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thefrannyblue · 1 year
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Longos eram os dias da reta final, era o que Sebastian sentia. Nem mesmo quando todas as selecionadas chegaram ao castelo, ele se viu com tanto trabalho quanto agora, quando elas eram apenas três. Os incontáveis relatórios, sessões e analises, ele sinceramente não via a hora de tudo acabar. Arrumava as anotações sobre a mesa, quando uma das selecionadas deixava seu consultório. Ouviu a batida na porta e apenas emitiu um suave “Entre.” ainda de costas para a entrada. De todas as visitas que esperava receber aquele dia, Franny era a que ele mais torcia para que cruzasse sua porta, e ainda assim, se viu surpreso ao virar-se e dar de cara com ela. O largo e instantâneo sorriso se fez presente na face, enquanto ele ouvia as justificativas da outra. “Sempre gostei de contraria-la, senhorita Blue. Então não preciso dizer que está equivocada.”. Mas ela não estava, realmente era perigoso e não deveria estar ali, mas Sebastian não se importava, ela já não era mais uma selecionada, certo? Mesmo que isso ainda não estivesse oficializado e divulgado para o povo, eles sabiam que não era, o príncipe sabia que não era, então não havia nada de errado acontecendo ali. Pela primeira vez, sentia-se confortável em ser ele mesmo na presença dela, deixar que seus sentimentos se mostrassem, sem o risco de ter a cabeça arrancada para fora do pescoço. Caminhou na direção da menor, parando exatamente a um passo de distância dela. Os olhos fixos naqueles azuis que sempre foram sua perdição, desde o primeiro dia. “Fico feliz que tenha vindo.”. 
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Percebeu o coração acelerar com a aproximação dele, apesar de tentar controlar as próprias emoções. Franny nunca havia se sentido daquela maneira. Jamais. Com ninguém. Então, ao mesmo tempo que era empolgante, também tinha uma parte assustadora. A vulnerabilidade embrulhava o estômago, mas trazia o desejo da fuga. Pelo contrário, era como se o corpo dela precisasse estar próximo de Sebastian. “Estou?”, deixou o sorriso crescer ainda mais no rosto, enquanto colocava as mãos atrás das costas para ficar com uma postura mais ereta, como havia aprendido nas aulas de etiqueta. Ergueu o queixo na direção dele, gostando de estar equivocada. “Também estou feliz de estar aqui”. Ela não conseguia parar de sorrir. Se sentia estúpida. Deu um mínimo passo na direção de Sebastian, apesar de manter a postura. “Sabe...pensei que você fosse soltar algum discurso, como...”, parou em um gesto calculado, para dar um suspense à história, apesar de saber exatamente o que dizer. “‘Você sabe o quanto é perigoso estar aqui?’ ou... ‘A gente combinou ter mais cuidado’...”, falhava em imitar o tom de voz dele, mas se divertia com aquilo. “Acho que eu não era a única com saudade, huh?”
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thefrannyblue · 1 year
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Franny deu uma leve batida na porta antes de se esgueirar com habilidade para dentro da sala de Sebastian. Era final de tarde e já tinham se passado alguns minutos desde que a última selecionada havia saído. O dia tinha se passado arrastando, mas ela cumpriu todas as obrigações sem reclamar, seguindo a farsa de que ainda não havia sido eliminada. A mente, no entanto, não conseguia deixar de pensar em Martinez, no sorriso dele, nas sardas pelo nariz...Ela se sentia absolutamente, ridicularmente, estúpida. Mas não conseguia se controlar. O coração batia forte e as pernas se mexiam sem que ela tivesse escolha. Mesmo sem pensar muito, terminou o dia no corredor da sala dele. “Eu sei”, começou a falar, antes que o outro fosse capaz de dizer qualquer coisa. “Eu já sei o que você vai dizer. Eu não deveria estar aqui”. 
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No entanto, apesar do perigo e risco da situação, não conteve um sorriso, ao virar a cabeça um pouco para o lado. Os lábios brincavam travessos, como se ela mesma não conseguisse acreditar quão fraca se tornava perto dele. “Mas não consegui resistir”. @whisperer-seb​
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thefrannyblue · 2 years
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flashback. after the perfect date
o movimento que Franny fez para sentar-se, trouxe conforto para Martínez. Até aquele instante, ele não tinha muitas duvidas sobre a vontade dela em estar na sua presença, afinal ela havia se aproximado e continuado ali, mesmo com sua rispidez. Não, o que o preocupava era algo além, algo que ele não conseguia definir claramente e que no final nem precisou fazer, pois o afago dela em sua nuca, apagou qualquer duvida ou insegurança que ele pudesse sentir. Seus olhos fecharam subitamente ao toque e um suspiro lhe escapou pelos lábios. Era bom, e com era. Tão bom que ele nem se incomodou com a fala sobre Burke, ao menos não nos primeiros segundos. Mas assim que processou a informação, tornou a abrir os olhos semicerrados, com uma expressão de duvida estampada na face. “E qual palavra usaria?” questionou, mantendo a seriedade, sem ao menos perceber que ela estava brincando com ele. E assim que se deu conta, os olhos castanhos se reviraram. “Você… tem ficado bastante ousada, sabia?” tocou com o dedo indicador a ponta do nariz de Franny, como quem estivesse falando com uma garotinha levada. E talvez estivesse. Ela tinha aquele ar infantil, de um jeito bom, que deixava Martínez completamente envolvido e ele só conseguia pensar no quanto a vida poderia ser simples para eles, se tivessem se conhecido em qualquer outra circunstancia. A mão que antes havia usado para tocar o nariz de Franny, agora se perdia nas mechas loiras, quando ela chamou sua atenção. “Sim” respondeu um tanto doce e ainda distraído, o que não durou muito. Assim que notara os sinais de inquietação e ansiedade, sua mão livre se direcionou a de Franny, com a intenção de mostra-la que ele estava presente, e que estava tudo bem. Mas as palavras dela o pegaram completamente desprevenido. ‘Eu fui eliminada’… as palavras ecoaram por sua mente por alguns segundos, enquanto ele permanecera completamente imóvel. “O que? Mas como? Você é perfeita… Ele não… Eu não consigo entender” as sentenças inacabadas e sem conexão ou coerência, apenas enfatizavam a surpresa de Martínez. Instantes antes ele achava que ela havia tido o encontro perfeito, que seria a escolhida por ser perfeita, por preencher todos os requisitos, ao menos foi isto que ele mesmo colocou no relatório psicológico que entregou sobre ela naquela semana. E ali estava ela, lhe dizendo que foi eliminada com um sorriso nos lábios, como se aquilo fosse melhor do que ser coroada. Não, ele não conseguiu entender.
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"A palavra que usaria para ele, eu não sei, mas pra você...”, sorriu de lado, com um brilho de travessura no olhar, enquanto deixava um suspense calculado preencher os dois. “Acho que irresistível combina bem com sua personalidade”. Tinha um tom de brincadeira, mas falava a verdade naquele ponto. E a prova era tanta que podia facilmente apontar o Sebastian como a primeira pessoa a fazer o seu coração bater mais rápido. Às vezes era até frustrante como ela sentia a completa falta de controle de suas emoções e reações quando se tratava do homem. Com o comentário seguinte dele, Franny acabou deixando a cabeça pender um pouco para trás, sentindo uma risada escapar dos próprios lábios. Fazia tanto tempo que ela não carregava tanta leveza e felicidade que era até estranho perceber o quanto aquela sensação havia feito falta em sua vida ao longo de tantos anos. Era como se somente naquele instante percebesse o vazio que sempre parecia lhe acompanhar. “Sinto lhe informar que uma parte de mim sempre foi ‘ousada’”, soltou, exagerando no tom de formalidade apenas para brincar com ele. Esperava, no entanto, que ele não se decepcionasse com aquilo. Apesar de ter um lado seu que poderia ser considerado inocente para o universo da realeza, no âmbito de romances, nem tanto. Ela já tinha 27 anos e carregava a memória de alguns breves romances. “Você que só está conhecendo agora”.
A vontade de sorrir e dar risada apenas aumentou ao perceber a confusão de Sebastian quando admitiu que foi eliminada. “Perfeita?”, perguntou, sorrindo bobamente ao perceber que talvez fosse assim que ele lhe enxergasse. “Eu estou longe de ser perfeita, Sebs...”, disse carinhosamente, colocando uma mão sobre a nuca dele para fazer carinho na região, enquanto virava o rosto um pouco para o lado a fim de encará-lo melhor. “Mas...sim, fui eliminada”. Lembrou-se da conversa que teve com o príncipe no teatro. “Na verdade, acho que talvez eu que tenha pedido para sair...Ele me perguntou se eu conseguia me ver como rainha e eu disse que sim, porque, bom, eu consigo me ver como rainha”. Tinha colocado muito esforço nas aulas, nas entrevistas e em cada aparição pública, e achava que teria capacidade para ser a futura esposa de Christian se assim ele escolhesse. “Mas eu não quero. E falei isso para ele. Porque...”, ficou um pouco vermelha, pensando nos motivos. “Tem coisas irresistíveis demais na minha vida que eu teria que abdicar”. Como você, quis dizer, sabendo que ele já tinha pegado a primeira dica com o uso da ambiguidade. No entanto, decidiu pelo principal. “Como a atuação”. Suspirou. “Eu passei os últimos dez anos da minha vida pensando que meu sonho era ser escritora. Juntava cada centavo para comprar minha ascensão, mas...depois que eu me apresentei naquele teatro...não sei, foi como se eu percebesse pela primeira vez o quanto atuar é minha paixão e como eu não consigo me ver longe disso. Seria como viver sem uma parte de mim. E eu sei que agora não tenho mais como voltar para a casta cinco, mas estar na dois me permite que eu continue sendo atriz". Trabalharia na indústria do cinema, sim, mas seguiria atuando. “E tem também...”, desviou o olhar, sentindo-se subitamente medrosa em confessar aquilo. Eles se conheciam a tão pouco tempo, talvez ele se assustasse com os sentimentos dela, achasse que era demais. Só que Franny nunca havia sentido nada como aquilo, morria de medo de amor, fez de tudo para se proteger daquele sentimento e, apesar de ter jurado que nunca se colocaria naquela posição de vulnerabilidade na vida, estava disposta a abrir uma exceção para Sebastian. Respirou fundo, para conseguir arrancar coragem de seu âmago. “E tem também você. Não conseguiria abdicar de você”.
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#Sebastian 006
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thefrannyblue · 2 years
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thefrannyblue​:
“Não sei se aceitar meu lado caótico e impulsivo no momento seja uma decisão muito responsável da minha parte”, comentou baixinho, se lembrando de como havia correspondido o beijo de Sebastian. Não só isso, mas como também tinha se tornado uma outra Franny, atacando sem qualquer pudor o pescoço alheio. Ele só…tinha parecido tão irresistível. Levou a mão ao rosto, tentando afastar os próprios pensamentos, enquanto focava no barulho das ondas do mar. “Hum…eu não sei o que pedir”, soltou, baixinho. Porém, sabia que, no fundo, aquilo era uma mentira. Tentava esconder a verdade de si mesma, porque, na realidade, a atriz começava a perceber o que queria, mas tinha medo do que poderia significar. Fechou os olhos, por fim, desejando serenidade para suas futuras decisões. Ela iria precisar. Então, com um sorriso no rosto, recebeu o agradecimento de Merri e logo se pôs de pé. “Acho que uma caminhada vai cair bem”. Descalçou as sandálias e passou a segurar o par com uma das m��os. “A gente passa tanto tempo naquele castelo que às vezes se esquece que como é bom poder respirar outros ares, né?”
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( f l a s h b a c k )
Havia tanto que não conhecia sobre Franny, como aquele pequeno detalhe sela se conter tanto, talvez fosse pelo cenário em que cresceu, o teatro normalmente tinha um rumo a ser seguido, um controle apesar dos imprevistos, enquanto Merri tinha crescido em uma realidade completamente oposta, nada estava ao seu controle e ela apenas tinha se acostumado com isso, com ser intensa e aproveitar os momentos, ser impulsiva e caótica sem medo. Me conte se for realizado, por favor. O que tinha pedido porém, se concretizava muito fácil no momento em que estavam, entre a calmaria do mar e a conversa mais leve entre as duas, não era algo que tinha esperado acontecer mas que tinha desejado. Estava feliz. Por conseguir se dar bem com Franny, sentir que as barreiras construídas estavam talvez sendo destruídas, entre uma lista de todas as coisas que contavam uma para a outra aquela tarde enquanto caminhavam. Como qual era a peça favorita da Fitzgerald, suas inspirações ou sua cor favorita, assim como Merri sobre sua paixão por costura, suas manias ou sua comida favorita. A leveza que se seguia no dialogo, ainda que vez ou outra contido, o qual Morrighan dava espaço para a outra se sentir confortável do que partilhar consigo ou não, bem, posso dizer que tinha deixado uma sorriso constante nos lábios de Merri. Talvez com o tempo elas pudessem se chamar de amigas.
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thefrannyblue · 2 years
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lynx, também conhecida como franny blue fitzgerald é uma dama da casta cinco, que veio de Allens para competir na seleção do príncipe Schreave. Aos seus vinte e seis anos, franny é extremamente parecida com saoirse ronan.
A seleção nunca havia sido algo que Franny almejara. Sendo filha adotiva de um ator de teatro, cresceu cercada pela arte de representar, encantada com o mundo das palavras que ganhavam vida nos palcos. Apesar de ser da casta cinco, desejava virar escritora, fazer ecoar as histórias que criava desde muito pequena, levar para outras cidades as suas peças, poesias, romances e tragédias.
Mas a realidade não se construía como um sonho. Era concreta e pressionava Franny desde sua infância. Aos seis anos de idade foi abandonada pela mãe, que a deixou com o seu padrasto, a quem chamava de pai, e com sua avó, para ficar com um artista de circo que visitou a província de Allens. Da mulher que a colocou no mundo, poucas lembranças restaram: a risada sonora, os dedos percorrendo seus fios de cabelo, uma canção antiga e as declarações de amor sussurradas após as histórias de dormir. Nenhuma das memórias foram alimentadas pelos que ficaram.
Nos primeiros meses após o abandono, Franny não conseguiu entender muito bem o que havia acontecido, apenas acompanhava as idas da avó à cozinha para chorar e a falta de paixão do pai pelas atividades cotidianas, até mesmo para o teatro, arte que tanto amava. Foi apenas durante a adolescência que conseguiu compreender a profundidade do impacto daquela partida: ela se tornara órfã e para sempre seria lembrada como a menina rejeitada pela própria mãe.
Crescera com amargura e raiva dessa partida, culpando a “ilusão” do amor por aquilo e jurando a si mesma que nunca cometeria o erro de se deixar levar pela emoção. Carregava sempre o peso da sensatez e da racionalidade em suas decisões. Por isso, quando escutava sua avó insistindo na importância de um bom casamento e acompanhava seus ensinamentos de boas maneiras, já tinha a certeza que não nascera para aquilo. Franny não conseguia se imaginar como uma boa esposa, tampouco se ver presa em uma emoção como o amor.
Ainda na adolescência decidiu que iria tomar conta do próprio destino e que compraria a ascensão dela e de sua família por meio do teatro. Podia ainda não ser uma escritora de livros, mas quando comprasse a chave de ingresso das castas até a três, poderia tentar esse outro tipo de liberdade  — assim sonhava.
Se especializou enquanto atriz, trabalhando ao lado de seu padrasto. A renda era difícil e variava a depender da temporada, mas Franny por vezes conseguia viajar quando as peças faziam certo sucesso, chegando a se apresentar nos arredores do palácio em um festival de primavera.
Toda a melhoria que conquistara ao longo da vida fora fruto de seu trabalho e dedicação, mas não importava o quanto se esforçasse para juntar dinheiro, nunca sobrava muito para sua poupança ao fim do ano. Então, quando a proposta da seleção surgiu, Franny se aplicou. Aos 26 anos, começava a perceber que a vida era ainda mais difícil do que havia pensado durante sua juventude.  
Seguia não conseguindo se imaginar como esposa, mas ao menos poderia mudar de ambiente, talvez ter acesso a outros livros e pinturas e até ter uma nova rede de contato para suas futuras peças, caso fosse desclassificada. Ainda que fosse incapaz de amar, era boa em atuar e isso talvez lhe servisse de algo ao longo do processo da seleção.
STATUS: FECHADA
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thefrannyblue · 2 years
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Mostly I’m here because of the press. It was felt we needed to be on guard because of all the silly attention that your Royal Highness is attracting. Their lenses are terribly powerful these days, Ma'am.
Spencer (2021) dir. Pablo Larraín
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thefrannyblue · 2 years
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flashback. the perfect date.
O pedido era singelo, mas não era fácil. Não era como se Alexander não quisesse o fazê-lo, mas o que a maioria não entendia era o tanto de obstáculos que precisavam superar se quisessem fazer qualquer coisa que não beneficiava a elite. Ser rei não equivalia à um poder imensurável, não queria dizer que ele podia fazer tudo que quisesse. Monarquias caíram por coisas menores. E Alexander era ponderado o suficiente para saber que se ele quisesse mudança, ele tinha que ser cauteloso. Enquanto elas, as selecionadas, ou mesmo sua mãe, tinham a liberdade de fazer o trabalho de caridade, o que os colocava numa luz mais favorável, Alexander tentava levar o impacto para o maior número de cidadãos de Illéa. Ele não respondeu ao pedido dela, sabendo que era melhor seu silêncio de que uma promessa não cumprida, mas Alexander iria tentar. Seus olhos abaixaram para encontrar os dela ao ouvir sua pergunta. Você consegue me ver como rainha? Era claro. Ele não teria deixado ela chegar até ali se não fosse o caso. Mas algumas vezes, era necessário escutar dos outros para poder acreditar. “Sim, Franny, eu acho que você poderia ser uma ótima rainha,” mas desde o começo, Alexander sempre soube que ele não queria uma em detrimento da outra ─ ele não queria escolher uma rainha, ao invés de uma esposa, e também não queria abrir mão de uma pessoa que seria uma boa rainha, para ter um desejo egoísta. Ele esperava que ambos o que o povo queria e o que ele queria casasse, mas se chegasse num ponto que precisasse escolher um ou outro, não sabia o que faria. Por toda a vida, Alexander fez o que era esperado dele, então naquela vez, poderia ele fazer uma escolha egoísta? Apenas o que queria? E, se o fizesse, estaria ele prejudicando o seu reino, o seu povo?
Ele abaixou a cabeça, balançando de um lado para o outro, ouvindo as explicações dela, com um sorriso… desapontado. Talvez era por isso que protegia tanto o seu coração. Mesmo pessoas que estavam ali, que escolheram estar ali, poderiam não estar completamente preparadas para encarar a vida ao seu lado. “Eu nunca quis a melhor rainha ou a selecionada perfeita. Eu sempre quis alguém que pudesse me amar, Franny── Isso implica em abri mão de algumas coisas.” porque aquela era a sua vida. Alexander não podia abrir mão dela, nem mesmo por amor. Porque enquanto a escolha da outra podia impactar um pequeno grupo de pessoas, Alex sabia que uma escolha sua, egoísta dessa forma, impactaria milhões. Não que Benedict fosse ser um mau rei. Ele era uma pessoa muito boa para ser um mau rei. Porém, ele se consumiria para tentar satisfazer tudo e todos, não havia sido preparado para exercer escolhas difíceis. Ele queria ter o poder não porque se divertia com ele, mas porque acreditava que poderia fazer coisas melhores que os seus predecessores, e finalmente trazer talvez um pouco mais de igualdade para Illéa. Ele soltou um sorriso fraco com a brincadeira do Halloween, e ouviu tudo. Respirando fundo, ele falou, “infelizmente, eu preciso eliminá-la. Ou bem, você escolheu…” Ele não complementou a frase. Não precisava de complemento. Ambos sabia o que ele queria dizer. Ele não havia necessariamente escolhido eliminá-la, mas não podia mantê-la ali sabendo que ela não queria nada daquilo. Alexander não era egoísta dessa forma. E ela não havia necessariamente pedido para sair, mas as palavras tinham a mesma súplica ao ver dele. Parecia a decisão correta para ambos os lados. E, por mais que fosse decepcionante, Alexander não se via completamente triste com o acontecimento. “Eu espero que você também encontre alguém que a faça muito feliz, Franny Fitzgerald. Eu──” ele não sabia mais o que falar. Parecia que o encontro havia terminado.
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A informação de que ela tinha capacidade para ser uma boa rainha poderia ser apontada desde o momento em que Franny recebeu a carta de aceite para ser uma das selecionadas do príncipe Alexander. Por mais que tivesse se surpreendido com aquilo no começo, sabia que os seus esforços constantes em cada entrevista, aula de etiqueta e em aparições públicas tinham dado retorno. Ela não era a mesma de quando tinha entrado. Após três meses no palácio, já conseguia visualizar melhor as nuances que circundavam o cotidiano da realeza, percebia que nem sempre as pessoas eram genuinamente sinceras com ela e que era necessário ter certos cuidados com algumas situações. Poderia ter sofrido com noites de insônia e frustrações com o ritmo do próprio aprendizado no início, mas a medida que o tempo foi passando, tinha começado a se divertir enquanto agia conforme a dança. Então, não, Franny não havia perguntado aquilo por insegurança ou pela necessidade de um elogio de sua própria capacidade. Era capaz de ser a futura rainha se assim quisesse e fosse escolhida por Alexander. A consciência sobre o próprio potencial existia não só pelos resultados que saiam nas pesquisas, mas também por tudo que havia aprendido até ali e que não podia ser ignorado. A questão dela era: por quê? Franny estava tentando compreender melhor o que se passava na mente do príncipe a fim de descobrir se ele estava implicado com os encontros que aconteciam e saber o que ele via nela que lhe dava aquela certeza. De sua parte, conseguia listar certas qualidades próprias que lhe fazia apta para o cargo, mas queria saber o porquê dele vê-la como rainha quando ela não era nada como a mãe dele. Tentava arranhar a primeira camada da superficialidade, mas como resposta, recebeu a pontuação mais pragmática possível. Então, ela apenas assentiu, sem dizer nada em retorno, perguntando-se internamente se ele era assim com todas as selecionadas. Se fosse, boa sorte para as que ficavam. Era difícil formar um vínculo com alguém que sempre parecia estar há quilômetros de distância. Not so charming, after all. Pensou, lembrando-se do apelido que Blake utilizava para o príncipe.
Então, logo ao ouvir a resposta quase fria de Alexander para tudo o que ela disse, Franny teve apenas mais certeza de sua decisão. Havia tomado extremo cuidado em suas palavras, tinha se sentido receosa de talvez machucá-lo, mas ao ouvir um simples ‘eu preciso eliminá-la. Ou bem, você escolheu’, Fitzgerald retornou a assentir com a cabeça. Engoliu as próprias emoções e esperou algo a mais. Talvez que ele compartilhasse como tinha se sentido com aquilo ou questionasse se ela achava que poderia mudar de ideia. Mas não, nada além disso. ‘Infelizmente, eu preciso eliminá-la. Ou bem, você escolheu’, as palavras ressoaram em sua mente, enquanto ela sentia um peso sair de seus ombros. O príncipe poderia ser bonito e educado, mas era alguém que parecia faltar paixão, assim pensava Franny. A jovem seguia acreditando que ele seria um ótimo governante: era pragmático o suficiente para tomar as decisões que precisavam ser tomadas sem o peso das emoções. Acima de tudo, era filho do rei Porter e da rainha Abby, o que lhe rendia, ainda que não quisesse, parte do modus operandi dos próprios pais. Uma nova geração sempre herdava algo da anterior. E Franny via que ele provavelmente teria a dureza necessária para tomar as decisões difíceis. Seria mais bondoso e atencioso do que os pais, com certeza, mas ainda assim, teria parte da dureza.
No entanto, se aquilo servia para governar o reino, não era o bastante para seu futuro marido. E a Fitzgerald, que mal acreditava na real possibilidade da existência do amor ao chegar ali, percebeu que não se contentaria em estar com alguém que quase não conseguia mostrar um outro lado de si para ela. Tinha tentado conversar, descobrir mais sobre ele, mas Alexander era, muitas vezes, cheio de respostas monossilábicas em sua direção, e percebia ser cansativo tentar criar uma conexão quando somente ela parecia fazer o esforço com o que estava acontecendo ali. Durante o momento em que se apresentou, dando tudo de si, colocando parte de sua alma para o palco e, também, para sua plateia de um homem só, soube que ele não a havia compreendido. Não entendia por completo a importância daquilo que a movia. E a prova era tanto que, para ela, deixar a atuação era mais do que “abrir mão de algumas coisas”. Significava cortar uma parte de si, como se, subitamente, lhe deixassem sem uma perna ou um braço. Ela seria para sempre uma ferida aberta. Antes de sua apresentação naquele palco, Franny até seria capaz de compreender o porquê dele achar que abdicar daquilo era uma coisa pouca, afinal, ela tinha se candidatado para a Seleção — o que significava que, sim, estava disposta a deixar a antiga vida de lado para se tornar a futura rainha. Porém, depois de representar Shakespeare no palco, com a alma aberta, não conseguia entender como o príncipe não via a dor que seria para ela se afastar da atuação. Porque ela não era atriz por obrigação, porque nascera na casta de cinco ou porque já não conseguia saber quem era ela sem esse traço de sua personalidade, mas sim porque era a sua pulsão de vida e, sem ela, só havia o vazio. Franny atuava com paixão, com respeito, com humildade, como se a arte fosse uma parte sagrada do mundo. E, justamente por achar que Alexander incompreendia isso, que deixou um pequeno sorriso escapar dos lábios. Tentava conter a tristeza pelo que achava que ele não seria capaz de entender, mesmo com todo o dinheiro do mundo. Ela agora era abraçada pela leveza da eliminação, de não ter que vislumbrar toda uma vida ao lado de alguém que não a via de verdade. Em sua mente, veio o olhar do psicólogo, que desde o primeiro momento a observou com uma curiosidade quase palpável, que lhe escutou com atenção, que se engajou em cada simples conversa e foi capaz de compartilhar muito mais do que ela estava esperando.  “Eu também espero que você encontre alguém que te faça feliz, Alexander”, levou a mão aos cabelos, prendendo ele em um coque novamente, enquanto ponderava se deveria dizer suas próximas palavras. ‘Eu sei que no fim, a decisão cabe somente a você, mas...se me permite dizer, espero que você ainda possa conhecer Rae um pouco melhor, talvez a veja como eu vejo’. Era o que queria dizer, mas se conteve. Não sabia se poderia dar sua opinião daquela forma. Por ela, ainda ficariam por ali, terminariam o encontro e aproveitariam o jantar. Franny poderia não ser mais uma das selecionadas, mas não queria deixar a noite de lado e a possibilidade de uma conversa com o outro. Só que, ao olhar para Alexander, percebeu que talvez esse não fosse o desejo dele e ela se recusava a tomar mais tempo do futuro rei. Se ele parecia não ter vontade de prosseguir com aquilo, não seria ela que insistiria. “Bom, acho que vou retornar ao palácio”, concluiu, voltando para pegar o salto que deixara sobre o palco antes de se dirigir à saída. 
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#Alexander 003
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thefrannyblue · 2 years
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Escutando a primeira frase da rainha em sua direção, Franny ponderou por alguns segundos que talvez não usaria o termo ‘claramente’. Não era de bom tom menosprezar assim a decisão dos próprios súditos, porque ou ela estava colocando em xeque a capacidade que eles tinham em escolher a futura rainha de Illéa ou estava reduzindo a aptidão do próprio filho/dos funcionários reais — quem quer que tenha batido o martelo para decidir que a Fitzgerald seria uma das selecionadas. Se fosse tão ‘claro’ assim, não estaria nem no palácio, para começo de conversa. “E quem teria futuro aqui?”, perguntou com curiosidade, expondo um sorriso no rosto. “Se vossa alteza está buscando uma rainha que já nasceu pronta ou que é a sua cópia, talvez não deveria ter nem se dado ao trabalho de abrir uma Seleção”. Comentou, lembrando que todo aquele espetáculo ocorria, em parte, para mostrar como a realeza teoricamente poderia ser “acessível e receptiva” a jovens de todas as castas. Such a joke. Agora que não era mais selecionada, não fazia tanto esforço para agradar a mulher na sua frente. A rainha era o problema de outras pessoas e, como claramente ela não se importava em manter as aparência de uma boa convivência, tampouco Franny o faria. Já tinha engolido muita humilhação para chegar até ali. “Não se preocupe, irei fazer sim. Outro dia posso lhe compartilhar meus planos. Se vossa alteza assim desejar, claro”. 
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“É tão decepcionante quanto a população coloca sua fé em alguém que claramente não tem futuro aqui.” E não tinha futuro com o seu filho, já que a eliminação dela havia ocorrido poucos dias antes do natal. Abby não entendia o que a população tinha visto na dita favorita ── obviamente não havia sido classe ou determinação, se ela não tinha nem o ímpeto para ser rainha. “Espero ao menos que a senhorita faça bom proveito da nova casta,” o que duvidava. Talvez fosse criar problemas achando que podia fazer o que bem lhe viesse a cabeça, isso sim.   ( @thefrannyblue​ )
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thefrannyblue · 2 years
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📩 to Sebastian📌
"Sebs,
Aqui reside tudo o que eu sempre quis dizer, mas que só consegui escrevendo. Muitos textos estão incompletos, outros são só fragmentos de ideais que quis colocar no papel. Mas tudo isso é parte de mim. Leia com carinho, tudo bem? Espero que goste. 
Your Franny Blue
Franny Blue
Sincerely Yours, 
Little Bunny”
A decisão de presentear Sebastian com seu caderno de contos e rascunhos foi tomada após uma longa e tranquila noite de sono. Desde o fim do terceiro encontro com o príncipe Alexander, a ansiedade com o futuro deixou de ser uma questão tão intensa quanto antes. Claro, ainda guardava certos medos e incertezas, mas sentia que um peso havia saído de suas costas com a eliminação. As madrugadas de insônia reduziram, ela voltou a tentar se alimentar no horário correto  — nem sempre conseguia  — e continuou a escrever. Apesar de perceber que desejava seguir atuando, não tinha deixado os seus textos de lado. Talvez um dia poderia escrever um roteiro, transformar em filme uma de suas histórias...De todo modo, ao acordar, pediu um papel de presente vermelho com bolinhas brancas para a sua dama de companhia e ela mesmo embrulhou o presente. O caderno foi confeccionado com suas próprias mãos, então era cheio de falhas na lombada, mas Franny sabia que a escolha das folhas, da linha de costura e até do azul escuro da capa de couro tinha sido dela e sentia orgulho disso. E foi pelo desejo de manter o presente todo artesanal que recusou a ajuda de sua dama de companhia no momento da embalagem. Com certeza, teria ficado melhor nas mãos da outra, já que Franny era péssima com qualquer atividade que exigia habilidades tão precisas como aquela. Bordado, desenho e pintura sempre estiveram fora do alcance da Fitzgerald, mas ainda assim, conseguiu embrulhar o presente. 
Era o seu caderno dos medos, dos sonhos, das esperanças, angústias, felicidades e incertezas. Ali residiam histórias fantásticas, de pequenas mulheres que nasceram com asas sem o poder de voar, de crianças de barro vivendo em um mundo de mármore, de uma jovem pintora que transformou sua dor em arte e de um escritor falido que tinha o sonho de virar um artista de circo, para que sua família fosse feita de desconhecidos das estradas. A potência dos textos de Franny Blue estava nas sutilezas que, muitas vezes, só cresciam na alma do leitor depois de horas após o primeiro contato com o texto, como se as palavras fossem raízes e crescessem dentro de si, agitando as entranhas pouco a pouco. No final do caderno, próximo de onde as últimas frases foram escritas, tinha uma história específica, que a Fitzgerald fez questão de deixar marcada com um asterisco. Era sobre um homem que estava sentado em um canto de uma estação vendo as pessoas irem e virem. Cada uma tinha seu destino, às vezes compartilhavam recortes de suas vidas com ele e o homem permanecia parado, dando sorrisos, assentindo com a cabeça ou só olhando, atento. Ninguém sabia quando ele havia chegado ali ou para onde iria, mas todos os dias, os passageiros que por ali passavam, o viam no mesmo lugar — sempre calado, sempre atento — alheios a solidão que o abraçava. Mas então, em determinado momento do conto, aparecia uma mulher perdida, que não falava língua alguma e o forçava, sem querer, a sair da inércia de permanecer sentado no seu consagrado banco da estação. Ele se levantava para tentar ajudá-la a encontrar o seu destino, mas depois disso, o texto estava incompleto, sem um final específico. Franny desejava finalizar um dia, mas parou naquela parte, porque decidiu que só continuaria quando soubesse qual seria o caminho do homem da estação e da mulher perdida. 
@whisperer-seb
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thefrannyblue · 2 years
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flashback. after the perfect date
como uma chave, capaz de destrancar todas as portas internas até o coração de Martínez, a voz irritada de Franny terminou de desarma-lo, fazendo com que o terapeuta esbanjasse um sorriso largo. “lo siento, es solo que…” ele se interrompeu no momento em que notou que estava fazendo outra vez. “Desculpe. Como te disse na outra noite, as vezes é mais fácil me expressar assim” disse, tendo que manter a cabeça um pouco erguida para olha-la, percebendo que aquela deveria ser a primeira vez que Franny o estava olhando de cima. A diferença de altura entre eles, sempre deixava a outra com a face erguida na maioria das vezes, e agora ele notava o quanto poderia ser levemente desconfortável. Com esta conclusão, ele escorregou o corpo para a ponta do banco, no lado oposto em que ela estava, deixando um espaço livre no caso dela querer sentar-se com ele. “bem, a parte que importa é que também senti sua falta” confessou novamente, e desta vez sentira o peso das palavras de modo diferente, talvez por saber que ela entenderia e que aquilo poderia levá-los para um ponto em que ele não tinha total segurança. Sebastian sentia a culpa por seu sentimento, por colocá-la naquela situação, quando nem sabia o que ela realmente pensava ou queria. Franny havia escolhido a seleção por um motivo, e independente de qual fosse, deveria ser muito maior do que ele, ou do que eles poderiam vir a ser. Ao menos era isso que se passava na mente de Martínez, ele sempre seria deixado, jamais o escolhido. “enfim, tendo aulas com Bruke? Soube que ele é irresistivelmente charmoso” desconversou, forçando-se a não pensar em nada além do presente.
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Quase deixou escapar que estava tendo aulas de espanhol com o Sr.Burke para ser capaz de entendê-lo melhor, mas conteve a própria língua. Queria que aquilo fosse uma surpresa para Sebastian e provavelmente só compartilharia quando estivesse mais avançada nas aulas. Ao vê-lo se afastar no banco, dando espaço para que ela sentasse, Franny sorriu um pouco mais, sentindo o coração acelerado pela vontade de dar a notícia da eliminação. Sentou no banco como se fosse uma sela de cavalo, uma perna em cada lado, próxima o bastante para conseguir ver as sardas na região do nariz do outro. Naquela curta distância, voltava a ficar mais baixa do que o psicólogo. Sorriu novamente e, com uma lentidão calculada, colocou uma mão sobre a nuca de Martínez, inclinando, logo em seguida, a cabeça na direção dele. Deixou os dedos fazerem um breve carinho na região, esperando que Sebastian se abaixasse para lhe dar o beijo que ela desejava desde o primeiro instante em que o viu tocando piano naquela sala de música. Com a menção ao seu tutor sobre política, Franny revirou os olhos. “Definitivamente charmoso”, disse, apenas para provocá-lo. “Mas irresistível? Hum...não sei se usaria essa palavra para ele”, havia uma certo brilho de malícia ao falar aquilo, não tanto de lasciva, mas em uma perspectiva mais de travessura, como se quisesse deixar claro que a insinuação da frase se referia a ele. Sebastian Adler Martínez. Porém, Franny logo riu da própria frase, não sustentando aquela faceta sua por muito tempo. Ela era costumava a ser mais leve e, por isso, voltou a inclinar o rosto, mantendo a mão na nuca dele enquanto o observava. “Sebastian...”, disse baixinho, começando a ficar nervosa pelo que estava prestes a confessar. Não sabia como ele reagiria. “Tenho que te contar uma coisa...”, mordeu uma parte do lábio inferior, como fazia ao arrancar a pele ressecada. Ponderava a melhor maneira de compartilhar que fora eliminada. “Que aconteceu no encontro de hoje, com Alexander. Queria te contar antes que...”, reformulou. “Não queria que soubesse por meio dos jornais”. Franny desejava ser a pessoa a dizer para ele porque queria ver a reação do outro. “Mas eu fui...Bem, eu fui eliminada”. Acabou desviando o olhar ao soltar a informação, por puro nervosismo, mas logo voltou a erguer o rosto, sorrindo. “Dá para acreditar?”, riu baixinho. “Não estou mais na competição”. E, mais uma vez, sentiu o alívio de se ver livre daquela obrigação.
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#Sebastian 006
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thefrannyblue · 2 years
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Franny reagindo ao presente de Allura
Franny não tinha uma cópia sua de “Sonho de uma noite de verão”, já que sempre pegava o livro de seu pai emprestado. Livros eram caros, ainda mais aqueles tão antigos quanto os de Shakespeare. Por isso, recebeu o presente de Allura com muita gratidão, deixando um sorriso largo escapar dos l��bios ao perceber que pouco a pouco montava sua própria coleção. Primeiro, havia recebido um volume do príncipe Alexander, agora dela. A cartinha, no entanto, foi o que mais lhe moveu, fazendo com que os olhos se enchessem um pouco de lágrimas. Sentiu-se envolvida pelo carinho, cuidado, pela paixão que havia na escrita alheia e prometeu a si mesma que se deixaria viver um pouco mais, se desprender das regras que impôs ao longo de toda sua vida. Franny precisou se agarrar à razão e praticidade para conseguir lidar com o cotidiano muitas vezes desafiador dos nascidos da casta cinco, mas agora as coisas eram diferentes. Ela era uma ex-selecionada, pertencia à casta dois e poderia melhorar a vida de seu pai e de sua avó. Ainda achava um pouco imprudente se jogar nas incertezas que eram os sonhos, só que uma parte de si — que talvez tivesse ficado guardada ao longo de toda a sua vida — agora queria sentir o medo, a insegurança, mas também a empolgação de se jogar com esperança e fé rumo ao desconhecido do abismo. E, se tivesse sorte, talvez não estaria nessa sozinha, talvez estaria pulando com os dedos entrelaçados com alguém que Franny seria capaz de confiar mesmo com os olhos fechados.
Querida Franny Blue
@thefrannyblue
“Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.” — William Shakespeare
Muito provavelmente você já conhece essa peça, mas eu estava relendo num outro dia e me lembrei de você. Caso não tenha lido, comprei uma cópia para que você tenha a chance. De qualquer forma, o que eu queria dizer é: viva a vida como se ela fosse um sonho intenso, lindo e apaixonante. Sim, há problemas no mundo, mas não se pode focar neles e esquecer-se de viver e aproveitar cada segundo. Então permita-se sonhar, desejar, viver intensamente, viver os sonhos pois são eles que nos movem e nos tornam quem somos.
Você é a pessoa mais sensata que já conheci em toda minha vida, e isso é uma dádiva, mas talvez o que lhe falta é um equilíbrio e os sonhos são ótimos para isso. Por isso, este é meu desejo de natal para você, espero que aproveite e que seja feliz.
Com amor,
Allura Adler
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thefrannyblue · 2 years
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📩 to Rae📌
“Rae,
Me senti privilegiada por ser uma das selecionadas a chegar até a Elite ao seu lado. Me dá orgulho ver o quão longe você chegou e todas as dificuldades que precisou enfrentar para estar aqui. Não é segrego para ninguém, mas minha torcida está em você. Sei que não era seu plano inicial estar aqui, competindo para talvez se tornar nossa futura rainha, mas vejo tanto potencial em ti. 
Você tem a doçura, a calma, o cuidado e também a força, de quem veio direto da casta seis e agora está entre as quatro mulheres para talvez ser a finalista desta Seleção. Enviei parte do seu presente de natal à sua família, mas o restante dou para você. 
Felicidades, amiga! Vou sempre estar aqui na torcida. 
Com amor, carinho e cuidado, 
Franny Blue”
Como presente de natal para Rae, a Fitzgerald enviou alguns brinquedos para os irmãos da amiga. Sabia o quanto a família significava para a outra e queria deixar isso evidente em sua singela lembrança para o natal. Já para a própria Blackwood, organizou alguns de seus vestidos que recebeu como patrocínio durante o segundo mês, mas que não chegou a usar. Mesmo tendo uma preferência por presentes mais simples e pessoais, que carregassem uma parte de si, desejava que a amiga chegasse o mais longe possível na Seleção e sabia que uma boa aparência era essencial nesse processo. Talvez Alexander não se importasse muito com isso, já que tinha dito que buscava somente “alguém capaz de amá-lo”, mas Franny entendia que a aparência ainda era algo exigido por outros grupos, desde o público mais geral até o círculo mais próximo do príncipe, como o rei Porter e a rainha. A parte do amor, ela deixaria encarregado para Rae. Então, escolheu três vestidos (1, 2 & 3) que poderiam ser usados em ocasiões diferentes e os embalou em uma caixa. Agora, partilhava esses presentes recebidos com a amiga. Tinha sido sincera na cartinha: estava na torcida. 
@rhaclla
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thefrannyblue · 2 years
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📩 to Allura📌
“Querida Allura, 
Em retribuição aos livros, também quis te dar um presente. É algo simples, feito por mim. Pensei muito no que poderia ser, mas escutei por aí que você tinha o sonho de talvez ser escritora. Bom, espero que isso te ajude a guardar as ideias que chegam nos momentos mais inesperados.
Às vezes queria ser tão boa para me expressar com as pessoas que conheço como as personagens que costumo atuar. Certas coisas são mais complicadas para mim, como Franny, mas queria agradecer pelo cuidado que teve comigo ao longo da Seleção — mesmo quando eu estava nos meus humores ruins — e pela cartinha de natal. Eu me emocionei um pouco, o que diz muito sobre a cartinha, já que não costumo me emocionar com essas coisas. Desejo muita felicidade para você neste natal e, envio também uma outra pequena lembrança. ‘Something blue’, para dar sorte, caso assim seja o seu destino.
Com carinho, 
Franny”
A Fitzgerald nunca foi muito boa com trabalhos manuais, como costura, pintura, bordados e desenhos. No entanto, aprendeu na base da insistência a confeccionar os próprios cadernos. Era mais barato, lhe dava a possibilidade de fazer do tamanho que preferisse e, o melhor de tudo, lhe ajudava a economizar dinheiro. Após entrar na Seleção, a questão monetária deixou de ser um problema, mas, ainda assim, quis construir algo pessoal para dar a Allura como presente de natal. Então, construindo a capa e a contracapa com couro vermelho, costurou as folhas do caderno juntas e, na primeira página, escreveu: “para as palavras que hão de nascer”. Era simples, um pouco bobo, mas feito de coração. Como complemento do presente, colocou um par de brincos azuis, lembrando do que sua avó sussurrava sobre casamentos: “something old, something new, something borrowed, something blue”. Sua torcida na Seleção repousava em Rae, mas sabia que a senhorita Adler era uma das com maior chance de ganhar e, por isso, lhe enviava o gesto de boa sorte. Queria que ela fosse feliz. 
@alluraadler
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thefrannyblue · 2 years
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flashback. primeiro encontro
Ele não se surpreendeu com a resposta. Na verdade, teria ficado mais surpreso talvez se ela tivesse falado algo mais concreto, já que não teria sido uma resposta tão honesta. Obviamente poderia imaginar que, como futuro rei, Alexander era uma das poucas pessoas que realmente ouvia ordens. Ainda tinha o seu pai acima de si, mas desde que ele tinha atingido a maior idade, o trabalho do seu pai era mais orientá-lo para um futuro onde ele não tivesse ali. Alex fez um aceno com a cabeça antes de começar a falar, “é verdade que eu preciso fazer coisas que nem sempre gosto, como dar entrevistas,” havia uma porção de coisas que Alexander não gostava de fazer, mas precisava fazer por ter nascido na família que tinha. Reuniões de conselhos, não emitir opiniões, cuidar da sua imagem pública… Eram todas coisas que não o agradava completamente, mas ele havia aprendido a controlar, porque fazia parte de quem era. “──mas encontrar uma esposa, casar… É diferente.” E realmente era, porque ele levava aquilo a sério. Ter uma família era algo que Alexander queria, e finalmente tinha chegado o momento em que ele podia se dar liberdade para ter uma. “Eu cresci escutando que eu teria uma Seleção, então não era exatamente uma coisa para a qual eu estava despreparado. E, honestamente? Não é uma forma tão terrível de encontrar uma esposa,” ele deu de ombros a sua confissão. Poderia não ser uma forma usual para a população, mas a alternativa poderia ser muito pior. “Muitos reis e rainhas são casados por questões políticas. Laços matrimoniais forjados por alianças. E esse poderia muito bem ser o meu destino, mas na Seleção ao menos eu tenho alguma semelhança de escolha, possibilidades…” Ele adicionou para explicar porque não via a Seleção como algo ruim. Além disso, era uma tradição do país que as pessoas pareciam se animar. Milhares de jovens se inscreviam para aquela oportunidade, e por mais que ele soubesse que era pela oportunidade de ascender à realeza, ainda indicava o fervor que a população tinha pela seleção. “E minha vida não é nada como os jornais,” ele adicionou brevemente, levantando a nova taça para bater contra a dela. Quando Franny mencionou outra pessoa seus olhos percorreram ao redor, passando pela careta de uma senhora, “ela provavelmente vai falar que está maravilhoso assim que conseguir engolir,” ele murmurou em voz baixa, “nunca que ela iria criticar um vinho tão caro.” Ele gostava de imaginar o que se passava na cabeça das pessoas, ou os diálogos que falavam com outros quando estavam distante, em festas e eventos. Esperava apenas que Franny acabasse se juntando a ele na brincadeira.
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Considerou cada palavra cuidadosamente antes de começar a falar. “É...”, disse, ganhando alguns segundos para elaborar da melhor forma possível o seu pensamento para Alexander. Apesar de não sentir como se estivesse pisando em ovos, não queria ser má interpretada naquela questão. “Acho que realmente seja melhor escolher uma esposa que você ao menos tem a chance de ter encontros e de conhecer melhor. A probabilidade de encontrar aquela que é a ‘certa’ acaba sendo maior em uma dúzia de selecionadas do que somente em uma”, soltou de modo um tanto pragmático. Quase chegou a dizer ‘como é o caso do seu irmão’, mas se conteve. Sabia que o príncipe Benedict fora prometido para Helena, após escutar aquela informação pelos corredores do castelo. Casamento arranjado. Franny achava triste a forma como eles acabavam tendo que se submeter aquilo, mas não desejava se aprofundar no assunto. Então, logo que ele começou a brincadeira de tentar adivinhar o que a senhora iria comentar, ela se engajou na proposta. Adorava aquele tipo de coisa. Quando era mais nova, costumava ir até locais de intensa movimentação, como praças, estações e terminais apenas para observar os estranhos se movimentando e interagindo. Ela fazia aquilo como um exercício para o teatro, a fim de colecionar manias, tiques e repetições, mas, ao longo desse processo, também se divertia no jogo de imaginar quem eram as pessoas, de onde vinham e o que conversavam. “Hum...Acho que ela vai ser mais específica”, sussurrou em resposta, com um sorriso fácil no rosto. “Algo como...”, tentou pensar rápido, antes que a mulher pudesse soltar o comentário. “Esse vinho é tão ‘equilibrado’, consegue integrar bem os ingredientes...”. Disse, utilizando termos que já haviam sido comentados durante aquele tour. Uma risada baixa escapou quando a primeira parte da sua fala coincidiu com a da mulher e mais outra quando ela, de fato, elogiou a bebida: ‘maravilhoso’. E assim se passou o restante do primeiro encontro entre Franny e Alexander, entre brincadeiras como aquelas, risadas discretas, comentários sobre vinhos e, por fim, os dois meio bêbados se esgueirando para fora da excursão a fim de conversar um pouco mais sobre suas vidas, compartilhando as curiosidades mais banais que normalmente são compartilhadas em primeiros encontros. 
closed.
#Alexander 001
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thefrannyblue · 2 years
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Flashback. 
Quando a morena soube que Charles, seu primo, havia retornado ao palácio ela queria explodir de alegria, pois agora cumpria todos os requisitos para sair do castelo, pois estava acompanhada a um guarda - e um que ela poderia dizer suas abobrinhas e tinha certeza que o diálogo iria morrer ali. O primeiro lugar que ela passou foi a padaria, pois se antes ela já levava alguns doces agora que a situação dos Delacroix estava mais confortável por ela ser uma selecionada, levava o dobro. E olhe, se antes Amélia poderia ser vista como a bode expiatório de um pai narciso, agora era quase que vista como FILHA ADORADA, pela possibilidade de trazer a todos a casta um. A dinâmica desajustada dos Delacroix não havia se resolvido magicamente, mas estava melhor do que estava a anos.
Charles carregou algumas caixas com pequenos bolinhos para Amélia que só precisava existir e cumprimentar quem surgisse no caminho do orfanato. Quando chegaram a porta do mesmo e a morena se preparava para pegar nem que fosse uma ouviu a voz de Franny, o que fez ela devolver a caixa para Charles e ir de encontros moça. — FRANNY! Ah! Sim. Eu sempre vim aqui pelo menos uma vez por semana, bom, agora minhas visitas diminuíram um pouco por causa da seleção. — Amélia apertou seus braços sobre a loira, sentindo que partilhavam da mesma energia feliz por terem se encontrado. — Você já o conhece?
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Mesmo tendo viajado bastante pelo reino por conta da companhia de teatro de seu pai, Angeles nunca foi um destino em que pôde conhecer com cuidado. Tinha chegado a ficar pelas redondezas, mas não saíra da casa do homem que havia contratado o serviço do seu pai. Portanto, nunca tinha visitado o orfanato. Retribuiu o carinho de Amélia apertando um pouco mais o abraço, antes de se afastar, ainda com um sorriso no rosto. “Não, eu não conheço o lugar, mas vim ajudar. Você sabe o que posso fazer? Eu sou boa com organização!”, pontuou, deixando-se ser guiada pela morena, já que ela parecia mais familiarizada e confortável com o lugar. 
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#Amelia 004
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thefrannyblue · 2 years
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Flashback.
“franny, that’s absurd! eu sei que todo casal tem seus problemas, mas você viu o que ele falou?”, não que rhaella estivesse revoltada com o folhetim que acabara de sair, mas se era assim que ele se referia à sua própria mulher e a sua recém-nascida, sequer gostaria de imaginar o que o povo de illea se tratava para ele. quer dizer, se não era para manter a desigualdade social, arrecadando milhões para fazer reformas no palácio, enquanto muitos passavam fome, não sabia mais para quê era. era nessas horas que rhaella começava a simpatizar com algumas causas rebeldes. a selecionada voltou a passar os seus olhos na matéria, sem conseguir continuar à ler para comentar com a amiga. “oh… deus… por favor. eu não consigo nem ler sem sentir repulsa.” @rhaclla​ 
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“Rae...eu vi!”, comentou em um sussurro, sabendo que talvez não deveriam estar falando sobre aquilo. “O pior de tudo é que não me surpreendo se isso for verdade mesmo”. Porque após os três meses na Seleção, tinha tido contato tanto com os aspectos positivos da realeza, como o acesso aos livros, a capacidade de se engajar em qualquer assunto, a possibilidade de ter uma vida sem muito esforço...Mas também tinha visto o lado ruim. A prepotência de se achar superior aos outros, a arrogância, a soberba, o desprezo por tudo aquilo que não se encaixava no “normal” criado por eles. “Deve ser muito ruim você descobrir uma informação dessa sobre a própria família”, ponderou, ainda em um tom baixo. “Você acha que Alexander já viu isso?”.
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#Rae 003
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thefrannyblue · 2 years
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Flashback.
Deu um sorriso em retorno para a resposta. Não iria levá-la para nada que pudesse enrascá-la, e no final Alexander sabia que ela estava tentando coletar atenção para ele, então ele deveria levar isso em consideração se fossem pegas fazendo algo contra as regras da seleção juntas (não que fosse fazer). “Eu sei que você é, Franny.” Ela respondeu com um novo sorriso gentil. Claro que não tinha acesso a tantas informações quanto Alexander deveria ter sobre as selecionadas, mas parte do seu trabalho também era garantir e saber da vida de quem cercava a família real. E Tori era boa em seu trabalho, todas as mil facetas dele. “Hope. Dama de companhia da rainha, ou uma faz-tudo profissional,” e, se pudesse ser franca, também era uma grande atriz. Estava ali fingindo uma vida todas há bons anos.  “Angeles tem um céu bastante claro, uma das vantagens de bastante sol,” ela comentou distraidamente, olhando para o céu numa cavalgada devagar. “O que está achando do palácio?” Perguntou sem rodeios.
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Não ficou surpresa quando a mulher afirmou saber quem ela era. Após quase três meses no palácio, com constantes notícias e publicações nos jornais sobre as “selecionadas de Alexander”, começava a ser reconhecida até por pessoas que ela nunca vira na vida. “Prazer, Hope”, disse, com um sorriso no rosto antes de voltar a se ajeitar melhor no cavalo para conseguir manter o equilíbrio. Não tinha tanta prática com aquilo e ficava um pouco nervosa quando precisava começar uma caminhada com um animal a qual não era habituada. “Eu gosto do palácio”, admitiu, mesmo que no começo tivesse ficado com medo do lugar lhe parecer muito mais com uma prisão. Fora acostumada com uma vida cheia de viagens por conta da companhia de teatro de seu pai. Cresceu como uma errante, sobrevivendo das peças e das trocas de favores que iam realizando pela estrada. As condições muitas vezes eram precárias, mas ela gostava da liberdade, de sempre estar preparada a se jogar em um novo personagem. Então, temeu sentir falta disso. Parte de si chegou a sentir essa falta, mas uma outra ficou feliz de poder parar um pouco, descansar, ter acesso a outros livros, a uma realidade que nunca, nem em sonhos, acreditara ser possível. “Os funcionários são muito simpáticos e adoro as aulas, principalmente as de autodefesa. E tem tanto pra fazer aqui...Tem a biblioteca, a piscina, a sala de música, os jardins, as quadras...É como se o castelo fosse uma cidade própria, né?”. Um universo particular. “Qual é a sua área preferida do palácio?”
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#Victoria 001
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