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seleneargaren · 9 years
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→ An endless list of fictional or historical “characters” I can’t help but love→
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seleneargaren · 9 years
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Havia tantas coisas que Selene gostaria de dizer à Darius naquele momento. Tantos sentimentos que tinha trancado em que seu coração e que agora haviam de alguma maneira se libertado. Ainda sentia a dor das palavras proferidas por ele no último encontro. Claro, nem que vivesse mil anos seria capaz de esquecer tais palavras, tão amargas e dolorosas.  Sentiu alguma coisa bloquear sua garganta, impedindo a passagem de ar, mas não se desesperou. Sempre era assim quando estava próxima a ele. Sempre perdia seu chão, baixava suas defesas, pedia o controle de seu próprio mundo, pois quando ele estava presente, era tudo o que importava. Darius era como o sol e Selene alegremente orbitava em torno dele. Se seu marido e filho estivessem vivos, a situação seria diferente, obviamente. Selene faria esforço para novamente trancar todos os sentimentos dentro de si e ser a boa mãe, esposa e rainha que deveria ser. Mas seu querido marido e amado filho não estava vivos. Darius a fazia, por um momento, se esquecer da dor, porém não era por tempo suficiente para ela esquecer o que ele era. Um pirata, assim como aqueles que mataram seu marido e filho. Selene o amava de todo coração, ardente e dolorosamente, entretanto, não podia simplesmente se esquecer do passado.
Ao ouvir a voz dele, um tremor nada agradável percorreu o corpo da ex rainha. Não respondeu a primeira afirmação dele, deixando apenas que um pequeno sorriso brincasse em seus lábios. Embora sua expressão fosse serena e doce, como sempre, seus olhos denunciavam a tempestade de emoções que acontecia dentro da jovem. A proximidade imposta por Darius derrubou todas as fracas barreiras que ela tentava erguer desde que o vira. Não adiantava lutar.
Quando ouviu novamente o soar da voz de Darius, proferindo aquelas palavras tão duras e amargas, Selene não conseguiu evitar as lágrimas que escorreram pela face. Como ele era capaz de dizer uma atrocidade como aquelas? De feri-la com tamanha intensidade? Abriu a boca, porém naquele momento nenhum som deixou seus lábios. Estava chocada. Ainda mais machucada. Doía tanto que a morena apenas queria sair correndo do salão, trancar-se em seu quarto e chorar até que tivesse certeza de que toda a dor havia saído junto de suas lágrimas. Porém não podia se permitir a um ato de tamanha covardia. Ao invés disso, se afastou de Darius e ergue a mão rapidamente, dando-lhe um tapa no rosto com toda a pouca força que possuía. Nunca se imaginou batendo em alguém. Nunca pensou em bater nele. Mas naquele momento estava tão magoada que pouco se importava se alguém estivesse olhando ou como Darius se sentiria. Apesar de toda gentileza, bondade e doçura, Selene havia sido rainha e agora era uma respeitável viúva. Ninguém era autorizado a falar daquela maneira com ela, nem mesmo o grande amor de sua vida.
— O que você quer? — questionou com o tom baixo que deixava transparecer toda a dor que estava sentindo. — Me ver em pedaços, completamente destruída? Por que faz isto? Ter perdido meu marido e filho não é o suficiente para você? Precisa me infligir mais dor? — fez suas perguntas, sentindo as lágrimas transbordarem de seus olhos. — Meu rei e meu príncipe estão mortos há meses, você não faz ideia da dor que eu sinto todos os dias. Você não precisa e não deve me causar mais sofrimento. — disse com a voz mais firme, deixando clara a mensagem; Se ele continuasse com seu discurso provocador e doloroso, Selene não hesitaria em chamar os guardas e expulsá-lo da festa.
We'd remember tonight for the rest of our lives ♦ Selene&Darius
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seleneargaren · 10 years
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O sorriso gentil permanecia no rosto de Selene, mesmo enquanto exageradamente o Lord gabava-se de suas proezas, força, masculinidade e virilidade durante a caça do segundo dia do evento. Selene utilizava toda sua força de vontade para não soltar uma risada. Homens. Sempre se gabando de si mesma, inflando seus egos, nunca humildes. Era certo que Selene não havia conhecido muitos homens durante a  sua vida, porém a maioria que tivera o prazer de conhecer era em suma como aquele Lord ao seu lado. Principalmente um. Darius Rochester. O nome serpenteou por seus pensamentos, fazendo com que seu sorriso se tornasse sincero e nostálgico, entretanto, rapidamente o tirou de sua cabeça. Embora no dia do trágico e definitivo rompimento houvesse jurado esquecê-lo para sempre, seu coração e mente recusava-se a fazê-lo, sempre a traindo com memórias agradáveis, porém dolorosas.
Observou o sorriso de o Lord desaparecer enquanto os olhos acompanhavam alguma figura que não era visível para Selene. Logo uma presença atrás de si, muito próxima, tornou-se notável. Quem tivera a ousadia de se aproximar tanto de uma lady? Ainda mais uma com um homem ao lado? Mesmo que tal homem não fosse nada para a dama, ainda era uma total falta de respeito, e Selene estava prestes a virar-se para reclamar da proximidade exagerada quando ouviu a voz. Aquela voz masculina, com o toque perfeito de rouquidão e extremamente sexy. A voz que a jovem reconheceria em qualquer lugar, não importasse quanto tempo passasse. Tal voz era capaz de despertar na garota suas melhores lembranças, assim como as piores. Aquela voz sempre a faria reagir de alguma maneira. Para Selene, era impossível ouvi-la e não querer correr direto para os braços de seu dono. Claro, até suas feridas começarem a doerem, lembrando-a do quanto ele era perigoso, em todos os sentidos.
Seu coração martela em seu peito, de forma tão rápida que Selene temeu ser audível para os outros. Sentia seus pelos eriçados, a vontade de virar-se tomando conta de seu ser. Mas não fora necessário. Assim que um mau humorado Lord Stavson seguiu seu caminho, o outro homem tomou seu lugar. “Respire, respire, respire!” lembrava-se a si mesma. A possibilidade de encontrá-lo em um evento como aquela era tão mínima que Selene estava completamente sem reação. Quantas vezes havia fantasiado aquele encontro? Nunca havia imaginado que seria assim. E também nunca tinha pensado que doeria tanto. As últimas palavras dele ainda giravam seu mente, a atormentando, machucando. Darius. Obrigou-se a pensar no nome dele enquanto tentava controlar seus olhos úmidos, cheio das lágrimas que ameaçavam cair a qualquer momento.
— Claro... mi Lord. — respondeu com a voz baixa e entrecortada, um pouco atônita, sua resposta estranhamente saindo quase em um tom de questionamento. Estava confusa e abalada com aquele inesperado encontro. Apesar da máscara, ela reconhecia muito bem aqueles olhos azuis que pareciam ser capazes de enxergar sua alma, que pareciam piscinas calmas em meio a tempestade. Enquanto era guiada por Darius até o meio do salão, Selene lutava furiosamente para controlar os sentimentos controversos que digladiavam-se dentro de si. 
We'd remember tonight for the rest of our lives ♦ Selene&Darius
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seleneargaren · 10 years
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seleneargaren · 10 years
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Eu tenho certeza que seu coração vai ser curado, minha bela lady.
Obrigada, mas eu não possuo esta certeza.
Perdi pessoas cuja ausência me machucarão enquanto eu viver.
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seleneargaren · 10 years
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Porque naaaaaau?
Porque dói.
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seleneargaren · 10 years
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Gosta de piratenhas fafada
Por favor, não me fale de piratas.
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seleneargaren · 10 years
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We'd remember tonight for the rest of our lives ♦ Selene&Darius
Diante do grande espelho da penteadeira presente em seu quarto, a jovem dama da rainha analisava o ferimento resultante de um misterioso atentado. O corte estava lá, exposto e avermelhado, rente ao couro cabeludo. Já os outros pequeninos ferimentos e hematomas já havia desaparecido quase por completo. Aquele pequeno corte havia sido uma das desculpas que Selene dera para si mesma para não ir ao baile, já que parte da máscara ficaria em cima do machucado. Porém, ela tinha consciência de que estava apenas mentindo para si mesma. O principal motivo para a recusa em ir o baile era que, definitivamente, não conseguiria se divertir. Não conseguiria fingir um sorriso feliz ou fingir que seu coração não doía a cada batida. Queria, pelo menos por um dia, ficar trancada em seu quarto, alimentando-se se deu próprio sofrimento. Mas não. Levantou-se do banco acochado e andou de um lado para o outro em seu cômodo. Mais cedo naquele mesmo dia, tinha decido ficar no quarto, pranteando sua dor. E esta hipótese era concebível há apenas alguns segundos, entretanto, havia algo dentro dela que a impulsionava a se arrumar e ir para aquele baile. Era como uma forte e irrecusável atração.
Cedendo ao magnetismo que a puxava para o salão de festas, Selene ajustou seu vestido ao corpo e ajeitou os cabelos mais uma vez. Iria, afinal. Faria isso por sua prima. Precisava estar lá para ela. Assim como Amelie era a única família que restava à Selene, a jovem também era a única família que restara a rainha. Choramingou ao colocar a máscara dourada, que exatamente como havia previsto, ficara por cima de seu ferimento. Suspirou, aprumando-se e então colocou um sorriso no rosto, pronta para fingir felicidade.
O salão estava esplêndido, todo decorado com peças dourados, o que dava certeza a Selene que de que tal decoração só servia para ostentar o ouro e luxo do reino. Muitas pessoas já dançavam, outras estavam próximas à mesas de bebes e comes. E a lady não sabia para onde iria. Ou que fazer. Talvez dançar com um nobre? A opção era válida, e nem precisou pensar muito a respeito, pois logo um Lord se aproximou dela. “Lady Selene, estais muito bela esta noite” o ouviu dizer, e pelo voz o reconheceu. Lord Stevson. Era um homem agradável na maioria das vezes. Sorriu para ele, agradecendo ao cumprimento. — Obrigada, Lord. — disse com habitual modo doce.
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seleneargaren · 10 years
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Selene ignorou por completo as primeiras palavras proferidas por Amelie. Sabia como era ser rainha, e mesmo que com toda mágoa e tensão presente entre as duas, não diminuía o carinho que possuíam uma pela outra. Apenas ocultava. E sabia também que suas posições sociais não mudavam o fato de que tinham laços sanguíneos, memórias intocáveis e amor fraternal, pois Amelie, apesar de tudo, era como uma irmã mais velha para Selene. A jovem lady sabia que sempre poderia contar com a prima.
— Sim, eu me recordo. — Selene riu, lembrando-se de como a prima costumava meter-se em confusões constantemente, sempre caindo e se machucando, mas nunca deixando o sorriso desaparecer do belo rosto, que agora era moldado por uma máscara fria. A jovem sentia falta do antigo espírito selvagem de sua prima, mas sabia que as responsabilidades obrigavam as pessoas a mudarem, a tornando-as mais duras e menos inocentes. — Não precisava se preocupar comigo. Estou bem. — respondeu à rainha do modo mais tranqüilizador que conseguiu. De certa maneira, o “estou bem” de Selene era verdade, Fisicamente, estava bem, porém emocionalmente, estava em pedaços. Entretanto, este não era um fato do qual a prima precisava saber. — Não quebrei nada. Apenas machuquei-me. Aqui. — apontou com o dedo, tomando cuidado para não encostar no local ferido.
Pela primeira vez na noite, voltou totalmente os olhos azuis e a atenção para a rainha. Ela parecia triste, e vê-la triste também entristecia Selene, que se levantou de sua cama e em uma atitude pouco pensada, a abraçou. Não conseguia imaginar como toda aquela situação deveria estar sendo para ela. Atacada em seu próprio reino. O memorial para o pai, perdido. Como sempre, Selene decidiu deixar seus problemas de lado para confortar a prima. Ela precisava disso. Quando teria sido a última vez que alguém a abraçara, disposto a confortá-la? A jovem lady duvidava que alguém tivesse feito isso, e este era o seu papel. Estar ali para a prima, sempre. — Eu sei. Nenhuma pessoa merece o que fizeram hoje, mas vai ficar tudo bem. Vão prender o autor desta barbárie, e você logo ficará bem. — disse, acariciando os cachos da rainha. Não era muito boa com palavras de consolo, mas estava tentando.
My dear cousin • Selene & Amelie.
Amelie revirou os olhos momentaneamente com a sentença da prima antes de voltar a analisa-la. O semblante amargo e frio da mesma pareceu quebrar-se momentaneamente e a jovem rainha viu-se em um déjà vu, onde o sorriso inocente e doce da prima parecia ser impossível de apagar-se dos lábios cor de cereja. Estava feliz que Selena estava a salvo, sentia-se culpada pela dor que causara a mesma, mas não se arrependia do que fizera ao tio. Ele impusera seu povo à miséria, privou Amelie de ser vista por seus súditos, mantinha-a presa em uma torre e mal saia de seu quarto, pois o tio temia que esta fugisse o que muitas vezes passou pela cabeça da mesma.
– Em tempos como esses, ser rainha não me distingue de outras pessoas Selene. E esse nunca fora meu desejo de qualquer modo. – Murmurou a morena em tom humilde. Ela queria o que lhe pertencia para continuar o trabalho de seu pai, não para destacar-se. Amelie sempre fora muito sociável e simples, apesar de ser ranzinza e mal humorada durante toda a sua infância até a sua juventude. A jovem rainha sentiu um calor expandir-se em seu peito quando a prima a puxou-a para seu quarto, Selene ainda possuía uma percepção incrível, ela não pode deixar de notar. Tanto quanto a prima, Amelie evitava discutir assuntos importantes ou demonstrar qualquer sentimento em lugares vulneráveis, a maioria da sua corte não era confiável, entretanto, Amelie não podia ser narcisista a ponto de exterminar todos em quem não tinha confiança.
– Não se preocupe, estou bem. Já estou acostumada a toda poeira e sangue, se é que se lembra como era travessa na infância. Estava mais preocupada contigo, Selene. Não sofrera alguma fratura o algo mais grave? – Perguntou Amelie ainda em tom preocupado enquanto observava a prima sentada a beira da grande cama, apesar de aparentar estar viva e saudável, a morena só se sentiria segura quando ouvisse da boca de Selena que esta estava perfeitamente bem. Entretanto, não apenas isso a incomodava, mas sim o atentado. Este era para ser um dia glorioso, de comemoração, risos e brincadeiras e não de terror. – Não era para ser assim. – Murmurou baixinho, lembrando da cena catastrófica da estátua do pai desfazendo-se em milhões de pedaços, ferindo sua família e todos os seus súditos.
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seleneargaren · 10 years
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Ao ver a confirmação de que o desconhecido tratava-se de um médio, Selene relaxou um pouco, imaginando o quanto havia sido sortuda por ter sido socorrida por um médico.  Sabendo que ele era um profissional da área da saúde, deixou que o homem limpasse o ferimento e o sangue que escorria por sua testa. Tendo-o por perto, se sentia um pouquinho mais segura. Entretanto, também a fazia pensar nas pessoas que haviam sobrado por ali, todas perambulando de maneira confusa. Ninguém conseguia entender o que exatamente havia acontecido ali. Distraída, ouviu parcialmente as palavras do médico, logo segurando o lenço com as próprias mãos e apertando um pouco o ferimento, assim como o instruído. Fez uma careta pela dor local, mas logo se recompôs. Não era mais uma garotinha que poderia chorar a qualquer ferimento, principalmente quando fazia parte da nobreza e tinha que mostrar-se forte diante dos outros, porque entre os nobres era assim. Ou você se mostra uma pessoa forte, ou é facilmente influenciado e vira apenas uma peça no jogo de poder que acontecia na corte.
— Consigo. — respondeu Selene, e então se deixou ser levada pelo o desconhecido. Depois de poucos passos, parou. Ainda havia muitas pessoas por ali, algumas até com ferimentos mais graves. Não podia ocupar todo o tempo daquele médico com um pequeno corte enquanto havia pessoas que precisavam de cuidados mais urgentes. Voltou os olhos azuis para o homem, aflita. — O senhor és um cavalheiro, mas creio que posso me cuidar sozinha de agora em diante. — falou gentilemente, e então fez um gesto com a mão livre para ilustrar o que diria a seguir: — Olha, há muitas pessoas que também precisam de ajuda. Podes me deixar por aqui, e eu darei um jeito na minha situação. — sorriu para ele, como um simples modo de agradecimento. Tirou o braço do pescoço dele e então retirou o lenço da têmpora, constatando o quando havia ficado manchado. — Me desculpe.  — proferiu enquanto novamente analisava o lenço ensanguentado.
Just a little bit of blood • Selene & Damien {Flashback}
Por mais preocupado e relutante que Damien estivesse, deixou que a mulher afastasse sua mão do ferimento. Pelo pouco tempo que o tocou e o analisou, pode concluir que era um corte não muito profundo, nem de perto chegava aos cortes de sabre que seus companheiros apresentavam, mas requeria cuidados. Abriu um sorriso quando ela lhe perguntou se era médico e assentiu com a cabeça. Isso dava a Damien a oportunidade perfeita para voltar com a mão em direção ao ferimento, porém, antes levou a mão ao seu bolso e tirou de lá seu lenço. O usando para estancar o sangue que saia do ferimento. Analisou ao redor e concluiu que a melhor coisa a fazer seria tirar a dama dali e levá-la a um lugar seguro. – Segure isto. – Disse pegando a mão da mulher e levando até onde estava a sua, a fazendo segurar o lenço. – Com firmeza. Precisa estancar o sangue. – Olhou ao redor procurando alguém que pudesse lhe ajudar, mas todos haviam corrido, as pessoas que permaneciam eram as pessoas que havia se ferido e seus familiares e amigos que tentavam ajudar. Cabia a Damien sozinho ajudar aquela completa estranha.
Pegou com firmeza em baixo dos braços da mulher e a içou o suficiente para que assim pudesse passar os braços dela ao redor de seu pescoço. Cambaleou um pouco no processo de coloca-la em pé, mas logo, ela já estava firme em seus braços. – Consegue andar? – Perguntou. Mesmo que aquilo não tivesse relevância para ele, pois a tiraria dali da mesma forma. Começou a andar sem esperar a resposta da mulher, um passo de cada vez, observando a reação dela, caso ela expressasse alguma dor. 
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seleneargaren · 10 years
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Selene não esboçou nenhuma reação ao sentir os braços da prima ao seu redor. Pelo menos, não de imediato. Sentia-se magoada, machucada e principalmente, traída pelas ações de Amelia. A jovem lady sabia que seu pai não era um homem bom, nunca fora, porém em sua inocente concepção, ninguém possuía o direito de tirar a vida de alguém e causar sofrimento à outras pessoas. Mesmo que fosse a rainha. Entretanto, não podia negar que sentia falta da morena, e ela era a única família que lhe restara. Havia se preocupado com ela, obviamente, mas não a procurara, pois sabia que deveria estar sendo tratada pelos melhores médicos da corte, afinal, era a rainha. Momentaneamente decidida a deixar de lado as mágoas, envolveu a prima em um abraço apertado, genuinamente feliz por ela estar a salvo.
— Sermos primas não diminui o fato de que você é a minha rainha e eu lhe devo o máximo de minha cordialidade. — disse quando se afastou, mantendo-se fria e distante. Analisou o rosto machucado da morena, sentindo um aperto no peito por saber que apesar de bem, estava machucada também. A face da prima, um dia antes tão bela e alegre, agora estava manchada com uma expressão dura. Selene sabia como era, ser obrigada a crescer rápido e assumir responsabilidades em prol de um povo. A mais nova se lembrava muito bem de todos os problemas e dificuldades que surgiram quando se tornou rainha de um reino distante e desconhecido. Com um suspiro, suavemente pegou a mão da rainha e a puxou para o quarto, fechando a porta. Fosse o qual fosse o motivo da visita, não era algo para ser discutido à portas abertas, dando a oportunidade para os nobres ouvirem. Com certeza, Selene não confiava nos nobres.
— Estais bem? — falou enquanto sentava-se na beirada de sua cama e com os dedos, alisava os cabelos escuros. Sabia que estava contradizendo sua frase anterior, entretanto realmente queria saber como estava a prima, não fisicamente, pois era óbvio que Amelie estava bem. Estava de pé, andando e falando. Mas Selene queria saber como ela estava se sentindo em relação ao atentado, quebrar um pouco da tensão que sempre sentia na presença da rainha. Queria mostrar a ela que apesar de tudo, ainda se preocupava, embora não verbalizasse corretamente tal preocupação.
My dear cousin • Selene & Amelie.
Ela podia sentir o suor escorrer pela testa e os cabelos grudados contra a mesma, não apenas pelo por ele, mas pelo sangue seco que escorrera de uma ferida profunda na testa. Ela podia imaginar como seu rosto estava: sombrio, manchado por sangue e cortes superficiais. Seu vestido, um dia majestoso e belo, agora estava coberto de fuligem, rasgado e manchado de sangue. Amelie estava muito próxima a estátua quando esta explodiu, o que resultou em muitos ferimentos sobre ela, no entanto, o mais preocupante fora o corte em sua cabeça que agora fora tratado e coberto com uma bandagem enrolada ao redor da testa.
A jovem rainha não importava-se como estava sua aparência, tudo que ela queria era saber se todos estavam a salvo e assim, sua vontade ela fez. Ela perambulava pelos corredores do castelo com um destino certo, dispensando os guardas que, relutantemente, acataram tal ordem. Ela não precisaria deles para esse encontro, eles tinham mais coisas para se preocupar e seu povo para proteger. Ela era apenas um símbolo de poder, nada mais, quem fazia Vidar era seu povo e assim permaneceria.
Por fim, chegando ao seu destino, Amelie bateu suavemente contra a porta que logo se abriu, revelando a jovem que se encontrava menos deplorável que ela própria. Alguns pequenos cortes e hematomas eram vistos em seu pescoço, mas fora isso, a prima encontrava-se sã e salva, o que fez o peito de Amelie encher-se de alivio. A jovem rainha não pode deixar de revirar os olhos com a cordialidade e frieza da prima, coisa que já acostumara-se desde que esta soube da morte de seu tio por ordem da morena. – Sem honoríficos Selene. Graças aos céus você está bem! – Disse ela, antes de puxar a prima e abraça-la. Nesse momento não importava de Selene a odiava, o que importa é que ela estava viva.
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seleneargaren · 10 years
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Depois da explosão, o caos se instaurou no evento. As risadas deram lugar a gritos desesperados, e por sua visão periférica, Selene podia ver as pessoas correndo, apavoradas. Ainda estava no chão, sentindo-se dolorida pela queda, tonta e confusa, o mundo parecia ligeiramente fora de seu eixo correto. Ao seu redor, conseguia visualizar pedaços da estátua explodida, mas tudo no que conseguia pensar era Amelie. Onde estava sua prima? Fora atingida? Estava bem? Sabia que a Rainha deveria deixar aquele local imediatamente, pois aquela explosão poderia ser o prefácio de um atentado ainda maior e pior. Queria olhar ao redor, procurá-la, mas qualquer mínimo movimento fazia sua cabeça dor e o mundo girar loucamente.
Estava a ponto de levantar-se quando percebeu a aproximação de alguém, e logo em seguida, uma voz desconhecida e masculina, pedindo para que não se levantasse. Sentiu também os dedos do estranho em sua testa. Não sabia o que ele era e nem o que estava fazendo, portanto, não possuí permissão para tocá-la. — Quem é você? — questionou com o habitual tom baixo e doce, enquanto gentilmente afastava as mãos dele de sua pele agora machada. Tratava-se de um desconhecido, e mesmo que tivesse a melhor das intenções, Selene não deixaria que ele a tocasse até que se apresentasse. Definitivamente, não gostava de estranhos tocando-a, principalmente homens. Desde a morte do marido, nenhum homem tivera permissão para se aproximar. Levou os olhos azuis diretamente para a face do homem presente, analisando os detalhes, perguntando-se se já não havia visto-o antes.
As olheiras sugeriam que era alguém que pouco dormia, o brilho esperto no olhar denunciava alguém inteligente e a gentileza que notou ao sentir o toque dele, fez com que todas as peças se encaixassem, e embora estivesse ainda um pouco aérea, não temeu em arriscar um pequeno palpite: — Você é médico? — seu tom era um pouco confuso. Médicos eram raros e prestigiados, a maioria vivia na corte, próximos à rainha e seu séquito. Nunca havia conhecido outro médio que não fossem os da corte, que provavelmente já estavam socorrendo sua rainha. 
Just a little bit of blood • Selene & Damien
Talvez houvesse um traço na personalidade de Damien que ele próprio desconhecia, ou insistia em ignorar para que o sofrimento fosse menor, mas este sentimento podia ser nomeado como esperança. Todas as vezes que Damien vinha visitar Vidar, desde sua entrada para a tripulação de Darius, o jovem médico esperava que em algum momento pudesse reencontrar sua antiga amada. Informações diziam que ela havia sido enviada para outra ilha, mas por mais ilhas que ele atracasse junto de Poisoned Rum, Damien só sentia-se daquela forma em Vidar, afinal, fora naquela ilha que ele havia se apaixonado e perdido sua primeira paixão.
Não admirou que por esta questão, quando foi anunciado que Vidar celebraria com um festival mais um anos da morte de seu antigo rei, Damien se encheu de esperança. Todos os reinos vizinhos eram convidados e ele ansiava pelo dia em que durante um festival, pudesse reencontrar sua amada. Porém, Vidar era uma ilha grande e vários eventos aconteciam por toda a extensão da mesma. Sua esperança só voltou a se encher quando no segundo dia do evento, a rainha iria fazer um pronunciamento e com isto, todos se reuniriam na praça em frente ao palácio real para ouvi-la. Damien, assim como o resto da população estava presente. A multidão havia lhe concedido algumas surpresas agradáveis, mas não a que ele tanto ansiava e assim que a rainha começou o seu pronunciamento, o médico apenas deu as costas e encaminhava-se de volta ao navio.
A explosão o fez voltar sua atenção para junto de onde a rainha estava prostrada. Esta, como era esperado, já estava envolta em um mar de mãos e braços para lhe defender, enquanto os outros nobres jaziam feridos e caídos. Alguns já se levantavam e corriam em direção a comitiva da rainha que voltava para dentro das grandes portas do palácio. A multidão de plebeus corria aterrorizada com o evento, se chocando. Damien pode observar pessoas gritarem, caírem, mãe chamando pelos filhos e filhos chamando pelas mães. Era o caos. Quando seus olhos encontraram os estilhaços da estatua que havia sido destruída, também encontraram uma garota caída próxima a ela. Parecia atordoada e mais do que isso, machucada, já que uma mancha rubra aparecia em seus cabelos claros.
Encaminhou-se até onde a mulher caída estava, desviando da multidão, algumas vezes parando para auxiliar alguma senhora que havia caído, ou criança que havia se perdido, mas sempre indo na direção contrária do fluxo assustado que era o povo de Vidar. Após esforçar-se alguns minutos, estava livre o suficiente para correr e alcançar a dama caída. Ajoelhou-se ao seu lado e analisou rapidamente o estragado que podia ter havido nela, que se mexia com dificuldades. – Não se mexa. – Disse enquanto tirava o cabelo manchado de sangue da testa da mulher para avaliar o corte que havia se feito.
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seleneargaren · 10 years
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"How long will I love you As long as stars are above you And longer if I can”
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seleneargaren · 10 years
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seleneargaren · 10 years
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Just a little bit of blood • Selene & Damien
Pouco animada seria um eufemismo para o que Selene sentia no momento. Definitivamente, a agora lady não estava nem um pouco empolgada para ouvir o discurso da prima. Desde que voltara para a corte vidariana, a relação com ela não estava das melhores. Sempre havia tensão quando se encontravam, mesmo que não dissessem uma palavra, afinal todos sabiam que Amelie havia sido responsável pela morte do tio, pai de Selene. Entretanto, não podia fazer tal desfeita de se ausentar em um dia importante como aquele. Não faria isso pela Rainha, faria pelo pai dela, seu tio, que havia sido um homem esplendoroso e havia governado Vidar com um destemor jamais visto antes.
Em frente ao grande espelho de seu quarto, Selene alisou o vestido azul escuro que vestia e ajeitou os cabelos. Não pretendia permanecer muito tempo no evento. Não queria sorrir ou fingir estar feliz, pois mesmo depois de semanas, Selene ainda se arrastava pelo doloroso processo de luto, que incluía sair de seus aposentos apenas quando fosse extremamente necessário. Infelizmente, o discurso de Amelie era uma dessas situações extremamente necessárias. Com passos rápidos e decididos, e olhos azuis frios fixados apenas em seu caminho, Selene seguiu até o lugar aonde seria realizado o discurso da Rainha. Tentou sorrir e cumprimentar os nobres presentes, porém suas tentativas de parecer entusiasmada ou alegre falharam vergonhosamente.
Sentou-se junto de outros nobres em uma das cadeiras confortáveis postas estrategicamente próximas à Rainha. Quando a morena começou proferir seu discurso inspirador, Selene mal prestou atenção nas palavras que deixavam-lhe a boca. Sua mente viajava entre outras lembranças, outros discursos em outro reino. Não havia se passado muito tempo desde então, mas na concepção machucada se Selene, parecia fazer séculos. Então de repente, tudo explodiu. E aconteceu tão rápido que Selene não poderia sequer colocar a culpa em sua mente distraída. Em um momento, estava apenas divagando silenciosamente consigo mesma, no outro, a estátua próxima a si tinha explodido, lançando partes de argila em alta velocidade para todos os lados.��Assustada com o barulho, Selene jogou-se para frente, em uma tentativa de salvar-se, porém logo que sentiu o impacto do chão o impacto do chão contra suas costelas, também sentiu uma estranha dor ardente próxima ao couro cabeludo e na bochecha esquerda.  Levou as mãos até o limite da testa, sentido a umidade e então surpreende-se quando viu gotas escarlates escorrendo por seus dedos.
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seleneargaren · 10 years
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My dear cousin • Selene & Amelie.
Sentada em sua penteadeira, Selene analisava seus ferimentos. Havia alguns pequenos espalhados pela pele alva de seu rosto, porém o maior localizava-se próximo ao seu couro cabeludo. Além do corte – a lady sequer possuía o conhecimento de que o material do qual a estátua era composta poderia ferir-lhe daquela maneira –, o local estava púrpura. “Que droga” murmurou baixinho consigo mesma, enquanto ainda inspecionava o maior ferimento. Selene sabia, algo em seu interior lhe dizia que comparecer ao evento não seria uma boa ideia. E agora estava ela, ferida fisica e emocionalmente. Os olhos azuis no espelho a fitavam com uma expressão diferente, uma estranha mistura de amargura e compaixão. Cansada de olhar para o próprio rosto e da auto piedade, Selene dirigiu-se para sua cama e deitou, esperando que o sono logo viesse e a levasse para um mundo melhor.
As pálpebras haviam acabado se fechar quando escutou baixas e delicadas batidas na porta. Desconfiada e confusa, se levantou e com poucos passos estavam em frente a grande porta de madeira. Abriu-a delicadamente, deixando apenas uma pequena fresta para ver a pessoa do outro lado. E logo que a viu, estranhou. Ali estava Amelie, a rainha, parada em frente a porta de seu quarto. Selene analisou ao espaço ao redor dela. Nenhum guarda. Estranho. Pelo sangue, ela era superior a todos naquele reino. Não deveria ser anunciada, ao menos? Voltou os olhos azuis para a prima, estreitando-os, mesmo que o movimento causasse dor. Olhar para ela doía de todas as maneiras. Haviam sido criadas juntas, praticamente, e embora não fossem nada parecidas, Selene a amava. Entretanto, tal sentimento e relação foram abalados quando a notícia de que Amelie ordenara a morte do tio chegaram aos ouvidos de Selene. 
— O que faz aqui, Majestade? — questionou com o habitual tom baixo e gentil. Afastou-se da porta e então a abriu completamente, abrindo espaço para Amelie entrar caso quisesse. Não sabia o que ela queria ali, mas estava disposta a ouvir qualquer coisa que a prima dissesse. 
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seleneargaren · 10 years
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Selene Argaren possui vinte e cinco anos e é uma Lady que reside no reino Vidar. Está indisponível para aplicações por ser uma OC.
Yo-ho a pirate's life for me
O duque de Vidar, irmão do rei, possuía muitas amantes. Entre suas favoritas, estava Violet: bela, inteligente e tempestuosa. Embora gostasse da esposa, Violet fascinava o duque. Porém, na única vez na qual não foram cuidadosos, Violet ficou grávida e por uma absurda coincidência, Rayna, a esposa do Duque, também descobriu-se grávida no mesmo período! Entretando, enquanto a gravidez de Violet transcorria saudável e sem problemas, Rayna enfrentava fortes dores e sangramentos constantes. O médio da corte alertou “Repouso absoluto ou ela perderá a criança”. E assim foi feito. A duquesa passou meses presa em uma cama enquanto o marido permanecia mais ao lado de Violet, tendo a certeza de que esta lhe daria um filho homem. Então em uma fria noite, o duque recebeu a notícia de que sua amante estava dando a luz. Ele não hesitou em correr para o lado dela, que estava tendo complicações durante o parto. O cordão umbilical da criança havia se enrolado no próprio pescoso e ela estava sufocando, ao mesmo tempo em que Violet perdia muito sangue. Rapidamente, a parteira o obrigou a tomar uma decisão: Violet ou a criança. Estando certo de que a criança tratava-se de um menino, ele escolheu por este. E é claro, a amante implorou para que o duque escolhesse sua criança. E assim a escolha fora feita, porém para a completa infelicidade do duque, o bebê que tivera com a amante trava-se de uma menina.
Arrasado por perder sua mulher favorita, o duque isoulou-se por poucos dias, até saber que Rayna estava em trabalho de parto. Como da outra vez, ele não hesitou em correr para o lado da mulher prestes a dar a luz, esperando fervorosamente que desta vez, fosse um menino. E era! Mas o pequeno havia nascido morto. Querendo poupar a esposa do sofrimento de ter perdido outro filho (afinal, ela nunca conseguia dar a luz a uma criança viva), sem pensar duas vezes e antes que Rayna se recuperasse para querer ver o filho, o duque mandou levassem para longe o natimorto e trouxessem sua bastarda, assim trocando os bebês, e ao ver dele, fazendo todos felizes, já que a esposa finalmente teria uma criança para cuidar e tal criança seria criada e educada como uma nobre de sangue puro.
 Selene cresceu recebendo todo amor e carinho daquela que acreditava ser sua mãe biológica. As duas eram melhores amigas e Rayna sempre fazia questão de cuidar diretamente da menina, não deixando-a nas mãos dos serviçais. As duas eram tão parecidas que ninguém desconfiava que não possuíam nenhum parentesco. O vínculo que as unia era muito mais forte do que o laço sanguíneo, e mesmo se soubesse que Selene era fruto de uma traição de seu marido, ela continuaria a amá-la como jamais havia amado antes. Embora fosse feliz, os dias de Rayna estavam chegando ao fim. Uma doença silenciosa tomara conta da mulher, que nunca tivera muitas forças para lutar contra os males físicos, mas pela filha ela tentou lutar contra a doença, porém seus esforços não foram suficientes. No último dia de vida da mulher, o duque pediu um tempo a sós com ela e confessou seu segredo, confessou o que havia feito há doze anos. Rayna não se mostrou abalada ou surpresa. Apenas pediu que chamassem Selene até o quarto e deixasse-as sozinha, e seu último desejo fora atendido. A pequena garota estava em lágrimas, algo dentro dentro dela lhe dizia que daquele dia em diante, teria que aprender a viver sem sua mãe. Com as forças que lhe restavam, a duquesa estendeu os braços e abraçou a filha, sussurrando aquelas três palavras que nunca se cansara de dizer à Selene: eu amo você. A menina apertou a mãe delicadamente, e quando soltou, já não havia mais vida nos olhos vítreos da duquesa.
Passou o resto de sua adolescência sozinha na corte. Não possuía a atenção do pai, que sempre estava envolvido em assuntos políticos e não se dava muito bem com a prima, por serem extremamente diferentes. Sua única companhia eram os empregados, e mesmo assim, sempre quando o duque a via conversando com algum deles, a castigava. Depois da morte da mãe, seus dias se resumiram a ficar trancada em seu quarto, geralmente lendo ou bordando. A vida parecia ter perdido a cor e Selene se sentia mais solitária e melancólica do que nunca. Mas a cor voltou quando a garota conheceu um rapaz, e mesmo sabendo que nunca poderia ficar com ele, entra entregou-se ao amor que sentia de todas as maneiras possíveis. Entretanto, seu pai ao saber que a estava envolvida com alguém que considerava inferior, passou a trancá-la no calabouço do castelo, como se Selene fosse uma criminosa. Ela só podia sair do lugar imundo no fim de semana e com a presença dos guardas. Ela sabia que seu pai nunca fora um homem gentil e bondoso, porém nunca havia pensado que a maldade dele pudesse atingi-la, mas atingiu. Para Selene, os dias  passavam de maneira indistinta, e algum tempo depois, o duque mandou que a retirassem dos calabouços para uma audiência privada. Em tal audiência, o Duque de Vidar contou para a filha a verdade sobre seu nascimento, porém esta não era a principal razão da reunião. Depois de milagrosamente conseguir acalmar a filha, ele soltou uma bomba: em poucos dias ela partiria para outro continente, para casar-se com um rei viúvo, governante de Sonwel.
Nunca havia se interessado realmente em saber sobre os outros continentes, mas tinha o conhecimento de que uma doença estava dizimando populações em outros países. Pelo que o pai havia contado, a doença fora responsável pela morte da esposa e dos dois filhos do futuro marido de Selene, e a parte que o duque não havia contato, era que entregara sua filha a um desconhecido em troca de apoio para usurpar o trono do irmão. Apenas três semanas depois do comunicado, Selene partiu para o reino distante. A jovem não sabia muito bem o que esperar e sentia-se apreensiva com a viagem, porém, definitivamente, ela não esperava uma recepção tão agressiva. A antiga rainha e os filhos falecidos eram adorados pelo povo, que embora entendessem que o rei precisava de um herdeiro, não queria aceitar a noiva estrangeira do governante, porém o rei mostrou-se irredutível em sua decisão, e assim que conheceu a jovem, apaixonou-se imediatamente. Mas jovem jamais havia conseguido tirar do coração o homem por quem se apaixonara anteriormente.
Um ano após a união, Selene descobriu estar grávida, justamente na mesma época na qual reencontrou seu primeiro e único amor. Ele propôs fuga. Poderiam fugir e serem felizes, porém a agora rainha recusou. Como poderia dizer a ele que estava grávida de outro homem? Ele sabia que Selene era uma mulher casada, mas provavelmente a notícia de um filho o magoaria. E a jovem também sentia medo. Tinha medo de abandonar algo tão estável para aventurar-se no desconhecido e incerto. De qualquer maneira, ela não poderia e não conseguiria abandonar seu rei e seu reino. Então, deixou que seu amor partisse para o mar. Selene sofreu, mas precisava manter-se forte. Três anos depois, quando tudo parecia estar indo perfeitamente bem, uma tragédia acontecera. O rei sempre fora fascinado por navios, então, certo dia ele decidira dar um passeio no mais novo e avançado de sua esquadra, e também levou o filho pequeno, esperando que este desenvolvesse o mesmo fascínio por navios. Chamou a esposa, claro, mas Selene sentia-se indisposta no dia. Em tal dia, o navio fora saqueado por piratas que estavam pela região, e todos os seus passageiros, mortos. Todos. Selene pensava que nada poderia doer mais do que ter de rejeitar seu amor, porém a dor de perder um filho de dez vezes pior. Já que não possuía outros filhos, a linha de sucessão seguiu para o irmão mais novo do rei. Como não havia mais nada que a prendesse em Sonwel, Selene resolveu voltar para a ilha de Vidar, sua terra natal.
You better choose a side, war is coming.
Selene cresceu como uma verdadeira princesa dos contos, criada para acreditar em fadas, unicórnios príncipes encantados e finais felizes. Ela simplesmente adorava todas as belas histórias de princesas que a mãe contava e sonhava em um dia encontrar um príncipe. Gostava de brincar com bonecas e correr, fingindo ter asas, e devido a este hábito infantil, machucava-se constantemente. Sempre fora muito doce, oferecendo a todos palavras gentis, não importando sua origem ou como a tratassem. Era vista pelos outros como uma menina de personalidade amável e sua pele alva e grandes olhos azuis praticamente gritavam o quanto era frágil e sensível. E até certa idade, também era muito inocente. Depois da morte da mãe, tornou-se extremamente solitária e melancólica, sempre chorando ou se esforçando para não chorar. Um traço marcante de sua personalidade é seu afinco em tentar parecer forte, mesmo quando sente-se despedaçada. Com todas as maldades do pai, teve muitos motivos para se tornar uma mulher fria, amargurada e vingativa, porém isto não aconteceu. Selene conservava sua personalidade doce e frágil, porém não mais inocente. O casamento e todos os problemas que teve em Sonwel em nada mudaram em nada a personalidade amável da mulher. Porém, a morte do marido e filho fez com que ela se fechasse completamente. Tornou-se uma mulher que guarda muita dor dentro de si. Chorar tornou-se constante para ela, mas nunca na presença de outras pessoas. Selene resolveu esconder a menina delicada e frágil que todos viam, assumindo a máscara de mulher solitária e amargurada. Entretanto, ainda é possível ver um certo brilho inocente e infantil por detrás de toda a dor em seus olhos, e escondida atrás da máscara triste, ainda existe a garota sensível, doce e delicada, dona de exultantes sorrisos sinceros. Suas palavras ainda são gentis, raramente usando de ironias ou sarcasmo. 
FC: Sarah Bolger.
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