelo mundo todo; pode-se citar também a primeira Parada do Orgulho LGBTQIA+ no Brasil, que reuniu milhares de pessoas e que, hoje em dia, leva milhões de pessoas às ruas.
Tendo em vista os fatos mencionados, conclui-se que foi demandado muito esforço da comunidade LGBTQIAPNB+ para alcançar o mínimo de respeito e condições básicas que promovam saúde e bem-estar para todos os indivíduos envolvidos. Dessa maneira, torna-se relevante a apresentação de algumas conquistas, tais como: a retirada da classificação de homossexualidade como doença, pela OMS, em 1990; o reconhecimento do direito de união estável entre pessoas do mesmo sexo, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2011; o direito ao uso do nome social de pessoas travestis e transexuais, em 2016; a criminalização da LGBTQIAPNBfobia, em 2019; a declaração de institucionalidade sobre a regra de proibição de doação de sangue por homens gays, pelo STF, em 2020.
Frente a isso, a Organização das Nações Unidas (ONU), como forma de conscientização e responsabilidade mundial com as diversidades, publicou em 2012 um guia com diretrizes para a proteção dos direitos humanos LGBTQIAPNB+, na cartilha sobre orientação sexual e identidade de gênero no direito internacional dos direitos humanos. Em suma, percebe-se a importância da representatividade, união, visibilidade e resistência na luta pelos direitos da comunidade, devendo vir de todas as pessoas, países e organizações.
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espelhodiversidade · 11 months
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Quais são os problemas relacionados à saúde mental que a população LGBTQIAPNB+ enfrenta?
Os desafios da saúde mental enfrentados pelas pessoas LGBT são uma realidade que merece atenção e cuidado. A comunidade LGBT muitas vezes enfrenta uma série de obstáculos que podem afetar sua saúde mental de maneira significativa.
Um dos principais desafios é a discriminação e o preconceito que essas pessoas enfrentam em suas vidas diárias. A intolerância social, o estigma e a violência são fatores que podem gerar ansiedade, depressão e isolamento, prejudicando sua saúde mental.
Além disso, muitos indivíduos LGBT também enfrentam dificuldades no ambiente familiar. O medo de ser rejeitado por seus entes queridos pode levar a sentimentos de solidão, baixa autoestima e angústia emocional, o que pode afetar negativamente sua saúde mental.
Outro desafio importante é a falta de acesso a serviços de saúde mental adequados. Muitas vezes, profissionais de saúde não estão preparados para lidar com as questões específicas enfrentadas pela comunidade LGBT, o que pode resultar em uma falta de compreensão e apoio adequado.
A falta de representatividade também é um fator que contribui para os desafios enfrentados pelas pessoas LGBT. A ausência de modelos positivos na mídia e na sociedade pode levar a uma sensação de invisibilidade e falta de pertencimento, aumentando o risco de problemas de saúde mental.
Diante desses desafios, é fundamental que a sociedade como um todo se mobilize para promover a inclusão e o respeito. É necessário investir na educação e conscientização para combater o preconceito e a discriminação, além de garantir o acesso a serviços de saúde mental de qualidade, que sejam sensíveis às necessidades da comunidade LGBT.
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espelhodiversidade · 11 months
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A violência de gênero em diferentes contextos
A violência de gênero é uma expressão da desigualdade de gênero e da assimetria das relações sociais de poder existentes que abrange uma ampla gama de comportamentos violentos, incluindo violência doméstica, agressão sexual, assédio, exploração e feminicídio. No Brasil, essa forma de violência ainda segue sendo naturalizada na sociedade atual. Todos os dias, mulheres brasileiras sofrem algum tipo de violência de gênero dentro e fora do lar. Segundo o 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, entre 2020 e 2021, 2.695 mulheres sofreram feminicídio – 1.354 em 2020 e 1.351 em 2021. Essa violência ocorre em todas as faixas etárias, com predominância das mortes ao longo da sua vida reprodutiva. A questão racial também atravessa os dados: 62% das vítimas são negras, seguido por 37,5% vítimas de cor branca. Para que possamos compreender melhor como a violência de gênero afeta um país tão diverso, devemos levar em consideração as interseccionalidades que atravessam essa questão, como a sexualidade, a raça, a escolaridade, o território, a religião, a economia, entre outros fatores que são determinantes para entender como a violência se dá em diferentes espaços. No Brasil, a grande maioria das vítimas de violência de gênero são mulheres negras, que por sua vez, são mais expostas a outros fatores geradores de violência, como as desigualdades socioeconômicas, a intolerância religiosa, e o racismo, que é determinante no desfecho da violência contra a mulher no país. Conforme a segunda edição do informativo “Mulheres Amazônidas”, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), a violência de gênero também se faz presente no contexto de exploração mineral no sudeste do Pará, por meio de ameaças, intimidações e feminicídio. Segundo o informativo, na grande maioria dos casos, as vítimas são negras e indígenas, que permanecem em seus territórios, liderando as disputas políticas locais em defesa de suas terras. Ainda temos o prisma da violência contra as mulheres que vivem no campo. No documentário “Sozinhas” o Diário Catarinense mostra a realidade de mulheres que moram em áreas rurais de Santa Catarina, onde a violência doméstica é invisibilizada pelo isolamento geográfico, falta de acesso às informações, meios de comunicação e serviços públicos. Devemos pensar em políticas públicas fortes, consistentes e que abranjam todas as questões que atravessam a violência de gênero. É necessário compreender que para que haja mudança, devemos desenvolver ações que compreendam a vulnerabilidade social e econômica de mulheres de diferentes raças, etnias e classes, em diferentes territórios e com diferentes culturas. Tornar esse conhecimento de fácil acesso, possibilitando que a informação saia dos polos urbanos e cheguem até as casas das mulheres que vivem em áreas rurais.
Referências (links): https://www.naosecale.ms.gov.br/mulheres-em-situacao-de-violencia-numeros-avancos-e-desafios/ https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2022/07/09-anuario-2022-medidas-protetivas-de-urgencia-e-o-principio-da-vedacao-a-protecao-insuficiente-uma-questao-de-eficacia-dos-direitos-fundamentais-da-mulher.pdf https://www.inesc.org.br/wp-content/uploads/2023/06/INESC-MulheresAm-informativo2-v4-1.pdf https://www.youtube.com/watch?v=XEuJ9XT2yX
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espelhodiversidade · 11 months
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Importância da educação e da psicologia no combate a violência de gênero
Sabemos que a violência de gênero é um problema social complexo, e embora também possa afetar os homens, afeta desproporcionalmente as mulheres. A violência de gênero se refere a qualquer ato de violência ou discriminação baseada no gênero de uma pessoa, resultando em papéis e relações de poder desiguais entre homens e mulheres na sociedade. Como a educação e a Psicologia podem atuar nesse cenário? A educação e a psicologia dispõem de papéis fundamentais na prevenção desta violência, pois ambas fornecem abordagens e ferramentas que podem auxiliar na promoção de uma sociedade mais respeitosa, igualitária e livre de violência. A educação tem um papel crucial na transformação de atitudes e comportamentos, ela tem a capacidade de moldar as crenças desde a infância. Ao promover uma educação baseada na igualdade de gênero, respeito mútuo, empatia e compreensão, é possível desconstruir estereótipos e preconceitos e prevenir a violência de gênero, além de promover respeito mútuo entre os sexos. Essa educação pode abordar questões como consentimento, relacionamentos saudáveis, direitos humanos, pode ensinar sobre desenvolvimento de habilidades sociais, como a empatia, comunicação não violenta e resolução de conflitos. Ao incluir estes conteúdos em seu repertório, ajuda na criação de uma consciência coletiva sobre a importância do respeito e da não-violência. Já a Psicologia desempenha um papel complementar importante na prevenção da violência de gênero, pois ajuda a entender os fatores individuais e sociais que criaram para este tipo de violência. Pode exercer um papel na conscientização e educação sobre a violência de gênero, seus diferentes tipos, fatores de risco e consequência, isso inclui fornecer informações sobre relacionamentos saudáveis, respeito mútuo, igualdade de gênero, consentimento e modelos positivos de comportamento. Os profissionais da psicologia podem trabalhar na identificação e tratamento de traumas relacionados à violência de gênero, podendo traçar estratégias de intervenção e prevenção, tanto em nível individual quanto comunitário. Em resumo, a educação e a psicologia são ferramentas essenciais na prevenção da violência de gênero. Através de uma educação baseada na igualdade e do suporte psicológico adequado, é possível promover uma cultura de respeito, empatia e igualdade, confiante para a prevenção e redução da violência de gênero em nossa sociedade. Além disso, a psicologia e a educação funcionam em conjunto para fornecer apoio às vítimas de violência de gênero. Profissionais de saúde mental e cuidadores desempenham um papel crucial no apoio emocional e encaminhamento das vítimas para serviços especializados, a fim de sofrer tratamentos que visam ajudar as vítimas a se recuperarem do trauma. A prevenção da violência de gênero requer uma abordagem multidisciplinar, que precisa do envolvimento e participação do governo, organizações não governamentais, instituições sociais e a sociedade como um todo. Ao combinar conhecimentos e práticas da psicologia e da educação, é possível criar um ambiente mais seguro, igualitário e livre de violência, promovendo uma cultura de respeito, empatia e igualdade.
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