eu vou passar esse porra no rolo compressor

queria que você me desse algo pra sentir aquelas coisas de novo. a paixão. o querer ser notado, o ciúme, o medo de nao ser suficiente e a alegria de ser. queria sentir qualquer coisa que me fizesse saber que eu estou no caminho certo porque as vezes parece que eu só estou indo.

e ir conforme a vida segue me incomoda.

na maioria das vezes eu gosto de desafiar as coisas, as pessoas, os planos, o destino. talvez eu também goste da adrenalina, não dessas que desafia a vida, mas que desafia o amor. que faz você se perguntar qual é o próximo passo pra ver o melhor sorriso de outra pessoa, ou o próximo dia que você vai dar um abraço tão forte em alguém que vai sentir uma energia atravessando seu peito e uma paz inabalável capaz de curar qualquer coisa.

sinto falta de sentir emoção, de sentir algo tão bom mas tão bom que transborde pelos olhos porque não cabe só dentro de mim.

na maioria das vezes só sinto isso quando sinto medo. e é estranho agora porque eu tô com medo de não saber sentir as coisas pequenas e boas e que fazem a diferença porque tô muito ocupada reparando nas coisas pequenas e ruins que também fazem diferença. acho que é o meu foco que tá direcionado pro lugar errado e eu não sei como colocá-lo na direção certa.

tem dias que eu acho que não sei mais escrever e tem dias que eu tenho certeza de que não faço mais isso pra não entrar em contato comigo mesma e com a realidade que me assombra. eu estou sempre escolhendo as palavras pra começar a falar como eu me sinto e não consigo mais organizar de jeito nenhum.

as vezes eu sinto que tô quase prestes a desabar de tanto dizer as coisas mas a única coisa que sai de dentro de mim é um grande nada disfarçado de soluço e olho vermelho esperando a próxima onda de lágrima pra me destruir. e toda vez que percebo que vou me perder no que penso, eu me recomponho e digo que na verdade não é nada e ta tudo bem e que concordo e que é isso mesmo.

eu não sei o que eu tô fazendo.

nem mesmo agora.

Partir - Doyoung

N/a: Estou na minha era corno, galera. Trouxe essa para vocês com o Dodo e espero que gostem.

Os olhos do homem pousaram nas mãos apressadas da esposa que corriam na intenção de terminar de arrumar a sua própria mala. Piscou lentamente tentando processar tudo o que estava acontecendo, as palmas ficaram frias, a mente se tornou barulhenta, a respiração ofegante, a garganta começou a queimar, parecia mais que tinha engolido ácido puro, mas antes fosse isso, na verdade queria chorar, desabar mediante toda aquela situação terrível.

Os lábios se abriram na tentativa de pronunciar algo, voz lhe faltou e a dor no peito aumentou. Desviou o olhar da esposa em direção à porta vendo ali o seu amigo, Johnny, encostado e rodando a chave do carro em um dos dedos. Estava quieto, calmo e bastante sorridente, nunca vira o amigo tão feliz como naquele momento.

Ah se soubesse o que o Suh fazia pelas suas costas...

A pequenina criança que antes brincava no chão correu em direção a mãe, abraçando-a pelas pernas com lágrimas nos olhos. A adulta tampouco lhe deu atenção, somente saiu arrastando a garota (que ainda permanecia abraçada em sua perna) em direção às gavetas.

— Não percebe o quão egoísta está sendo? — teve forças para falar após controlar o choro que insistia em ser liberto — Olhe só a nossa filha, se humilhando, agarrada em você e não recebe o mínimo de atenção.

— Eu irei visitá-la todo final de semana. O Johnny tem uma casa de praia e posso ir com ela...

— Eu não quero minha filha junto desse... Desse... DESSE IMUNDO!

— Calminha aí, sem ofensas — o Suh se defendeu, levantando as mãos e rindo baixinho.

— Não consigo acreditar que jogará fora anos de relacionamento em troca de um amante. Você tem noção da loucura que está cometendo?

— Loucura seria se eu permanecesse aqui com você — respondeu ríspida, e o choro da menina aumentou junto aos "Por favor, mamãe, não vá! " — Você sempre soube que eu nunca tive o dom para ser uma esposa ou mãe, fiz tudo isso exclusivamente por você, já que te deixa feliz toda essa ideia arcaica. Eu nunca te amei, Doyoung, nunca.

— Então por qual motivo decidiu se casar comigo?

— Ora, você podia me dar uma vida boa, e me deu. Sou muito grata por isso, só não consigo manter mais essa farsa, a vizinhança já sabe sobre o relacionamento extraconjugal e estou te evitando uma dor de cabeça das grandes.

— Não me parece. Você está indo embora sem ao menos explicar por completo toda a situação.

— E o que você quer que eu explique? Já não está mais claro que o suficiente? — a sobrancelha se ergueu e ela o olhou desacreditada — O Johnny me faz bem, Doyoung. Diferente de você que me faz recordar a vida pacata de uma esposinha perfeita que levo, é terrível olhar para a sua cara todos os dias de manhã e saber que não existe um defeito sequer no senhor perfeito. Eu simplesmente não tenho desculpas além da ausência do meu amor por você.

— E isso é motivo suficiente para nos deixar?

O silêncio entre os dois se instaurou por longos segundos, enquanto isso a criança continuava chorando cada vez mais alto ao ponto de que o Kim precisou apara-la, abraçando-a e beijando o topo da sua cabeça.

— Tem certeza da sua escolha? — respirou fundo, pensando bem no que falaria a seguir. Enquanto isso ela o olhou apática, fechando o zíper com calma e descendo a mala da cama para o chão — Não faça isso, não mexa comigo. Uma vez que você der as costas, é como se nada tivesse acontecido. Não procure por mim novamente. Tem certeza de quer realmente partir?

O caminho dela em direção ao Suh pareceu durar décadas, Doyoung viu a mulher da sua vida partir em silêncio, sem remorso ou compaixão, sentiu o coração ser arrancado da caixa ainda vivo. As lágrimas banharam o seu rosto e ele caiu de joelhos em direção ao chão junto com a sua filha.

Chorou até que não houvesse mais lágrimas em seu corpo, até que a garganta doesse e até sentir aquelas pequenas mãozinhas enxugando as gotas salgadas.

— Não chore, papai, eu estou aqui — disse a menina que também chorava deitada em seu ombro.

Ali a ficha realmente caiu e entendeu que seria somente eles dois naquela caminhada, não teria mais volta mesmo que ainda cogitasse a opção.

Lentamente abraçou a filha, puxou o edredom da cama e se enrolou no tecido junto a ela. O choro infantil cessou aos poquinhos e ele cantarolou a música de ninar que costumava cantar para ela todas as noites antes de dormir. A pequenina adormeceu rápido mesmo que ainda estivesse soluçando de tristeza e ele permaneceu acordado, com os olhos ardendo e a cabeça doendo.

Mirou o quadro com a foto da família e sorriu triste. Um suspiro derrotado escapou dos seus lábios e ele olhou para a sua filha mais uma vez.

— Agora será apenas eu e você e prometo que nunca deixarei que passe por isso, filha — sussurrou e acariciou os fios escuros da menina — Papai estará sempre aqui por você e nunca irá partir, prometo ser o melhor pai que você merece e espero que seja a filha mais feliz e realizada que alguém possa ter. E sobre a mamãe... Bem, que ela seja feliz, mas que também nunca mais nos procure, pois estaremos sendo felizes bem longe dela que só nos entristeceu. Eu serei um bom pai para você, — pronunciou a última frase com mais afinco dando-se conta de que a filha precisaria de total apoio nessa caminhada, sendo assim, estaria disposto a se tornar a melhor pessoa para ela — eu prometo.

Se a pergunta for amor, reformule sua resposta. Pois ainda ouço a porta batendo e você indo embora, não foi como se o mundo fosse desabar na minha cabeça, mas foi como se o inferno caísse sobre ela. Sinto as lágrimas engasgada no meu peito, realmente não pude fazer nada, fiquei parecendo uma criancinha orando baixinho e implorando “por favor”.

"Não quis estudar"

É uma das coisas que mais me dói, me ira, me indigna, tudo que eu mais quis foi estudar... Por longos 5 anos eu tentei e tentei todas as possibilidades, mas nem sempre e nem pra todos estudar é de graça, quantos domingos ano após ano fui fazer Enem, quantas vezes estudei apostilas e provas antigas na tentativa de passar... Infelizmente esse caminho não se abriu pra mim, mas não querer? Quando por fim meti as caras e tentei fazer de qualquer jeito, porque sim tudo que eu mais queria era estudar, eu fiquei feliz por 6 meses, até tudo desabar e não ter condições de manter aquele sonho.. ver tudo indo por água abaixo, naqueles 6 meses eu me dediquei tanto, estudei tanto, me apaixonei por cada leitura, eu queria sim estudar, eu amava fazer isso, mas infelizmente não tive apoio, nem condições, pra agora ouvir que eu não quis estudar? Meu coração se parte, meu Deus, estou tentando deixar todas as antigas dores irem e pararem de pesar, mas é tão difícil quando outros trazem à tona, o que eu faço? Eu sei que Tu sabes de tudo, e tudo tem um propósito, e eu entendo que aquele não era o momento, mas Deus não permita que o inimigo tente jogar na minha cara que eu não quis, porque eu sei que com todo meu coração foi e é algo que eu sempre quis e almejei... Não quero viver carregando o mesmo peso que só aumenta, eu quero ser livre e feliz, mas isso machuca tanto... E eu não desisti, eu sei que minha hora irá chegar, eu tenho fé, então por favor meu Deus, não me permita sofrer assim, e perdoa-os pois eles não sabem o que dizem e fazem...

P.O.V.┃IT'S MY PARTY AND I CRY IF I WANT TO

tell me why the hell no one's here tell me what to do to make it all feel better maybe it's a cruel joke on me whatever, whatever just means there's way more cake for me forever, forever it's my party and i cry if i want to

musica: pity party - melanie martinez cw: tristeza...

10.07.1995.

naseon tinha nascido a algumas horas atrás, o parto havia sido tranquilo e sua eomma dormia após todo o esforço e seu abba o encarava pelo vidro. ele parecia tão pequeno e delicado. realmente não havia sido os planos do casal terem um filho, não estando nas condições que se encontravam ou onde se encontravam, mas não era como se a criança fosse menos desejada ou amada de qualquer forma, eles apenas se preocupavam com seu futuro, não queriam que ele tivesse a mesma vida miserável que tinham e era por isso que tinham que dar um jeito de sair daquele lugar, de ir pra coreia do sul e dar uma vida melhor pra ele, queria que ele pudesse ter tudo que não conseguiram ter naquela vida mas teriam que esperar ele fazer alguns anos até que fosse seguro. naquele momento porém apenas se viu reparando no quanto o pequeno se parecia com ela, era quase uma copia só que menor, que caberia facilmente em seus braços sem esforço algum e talvez estivesse apaixonado pela ideia de ser pai. ficou imaginando também como o pequeno ficaria com as roupinhas que tinham comprado. se ele seria do tipo chorão ou dorminhoco. ━ obrigada meu amor, eu prometo cuidar de você e fazer o possível pra que você seja muito feliz nessa vida uhn? ━ disse baixinho, entre um sussurro como se o bebe pudesse escutar ou entender.

10.07.2005.

━ eomma! abba! ━ a voz estridente e animada se fez presente enquanto um naseon de 9 anos corria pela casa. ━ eu já vou indo. pra casa da arvore. ━ seus pais fizeram certa careta porque o lugar não era tão seguro, estava abandonado a um tempo. ━ não sei se é uma boa ideia querido... aquele negocio parece que vai desabar a qualquer momento. ━ seu abba ponderou, mas odiava estragar a animação de seu pequeno. ━ só um pouquinho! vai! vou tomar cuidado prometo. ━ entre alguns pulos agitados e olhares pidões conseguiu convencer os mais velhos mas estes decidiram acompanha-lo por segurança. seonie tinha pedido por um bolo e apesar de não terem condições de fazer um daqueles bonitos vendidos nas lojas, sua eomma caprichou com o que podia, ela era muito boa na cozinha e seu abba sempre dizia que ela o conquistou pela estomago e pela dança também, era por isso que estavam dançando o filho enquanto esperavam os possíveis colegas do mesmo pra comemorarem seu aniversario. mas nenhum deles foi. a desanimação do pequeno só aumentava, até que começasse a chover além dos próprios olhos. seus pais correram pra tentar salvar o bolo mas seonie não quis comer depois de chegar em casa. isso só piorou no dia seguinte quando os colegas fizeram certo descaso do acontecimento e o disseram tantas coisas ruins que mal conseguia se lembrar pra contar as pais quando chegasse em casa. a verdade era que ele deveria esperar que fosse assim, mas seonie era um pouco inocente demais pra perceber os olhares tortos ou os cochichos, ele não era uma criança ruim então não entendia porque os outros não gostavam dele. de qualquer forma o mesmo jurou que jamais chamaria ninguém pra seu aniversario novamente e apesar de ter sido uma promessa feita por uma criança, fazer amizades pareceu se tornar cada vez mais difícil com o passar do anos no final das contas. quando se tornou um adolescente, os amigos que fazia no final só queriam fode-lo e ir embora, causando mais uma onda de fragilidades sobre como naseon se sentia ao deixar pessoas entrarem em sua vida. por isso estar sozinho apenas com os pais se tornou uma tradição. 

10.07.2015.

━ você não vai conseguir vir mesmo? ━ eomma perguntou da outra linha, a voz meio chorosa ao ponto de partido o coração de naseon em milhões de pedacinhos. ━ não... temos uma missão em andamento no momento... eu não posso falar sobre é sigiloso mas não se preocupe. ━ estava tentando soar convincente e confiante mas a verdade era que todas as missões tinham seu perigo, era parte do seu trabalho afinal. ━ em breve em vou visitar vocês prometo. ━ prometeu, segurando o pingente no peito que tinha uma foto dos dois, dizendo a si mesmo que era seu amuleto da sorte porque apesar de tudo naseon sempre gostava de ideia de se sair bem nas missões, de voltar são e salvo pra casa, parte disso não era saudável ele sabia, a ideia de precisava viver com aquele sentimento de adrenalina correndo as veias entorpecido pra não pensar demais no quanto odiava a vida que levava... apesar de tudo ele sempre voltaria por aqueles dois, precisava, ficava se perguntando como eles ficariam se acabasse morrendo e a ideia era o bastante para faze-lo contorcer o rosto em desgosto. ━ estarei orando pra que tudo de certo, assim que você voltar vou fazer sua comida favorita e um bolo bem gostoso. ━ sua eomma disse animada, tentando ignorar todo o resto, sabia que quando passou pra udt (flotilha naval especial de guerra da república da coreia) ela tinha ficado orgulhosa tanto quanto seu pai mas agora eles deveriam ter certo receio, a distancia não ajudava muito mas até que naseon gostava de ficar olhando pro mar todos os dias. ━ coma bem e tome cuidado. ━ seu abba finalmente se fez presente arrancando uma risadinha de naseon. ━ pode deixar. ━ acabou fazendo uma continência e em seguida um coração com os dedos. ━ nos te amamos muito. ━ os dois mais velhos disseram em uníssono fazendo os olhos do mais novo encherem de lagrimas. ━ também amo muito vocês. ━ a chamada acabou caindo então o resto dia se resumiria a beber e fumar na proa do barco. não era tão ruim assim pra quem era acostumado a ficar sozinho, mas soava melancólico, as vezes naqueles momentos naseon queria poder ter o que as pessoas chamavam de amigos ou amantes, mas até mesmo se achasse alguém pra transar aquela noite, os toques seriam tão vazios como o sentimento que tinha no peito.

10.07.2023.

 ━ oh espera você vai dormir aqui? ━ eomma perguntou curiosa entre um ar que naseon sabia que era pura preocupação, ele odiava deixa-la com aquele sentimento mas parecia tão constante que se tornou rotineiro, entretanto daquela vez os questionamentos que se passavam na cabeça da mais velha também passava pela sua. ━ como eu sempre faço não? ━ respondeu, tentando manter o ar bem humorado até aquele momento e claro tentando fugir do assunto e antes que a mulher abrisse a boca de novo pra retrucar seu pai interviu. ━ deixe, você sabe como esse dia é difícil pra ele. ━ apesar de seu pai ter dito baixinho naseon escutou e acabou suspirando entre as ondas de memorias, os dedos indo até as têmporas porque sentia que poderia ter os neurônios explodindo a qualquer instante. ━ por favor não é isso... ━ tentou se justificar, entre mais uma onda de mentiras porque ele tinha se acostumado com elas, porque a ultima coisa que queria era deixa-los preocupados mas bastou um olhar de sua eomma pra calar a boca. ━ já passamos dessa fase mocinho! ━ ela apontou o dedo pra seu rosto em certa fúria que fez naseon rir. ━ aish! eu realmente gosto dos meus aniversários com vocês... ━ resmungou e em resposta seu pai resmungou também. ━ a gente nunca disse que não gostava. ━ naseon assentiu, entendia o que eles queriam dizer. ━ sinto falta deles... é estranho... eles nunca estiveram comigo nesse dia. ━ a fala sincera demais fez os bumonim arregalarem os olhos no primeiro instante pra depois se entreolharem e sorrir. ━ mas não sei se é uma boa ideia... são 28 anos sendo só nós três... e... vocês sabem que não me dou muito bem com mudanças... e... ━ ele estava tentando achar justificativas, sabia disso e sentir as mãos em seus olhos e o sussurro em seguida o fez encher os olhos de lagrimas. ━ você tá com medo. ━ a fala não carregava uma alfinetada e sim compreensão. ━ eu fico me perguntando por quanto tempo eles ainda vão ficar comigo... eu gostaria que fosse pra sempre... ━ ele não percebeu mas estava sorrindo meio bobo. ━ se eles souberem tudo... fico com medo de ser demais pra eles lidarem... eu sempre estrago as coisas não é? é a primeira vez que tem tantas pessoas na minha vida e... eu tenho medo de perde-las... ━ só deixou tudo sair, entre alguns soluços, tendo braços os adornando em seguida.

aquele dia em especifico costumava ser muito longo. naseon não tinha boas recordações de nenhum dos aniversários mesmo que seu pai e sua mãe já tivessem tentado mudar aquilo. quando mais novo não tinham dinheiro pra festas. na adolescência ele acabou percebendo que não tinha ninguém que se importasse consigo pra querer comemorar. quando adulto trabalhar parecia melhor que perder tempo com a ideia boba que ele era querido por alguém. ele sabia que seus pais o amavam claro e por isso todos os anos tentava fazer aquele programa, apenas ficar com eles, tentando ignorar o significado que aquele dia tinha pra si. mas pela primeira vez em muito tempo se pegou pensando se deveria convidar eles, a sensação era estranha porque naseon se lembrava de quando tentou da ultima vez chamar amigos e ninguém havia ido, apesar de saber que os cenários eram diferentes e as pessoas também assim como a relação que nutria era mais firme, não conseguia evitar se sentir inseguro sobre a ideia ao mesmo tempo que se via fantasiando como seria se fosse com eles ali, se seria mais animado do que costumava ser. no final de tudo acabava só encarando os contatos e desistindo de fazer algo. nunca ficava bem naquele dia e não queria que eles o vissem daquele jeito. aniversários eram coisas boas pra eles mas não era pra naseon. ━ eu sinto muito meu amor. ━ sua eomma disse entre murmúrios, seu pai não conseguia dizer nada mais fazia carinho em seu cabelo. ━ mas... porque não dá uma chance? mesmo com medo... talvez você possa se surpreender uhn? aish! ━ a mulher lhe deu um soquinho no peito o que fez naseon levar um susto e rir ao escutar a reclamação. ━ eu queria ver você feliz hoje como tem sido nos outros dias não chorando. ━ a segunda voz porém veio alguns segundos depois entre o tom calmo de sempre e até um pouco receoso. ━ se você quiser pode ficar hoje, é um pouco tarde e pode ser perigoso voltar... ━ naseon conteve um risinho pela preocupação do mais velho, porque ele sabia se defender bem mas parecia que pro seu abba ainda era uma criança indefesa. ━ você pode comemorar com eles depois, acho que seria legal... o que acha? você vão viajar não é? talvez algo na viagem? e então ano que vem a gente possa fazer uma festa como você nunca teve... ━ a fala gentil e esperançosa fez naseon desabar, se virando pra abraçar o mais velho.

era sempre assim, não havia pose que conseguisse manter com aqueles dois e acabava revelando o lado mais manhoso e sensível que tentava todo custo conter entre alguma pose de mau humor. acho engraçado como aquilo se assemelhava a como se sentia sobre daniel, jihan, hangyu e agora o bonhwa, tinha também o haejin, bonhwa, donghyun, minji e kohaku... ele viu os nomes vindo a cabeça e acabou chorando mais, só porque o naseon mais novo que existia em sua mente se deu conta de que talvez sua família fosse um pouco maior do que apenas aqueles dois velhinhos o abraçando. fungou algumas vezes e se pegou achando engraçado como seu abba cheirava a bebê, ele tinha parado de fumar a alguns anos pra cuidar mais da saúde porque queria viver muitos anos, algo sobre não poder deixar seu único filho sozinho no mundo, mas agora seu pequeno não parecia mais tão solitário e era reconfortante ainda que ele soubesse que havia cicatrizes demais no seu pequeno que precisavam de certo cuidado. era por isso que naseon acabou indo dormir daquele jeito, chorando e seus pais não fizeram mais do que conforta-lo durante o processo, eles tinham aprendido a como lidar com as crises com o tempo assim como deixar naseon confortável pra que eles estivessem o presenciando em um momento tão vulnerável e esperava que ele conseguisse fazer isso com outras pessoas em outro momento.

Eu disse que não falaria mais sobre ela, mas acaba sendo difícil guardar tudo isso dentro de um baú quando os sentimentos transbordam e não tem um lugar que possa caber tanto sentimento. Tudo isso está sendo bem difícil, mais uma vez perdi ela, e dessa vez é real, tivemos que nos afastar pra ela poder ser feliz com a nova família dela... Amar alguém que ama outra pessoa não é fácil, acaba sendo mais doloroso do que já era antes. Tentar ser forte quando tudo que desejo é desabar. É uma dor dilacerante e que ninguém compreende, não é um sentimento qualquer, não é um amor como os outros que tive.. é tudo verdadeiro, é tudo intenso. É como se tudo isso não fosse passar, talvez passe, mas essa ferida não se fechará e nem se curará. Eu realmente amo aquela garota, e tudo que queria era que ela tivesse dado uma chance da gente começar do zero, e eu ter a chance de como eu poderia fazer ela feliz, ter a chance de mostrar a imensidão do amor que tenho por ela, e de como eu poderia cuidar tão bem dela.. enfim isso não aconteceu e nem vai acontecer, apenas tenho que aprender a caminhar, a seguir sabendo que não posso ter aquela garota ao meu lado, só que preciso que alguém me diga como eu faço isso pq eu de vdd não sei. Uma parte de mim se foi junto a ela. Eu encontrei o meu amor, mas infelizmente não posso viver esse amor, eu deixei escapar entre meus dedos e nada do que eu faça vai mudar isso. Na minha garganta tá preso um grito de súplica pra ela me escolher. Na minha garganta tá um grito preso pedindo pra ela ficar. Na minha garganta tá preso um pedido de socorro. Eu só queria gritar mas nem um grito consegue sair . Eu apenas tenho que estar feliz por ela, porque ela está bem e feliz, mas será que ela está bem mesmo? será que ela está feliz mesmo ? Eu só queria ficar e cuidar dela, e saber que ela está bem, mas não posso... Eu tenho que ir mesmo quando tudo dentro de mim grita pra ficar pq sei que ela ainda precisa de mim, mas eu sei que se eu ficar eu vou lhe causar problema e tudo que eu não quero é causar problema.. então apenas me retiro e penso num trecho de música pra tentar me convencer que é melhor eu ir

" Amar é deixar ir

É saber sair de cena

É ficar longe

Pra não te causar

Nenhum problema"

Mas saiba que eu estou indo, mas se um dia precisar de mim eu estarei aqui pra você , como eu sempre tive. Minha garota eu nunca vou deixar de te amar, pra sempre será a minha garota, a minha pessoa, por mais que eu não seja a sua... Sempre será você não importa oque aconteça.. Eu Te Amo

E.R❤️‍🩹

Mesmo com o coração calejado e cansado de lutar, Deus me permitiu recomeçar. Me mostrou um novo rumo e me fez entender do que realmente preciso pra seguir em paz. Mesmo com todas as provações e todos os fardos que venho carregando, sei que mesmo falho, Ele não desiste de quem eu sou.

Mesmo me colocando à prova, me conhece perfeitamente para entender toda a minha ânsia de querer tudo pra agora. Mesmo que eu pense em jogar tudo para o alto e recuar, Ele me faz enxergar valores onde nunca procurei, Mesmo o questionando e me culpando muitas vezes por algo ter saído do meu controle, ele me mostrou que não sou de aço e de vez em quando mereço desabar. Mesmo com as obrigações diárias pesando meus ombros e a vida indo tão depressa, eu não deixo de agradecer.

Mesmo que não seja perfeito, tenho a obrigação de dar o melhor de mim. Por tudo que me tornei, por todos que acreditam em mim e por ser grato pela saúde e força de vontade que não me travam neste momento. Mesmo fraco, com problemas que tiram o sono.

Mesmo com tudo que já enfrentei e ainda vou, acordar e ter a certeza de que o amor de Deus me basta e que Ele é tão perfeito e prova diariamente que sem Ele nada sou, é que me faz querer ser melhor todos os dias e construir um terço de tudo que suplico pra Ele antes de dormir. O extraordinario me espera.

Oi meu eu interior, sei que se importa demais com as pessoas, te dói saber que elas não estão felizes, o quão você se entrega pra muitos e não liga se não receber, mas no fundo sabe que queria ser tratado igual como você trata as pessoas que ama tanto, você busca todas as maneiras possíveis, de tudo mesmo, eu te entendo como dói ver pessoas indo, sem ao menos dizerem um adeus, saber que qualquer momento, Puff acabou, eu entendo que você carrega tanto peso nesses ombros, como eu sei, seu peito que sempre está pesado pra respirar, mas você sempre força pra tentar lutar contra essa sensação, eu sei que no fundo é uma criança assustada, triste, que está toda arranhada e machucada, que mesmo assim tenta, não vou negar que invejo isso de você, mas vejo o quanto machucado ainda está, vejo seu olhar no espelho de medo, olhar de desesperança, não conseguindo olhar pra cima, a cabeça baixa, por tantas coisas girando na sua mente, não dando tempo pra você chorar, quanto tempo que te conheço, vi poucas vezes chorar de alivio ou com tantas palavras presas na garganta, olha se eu pudesse, te abraçaria forte, até esse sentimento surgir e fazer você chorar como nunca tivesse chorado, um abraço forte que te faça sentir seguro, um refúgio, um lugar onde você não precise ter medos e saber você não pode forçar ou segurar as pessoas na sua vida, não importa de quem seja, você tem que aprender a dizer tchau, até logo ou adeus, você precisa olhar pra si, olhar pro espelho e vê se está com forças pra ajudar os outros ou precisa focar em você apenas, tire esse medo de abandono, as pessoas estão na sua vida por gostarem de você e não pelas coisas que você faz que dê motivos pra essa pessoa ficar, como presentes ou atenção. Caso se sinta sozinho, respire fundo, se encolha, abraça o nada ou seus sentimentos, eles não estão ali pra te prejudicar e sim querem te ajudar também, é normal querer desabar e depois soltar gargalhada, quer dizer que você se permitiu a sentir, não tenha medo, aprenda uma coisa, você e seus sentimentos são amigos, você e o nada são amigos, você tem que ser amigo de si mesmo antes de tudo. 

- Você sempre diz que eu desisto das pessoas, que eu não sofro por nada. Que eu isso e eu aquilo. Mas sabe de uma coisa, você se lamenta pela minha ausência de lamentações.

Não é porque eu não falo que eu não estou sentindo. Aqui, dento desse "serzinho" que sou eu, existe muita coisa e a maior delas é sentimento. Sinto raiva, amor, saudade, angústia, insegurança, medo, tristeza e até alegria. E de tudo isso eu só transbordo a alegria. Porque eu me importo com as pessoas que estão ao meu redor. E eu não sangro ao lado de quem não me feriu. Tudo o que me doer é meu, e eu resolvo.

E, não, não é porque eu não demonstro que eu não tô sentindo. Mas foi por aprender muito com o transbordar dos meus sentimentos que aprendi a me calar e escutar o eco em mim, antes de dizer. E sim, as vezes parece que eu não sinto nada, não amo ninguém, e sou a mulher mais forte do mundo. E eu amo me parecer com isso. Mas eu ainda posso sentir tudo e todos ao meu redor. Até mesmo a sua necessidade de ter pessoas indo atrás de você por medo de ninguém te amar, eu posso sentir. Então meu bem, não me diga que eu sou insensível por não ter me visto sofrer.

Não costumo desabar na frente de quem eu não me sinto segura. E acredito que estava certa sobre minha desconfiança ao seu respeito. Se cuida.

@afragmentada 🦋

Hoje, chegando no trabalho, presenciei um assalto em frente a empresa, poucos metros de mim, na direção que eu estava indo. Se eu não tivesse percebido, teria sido assaltada também. Minha mente travou, mas que bom que meu corpo não. Tremi da cabeça aos pés, sensação de desmaio, o ar faltou, mas eu consegui dar meia volta. Perdi o rumo do que estava fazendo, e só saí andando, dei a volta no quarteirão, e saí na lateral da empresa. O ponto maior é que eu me senti completamente insegura, e naquela volta ao quarteirão eu só queria encontrar um rosto conhecido pra eu conseguir desabar. Eu me senti sozinha, e sem nada a me agarrar. Ao chegar na empresa e esbarrar com alguém conhecido, entrei definitivamente em crise, e em mil tentativas de explicar o ocorrido. Ainda passei mais de uma hora tremendo sem parar, coração acelerado. Depois que passou, eu entendi a tristeza que me cerca diariamente. Não é sobre ter alguém, não é sobre ter um toque físico, nem sobre suprir carências. É que hoje eu admiti que eu queria me sentir segura por dentro, e o meu desespero externo de hoje era só reflexo do quão me sinto sozinha internamente. Eu admiti que eu sempre quis um lugar no coração de alguém, que pudesse me abrigar em segurança. Eu admiti que eu me sinto só, sem nada, sem ninguém, e que insegurança é tudo o que eu carrego sobre a maior parte de mim. Depois de admitir, eu olhei pra dentro, me vi chorando, ajoelhada no escuro, e entendi que mesmo querendo muito me sentir segura, eu estava sozinha. E então entendi que ao fim de tudo, eu precisava estar lá por mim, mesmo não fazendo ideia de como. Mas eu sei, é exaustivo sentir medo de todo mundo, o tempo todo, porque eu nunca tive quem estivesse aqui pra me proteger.

t.

Confesso que no começo foi difícil aceitar que você ia abandonar o barco e me deixar sozinha nessa história, depois de toda a nossa luta? Depois de termos virado o mundo do avesso pra ficarmos juntos? Eu me culpava e indagava onde é que eu tinha errado pra te fazer cansar da gente, por que é que depois de tanto tempo cê tava caindo fora? Eu procurava explicação nas madrugadas solitárias tentando lembrar o momento exato em que tudo passou a desabar, mas nada parecia fazer muito sentido. Nosso fim, pra mim, foi como montar um quebra-cabeça em que faltam peças, eu não conseguia conclui-lo nunca. Doeu. Muito. Bem mais do que eu gostaria. Mas uma hora a ficha caiu, quando cê saiu daqui dizendo que a culpa não era minha, eu não quis acreditar, porque na minha cabeça alguém tinha de ser culpado por tudo ter dado errado, alguém precisava ter estragado a coisa toda, afinal, como é que a nossa história podia simplesmente ter acabado? Sem mais nem menos? O que eu entendi depois é que você tinha razão, a culpa não era minha, nem sua, o amor, às vezes, acaba e a gente não sabe muito bem dizer o porquê. Ele acabou em você, só levou um pouco mais de tempo pra acabar em mim também. Demorou, confesso. No começo eu falei mal de você pros meus amigos, te bloqueei em todas redes sociais, apaguei nossas conversas, xinguei a sua nova namorada e te taquei pragas e pragas desejando que você nunca mais fosse feliz. Coloquei fogo nas nossas fotos, fiz de tudo pra esquecer qualquer lembrança que houvesse de nós dois juntos, qualquer momento em que tivéssemos sido felizes um com o outro. Eu só conseguia, ou queria, enxergar a parte ruim, só via você indo embora sem me dar razões que fizessem aquilo fazer sentido. Eu queria que você fosse o vilão, desse jeito achei que seria mais fácil te superar. Não foi. Sua felicidade me alfinetava, como é que cê podia estar tão bem e eu tão mal? Coitada, mal pude notar que quem estava me destruindo era eu mesma e não você. Tua vida só tinha seguido em frente

Já tive várias cores favoritas, verde, branco, preto, lilás (ou roxo, nunca soube a diferença), todas aquelas que você pode imaginar, mas agora eu só tenho uma, Azul.

Eu não posso explicar o motivo, não posso falar quando começou ou quando vai deixar de ser, só posso falar que é essa.

Não sei se foi pelo meu amor pelo céu e toda sua infinidade, ou pelo meu fascínio pelo mar, não posso falar, não consigo falar.

Não sou capaz de descrever em palavras todo o meu sentimento por trás dessa cor, não sei descrever a paz que tenho quando vejo o céu azul toda manhã, ou quando vejo o tempo se fechando e ele continua lá, azul, agora um ou dois tons mais forte, só que sempre azul.

Não posso te contar a alegria que sinto ao ver o mar, escutar suas ondas e mergulhar nele, me sentir, mesmo que só por uns segundos, parte dele, algo tão grandioso e importante, enquanto estou me afundando, escutando suas ondas quebrarem, eu me sinto parte dá imensidão.

Na verdade, talvez eu consiga, só não sei se você compreenderá.

Alguns dizem que olhar o céu por alguns minutos te deixa mais feliz, talvez seja por isso que estou sempre a observar-lo, estou sempre precisando repor minha felicidade, ela é algo tão fácil de se ter, e ao mesmo tempo tão complicado, a felicidade em mim é algo tão inconstante que nunca sei quando vou desabar, mesmo que as pessoas não percebam, pois como as estrelas se escondem por trás dá luz do sol ao amanhecer, tudo o que sinto se esconde por trás de um sorriso ao que acordo.

As vezes, ao fechar os olhos, me sinto no mar, me sinto parte daquela grande infinidade, e os dias vão passando enquanto boio no oceano que eu mesma criei, de águas feitas por lágrimas que nunca derramei, com sentimentos que nunca expressei, fico vagando sozinha por esse oceano, alguns dias são calmos, já outros me sinto em uma tempestade, tempestade de sentimentos, tempestade de coisas que eu deveria dizer e nunca falo.

As vezes eu, que quando dou por mim estou me afogando, me afogo em palavras que deveria dizer, me afogo em gritos silenciosos de puro desespero.

as vezes me sinto em um barco vagando calmamente por todo o oceano, outras vezes me sinto o mar, que faz de tudo para esse pequeno, e frágil, barco virar.

e nesse momento estou gritando, implorando, pedindo, suplicando, por ajuda, por algo que possa me salvar de mim, mesmo que eu saiba que ninguém vai escutar, estou gritando no silêncio, no vazio perturbado de minha mente, esperando por algo que sei que não vou conseguir.

estou me afastando, sumindo, desaparecendo tranquilamente por baixo dessas águas rasas, estou indo junto com as ondas, deixando a maré me levar para longe.

Estou cada vez mais submersa nessa imensidão azul, estou me transformando nessa cor da forma mais sutil que conheço, estou indo embora.

Estou indo de um azul a outro, estou saindo do mar ao céu, em um piscar de olhos estou indo, me transformando em uma pequena estrela a brilhar no céu azul, condenada a ver todos que um dia amei do jeito mais distante possível.

Estou me afogando, estou indo para casa, mesmo não sabendo que lugar seja esse, estou indo embora.

Estou me afogando em mim, estou tentando viver enquanto me sinto morrendo, estou me despedindo de todos lentamente.

Então, adeus...

adeus lua que sempre brilhou para mim. adeus estrelas que sempre me trouxeram paz. adeus sol que sempre me ajudou. adeus amigos que sempre estiveram aqui. adeus família que sempre lutou por mim.

digo adeus a todos, enquanto vou embora dá maneira mais fácil que conheço, me entregando a esse mar, indo para casa enquanto sumo, vivendo enquanto estou morrendo.

Quando olhar para o céu lembre-se de mim e de todas as vezes que sorri, já ao olhar o mar lembre de todas as vezes que chorei, e se algum dia contemplar os dois juntos, lembre-se de mim por inteira.

Por que sempre na minha vez?

Por que sempre comigo?

Por que sempre você?

E derrepente só acabou, tudo só acabou. Menos as coisas ruins. Por que elas são sempre as últimas a acabarem? Elas acabam, mas demoram tanto. Tanto que dá vontade de desistir dessas ideias e aprender a viver na companhia de coisas ruins. Coisas terríveis. Coisas assustadoras. Coisas que dão medo. A solidão, por que ela é tão triste?

Por que tudo tem que chegar no bom e desabar?

Isso acaba comigo.

Acabou.

Vai acabar novamente.

Preciso de ajuda por favor, um pouco de ajuda.

Eu posso ter muitas pessoas ao meu lado, mas a solidão...ah a solidão. Ela me acompanha para todos os lugares onde vou, ela sempre faz questão de acordar. Ela nunca me deixou em paz, nunca mesmo. Ela é meu maior medo, mas eu vivo com ela e aprendi a amá-la. Tenho medo do que ela pode fazer comigo se eu demonstrar que à odeio...portanto, digo amá-la.

Todos estão indo. Já são três. Quando será a minha vez? Quando eu me irei? Quando irei-me deste mundo?

E se eu não for...

Quando ela irá? Quando me deixará em paz? Por que não te vás solidão? Para de fazer-me chorar! Me desculpe, não posso aumentar a voz. Não posso deixar que perceba que eu à odeio, minha vida já está muito complexa. Não quero o inferno inteiro.

Ainda não.

M.

Ei, você está indo bem, ok? Assim, tem dias que são BEM difíceis, você simplesmente não quer levantar da cama, quer inventar uma desculpa e ficar em casa chorando o dia todo mas você acaba enfrentando isso e tá conseguindo sobreviver. Sério, você ainda vai se orgulhar demais do seu processo. Sabe todos aqueles dias que você ficou dentro do quarto chorando, pediu e tentou se matar, foi para o hospital todas as semanas com crises fortíssimas, putz e aquela vez que você tomou um porre de vinho e foi parar na frente da casa dele, então, esses dias só te fizeram mais forte, você está conseguindo aos poucos se reerguer, se sentir viva de novo, repito você continua tendo dias difíceis mas ao contrário do começo, você tá conseguindo enfrentar de uma maneira melhor, você não está se deixando mais entregar por todos aqueles sentimentos ruins e conflituosos, energias pesadas, você se permite sentir mas até certo ponto. Você é guerreira, garotinha. Você é MUITO capaz e você sabe disso, aí dentro, bem dentro de ti tem uma Mari que sabe quem é, o que quer, quando e como quer, só é uma tempestade, vai passar, aos poucos já está passando. Ah, algumas noites você não toma o remédio e acaba que o seu subconsciente te sabota não a deixando dormir, vários sonhos com você sabe quem, mas relaxa, isso também vai passar, assim como você vai conseguir com o tempo ter alta da psicanálise e ficar sem os remédios, mas lembre-se da sua tatuagem “confie no processo”, tá bem lindo de ver, só confia, vai dar bom, você não é o que fizeram de ti ou/e o que falaram de ti e você absorveu e pegou aquilo tudo como absoluto. Vai ficar tudo bem, tá? Eu só preciso que você continue seguindo em frente, sempre em frente, não desiste por mais que tenha dias que você espera para desabar sozinha porque enquanto você sofria os outros sofriam, fica calma, respira e só segue em frente. Você será uma linda borboleta e sabe o melhor? Você será livre, leve e solta como sempre foi, você é linda, você é doce, você e extrovertida e merece só a felicidade. Te amo, tá? Ainda vamos bem longe, a Mari do passado sentirá ainda mais orgulho da Mari do futuro. Acredite. Entregue. Confie.

"Não vai dar certo", disseram... Não, na verdade, quem disse fui eu. Depois de várias reprovações, momentos de agonia, incerteza, desamparo, tristeza e a vontade de querer desistir de tudo, veio ai aqueles segundos tão procurados e esperados por todos, os segundos da alegria intensa.

Depois de 1 ano da minha primeira reprovação, me encontro em uma felicidade imensurável. Eu, finalmente, fui aprovada no Exame da Ordem.

Eu sempre temi o exame da OAB, nunca achei que fosse capaz e inteligente o suficiente para que conseguisse ver meu nome na lista mas aquela vontade de viver esse momento sempre foi maior e era o que me amparava para tentar. Até que acontece, em meio ao caos que minha vida se entrava, a primeira reprovação.

Acredito que nunca me senti tão inútil. Ver que você esteve tão perto e deixou a chance escorrer pelas suas mãos. Continuei minha trajetória e tentei novamente e, novamente, outra reprovação.

Comecei a pensar que eu estava no curso errado, de que eu não seria boa o suficiente. Eu já não era o suficiente para minha família, para os relacionamentos e agora para meu futuro. Eu vi tudo que sempre sonhei indo embora, como uma luz que vai perdendo a força e se apaga ao final.

Minha cabeça é um emaranhado de pensamentos e sensações. Eu criei esse personagem que precisava ser perfeito e não decepcionar ninguém mas, a vida como sempre rindo de mim, me trouxe outra reprovação e não era da OAB.

Nesse momento, eu vi meu mundo desabar. Eu pensei que não aguentaria, até hoje esse fato me dói e quando eu paro e penso, eu vejo que é uma ferida aberta. Até que a aprovação na 1° fase veio, em meio ao desespero e desamparo.

Eu nunca achei que passaria nessa 1° fase, até porque eu não tinha estudado mas, minha irmã já dizia, ninguém explica os planos lá de cima.

Só que dessa vez, diferente da primeira vez, eu me agarrei na agonia e na tristeza. Me agarrei na perda recente do meu avô, me agarrei na agonia de ter carregado uma DP, me agarrei no buraco de me despedir dos meus amigos, me agarrei na solidão do mundo desconhecido e dessa vez, a tristeza não ia me derrubar.

Eu me proibi de deixar que a tristeza me agarrasse. Eu estudei, eu chorei, eu me entreguei. E neste momento, me debulho em lágrimas e sorrio ao ver o meu nome na lista dos aprovados.

Eu não sou tão inútil ou incapaz como achei que fosse. Eu, finalmente, vi aquela luzinha no fim do túnel. Uma felicidade que eu precisava.

As pessoas muitas vezes confundem estar e o fingir. Muitas pessoas fingem estarem felizes e isso muitas vezes pode confundir e demonstrar uma vida perfeita. A vida não é perfeita. Ninguém é feliz o tempo todo. Temos picos de felicidades, em uma vida triste.

Mas esses picos de felicidades são o que possibilitam que as pessoas acordem, levantem e vivam as suas vidas. Eu PRECISAVA desse gole de felicidade porque eu não estava aguentando mais. Eu consigo engolir muita coisa, até o colapso mas, nos últimos tempos, eu não estou a beira do colapso. Eu estou na beira do precipício.

Mas isso é uma conversa pra outro dia.

(Ei, guarde esse momento pra sempre na sua cabeça. Chore sempre que lembrar porque você é gigante!)

Câmbio, desligo.

@paul1xtana

26.05.2023

11h59 pm