Quando surge a vida, entretanto, parece que a natureza começa a brincar de compor. Na verdade ela já compunha antes, mas suas melodias se pareciam com o "samba de uma nota só".
Rubem Alves, Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras
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As coisas fixas, marcadas pelo caráter e pela lei, são deslocadas por um comportamento caleidoscópico, num mundo em que cada pessoa parece diferente da outra.
E isso torna tão difícil fazer uma ciência rigorosa do mundo humano. O problema não está nem nas teorias, nem nos métodos. O problema está na própria natureza do objeto.
Rubem Alves, Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras
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Caráter vem de um verbo grego (charasso) que significa gravar. "Charakter" significa um gravador, um instrumento para gravar [...]. Em outras palavras: algo fixo, sem vida, previsível. [...] Uma árvore tem mais caráter que uma bailarina.
Rubem Alves, Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras
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[...] todas as questões relativas a gosto, cheiro, cor, som [...] são peixes que não nadam no mar da realidade objetiva, mas nos estreitos aquários dos nossos mundos psíquicos.
Rubem Alves, Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras
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[...] se a analogia para a teoria é um instrumento de pescaria, podemos muito bem visualizar o cientista como um pescador lançando redes e recolhendo os mais inesperados espécimes, neste mar infinito da realidade...
Rubem Alves, Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras
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Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas
Machado de Assis
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Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes
Machado de Assis
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vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar
.
aí eu paro
tiro o sapato
e danço o resto da vida
Chacal
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O universo estava em sua mais perfeita ordem e, por mais que tudo estivesse em sincronia, ela destoava. Parecia que num mundo colorido de beleza, ela era o horror monocromático.
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O céu chorou e ela choveu.
Sentia como se a orquestra dentro dela, mesmo que bem ensaiada, estivesse sempre fora do tom.
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Era tão estranho pra uma pessoa que conseguia ver beleza em tudo e todos, ser incapaz de notar o mínimo traço de harmonia nela mesma.
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O céu para de desaguar, mas dentro dela ainda chove, como o maior dilúvio de todos os tempos.
M³
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eu te escrevi, você não leu.
escrevo em terceira pessoa
pra fugir de você,
porque você sou eu
M³
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Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito.
William Blake
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Ela se olhava no espelho e via: ela. E só. Um conjunto de informação genética, genérica, que junta formava um par xx. Amiga de seus amigos e filha de seus pais.
Nada de relevante.
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Ele a via: ELA. E só tinha olhos pra ela. Uma exposição ambulante, com tanto pra se observar. Um abalo sísmico, atípico.
Rapidamente virou estudante do seu sorriso.
Tudo nela era fascinante, desde o sabor de sorvete preferido até o jeito de posicionar os sapatos sempre do lado esquerdo da porta. Das pintas que formavam um triângulo isósceles no seu braço direito até a mania de dançar quando ninguém vê.
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A beleza do encontro é que, mesmo quando ele acaba - porque certamente vai acabar - a gente aprende a se ver de um jeito diferente a partir do olhar do outro e passa a se enxergar melhor.
No fim, descobrimos que pessoas são só pessoas. Mas que histórias, momentos, sorrisos e manias, são pinturas da vida e fazem perceber que o amor é um gesto discreto, porém grandioso aos olhos de quem ama.
M³
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Sozinha eu sou
semente
inteira
e me basto.
Acompanhada eu sou
entregue
inteira
e floreio.
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Bom dia, poetas velhos.
Me deixem na boca
o gosto dos versos
mais fortes que não farei.
Dia vai vir que os saiba
tão bem que vos cite
como quem tê-los
um tanto feito também,
acredite.
Paulo Leminski
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aprendi com meu filho de dez anos
que a poesia é a descoberta
das coisas que eu nunca vi
Oswald de Andrade
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look for the girl with the sun in her eyes
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a girl with kaleidoscope eyes
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