Tumgik
educascience-blog · 8 years
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Resenhas filosóficas #2
Arché: O início de tudo parte II Se realmente importa saber o passado, como assumimos que importa no primeiro diálogo,    há então a necessidade de se distinguir aquilo que realmente existiu , daquilo que algumas mentes por razões próprias disseram que existiu.E como faremos isso? Separar o joio do trigo de modo a saber o que é verdade e o que é ficção? A ciência tem a resposta!Saberemos agora , pelas palavras de Clóvis como isso se dá: - Veja bem Newton (explica Clóvis) não me sinto ofendido pelas tuas palavras!- E nem deveria – exclamava Newton- não as disse para lhe ofender, apenas acredito que vocês das humanas dão importância demais as coisas que não importam.                                                         O Mundo é matemático! As leis que regem o universo são todas físicas.Tudo pode ser explicado pela lógica dos números. A complexidade lógico-matemática que se faz presente em cada átomo do universo é a verdadeira beleza da vida! Tudo é perfeito e não há margens para devaneios ou interpretações, a matemática é a verdade da vida, é a chave de compreensão para o todo. Diante disso o que sobra para ser compreendido? Ao meu ver são realmente inúteis os esforços das ciências humanas ( que nem deveriam se denominarem ciência) em compreender aquilo que realmente não tem importância. Picuinhas políticas, direitos sociais, filosofias e blábláblás... O mundo é matemático Clóvis, junte-se a nós ainda há tempo. Os dois gargalharam por um momento. Era obvio que Newton discursou em tom de brincadeira, como quem quisesse provocar Clóvis. Mas como aprendemos com Freud, esses chistes no fundo carregam crenças realmente enraizadas, toda brincadeira tem consigo seu fundo de verdade!-Meu caro- dizia Clóvis com a calma que lhe era peculiar- compreendo seu ponto de vista, mas penso que você só está olhando para uma árvore ao invés de ver a floresta inteira! De fato o conhecimento químico e  matemático e as leis da física libertaram o homem das algemas da ignorância, da escuridão intelectual e do medo, e o projetaram até o universo na busca por respostas; nos trouxe lazer, conforto e segurança. Proporcionou-nos capacidade de enxergar além do que os nossos olhos podem ver e ainda estamos apenas no começo de uma longa era de descobertas científicas. Entretanto eu lhe pergunto: A quem serve esse propósito? Quem se vale de todo esse conhecimento matemático? Mais ainda, quem detêm toda a riqueza material do mundo, e a usa como combustível para fomentar nos pesquisadores o desejo por novas descobertas científicas, financiando o desenvolvimento tecnológico para servir aos interesses gananciosos dos que buscam por lucro e poder? Que sentido faria a matemática não houvesse uma mente humana capaz de decifrar seus códigos e usá-los de tão diferentes modos como construir uma bomba atômica ou um aparelho capaz de detectar uma doença a tempo de salvar uma vida? Que importância teria toda a física não fosse para prover ao homem condições favoráveis para o seu desenvolvimento nesse planeta , que evolui e se aprimora com o passar das idades? Apesar de toda a importância das ciências exatas, elas são usadas para servirem aos interesses dos homens que as usam afim de usá-las de acordo com seus próprios desejos egoístas na busca pelo lucro, ou de usá-las segundo suas próprias conveniências e assim o fazem. Caso haja divergências financeiras e econômicas entre duas grandes potências que por ganancia e poder estejam prestes a entrar em guerra o que você faria para salvar os milhares de inocentes sujeitos a serem mortos por esse conflito? Daria números para se defenderem? – os dois riram-  Quem decide o destino do mundo e dos homens são os próprios homens, que estabelecem entre eles acordos de convivência e regras sociais ( que nada tem haver com matemática) para decidir os rumos da sociedade. Tais comportamentos, raciocínios, ambições e desejos podem até certo ponto serem explicados pela antropologia e sociologia, sendo a psicologia a grande arma científica capaz de decifrar a níveis genéticos, psíquicos , ontogênicos e filogênicos esses códigos de condutas comportamentais que regem os homens. Através da história podemos rastrear eventos que se repetem e observar as relações humanas  que no passado, foram cruciais para determinar o sucesso ou o fracasso de uma civilização e com isso evitar erros políticos , podendo aprender com os antepassados garantindo assim um futuro promissor aos descendentes. A filosofia nos permite entender como chegamos até aqui através das grandes idéias dos grandes pensadores. Ela que é a mãe de todas as ciências e sempre será, é quem nos leva a razão e ajuda a interpretar os fatos ocorridos na história da evolução humana. Todas essas (ciências humanas ) são de todo importantes porque entender o homem, decifrar seu pensamento é prever o seu comportamento e é mudando o homem que se muda o mundo. É nítida e obvia a fundamental importância das exatas para a humanidade, mas sozinhas, quero dizer , sem um pensamento ideológico que as controlem não são capazes de nada. Serão sempre dependentes das vontades humanas e passíveis de suas interpretações. As exatas servem aos humanos e não ao contrário! Não somos robôs para sermos decifrados com fórmulas matemáticas, antes somos humanos, demasiadamente humanos e somente as humanas são capazes de fornecer explicações científicas suficientes para podermos interpretar e modificar o nosso comportamento. Sempre haverão reis ou presidentes , líderes, sócios, professores, educadores e pais, e as relações estabelecidas entre eles e suas nações, povos e filhos, sempre serão relações humanas. Por mais que se possa usar dados, cálculos probabilísticos e estatísticos estes sempre serão passíveis das interpretações humanas. Entender o homem enquanto indivíduo pertencente a uma sociedade, como um ser holístico, servo de seus desejos e paixões, modificar o seu comportamento e esculpi-lo ao longo das idades espiritualizando-o e o aperfeiçoando para que hajam no futuro tempos de paz, igualdade, harmonia e justiça parece a mais  nobre de todas as missões. Missão essa que parece ter sido confiada ao cargo das humanas e que claro, seria impossível sem a a ajuda de suas irmãs : as exatas.Não menospreze a grandeza das ciências humanas Newton. É da natureza humana venerar novas descobertas e por conta de tanta admiração se deixam levar pelas emoções da nova descoberta seja ela cientifica, filosófica ou espiritual e caem no erro de tentar explicar tudo o que existe a partir de tais conjecturas que tiveram suas teorias como que colocadas num altar e adoradas pela comunidade acadêmica, mas passado o momento eufórico  deve-se perceber que cada nova descoberta é apenas uma pequena parte nesse mosaico gigantesco que é a verdade do conhecimento universal. Todas as partes formam um todo mas nenhuma parte isolada é o todo, e o todo sempre será maior do que a soma das partes. Existem muitas teorias, muitas abordagens diferentes que tentam explicar as verdades universais. Tantas quantas não se pode contar. Em que acreditar? Como saber que uma teoria é verdadeira em detrimento da outra? Como podemos garantir que estão as ciências exatas ou humanas certas e as antigas ou novas religiões erradas? Do mesmo modo como as ciências exatas exigem precisão, verificação, comprobabilidade e resultados absolutos  observáveis e aplicáveis, responder as questões acima não foi tarefa fácil! Desde os antigos gregos , aqueles filósofos pré-socráticos como Diógenes de Apolônia, que formularam o conceito de Arché e se questionaram sobre o princípio de todas as coisas, o homem se engajou na missão de responder aos principais questionamentos presentes que como cães inquietos perturbavam a mente. De lá para cá muito se descobriu , e o método até aqui mais eficiente para se chegar a uma conclusão aceitável em detrimento de um pensamento que foi descartado é o método científico que com todo o seu rigor, verifica , testa, repete e prova os resultados obtidos antes de o aceitarem como verdade. Mesmo que a ciência ainda não tenha resposta pra tudo, as que tem já são suficientes para no mínimo sabermos que estamos no caminho certo e se não estivermos a verdade se revelará, sempre a luz da ciência, seja ela exata, humana ou biológica, todas para serem chamadas de ciência necessitam dos mesmos critérios e portanto devem ser igualmente respeitadas. E por falar em Arché, devemos muito aos gregos pois graças aos seus questionamentos filosóficos chegamos até aqui, e no fim eles tinham razão, o Arché, o inicio de tudo e a unidade essencial de tudo que existe ( que hoje conhecemos como átomo) foi o conceito percursor do que hoje conhecemos como ciência. Não fosse os esforços que as ciências humanas vem fazendo para recuperar a sabedoria dos antigos meu caro, a honra e glória das modernas invenções seriam injustamente aferidas aos homens modernos, o que seria uma lástima! Newton balançou a cabeça positivamente, olhou o relógio, colocou as mãos sobre os joelhos e quando já estava a se levantar Clóvis propôs um brinde:- Um brinde a Arché, um brinde a ciência!Newton encheu seu copo de uísque, e após alguns minutos se despediu de Clóvis prometendo voltar para mais uma resenha filosófica.Foi dessa forma que Newton passou a se interessar por filosofia, política, sociologia e psicologia. Apesar de sua brilhante mente matemática lidar naturalmente com números ainda tinha dificuldades em lidar com esses assuntos.Como vimos , um meio de separarmos o que é verdade daquilo que é ficção é de fato o método científico, que em sua incessante luta para descobrir a verdade é o único que demonstra a veracidade daquilo que foi aceito de modo claro, sem truques, sem amálgamas, sem estratagemas com o único e fiel compromisso de esclarecer a verdade ainda que tenha que refutar teses aceitas universalmente como verdades, e para isso se requer muita coragem.O que a ciência não puder responder, cabe ao amor, a espiritualidade e a experiência pessoal de fé lidar. E assim, vamos construindo o caminho que nos levará a uma evolução eficaz e saudável em busca da perfeição. Separando os mitos das verdades, libertando o homem do medo e da ignorância, amando e evoluindo através dos valores supremos que aceitamos como primordiais para o bom convívio em sociedade. Bom, esse foi o início dos encontros entre Newton e Clóvis, e muitos personagens se juntarão a eles nessa jornada, então, vamos aguardar ansiosos os próximos capítulos das nossas resenhas filosóficas.
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educascience-blog · 8 years
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Não é o que a mente é, o que realmente importa, mas antes o que ela está tentando ser
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educascience-blog · 8 years
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A verdadeira liberdade , é fruto do controle de si próprio
o livro de Urântia
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educascience-blog · 8 years
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Saiba como realizar o teste de maneira simples usando apenas limão, cotonete e uma linha ou barbante....
http://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-36635817#share-tools
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educascience-blog · 8 years
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Is fun, is real, is our brain....
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educascience-blog · 8 years
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Resenhas filosóficas #1
Arché : o início de tudo
 E o que me interessa saber o início de tudo? – Indagava Newton- O que passou passou e não volta!
Temos é que saber daqui pra frente, o passado está morto e tanto faz, nem existe mais!
O que existe é o futuro Clóvis, o futuro, e é pra isso que estou trabalhando!
Newton e Clóvis sempre debatiam sobre política, religião, ciência e sociedade; Newton é um excelente físico que herdou esse nome de seus pais em homenagem ao célebre Isaac Newton, e Clóvis um grande sociólogo, cientista político e professor de Antropologia da Universidade Federal de São Paulo.
Sempre que se encontram debatem temas da atualidade enquanto bebem um uísque, às vezes cerveja, ora na casa de Newton ora na casa de Clóvis.
Apelidavam seus encontros de resenhas filosóficas (apesar do pouco interesse de Newton sobre filosofia)
Estaria Newton errado ao afirmar que o passado não é importante?
Ora, vamos analisar desse ponto de vista:
“A vida é como um rio seguindo seu fluxo” Segundo Heráclito: “Não se pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, as águas sempre serão outras...”
O que passou passou e tudo o que podemos fazer é ser , e ser é agora, pois só existe o agora, só existe o momento presente  e o que seremos no futuro depende do que estamos fazendo agora.
Se o passado foi assim ou assado ou deixou de ser, que importância tem isso se é agora que podemos escrever a história tendo inclusive a possibilidade de rejeitar, modificar ou ignorar tudo o que já está no passado e não existe mais?
Parece um tanto tentador essa proposta não? Ignorar a existência do passado e se lançar rumo a um futuro cheio de possibilidades podendo moldá-lo conforme nosso interesse, descobrindo as coisas daqui por diante e olhando pra frente sem perder tempo nos questionando sobre como, quando e por que eram e foram todas as coisas.
Por que então perdem tanto tempo os historiadores, filósofos, cientistas e religiosos correndo atrás daquilo que não pode mais ser mudado, daquilo que já passou?
Por que as pessoas procuram psicólogos buscando entender o próprio passado, quando só o que importa é o futuro?
O futuro assim como o passado não existe, mas é certo que virá, temos provas disso a cada segundo que precede o anterior, e sabendo disso podemos fazer dele o que quisermos conquanto que o passado só pode ser modificado nas histórias contadas sobre ele (E aliás é isso o que mais tem sido sido feito das escolas ás igrejas)
Que importância enfim tem o passado diante do grandioso futuro que nos espera?
Esse modo de pensar é apenas um lado da moeda, não, ainda mais, é apenas uma fração do mosaico da lógica sobre as coisas!
Claro que num debate sério, científico, filosófico e racional tais questões dificilmente seriam levantadas diante da superficialidade que apresentam.
Entretanto julguei que seria relevante colocá-las aqui de modo exemplificativo para poder ressaltar a tremenda importância que tem a historia, a filosofia e as ciências que estudam as causas e os fenômenos que deram origem a todas as coisas, as antigas civilizações, grandes pensadores do passado e inclusive a própria historia de vida do individuo enquanto sujeito pertencente a uma sociedade.
Neste blog trataremos de muitas questões relativas à educação, ciência, espiritualidade, política e sociedade; e refletiremos sobre o ser humano, seu comportamento e sua psique. Mas para qualquer direção que venhamos a tomar é necessário termos um ponto de partida.
Se você estiver indo para algum lugar, mas não souber de onde veio, poderá caminhar em círculos e terminando no mesmo ponto onde começou.
Um indivíduo que porventura fizer uma terapia que o estimula a ignorar o seu passado focando apenas no agora e em diante, sempre será atormentado por seus sonhos, por cobranças, por fatos e pessoas que sempre estarão ali para fazê-lo lembrar de algo que não poderá esquecer: De onde veio, quem ele foi, o que fez e o que não fez!
Claro que muitas vezes é importante se desvencilhar do passado e seguir em frente, sendo e se transformando a cada instante. Mas primeiro é preciso enfrentar o passado e dominá-lo, e não ignorá-lo ou fugir dele.
Conhecer o passado implica em saber da onde veio; a sociedade, os costumes, a cultura, as leis, as crenças, os dogmas, a moral etc. E isso nos possibilita questionar se todas essas coisas ainda têm espaço no mundo em que vivemos hoje, se tem utilidade pública e se podem contribuir para a evolução rumo a qual estamos caminhando.
Conhecer o passado não nos deixa cometer os mesmos erros outrora cometidos, ganhar tempo e utilizá-lo de forma a contribuir para o progresso cientifico, cultural, espiritual e social. Conhecer o passado nos possibilita construir um futuro mais justo. Permite-nos liberdade. Permite-nos amadurecer, aprender a viver e sentir alegria ao recordar. Permite-nos saber como será e porque será. Aprender sobre o passado nos faz olhar com ternura para nossos ancestrais e aprender a não julgar, pois tudo o que fizeram o fizeram por amor, por ideais que julgavam ser verdadeiros, por falta de controle emocional ou por ignorância, mas fizeram o melhor que podiam para nos deixar o legado que temos hoje. Conhecer o passado nos faz ter a certeza sobre o futuro e saber que a evolução pode ser lenta, mas é extremamente eficaz!
Ah Newton, pena que você não terá paciência para entender tudo isso. Mas tenho a impressão de que nos próximos encontros com Clóvis vocês descobrirão muitas coisas nessas vossas RESENHAS FILOSÓFICAS.
Até breve, falaremos mais sobre o principio de tudo em nosso segundo encontro.
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