Tumgik
#além da lama
silencehq · 4 months
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A festa estava a todo vapor e os semideuses arriscariam dizer que foi muito mais divertida do que qualquer coisa que Dionísio ou Quíron tentaram fazer. As festas clandestinas sempre eram as melhores! O vinho não acabava porque era mais fácil amanhecer o dia do que os filhos de Dionísio deixarem uma festa ocorrer sem bebida. Mas talvez eles não precisassem se preocupar com isso pois de repente, fez-se silêncio. A música parou. Os gritos de indignação soavam alto e parecia um reflexo olhar para onde o som ficava. Ao lado do aparelho, estava Quíron.
O centauro tinha duas harpias nas árvores mais próximas, todos os olhos deles voltados para os semideuses festeiros. Não dava tempo de correr, ele já os tinha visto. “São quatro e trinta e seis da manhã, o que significa isso? O horário de recolher foi estabelecido e todos vocês desrespeitaram.” a voz do centauro era projetada alta o suficiente para que todo mundo ali presente ouvisse, ninguém sabia como ele fazia isso mas a presença sempre reconfortante do diretor, nessas horas se tornava intimidante.
“Se as harpias encontrassem algum de vocês no bosque, teríamos que providenciar mortalhas! Isso é uma falta de responsabilidade! E vocês…” a mão apontava para alguns conselheiros que estavam perto, a decepção escrita na face. “... acabaram de conseguir o cargo e já estão desrespeitando uma regra tão importante?” a bronca era pesada e Quíron parecia irritado demais. Todos percebiam aos poucos que passaram do limite levando a festa tão tarde. “Arrumem isso! Guardem tudo e voltem para os chalés! Agora!” a ordem estava dada e o olhar escuro do diretor não deixava espaço para discussões.
Enquanto começavam a recolher as coisas, guardar as garrafas e as comidas, a voz de uma semideusa de Nyx soou confusa, interrompendo o clima tenso que pairava na cachoeira. “O que ele está fazendo aqui?” os olhares foram então para além do diretor, os campistas parecendo confusos ao ver o semideus desconhecido que até então tinha estado imóvel na enfermaria por um mês. Desde o Natal, ele não dava sinais de melhora ou de reconhecimento. Mas agora estava ali.
“Meu caro? O que está fazendo fora da enfermaria?” Quíron perguntou. “Isso é sangue nele?” alguém gritou no meio da multidão de semideuses bêbados, alguns começaram a dar passos para trás para longe do jovem que encarava todos com a típica face vazia. De fato, havia sangue na camiseta laranja, sangue em suas mãos, em sua calça. Ele estava descalço, os pés sujos de lama pela caminhada. Antes que mais pudesse falar algo, o garoto se curvou e gritou. O grito de agonia soava alto, potente, assustava a todos que rapidamente se afastavam ainda mais. Quando o grito cessou, a voz que saiu do jovem era grossa, sombria, conhecida.
“Uma alma por outra alma. Saúdem Petrus Gravesend, meu filho.” a voz de Hades saia da boca do jovem que tinha os olhos virados para trás quando se erguia. Sobre sua cabeça uma caveira não deixava dúvidas, Hades reclamava o semideus; quem olhasse para Quíron naquele momento, o veria pálido, assombrado. Todos assistiam estupefatos pois fazia alguns anos que um filho dos Três Grandes não aparecia. O silêncio surpreso foi cortado por um estalo seguido de um barulho mais alto, o chão se abria em uma fenda que cortava da cachoeira e o bosque adentro. Os gritos dos semideuses se misturavam com comandos de Quíron e dos Patrulheiros na tentativa de impedir que acidentes acontecessem, árvores vacilavam e galhos caiam machucando alguns semideuses. Todo o caos durou apenas alguns minutos… e então parou. As luzes que os filhos de Apolo trouxeram já não iluminavam mais o lugar, a escuridão tinha tomado conta de tudo. Haviam algumas poucas pessoas machucadas, mas nada grave, apenas arranhões e o garoto de Hades caia de joelhos no chão, cansado da exibição de descontrole dos poderes.
Voltando para o centro do acampamento, a história era outra. Crianças e jovens que não estavam na festa dos líderes tinham se machucado com os tremores e as consequências desses. Acontece que os tremores e a rachadura imensa no meio do acampamento assustaram os pégasos, fazendo-os se soltarem dos estábulos. Adolescentes pisoteados por tentarem sair dos chalés que desabavam pelos tremores, animais feridos, tudo isso fazia os Curandeiros entrarem em cena. Mas o grito que soou vindo da enfermaria ia além de apenas um susto pelo estado do acampamento.
tw: sangue, morte.
Um semideus estava morto. A face dilarada com marcas de garras e mordidas grandes demais para serem de humanos. Cães infernais. Não sabiam se foi uma ou mais criaturas, mas aquelas com certeza eram marcas de um ataque deles. Não dava para saber se o monstro ainda estava dentro do acampamento ou se já tinha saído, mas a perda já havia acontecido. Uma alma por outra alma, afinal.
fim do tw.
A CONSEQUÊNCIA
Semideuses que na primeira edição e na segunda também não conseguiram completar suas pontuações e/ou não mandaram suas planilhas, receberão a punição como combinado anteriormente.
O acampamento está parcialmente destruído. Os tremores causaram danos imensos, os chalés estão danificados, os principais pontos conhecidos como o Pavilhão, as salas onde algumas aulas acontecem e até mesmo a arena sofreram danos. Toda a reparação está nas mãos dos semideuses, mas Quíron garantiu que alguns ficassem com as limpezas mais pesadas por causa da festa:
Matilda Rosenthal (@mattivray), Helena Moura (@helsonfire), Niamh Braddock (@nbraddck), Kaiser Hyperion (@piorquecerveja), Ravena (@blackbvrd) foram os nomes ditos pelo centauro. Segundo ele, eram semideuses que ele esperava muito mais e estava decepcionado, então garantiu que eles tivessem uma carga mais pesada.
Áreas a serem reconstruídas: Pavilhão, chalés, varanda da Casa Grande, arena, estábulos, banheiros coletivos. O uso dos poderes ativos está liberado, a estratégia é de vocês.
Molly Mayfair (@mollymayfair), Yoon Junho (@juncyoon), Fahriye Aydan (@opiummist) e Stevie Rowie (@vitorialada) foram designados a conter e prender novamente os pégasos, uma madrugada longa para vocês.
AMBIENTAÇÃO
CLIMA: Não está chovendo, mas em compensação está nublado, bastante nublado. Nos próximos dias o sol não aparecerá nem mesmo de dia, está escuro como se fosse fim de tarde. Quando houver uma mudança sobre isso, vocês serão avisades. Até lá, continua escuro.
FILHO DE APOLO: Uma mortalha foi providenciada e a cerimônia ocorreu. Podem interagir sobre isso e/ou citarem em interações/povs. Seu nome era Aidan Moore.
FILHO DE HADES: O semideus desconhecido agora está falando. Seu nome é Petrus Gravesend. Quíron não deu explicações sobre Hades ter se pronunciado, o semideus foi para o chalé 13 mas todos os dias é possível vê-lo indo até a Casa Grande e saindo pontualmente após meia hora.
ACAMPAMENTO: A rachadura ainda divide o espaço, uma enorme fenda aberta que tem início perto da cachoeira e chega até o centro do Acampamento. Os semideuses com poderes relacionados ao solo já tentaram resolver esse problema e não conseguiram. Ninguém é permitido chegar perto da fenda pois algumas pessoas tentaram e ouviram vozes vindo do fundo; existe uma barreira mágica feita pelos FILHOS DA MAGIA protegendo toda a fenda e impedindo a aproximação. Virou um grande contratempo pois para chegar de um lado a outro é preciso pegar o caminho até a casa grande e contornar o espaço sem a fenda.
OOC
Nosso segundo drop está no ar! Agora esse sim é oficial e interfere diretamente no plot da central, como puderam ver.
A partir de agora vocês podem decidir transformar as interações para essa segunda parte ou continuar em flashback as interações da festa. Também são incentivados POVs, caso assim desejem!
Os semideuses citados dessa vez continuam sendo os que tiveram relação direta com as etapas da dinâmica dos conselheiros.
Não houve feridos graves, como bem frisado no texto. Apenas arranhões leves, somente os adolescentes fora da festa tiveram um impacto maior.
A reparação pode ser feita por qualquer semideus, mas os citados (por causa de não mandarem as planilhas ou não atingirem a pontuação no anterior, como combinado no início da dinâmica, entram agora com esse "castigo") receberam muito mais horas de castigo limpando tudo. Quíron não estava de bom humor com vocês tsctsc.
Dúvidas e qualquer coisa, nossa ask e chat estão abertos!
Um extra: A partir de agora o Petrus tem um blog, ele será uma figura que irá interferir sempre diretamente no plot da central. Sintam-se livres para mencionar ele nas interações.
SIGAM PETRUS.
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macsoul · 6 months
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desiludida
Quero a verdade que há no coração de cada coisa vivente, àquela escondinda tão profundamente que conecta todas as vidas em uma só.
Das pessoas quero o que jaz por trás das máscaras, se for mais mal do que qualquer outra coisa , venha logo com isso estampado na cara, não tenho tempo a perder a procurar ouro em lama, de escuridão já basta a minha.
Ando desiludida, sei que sempre fui desde que descobri o quanto as pessoas mentem e machucam, mas hoje estou um pouco mais, olho o mundo e a superfície maciça não me atrai, me sinto enojada com tanto mal, não sou a criatura mais pura, não procuro a perfeição nesse mundo, mas sim a bondade, a pureza de coração, por que o mal parece maior? por que o medo governa? sempre são perguntas a me perturbar, o quanto devo me isolar pra nada disso me assombrar?
Quero viver a vida do meu jeito, não estou interessada em guerras e competições, em aparências vazias e tal como, vazias aquisições, não tenho interesse em nada que virá a ser pó, que desvanecerá em minhas mãos mais cedo ou mais tarde.
Olho esse mundo que homens mesquinhos construiram e nada me interessa.
A pureza da terra, sua beleza e perfeição, isso sim me diz respeito, a força secreta que rege a vida, a beleza do mistério invisível aos olhos, isso sim me faz querer viver, mas é pouco, há tanto cegando a visão, ofuscando o coração, tanta dor e pesar, que me causam enorme desilusão, individual e coletiva, será que tenho forças para viver uma vida profunda e próspera em meio a um mundo superficial e indiferente? que tanto corrompe a alma, massacra o coração e rouba até mesmo o ar de nossos pulmões?
Será que minha força e esperança são maiores do que a desilusão que me abate?
Juro que quero que seja, mas cansada e desiludida me encontro agora, escrevo para não enlouquecer e continuo tentando achar a calma que é o caos de existir aqui.
O que mais posso fazer além de tentar não desistir, sobretudo de mim?.
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swfpetrus · 3 months
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𝚄𝙼𝙰 𝙰𝚅𝙴𝙽𝚃𝚄𝚁𝙰 𝙽𝙾 𝙴𝚂𝙲𝚄𝚁𝙾.
𝗣𝗥𝗜𝗠𝗘𝗜𝗥𝗢 𝗣𝗢𝗩.
Na escuridão da noite do dia 23 de dezembro de 2023 os semideuses dentro do acampamento festejavam a quase chegada do natal. Um momento de alegria e descontração para os protegidos pelo Velocino de Ouro. Mas para aquele que corria desesperado cortando a floresta densa, era uma noite de desespero. Seu coração batia descompassado, ecoando de forma ensurdecedora em seus ouvidos, enquanto os grunhidos ameaçadores das criaturas o perseguindo cortavam o ar úmido. Cada respiração era um fio de fumaça na escuridão e sua visão era obscurecida pelas lágrimas misturadas com a chuva.
Estava com medo, não sabia se iria sobreviver.
O escuro impedia que visse o caminho que seguia, seus pés descalços afundando na lama enquanto corria sem um rumo aparente. Eram apenas instintos de sobrevivência que o guiavam através no que parecia ser um labirinto de árvores. O medo o consumia por dentro, uma sensação sufocante que se misturava com a chuva fria. Perdido. Seus passos continuavam apenas movidos pelo medo pois no meio das árvores, não tinha certeza se encontraria um abrigo, mas em algum lugar dentro de si, uma voz sussurrava, orientando-o para um destino que desconhecia.
Seus olhos dilatados pelo terror capturavam apenas flashes do ambiente ao seu redor: sombras se contorcendo entre as árvores, olhos brilhando na escuridão, rosnados dos monstros e os seus passos pesados quebrando galhos. Cada passo era uma luta contra a incerteza, contra a escuridão que ameaçava engoli-lo inteiramente… até que uma abertura entre as árvores surgiu, uma clareira iluminada pela fraca luz da lua. Um impulso o moveu para frente, seus músculos tremendo de exaustão e seus pulmões queimando pelo esforço desesperado. Cruzou o limite da clareira como se estivesse entrando em um ambiente de refúgio e mal sabia que era isso mesmo, uma sensação de alívio inundando seu interior enquanto ele via figuras humanas vindo em sua direção. Estava seguro, tinha conseguido.
A escuridão o envolveu de uma forma diferente agora, desmaiou. Caiu no chão como uma pedra. Vazio.
Aquele vazio permaneceu em sua mente por pouco tempo, não sabia quanto tempo tinha se passado, mas no fundo sombrio de sua mente adormecida, mergulhou em um labirinto de pesadelos assustadores. Um buraco profundo parecia se abrir no ambiente familiar… mas que ao mesmo tempo parecia desconhecido. Uma brecha para o abismo do submundo, sugando-o com força para o escuro. Sombras escuras saiam da rachadura para lhe mostrar cenas terríveis de dor e aflição, mortes diferentes e dolorosas. Havia rosnados vindo das sombras e frases que não faziam sentido. "Não escute as vozes das sombras, não os ouça. Se você os ouvir, eles irão conseguir ver você.” vozes atormentadas que se repetiam como um lamento infinito, dia após dia, noite após noite.
O tempo parecia não ter fim, não ter começo, uma linha ininterrupta que lhe envolvia e o sufocava. A morte era uma presença constante, pairava sobre ele como uma sombra gélida, envolvendo-o em seu abraço gelado. Cada visão assombrosa, cada lampejo da escuridão além da rachadura, era um lembrete doloroso de onde estava, um presságio sombrio; estava preso entre os pesadelos que o cercavam.
Do lado de fora daquela prisão mental, dois meses se passaram enquanto ele lutava contra os horrores que o aprisionavam, cada dia uma batalha desesperada pela própria sanidade em um mundo de sombras e terror, lutava pela consciência mas todo dia perdia. Às vezes recebia um alento de uma névoa que lhe acolhia, que conseguia entorpecer seus sentidos e retirar a consciência dos ataques que as sombras lhe causavam. Uma mão fina e pálida cobria seus olhos e o impedia de ver, nesses momentos a paz parecia reinar… mas durava pouco.
Até que acordou.
E quando acordou, pareceu estar ainda no pesadelo pois os olhos sombrios da morte o encarava. O cheiro de sangue no ar o deixava tonto, suas mãos estavam manchadas com aquele vermelho viscoso e no chão, um corpo sem vida estava retorcido no chão. Podia sentir a morte e ela parecia faminta. De alguma forma, sabia que aquele era apenas o começo.
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sussurros-do-tempo · 26 days
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Na lama da existência, o ser se arrasta, Um espetáculo macabro, onde a vida contrasta. Crueldade nua, sem máscara, sem véu, Apenas o eco do riso de um deus cruel.
No abismo dos dias, a esperança é um lamento, O vórtice da desilusão, o desencanto no vento. O coração pulsante, uma ferida a sangrar, A existência é um fardo difícil de suportar.
Nas entranhas do caos, o sentido se perde, Cada passo é um gemido, cada gesto inutil. Não há redenção, nem resgate ao final, A vida é um escarro, um ato descomunal.
O céu, um vazio sem estrelas a brilhar, Apenas sombras dançando num eterno azar. A carne se desfaz, a alma se despedaça, Num palco de desespero, onde a vida embaraça.
A verdade é o veneno que corrói a razão, Não há clemência, nem piedade, na vastidão. Somos restos de um sonho que nunca foi sonhado, A vida, um pesadelo cruel, um destino traiçoeiro.
O ser maior, se é que existe, é indiferente, Observa nossa agonia com olhos ausentes. A vida é apenas um escarro, um arremesso, No abismo da existência, somos meros lampejos.
Assim seguimos, na dança macabra do viver, Cruéis, náufragos de um mar que nunca quisemos escolher. Nada resta além do eco do riso divino, A vida é um escarro, um destino mesquinho.
Paulo de Brito
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apavorantes · 21 days
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POV ——— a magical heist, part one.
Missão: encontrar e trazer o Grimório de Hécate escondido na Caverna dos Sussurros @silencehq. Equipe: Mary Ann Bishop, @littlfrcak, @zmarylou & @thxverenlim.
Bishop havia se convencido de que fora enviada em uma missão como punição. Não estava sendo nem um pouco discreta quanto ao seu desgosto pelas ações de Quíron e Dionísio, tampouco pela presença de Petrus, então talvez aquela fosse a maneira de calar-lhe a boca e impedir que espalhasse ainda mais suas opiniões pelo Acampamento. A reputação dos diretores já não estava das melhores antes, e as revelações no almoço do dia em que as novas missões foram atribuídas só os afundaram ainda mais na lama — Bishop, inclusive, teve que se conter para não bater palmas de pé para Yasemin, Veronica e Lynx.
Poucas horas foram descansadas na noite anterior à sua saída e, nessas, foi perseguida por pesadelos que não deixavam sua mente relaxar. Imagens das guerras nas quais lutara antes se repetiam como um DVD arranhado; memórias de missões às quais quase não sobrevivera e rostos de semideuses que nunca vira outra vez. Sangue em suas mãos, cerimônias de queima de mortalhas, músicas ao redor de uma fogueira. Os olhos marejados e exauridos de Lucian.
O cansaço escondia-se por trás da maquiagem pesada na manhã seguinte, e a postura séria e contida era tanto para não alarmar os colegas de equipe quanto para persuadir a si mesma de seu controle sobre a situação. Seus preparativos envolveram, além da organização de uma mochila com comida e roupa para alguns dias, selecionar algumas de suas melhores poções — que, àquele ponto, não eram muitas — e descolar um pouquinho de néctar com os Curandeiros, como prevenção para os piores cenários. Também levava Rakshasa, sua espada japonesa de quase um metro, na bainha que carregava nas costas e por trás da mochila. Ademais, arranjara um dicionário surrado de espanhol na biblioteca do Acampamento e conseguira, com filhos de Hermes, um panfleto da República Dominicana e um mapa do parque nacional que era seu destino.
Felizmente, o caminho era a parte mais simples da missão. Devido à presença de Mary-Louise e Sasha, filhos de Zeus e Hades, respectivamente, viagens marítimas e aéreas estavam fora de jogo, e ir até a República Dominicana de ônibus não parecia uma decisão muito inteligente ou prática. Sendo assim, foi aconselhado que eles chamassem o táxi das Irmãs Cinzentas, e assim o fizeram. Bishop sentiu o café da manhã dar voltas em seu estômago algumas vezes, mas o quarteto finalmente foi deixado pelo trio de senhoras próximo a uma floresta, que cruzariam para chegar à caverna no Parque Nacional Cotubanamá.
Embora não houvesse dito uma palavra sobre — e provavelmente não diria, mesmo que a perguntassem —, ter sido convocada não era a única coisa que a deixava apreensiva quanto à missão. Era que, nas semanas que se seguiram após a primeira leva de semideuses partir, ela tinha se preparado para um cenário em que sua possível convocação seria como líder da equipe. Estava no Acampamento Meio-Sangue há mais de uma década, havia lutado nas últimas duas guerras enfrentadas pelos deuses, era instrutora de mitologia e, apesar dos acontecimentos recentes, nunca havia apresentado comportamento que não fosse excelente para os diretores. Mas, aos olhos deles e de Zeus, a filha de um deus menor jamais teria as mesmas qualificações que um dos Três Grandes.
Não que tivesse algo contra Sasha. Na verdade, o adorava: eram amigos e se entendiam em suas heranças paternas, filhos de deuses que eram menos que gentis, e com os quais nem sempre — ou, no caso de Bishop, nunca — concordavam. Sabia que as competências dele iam muito além de um pedigree divino. Mas aqueles meses no Acampamento Meio-Sangue estavam ressuscitando todas as inseguranças e incertezas que sentia sobre si mesma, incluindo o medo de que, se não fugisse o mais rápido possível, seria apenas mais uma no mar de semideuses que viviam vidas heróicas em segredo e morriam como qualquer um.
As outras duas já não conhecia tanto. Mary-Louise roubava olhares indiscretos e assustados com seus olhos claros e arregalados, como se caminhasse junto a um animal selvagem, mas tentava disfarçar seu desconforto na presença da filha de Fobos e nervosismo pela missão com comentários bem humorados e sanduíches. Já por Verena sentia somente pena e preocupação, pois a garota sequer havia feito um ano completo como campista. A configuração daquela equipe parecia destinada à falha: dois filhos dos Três Grandes, que atrairiam monstros com seu cheiro desde Long Island até o Caribe; uma semideusa inexperiente, que estava dando o seu máximo para não parecer completamente apavorada; e uma quebra do número que os deuses e semideuses tinham quase como sagrado para missões — estavam em quatro pessoas, não em três. 
Ainda assim, e deixando suas inseguranças e insatisfações de lado, Bishop surpreendeu-se quando o início de sua jornada na Caverna de Sussurros correra tranquilamente. Nenhum dos semideuses estava acreditando que aquela aventura seria fácil e, por isso, a calmaria os deixava ainda mais alertas. Foram espertos em sua desconfiança: eventualmente, alcançaram uma bifurcação de três caminhos e, preferindo não gastar muito tempo ali dentro, dividiram-se em duas duplas para explorar dois caminhos, deixando o terceiro como última opção, caso os outros fossem os errados.
Sasha e Bishop perambularam por um corredor rochoso pelo que pareceram horas, até acabarem dando de cara com Mary-Louise e Verena novamente, no mesmo ponto do qual partiram. O primeiro empecilho era um loop. 
Os quatro, então, uniram-se para passar pelo terceiro túnel e, para seu alívio, este acabou em um fim diferente. Contudo, o segundo empecilho surgiu ali: do chão, dos buracos entre as rochas, do teto, besouros começaram a brotar e escalar os semideuses, picando-os, subindo por dentro de duas roupas, cobrindo-os.
Bishop quase foi levada pelo desespero, batendo nas próprias roupas, braços e pernas para afastá-los, mas seus poderes entraram em ação na hora correta — naturalmente resistente a influência mental, a filha de Fobos possuía uma vantagem contra ilusões e controle que ia além do olhar esclarecido dos semideuses, mesmo diante das enganações poderosas da Névoa feitas por Hécate. Quando olhou para os besouros sem o medo de ser coberta por eles, foi exatamente isso que viu: uma ilusão. Percebeu, então, as runas secretamente espalhadas pelo chão da caverna, que ativavam aquela armadilha.
“É uma armadilha! Eles não são reais, são ilusões! Olhem para o chão!” Exclamou para a equipe. Após todos eles entenderem o que estava acontecendo, descobriu que cada um deles estava vendo algo diferente — ilusões que tomavam a forma dos medos individuais de suas vítimas. A ironia não passou despercebida por Bishop, que tinha poderes tão similares.
Quando o quarteto enfim chegara ao fim daquele maldito corredor, ela já tinha perdido ao menos metade de sua paciência e disposição. No entanto, também tinha plena ciência de que estavam longe de concluir sua missão. O Grimório de Hécate ainda não estava à vista e ela duvidava que estaria desprotegido. Bishop checou Sasha, Mary-Louise e Verena, para ter certeza de que estavam todos bem, e esperou-os para prosseguir. Na melhor das hipóteses, lidariam com mais algumas armadilhas que tentariam despistá-los do caminho certo. Na pior, estavam seguindo diretamente para a toca do monstro. Em uma terceira, pior ainda, só continuavam ali porque Hécate não tinha pretensão de que saíssem.
E, mesmo com aquelas opções em mente, ela ainda se viu perplexa ao encontrar o que os esperavam à frente.
Ao seu lado, em um murmúrio apressado, Bishop ouviu Sasha dizer:
“Desliguem as lanternas, tapem os ouvidos.”
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CONTINUE.
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eroscandy · 28 days
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My Song Knows What You Did In The Dark... // @silencehq
ou Candace Sunshine Lovegood reverte sua maldição na TASK #2: MISSÕES
A plaquinha pendurada na maçaneta balançava ao sabor de uma brisa gentil, vinda do lado de fora. As janelas parcialmente fechadas da filha de Eros respondiam ao chamado, agitando as suaves cortinas de seda pura. Cada batida do material contra o quadro da porta faziam o corpo reagir num pequeno choque elétrico. Lembrando, incitando, forçando Candace Lovegood a fazer o que precisava.
Numa mão, a folha de louro erguia-se altiva. Na outra, sob a insistência inquieta do polegar, o fogo do isqueiro aparecia e desaparecia. Sob o colo, o caderno laranja expunha palavras confusas e perturbadas, numa caligrafia digna de exemplo em escola de arte.
Orgulho. Surpresa. Animação. Determinação.
Juntou os dois objetos e a chama logo pego na planta, erguendo um cheiro que escureceu a visão da filha de Eros e a empurrou para trás. Ela caía sem freio, agitando braços e pernas sem conseguir agarrar-se a nada além de ar. Ar e perfume. Musgo e pedra. As unhas arranharam em pedra e ela acordava dentro de um túnel conhecido. Estalactites cruzavam seu caminho, poças molhavam as botas de caminhada e ela seguia... Cabelos ruivos sobre a armadura leve, emoldurando a amazona que quase caía no encanto do convite de Ártemis. Candace não tinha medo daquela escuridão, tampouco hesitava na hora de fazer uma escolha. A bússola interna era infalível!
Curiosidade. Superioridade. Tão convencida.
Quem eram seus companheiros se não coadjuvantes? Escolhidos no acampamento pela necessidade inexorável de sempre saírem em três. A filha de Eros respondia a suas perguntas de nariz em pé, toda sabidinha e convencida. E ela não era assim... Não na maioria das vezes, não em missão, mas estava irritada. Tão dolorosamente possessa que acabava descontando em seus colegas. Era para estar num desfile em Milão, com as joias da última coleção ao redor do pescoço e flashes cegando. De estar impossível dar um novo passo. O suspiro foi pesado quando a voz etérea perguntou sobre suas habilidades. Ou melhor, DUVIDOU de que seguiam o caminho certo.
Ofendida. Irada. Indiferente. Maldosa.
A boca abriu para comentar, dar a resposta mais envenenada e atravessada possível. Amado, você viu como as pedras iluminam? Como o cheiro fica mais limpo? Está ouvindo o barulho de água? Não? Porque, se estivesse, saberia que esses são sinais óbvios da saída. Mas parou. Candace Lovegood parou no meio do caminho e olhou para trás. As paredes da caverna eram estranhas e ela tinha percebido isso logo no início, mas não tinha dado muita atenção. Porém, agora, ao subir o olhar pelas pedras, ela via... Pequenas aberturas que brilhavam mais forte, numa luz mais concentrada. Ela se aproximou, devagar, ajustando a visão para descobrir o que os espelhos refletiam.
A LUA.
╰ ♡ ✧ ˖ Quando você nota a ausência de um fio em mil de um lençol, os detalhes ficam tão claros quanto o brilho da lua. ♡ ˙ ˖ ✧ A voz saiu monocórdia, distante. Uma constatação de um fato tão batido que nem valia a pena repetir. Candace tinha aprendido aquela lição com tanto sofrimento que... Que... Os olhos encheram de água. Para que não fosse vista, voltou a andar na marcha rápida. Saltos afundavam na lama, mas ela seguia. As curvas geravam dúvidas, mas ela seguia em frente. E tão rápido foi que a abertura foi uma surpresa. Num instante estava em campo aberto, andando em linha reta para o veículo sem dificuldade alguma.
Injustiça. Tristeza. Vingança. Arrependimento
Seus olhos abriram mais uma vez e o interior do quarto decorado a recebeu... Faltaram palavras para descrever o sentimento. A página repleta deles parecia ter sugado toda sua capacidade de reagir... De sair daquele buraco em que tinha se enfiado sem perceber... Candace Sunshine Lovegood foi amaldiçoada por uma deusa da pior maneira possível... Sendo alguém que não era... Que não foi fruto da criação dos pais... Ela girou na cama e se encolheu em si mesma, a conta bem apertada na mão como se contivesse as lágrimas que enchiam seus grandes olhos.
Contudo, a força virou fraqueza e do relaxar dos dedos... Ela caiu.
Negra, tão escura que nem brilhava. Esse era o fundo da lua cheia bem no centro. Grande, redonda, toda detalhada. E as estrelas? Não tinham. Era pontinhos coloridos e de diferentes tamanhos, das cores das pedras da caverna.
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petra-vicx · 4 days
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Me and The Devil
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Capítulo 4 - Você pode tentar fugir, mas não vai poder se esconder
"Parece que alguém aqui sabe pensar"
Ao ouvir aquele sussurro, senti meu corpo inteiro se arrepiar, eu não estava conseguindo acreditar que aquele filho da puta estava fazendo isso comigo...
Um nó se formou em minha garganta, tudo que passava pela minha cabeça, era a vontade de gritar, colocar todo meu ódio para fora, lembrando minha idiotice, de ter aceitado aquele acordo. A responsabilidade de como meu avô estava agora, era completamente minha, trazendo mais problemas para as pessoas que eu amo.  Nós fizemos o que pudemos para estabilizar nosso avô por hora, Choso pediu para eu ir para meu quarto, que ele iria cuidar dele naquela noite.
Pela noite, eu escutava batidas e arranhões no teto de madeira, sentia algo me observando. Certa hora, quando não tinha sol, comecei a escutar uma batida na porta do meu quarto. Ao abrir, me deparei com Sukuna, ele parecia animado em me ver, mas de uma forma que se via nos olhos dele que não era de uma felicidade genuína, era macabro. Não parecia real...
- Você está demorando demais garoto...
- O que você faz aqui? Como entrou? O que fez com meu irmão e meu avô??? - Ele continuou sorrindo, apoiado na porta, parecia não se abalar com nada, como um muro. Sukuna puxou meu rosto para perto, o suficiente para eu sentir sua respiração em mim, seus outros braços abraçavam o resto do meu corpo, sentindo o calor daquele corpo. Eu tentava me desvencilhar, para correr até meu irmão, mas minha força não fazia ele nem sequer me mexer um pouco.
- Vou repetir, moleque, você está demorando demais, eu não sou o ser mais paciente de todos, não achei que precisaria avisar isso para você - Ele lambeu minha bochecha - Sua pele tem um gosto bom...
Acordei assustado, minha cama e roupas estavam completamente encharcadas de suor, meu corpo doía e minha respiração estava acelerada, ele tinha realmente invadido meu sonho ou eu que tinha sonhado por conta própria? Independente de quem tinha feito isso, eu sabia exatamente onde deveria ir, antes que fosse tarde demais. Choso já tinha saído de casa para trabalhar, eu avisei ao meu avô que ia sair buscar o remédio dele e logo estaria de volta.
Minha respiração estava completamente desregulada pela corrida no meio da mata, o desnível do terreno dobrava meu trabalho no momento, além de ficar atento sobre as maldições que tinham na floresta.
- SUKUNA! CADÊ VOCÊ?! APAREÇA LOGO! - A voz desesperada falhava em certos momentos, dando espaço as minhas lágrimas mais desesperadas ainda. Lembrar do meu avô, naquele estado, pontos da sua pele estando podre, pensar na possibilidade de perdê-lo fazia eu perder o raciocínio.
- Sentiu minha falta, garoto? Veio até correndo me ver... - Ele me olhava com um sorriso debochado, que mais do que raiva, fazia meu estômago revirar e eu cair de joelhos no chão. Ele sabia porque eu estava ali e falava como se nada estivesse acontecendo.
- Cure ele! Como você ousa fazer isso? Ele não tem nada a ver com os meus problemas! - Peguei um pouco de lama jogando nele, mesmo sabendo que não teria efeito nenhum nele, eu precisava extravasar.
- Não sei do que está falando. Faz dois meses que não te vejo, não sou onisciente para saber de quem você está falando.
- Você sabe de quem estou falando, você sabe muito bem!
- Acho que está profundamente enganado, eu não sei, moleque. Me fale o que esta acontecendo - Deboche... o que recebo em troca de um pedido de ajuda... é deboche...
- Do meu avô! É do meu avô que estou falando! O homem que você adoeceu! - Dessa vez joguei uma pequena pedra, ele segurou ele, antes que o atingisse.
- Seu avô? Hummm, meu lembro de ter amaldiçoado um senhorzinho de uma vila aqui perto, é seu avô? Puxa vida, não fazia ideia que ele era seu avô! - Seu sorriso aumentava, fazendo meu sangue ferver mais e meus músculos enrijecerem.
- Noossaa, que pena você não saber disso, agora que já sabe, cure ele! - Nervoso, senti o mínimo de força voltar ao meu corpo, conseguindo ficar de pé novamente.
- Eu me recuso!
- O que? - Eu não acredito no que escutei aquilo certo, ele não faria isso comigo... - Eu já estou aqui, não estou? Faça o que quer que tenha feito com ele, parar. Eles são tudo que eu tenho, não faça isso...
- Garoto, você acha que pode mandar em algo? Já te falei, você não está em posição de escolher, porque achou que você tem a mínima autoridade de dar ordens?
Isso não estava acontecendo... não podia estar acontecendo... o que eu iria falar para Choso? Como eu ia encarar meu avô? Eu era o culpado de tudo, não tinha como suportar perder mais um membro da minha família...
Por um momento, lembrei da fragilidade de tudo em volta de mim, do meu pai, que meus irmão nunca quiseram me falar como morreu, da forma como todos pareciam pisar em ovos falando sobre minha mãe, acho que eles perceberam que eu era fraco demais, para lidar com a morte. Meu avô lidou com tudo sozinho, cuidando de 4 crianças, não podendo nem lidar com o luto direito, Choso tinha 13 anos, já tinha idade o suficiente para entender do que se tratava, mas meu avô tentou ao máximo suavizar tudo para ele.
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sosoawayrpg · 11 months
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𝓗𝓐𝓟𝓟𝓨 𝓗𝓐𝓛𝓛𝓞𝓦𝓔𝓔𝓝 𝓣𝓞𝓦 - EVENTO : 02
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Ei, crianças, venham ver! Algo estranho vai acontecer E quem nos acompanhar Com certeza vai se assustar É o Halloween, é o Halloween! Os fantasmas vão passear É o Halloween! Todo mundo canta assim Assustar os vizinhos E então se mandar Sem chorar, pois não é o fim Começou o Halloween.
Bem-vindos à noite assustadora de Tão Tão Distante! As ruas estão decoradas com abóboras, teias de aranha, morcegos e uma iluminação fantasmagórica. A bruma misteriosa flutua no ar, criando uma atmosfera arrepiante. Preparem-se para uma aventura cheia de gritos e sustos no incrível evento da cidade.
Convite:
Os cidadãos de Tow receberam convites misteriosos, assinados pelo "Coruja Fantasmagórica", para participar de uma festa noturna no Pântano Encantado.
(LUGARES TEMPORARIOS)
Local:
Pântano de Tão Tão Distante.
Programação:
Chegada ao Pântano: Ao chegarem ao local, os convidados serão recebidos por um ambiente temático inspirado no pântano onde Shrek e sua turma viviam. Decorações assustadoras, música temática e personagens icônicos estarão presentes para criar uma atmosfera mágica.
A Casa Mal-Assombrada do Burro: Os participantes serão convidados a adentrar a misteriosa casa mal-assombrada do Burro, onde encontrarão enigmas, sustos e surpresas ao longo do percurso.
Dança com o Fantasma do Lorde Farquaad: Preparem-se para dançar com o Fantasma do Lorde Farquaad! A música animada e a coreografia divertida vão fazer todos se mexerem, enquanto o fantasma brinca com a plateia de forma cômica e assustadora. Não fiquem parados!
Concurso de Fantasias de Contos de Fadas: Chegou a hora de mostrar sua criatividade! Os convidados poderão participar de um concurso de fantasias e serão premiadas as fantasias mais originais, assustadoras e engraçadas.
Arena de Duelos do Gaston: Uma área onde os participantes podem participar de um duelo de piadas e charadas com os outros.
Jantar com o Monstro do Pântano: Saboreie um delicioso banquete! Desfrute de pratos temáticos, como cebolas em camadas, ratos empanados e tortas de lama. Tenha cuidado com a sopa de olho de rã!
Sessão de Cinema ao Ar Livre: Para encerrar a noite com chave de ouro, teremos uma sessão de cinema ao ar livre, com a exibição do filme Shrek. Os convidados poderão relaxar em almofadas e cobertores enquanto se deliciam com com um filme que nunca assistiram na vida.
Festa à Fantasia:
À medida que a noite avança, os participantes se reúnem em uma grande festa à fantasia no centro da cidade. Todos se divertem dançando ao som de músicas assustadoras e compartilhando histórias aterrorizantes em volta da fogueira.
Além disso, durante todo o evento, haverá barracas de comida temáticas, jogos interativos e atividades divertidas para todas as idades.
Venham com suas fantasias e tragam toda a família para aproveitar uma noite mágica e inesquecível. Não percam a chance de viver o Halloween de uma forma verdadeiramente ogre-lástica!
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OOC.
aproveitem a festa enquanto nada acontece... conselho de amigo *pisca*.
não satisfeito de ter humilhado e acabado com a vida de Shrek, ele transformou toda sua história verdadeira em um filme mas ninguém vai entender nada, outras podem ter algum flashback do seu passado mas muito pouco e confuso.
a tag para postarem as fantasias é:
ttdoutfits
por enquanto é isto, se tiverem dúvidas o chat tá sempre aberto pra vocês.
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📎O que significa o beija-flor para os Maias?
Diz a lenda que, como já não tinham lama nem milho para fazer outro animal, pegaram numa pedra de jade e esculpiram uma seta. Era uma flecha muito pequena, quando ficou pronta, sopraram nela e a flecha voou. Os deuses tinham criado 'x ts'unu'um', o beija-flor.
Por esta razão, é tão pequeno e é considerado aquele que transporta os desejos ou os pensamentos para o mundo terrestre. O beija-flor é tão frágil e tão leve que pode esvoaçar tão perto das flores sem mover uma única pétala. Além disso, as suas penas brilham ao sol como gotas de chuva e refletem todas as cores do arco-íris.
Reza a lenda que se encontrar esta ave e conseguir vê-la mesmo durante os seus períodos de repouso, que são muito poucos, é porque alguém lhe envia bons votos e amor. Há quem diga também que, quando encontra uma destas belas aves, é porque um ente querido que já morreu está o visitando.
Ommmm🕉️
SabedoriaAncestral
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jornalismounir · 2 months
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Relembrando a Cheia Histórica de 2014 no Rio Madeira
O rio Madeira atingiu uma marca histórica de 19,74 metros, de acordo com a mediação da Agência Nacional de Águas, resultando em uma das maiores cheias já registradas na região.
Por: Por Laiara Gonçalves Salles e Flávia Lohanna Alves de Souza
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Foto: Thaís Tavares
Em 2014, a cidade de Porto Velho, localizada às margens do rio Madeira, enfrentou uma  grave situação de cheia devido ao aumento gradual do nível da água. O rio Madeira  atingiu uma marca histórica de 19,74 metros, de acordo com a mediação da Agência  Nacional de Águas, resultando em uma das maiores cheias já registradas na região. A  elevação do rio causou inundações em diversas áreas da cidade, cobrindo casas,  plantações, pontos turísticos e até mesmo o cemitério local. Além disso, bens históricos,  como o Complexo Turístico da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, foram afetados pelas  inundações.
Segundo um levantamento realizado pelo Corpo de Bombeiros em 2014, o número de  afetados pela cheia de Rondônia atingiu 29.570, com destaque para Porto Velho e seus  distritos, o que demonstra a gravidade da situação vivida pela população local, além da  evacuação de 3.736 famílias devido à cheia do Rio Madeira. 
A situação de calamidade resultou na interrupção do fornecimento de água potável, na  falta de energia elétrica em vários pontos da cidade e na dificuldade de distribuição de  bens e alimentos para a região. A cheia também impactou a operação da hidrelétrica de  Santo Antônio, uma das maiores do país, que precisou ser desligada para preservar a  integridade das unidades geradoras diante do volume recorde de vazão de água registrado no rio Madeira, que superou 54 mil m³ por segundo. Esse aumento significativo levou à  necessidade de paralisação das operações para evitar danos e garantir a  segurança das instalações. 
Vozes da enchente 
Nas margens do rio Madeira, em Porto Velho, as águas tumultuosas da enchente de 2014  não apenas inundaram casas e plantações, mas também deixaram marcas profundas nas  vidas e memórias dos moradores locais. Enquanto as estatísticas falam de níveis de água  recordes e danos materiais, são as histórias pessoais daqueles que enfrentaram a fúria das  águas que revelam a verdadeira dimensão da tragédia e da resiliência humana. 
Em meio às ruas alagadas e aos destroços, encontramos Thais Tavares, ex-moradora de  São Carlos, no baixo madeira, cuja voz ecoa as lembranças dolorosas da enchente de  2014. “Eu posso dizer que foi desesperador, por mais que já imaginávamos o que iria  acontecer, os jornais avisando todos os dias o aumento do rio, no final do dia aquela  sensação nunca sumia. Quando deram o alerta que iria encher mais, a água já estava  chegando na porta da minha casa, foi aí que minha mãe decidiu arrumar nossas coisas para irmos para casa da minha avó”. 
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Foto: Thaís Tavares
A comunidade se preparou para a eventualidade de inundação, procurando abrigo em  áreas mais altas. Após a enchente, a vila enfrentou devastação, com casas destruídas, lama  por toda parte e perda de bens materiais. A ex-moradora teve sua vida escolar afetada,  com a escola desativada por um ano, o que a levou a se matricular em outra escola na  cidade. Apesar dos desafios, a comunidade se uniu para reconstruir suas vidas e a ex-moradora adaptou-se à vida na cidade, mantendo contato com seus pais que retornaram à  vila. 
A vida de Junival Ramos também foi prejudicada, sobretudo em relação à sua rotina de  trabalho. A necessidade de se adaptar às novas condições, muitas vezes sem horários  previsíveis, trouxe grandes dificuldades. A vítima relata que teve que alterar a sua jornada  de trabalho, trabalhando em horários atípicos, seja durante o dia ou à noite, devido à  emergência provocada pela cheia. Assim como também enfrentou dificuldades no  transporte de cargas devido às restrições impostas pela situação. Com a empresa de  transporte funcionando de forma limitada, o acesso ao porto federal, conhecido como  Portobrás, tornou-se essencial para escoação das mercadorias. No entanto, a alta demanda  e as limitações de horário no porto dificultaram ainda mais o processo de embarque, obrigando a lidar com obstáculos logísticos inesperados. 
“O momento mais marcante durante a cheia foi o início, quando ninguém esperava  uma cheia daquela. A gente foi embora num dia, a água estava baixa ainda. No dia  seguinte, a água já estava dentro do escritório. E foi triste ver essa situação, a  perda de muitos materiais. Os clientes também perderam muitas mercadorias. Isso  foi o que mais marcou.” 
A vítima expressa a tristeza ao testemunhar a inundação do escritório e a perda de muitos  materiais essenciais para o funcionamento do negócio. Além disso, destaca a angústia dos  clientes que também sofreram com a destruição de suas mercadorias. Esse cenário de  desolação e prejuízo material deixou uma marca na memória da vítima, ressaltando as  consequências devastadoras e imprevisíveis de eventos climáticos extremos. 
Uma década após a maior enchente da região  
Passados dez anos da tragédia que abalou a vida de milhares de pessoas em Porto Velho,  as palavras de Thais Tavares e Junival Ramos ainda ressoam como testemunhos vivos da  força humana diante das adversidades. Enquanto Thais relembra a angústia e a superação  de ter sua casa inundada e sua rotina escolar interrompida, Junival compartilha os desafios  enfrentados para adaptar-se a uma nova realidade de trabalho em meio ao caos das águas. 
Além disso, a recuperação ambiental também foi um aspecto importante a considerar. A  inundação causou danos significativos à fauna e à flora da região, o que resultou na morte  de diversos animais e na destruição de ecossistemas. 
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Foto: Thaís Tavares
A comunidade uniu forças para reconstruir o que as águas levaram, implementando  medidas de prevenção e infraestrutura para enfrentar possíveis desafios no futuro. As  marcas da tragédia ainda ecoam nas memórias dos moradores, mas também ressoam  histórias de solidariedade, perseverança e esperança. 
Recentemente, o rio Madeira apresentou uma baixa cota de 1,44 metro, o menor nível  registrado em 17 anos. No entanto, a marca foi superada e o nível chegou a 1,10 metro,  de acordo com o último boletim do Madeira.
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devaneiosoturno · 4 months
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São 23:53 agora. É a noite do meu aniversário, exatos 23 anos desde o fatídico dia. Vinte e três anos desde que tudo começou. São 23:53 agora. E eu estou sentada no chão, usando meu vestido já esgaçado de tanto tempo, os pés descalços e as pernas dobradas apoiando-se no chão do quarto que um dia foi meu. São 23:54 agora. Os minutos passam rápido, como que para me lembrar que este dia logo chegará ao fim e que muito se vai com ele. São 23:55. Levei um minuto inteiro para escrever uma linha e meus olhos sequer fecharam-se em um movimento natural de piscar. São 23:56 agora. A cada minuto, sinto que apenas um segundo se passa. É tão rápido. Ainda são 23:56. Ainda é meu aniversário. Ainda estou completando 23 anos. E ainda estou pensando na pesquisa que acabo de fazer em meu celular “quantos comprimidos de paracetamol são necessários para morrer?”. São 23:57 e o pensamento ainda me atormenta. Levantei-me do chão há alguns minutos e fui até a cozinha. Infeliz, ou felizmente, o tempo não me foi suficiente para colocar sequer um terço do meu plano em ação. São 23:58 e meu irmão se senta ao meu lado para dizer que “não deveria tentar nada contra mim hoje, não irei para o céu”. Minha língua se enrola enquanto minha cabeça só consegue pensar que o inferno é aqui e agora. São 23:59.
23:59 e me resta um minuto. Um minuto até que nada mais seja especial. Um minuto até que tudo aquilo que sonhei, esperei e planejei seja finalmente e definitivamente tirado de mim. São 23:59 e esse minuto nunca acaba. Parece tão longo que assusta. São 00:00. É o fim.
São 00:00 do dia 10 de fevereiro de 2024 e eu ainda não morri. Eu continuo aqui. Ao menos, não é mais o meu aniversário. Será que uma pessoa como eu merece o direito de chorar as mágoas de não poder viver aquilo que sonhou? Será que uma pessoa como eu merece sentir qualquer coisa além da ansiedade constante e inebriante da morte?
São 00:01 e eu não passo de uma covarde. Eu penso e repenso e crio cenas na minha cabeça e me vejo caminhando até a cozinha, pegando as cartelas de remédios, uma de cada; Naproxeno, Cefaliv, Ibuprofeno, um frasco de Tramadol; me imagino, mas não faço. Não tenho coragem e todo mundo sabe, até mesmo eu. Eles sabem, todos sabem. Será mesmo que eu não passo de uma farsa? Será mesmo que aos 23 anos eu não sou nada além de uma covarde?
Pensei que fazia tanto; corri contra o tempo sempre com a plena certeza de que esse me seria curto. Me lembro de dizer aos meus pais, sem papas na língua que “sei que vou morrer antes de vocês e está tudo bem”. Será que terei a coragem necessária para um dia, não apenas sonhar e fazer? Será que serei capaz de largar tudo aquilo que penso ter (o que não é nada), finalmente? Duvido muito. Minhas ameaças são vazias. “Se você pensa em se matar desde os 13 anos, é muito provável que nunca o faça”, disse minha psicóloga certa vez. Será mesmo que aquela mulher, em tão pouco tempo, já me conhecia melhor que eu mesma? Será que isso tudo não passa de uma encenação que criei?
São 00:06 e finalmente consigo respirar. Não estou feliz, nem triste. Não estou bem, nem mal. Só respirando. Existindo. Ou pelo menos tentando, mais uma vez. Me sinto uma incompetente na maior parte do tempo e quando não me sinto, tenho a certeza absoluta de que sou. Não há qualquer motivo que leve alguém a comemorar a existência de pessoas como eu. Um erro social, um produto defeituoso, uma falha na famigerada Matrix. Quem sou eu, afinal?
Já faz 23 anos que busco, busco e não obtenho qualquer resposta. Eu sou o pior que existe na Terra. Sou o resultado de um experimento falho. O produto de algum “cientista maluco” levado pelo tédio do cotidiano.
Caminho e, a cada passo, afundo novamente. Meus erros são claros, ainda que eu não os enxergue. Caminho pela lama, em busca de terras mais firmes, sem nunca as encontrar. Caminho e tropeço e bato com a cara no chão. Chego a fantasiar com meus miolos estatelados, derramados com o líquido cerebral, no meio da lama, no meio do meu próprio caos.
De que adianta tentar, sabendo que não há qualquer chance de acertar? Sabendo que, ao sinal de qualquer tropeço, qualquer instabilidade, só me restará o chão. Penso em me orgulhar pela coragem de trilhar um caminho, ainda que em meio a lama. Penso em me orgulhar dos voos que não fui capaz de findar, mas para os quais me impulsionei correndo contra o vento, até dar de cara contra outro muro, ou contra o chão, como de costume.
Não há de que se orgulhar, menina. Tudo o que resta é o gosto da derrota, o sabor do fracasso e o cheiro da morte iminente, que me ronda como os demônios rondam àqueles que são fiéis a Deus.
E se eu morresse essa noite? Parece uma ideia tentadora. Vejo suas cores claras, a alegria do berço da morte, a ironia de morrer no quarto que outrora fora meu. Me imagino morta. Provavelmente pela mistura de bebidas e medicamentos. Com certeza nenhum corpo ficaria bonito após uma convulsão e uma intoxicação grave, mas será que existe no mundo algo mais belo do que a arte da morte? A arte daquela que mesmo em meio ao terror, ainda pode ser poesia.
Me deixaram aqui sozinha. Será essa uma forma debochada de o destino me dizer que chega a minha hora? É provável que todos os deuses e deusas de todas as religiões estejam gargalhando frente a mim agora. Todos sabem que não sou capaz, que não possuo o dom da coragem. Pelo contrário, sempre fui cercada pelo medo de dar qualquer passo, cercada pelo medo do desconhecido, daquilo que não posso ver ou sentir.
Eles riem de mim e me desafiam com seus olhos de fogo, de água, de luz e de tudo aquilo que não posso ter. Eles riem de mim e cochicham sobre como os seres humanos são patéticos, alguns como essa que vos escreve, em especial. Eu sei que é impossível não caçoar. Eu, se estivesse em seu lugar, faria o mesmo. Uma pobre coitada que pensou ser alguém. Todos os dias, homens e seres sublimes, me mostram de diferentes formas o tamanho do desperdício que sou. E eu só posso concordar.
Alguém que pensa em suicídio durante 10 longos anos e até hoje não foi capaz de realizar. O que mais não tive coragem de fazer? Que outras batalhas deixei de enfrentar por medo de perecer?
Sabe, é engraçado falar assim, já que toda vez em que penso em arriscar, termino com a cara na parede. É uma sucessão de decepções, desilusões e fracassos incontáveis. Será que o meu grande objetivo de vida sempre foi, na verdade, fracassar? Talvez seja um destino incontrolável, impossível de se desviar.
Eu sou uma grande decepção. Eu sei que sou. Para mim, para meus pais, para meu irmão, para as pessoas que amei, para as pessoas com quem convivi. Eu não passo de uma farsa. Sou constantemente lembrada de que minha vida não passa de uma coreografia bem apresentada para aqueles que convém. Afinal, quem convive comigo me vê tão diferente. Talvez não ensaie o suficiente. Talvez não finja como deveria. Talvez não seja a pessoa adequada para o papel ao qual me contrataram. Talvez esse seja apenas mais um fracasso, sem volta.
Mas e se eu morresse essa noite? E se aqueles remédios apenas fossem tomados, sem qualquer pensamento. E se eu apenas tentasse? Depois de hoje, acredito que seria um favor a todos, especialmente a meu próprio eu. Quero ir embora daqui, mas não posso. Não fisicamente. Então, se meu corpo ficar e minha alma (se é que ela existe mesmo) apenas se desprender, não estarei quebrando as regras.
Aquela tal de Luisa Sonza que eu tanto gostei não errou em nada quando escreveu “Principalmente me Sinto Arrasada”, minha música favorita durante semanas. Acho graça quando minha mãe me corrige por gostar tanto de uma pessoa tão errada. Será que ela realmente não enxerga o quão errada eu estou? Não no sentido que ela sempre fala, obviamente. “Errada” deve soar como “mal” ou melhor, “doente”.
Deve ser tão “mais fácil” viver em um mundo onde o psicológico é uma escolha e onde nada mais importa além das tuas mazelas diárias. Quantas vezes me vi segurando o choro, o medo, a dor, a raiva, em prol de uma saúde mental “intacta”. Buscando evitar um “CID” que, sinceramente, eu sequer sabia de que se tratava. Será que eu sou realmente tão importante a ponto de ser marcada e conhecida eternamente pelas dores que carrego e pelas fraquezas que demonstro?
Será mesmo que eu nunca fiz nada por ninguém ou será que apenas não fui o suficiente? Mas, afinal, o que seria suficiente? Que tipo de pessoa eles queriam? Quais os defeitos que precisariam se tornar perfeitos antes mesmo que eu existisse? A menina estudiosa, não era suficiente. Busquei ser a trabalhadora, mas também não era tudo, ainda faltava algo. Tentei ser educada, mas ainda existem conversas fora do tom adequado que precisam ser corrigidas antes que seja tarde demais. Tentei ser a prestativa, que auxilia com a casa, com a comida e com todos os outros, até onde é capaz, mas também não era bom o bastante. Eram tantas correções que foi ficando cada dia mais difícil ser perfeita em tantas áreas e de tantas formas.
Nunca fui capaz de preencher os buracos vazios de ninguém, especialmente os meus que hoje são crateras tão profundas que não há terra no mundo que possa preenche-las. E, se nada pode me preencher, de que sirvo aqui?
Tentei me preencher com os estudos, mas era um objetivo raso demais para a menina que almeja perfeição. Busquei a perfeição nas tarefas, mas “tarefas domésticas nunca foram meu forte”, como costumavam dizer. Busquei não reclamar quando doía, ainda que doesse tanto que a única cura fosse encontrar uma dor ainda maior, fosse ela física ou emocional. Quantas vezes entrei em enrascadas, sabendo o resultado final, apenas para poder sentir a dor que seria capaz de encobrir as feridas que não foram feitas por mim.
Quantas vezes abri mão da felicidade e corri para os braços da maldição, sabendo que no fim, só me restaria eu; e a dor. Mas, de certa forma, a dor que se acumulava no peito, a angústia, a ansiedade, o medo e o desespero, seriam ofuscados por aquela dor repentina, dores pelas quais nenhuma menina, nenhuma criança, deveria passar. Ouso dizer que nenhuma pessoa no mundo deveria.
Quantas vezes pensei ter sido machucada ou magoada por alguém quando na verdade era apenas eu, buscando sentir algo mais; buscando sentir.
E hoje estou aqui. Mais uma vez, sozinha. A solidão é minha amiga e por mais que eu fuja, por mais que eu corra e ainda que tente de todas as formas me desvencilhar, ela me atrai. Me atrai e me corta, lentamente, um pedaço de cada vez. Ela se lambuza com a dor que sinto e saliva a cada sinal de mágoa guardada nas crateras que existem em mim.
Quem seria eu se não houvesse a solidão?
-D
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eu-jupiter · 1 year
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Boa noite aos vivos, aos mortos desejo vontade.
Era assim que normalmente o meu avô cumprimentava um grupo de pessoas ao chegar em um local. Houve um tempo em que eu não entendia nada, depois achei graça, e então, tristeza e verdade.
Eu entendi a profundidade das palavras vendo elas atuarem na minha frente. Acho que todos passam a acreditar nas palavras quando elas vão para além do papel ou para além da boca. As palavras entram em ação, ou melhor, estão em ação o tempo todo. Tudo ocorre dependendo das palavras que se usa.
Conheci Luzia quando eu era menor, desde o primeiro momento ela proporcionava aos espectadores a primeira vez. A primeira vez que alguém sorri pra você sem te conhecer, a primeira vez que você ouve novas ideias, um novo timbre, novas palavras, novas dores.
Ela fazia com que eu não pensasse em fazer mal a um bandido e, ao mesmo tempo, odiar um velhinho aparentemente inofensivo. Era estranho e o estranho também estava entre as novas coisas.
Eu precisava de um momento de assimilação e um motivo para uma mudança de estado, Luzia simplesmente estourava de rir por lembrar que um amigo a fez comer coelho fazendo-a achar que era frango, e, no instante de um piscar ela estava chorando porque gostava do coelho. E todos a sua volta sentiam o mesmo impacto. Era tão intenso suas palavras juntamente com seus gestos que nos fazia imergir. Luzia era um filme bom, era uma faísca que todos precisavam para acender um fogo, por isso nós a chamávamos de Luz.
Após a adolescência tudo muda, e é correto que mude, é esperado. Mas quando ocorre, as palavras "isso não deveria estar acontecendo" entra e se acomoda em uma palavra só: angústia.
Sentimos angústia pelas mudanças pois ha perdas e incertezas. Sabemos que precisamos passar por esse corredor escuro pois a parede de trás te empurra, você é obrigado a andar e passar pela porta que está no final do corredor. Algumas pessoas correm e isso é, talvez, o mais inteligente que se faça. Eu andei. Não consegui correr pois me faltou força. Foi escuro, no chão tinha lama, eu tive medo, mas andei, e sai.
Hoje, quando penso no corredor, imagino a Luzia cavando as paredes. A experiência que tive com ela faz com que eu consiga ver com clareza suas ações, ela era luz.
Luzia era curiosa e precisava da resolução dos seus porquês. Amava o seu conforto porque ela o fez. Amava o que fazia sentido e tinha amor e ódio pelo que não fazia pois ao mesmo tempo que a deixava aflita, dava a oportunidade de resolver, de tornar claro, isso era algo que trazia satisfação pra ela. Tendo em vista isso, todos conseguiam ver Luzia cavando as paredes do corredor escuro. Sabíamos que ela precisava entender o porquê de estar ali antes de passar pela porta. E se após a porta tivesse a continuação daquilo? Era como se passasse para a segunda fase de um jogo sem jogar a primeira. Na cabeça dela seria mais fácil entender o início do jogo para continuar jogando. Mas ela não estava conseguindo, então retornava ao início sempre, sempre cavando a parede que estava atrás para retornar ao começo do corredor. Não era medo de chegar a porta e abrir. Era o medo do atual desconhecido, talvez o medo da ignorância.
Eu sai para aula e enquanto eu esperava o ônibus eu vi Luzia passando, indo a algum lugar fazer alguma coisa. Seus olhos estavam nitidamente perdidos, Luzia agora andava devagar, se movia pouco, quase que de forma calculada, quase que de forma automática. Ela usa o mesmo padrão de roupas que usava, o mesmo estilo grunge arrumado, o mesmo corte de cabelo que parecia tomar novas formas a cada cor, a cada semana. Mas tinha uma coisa que gritava, era a única coisa que fazia barulho nos passos silenciosos de Luzia, faltava luz e vontade.
Enquanto ela passava, ouvi algo parecido com "bom dia". Qualquer um que ouvisse se perguntaria se era um "bom dia" ou um bocejo, se perguntaria se foi atribuído a ele mesmo e também se perguntaria se o dia estava sendo bom para ela. Eu sabia que era uma tentativa de "bom dia" pelo fatídico cotidiano. Ali, tive um momento de assimilação e um motivo, então eu falei as palavras que mais faziam sentido para mim no momento...
"Bom dia aos vivos, aos mortos desejo vontade".
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juncyoon · 5 months
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this is an closed starter.
with @maximeloi
após o plot drop.
Massageava a região dos seus ombros depois de um dia agitado, aquela chuva que sempre caia durante a noite deixava todo o ambiente meio pegajoso, além do frio que parecia cada vez pior. Juno vestia um casaco sobre uma blusa de manga cumprida e, mesmo assim, estava com muito frio. Estava indo até o pavilhão, correndo para não pegar a chuva mais forte se caso acontecesse, ainda que estivesse fraca naquele fim de tarde, ele não queria se molhar demais. Quando estava quase chegando no pavilhão, escorregou e se apoiou no semideus na sua frente para não cair, sendo uma das cenas mais ridículas do mundo pela forma como se agarrou no homem enquanto tentava não cair, vendo o seu tênis ficando em um tom terroso e uma camada de lama que só fazia ele odiar aquele clima, suspirou, tentando se manter em pé porque estava escorregadio agora. "Pela mãe natureza, que raiva dessa lama toda" Reclamou ainda sem olhar para o homem que usava de apoio. "Ainda bem que não estou usando branco, acho que vou ter que banir essa cor do meu guarda roupas por um bom tempo"
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belartvenus · 1 year
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Fanfic Rec - Alternative Universe – Vampire
Aqui está uma lista de recomendação de fanfics bottom louis com a tag Alternative Universe - Vampire, em que Harry é um vampiro e Louis um humano.
Everyone's Entitled to One Good Scare by levelofcharm | palavras: +10k
Harry faz beicinho, zombando. "Então agora você sabe, você está com medo de mim?"
Louis se contenta com um breve aceno de cabeça, a voz embargada quando um “não” escapa de seus lábios trêmulos.
“Claro que não. Você sabe que é o amor da minha longa vida, eu nunca te machucaria. A menos que,” ​​ele cantarola curiosamente, deslizando a faca pelo esterno de Louis, pegando a ponta no short de spandex igualmente barato, “você quer que eu faça, e... eu acho que você quer.”
Harry deixa o braço flácido de Louis cair ao seu lado e, com isso, um sorriso malicioso surge em seus lábios.
“Podemos brincar de esconde-esconde. Vá em frente, tente se esconder, coelho,” ele murmura enquanto bate a faca fria na bochecha aquecida de Louis provocativamente, sua voz mudando com facilidade para algo severo e sério, “mas espero não encontrar você.”
Louis suspeita que seu marido não é o que diz e está determinado a estar certo neste Halloween.
The Blood is Rare (and Sweet as Cherry Wine) by Jennifer_Kaid | palavras: +14k
"Policial, vejo que você já está revelando meus segredos", disse Harry ao entrar na sala.
"Dificilmente é um segredo," Louis aceitou o copo delicado, lançando um olhar para o homem quando o cheiro subjacente o atingiu, "Um pouco cedo para se entregar a essas coisas, não é?"
"Você teve uma longa manhã, tenho certeza. Apenas cuidando de sua saúde, oficial." Harry sorriu.
"Você não precisa se preocupar com isso."
"Alguém tem que fazer isso."
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True Mates AU com um caso de assassinato a ser resolvido e sentimentos a serem desvendados.
parte 2 | palavras: +3k
Hereafter (ad infinitum) by larryent | palavras: +13k
"Um legado é cada vida que você tocou. E você tocou a minha duas vezes."
Na costa de San Francisco em 2024 é quando Harry se apaixona novamente.
Alternativamente intitulado “ad infinitum”
OU
“Essa coisa sobre mim não é a morte, mas é tão real,
....
essa coisa sobre mim
como uma flor um banquete,
acredite em mim
não é a morte e não é a glória.”
— Charles Bukowski
Call you mine by falsegoodnight | palavras: +12k
"Eu tenho um pedido."
Isso é o que Louis Tomlinson diz a Harry quando ele abre a porta da frente de forma agressiva demais. O último se sente justificado depois de uma rodada de batidas irritantemente incessantes que eram muito altas na lama sonolenta do início da manhã de sábado.
“Zayn está dormindo,” é a resposta rouca e cansada de Harry, irritação formigando em sua pele. Menos de um minuto atrás, ele estava na cama, sentindo-se perfeitamente satisfeito, esparramado no colchão com o ar gelado do ventilador contra sua pele nua. E agora ele está encostado no batente da porta de madeira em nada além de sua cueca porque o melhor amigo de Zayn decidiu que aparecer sem avisar às sete da manhã era uma ideia brilhante.
“Não estou aqui por causa dele”, diz Louis secamente.
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Ou Louis está curioso sobre como é ser mordido. Harry vai precisar de mais do que apenas uma mordida.
Until this blood runs cold by soldouthaz | palavras: +13k
Em uma cidade tão pequena quanto a de Louis, todo mundo se conhece e a fofoca se espalha mais rápido do que os incêndios florestais que acontecem do lado de fora de suas portas no calor sufocante do verão. Quando algo acontece aqui, todos ficam sabendo em segundos. Vizinhos ligam para vizinhos e bilhetes são deixados nas portas, velhas linhas telefônicas tocando até que não haja uma única pessoa que seja deixada no desconhecido.
Portanto, é definitivamente uma fofoca quente quando um vampiro se muda para o outro lado da rua dele, o mesmo que acabou de se tornar o chefe de Louis.
Just a Little Taste by amomentoflove | palavras; +13k
Louis trabalha no The Blind Bat como bartender durante um dos horários mais movimentados da noite. Normalmente, há um barman de plantão, seu melhor amigo Niall Horan, mas Louis intervém para ajudar com a demanda. Sempre tem alguém que precisa de uma bebida, um cardápio ou algo para repor as energias. Ele também tem que cuidar dos humanos que voluntariamente permitem que os vampiros se alimentem deles. Ele é bastante protetor com os frequentadores regulares que vêm se divertir com uma bebida rápida e uma mordida. A mordida de um vampiro e a onda de endorfinas que vem com ela podem ser viciantes. Ele deveria saber.
Waiting On You by alltheselights | palavras: +76k
“Vampiros,” Louis diz com desgosto, olhando para o vampiro que está sugando ruidosamente do pescoço da mulher próxima.
Zayn dá às marcas de presas no pescoço de Louis um olhar significativo.
“Não consigo viver com eles, não consigo viver sem eles,” Louis termina, ignorando Zayn quando ele revira os olhos.
Louis toma um longo gole de seu milk-shake, pressiona os dedos contra as marcas em seu pescoço e definitivamente não pensa no vampiro que os deixou ali.
Carnelian by thewherethefislouisface (theycallmelolo) | palavras: +30k
“É um centro de correspondência de doadores para humanos e vampiros.”
"Vampiros." Louis bufa. “Como fingir vampiros, como para pessoas que pensam que são vampiros?”
O humor claramente se perdeu em Zayn quando ele respondeu calmamente: “Não, vampiros de verdade”.
“Não existem vampiros.” Louis revira os olhos. "Você está fodendo comigo ou algo assim." Louis joga o cigarro no chão.
"Eu não sou." Zayn fala, seu tom áspero e mais profundo do que Louis se lembra. “Há vampiros ao seu redor. Somos seres bastante civilizados. Temos carreiras, negócios e gostamos de sair à noite na cidade como os humanos. Não somos selvagens. Nós nos misturamos com o resto do mundo. No entanto, nenhum avanço na ciência corrigiu nosso único problema que nos torna diferentes dos humanos... Ainda precisamos de sangue para viver e o amamos fresco da fonte.
OU
Louis se vê doando sangue para o ser mais bonito que ele já viu.
Among the Humans by thecheshirepussycat | palavras: +129k
Um romance vampiro gótico e moderno entre um jovem humano chamado Louis Tomlinson e Harry Styles, um antigo vampiro e cavalheiro.
As criaturas da noite vêm com mais problemas do que desejam fazer parecer.
Written In The Stars by creamcoffeelou  | palavras: 72k
Era tão diferente - o completo oposto de tudo que Louis esperava sobre finalmente ser colocado no mundo real. Zayn desafiou cada coisa que já ouviram sobre vampiros, sobre como ele deveria ser tratado. Isso não era nada do que ele esperava.
[ou: Zayn é o terceiro vampiro mais velho do mundo e se viu procurando a companhia de um humano, então ele tomou Louis como seu sustento. Seu criador, Harry, não aprova.]
Boa leitura!
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girlblogging9 · 6 months
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Vivi uma situação hoje da qual não me surpreendeu em nada e não é novidade por isso não me abalei,principalmente pelo fato de que às pessoas envolvidas são dois porcos e um dos porcos é uma cobaia que fala amém para absolutamente tudo,mas na situação onde ela tentou se passar por vítima realmente foi uma piada em todos os sentidos,ficou nítido o discurso escrito em papel e ensaiado,principalmente no modo em como ela descreveu determinada situação é explícito no rosto dela a baixa capacidade intelectual em todos os sentidos e que mal lê um livro ao mês,aliás,é mais um fantoche em meio a tanta podridão e manipulação,eu não senti raiva ou ódio mas apenas nojo,são pessoas tão repugnantes que nem sobra espaço para raiva e sim nojo,mas nada disso me fará desistir ou me silenciar diante de situações deste tipo,não me abala como antes porquê esse sistema e a maioria das pessoas são corruptíveis,tudo o que eu sei é que isso na verdade me encorajou ainda mais a continuar e auxilar outras pessoas também,expor situações que o mundo finge que não vê e normalizam.
Agora o script ensaiado e discursado por tal realmente foi muito engraçado,parecem aqueles atores esquecidos pelo público que vão trabalhar na Rede TV por falta de opção e sobrevivência,além do fato de eu ter descoberto hoje que stalkeiam minhas redes sociais igual dois psicopatas,me admiro terem tempo para criar tantos perfis ou perderem tempo com isso,me admira mais ainda a capacidade de manipulação e em como eles agem de forma sorrateira e conseguem em muitos casos colocar o mundo contra você.
Lidar com pessoas desse nível a um nível psicopata é desgastante,ainda mais enfrentar um sistema patriarcal e negligente repleto de ignorância e descredibilidade,eu não espero nada desse sistema porquê quem de fato estudou a fundo sabe que apenas um reset em tudo para ter uma melhora significativa,hoje em dia não levo para o lado pessoal as difamações diárias que recebo há tanto tempo de pessoas tão baixas que não são exemplos em nada,se escondem atrás de uma bíblia mas apenas para manter às aparências,tentam me difamar pelo fato de que prático bruxaria mas também praticam isso às ocultas,é muita hipócrisia.
Mas esse tipo de situação me encoraja a lutar o dobro,independente de críticas ou julgamentos até porquê quando a crítica vem do chiqueiro não tem o porquê de sentir incômodo,eu ficaria incomodada se eu fosse como eles são,mas aprendi algo em meio a tudo isso que não posso expor de forma explícita aqui a capacidade de um psicopata em seduzir pessoas a favor dele por mais feio que ele seja é surreal,a persuasão e a inteligência pois o psicopata que me persegue não tem beleza alguma,é calvo e bem velho,mas a maioria das pessoas crêem que o fato de criar aliança com ele obterão benefícios $$$,creio que a parceira dele tenha hibristofilia é nítido,além do medo interno e a dependência.
Não espere nada do sistema,mas não perca a sua fé pois o intuito dessas pessoas é justamente destruir a sua saúde mental,a sua vida em todos os sentidos,jogar o mundo contra você e fazer você parecer que é a "louca" elas são nojentas e sujas em todos os sentidos e nada de bom nunca virá delas além do fato de que vivem de aparências,então quando pessoas desse nível que citei difamar você não tem o porquê de ofender-se porquê elas vivem na lama mas ainda crêem que tem o direito de apedrejar outras pessoas,são cegas em relação a si próprio por esse fato discutir com elas é perda de energia vital,não vai dar em nada e você vai ter uma carga de estresse muito grande e fazer besteiras.
A minha fé e coragem me mantém de pé e às pessoas que me apoiam e sabem quem eu realmente sou e quem realmente são os porcos da história,sou muito grata ao apoio que tenho e proteção principalmente do meu noivo,o sistema e a justiça dos homens é falho,corruptível e sujo mas eu não espero nada deles,eu confio em outras coisas e eles me mantém de pé.
Agora,toda essa situação eu já sabia que ocorreria mas a questão do script ensaiado vai ficar para a história,porquê realmente foi engraçado,espero que o fantoche tenha em mente que um dia a próxima pode ser ela,que o futuro nem sempre pode ser o que ela espera e que inclusive será muita hipócrisia caso faça uma denuncia,de qualquer maneira meu feminismo não acolhe mulheres que ajudam abusadores a abusar, principalmente por questões de dinheiro e mordomias colocar a vida de outros em risco,mas todos esquecem que futuramente tudo muda e a surpresa pode ser bem desagradável,aliás,mal sabe o fantoche quem ele realmente é e o que ele planeja e faz pelas suas costas,eu não diria que é ingênua porque no fundo sabe de muitas coisas mas ela também planeja algo com tudo isso,dois cobras traiçoeiras mantendo às aparências e no oculto planejando um contra o outro,será que ele deseja ser papai? Porque ela quer ser mamãe e está mexendo os palitos para isso,uma pena um inocente ser gerado no meio de tanta nojeira,espero que caso ocorra a criança saia viva e seja bem cuidada.
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chegouomeiodia · 7 months
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Lavar a lama com sangue
fui na terapia sexta
deveria ter escrito sobre isso há uns 2 dias atrás, mas sempre deixo tudo para depois
Falei pela primeira vez de alguns sentimentos que tenho, sentimentos de destruição e confusão, intrincados.
Ela falou da importância de ter lugares para se expressar.
Eu falei que escrevia cartas para ninguém, meu único amigo, em um blog na internet.
Ela me olhou com uma cara estranha, quase posso jurar que 'de pena'.
Desabafei.
Ela falou uma ou outra coisa que nem lembro mais.
De volta ao sonho.
É impressionante como minha vida se tornou um conjunto de problemas depois de outro conjunto de problemas.
"Ah, a vida de todo mundo é assim".
Talvez sim, de certo modo, todo mundo tem que lidar com muitas coisas. Mas, no meu caso, e obviamente não só no meu caso, mas no de tantos, a vida parece aquela frase "all work and no play".
Todo mundo tem problemas, mas quantos podem dizer que tem o privilégio de dizer que estão desmoronando em uma pilha de problemas sem fim?
Ou melhor ainda, que desmoronam em si mesmo, pois o grande problema está exatamente em si?
Falei isso na terapia e percebo cada vez mais: me sinto cada dia menos apto a existir nesse plano e viver essa vida.
Chame de fraqueza, de covardia, talvez eu possua tudo isso e muito mais. Mas, cada dia vejo que o problema não é o mundo e toda a sua confusão, mas sim minha incapacidade de lidar com o mundo e sua confusão.
Sou fraco, feio, pobre, material e espiritualmente.
Quase nunca falo de mim em tons tão.. ofensivos, ainda que pense sempre nessa linha, mas dessa vez não deixarei de soltar uma ou duas gotas de veneno e lama sobre essa imagem penosa que fito sob as águas do lago. Narciso ao contrário (?).
Sou incapaz e insuficiente.
Ainda não me matei por alguma consideração por uma pessoa que poderia se importar e sofrer e, talvez principalmente, por ser covarde. Nada me apraz na vida, nela nunca encontro lugar para fazer morada. As pessoas são hostis, estranhas, olho para elas como se olhasse uma grande muralha. Máscaras cinzas. Não me encaixo em nenhum lugar, em nenhum rosto reconheço amigo. Não imagino futuro feliz ou satisfeito.
Tudo desmorona, lentamente, paradoxalmente, como pequenos grãos de areia.
Estou sozinho no mundo, ando sempre com um grande buraco em meu peito, no centro dele a angústia.
Quanto eu não já tentei e ainda assim rastejo no chão?
Caminhei tanto e, além das feridas em meus pés, não consigo fazer soma de nada.
As poucas pessoas que já andaram comigo me abandonaram, acharam coisas melhores para fazer com pessoas melhores que eu.
Não as culpo. Se pudesse, também sairia de mim.
Sou meu maior inimigo e me arrasto por correntes presas em mim mesmo e colocadas por essas mãos que escreve essa carta.
Cada letra nessa tela não é escrita, é vomitada, chorada, como uma lágrima seca e suja que desce do meu rosto, solitária, assim como minha alma.
O mundo não é pior comigo, assim como não seria melhor sem mim, sou insignificante para ser qualquer coisa para o mundo e o meu mundo, o meu mundo, nunca girou.
Olho para o passado, momentos que me achava tão mal, agora seriam quase um paraíso e, quem poderá negar que, se continuar aqui, no futuro olhe para onde estou agora querendo voltar?
Esse é o prognóstico da doença que é existir, do tormento que é ter consciência e saber que sabe qualquer coisa.
Só me sinto bem quando durmo, lá vivo mil histórias que, não sendo felizes nem alegres, são leves e revigorantes. Antíteses da minha vida cotidiana. Esse pesadelo pesado, que dia a dia fustiga minha alma.
Acho estranho falar da vida como um pesadelo, pois me parece que ela deveria ser bem mais... agitada para assim o ser, mas na verdade, depois entendo que um pesadelo só precisa ser uma dimensão a qual você não consegue escapar e onde seu campo de ação se torna cada vez menor.
Pelo menos no sonho podemos acordar.
E... na vida? Como acordar desse sonho?
Imagino meu corpo inerte, vazando pela minha perna esquerda, um rio escarlate que inunda minha cama, da minha boca o último suspiro e minha alma livre.
Será que depois dessa vida haverá outros tormentos?
Será que não me é possível deixar de existir?
Esse é o grande pesadelo...
Se isso for verdade, é claro.
Assim sendo, há correntes bem maiores do que as que eu consigo enxergar agora.
Estamos todos condenados.
E eu... do alto dos meus 28 anos?
Como se passaram tantos anos?
Há um dia atrás tinha 14...
e eu...
quem sou eu?
não importa, se queria ser nada
como dizia o poeta:
é preciso tanta loucura para querer ser sujeira, ou podridão
mas a ignorância nos priva de perceber que já somos a derrocada
como dizia eu mesmo tantas vezes no passado:
olhamos para o céu enquanto os vermes roem nossos corpos
e agora, mas agora,
eu olho para o chão e vejo o estrago
vejo que não caminho, rastejo
pessoas passam, pisam em mim
a vida pisa em mim, como se pisasse em uma folha seca
e passa
e eu não tenho nada a fazer a não ser continuar rastejando
engolindo terra
sentido a carne ser fustigada
será como o escritor citou?
os deuses deixaram um porta aberta e eu não posso reclamar?
E mesmo que aja outras coisas, mesmo que ruins, serão outras coisas. Ainda que eu saiba que, tudo é que ruim pode piorar.
Será que não veem os deuses o quanto eu tento? Será que devo tentar mais?
Não sou digno de pedir um pouco de compaixão? Teriam os deuses alguma compaixão? Ou serão como humanos, que cospem naquilo que deita derrotado no chão ou que abandonam a rosa pisada?
Tudo o que eu preciso é de um pequeno corte, uma pequena fresta... para que eu crie o caminho onde navegarei para fora desse horror
Um pequeno corte...
ou...
ou?
???
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