salta um rilke shake
com amor & ovomaltine
quando passo a noite insone
e não há nada que ilumine
eu peço um rilke shake
e como um toasted blake
sunny side para cima
quando estou triste
& sozinha enquanto
o amor não cega
bebo um rilke shake
e roço um toasted blake
na epiderme da manteiga
nada bate um rilke shake
no quesito anti-heartache
nada supera a batida
de um rilke com sorvete
por mais que você se deite
se deleite e se divirta
tem noites que a lua é fraca
as estrelas somem no piche
e aí quando não há cigarro
não há cerveja que preste
eu peço um rilke shake
engulo um toasted blake
e danço que nem dervixe
— Rilke Shake, Angélica Freitas [São Paulo: Cosac Naify; Rio de Janeiro: Viveiros de Castro Editora, 2006 — Coleção Ás de colete; 14]
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glasshalfgolden
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It's that thing when you're with someone, and you love them and they know it, and they love you and you know it... but it's a party... and you're both talking to other people, and you're laughing and shining... and you look across the room and catch each other's eyes... but - but not because you're possessive, or it's precisely sexual... but because... that is your person in this life. And it's funny and sad, but only because this life will end, and it's this secret world that exists right there in public, unnoticed, that no one else knows about. It's sort of like how they say that other dimensions exist all around us, but we don't have the ability to perceive them. That's... That's what I want out of a relationship. Or just life, I guess.
— Frances Ha, written and directed by Noah Baumbach and Greta Gerwig
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Este verão ensina-me
a amar as minhas cicatrizes
a enfeitar-me com marcas de estrangulamento no pescoço
Este Verão ensina-me
a fechar à chave a amargura e fico
bem roliça e anafada pareço bem tratada
Este Verão ensina-me
a gritar o bel canto
Este Verão ensina-me
que a solidão descansa
e cresce numa mão
Este Verão ensina-me
a não confundir um corpo disponível
com o desejo de felicidade
Este Verão ensina-me
a ser para cada pedra um espelho de água
Este Verão ensina-me
a amar grandes bolas de sabão e pequenas
antes de rebentarem
Este Verão ensina-me
que tudo sem nós
por si continua
Este Verão ensina-me
um rosto gelado feliz
Este Verão ensina-me
tenho que ser eu a bater no tambor
quando quiser dançar
Este Verão ensina-me
a ser sem felicidade sem tristeza por uns
segundos aliada de Deus
Este Verão ensina-me
a acordar de manhã. Grata. Sozinha.
Este Verão ensina-me
que a folha do limoeiro só deita cheiro
quando a desfazemos entre os dedos.
— Este Verão (in A sede entre os limites), Ulla Hahn [vers. João Barrento, ed. Relógio D’ Água]
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1) O que pode acontecer.
2) Como vão comportar-se as pessoas.
3) Oh, o que quer que seja.
— Nunca se sabe [fragmento] (in Poemas Escolhidos), Ron Padgett
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que nosso beijo, laço de água,
absolva tudo.
— Desassombro, Eucanaã Ferraz [ed. 7Letras; 1.ª edição, 2002].
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Já vieram as novas listas telefónicas.
O teu número é impossível de encontrar.
A tua família, creio, mudou de cidade.
Espero que lhes chegue a demorada alegria
sem que a tua memória a venha aluir.
Conheci-te num tempo tudo menos inocente
com ferozes sobressaltos de ternura. Tu já
perdido salvaste-me a adolescência
e a vida porventura. Parecias um índio
farejando os sulcos e os líquidos humores.
É sabido que os magnetes viajam velozes
atraídos pela circulação dos golfos sanguíneos.
Os cabelos cobriam-me no teu colo a cabeça
e a tua mão respirava sobre o meu desejo
num acto solene de xamanismo.
Depois que nos mentiste morreste sem cartas
com uma agulha erecta a prumo sobre a veia.
Recordo-nos, amor primeiro, boiávamos
ao mar um lugre o céu estrelas que eram ímanes
que singravam ondas pólos do nosso afecto.
— Parceria Breve (in Mulher ao mar e corsárias), Margarida Vale de Gato [ed. Mariposa Azual]
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sophia chablau e uma enorme perda de tempo @ sesc 24 de maio. yashica mg-motor w/ fujifilm superia 400.
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esse filme é uma porcaria - minidoc
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Para Jim Jarmusch
Os poemas são como o mundo: não rimam. Voltam, desaparecem, tentam dizer o peso da água ou o aroma ténue da cerveja. São uma trela no escuro, depois de termos queimado todos os fósforos. Escrevemos, num caderno vazio, a palavra ausência. Talvez amanhã seja outro dia.
— Patterson (in Shots), Manuel de Freitas [ed. Paralelo W]
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Vida
vale vivê-la
se, de quando em quando,
morremos
e o que vivemos
não é o que a Vida nos dá
nem o que dela colhemos
mas o que semeamos em pleno deserto.
— Semente (in Poemas escolhidos), Mia Couto [1ª ed. São Paulo. Companhia das Letras, 2016]
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— a esperança — de que o objeto amado se oferecerá ao meu desejo.
— Adorável (in Fragmentos de um discurso amoroso), Roland Barthes [Ed. Francisco Alves, 1.ª edição 1991]
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Saiba pouco, mas pelo menos saiba isto:
que ninguém fala pelos outros.
Que, mesmo que queiramos contar histórias alheias,
terminamos sempre contando nossa própria história.
— Formas de voltar pra casa, Alejandro Zambra
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pedir à noite o recato da tília
e ir, leve de ombros,
por entre os dedos do medo.
— Salvo-conduto (in Manual dos dias cavos), Emanuel Jorge Botelho
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I
enquanto eu brincava de índio na praia
você se transformou em
uma maravilha tecnológica
máquina de bolinar máquinas
II
enquanto o homem de terno
dançava sobre o homem de crachá
que dançava sobre o homem de farda
que dançava sobre o homem de macacão
que cantava músicas para jesus cristo
eu estava na praia
brincando de índio
quando a polícia chegou
III
seu corpo relinchava
enquanto a internet forjava
o novo formato da sua coluna
meu amor
você se parece cada vez mais
com uma cadeira de escritório
talvez com rodinhas
você rodopie
você queria ser bailarina ou veterinária
eu queria ser índio ou astronauta
que bolsa bonita
comprei na zara
adorei seu cabelo
estou fazendo terapia com cristais
enquanto eu brincava de índio na praia
você inventava a pólvora
IV
eu brincava de índio na praia
rezava para os elefantes
comungava com os pássaros
minha igreja era um chá de gosto ruim
ver um elefante
era coisa comum
como avistar um automóvel
minha vida era uma selva
até que a alegria foi considerada
uma forma de selvageria
análoga à barbárie
tipificada como terrorismo
eu brincava de terrorista na praia
quando os americanos chegaram
V
meu amor
seus seios se parecem cada vez mais
com uma tela sensível ao toque
enquanto eu bebia sangue na praia
você fazia exercícios aeróbicos
para salvar sua bunda
da morte certa
às vezes
tenho vontade de largar tudo
comprar um carrinho de coco
virar índio ou astronauta
você ainda está viva
e também pode largar tudo
para ser bailarina ou veterinária
precisamos guardar algum dinheiro
para pagar a faculdade das meninas
precisamos largar tudo
ontem nossa caçula viu elefantes
nas celas do zoológico
— Monumento ao Jovem Monolito (publicado no Jornal Cândido nº47 Jun/2015), André Dahmer
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"[...]
Agora sei:
apenas o amor nos rouba o tempo.
E ainda hoje
estico os lençóis
antes de adormecer."
— Mudança de idade (in Tradutor de Chuvas), Mia Couto
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10.
Amar
profundamente
mas testar
volta e meia
se ainda
dá pé
— O Livro das Semelhanças, Ana Martins Marques [Ed. Cia das Letras; 1.ª edição, 2015]
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