missão seis - o dente de um drakon

a caminho da missão

com @stellesawyr & @stcnecoldd

@silencehq

Há poucos dias no acampamento, e Isabella já sentia saudade das missões. Por sorte - no seu ponto de vista - elas logo começaram a acontecer, e ela estava no seleto grupo que os deuses escolheram para liderar uma delas. Esperou ansiosamente que Quíron e sr. D escolhessem os membros de sua equipe, recebendo instruções para o que deveriam fazer e já formulando planos em sua mente. Ao saber que deveriam ir atrás de um drakon, pesquisou florestas próximas de onde estavam. A ideia era arriscar encontrar um em uma dessas e, com sorte, logo na primeira apareceria um. A sugestão foi acatada pelas outras duas, então as três partiram para fora do acampamento, para a rodoviária mais próxima, entrando em um ônibus destino a Washington.

Isabella não era muito boa causando primeiras impressões. Era séria, aparentava mau humor e impaciência, mas tinha postura de líder, e sabia ser uma. Contava que as outras duas fossem capaz de notar isso, ou a detestariam facilmente. Teriam pouco mais de quatro horas de viagem, era tempo o suficiente para se conhecerem um pouco mais e, talvez, descansarem um pouco para se preparar. Izzy, como líder, tomou seu papel e fez perguntas que considerava importantes, quando já estavam no ônibus a caminho de Washington. Já sabia que Estelle de produzir poções e venenos, o que seria muito útil para quem estava indo ficar cara a cara com o bicho perigoso como um drakon. Descobriu que Aurora tinha o poder da criocinese, o que também parecia poderoso o suficiente para ajudá-las na missão. — Ah, aqui. Quíron me entregou esses potes para guardar o dente do drakon. São feitos especialmente para que o dente não desintegre. — Recebeu três, entregou os potes para que cada uma ficasse responsável por um. — Cada pote só pode conter um dente. — Repetiu a instrução de Quíron, e prosseguiu a conversa.

— E, Estelle, você é... imune a venenos? Ou apenas os produz? — Perguntou, apenas para ter certeza antes de sugerir alguma coisa. Izzy havia acabado de falar um pouco do seu poder e de como conseguia usá-lo, então abriu oportunidade para que as outras pudessem sugerir estratégias. Embora tivesse suas ideias, não queria soar como uma líder autoritária; não foi o que aprendeu com as caçadoras, afinal. — Então, vocês querem sugerir algo para o plano? Conhecem suas fraquezas e pontos fortes melhor do que eu. Da minha parte, posso garantir uma flecha bem no meio da cabeça do drakon. — Falou seu maior ponto forte, além do dom da fitocinese, e esperou que uma delas pudesse partilhar suas habilidades e táticas de batalha.

LAGO

com @victorferrariforever

Nem só de missões vivia uma caçadora, afinal. Muito embora ela não visse problema em passar o resto dos seus dias correndo atrás de monstros, sentia que precisava de um pouco de descanso para seu corpo e sua mente. O lago, por mais estranho que pudesse parecer, não estava cheio naquele fim de tarde, como costumava estar. Não sabia se as coisas tinham mudado desde a sua época de acampamento, ou se toda a confusão estava deixando os semideuses sem vontade de explorar o lindo lugar onde viviam. Fosse o que fosse, o lugar tinham poucas pessoas, assim ela tinha quase todo o lago para se banhar, na paz e no silêncio. A ausência de barulhos, no entanto, cessou no momento em que ela saía da água, a procura de sua toalha. Ao invés de achar o pedaço de pano, deu de cara com Victorio, e bufou ao revirar os olhos, no mesmo instante. — Por favor, sem tempo para suas gracinhas. — Fingiu ignorá-lo, passando os olhos e procurando pela sua toalha. — Um lago desse tamanho e você tinha que vir onde eu estou? Só pode estar querendo me provocar. — Não sabia se estava apenas resmungando para si ou queria que ele ouvisse, mas não se importou em falar baixo; talvez quisesse mesmo que ele a escutasse.

EQUIPE DA PATRULHA

com @misshcrror .

Isabella não era da equipe da patrulha. Não deveria estar ali, sabendo que poderia esbarrar em Keith novamente. Talvez, parte de si, quisesse isso. Ou apenas observá-lo de longe, despretensiosamente e fingindo que nem havia notado sua presença. Mas apesar de não tê-lo visto, seus olhos encontraram a figura de Yasemin e ela suspirou fundo quando se aproximou. — E aí, como vai a vida de patrulheiro? — Brincou, cumprimentando o amigo que, por azar, estava na mesma ronda que a ex-cunhada. Tentaria evitar contato, mas se ela ainda fosse a mesma de quem Izzy se lembrava, imaginava que ela não deixaria passar batido. — Imagino que tendo trabalho dobrado, com esse acampamento virado de cabeça para baixo, não é?

PAVILHÃO

com @pips-plants .

Não estava muito feliz de ter voltado, especialmente já recebendo funções de organizar a bagunça que ela sequer estava presente quando aconteceu. Não que os outros semideuses tivessem culpa pelo problema que a tal fenda causou, mas ela tinha mesmo que ter o azar de voltar logo agora? Já estava atrasada, que esperasse mais uns dias. Mas, bem, lá estava ela tentando arrumar o pavilhão, e mais ficava encarando os outros do que realmente fazendo algo. Seus poderes não eram muito úteis por agora, então apenas usava força física para carregar umas tralhas e jogar no lixo. Não sabia dizer o que havia acontecido, se foi proposital ou não - alguma espécie de aposta, talvez? - mas sentiu um objeto bater com força em sua testa. A cara fechada foi substituída por uma de choque, abaixando a cabeça e vendo que se tratava de uma maçã. Percebeu um grupinho rindo, jogou o peso que carregava no chão e caminhou até eles, com a cara enfezada. — Qual de vocês fez isso? — Por medo dela ou porque queriam ver o acampamento pegar fogo, apontaram para a menina ao lado. Isabella não a conhecia, mas decidiu dar o benefício da dúvida de que havia sido um acidente. Anos atrás, já teria partido com um soco para cima da outra. — Não tem um acampamento para cuidar não, garota? Uma bagunça por aqui e você tacando uma maçã nos outros. Quantos anos você tem mesmo?

ARENA DE TREINAMENTO  

com: @kerimboz .

Do lado de fora, ouvia-se alguns gritos e os sons tão conhecidos por ela de espadas. Sabia que estavam em treinamento e, pelo que disseram do lado de fora, já estava para terminar. Não precisou de muito esforço, bastou perguntar a alguns campistas e já souberam informar onde Kerim estaria; e foi justamente o primeiro lugar que ela havia pensado em ir. Parecia que, não importava o tempo que tinha passado, ela ainda o conhecia bem. Reparou o barulho cessar, alguns campistas começavam a sair com expressões diferentes: uns pareciam realizados, outros derrotados. Soltou uma risadinha, sacudindo a cabeça, até que seus olhos encontraram o rosto do antigo melhor amigo. Abriu um sorriso, caminhando em sua direção. — Ah, eu perdi toda a diversão? — Ela falou, chamando sua atenção. — Deveria ter entrado no meio do treinamento para mostrar essas crianças como é que se faz. — Provocou, o sorrisinho debochado no rosto. Queria abraçá-lo, mas ainda não sabia como estavam. Será que ele também guardava mágoa dela por ter partido? — Você ainda lembra de mim, não é? — Brincou, mas levemente preocupada de obter uma resposta negativa.

CORETO DE AFRODITE 

com: @kthwell .

Qualquer um que fosse até o coreto de Afrodite estava buscando algo relacionado ao amor. Fosse um encontro com alguém para dar uns beijos, ou jogar alguns dracmas na fonte de Eros para pedir sorte nos assuntos amorosos. Não que Isabella não precisasse disso, ela era péssima quando se tratava de assuntos do coração, mas, definitivamente, não era por isso que estava ali. Não apenas por ser uma caçadora e qualquer relação romântica estar terminantemente proibida, mas também porque sabia que a única pessoa com quem esperaria um dia se acertar, não a perdoaria nem se a própria Afrodite viesse lhe pedir pessoalmente. Estava ali apenas procurando por uma amiga que, segundo a fama que a seguia, frequentava bastante o coreto. Não pretendia, no entanto, encontrar aquele que, justamente, era o motivo pelo qual ela nunca pisaria naquele lugar com segundas intenções. De todas as pessoas daquele acampamento, o lugar tinha que estar justamente vazio e a única alma viva ser Keith? Izzy ficou parada, encarando-o por alguns segundos, a boca entreaberta, tanto pelo choque, quanto porque queria dizer algo, mas não sabia o quê. Aliás, deveria dizer algo? O que dizer a alguém que você abandonou há quase dez anos e não se veem desde então? Não sabia se por influência do lugar onde estava, o seu coração batendo inquieto ou pela cara de pau - talvez os três juntos - mas lá estava ela, indo na direção dele. Respirou fundo e forçou um sorriso, que murchou no mesmo instante. — Oi Keith. — Começou, só porque precisava dizer algo. Não que sua mente estivesse organizada o suficiente para lhe ajudar com o que dizer a seguir. — Quanto tempo... Como você está? — Seria melhor ter ficado calada.

CHALÉ DE DEMÉTER

com @juncyoon .

Era o irmão mais querido de Isabella, e ela nem mesmo disfarçava sobre isso. Apesar de muito fechada, costumava ser transparente com alguns sentimentos e opiniões, e qualquer um percebia que a sua relação com Junho era muito mais próxima do que qualquer outro residente do chalé quatro. Foi o primeiro a quem ela procurou quando voltou, o primeiro - e um dos poucos - a recebê-la com carinho e felicidade. Agora, colocavam os assuntos em dia enquanto arrumavam o chalé, quase completamente destruído depois dos últimos acontecimentos. — E algum dos nossos se machucou mais gravemente? — Perguntou, após ouvir com mais detalhes o que havia acontecido após a festa. Mesmo sendo agora, oficialmente, do chalé oito, ainda tratava os do chalé quatro como um dos seus. — E falando de coisa boa, ou tentando ser um pouco otimista, não teve nada de bom nessa festa? Quer dizer, você já me contou a desgraça toda, mas você não bebeu, não beijou ninguém, não socou ninguém? Que tipo de festa foi essa? — Brincou, deixando o riso escapar enquanto carregava algumas tralhas para jogar no lixo.

CHALÉ DE ÁRTEMIS

com @x-anthippe

Havia escutado uma conversa entre a deusa Ártemis e uma de suas caçadoras mais antigas, Xanthippe, sobre deixar a caçada. Sem intimidade alguma e não tendo nada a ver com o assunto, guardou a curiosidade para si e nunca tocou no ponto com alguém. O tópico, no entanto, voltou a atormentá-la e ela ainda não havia entendido bem o motivo. Estava pensando em sair da caçada? Estava apenas curiosa para saber os motivos da outra? Só de ver Keith, o seu coração pedia que largasse tudo e o implorasse para ficarem juntos, mas era orgulhosa e cabeça dura demais para tal. Mesmo assim, lá estava ela, curiosa com o assunto sem entender o real propósito. Por coincidência ou obra do destino, esbarrou justamente na mais velha quando estava tentando entrar em seu chalé. — Opa! Desculpa. — Pediu pelo esbarrão, esboçando um sorriso sutil, mas educado, percebendo que seus pensamentos conflitantes haviam sido interrompidos pelo encontro, mas que talvez fosse uma boa oportunidade para colocar o assunto em pauta. — Deixa eu adivinhar: vai atrás do cão infernal? — Perguntou, em tom divertido, apontando para as armas que a outra carregava. — Estava demorando até alguma caçadora tentar a sorte. Se me permitir, gostaria de lhe acompanhar. — Dizia com sua gramática mais formal, tamanho respeito que tinha pela outra.

TREINO DE CORRIDA COM OBSTÁCULOS

com @addietive .

Era apenas um treino. Não havia necessidade daquele olhar intenso de Isabella. Mas lá estava ela, relembrando o motivo pelo qual os outros dois esportes que praticava eram de maneira individual; odiava perder e odiava mais ainda quando a derrota vinha por culpa de colegas de equipe. O que foi o caso ali. Mordeu, literalmente, o próprio lábio, na intenção de calar os xingamentos que vieram à sua mente. Mas foi a provocação de uma filha de Zeus que lhe chamou a atenção. Franziu o cenho, tentando associar a pessoa ao que sabia dela e lembrou justamente que, segundo boatos, havia beijado seu ex-marido. A expressão fechou no mesmo instante, e ela partiu a passos firmes na direção da outra. — Escuta aqui, não dou conta é o caralho! — A provocação havia sido no plural, para toda a equipe, mas sabendo do tal beijo, era difícil não achar que a implicância havia sido pessoal contra ela. — Se fosse por mim a equipe teria vencido. Numa corrida só nós duas, eu coloco você para comer poeira. — Olhou-a de cima a baixo, como quem a chama para a briga.