* 𝐦𝐚𝐬𝐨𝐧 .

at the drive-in with @michellefms​

O Toyota MR2 branco era seu. Um presente de sua mãe em seu último aniversário e seu maior xodó dos últimos tempos, porque não era um carro tão luxuoso, o que o permitia usá-lo com tranquilidade em quase todo canto da cidade. No entanto, se alguém fora dos smooks o visse com ele por aí, dizia que era emprestado de seu padrinho. Até aquele momento, a desculpa tinha funcionado muito bem. No entanto, não precisava fingir nada com Michelle, o que tornava particularmente confortável para ele colocar os pés sobre o painel, um de cada lado do volante, quando começou a ficar profundamente entediado com aquele filme. Seus docinhos já tinha acabado também, o que favorecia a impaciência. ━━ Por que esse negócio não acaba? ━━ Resmungou de repente. ━━ Já tem umas cinco horas que estamos aqui… ━━ Obviamente, era exagero. Se muito, tinha passado de uma. Mas o rapaz não estava nada atraído pelo filme dos anos 50.

Remxendo-se novamente, Mason tirou os pés do painel só para que pudesse se espreguiçar, terminando o gesto na direção da ruiva, deitando no ombro dela antes de erguer os olhos de jabuticaba para o rosto dela. ━━  Se disser que está entendendo qualquer coisa desse filme, não vou acreditar nem por um segundo.  ━━ Disse por entre um sussurro. Claro que era porque deixara de prestar atenção a mais de meia hora, mas ele não estava entendendo absolutamente nada da história e se tinha uma coisa que não gostava, era a sensação de estar perdido. ━━ Eu mereço umas bitocas só por estar passando por essa tortura… ━━ Comentou, só para provocá-la, quando voltou a ajeitar-se sobre o banco do motorista. Se aquilo não a fizesse desviar a atenção, ele tinha mais “munição”.

poucas coisas são tão compreensíveis para michelle quanto o cinema. não se considera cinéfila ou uma grande conhecedora dos aspectos técnicos por trás de todas as obras, ainda que trabalho no ramo a única coisa que realmente lhe interessa é o quão interessante e arrebatador pode ser o roteiro de um filme. se a obra consegue chamar a atenção de seu espectador na leitura da sinopse e conseguir mantê-lo no a assistindo até o final, então seu escritor fez um bom trabalho. entretanto naquela ocasião parecia ter acontecido o contrário, mal conseguia assistir sem ouvir mason ao seu lado suspirar de tédio. às vezes ela fingia que não havia reparado naquilo, fazendo comentários sobre as cenas como se o rapaz estivesse prestando atenção no que se passava apenas para provocar. ‘ do que você está falando? só o fato da grace kelly estar nesse filme vale o preço do ingresso todinho. ’ ela disse virando-se para encará-lo com um sorriso. ‘ mas não chegamos nem em uma hora de filme! ’ falou arregalando os olhos de uma forma exagerada, antes de rir de sua brincadeira. eles já estavam caminhando para o final do filme e a wilkins estava ansiosa para saber o desfecho.

juntou as sobrancelhas ao observar a inquietação do rapaz ao seu lado, fazendo beicinho. ‘ ah, vai! só falta um pouquinho! ’ ela recostou a cabeça na dele em seu ombro, revirando os olhos ao ouvi-lo, ainda que não estivesse séria sobre isso. ‘ ele é um ex-ladrão famoso que agora é suspeito de vários roubos riviera, então começou uma investigação ele mesmo pra  achar o verdadeiro ladrão e não voltar pra cadeia. a personagem da grace é a típica mocinha rica e bonita que o protagonista acaba se apaixonando. ’ explicou o básico do filme para que sua companhia pudesse entender o que estava se passando. ‘ ah, é? pois você está assistindo muitas comédias românticas. isso de beijo em drive thru não acontece na vida real, é só um elemento criativo usado nos filmes. ’

* 𝐜𝐚𝐛𝐥𝐞 .

a closed starter for @michellefms

Era noite quando Cable estacionou sua caminhonete vermelha na frente da Seven-Eleven, pegou o que precisava (um Montain Dew e um maço de Lucky Charm) e avistou de longe cabelos ruivos e uma formosura inconfundível. Na hora lhe veio uma ideia boba, mais porque odiava trabalhar sozinho do que por qualquer outro motivo, então ele juntou à sua compra um Snickers pequenininho e atravessou a rua quase correndo, antes que ela fosse embora. "Hey strawberry!" chamou, fazendo referência à cor dos longos cabelos da jovem e abrindo um sorrisinho discreto, já que ele não era lá a pessoa mais sorridente do mundo "Michelle, né? Eu me lembro de você!" começou, pensando agora que devia estar parecendo um maluco, abordando-a desse jeito "tô indo fazer um serviço no shopping. Tava ali na Seven-Eleven e te vi, aí lembrei do que você falou sobre se sentir uma formiguinha lá dentro." riu baixinho "Decidi perguntar se quer ir comigo. Juro que não vou ficar te pedindo ajuda... Nem vou tentar nada demais!" sacudiu a cabeça em negativa "É só que detesto trabalhar sozinho e, sabe, achei que você fosse curtir ver como é estar lá no vazio. Por incrível que pareça, é o tipo de experiência que muda o jeito que a gente vê a cidade." completou. Ele realmente não tinha más intenções e esperava que ela conseguisse perceber isso através de seus maneirismos. Gabriel sempre tinha medo de parecer um homem ameaçador, talvez por ter crescido na presença de padrastos que sempre deixavam sua mãe acuada. "Ah! Mesmo que não queira ir, te trouxe isso aqui." disse, puxando o chocolate da sacola de compras e abrindo um sorriso ao mostrá-lo.

fazia muito tempo desde que michelle havia se mudado da casa dos pais, entretanto, para o seu infortúnio não estava realmente longe deles. a moradia estava localizada no mesmo bairro, morava em sheffield desde que se conhecia por gente, não estando preparada para se distanciar de lá. havia quem dizia que para construir uma carreira no cinema americano, você deveria ir para hollywood, mas, não era esse um grande anseio para wilkins, acostumada com a a pequena cidade de richmond, sentia que jamais conseguiria se encaixar na terra dos anjos. é claro que às vezes ela desejava que tivesse escolhido ir para o mais longe possível, sendo aquela uma dessas ocasiões. havia horas que sua mãe tinha marchado para dentro de sua casa e disparado uma sequência de reclamações acerca de sua aparência, além de, é claro, se oferecer para ajudá-la com isso de forma que aparentasse ser uma oferta deliciosa e não uma ofensa. não soube ao certo o horário que empurrou a porta de sua própria casa e saiu para caminhar com um rumo incerto. sequer saia por onde andava naquele momento, e essa percepção a assustou até o momento que o letreiro da seven-eleven, o peito se enchendo de alívio. ouvir o seu nome ser chamado fez seu coração saltar, antes que reconhecesse aquela voz. ‘ strawberry? ’ ela sorriu para si mesma ao ouvir o novo apelido. ‘ sim! e você é...? ’ pronunciou juntando as sobrancelhas, fingindo não se recordar da figura alheia. ‘ estou brincando! olá novamente sir cable. ’ fez um floreio exagerado, pondo-se a ouvir o que o rapaz dizia. um riso lhe tomando os lábios ao ver que ele se recordava do que havia dito na última vez em que se encontraram.  ‘ não tem problema se pedir pra ajudar! afinal, eu ficaria um pouco entediada se ficasse lá de cara pra cima. ’ não pôde evitar desviar o olhar ao ouvi-lo dizer que não tentaria nada demais, tentando por sua vez fazer sua bochecha parar de queimar. ‘ oh... ’ surpreendeu-se ao ver o chocolate em sua mão, ainda mais por esse ser o seu favorito. tinha algo na combinação manteiga de amendoim, chocolate e caramelo que a fazia se arrepiar só de pensar. ‘ eu adoro esse chocolate! ’ disse o tomando para si, acenando para o caminho. ‘ então, vamos? ’

Sixteen Candles (1984)

* 𝐜𝐚𝐛𝐥𝐞 .

“Acho enjoativo. Mas sabe o engraçado? Eu gosto de fazer comidas doces. Só que aí deixo pros outros… Como só pra provar mesmo.” deu de ombros. Nem ele mesmo entendia aquele hábito estranho “Um chocolatinho eu curto, mas uma barra inteira por exemplo já não encaro não!” sorriu brevemente achando graça da empolgação da jovem, era fofa, diferente da imagem de mulherão que ela lhe passava antes de terem conversado. Essa impressão se intensificou ao que ele notou o rubor nas bochechas claras. Gabriel imaginava que uma mulher como ela, de beleza tão marcante, recebesse elogios diretos assim o tempo inteiro, mas por seu encabulamento parecia que não, o que o deixou receoso de ter sido invasivo. “Obrigado.” sorriu, sem graça por talvez tê-la incomodada. “Também não achei… É até estranho, sabia? Trabalhei aqui antes da loja abrir, sem ninguém esse shopping parece até outro lugar.” comentou olhando em volta “Vamos? Você primeiro, m'lady.” disse, oferecendo o antebraço para que ela segurasse depois de fazer uma pequena reverência de brincadeira.

FLASHBACK .

‘ ah, é? quer dizer que você sabe fazer doces? agora fiquei curiosa sobre as suas habilidades na confeitaria, mr. cable. ’ a wilkins sorriu para o rapaz. ‘ não há nada que você não saiba fazer, não é? ’ tinha que confessar que aquela não era a primeira vez nem a segunda que reparava em cable, afinal, alguém que sempre anda com ferramentas em mãos chama bastante atenção — ainda mais alguém tão bonito — o próprio pensamento fazendo-a arregalar os olhos e desvia-los da figura alheia. ‘ nunca conheci alguém que não conseguisse comer uma barra de chocolate inteira! acho que deveria aprender mais com você, nunca consigo parar em um daqueles quadradinhos só. ’ suspirou, recordando-se das frequentes reclamações de sua mãe acerca desse seu apego aos doces. poucas vezes elas chegavam até michelle, ela era uma sweet tooth assumida e não tinha problema algum com isso, agora que era dona do próprio nariz então. ‘ de nada! ’ o sorriso voltou a estampar seus lábios da mesma forma que se permitiu voltar a erguer o olhar em sua direção. ‘ eu imagino! esse shopping deve ser gigante quando não tem ninguém por aqui. com ele lotado já me sinto em um formigueiro, sozinha aqui me sentiria apenas uma formiguinha. ’ uma risada anasalada escapou no instante em que o viu fazendo uma referência, o tipo de risada que sua mãe diria que não deveria ser emitida por uma dama. não hesitou em unir seu braço ao do rapaz, carregando-o em direção a fila. ‘ você quer alguma coisa? por minha conta. veja isso como um mimo por ter sido tão cavalheiro. ’ ela disse dando uma piscadela.

* 𝐥𝐢𝐳𝐞𝐭𝐡 .

"Acho que meu bolso não está muito animado, mas ignoremos ele." Lizeth disse entre uma risada baixa e outra. Estava apenas com o dinheiro do trabalho da noite passada, que não era muito devido ao fato de que os pais da criança que cuidara costumam ser bastantes caloteiros. Liz não reclamava pois se apegou rapidamente ao filho deles, mas a verdade é a grana não era suficiente para saciar sua vontade diante todos àqueles sabores com preços altos. "Então você também faz a dieta líquida? Essa que tá na moda? Juro que até tentei, mas não consigo ficar longe das comidas típicas do meu país. Minha mãe faz ótimas enchiladas."

FLASHBACK .

‘ entendo... o meu também nunca fica quando eu decido gastar com bobagens. mas só se vive uma vez, né? imagina morrer sem provar o sorvete da milky way? isso seria uma tragédia! ’ disse com uma expressão séria demais para alguém que apenas estava fazendo drama. mas, afinal, se havia uma coisa que michelle levava a sério, essa coisa eram as guloseimas. ‘ ah, sim! não aguento mais beber shakes. ’ fez uma careta, seu estômago revirava apenas de pensar. ‘ porém, sempre tento me permitir um mimozinho de vez em quando! ’

* 𝐬𝐚𝐠𝐞 .

“ com certeza! ” exclamou animada, batendo palminhas. “ finalmente um lugar onde posso me sentar, depois de um longo dia de compras no shopping, e tomar uma raspadinha gigante! ” suspirou, satisfeita com o cenário que imaginava. “ por favor, né? achei que esse era um acordo geral entre as mulheres de richmond no dia de hoje. vir até a milky way, ficar nessa fila desgraçada, pra pedir uma água é muito deprê, amiga, desculpa. ” disse com sinceridade, balançando a cabeça negativamente em desaprovação. “ eu tô cogitando seriamente participar do concurso de quem mais bebe raspadinha, só preciso saber primeiro se é realmente gostosa como diz na propaganda. ”

FLASHBACK .

permitiu a animação da mulher ao seu lado lhe contagiar instantaneamente, enviando um sorriso brilhante em sua direção. ‘ você estava fazendo compras? ’ perguntou curiosa, observando as sacolas de comprar que ela carregava. ‘ isso me faz lembrar que eu preciso fazer umas comprinhas também! ’ suspirou empolgada com a ideia de conferir as novidades nas lojas do shopping. estava um pouco desatualizada do que estava na moda naquele momento, precisava urgentemente comprar mais revistas para se inteirar do assunto. ‘ eu juro a você que não tomei um copinho d’água até agora! mas não posso dizer o mesmo de duas bolas de sorvete de menta com chocolate... ’ aparentemente, michelle havia descobrido seu novo sabor favorito de sorvete naquele instante. apesar disso não impedi-la de experimentar os restantes. ‘ você acha que conseguiria comer tantas raspadinhas assim pra competir? ’ ela arregalou os olhos, surpreendida pelas internações alheias. ‘ se for igual o sorvete deve ser incrível! eu poderia casar com essa bola aqui de morango. ’

* 𝐜𝐚𝐛𝐥𝐞 .

“Te falar que mais ou menos? Eu não sou o maior fã de doce não, mas me convidaram, disseram que ia ter coisa de graça… Daí vai que o sorvete surpreende. Mas cheio aqui, né?” disse, sentindo-se um tanto estranho por estar no shopping center dentro do horário de funcionamento do mesmo. Normalmente só ia ali quando alguma loja ou a própria gerência do prédio o chamavam para fazer algum reparo, sempre antes da chegada ou depois da partida dos clientes. “Acho que deveria. Você já é a maior formosura, com todo o respeito, dona, um dia não faria mal… Quer companhia? Às vezes com alguém pra bater papo fica menos chato esperar na fila.”

‘ mas por quê? ’ imediatamente levou as mãos ao peito, mantendo em seu rosto uma expressão exageradamente aterrorizada ‘ doces são o melhor que a vida tem a oferecer! o que seria de nós em um sorvete de chocolate num dia de tristeza? ’ da forma que a roteirista fazia aquele comercial até mesmo parecia que era ela quem era a proprietária da loja recém-aberta. os olhos de michelle quase saltaram de órbita ao ouvir das palavras do rapaz a sua frente, apesar do costume de receber elogios pela semelhança com a mãe atriz, não se acostumara a tê-los dirigidos especificamente para ela. ‘ oh... muito obrigada! ’ a pronúncia das palavras vindo em conjunto de uma queimação em suas bochechas. ‘ você também está ótimo, se me permite dizer. ’ sorriu, assentindo ao monólogo que se seguiu. ‘ eu adoraria companhia! não sabia que estaria tão lotado assim, quem sabe teria corrido pra fila antes. ’

* 𝐦𝐚𝐬𝐨𝐧 .

ondeu por entre uma risada breve. Dizer que estava apavorado era contraproducente no caso de uma conversa tão casual, então Mason decidira manter seus sentimentos para si mesmo. Erguendo os olhos de jabuticaba para a mulher, ofereceu um sorriso genuíno daquela vez, verdadeiramente animado. ━━ Faça isso! ━━ Incentivou-a. ━━ Aproveite que a disposição está aí, eu posso buscar o que você quiser.

o sorriso de michelle se iluminou ao se deparar com a risada alheia, sendo aquilo à sua percepção um incentivo para continuar o diálogo, a determinação forçando-a a deixar um pouco de lado a sua timidez. ‘ oh, fico muito feliz! sabe, eu nem sabia que era possível ter tantos sabores de sorvete assim. ’ disse com uma expressão genuinamente impressionada.  ‘ sério? ora, você é muito gentil! nesse caso me sinto na obrigação de lhe explorar um pouco. ’ seu tom de voz tinha um tom brincalhão, enquanto sua mente trabalhava ao tentar pensar no sabor pelo qual que queria começar. ‘ você acha uma boa ideia começar pelo de pistache? esse verdinho parece estar me convidando a experimentá-lo. ’

* 𝐤𝐝 .

KD sabia que provavelmente estava parecendo um esquisito parado naquele canto pensando se devia se aventurar em socializar com as pessoas ou se apenas saía com seu sorvete para um lugar mais reservado, por isso não conseguiu evitar se assustar quando percebeu que alguém lhe dirigia a palavra. “Estamos? Não sei, acho que eventos assim não são pra mim, pra ser sincero.” deu uma colherada em seu sorvete, voltando a observar a multidão. “Você tá de dieta? Por quê?” perguntou de maneira sincera, franzindo o cenho.

michelle encarou com mais atenção a pessoa com quem havia iniciado o diálogo, anteriormente não havia percebido que o rapaz estava um pouco mais retraído no canto. por um breve momento, a wilkins questionou a si mesma se estava sendo incômoda e considerou a oportunidade de sussurrar um ‘com sua licença’ seguido de um ‘perdão por incomodar’. entretanto, estava ali para aquilo, certo? socializar incluía tentar se comunicar com qualquer pessoa que estivesse sozinha naquele ambiente. ‘ ah, eu compreendo! ’ falou lhe enviando um sorriso entendedor. ‘ confesso que me perguntei umas três vezes se deveria sair mesmo quando ainda estava em casa. ’ os olhos se voltaram para o próprio sorvete ao vê-lo dar uma colherada no seu, se dando conta de que ainda não havia experimentado. ‘ quando eu era mais nova minha mãe costumava fazer dietas e eu sempre estava inclusa, mesmo contra minha vontade... na verdade, acho que todos estavam menos o meu pai que dava uma escapadinha de vez em quando. então eu acabei me acostumando a estar em dietas... dá pra entender? não sei se dá. ’ disse casualmente entre uma colherada de sorvete.

* 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐥𝐥𝐞 .

camille era o tipo de pessoa que odiava lugares cheios. sério, ela precisava respirar fundo pelo menos cinco vezes a cada três minutos para manter uma calmaria que já não existia mais em seu ser. de acordo com seus planos, ela estaria em casa nesse momento, ou até mesmo na pista de skate que estaria vazia pela inauguração, mas precisava terminar um trabalho da faculdade que envolvia todo o avanço comercial em richmond. andava de um lado para o outro, com uma folha e caneta, entrevistando quem quer que estivesse presente. cutucou o ombro do primeiro que apareceu, com uma expressão de poucos amigos. “ ei, parado aí. ” a atenção estava na folha com todas as perguntas anotadas. “ tenho umas perguntas para fazer, coisa da faculdade, então vou ser direta. ” suspirou. “ quais são as suas expectativas para a inauguração? você acha mesmo que o homem ter ido a lua é algo que deve ser comemorado? e sobre os preços? ” 

@richmondstarters​

para uma pessoa acostumada a estar em evidência, era até irônico que michelle não gostasse muito de ficar em público. para a própria infelicidade, o estabelecimento estava lotado, ainda que isso não lhe surpreendesse, afinal, presumira que as pessoas estariam bastante interessadas na inauguração. remexia-se inquietamente, tentando de alguma forma contornar sua ansiedade, jogando o seu peso de uma perna para outra com frequência. apesar disso, conseguia dar um pequeno sorriso ao pensar que o lugar ficaria muito bonito como cenário de um filme, e já até conseguia imaginar uma história para aquilo, um belo clichê adolescente. o cutucão em seu ombro quase a fez pular, mas, contentou-se em apenas se virar bruscamente para ver que estava tentando chamar a sua atenção. ‘ por favor não me prenda senhorita policial. ’ pronunciou, oferecendo-lhe um sorriso. ‘ oh, ok... que tipo de perguntas? ’ sequer precisou esperar por muito tempo até que fosse surpreendida pelo turbilhão de dúvidas. ‘ hm... são boas? não sei como a inauguração de uma sorveteria poderia ter algo de ruim. ’ disse ao franzir levemente o cenho. ‘ talvez? é como dizem: um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a humanidade. ’ sorriu um pouco sem graça. ‘ e-eu não sei, ainda não comprei nada. ’ 

* 𝐫𝐢𝐤𝐤𝐢 .

Estava atrasada para a inauguração da sorveteria, mas culpava o irmão mais novo por isso. Ele havia ficado no banheiro tempo suficiente para acabar com a água da cidade e impedido Rikki de se arrumar a tempo, por mais que seu “se arrumar” fosse apenas tomar um banho, pois nem paciência para maquiagem a loira tinha. Por sorte tinha seu fiel escudeiro skate para ajudá-la a minimizar a quantidade de tempo até a Milky Way Scoop e era nele que ela estava quando michelle cruzou seu caminho. “Sai da frente!!!!!” Exclamou, quase sem conseguir parar a tempo e causar um acidente. “Eita, essa foi quase em.” 

ou reply com ( milky ) para um starter closed! (0/5)

apesar do ânimo surpreendente para a inauguração, michelle caminhava em passos vagarosos até o novo estabelecimento da cidade. pensava ser uma boa ideia participar pelo menos de algum dos eventos promovidos em richmond, pois pra alguém que morou ali por boa tarde de sua vida, a wilkins não conhecida muita gente. morando em uma cidade pequena, imaginou que seu percurso seria pacífico, isso é... até o momento em que foi pega de supetão pela skatista e sua velocidade. a roteirista não teve atitude alguma senão arregalar os olhos ao ouvir o aviso alheio, ficando congelada em seu lugar como se o próprio corpo estivesse ali apenas ao aguardo da colisão. ‘ eu sinto muito! ’ ela exclamou assim que a garota parou a sua frente. ‘ juro que não seu o que me aconteceu. posso pagar uma casquinha pra você para compensar? ’

starter aberta : evento i . a trip to the milky way !

‘ então... estamos animados? ’ a roteirista lançou um sorriso brilhante para a pessoa que estava do seu lado. a verdade era que michelle não costumava frequentar muitos eventos da cidade, visto que desde que se formou no ensino médio, mal tinha tempo para sair de casa, afinal, sempre estava enfurnada em seu escritório escrevendo. ‘ estou até pensando em dar uma escapadinha da dieta hoje, acredita? ’ tagarelou, antes de morder o lábio inferior. esperava que apesar do papo furado, a sua companhia estivesse disposta a lhe dar o prazer de uma conversa, ainda que brevemente. ( @richmondstarters )

FERRIS BUELLER’S DAY OFF (1986) dir. John Hughes

Madelaine Pestch by Dennis Tejero for Schön! Magazine (January, 2022)

*  tag  drop  !

nome : michelle wilkins .

idade : vinte e seis anos .

signo : touro .

pseudônimo : mickey .

orientação sexual : bissexual / birromântica secretamente .

bairro : sheffield .

grupo : smooks .

profissão : roteirista .

resumo : a expressão nascida com uma colher de ouro na boca só não se encaixa em michelle porque, afinal, quem haveria de colocar uma nos lábios de uma criança? o pai foi um famoso diretor durante a era de ouro de hollywood, que agora já aposentado curtia a vida pacata em richmond, enquanto sua mãe foi uma atriz igualmente célebre, conhecida por seus cabelos ruivos e lábios pintados de vermelho. por muito tempo, ser rica foi uma parte característica da personalidade de michelle, uma jovem que não possuía muitas ambições acerca de sua vida e futuro. já tinha tudo o que alguém poderia conquistar, uma conta bancária com zeros que poderiam até ser perdidos na contagem, ainda que isso não tivesse sido por mérito seu. a única coisa de seu interesse eram os bastidores do cinema. sendo ligada a esse universo desde a infância, e frequentando constantemente salas de cinema para assistir os filmes de seu pai, que sempre fazia questão de ver pessoalmente a reação do público, sempre lhe despertou bastante curiosidade tudo o que acontecia por trás das câmeras. principalmente como os filmes eram criados, como as ideias surgiam. a descoberta de que eles eram escritos por roteiristas e que às vezes custavam a chegar na mesa dos grandes produtores lhe chocou ao mesmo tempo que lhe ganhou bastante entusiasmo. afinal, secretamente foi apaixonada por escrever por bastante tempo e jamais soube que poderia fazer alguma coisa com essa sua paixão além de publicar um livro e rezar para que ele tivesse algum sucesso, enquanto como roteirista poderia vir a se utilizar da influência de seus pais para chegar lá, ainda que não fosse tão fácil sendo ela uma mulher. michelle começou a carreira de uma forma simples, não recebendo os créditos por seus filmes — os críticos podiam ser bastante cruéis com mulheres — sendo estes sempre direcionados ao nome de um homem que às vezes sequer existia. apenas aos vinte e cinco anos teve um filme creditado a si, sob a assinatura de mickey wilkins, um nome masculino e seu mais novo pseudônimo, o que atualmente ela carrega.