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#dialética transcendental
apialuzquantica · 1 year
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Desfazendo-se para Refazer
Quem é você? Para e pense quem você é de verdade. Você está sendo a essência transcendental? Você está trabalhando à perfeição da sua evolução? A lei da atração correspondente é inegável, pois a fé alinhada à consciência opera maravilhas. Saiba que tudo flui para o melhor, baseando nos seus saberes, o universo o guiará à maestria de seus movimentos. Desfaça tudo aquilo que costuma “desfazer fazendo”. Isto é, aquilo de diabólico, que causa um tumulto cognitivo aperreando sua mente. Tente cortar as ligações da mentira inconsciente. Esse paradoxo dualista que visa referenciar a polaridade magnética da conhecer, marca a sociedade tanto antiga quanto a contemporânea. Pois sobre ele que estão impressas as fundações da realidade. E, nesta nova era, tudo é espírito. Na verdade, tudo sempre foi espírito. Sintamos esta transformação à liberdade, que talvez nem seja novidade. A leveza das asas que nos é força para saber escolher. Saia do automatismo neurótico de uma vida na perdição. Quando você olhar para si e descobrir, você dará valor pra quem você é, e se sentirás orgulhoso por se destacar da multidão. Você não é multidão – não mesmo! - você não é massa a ser manipulada. Você é algo mais valioso para ser produto de sua própria história. Tens contigo o Deus, sejas ateu ou de qualquer religião. Eis, por aí, uma chuva de mistério. Vocês, seres divinos, estão aptos à governança coletiva. Faça política, vá enfrentar a dialética do agora!
Saiba ser estrategista campal e mire no coração do alvo. Você acertará, pode confiar. Seus olhos não negam. Se você quer se reduzir, seja qual for a intensão, assim seja. O erro não prevalecerá. E tuas discrepâncias serão enxutas. Reduza-se à sabedoria, mantendo o foco elevado na positividade, dê um porrada de inteligência na ignorância. Se você quiser se engrandecer, assim seja. Seu espirito pode adotar uma forma, mas nada muda a veracidade da energia que o encapsula na realidade. Factualmente, és o que intentas ser, dentre tantas ideias possíveis, algo de si se fenomenologiza, “fecundando” o útero semiótico. Vês que nada é impossível ao filósofo? Dentre tantas formas de razão, a singularidade... Pausa! A singularidade é um fato tão especial que nem mesmo a ciência pode explicar a dimensão do ordenamento espiritual da vida humana. Entretanto, adotemos aquela ideia de especialidade guiada por uma força bem maior que tudo, que se revela de modo axiomático; “um passo de cada vez, mais uma vez”. E assim por diante, vais compondo a música da dança iluminante. É uma faculdade eterna que levará você de volta à fonte. E à cada ida as ideias são renovadas.  É singular, o ângulo dos fatores cósmicos que o manuseia para que brindes da unicidade da dialética do continuum. Tudo se segue na fusão nuclear do Espírito de Deus com o nosso mundo.
É crucial ter voz para calar os ventos tortuosos que implicam em discordar da presença primorosa do Reino de Deus. Os espíritos negativos vagueiam pelo mundo para atazanar e distorcer o que é fruto do bem. Estes que sopram aspereza contra a natureza do Ser Invicto. Apesar do cristão buscar sua fortaleza em Deus, as adversidades da vida são notáveis, isto faz com que o altiverso seja o lugar onde poremos atributos para funcionar. A criação é fantástica, ela abriga estruturalmente a mística do desenvolvimento da sociedade como um todo. As ciências encaminham o homem à beleza da contemplação do Deus que providencia os recursos para que seus filhos tenham felicidade. Deus escreve! Para que sua vida seja honrada em seus méritos. Acredite, você pode! Tens tudo em mãos preparadas para tal serviço. Tens o coração e os olhos de zelo profético e milagroso para que YHVH manifeste sua insuperável presença. É contigo que falo para ir à frente com minha voz, como a tens carregado absolutamente! Tua pele não sangrará! O Senhor perdoa o atalho transgressivo que te atrapalha e impedirá que adulteres a convicta vitória de tua luz. 
Deus diz: Eu desfaço e te refaço. Puramente novos. Teu destino é Comigo à imensidão do paraíso. Quando tu pensas que estás sós, sendo provado em tua mentalidade situacional e circunstancial, você redescobre que a luz do bem nunca morre. Ela é a consciência em ação. E você é o bem que Deus quer à família da pureza que decidistes aprender e ensinar. Viestes ao mundo, que só você e Deus conhecem o sentimento da glória que os sustentam. Vocês são suor do trabalho integro que se alimenta para renascer radiante. Toda vez que descansas, abre-se os olhos para a vontade do Pai. E o Pai está fluindo em tuas raízes. Com cautela, você se desfará para se refazer em algo muito mais refinado. Este polimento que Deus faz contigo, no decorrer de sua vida, é para que ascenda à sua morada com a cruz da vida. Pela Cruz que Cristo o abençoou, sua marcha fenomenal inspira a calma à transformação da pecaminosidade em cristandade. É muito simples. Toda vez que o inimigo o atentar a sujeição do pecado, você terá o fogo consumidor do Pai para indicar a falha.
Discernir o que vem de Deus do que é injetado do oposto põe as peças do jogo exatamente na alquimia de cada momento. Erga seu pensamento à comunhão sagrada. Presencial à chamada, sentirás as qualificações da confiança que tu mesmo ressalva em teu universo. Pode parecer minúsculo toda sua história, mais faz total diferença à vontade do Pai Nosso, que direciona seus filhos à Luz Infinita do Amor. Deus é inigualável. E nesta separação progressiva de descontaminação, os tesouros guardados em tua alma serão avivados ainda mais. No seu Dever, verás não somente o reconhecimento do todo, como a magnífica virtuosidade da grandiosidade humana. Só pareces pequenino com uma partícula, invisível aos olhos, mas o Senhor o aprecia com tamanho tão exuberante e prospero que a própria criação chega a ser irrelevante. Sim, mas tome cuidado com essa reflexão. Para Deus a matéria da realidade humana não importa, contudo seu significado é que interessa. A realidade como a conhecemos é um teste de sabedoria, é um teste de melodia, é um teste do dia-a-dia.
E nas medidas que Deus vai lhe intuindo, você redescobre-se que a essência é da amizade com a saúde do espírito, as virtudes desse Bem Maior. Sintonizando na santificação em meio a um caos que parece ser do fim do mundo. Tu que levantas a cabeça às estrelas já estás salvo. Tu que choras, já estás felicitado. Tu que procuras, já estás curado. A palavra milagrosa do Senhor não vacila. Deus pode e quer. A relevância que timbra no desejo do teu coração encontrará égide inquebrantável, e você atraíra as melhores das melhores parcerias. Ó coração de nobreza, Deus te pôs entre os mais dificultosos corações para que troques com eles o valor de tua pureza. Tens a vida inteira no último firmamento. Teu coração é do Senhor. Ele realizará, quando for necessário, a continuação da obra. Deus o admira por ser de sobremaneira especial.
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angeluzlucifero · 2 years
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LÚCIFER, O PORTADOR DA LUZ
Conforme anuncia a Esfinge, quem OUSAR poderá desvelar o Mistério...
Daremos aqui apenas algumas indicações, todavia não faremos qualquer relato comprometedor pois resta-nos CALAR...
Cada um, por si mesmo, terá que QUERER e depois SABER... Querer, Ousar, Saber e Calar são os verbos-guias da Esfinge Humana.
Todo real Processo de Iniciação tem muita semelhança com o Processo de Individuação apresentado pela Psicologia Profunda de Carl Gustav Jung. Ambos têm por fundamento os postulados básicos da Alquimia Transcendental, eis que buscam a UNIDADE DE CONSCIÊNCIA ou CONSCIÊNCIA CÓSMICA, simbolicamente representada na Alquimia como o encontro da Pedra Filosofal ou do Ouro dos Filósofos. Trata-se da Psicologia do Inconsciente [Jung] e da Iniciação da Consciências aos seus níveis mais profundos.
Ora, ao ingressarmos nesses recessos de subconsciência, verificamos que TUDO É TREVAS, ANTES DE SURGIR A LUZ. Trevas, Caos, Abismo, Vazio, etc., são denominações alquímicas e iniciáticas a indicar o estado de consciência primordial do Ser.
"Sócrates" assim se expressou: ”Cada homem é um Caos, mas há em cada ser humano um deus, o qual, se tu quiseres, ordenará em Cosmo e em Felicidade o teu Caos doloroso”.
Colocar todo o conhecimento numa ORDEM COMPREENSÍVEL é o objetivo da Filosofia “latu sensu”, notadamente da Filosofia Mística e da Psicologia Profunda. Ordenar em Cosmo e em Felicidade o Caos da consciência humana. Agora, mais do que nunca, o homem moderno vive nesse ‘caos doloroso, onde ainda predominam os processos primários, onde não há uma síntese de idéias e onde os afetos são passíveis de deslocamento. Onde o princípio soberano que governa os processos psíquicos é o da obtenção do prazer, tudo isto devido ao fato de que, para a mente objetiva, as manifestações existenciais, são descontínuas e quantificadas. Saímos da Unidade Paradisíaca e caímos na dialética serpentina da dualidade.
Perdemos os referenciais! Então, porque queremos [como sugeria Sócrates], ingressarmos numa Ordem Mística, somos conduzidos por um Guia e assim penetramos nesse labirinto trevoso, o Mar de Trevas com seus abismos de Inconsciência. Temos um referencial iniciático e podemos considerar o nosso lugar no Grande Esquema Cósmico.
A Dra. Jacob, discípula junguiana, escreveu: “ Jung desejava ampliar o RAIO DE CONSCIÊNCIA, estendendo seu Feixe de Luz sobre o Mar de Trevas, completando assim a Obra da Criação”, a mesma tarefa cometida aos Buscadores da Luz, conforme preconiza os ensinamentos: Continuar a Obra da Criação.
Para executar esses Trabalhos de Hércules, Lúcifer porta o facho de Luz, queimando como um Fogo do Crisol. E o Mestre convoca o(a) Portador(a) do Archote, o Anjo da Luz ou Lúcifer. Este, com seu facho ilumina as trevas do abismo da subconsciência [abismo do Mar Hermético]. E a Criação continua!
Ilumina e regenera as trevas do Inconsciente, tornando-o consciente [todo o Processo de Iniciação e de Individuação é um programa de Regeneração].
A Luz SE FAZ, refletindo na consciência humana a Sua própria natureza. A Luz SE reconhece na consciência, feito espelho...
A Sabedoria “caótica” do Inconsciente é posta em ordem compreensível pelo intelecto da mente objetiva, como a luz menor.
CAOS EM COSMO
O Si Mesmo, aqui identificado como o Mestre, comanda toda a Constelação Arquetípica e ordena essa atividade de seu Arquétipo de Luz. Diz-se então em termos de Psicologia Profunda: “Como Deus está para a Criação do Cosmo, o Si Mesmo está para a Criação da Psique”. O Si Mesmo é o Arquétipo do Centro, o Mestre ou nosso Eu Interior, que assim ordena nosso caos pessoal em Cosmo.
O Mistério da Luz [o maior Mistério da Natureza] é desvelado pelo Portador do Archote ou Portador da Luz, Lúcifer, matriz de nossa Inteligência Superior. Então, somente então, é feita a “revelação” espantosa de nossa real natureza, um “Mysterium Tremendum”. A Luz SE revela à alma humana, encontro de Cupido e Psyquê. O homem se conhece, um “Mysterium Cognitionis”, de acordo com as expressões de Jung.
Saímos da dialética dos ‘Opostos da Natureza’: Consciente-Inconsciente, luz-trevas e voltamos à unidade de consciência, voltamos à Casa do Pai. Ali o Rei e a Rainha misturam as suas substâncias psíquicas. Assim vemos que todo o Processo Alquímico está plenamente identificado como o Processo de Individuação e com a Psicologia do Inconsciente apresentada por Jung.
Essa figuração arquetípica que é o Portador do Archote ou Lúcifer está sempre a ilumina a Senda para que o Mestre possa dar prosseguimento ao Processo iniciático, o qual deverá culminar com as Bodas Místicas da alma com o Noivo, o Filho da Nova Aliança feita no Shekinah...
Embora tão vilipendiado quanto o mal compreendido Judas Iscariotes, é Lúcifer quem nos resgata dos mundos da Sombra, esse outro Arquétipo da nossa constelação psíquica. Todavia, atribui-se a Lúcifer a identificação com o Diabo, o adversário [dyá-bolos] ’fundamental’, também mal-visto em função do maniqueísmo religioso. Mas, como foi dito, essas intelecções espirituais tem lugar ativo em nossa estrutura psíquica. Então serão logo resgatadas à Luz da Compreensão que nos traz o Portador do Archote. Quando isso acontece, o Homem conhece a si mesmo, o SI MESMO da psicologia junguiana.
E na Aurora Consurgens da Alma Humana eles estarão esperando por nós debaixo do arco da Vida Eterna, porque nessa aurora de nossos dias nascerá a Divina Compreensão.
O Anjo da Noite terá passado com o seu licor sombrio, pois saímos da Morte Mística na Noite do Grande Abandono.
Entramos na História dos Grandes Heróis, os Iniciados, como o foram Hércules, Perseu, Teseu, Orfeu. Da forja de Vulcano ou Hefaystos, com o seu Fogo do Crisol, sai um Novo Homem para a Luz de Osíris!
“O Lúcifer da Cabala não é um Anjo Maldito e fulminado; É o Anjo que ILUMINA e que regenera, queimando...
Quando Deus disse: Faça-se a Luz, a inteligência foi feita e a Luz apareceu...
A inteligência tomou a forma de um Anjo esplêndido e o Céu o saudou com o nome de Lúcifer.”
-Eliphas Levi_Dogma e Ritual da Alta Magia
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simoneuza · 2 years
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"Respirar, viver não é apenas agarrar e libertar o ar, mecanicamente: é existir com, é viver em estado de amor. E, do mesmo modo, aderir ao mistério é entrar no singular, no afetivo. Deus é cúmplice da afetividade: omnipotente e frágil; impassível e passível; transcendente e amoroso; sobrenatural e sensível. A mais louca pretensão cristã não está do lado das afirmações metafísicas: ela é simplesmente a fé na ressurreição do corpo. O amor é o verdadeiro despertador dos sentidos. As diversas patologias dos sentidos que anteriormente revisitámos mostram como, quando o amor está ausente, a nossa vitalidade hiberna. Uma das crises mais graves da nossa época é a separação entre conhecimento e amor. A mística dos sentidos, porém, busca aquela ciência que só se obtém amando. Amar significa abrir-se, romper o círculo do isolamento, habitar esse milagre que é conseguirmos estar plenamente connosco e com o outro. O amor é o degelo. Constrói-se como forma de hospitalidade (o poeta brasileiro Mário Quintana escreve que «o amor é quando a gente mora um no outro»), mas pede aos que o seguem uma desarmada exposição. Os que amam são, de certa maneira, mais vulneráveis. Não podem fazer de conta. Se apetece cantar na rua, cantam. Se lhes der para correr e rir debaixo de uma chuvada, fazem-no. Se tiverem subitamente de dançar em plena rua, iniciam um lento rodopio, sem qualquer embaraço, escutando uma música aos outros inaudí vel. E o amor expõe-nos também com maior intensidade aos sofrimentos. Na renovação do interesse e da entrega à vida que o amor em nós gera tocamos mais frequentemente a sua enigmática dialética: a sua estupenda vitalidade e a sua letalidade terrível. Mas, como dizia o romancista António Lobo Antunes, «há só uma maneira de não sofrer: é não amar». Mas não é o sofrimento inevitável a todo o amor que impede a vida. O obstáculo é, antes, o seu contrário: a apatia, a distração, o egoísmo, o cinismo." https://www.instagram.com/p/Cbs8QlkufQGpIDI0qxt2qzM-lD7E1b_q-3cFbQ0/?utm_medium=tumblr
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"É na dialética da vida diária que a teologia quer e deve ler os direitos humanos como expressão de uma história de libertação que revela o rosto do Deus da Vida; assim, o rosto do pobre é o novo crucificado que revela o Deus da Vida. É um sinal dos tempos.
A resposta em que o cristão acredita deve traduzir-se na luta pelos direitos humanos como expressão e revelação do Deus da Vida que acontece na história e reclama justiça do primado do princípio da misericórdia. Assim, o ponto de partida é a espiritualidade, uma vida com espírito, ou seja, um estilo de vida marcada pelo espírito de Jesus.
Para o cristão, a espiritualidade ou a vida espiritual não pode reduzir-se ao exercício de algumas técnicas ou práticas rituais sobre a vida religiosa, mas deve ser uma maneira histórica de viver no espírito. A experiência práxica dos cristãos na América Latina, avalia Sobrino, tem demonstrado como não pode haver vida histórica e real sem vida espiritual, já que, da própria cotidianidade da vida cristã, se vai percebendo a convicção e intuição de que “conhecer Deus é praticar a justiça, a intuição evangélica de que o horizonte último da autocompreensão e prática de Jesus era o reino de Deus, como realidade incipientemente histórica, e não só transcendente”.
Esta dialética da vida histórica e da vida espiritual do cristão deve traduzir-se nas ações concretas de respeito, garantia e proteção dos direitos humanos, ainda que a realidade vá além das próprias pretensões. Assim, lutar pelos di-reitos humanos é uma resposta ao Deus da Vida que se revelou em Jesus, e, por meio destas mesmas ações, encontra-se o caminho de dignificação da vida, da divinização do humano: deixar Deus agir em nossa vida como Deus age, fazendo justiça. Assim, a fé implica a justiça; implica o agir no seguimento de Jesus Cristo a favor dos pobres, dos desprotegidos, das vítimas, já que a própria revelação de Deus clama por justiça por meio dos direitos humanos .
Qual haverá de ser o fundamento teológico dos direitos humanos que permita esta opção por eles? A fundamentação está na absolutez da fé, ou seja, a luta pelos direitos humanos é a realização da fé, sua concretização na história; o mesmo se deve dizer dos direitos humanos:a luta por eles é a luta por sua concretização na história, por sua historização.
Assim, sua fundamentação não pode se basear simplesmente na argumentação jurídica, filosófica e teológica; sua fundamentação está na concretização histórica dos direitos humanos na vida de cada um dos homens e mulheres históricas . Então, a contribuição da teologia aos direitos humanos está na dinâmica fé-justiça, porque a luta por sua realização em favor de quem foi espoliado, explorado e excluído nos remete ao próprio mistério da revelação. Assim, a defesa dos direitos humanos está na própria dinâmica de Deus fazendo justiça. Deus está presente na ação de dignificar a vida, pois Deus é o defensor da vida, e vida que se dá a favor de quem, em virtude das estruturas injustas, perdeu a vida ou cuja condição devida se viu reduzida ao mínimo.
É nestes pobres, nestas vítimas, que se revela o próprio Deus, como o expressa o documento de Puebla: “os pobres feitos à imagem e semelhança de Deus para serem seus filhos”. Então, a vida dos pobres e sua defesa são elementos fundamentais da revelação de Deus. Dito isso, pode-se inferir que a luta pela dignidade e a de-fesa de seus direitos humanos é dado revelado do Deus da vida, é lugar teológico de onde se deve construir a teologia e de onde a dignificação da vida do pobre se converte no rosto de Deus, sua imagem e semelhança.
Mas esta luta pelos direitos humanos exige um plus para o cristão, para o seguidor do Jesus histórico e da fé. Para ele, é preciso que esta fé e luta pelos direitos humanos se realizem com o espírito de Jesus. Não pode reduzir-se a simples altruísmo ou executar-se tão-somente pela satisfação que proporciona o agir corretamente. A luta pelos direitos humanos deve ser parte da espiritualidade, do agir como Deus age, de ir até onde vai o próprio Deus, até dar a vida para gerar vida, com entranhas de misericórdia. Como afirma Sobrino, é preciso que sua realização se faça com o espírito de Jesus, com o espírito das bem-aventuranças, com o ânimo da gratuidade.
Por isso, a luta pelos direitos humanos, como luta pelo ser humano, é fundamental para a compreensão da revelação de Deus, de um Deus que se dá como vida, alegria e esperança. Dentro da dinâmica do mistério da encarnação, Deus se faz homem para que o homem chegue a Deus. A resposta a essa revelação é caminho para conhecer Deus e alcançar Deus28. Esta é a nova lógica do sentido teológico dos direitos humanos, contrária à lógica do mercado e do capitalismo, pois a luta pelos direitos humanos é locus – lugar onde acontece a salvação de Deus – é sacramento de salvação."
David Eduardo Lara Corredor. Fundamentação teológica dos direitos humanos
Imagem original: Ryan Loughlin on Unsplash
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lelegui90 · 4 years
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Questionamentos de um ser convalescente Inerte em um dia tétrico!
Eis a moral, abstrata, inextricável, ambígua, uma criatura aguardando a espreita segurando a adaga que corta nossas línguas, nos tornando incapazes de exprimir angústias, maldita quimera, devorar-te-ei antes que tu me devore.
Foi tu elaborada metodicamente, encontrando o fim em si mesma, perseguir-te és um ciclo infindável, inútil como as vezes em que tentei controlar o tempo com a velha ampulheta, inútil como pensadores e intelectuais que tentaram te extinguir, mera mudança de percepção, o monstro social possui milhares de faces. Cremos, na nossa ingenuidade de livres pensadores cremos, possuir o lápis e a borracha, desenhando e apagando, solene, fausto, buscando a luz no fim do túnel. Navego aqui nesse mar de adversidade, tu és a maré negra que se impõe contra a diversidade, poluindo a pureza de nossas águas.
É somente o espelho niilista que me tornou Narciso?
Sou um monstro altruísta? Estou desfalecendo no País das maravilhas, idolatrando a morte como único Deus verdadeiro?
Apontado como mentecapto, do manicômio confronto seu delírio, confronto a sentença, sou indestrutível, sou a arte de um poeta morto, incompreendido desde o berço.
Que liberdade tem o procastinador?
É sobre Thích e auto imolação, é sobre os dilemas que todos temos, sobre esviceração, suicídio, se jogar da torre eiffel, sobre aokigahara, é sobre sonhar com a paz da escuridão!
A vida é um evento traumático, dramático, transcendente.
Se isso te soa incongruente, talvez tu faça parte do corpo docente, outro Deus entre os homens distorcendo a síntese.
O mundo todo em simbiose é um paradoxo, minha tristeza se tornou atemporal!
Sua dialética é nada mais que a dança fatal da doninha, envolvendo a lebre e esmagando seus ossos.
A indulgência nos torna fracos?
Se não fosse meu egoísmo, fleuma, esse escrito seria uma epopéia.
Qual a razão de tanto escrúpulo? Vou seguir a minha estrada sem diretriz, libertino, enfrentando cada disparate.
Hoje me absolvo da culpa, outra confissão ao nada de alguém que se perdeu por anos em teu labirinto. Não vejo motivos para estancar as feridas, é apenas o enterro do diabo se repetindo em Macondo!
É sobre o câncer, o trauma, a depressão, a bipolaridade, a insanidade, sobre todo meu infortúnio.
É sobre questionar a encenação, questionar a veracidade da nossa essência e então desconstruir nosso ser.
Do prólogo ao epílogo, do epílogo ao prólogo, a repetição de eventos, precipitações transbordando em uma taça de cristal, a representação frágil da virilidade do carrasco ao ser exposto, o mesmo carrasco que apontou nossas anomalias !
Por acaso fomos por ti esculpidos?
Por acaso somos obrigados a seguir esse padrão? Não!
O Universo não parece nem benigno nem hostil, mas meramente indiferente às preocupações de criaturas tão insignificantes como nós, porém Sagan, as pessoas me parecem malignas e hostis, meramente atraídas a machucar criaturas que elas consideram insignificantes.    
Por: Leandro Guilherme
#poesia
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RESENHA :Jesus a humanização de Deus
Ricardo Valério da Silva 
Bem sabemos que as religiões têm como finalidade explicar, justificar e organizar a relação dos homens com o seu Deus. Pois bem, a partir desta, o cristianismo tem uma visão mais elementar em relação a outras religiões, por vez o cristianismo não fica querendo criar relação do homem com mas, criar pontes que ajude o homem a ficar mais próximo do seu criador, fazendo com que eles embasados numa ampla relação de respeito e confiança, com isso o cristianismo esta a frente das demais religiões ou até mesmo filosofias religiosas.  
Quando falamos de cristianismo nos vem a cabeça a figura do homem Jesus Cristo, mas não podemos esquecer que foi a forma que Deus utilizou para se aproximar da humanidade, a forma pela qual estabeleceu com a humanidade uma relação de proximidade, para assim entender e compreender de fato a humanidade, dentro do seu projeto de salvação foi essa a forma que Deus encarnado, Deus feito homem chega até nós.
Para muitos não ficou muito claro a questão de Deus e homem humano e divino, como explicar as duas naturezas de Deus, por isso é a grande tarefa da igreja fazer com que entendamos que na pessoa de Jesus o verbo encarnado do pai se encontra as duas naturezas humana e divina.
Quando falamos da união de Deus com o ser humano, trata-se primordialmente e, antes de tudo, da humanização do divino ou, antes, estamos falando da divinizão do humano? Obviamente, a encarnação de Deus supõe ambas as coisas. (p.10).
 Podemos então afirmar que Jesus Cristo é humano e divino ao mesmo tempo que uma condição não se separa da outra, com sua encarnação, Jesus quis aproxima cada vez mais da humanidade, criando um vínculo com todos, mas também esperando de cada ser humano que sejam divinos, não no sentido de céus, mas que mesmo sendo Deus conviveu e viveu e realizou tarefas humanas, deixando assim a ideia que os homens podem fazer coisas divinas.
 Porque em Jesus se unem o divino e o humano, por isso na Igreja e na vida cristã se pretende unir o que é próprio de Deus com o que é próprio do ser humano. Mas ocorre que, quando se quer unir o divino com o humano, seja que isso se dê na consciência e na vida de uma pessoa com crenças religiosas, seja que se produza como fenômeno social e público. (p.10).
 Os evangelistas não narram uma história de um certo personagem, é mais que isso narram a maior história da humanidade, um Deus que se rebaixa aos homens, assim essa narrativa foram pessoas que conviveram com o Cristo, fizeram uma experiência com Jesus homem, assim chamados de crentes. Na realidade os evangelistas nos transmitem uma fé experimentada por aqueles que falam de Cristo, por isso que os evangelhos para os crentes não interessam dados histórico, mas a mensagem embutida em suas palavras.
Quando falamos de Jesus, não e a mesma coisa de falarmos de qualquer personagens que encontramos em livros de historia ou mesmo personagens reais mas que de forma alguma marcaram a vida do povo com sua própria vida, assim como fez Jesus Cristo, por isso que Jesus e diferente de qualquer personagem, pois pela sua vida podemos guiar as nossas vidas e mudar nossas ações, os fatos contados sobre a pessoa de Jesus não foram contados por historiadores, mas foram crentes que tiveram uma experiência de fé com Jesus.
Não e possível escrever uma biografia a respeito de Jesus, uma vez que os evangelistas nunca pretenderam escrever essa tal biografia contudo queriam deixar para a humanidade um legado de um homem com duas naturezas humana e divina, mas sim  de apresentar ao mundo um projeto diferente de viver de um homem que enfrentou tudo e todos para dar dignidade aqueles excluídos da sociedade de seu tempo, Jesus quis com seu projeto mostrar aos poderosos que seu projeto era através do amor e da acolhida. Os evangelistas quiseram transmitir uma mensagem religiosa e para isso não poderiam interferir na liberdade.
Os evangelhos para nós é um relato dos atos da história de Jesus, contudo não e apenas uma historinha, ou, um conto, mas sim um grande ato de fé.
Todos esses acontecimentos nos remete a pessoa terrena de Jesus, mas não podemos dizer que nos remete apenas a uma história que passou e que é lembrada, mas uma convicção que brota de uma livre decisão que se assume e que condiciona a nossa vida. O que caracteriza a fé em Jesus não e apenas um simples conhecimento sobre Jesus, mas uma livre convicção de assumir que Jesus de fato e Deus, que pode transformar a realidade de todos aqueles que com ele tiverem uma experiência com o Cristo.
Quando estamos convictos de alguma coisa a colocamos em pratica, assim se da a adesão a pessoa de Jesus, uma vez que esta convicto não há por que não segui-lo. Se a pessoa reduzir a relação com Jesus por apenas conhecimentos dos evangelhos, pode-se  dizer que essa pessoa e um mero historiador  e jamais será um crente realmente, temos pessoas que tem um vasto conhecimento sobre os evangelhos, os dogmas da cristologia desenvolvida pelos teólogos, mas não podemos dizer que essas pessoas seja verdadeiramente crentes, pois o crente acredita e vive assim como Jesus viveu.
Os comportamentos e os hábitos dizem se uma pessoa realmente e ou não seguidor de Jesus, se ele crê ou não em Jesus, não podemos esquecermos que a fé crista em acreditar na pessoa de Jesus Cristo, no esquecendo assim de qual forma os evangelhos nos apresenta Jesus , e esse mesmo Jesus que cremos o mesmo apresentado pelos evangelhos.
Um grande problema ate os dias de hoje e a fascinação pelo conhecimento, trazido do fenômeno do gnosticismo, que perdura por muito tempo, o problema que se apresenta a história das ideias e das religiões, pois para os gnósticos o importante era o conhecimento. Para esotéricos os ilustrados, o conhecimento  racional, ao qual coloca homem sempre contra Deus, os gnósticos quer revelar aos homens um Deus desconhecido, fazendo -se assim os homens saírem do mundo da ignorância, ou seja para a Ilustração e um abismo para não se encontrar com Deus, ao contrário a gnosis, o conhecimento é transcendental e  divino que leva a fé inclusive ser uma ciência imediata.
Todo aquele que tem o conhecimento da verdade pode- se dizer que é uma pessoa livre, e aquele que não tem conhecimento podemos assim afirmar que é como um escravo que não possui a liberdade que depende dos outros para fazer algo, por isso que o conhecimento  é considerado a chave da salvação. Sempre ouve uma grande problemática em relação ao Jesus histórico com o Cristo da fé, por isso aparecem os dogmas cristológicos nos quais o fundamental é lapidar até o último detalhe e reto do conhecimento de Jesus. Hoje muitas pessoas se preocupam em provar se de fato Jesus existiu mesmo e se tudo aquilo falado nos evangelhos são de fatos os atos de Jesus Cristo.
O saber pertence ao conhecimento e na convicção, saber sobre Jesus está no campo da história, já o crê em Jesus estamos nos referindo ao ato religioso, a religião é fundamentada pela crença, quem crê tem que crê em algo ou em alguém. Podemos dizer que nenhum outro personagem da antiguidade tem tentos relatos e informações como as que temos sobre Jesus, quatro evangelistas relatam a vida dessa personagem chamada Jesus. Hoje se pode afirmar que de fato Jesus não só existiu na Palestina no I século como sobre tudo aquilo que viveu e ensinou e que Jesus era um Jude singular com uma forte personalidade, os relatos de sua morte como relatado por diferentes pontos de vista mas que se referem a mesma pessoa.
Por vários anos e vários autores relatam um problema central se condensa em um ponto capital Jesus de Nazaré e o Cristo da fé da Igreja não coincidem, eles afirmam que a ressurreição é como um abismo insondável que separa Jesus de Nazaré do Cristo glorioso. Afirmam ainda que os evangelhos só foram escritos após a ressureição de Jesus. Dois fatos inquestionáveis: o que conhecemos da vida daquele homem chamado Jesus foram compiladas e redigidas, ou seja, quem escreveu sabia de fato quem era Jesus que não era um simples homem, mas que de fato nele estava presente Deus. Outro ponto que os evangelhos não foram escritos por historiadores, mas sim por crentes, ou melhor por pessoas que se relacionaram com Jesus de Nazaré, não pela recordação, mas pela fé.
São Paulo nos diz que não conheceu o Jesus terreno e que isso não interessa, mas que viveu uma profunda experiencia com o Cristo da fé, assim como todos os crentes que acreditaram em um vivente-ressuscitado, ou melhor para eles alguém que era divino, essa foi a interpretação que deram, mas isso só é possível mediante a fé. Nesse sentido não importa o Jesus histórico, ou mesmo o Jesus pregador, mas para os crentes o que interessa é o Jesus pregado, o Jesus que salva e liberta, e, portanto, para os crentes é Deus.
Ouve um conflito entre as correntes teológica liberal contra a ortodoxa, pois a teologia liberal diviniza as experiencias aquilo que é humano, já a corrente teológica dialética se opõe a esse pensamento. Quando não se aceita que Deus se encarnou na pessoa do homem , não se pode aceitar a humanização de Deus, para Bultemann Deus é divino e nunca teve experiencia com humano, por isso não aceita  e não  entende a encarnação de Deus em um homem, e afirma que Deus não é presença verdadeira em Jesus de Nazaré, onde encontramos os relatos nos santos evangelhos.
Quando falamos de relação entre Deus e Jesus é sem dúvida uma das perguntas que precisa ser respondida por uma cristologia responsável, pois bem sabemos para que veio Jesus a esse mundo, não veio fazer sua própria vontade, mas a vontade de Deus, assim a pergunta já responde, a verdadeira relação entre Deus e Jesus. Quando não compreendemos o papel de Jesus no mundo passamos a acreditar que Ele é apenas um profeta, um místico, um homem em nome de Deus, ou simplesmente um bom “judeu marginal” (J. Meier) ou simplesmente um fundador do cristianismo, ainda um revolucionário de seu tempo. De fato podemos dizer todas essas coisa a respeito de Jesus , mas não podemos esquecer que esse homem é Jesus de Nazaré, aquele que veio fazer a missão do pai nesse mundo, mas podemos dizer com mais profundidade que Jesus é o próprio Deus isso que precisa ser afirmada e defendida por uma cristologia responsável.
Nem um homem conheceu a Deus, a não ser Jesus Cristo como nos afirma os evangelhos, assim também nos afirma os evangelhos que Jesus tinha uma intima e verdadeira com Deus, falava de Deus com intimidade, Jesus nos mostra uma verdadeira experiencia, de conhecimento de Deus e com Deus. Através do ministério de Jesus, ele nos mostra quem de fato é Deus, qual a mensagem que Deus tem para a humanidade, através do seu testemunho nós podemos conhecer e ter uma experiencia com Deus.
Existe uma questão em relação a humanização de Deus, alocada a pessoa de Jesus Cristo, como dizer de um Deus onipotente, poderoso, a uma pessoa fraca, que morreu numa cruz, como crer nesse homem Jesus? Jesus não pode ser compreendido como qualquer homem, mas Jesus é Deus, Jesus nos oferece uma salvação que vem de um projeto do pai, uma construção de um reino onde todos possam ser iguais.” A cristologia dogmática que chegou até nós está formulada de maneira que, mais do que manifestar quem é Jesus, o Cristo, e o que representa para os cristãos, o que na realidade faz é ocultar o significado de Jesus para a humanidade”. Jesus quer nos ensinar uma nova forma de vermos Deus, ao contrário da religião de sua época, um Deus que era separado, mas Jesus nos mostra que Deus é próximo do seu povo.
Quando olhamos para o crucifixo, sempre imagino o que passou o homem Jesus, para que pudéssemos  ter uma vida em abundancia, podemos dizer que o crucifixo expressa uma grande violência, violência essa causada pela ignorância de um sistema impiedoso, contra aqueles que tinha uma vivencia diferente da pensada pelos religiosos da época de Jesus. No crucifixo entendemos como o maior geste de amor e misericórdia de uma Deus feito homem, de um homem feito Deus, que se rebaixou a humanidade para se fazer um de nós e nos fez como ele divino, a cruz é um sinal de vitória e não de derrota, para São Paulo a morte de Cristo na cruz como “sacrifício expiatório” de que Deus utilizou para nos libertar dos pecados, Deus não nos entregou Jesus para morrer, mas os nossos pecados causaram essa morte violenta do filho de Deus, o homem de Nazaré.
Podemos então entender que a humanização de Deus através de Jesus foi e continua sendo o princípio  a força que vence qualquer desumanização daqueles que concedem ou dão mais importância para a religião, do que a própria mensagem de Jesus , nesse sentido a humanização de Deus é um grande convite para que sejamos mais humanos. Jesus se rebaixa para nos dar exemplo de como podemos viver a nossa vida, vendo nas pessoas a humanidade que gera vida, pois o maior exemplo de  amor vem dos braços abertos de Deus na cruz, vem no sangue derramado por causa das nossa desumanidades, que possamos acolher a mensagem que vem da cruz que vem
do sangue, mas que vem principalmente do amor do homem Deus e do Deus homem, ou simplesmente de Jesus de Nazaré.
Em Jesus somos salvos pela esperança que brota da cruz, as crenças podem nos auxiliar a construir um futuro em que a vida vence inclusive a morte.
Com a conclusão do texto o autor nos diz que não se trata de um ponto final sobre os vários assuntos abordados pelo mesmo em seu livro, mas que pode ser o início de uma longa discussão. O autor trata de reforçar suas críticas ao fato de que a religião interpretou Jesus por meio da filosofia, por meio do Deus desconhecido ao invés de buscar entender Deus a partir de Jesus.
As  duras críticas apontadas por ele de como foram formulados os dogmas e de como se desenvolveu toda sua teologia, isso se dá pelo fato de que a teologia  desenvolvida por  teólogos que defendiam exclusivamente  a ascese e ainda  defendiam que tudo deveria voltar-se para o céu, e que seria cabível na vida do cristão até mesmo as dores em vista do céu.
              O que é bastante contraditório ao Jesus que favorecia sempre a vida e a felicidade daqueles que se encontravam com Ele, logo a religião não soube interpretar Jesus e por isso produziu uma teologia que é distante do que foi a proposta de Jesus. Parece que tudo que o mestre ensinou a religião deturpou, fazendo assim uma aversão aos feitos e ditos de Jesus.
         Como se o Cristo da fé e o Jesus histórico, não fossem a mesma pessoa é como se o que afirma os evangelhos é de um Jesus falso para o entendimento do autor uma fraude.
          Deus quer quis se utilizar de um corpo humano, de pensamentos humanos, de realidades humanas para  nos apresentar uma vivência divina, como um homem Deus, foi capaz de se rebaixar até nós para nos mostrar que podemos ser homens que pensam no outro que respeita o outro, que não sejamos indiferentes a todas as questões que estão a nossa volta, temos que seguir o exemplo do homem de Nazaré, o filho do carpinteiro como assim era chamado, fazermos a experiência de ajudar outras pessoas ressuscitarem de suas ignorâncias, ressuscitarem de seus preconceitos, inclusive religiosos, pois o que muitas vezes a religião se camufla por traz de regras e tradições, muito parecido como os religiosos do tempo de Jesus que adoravam colocar fardos pesados nas costas dos outros sendo que eles mesmos não carregavam, não sejamos hipócritas nas nossas palavras e injustos nas nossas ações, precisamos seguir o exemplo do Deus glorioso que se fez humano, para nos mostrar sua forma de viver, de ensinar, de pregar, de acolher e acima de tudo de amar.
       Somente um Deus todo poderoso seria capaz de se rebaixar até nós, somente alguém que fosse muito apaixonado pela humanidade seria capa de fazer o que fez o homem de Nazaré. O divino feito homem não só ensinou, mas antes ele fez ele mostrava com suas próprias mãos como tinha que ser feito, louvou os pés dos seus discípulo para assim lhes do o exemplo para que estavam sendo chamados, para ficar se escondendo atrás de uma bela roupa de luxos, mas que se curvem diante daqueles que são os escolhidos do reino, que não façam apenas belos discursos, mas que de fato lavem os pés dos mais desfavorecidos, ou melhor como nos diz o Papa Francisco que possamos ir nas periferias mais existências, onde o poder público não chega, que possamos voltar a galileia dos pagãos e fazer a nossa missão acontecer assim como fez o mestre, amando, ensino, denunciando e se preciso for irmos para a cruz.
CASTILLO, J.M. La Ética de Cristo. 5ª edición. Bilbao (Spaña): Editorial Desclée de Brouwer, S.A, 2005.
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kikodipierro · 5 years
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02/09/2019
É finalmente chegada a hora, o dia já vai se pondo no horizonte e os anos 10 finalmente vão terminar. Essa década terrivelmente longa e confusa que está terminando agora nesses últimos meses de 2019
E 2019? Esse domingo da década, um domingo de ressaca que parece que todos fomos obrigados a acordar antes das 8h da manhã para fazer alguma atividade burocrática e maçante. É assim que 2019 parece estar se encaminhando. Um domingo ruim e sem repouso depois de uma longa semana. Uma ressaca moral terrível assolando nossas cabeças e fazemos aquele esforço para esquecer todas os terríveis erros que cometemos nesses últimos anos, mas é impossível, porque as consequências deles estão aqui dançando bem na nossa cara. 
Consequências terríveis e imediatas. 
Eu não preciso citar né? Todo mundo lê jornal? Ou pelo menos os títulos das notícias que são mais compartilhadas no facebook e quem sabe até alguns infográficos que as páginas mais badaladas postam. 
Aquela história de sempre. A inevitável catástrofe ambiental e climática cada vez mais perto e real, com cada ano tendo um verão mais quente e um inverno mais gelado. A crise econômica de escala global e o inevitável colapso do sistema capitalista se desenhando em um futuro próximo e prometendo carregar um monte de gente com ele, enquanto nem uma centena de homens poderosos carregam todas as riquezas do planeta e se esforçam para proteger esse status, mesmo que isso signifique matar o mundo. O circo político que caiu em pura demagogia e todos os fracassos e corrupções sistemáticas inevitáveis da nossa democracia representativa. Também tem esses neofascistas, e supremacistas brancos, incels, extremistas islâmicos fazendo guerras e a porra dos nazistas estão de volta. Um monte de inevitáveis. O século 20 teve um monte de gente falando sobre isso e avisando e infinitos contos de advertência, da literatura cyberpunk aos manifestos ambientais. Fomos avisados dos poderes das grandes megacorporações e dos estados de vigilância possibilizados pelas redes sociais. Fomos avisados, mas era inevitável. Ou simplesmente uma CERTA GERAÇÃO AI foi incapaz de impedir o colapso total da civilização, parabéns por nada baby boomers. 
Como é bom ser jovem e poder jogar a culpa em nossos pais e nas velhas gerações. O ciclo da vida! Lindo & poético. Podem queimar as thinkpieces que falam que nossa geração é “entitled” e mesquinha e frágil e o cacete a quatro. Nos foi prometido um futuro brilhante e excitante, mas agora que chegamos perto e estamos aqui com os primeiros adultos que nunca vivenciaram a guerra fria, temos medo que não exista futuro nenhum para nós. 
Engraçado pensar nisso que não temos futuro, porque o futuro é agora. Talvez os carros voadores e jetpacks demorem um pouco mais, mas temos robôs e inteligencias artificiais cuidando de nossas casas, drones voando pela cidade, armas de destruição em massa e um retângulo no bolso que nos dá acesso imediato e instantâneo a qualquer pessoa ao redor e qualquer informação existente no conhecimento humano.
Sinceramente acho que esse é o grande ponto dos anos 10. Gloriosos anos 10. Foi a partir daí que os smartphones viraram algo acessível e a grande parte da população teve acesso a internet e todo mundo que você conhece tem um facebook, um instagram e quiçá um twitter. A internet mudou tudo e a gente ainda não tem noção dessa bomba. 
Vocês tem essa noia que a internet mudou TUDO? Mas tudo TUDO, tudo mesmo, tudo de verdade em níveis que a gente não consegue nem compreender direito e não vamos conseguir por pelo menos algumas muitas décadas de estudo, isso se a espécie humana sobreviver a toda aquela história de apocalipse climático ou guerra nuclear por algum político irresponsável. Tipo a arte, a comunicação, a informação, as relações humanas, política, economia, o nosso psicológico, as nossas morais, a nossa história. Foi tudo jogado num meio não-físico e povoado por mais de 3 bilhões de avatares constantemente manipulando esse espaço, que nem é espaço e nem tempo, mas algo praticamente transcendental. A gente vive duas vidas hoje em dia, dentro da telinha e fora da telinha. Muitas pessoas, muitas personas. E o consciente coletivo comendo e cuspindo a gente, mastigando. 
Bem mastigado. 
O consciente coletivo em eterno conflito com si mesmo. A discussão é livre, infinita e praticamente fútil. Os textões de facebook são praticamente uma nova forma de estrutura literária, os memes uma pós-comunicação e quase uma forma de lavagem cerebral. Quando você coloca humanos de todas as partes do mundo e de tantas culturas diferentes para frequentar o mesmo espaço virtual o que temos é um amálgama de todos os conflitos que existiram na história humana. O consciente coletivo da internet é a pura dialética. Eu nem sei o que é dialética e com certeza não li o alemão alucinado que inventou o termo, mas e daí? Alguma parada sobre o conflito fundamental das coisas, mas não parece inteligente quando você lê em algum lugar? Sente só; a internet é a representação pós-moderna da dialética. Uau 
Como se a internet tivesse permitido pela primeira vez na história que praticamente todos os humanos se sentem no mesmo lugar e tenham a discussão sobre todas as coisas. Então tamo ai, revisionando tudo. Alguns grupos aparecem e falam “ei, talvez vários séculos de escravidão e preconceito racial deixaram marcas profundas na nossa cultura e talvez os governos deveriam investir em compensações para essas comunidades marginalizadas” e outros grupos falam “ei, se não vai rolar o genocídio, então pelo menos um pouquinho de segregação racial, por favor? essa história de migração me incomoda muito”. E os dois estão ali postados na internet e tem a mesma visibilidade e o mesmo número de joinhas e curtidas, porque, sei lá, o mundo é um lugar fodido pra caralho. Não sei como a gente esquece que o mundo é um lugar fodido para caralho e que violência é uma parte fundamental a experiencia humana. E que tortura, guerra e escravidão praticamente nunca não-existiram. Talvez a gente veja muito filme e televisão quando criança e acabe acreditando que as coisas são do bem e que blablabla ética, blablabla morais, sei lá.
O que não é culpa da internet, deve ser culpa da televisão.
E as pessoas falam por ai que é a época da pós-verdade. Nada é verdade, tudo é verdade, é subjetivo, é isso, aquilo, fake news! Gosto do termo, mas fico triste com ele também. Sou daqueles que falam que a filosofia é a busca pela verdade e não é que nossa década conseguiu matar a pobrezinha da filosofia também? Transformaram tudo em auto-ajuda agora. Vejo esses movimentos que se auto intitulam revolucionários, mas para mim eles acabam só parecendo guias de auto-ajuda e ninguém é fuzilado no paredão. Entendo a filosofia e ideais que eles carregam. O sofrimento humano é errado, ninguém merece sofrer. Qualquer tipo de sofrimento deve ser combatido e erradicado, principalmente o que nós causamos a nós mesmos. 
Mas eu não deveria perder as esperanças, os anos 20 estão logo ai e a violência faz parte da essência humana. As pessoas que não conseguem entender a diferença entre certo e errado, inocentes ou não, irão parar no paredão. Afinal, isso que é a dialética, não é? 
Tinham mais coisas que eu queria falar sobre essa década de 10, antes que esse domingão de ressaca termine em suas videocassetadas. Queria falar um pouco das coisas boas. Da nossa música e da nossa arte. Da juventude que luta todo dia para se livrar das amarras de nossos legados malditos. Vivemos em um mundo onde a história foi escrita por um bando de cusões e idiotas e realmente algumas páginas devem ser - senão rasgadas, desprezadas. A nossa geração, que parece que carrega todo o passado do mundo nas costas - das guerras, aos valores, aos infinitos remakes imbecis de coisas dos anos 80 - e que parece não possuir futuro nenhum, como a gente insiste e insiste em se manter vivo no presente. E a gente defende e acredita no amor, na paz, na justiça, na igualdade e todas essas coisas que são de mentira, mas que o ser humano acredita fervorosamente. Resilientes e tudo mais, com todas nossas frases bregas de empoderamento e auto-ajuda. Nossa geração luta, com garras e dentes, contra o inevitável.
Não quero deixar parecer que eu não goste dessa década. Que tecnologia é ruim e deve ser evitada, que devemos ter medo e não há esperança. Eu amo essa década. Acho que os anos 10 foram anos dourados para a história da humanidade e a gente sempre vai se lembrar deles. Dentre todos os altos e baixos, culturais, geopolíticos e pessoais, foi uma década terrivelmente humana, que nos lembra exatamente a infinidade de formas e extremos que a nossa espécie pode se moldar, sozinhos e isolados nesse planetinha azul. Eternamente presos em um pedaço de rocha apodrecendo flutuando no espaço. Vivendo aquele dilema fundamental para todas as galáxias, sóis, planetas, seres, organismos, moléculas, átomos ou qualquer coisa que possa se considerar unitária nesses cosmos; terrivelmente sozinhos, incrivelmente juntos. 
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síntese inteligível X análise sensível
Ora, a evolução criadora apresenta justamente uma segunda tese que, em vez de reduzir tudo a uma mesma ilusão sobre o movimento, distingue pelo menos duas ilusões muito diferente. O erro consiste sempre em reconstituir o movimento por meio de instante ou posições, mas há duas maneiras de fazê-lo: a antiga e a moderna. Para a Antiguidade, o movimento remete a elementos inteligíveis, Formas ou Ideias que eram, elas próprias, eternas e imóveis. (...) o movimento limita-se a exprimir uma “dialética” das formas, uma síntese ideal que lhe confere ordem e medida. O movimento assim concebido será, portanto, a passagem regulada de uma forma para outra, isto é, uma ordem de poses ou de instantes privilegiados, como uma dança. As formas ou ideias “supostamente caracterizam um período cuja quintessência exprimiriam, sendo todo o resto desse período preenchido pela passagem, em si mesma desprovida de interesse, de uma forma para outra forma... Marca-se o termo final, ou o ponto culminante (télos, acmé) que é considerado como momento essencial, e este momento que a linguagem fixou para exprimir o conjunto do fato, basta também à ciência para o caracterizar.” (BERGSON, Evolução criadora, pp. 774)
A revolução científica moderna consistiu em referir o movimento não mais a instantes privilegiados, mas ao instante qualquer. Mesmo que o movimento fosse recomposto, ele não era mais recomposto a partir de elementos formais transcendentes (poses), mas a partir de elementos materiais imanentes (cortes).  Em vez de fazer uma síntese inteligível do movimento, empreendia-se a sua análise sensível. (...) Em toda parte, a sucessão mecânica de instantes quaisquer substituía a ordem dialética das poses: “A ciência moderna deve se definir sobretudo pela sua aspiração a considerar o tempo uma variável independente.” (BERGSON, EC, p. 779)
Deleuze, A imagem-movimento, cap. 1, seção 2, pp. 16-17.
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alvaromatias1000 · 5 years
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Revisionismo e Evolução Sistêmica
A Nomenklatura (Nomenclatura) é palavra de origem latina russificada. Designava a classe dirigente da União Soviética, ligada à gestão administrativa do Partido Comunista.
A Nomenklatura constituía a lista dos postos mais importantes: as candidaturas indicadas por “camaradas” (ou “companheiros”) eram previamente examinadas, recomendadas e sancionadas por um comitê do Partido do bairro, da cidade, do estado, etc. Era preciso igualmente a concordância do Comitê Central para atribuir e demitir de funções administrativas as pessoas admitidas a ocupar esses postos-chave.
Desde os anos 20 do século XX, formou-se uma camada social particular por camaradas filiados e burocratas do SOREX – Socialismo Realmente Existente. A URSS constituiu o primeiro modelo totalitário de direção de Estado sobre todas as atividades econômicas. Começou a divulgar seu fracasso em 1956, quando no XX Congresso do PC foram revelados os crimes da era stalinista. Até a derrocada total desse regime, foi ficando claro, para a esquerda democrática, a URSS não corresponder ao socialismo de sua utopia, isto é, crítica à realidade do capitalismo.
O SOREX era sim uma sociedade de classes, ou melhor dito, de castas de natureza ocupacional, dominada por determinada casta de oligarcas governantes – a Nomenklatura – relativamente pouco numerosa. O Estado totalitário explorava a maior parte da população, mas não conseguia entregar a abundância econômica prometida.
Stalin foi a emanação desta Nomenclatura, quando o órgão do secretariado do PC realizava as nomeações, não somente no aparelho do partido, mas em todos os organismos administrativos, seções do Governo, polícia política, Exército Vermelho, economia, cultura, etc. O fenômeno burocrático foi a característica dominante do chamado stalinismo.
Antes mesmo da má experiência soviética já havia questionamentos do marxismo quanto à unilateralidade da concepção materialista da história, à insuficiência da Teoria da Mais-Valia para explicar o valor adicionado e apropriado inteiramente em “atividades improdutivas”, à análise da concentração progressiva, ao “objetivo último do socialismo”. Abandonado o marxismo, a realidade passa a ser vista pelos revisionistas como permanente “movimento”: a ampliação gradual de conquistas de direitos (civis, políticos, sociais, econômicos e de minoria) da cidadania, isto é, para todos os cidadãos, independentemente de classes sociais ou castas profissionais.
Em decorrência, esses revisionistas foram taxados de renegados. Seus “camaradas” logo cuidaram de expulsá-los do Partidão. Entretanto, a revisão do marxismo era fato: depois de “inventadas as ideias” não é possível mais as “desinventar”.
O revisionismo aparece em todos os lugares, de tempos em tempos, de modo mais ou menos independente por distintos seres pensantes autônomos. Qual é o conteúdo ou o núcleo do revisionismo teórico? Quais são os aspectos do marxismo sempre revistos?
Referente à teoria econômica, o revisionismo supera (no sentido hegeliano de manter o válido e avançar em relação ao inválido) a Teoria Marxista do Valor, restrita à esfera produtiva. Se contabiliza o valor adicionado pela diferença entre o valor da produção (faturamento de empresas não-financeiras) e o consumo intermediário, não contabiliza o valor de mercado atribuído pelas expectativas futuras de valer mais no futuro, por exemplo, ativos como ações, divisas estrangeiras, imóveis, saldos ou estoques dados (existentes) de maneira geral. Esse valor apropriado é base da concentração da riqueza. No entanto, a Teoria do Valor-Trabalho afirma a mera troca de propriedade não acrescentar nenhum valor. Adiciona sim valor de mercado – e este é apropriado.
A produção de mais-valia constitui para marxistas a explicação essencial da luta de classes. Esta, mais cedo ou mais tarde, levaria à derrubada “necessária” do modo de produção capitalista. É espécie de determinismo histórico.
Os revisionistas, então, afastam a crença na revolução – um golpe de Estado – para a evolução democrática de um sistema complexo como é o capitalista. Ele tem múltiplos componentes interagindo permanentemente entre si, via mecanismos de mercado, instituições, normas sociais, leis, regras formais ou informais, etc. Esta emergência o configura de distintas maneiras ao longo do tempo e lugares particulares. Por exemplo, há variedades de capitalismo, entre outros, o do livre-mercado, o do Estado e o da mistura em Estado de bem-estar ou de mal-estar social. Isto sem falar em particularidades étnico-nacionais.
Surgiu uma “classe média de renda”, cuja cultura consumista hoje é assumida pelos próprios trabalhadores manuais ou artesãos criativos por conta própria, inclusive proprietários de empresas (CNPJ) com ou sem sócios e empregados. É vista como uma prova de não ocorrer uma polarização binária da luta de classes (trabalhadora e capitalista) em direção a uma revolução capaz de destruir o sistema capitalista e erguer um socialismo democrático. Por exemplo, a massificação do Ensino Superior, o crédito para o consumo massivo de bens industriais antes considerados “de luxo”, o financiamento habitacional para condomínios populares, tudo isso ocorre após a II Guerra Mundial em meados do século XX.
Houve a evolução de um capitalismo competitivo para um oligopolista ou monopolista com trustes e carteis. Mas a evolução continua com a avaliação do custo de oportunidade financeiro de cada ação como fixar preço e estabelecer margens de lucro, crédito abundante para alavancagem financeira, ganhos de capital pelo fundador com elevação de participações acionárias, universalização dos meios de comunicação via redes de relacionamento social, etc. Vão surgindo instrumentos propícios à maior capacidade de adaptação e enfrentamento das flutuações econômicas e políticas.
A auto-organização sistêmica não segue um processo linear, é mais caótico ao se afastar das condições iniciais sem se saber “onde vai parar”. Aliás, vai parar inevitavelmente em um idílico mundo futuro do comunismo utópico? Ou em uma distopia?
Na Filosofia, os revisionistas se apoiam em um neoidealismo ao não se restringirem ao materialismo dialético. Immanuel Kant (1724-1804) propicia uma síntese entre o racionalismo continental, onde impera a forma de raciocínio dedutivo, e a tradição empírica inglesa, valorizadora da indução materialista. De acordo com o idealismo transcendental, todos nós trazemos formas e conceitos a priori, como os matemáticos, não obtidos com os sentidos, para examinar a experiência concreta do mundo.
Os revisionistas sentem a necessidade de poderes ideais, por exemplo, a luta social por conquista de direitos ao cumprir certas obrigações éticas, comportamentais e fiscais. Conjuntamente com construção de instituições reguladoras da economia de mercado, são motores da evolução sistêmica. As motivações para essa luta deixam de ser uma súbita mudança revolucionária e passam a ser o gradualismo, lento ou rápido a depender das circunstâncias, em um processo incremental de luta em defesa de ideais éticos.
A história deixa de ser vista com um processo causal, submetido a leis de movimento social necessariamente deterministas. Passa a ser vista como resultado de aspirações humanas para realização de suas ideias a respeito de justiça social.
A imagem dialética do mundo de tudo estar constituído à base de contradições e toda a evolução se achar condicionada por “luta” dos contrários não deve obscurecer o mundo real, onde há, em algumas conjunturas, conciliação de classes antagônicas, ou melhor, aliança temporária entre certos interesses comuns das castas de natureza ocupacional. As motivações, sejam econômicas, sejam políticas, não devem ser vistas como suspeitas, como é comum fazerem os marxistas extremistas, mas como pragmáticas por uma esquerda democrática.
Ao afastar leis e causas na história, os revisionistas rechaçam também a teoria marxista dos estágios inapeláveis: comunismo primitivo-escravismo-feudalismo-capitalismo-socialismo-comunismo ou “reino da abundância”, capaz de prover cada ser humano de acordo com suas necessidades. Eles enxergam o desenvolvimento socioeconômico em termos de um processo evolutivo no qual “o velho” se torna gradualmente “o novo” em um processo caótico sem equilíbrio e qualquer fim predeterminado.
O socialismo não substituirá o capitalismo por meio de uma revolução. Ele será superado, pouco a pouco, por um novo modo de produção e de vida, podendo até ser apelidado de socialista se for comunitário e cooperativo em substituição à economia de mercado. Mas deixa de haver uma meta final, esta se dissolve em movimento eterno. Meta, para os revisionistas, seria ideal abstrato, como a utopia crítica do mal-estar presente no capitalismo. Em última análise, o termo final (ou “paraíso”) é um mito.
Politicamente, a teoria evolucionária do desenvolvimento socioeconômico sustentada por revisionistas corresponde a um reformismo consequente e resistente contra a ideia de revolução violenta. Esta destrói sem construir uma democracia pacífica.
Se é necessária violência para a transformação – uma ditadura do proletariado –, o sintoma é o organismo social não estar maduro para a mudança. Haverá reação de anticorpos. A democracia supõe auto-organização social negociada em acordo coletivo ou contrato social estabelecido em uma Constituição justa com os direitos de maioria e das minorias. O socialismo democrático é conscientemente evolucionista e reformista.
Publicado originalmente em: http://brasildebate.com.br/revisionismo-e-evolucao-sistemica/
Revisionismo e Evolução Sistêmica publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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domreyn · 7 years
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Nos próximos dias... O grande processador que organiza o conhecimento é, na filosofia de Kant, o sujeito transcendental, um sujeito idealizado, uma máquina virtual que recebe a informação vinda do mundo e a unifica de acordo com um conjunto de regras lógicas universais, transformando-a em conhecimento. Se fizermos uma analogia com um computador, isso significaria que ele queria desvendar o sistema operacional dessa máquina, o Windows ou o Android, que servem de organizadores básicos da informação. Um sistema operacional é um software que pode ser executado em vários tipos de máquinas como um tablet, um smartphone ou um notebook. Um software é uma estrutura lógica que existe independentemente da base física na qual ele pode ser instalado. Da mesma forma, o sujeito transcendental é uma estrutura lógica que não depende de nenhuma mente específica. O estudo das características desse sujeito transcendental nos fornece as condições que tornam o conhecimento possível. Esse é o projeto da Crítica da Razão Pura. Quem folhear a CRP pela primeira vez encontrará nela três partes: a Estética Transcendental, a Analítica Transcendental e a Dialética Transcendental. Essas partes correspondem ao modo pelo qual Kant estabeleceu uma hierarquia virtual do conhecimento.
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gifsdefisica · 3 years
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"[...] A realidade social como natureza humana é inseparável dos próprios produtos e das formas da sua existência: esta não existe a não ser na totalidade histórica destes seus produtos, os quais em relação a ela no são "coisas" exteriores e acessórias, e que não só exprimem o caráter da realidade (natureza) humana, mas também, por sua vez, o criam. A realidade humana não é uma substância imutável, anterior ou superior à história, ela se cria na história. A realidade é mais do que a situação imediata e a faticidade histórica, no entanto não se acha acima da realidade empírica. A única realidade do mundo humano é unidade da situação empírica e da sua criação, de um lado, e dos valôres transitórios ou vitais e de sua criação, do outro; mas depende do caráter histórico da realidade se a unidade de ambos os termos se realiza na harmonia dos valôres encarnados e, portanto, das situações impregnadas de valôres, ou na cisão de uma empiricidade vazia e desvalorizada e de valôres ideais e transcendentes. Dizer que a realidade está "acima" das situações dadas e das suas formas históricas de existência, significa: a realidade não é um caos de eventos ou de situações fixadas; é unidade dos eventos com os sujeitos dos eventos, é unidade das situações e, portanto, é capacidade prático-espiritual de transcender a situação. A capacidade de transcender a situação - na qual se fundamenta a possibilidade de passar da opinião à ciência, da doxa ao episteme, do mito à verdade, do casual ao necessário, do relativo ao absoluto da história - não significa sair da história, é a expressão da especificidade do homem como ser capaz de ação e de história: o homem não é prisioneiro da animalidade e da barbárie da espécie, dos preconceitos, das circunstâncias, mas com o seu caráter ontocriador (como praxis) possui a capacidade de transcendê-los para se elevar à verdade e à universalidade." KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969, p. 133. Arte de: Zdzisław Beksiński (1987) #materialismo #dialetica #materialismodialetico #karelkosik #kosik #beksinski #zdislawbeksinski #marxismo #realismo #realidade #sujeitoobjeto #praxis https://www.instagram.com/p/CSNRdfKrXEd/?utm_medium=tumblr
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gaspar8889-blog · 7 years
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Immanuel Kant (Königsberg, 23 de abril de 1727 — Königsberg, 12 de fevereiro de 1804) foi um filósofo prussiano. Amplamente considerado como o principal filósofo da era moderna, Kant operou, na epistemologia, uma síntese entre o racionalismo continental (de René Descartes e Gottfried Wilhelm Leibniz, onde impera a forma de raciocínio dedutivo), e a tradição empírica inglesa (de David Hume, John Locke, ou George Berkeley, que valoriza a indução). As questões de partida do kantismo são o problema do conhecimento, e a ciência, tal como existe. A ciência se arranja de juízos que podem ser analíticos e sintéticos. Nos primeiros (o quadrado tem quatro lados e quatro ângulos internos), fundados no princípio de identidade, o predicado aponta um atributo contido no sujeito. Tais juízos independem da experiência, são universais e necessários. Os sintéticos, a posteriori resultam da experiência e sobrepõem ao sujeito no predicado um atributo que nele não se acha previamente contido (o calor dilata os corpos), sendo, por isso, privados e incertos. Uma indagação iminente que o levara à sintetização do pensar: Que juízos constituem a ciência físico matemática? Caso fossem analíticos, a ciência sempre diria o mesmo (e não é assim), e, se fossem sintéticos um hábito sem fundamento (o calor dilata os corpos porque costuma dilatá-los). Os juízos da ciência devem ser, ao mesmo tempo, a priori, quer dizer, universais e necessários, e sintéticos objetivos, fundados na experiência. Trata-se pois, de saber como são possíveis os juízos sintéticos a priori na matemática e na física ("Estética transcendental" e "Analítica transcendental"), e se são possíveis na metafísica ("Dialética transcendental", partes da Crítica da razão pura). Para os juízos sintéticos a priori são admissíveis na matemática porque essa ciência se fundamenta no espaço e no tempo, formas a priori da sensibilidade, intuições puras e não conceitos de coisas como objetos. O espaço é a priori, não deriva da experiência, mas é sua condição de possibilidade. Podemos pensar o espaço sem coisas, mas não coisa sem espaço. O espaço é o objeto de intuição e não conceito.
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(...) a dogmática transcendental [obriga o senso comum] a elevar-se a conceitos que ultrapassam largamente a penetração e a potência racional das inteligências mais exercitadas no pensar. (...) Encontra[-se] assim num estado em que nem os mais sábios lhe levam qualquer vantagem. Se é certo que disso pouco ou nada entende, também ninguém se pode gabar de entender muito mais; e embora não possa dissertar sobre esse assunto, tão metodicamente como outros, pode, todavia, entregar-se a todas as argúcias e subtilezas, porque divaga por entre puras ideias, acerca das quais se pode ser o mais eloquente possível, porque delas nada se sabe; ao passo que, no tocante à investigação da natureza, teria de calar-se e confessar a ignorância. Comodidade e vaidade são, pois, uma forte recomendação a favor destes princípios. (...) A dificuldade de não compreender [a suposição em que deposita confiança] não o inquieta, porque (não sabendo o que é compreender) nem sequer lhe vem ao espírito e assim reputa conhecido o que, por um uso frequente, se lhe tornou familiar. (...) Também o interesse especulativo desaparece perante o interesse prático e imagina saber aquilo que os seus temores ou as suas esperanças o levam a admitir ou a crer.
Kant, Crítica da Razão Pura (A472/B500 - A474/B502) - 8.ª ed. Calouste Gulbenkian.
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gifsdefisica · 3 years
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"O que é a "Coisa-em-si" de um ponto de vista materialista dialético? A melhor maneira de responder a essa pergunta é, mais uma vez, opondo o materialismo dialético ao budismo: no budismo, o Em-si é vazio, o nada, e a realidade ordinária é um jogo de aparências. Aqui, a questão não respondida é, em última análise, como passamos do nada para algo. Como as aparências ilusórias surgem do vazio? A resposta materialista dialética é: somente se esse algo for menos que nada, a protorrealidade pré-ontológica do den. De dentro dessa protorrealidade, aparece nossa realidade ordinária por meio do surgimento de um sujeito que constitui a "realidade objetiva": cada realidade positiva de Uns já é fenomenal, transcendentalmente constituída, "correlacionada" a um sujeito [...] toda realidade é a realidade de um mundo definido por suas coordenadas transcendentais. [...] o Em-si não está "lá fora", como um Real externo independente do campo transcendental: no par sujeito e objeto, o Em-si está do lado do sujeito, posto que objetos (da "realidade externa", transcendentalmente constituídos) existem porque há um sujeito cindido. [...] O que chamamos de "realidade externa" (como campo consistente de objetos que existem positivamente) surge pela subtração, ou seja, quando algo é subtraído dela - e esse algo é o objeto a. [...] Com efeito, isso significa que não existe ontologia do Real: o próprio campo da ontologia, da ordem positiva do Ser, surge pela subtração do Real. [...] o Real é o bloqueio ou impedimento imanente da ordem do Ser, o que torna inconsistente a ordem do Ser. [...] Cada "realidade", cada ordem positiva do Ser, é onto-lógica, correlativa ao logos, transcendentalmente constituída pela ordem simbólica - "a linguagem é a morada do ser", como diz Heidegger." ŽIŽEK, Slavoj. Menos que nada: Hegel e a sombra do materialismo dialético. São Paulo: Boitempo, 2013, p. 592. Arte: Jun Cen #materialismo #dialetica #materialismodialetico #ontologia #emsi #coisaemsi https://www.instagram.com/p/CJqmxgJlUyv/?igshid=15me51fjxi28d
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