Confusa como o que sinto, minha mente se enrola e desenrola em busca de resposta para a pergunta indecifrável.

Herdeira do cinismo

Apavora,

Me devora

Saber que outrora

Fora nossa hora

E agora,

No meu peito aflora

A perda de ti.

Herdeira do cinismo

Sonho todo azul

Eu fui contra a maré. Ignorei todos os sinais de alerta e lampejos do farol e mergulhei na tua imensidão. Mergulhei com o pé atrás, mas, mesmo assim, fui. Sentia-me como a própria descobridora dos sete mares, tudo era intenso e belo, águas calmas e, a princípio, cristalinas me rodeavam e cobriam todo o meu ser. Existia presença e eu confiei nessa imensidão intensa. Aí foi meu erro: confiei demais nesse teu oceano traiçoeiro. E quando eu menos esperava, a água cristalina transformara-se em turva, a calmaria não existia mais, fui puxada pelo teu redemoinho. Um turbilhão não permitia eu voltar para onde me sentia calma e segura. Entrei em pânico e tentei lutar contra, mas nada adiantou. Eu senti a água salina invadir meus pulmões, a concentração de oxigênio reduzir e até já conseguia sentir as palpitações. A fadiga me impediu de continuar lutando. E assim, eu me afoguei na tua imensidão ilusória e viciosa. Tu fora meu sonho azul, azul da cor do mar.

Herdeira do cinismo

“a ausências às vezes fala”

— andré felipe cardoso

eu não era mais uma prioridade quando eu tive que implorar pela sua atenção.

evy

Em meio ao caos, é você minha calmaria. Você, dono dos meus risos e do meu coração.

Caren B.

Tu diz que sou um anjo e me impede de voar pra longe de ti.

Herdeira do cinismo

Tu criaste raízes em mim. Virou meu cotidiano, meu refúgio e meu ponto fraco. Contigo tudo parecia fácil, não precisava medir palavras e muito menos sentimentos. Eu extravasava contigo. E eu amava. Mas como tudo em mim, tu foi efêmero, mais rápido do que eu imaginei e mais dolorido do que meu pior pesadelo. Num dia planejávamos morar juntos e no outro tu sumiu. Assim, literalmente, sem mais nem menos, nenhuma explicação. Do dia pra noite o tudo passou a ser nada. E eu entendi. Para ti eu sou só mais um escape, quando ninguém está por perto, tu corres pra me procurar. Agora que tu tens vários, eu não passo de ligações antigas que te consolavam na madrugada fria.

Herdeira do cinismo

a ansiedade causada pela dúvida mata mais do que a própria tristeza. 

Estar sozinha é tão diferente de se sentir sozinha. Estar sozinha, muitas vezes, é uma opção; se sentir sozinha é involuntário. Você pode estar rodeada de pessoas é, mesmo assim, sentir uma solidão incomparável, ao mesmo tempo que você pode estar sozinha em seu quarto, e se sentir extremamente completa. A questão é que a diferentes entre ambos é uma linha muito tênue, e acreditamos que ao estarmos com a casa cheia, o sentimento de solidão vai embora, ou que ao ir à um encontro de amigos o sentimento de solidão vai embora. Mas a verdade arrebatadora aparece quando você está somente com você, sem ninguém ao redor: você está sozinha ou se sente sozinha?

Eu me apaixono por detalhes, pela simplicidade, pela espontaneidade,  por pequenas demonstrações. Coisas que parecem simples  mas que quando somadas  fazem toda a  diferença. Eu me apaixono pela atenção, pela mensagem de boa noite a  de bom dia, pelo chegar cansada em casa depois de um dia exaustivo de trabalho e, ainda assim, procurar saber como  estou, como foi o meu dia, nem que sejam 5 minutos de uma ligação ou uma tarde inteira de  conversa deitados no sofá. Eu me apaixono por quem observa meus gostos, decifra meus silêncios. Fico encantada por quem me escuta, por quem puxa assunto, por quem as conversas fluem naturalmente. Eu me apaixono e vai virando amor. Amor nasce na rotina, no dia a dia. Amor é conquista diária. É fazer se apaixonar de novo, de novo e de novo. Amo ver esforço, dedicação, interesse, companheirismo. Amo. Amo quem faz com que me sinta em casa e desperta em mim a vontade de ser melhor. Mas eu também desapaixono. Desapaixono quando vejo descaso, desatenção, “tanto faz”. O “tanto faz” destrói tanta coisa. Desapaixono quando sinto que estou ali remando o barco sozinha, quando o que sinto não importa.  Desapaixono quando me sinto sozinha mesmo acompanhada,  Desapaixono quando vejo que pararam de si importar ,de dar importância ao que me machuca. Desapaixono quando mentem, quando fazem joguinhos,  quando deixam de  regar os sentimentos que plantaram em mim.

#Andressa F.F.

apego

perigoso, quando se é exagerado

intenso, quando se doa demais

desmedido, quando se perde o controle

incontrolável, quando se sente.

- Eu, imoderada.

“Eu sou uma pessoa muito sentimental. Mas são poucos os que sabem disso.”

— Querido John. 

tu me chega com os olhos que descredibilizam todas as minhas certezas e me faz perder o rumo enquanto enrosca suas mãos nas ondas dos meus cabelos tu ri das minhas afirmações como se pudesse desmoronar toda a fortaleza que criei ao redor do meu coração para evitar visitantes e desmorona, de fato. tu ri e eu nem sei mais perco o controle do que eu jurava ter domínio e eu já não sou mais eu me torno vontade de me ver nos teus braços hoje e no dia seguinte também.

voarias

Agradeço,

por voltar e, principalmente, por ficar por estar e por permanecer. Karoline Koppe. 

me atravessa por inteiro

ou só esquece

mas não vem

e para a flecha no meu peito.

Eu me viciei na sua presença e no teu riso.

Herdeira do cinismo