JÃO - ERAS

by ilustraRICK

Sou daqueles que tem a premissa de que quando se está perdido o jeito é parar e refletir até achar uma saída, no caso, se isolar, meditar...

Temos sempre duas ideias que se colidem, o anjinho do bem e do mal. O bonzinho sempre indica a melhor forma de se resguardar de decepções, frustrações e se machucar a toa; o maligno já incita a buscar mais e a tirar proveito, se jogar, não passar vontade e acatar tudo.

Uma analogia fraca, mas que na minha cabeça faz sentido: evitar se estressar, contornar os aborrecimentos evitando-os e não insistir e continuar se frustrando. Esta seria a saída mais lógica e correta.

Advinha qual a gente segue a risca? Isso mesmo, a opção que está ligada ao egoísmo e a se aproveitar, por mais que não seja de forma maliciosa, a gente dá a chance de continuar vacilando.

Eis que se passa o tempo e cai a ficha de que a gente estava certo e seguiu pelo errado, até porque os sentimentos que ficam comprovam isso: a gente sempre vai errar.

O que vale é aceitar os erros e se manter firme em todas as decisões, por mais que sejam tomadas de cabeça quente, você deve arcar com sua palavra, suas escolhas, de fato, sustentar seus BO´s.

Eu evito ao máximo falar, mas sempre deixo escapar. Fica na cabeça de que nem tudo será percebido, entendido, processado e aceito. Aquela velha premissa de que a verdade sempre aparece e a gente insiste em dar uma forcinha pra ter certeza de que ela virá mesmo à tona por medo dela jamais aparecer.

Mas o que eu realmente entendo é que tudo passa e só você se estagna, você aceita o pouco ou o que aparece por medo de não vir mais, mesmo você sabendo que merece bem mais do que está recebendo. E se for pra receber o pouco, é melhor nem receber. Quem se alimenta de migalhas é passarinho. Você até voa, e vai voar da minha vida. Como diz a Márcia Sensitiva: voa cara, voa.

Até entendo que o problema não está na dor de cotovelo, e sim na percepção de estagnação, de que as coisas não correm, você não tem aceleração suficiente para sair do lugar, assim o carro morre.

Um eterno talvez

Talvez eu não fosse a sua completude. Talvez eu enxerguei mais onde não era nada. Talvez eu tenha me iludido com tão pouco. Talvez eu não tenha sabido lidar com o muito por estar acostumado com o pouco. Talvez... e só talvez eu tenha errado. Mas talvez... Talvez eu estivesse certo. Talvez eu tenha me perdido na soberba. Talvez eu tenha criado uma ilusão, me frustrado por descobrir que nada fantasiado era real, me irritado com tudo, explodido, tentado concertar e acabado por estragar tudo. Talvez eu tenha de lidar com as consequências. Talvez eu deva entender que eu mudei. Talvez eu deva ter entendido que você mudou. Talvez eu tenha achado que havia amor, mas não o amor da forma como eu aprendi a enxergar, mas o amor da forma como você idealizou para amar. Talvez ambos tenham errado. Talvez ninguém errou. Talvez eu deva arcar com as consequências. Talvez eu deva sumir. Talvez eu não deva mais insistir nesse assunto. Talvez... minha cabeça seja um recinto de incertezas, achismos e confusões. Talvez...

O que você espera do amor?

Eu espero um relacionamento bem boiolinha, aquela coisa bem brega que só o amor é capaz de ser. Aquele sentimento de entrega mútua e cumplicidade que os filmes e séries pintam. Aquela coisa absurda de se doar mais do que recebe e no fim perceber que doou menos do que recebeu e ficar feliz. Uma ideia um pouco egoísta, mas enquanto o outro estiver feliz, essa ideia cai por terra, porque quando há satisfação, o pouco se torna muito e a obrigação é apenas um bônus.

Fico no aguardo da minha vez chegar, já maquino fazer tudo escondido por medo da inveja atrapalhar, mas sempre fazer tudo o que der. Critico quem é gado mas morrendo de ciúme pra fazer igual ou ainda pior quando for na minha vez de amar. Será que terei vez?

Eu sigo aguardando porque há a esperança de que se não esperar por nada, o destino acelera as coisas. A gente crê que algo vai chegar, mas num tempo desconhecido. A gente sonha que terá até porque é impossível não esperar por algo quando tudo ao redor, pessoas, filmes, séries, livros e até jogos, te mostram que a opção de amor ainda não foi desbloqueada no seu inventário e é uma função tão necessária que completa todas as suas horas vagas e de solidão.

Calejado de interpretar na minha cabeça as minhas possíveis reações ao encontrar a primeira vez com meu par romântico, a espera esta me cansando. Que tolo ansiar por isso, meio óbvio que pelo tempo que já se passou é capaz de nunca ter existido a remota possibilidade disso.

O medo que dá é se entregar ao primeiro relacionamento bosta que aparecer apenas por ter tido o azar de ser o primeiro e na avidez de algo não reconhecer que é furada e sair fora.

Estou numa situação que até acredito que tenham feito trabalho para eu não ser feliz no amor. Ou melhor, para nem conhecer o amor. É ingenuidade, eu sei, mas começo a pensar em mil e uma coisas para impedir que minha vida amorosa decole. Até mesmo cogitei que o problema fosse eu.

Eu imagino o que é o amor porque ainda não o vivi, mas será que isso é pra mim?

Eu consigo fantasiar tanta coisa pois misturo tudo o que escuto, vejo e leio, mas ainda não sou capaz de transpor em trama, melodia ou imagem o que idealizo, logo, me cabe explicar nestas linhas o modo de como produzi tudo o que penso mas guardo o resultado só pra mim. Mas estou disposto a trazer o seu amor, se caso ele me for recíproco.

A culminância de pequenos vacilos se agregam numa explosão sem sentido.

A amizade se desgasta quando ela se parece perfeita demais nos momentos de contato. Uma pessoa me ensinou sem dizer uma palavra sequer sobre o assunto que não devemos depositar expectativas em pessoas, as vezes os erros que elas cometem não são por mal, mas as atitudes com maldade escancarada é que devem ser repudiadas e se afastar é a melhor opção. Assim como quando uma amizade de desgasta, se afastar também é a solução mais lógica, pois a manutenção da mesma nem sempre é algo reparável. Visto que quando você se entrega e a pessoa vê nisso um padrão, ela vai querer sempre esse padrão e quando você passa a entregar menos que isso, ela vai se distanciando, talvez você nem perceba, mas nota que seus pequenos vacilos não são mais perdoados. Eu sou assim, não costumo falar do que me magoa, mas eu me magoou fácil e com coisas ínfimas. São essas pequenas coisas sem significado que traduzem a importância real que você dá.

As vezes pego pesado mas não adianta arrependimentos e voltar atrás sabendo que mais cedo ou mais tarde haverá mágoas de novo. Não vai ser pra sempre, mas é mais um recurso para não ficar pior. A gente se chateia e quando não sabe verbalizar o mínimo, no máximo extrapola. Por mais que seja doído, as pessoas que ganhamos por tabela deveriam ficar, isso me magoa porque mostra a pouca maturidade, enquanto que os vacilos se retenham a apenas entre os dois, os que estão além não devem ser envolvidos, mas envolvê-los me magoa ainda mais e faz dissipar o meu desejo mais acima, aquele do possível retorno.

O carinho permanece mas a mágoa fica, e ela vem a tona apenas pela mera lembrança. O gostar deve superar a mágoa e tornar tudo as boas? A gente acha que se conhece, mas as vezes não se controla e maturidade para mim é lidar com tudo isso da forma mais cômoda e reconhecer e segurar o que fez sem dar passos para trás. Talvez volte amanhã, talvez volte nunca mais. Talvez até volte mas sem a atenção de antes e crie novas mágoas. Talvez vá para o limbo do esquecimento. Talvez nem seja.

O que não foi, não é.

Quantas vezes você chorou em silêncio imaginando situações significativas que remeteriam a momentos inesquecíveis de sua vida se alcançasse o sucesso de seu sonho de infância?

Quantos sonhos você matou quando cresceu alegando ser apenas realista e pé no chão?

Quantos sonhos adolescentes você ressignificou e viu que podem ser uma saída para alcançar algo completamente diferente do que você queria antes mas que usa o mesmo caminho para tal?

Quando vai ser a hora de tentar qualquer coisa, nem que seja diferente do que você já quis, apenas para tentar ter a satisfação que tanto busca?

Quando adolescente queria cursar jornalismo, cresci, amadureci e vi que não sou nem um pouco comunicativo e bom em oratória para tal fim, mas agora vejo que para trabalhar com a artista que eu gosto e estar sempre perto dando ideias e acompanhando, o curso de jornalismo me proporcionaria o currículo para isso. Queria ser dermatologista na mesma época para poder ter cacife de tratar possíveis escaras na pele do meu avô, desisti quando ele partiu, mas também queria para poder tratar do meu problema de dermatite de contato nos pés e do suor excessivo já que tenho vergonha de falar abertamente sobre isso. Queria me formar em bacharel em design para poder atuar como professor em faculdade de forma estabilizada e lidar com coisas criativas, criação de objetos e artes gráficas, a situação atual não permite, o curso seria em outra cidade e não teria como me bancar, assim como não tenho vocação para o ensino. Pensei em cursar fonoaudiologia para ajudar no desenvolvimento linguístico da minha afilhada, quando na verdade poderia atuar também com os cantores que gosto. Queria cursar letras para poder trabalhar em editoras e ter contato antecipado com as obras que gosto. Queria ser cantor, mas vi que não tenho aptidão para isso, tanto vocal quanto expressiva, e nem aptidão para compor ou tocar instrumentos, mas queria ser backing-vocal para poder estar perto dos artistas e viver um pouco desse sonho. Meus sonhos profissionais nunca foram só por mim, sempre tinha algo a mais ou talvez eu que procurasse novas justificativas para validá-los.

Gosto de desenhar, criei perfis artísticos nas redes sociais para expor um pouco do que produzo e comprei uma mesinha digitalizadora mas não me acho bom em desenho para tentar algo mais profissional, só gostar não te garante nada.

Tentei cursar nutrição uma vez que a dieta me ajudou e muito na perca de peso, consegui a bolsa do ProUni que foi perdida por conta da própria instituição de ensino, seria a sorte me frustrando ou um aviso de que meu rumo não seria nesse? Sou formado em Técnico em Informática mas durante o curso vi que a área não era para mim, não gosto de linguagem de programação, adquiri conhecimento para não ser enganado na assistência técnica de computadores e ficou por isso mesmo. O mais proximo que cheguei do design foi o curso de design de produto, curso esse que não vi muita solução para novos trabalhos, apenas a leve confiança de que há saídas se caso tentar algo na criação. Isso mostra que tentei, não de forma condizente com o certo, mas não fiquei tanto tempo parado.

Nunca pude me entender bem, nunca tive um gosto tão bem definido, eu sempre fui essa junção de referências. A idade clareou algumas coisas para o meu entendimento, mas ainda continuo sendo essa confusão que não tem um único sonho definido e nem tem perspectiva profissional. Não sei como pretendo ganhar a vida para dizer que fui bem sucedido, não sei como vai ser daqui pra frente. Mas eu queria uma guinada para um voo maior, uma vida estabilizada e uma satisfação pessoal. Queria me entender para lidar melhor comigo. Ser uma boa pessoa é servir de modelo ou apenas só estar em paz comigo. Só queria descobrir do que gosto e levar isso em frente, ter a sorte do ambiente estar propício para tudo isso e formar a minha família, meu lugar de retorno todos os dias para quando não tiver mais o colo e o apoio dos meus pais.

Talvez isso não sejam feridas e sim frustrações de não ser decidido. Nunca havia sido tão pessoal e direto ao contar de mim aqui, talvez isso me ajude a ilustrar alguma ideia futura ou seja uma forma de terapia já que eu nunca tentei esse tipo de ajuda. Eu sinto que eu preciso crescer mas tenho receios e medo do processo. Talvez isso seja uma forma de validação do que tentei ou quis, mesmo quando eu digo que não sei o que eu quero.

Quanto tempo o tempo tem?

Quem nunca se pegou pensando no tempo que lhe resta e no que de significativo fez? Se fora bem aproveitado ou se vai ter tempo de fazer tudo que ainda deseja? Dizem que tempo é relativo como dizem também que para tudo há tempo. Não sei onde reside a verdade e nem se ela será descoberta um dia. Óbvio que eu gostaria de saber, mas confesso que receio das consequências que terão. Será que o tempo está ligado com a resposta dessa questão?

O relógio biológico vai despertar algum dia? Jovem demais para tais atitudes mas já tão velho para ainda não as ter tomado. Quem afere o tempo? Quem detém o poder de inquirir a pressa? Seres pensantes possuem as perguntas mais pertinentes, não é? Quem possui respostas dorme tranquilo a noite? Novamente eu retorno ao início de todas as indagações e me pergunto: há tempo? O que eu estou fazendo com o meu tempo? Pensar nisso evoca tantas outras coisas que eu até me abstenho para não temer ainda mais.

Impossível não pensar no tempo e mais impossível ainda não se perder. Invejo a liberdade de uns e mesmo possuindo alguns dos artifícios que eles possuem, tenho medo das consequências que só pesarão para o meu lado. Será que meu medo é quem consome o meu tempo? Será que se eu me jogasse nesse abismo o desespero da situação me faria viver? Novamente trago à toma mais perguntas, perguntas essas que só saberia a resposta tentando, mas o medo do fracasso ou medo de encarar a reprova de quem me provém o sustento? Eis a primeira explicação travestida de dúvida.

Fico pensando em como será após a morte, será que será um fechar de olhos e um mergulho numa escuridão sem consciência? Mas assim não haveria nada após o fim? Será que é com esse pensamento que os suicidas encerram sua jornada? Óbvio que deve haver algo após o fim, até os jogos possuem pós game. Mas a vida não é um jogo. Isso não é simulação.

Ultimamente sou tomado por tais indagações e fico retido a pensar sempre o mesmo e confesso que me cansa, mas tentar descobrir a reposta me assusta. Um covarde por não tentar e um tolo por querer. E aqui encerro o que sequer comecei: o porque sem reposta.

- acho que se você ficar esquematizando um possível futuro, o destino vai achar um jeito de te frustrar. - porque você diz isso? - você já viu algum plano seu, que você definiu com todos os detalhes pensados possíveis, dar certo ou sair exatamente como você planejou? - não, óbvio que não. - talvez nem seja o destino que te contrarie, é talvez que a vida seja feita para ser surpreendente e você imaginando possíveis acontecimentos tira o fator surpresa do arsenal do destino e aí ele é obrigado a te frustrar. - então a vida seria algo surpreendente? - ela tenta ser e o destino dá o toque final. - então o destino não gosta de mim. - talvez ele não goste desse seu pessimismo e dessa sua certeza. - ao menos ela faz sentido pra mim e isso me faz estar preparado. - mas não precisa se preparar, só viver. - e se for um processo? - e se não for? - o que me reserva o destino? - isso você só saberá se viver. - eu não sei se eu quero viver assim. - então você quer desistir? - óbvio que não, só não quero essa situação. - a vida nos dá a opção de escolha, ela permite decidir através do livre arbítrio e tudo o que vier a seguir é consequência. - você é cheio de frases de efeito clichês. - eu sou o que você imaginar. - se eu tenho poder de imaginar você, porque não tenho o poder de imaginar o destino perfeito para mim? - você tem o poder de muitas coisas, talvez esteja esperando algo como resultado de uma conta que não foi feita. - o que eu esqueci de fazer? - você está esquecendo de não esperar nada. - é impossível não esperar por algo. - ou por alguém. - então...? - você cria suas próprias frustrações. - eu sou a frustração em pessoa. - você acha que cada ato seu te retornará algo, está certo que há uma troca equivalente, mas talvez o que você oferece não é suficiente para pagar o preço e não estou dizendo que você está dando pouco, que precisa se entregar e fazer mais, só estou dizendo que talvez esperar não seja a moeda de troca correta ou apenas fazer. - se não é para me dar mais e nem esperar, o que eu preciso fazer então? - eu já lhe disse, é apenas viver, aprecie o momento, contemple a equação, se doe como puder, se abstenha se não for favorável, tente pôr o máximo de você e não se acanhe em não dar nada se não for satisfatório para você. se ponha em primeiro lugar e as vezes em segundo conforme a situação pedir, tenha discernimento e resiliência, não lhe posso revelar os segredos do universo, mas lhe posso insinuar que tudo o que precisa está dentro de você. - eu preciso de amor. - você se ama? - eu me odeio. - por ser quem é ou por não fazer por onde? - por não ter ânimo. - admitir já é um fôlego que você não tinha antes. - então este é o começo? - um recomeço, talvez. - dessa vez eu vou conseguir? - quem sabe?! - posso tentar? - você já está tentando. E se foi sem dizer adeus...

Carta ao meu eu de depois dos 30.

Tudo há seu tempo, mas não crie expectativas, afinal nada vai sair como o planejado, mas cuide de si. Cuidar de você mesmo é o melhor que se tem a fazer, zelar pela sua saúde mental é zelar pelo seu maior patrimônio: sua consciência tranquila e livre de preocupações. Você não tem ideia do que é estar despreocupado com tudo e livre, a sensação é indescritível, e eu queria que você experimentasse não se cobrar tanto.

Não tem problema ter 30 anos e ainda estar no armário. Não tem problema ter 30 anos e nunca ter namorado. Não tem problema ter 30 anos e ainda morar com os pais. Não tem problema ter 30 anos e ter tirado a CNH agora aos troncos e barrancos. Não tem problema ter 30 anos e estar conseguindo só agora o console de videogame do momento. Não tem problema ter 30 anos e não ter estabilidade financeira. Não tem problema ter 30 anos e não ter um emprego menos deprimente e estressante. Não tem problema ter 30 anos e não ter um filho. Não tem problema ter 30 anos e ainda não ter feito nada relevante que leve seu nome para a posteridade. Não tem problema, sério mesmo, não tem.

Todas as suas escolhas foram feitas por base da solução mais cômoda para o momento, não se cobre depois, aceite o que foi feito e jamais reclame, afinal você fez suas escolhas de caso pensado, mesmo aquelas que foram feitas sobre pressão, no calor da emoção ou por falta de tempo. Você fez o que estava ao seu alcance, sem se esforçar demais e sem se cobrar de menos, foi e fez, já tá de bom tamanho os resultados.

Você tem seu momento de se entender e entender bem sua sexualidade e não há necessidade de expor isso se não se sente confortável, não precisa espalhar aos quatro ventos ou definir uma posição, não precisa escolher um momento, uma hora vai chegar e você vai estar preparado, nem vai precisar confabular ideias, vai ser natural e isso tem de ser natural. Não precisa armar um plano ou esperar o tempo propício, e outra coisa importante: não use pessoas para medir o momento, não se apresse por elas, afinal quem vai encarar as consequências de tudo é você e isso não é garantia de que tal pessoa vai estar do seu lado para te apoiar, não tome atitudes precipitadas por tais pessoas também, tome a decisão por você, eu vou estar aqui para te apoiar.

Se cobrar demais por isso vai fazer você enxergar oportunidade onde não deveria ter e isso pode ser tão prejudicial. Se enganar com alguém é péssimo e apressar demais as coisas também, até pode ser a pessoa certa, mas pode ser o momento errado ou pode ser a pessoa errada no momento certo, enfim, a paciência de deixar acontecer naturalmente é a dádiva que vai validar essa espera.

Independência financeira é algo que se demora a conquistar e se conquista aos poucos, quantos amigos começaram com tão pouco, eu sei que a sensação de ser dono do próprio nariz é tentadora, mas o acalanto que um colo materno é capaz de prover é completamente diferente da sensação de poder. É bom de toda forma, mas não há necessidade de se largar no mundo tão rápido, deixa a necessidade fazer a ocasião, você vai ter seu momento, não importa quando, só tente estar preparado para os baques que virão, eu sei que você é forte e eu vou estar aqui para te dar um abraço forte e dizer "eu estou contigo, vai dar tudo certo".

Aos pouquinhos você foi conseguindo as coisas que você queria por você e pelos outros, eu sei que o transporte seria seu passaporte para a liberdade ou algo parecido com isso, mas quem diria que o medo iria barrar a comemoração da conquista? Você foi capaz e você é capaz, só precisa de prática, com calma e muito treino vai dar bom. Vai ser seu motivo de riso bobo logo menos. E quando você era criança que precisava ir a uma locadora para ter acesso ao joguinho de console? Hoje em dia você tem o seu próprio vodeogame, demorou mas você já tem tanto jogo que nem sabe qual jogar. Um tempo atrás você nem imaginaria tudo isso com um emprego de salário mínimo ou estaria procurando emuladores para jogar no PC. A vida adulta é complicada, é mais barato morar com os pais, eu sei bem, a parte ruim é que eles não são para sempre, mas não precisa acelerar o processo, você vai ser capaz, você sempre foi bem adaptável às mudanças. O emprego que você tem agora te sustenta e paga suas contas, nenhum emprego é essas mil maravilhas por mais que pintem isso, não importa o que seja o ofício, se passa a ser trabalho, ele perde o gosto e começa a ser chato. Você sempre diz que não tem psicológico para educar bem uma criança e teme criar um monstro, você vem de uma geração que se preocupa muito com a saúde mental e isso vai refletir em todas as suas escolhas, isso já é responsabilidade e isso vai reverberar em sua prole. Quem sabe a sua contribuição para as gerações futuras e a sua marquinha no mundo não seja este texto? Talvez ele marque alguém de uma forma boa ou sirva para gerar risos em outra, mas de alguma forma, alguém vai se beneficiar do bem que isso pode trazer e a diferença vai estar sendo feita. Você nunca foi perfeito e nunca vai ser, mas você já tem discernimento para aprender e crescer sozinho, você já sabe que pode e sabe que não necessita ter todos os artifícios para ser capaz, você simplesmente só precisa tentar e não é uma coisa de tentativa e acerto, é mais contar com um pouquinho de sorte e meritocracia. Talvez o mérito exista ou talvez tudo seja ilusão.

Eu li que somos seres passageiros querendo ser eternos, É afinal ninguém quer passar despercebido. É impossível não mudar. Mas a cada tentativa você esta tentando ser melhor ou menos pior, contente-se com o que conseguir. Tudo não vai sair como o planejado e esse seu mecanismo de defesa tem te salvado de muita coisa e ainda vai te salvar, e não me refiro a apenas zelar para não ter novas decepções, sinto em dizer que terá sim, e muitas, mas o estrago dentro de você será amenizado e não encare como pessimismo. Espero que sua experiência acumulada te ajude a amadurecer sem perder sua essência, boa sorte nessa estrada, você vai precisar.

E me veio mais um texto de fim de ano

É chegada o fim de mais uma temporada. Este ano foi um carrossel de experiências, convivi com pessoas que mudaram meus horizontes, tentei buscar objetivos tão esperançoso e no fim da conquista a animosidade não foi compatível, experienciei novos pensamentos, novos sabores e cores, mas a reta final está tendo um clima um tanto melancólico como em todo ano que se finda, são as apurações de toda a experiência vivida.

O desejo por novas experiências me faz desejar por muito mais do que já consegui, não tracei planos ao início e sim ao meio do ano, no meu aniversário, chegar aos trinta é algo que ainda não consigo crer, a somatória de tantos anos não condiz com a bagágem acumulada, ou seria o contrário? Enfim, não consigo crer que tenha tanto e possua tão pouco. Sei que é errado usar a ótica dos outros para medir minha caminhada, porém o ambiente influencia e nós somos seres que sentem inveja, queremos experimentar as sensações, não calculamos as consequências, apenas isso.

Desejar por uma renovação de exibição é pedir por mais um ano de tramas, uma nova temporada chega com um vigor novo, ao menos vendo assim, ajuda a amenizar qualquer frustração e dá esperança de algo melhor vir, sempre desejamos o melhor. Crio na minha cabeça mil e uma fanfics, é óbvio, eu quero muitas coisas e sei que não conseguirei tudo, então posso imaginar sabendo que não vai ser assim se caso acontecer e talvez nem aconteça nada parecido, mas eu sigo imaginando e com todos os porém, sigo tentando. Feliz 2023.

O começo da independência

O simples ato de descer do calçadão à praia sem óculos e sozinho me fez pensar em várias coisas, não faço sentido as vezes, mas estas coisas super fazem sentido na minha mente. Achei também que aprender de um tudo me ajudaria a ser autossuficiente, no fim só foi conhecimento adquirido que seria inútil pois não o colocaria em prática, ou melhor, não preciso colocá-lo em prática, não no momento. Também pensei que acelerando certos processos eu seria mais independente, me enganei, me deixou com mais medo. Vai ver independência não se aprende, você se torna quando a situação te obriga a ser.

Eu tinha várias certezas e agora tenho várias dúvidas, estou certo de que a independência e a solidão virão mesmo que tardiamente, é inevitável isso de seguir o fluxo natural da vida, porém há as controvérsias do destino, e talvez esse curso não seja como o esperado, mas não contemos com imprevistos e surpresas, voltemos para a linha de raciocínio original. Eu serei obrigado a ser independente um dia, me acharei sozinho no mundo e está será a tal solidão que mencionei antes, ser ansioso me faz querer estar preparado para qualquer empecilho, mas essa ideia é natural quando todos os pais educam seus filhos para o mundo, eu sou aquele filho que não saiu de casa e nem tem pretenções, porém tem medo do inevitável e buscava se preparar, agora busca seguir mas o medo o impede e também os laços familiares fortificados na dependência.

O anseio por buscar sempre o melhor nos move: um emprego melhor, mais tranquilo e mais rentável; um lugar só seu e com sua cara; ter sua identidade estampada minimamente nas suas roupas e na decoração da casa; ter uma poupança que banque imprevistos urgentes; enfim, todo aquele sucesso e glamour de uma vida independente. Fomos contaminados com a ilusão de que se estiver trabalhando tudo é fácil, e sabemos que não é bem assim, ter um vínculo empregatício remunerado te garante não morrer de fome até o fim do mês, supostamente, mas não ter planejamento pode acarretar nesse fatídico fim, então emprego não garante estabilidade financeira se a pessoa que o administra não sabe como fazê-lo, ele apenas garante uma mínima fonte de renda, isso se julgarmos que o indivíduo ganhe somente o salário mínimo como é nossa realidade. E para pessoas sonhadoras e que acreditam minimamente no seu potencial, um mísero salário mínimo é o atestado da sua incompetência, de que não foi suficiente e quando usando a ótica dos outros, tenta se comparar com aqueles que se saíram melhor nessa empreitada do sucesso, e obviamente, se sentirá um lixo, e não estou falando de inveja, o que é natural sentir diante de um estado inicial igual, ter a mesma base de uma pessoa de sucesso nos faz se sentir assim: a mosca que sobrevoa o cocô do cavalo do bandido.

Não sou especialista em escrever textos motivadores ou reconfortantes, não somos tão medíocres assim, só estamos perdidos e sem sorte. Meritocracia não existe na minha cabeça, só no discurso motivador dos professores e dos nossos avós, sim, dos avós, meus pais não falam disso para mim pois sabem que nem tudo é só esforço, tem de ter sorte, tem de estar no lugar certo e na hora certa e em alguma casos, precisa de ajuda, o famoso pistolão ou a peixada, como alguns costumam nomear. Talvez eles tenham vivido experiências tão frustrantes quanto as que eu crio na minha cabeça e as que vivenciei, afinal a idade trás experiência na maioria das vezes ou é só a suposta confirmação de que já teve tempo suficiente para entender tudo o que rola.

Talvez o seu sucesso não seja exatamente o que você sonhou para você e tá tudo bem. Sucesso é relativo, você só precisa do suficiente para manter, não se manter vivo, mas manter os seus gostos, alguns pequenos luxos e algum mimo anual intitulado de loucura. Eu sei que é pouco, mas nem sempre a gente consegue muito e precisamos estar bem com isso, a sensação de frustração constante é ruim, e não venha me dizer que isso é pessimismo, pra mim isso é realidade. A vida não vai ser boa com todos e principalmente com você, então se acostume com os fracassos. Mude sua ótica para não sentir um lixo sempre que seus planos não saírem como planejado. Não se arrisque tanto, mas não deixe de apostar em você quando puder, vai que você esteja com sorte e as coisas melhorem, afinal um dia a tapioca vira, ela precisa assar do outro lado também para ficar pronta.

Sabe, as vezes é preciso fazer uma faxina. Reorganizar as coisas de lugar, tirar o pó que paira no ambiente, tirar alguns objetos e roupas para lavar, é preciso tornar tudo limpo e utilizável. Com o nosso interior é a mesma coisa, precisamos reorganizar ideias, limpar os conceitos e valores empoeirados, lavar as roupas e as sandálias da humildade que ficaram sujas de soberba e prepotência. É preciso se despir do pudor, da arrogância e do ódio. Não só para ser mais leve, mas para lidar melhor, ser mais adaptável e compassivo. Como aquela personagem de um livro da Clarice Lispector, onde ela passa toda a trama arrumando sua casa para receber seu amor, quando no fim é tudo uma analogia, tudo uma metáfora, tudo uma simbologia, a casa nada mais era do que o íntimo da personagem. Mas é óbvio! Você não materializa sentimentos para assim jogá-los fora, você se autoanalisa e tenta ver o que pode melhorar em cada aspecto. Tentar ser melhor... ninguém fala o quão frustrante é isso.

"Por onde flor, floresça."

Não sei bem onde ouvi essa frase, nem a quem ela pertence ou em que circunstância foi dita, mas ela cabe uma reflexão. Ao tomar a flor como sinônimo de alegria, já que elas embelezam o caminho, temos a sina de ser o engraçado, o palhaço do grupo, aquele que faz graça e é o motivo da piada. Talvez tomei a analogia errada, é óbvio fazer escolhas erradas, as mais fáceis são as que mais convém, seja para acusação ou para sair pela tangente. Talvez a certa seja a analogia que remete àquela parábola bíblica do semeador, que diz para se jogar nos caminhos e se der bom, a semente germina. Não estou querendo ser cômico, mas quem sabe aprender com os erros dos outros seja mais sagaz? Você não terá tempo para viver todos os erros e se você for como eu, vai querer contornar todos ou evitá-los a todo custo, só quem sabe a sensação péssima da frustração concordará comigo quanto a importância de manter a sanidade.

Talvez o real sentido da frase seja sobre se adaptar. Lógico, uma pessoa resiliente consegue isso, como também uma pessoa que suporta todos os abusos e assédios morais que a vida pode proporcionar, como também aquele que sabe que depois de tudo encontrará o que deseja, como também aquele que já não tem mais expectativas. Veja bem, todos suportam, uns mais, outros menos, mas todos são capazes de suportar, a residência está em permanecer. O mundo pode, literalmente, desabar sobre você e você ainda pode florescer. O florescer está em crescer, não tô falando no desabrochar, nem toda árvore produz flor, mas se ela vinga, ela cresce. Não necessariamente intacta, mas se olhar bem para seu tronco poderá ver as marcas de tudo o que enfrentou para se manter estrondosa. Florescer está em se adaptar a tudo e ser capaz de mostrar o aprendizado, mas que fique bem claro que não estou incitando você a aguentar abusos, assédios e afins, estou tentando de mostrar que mesmo após todos os machucados e traumas, você pode ser grande. É meu jeito caótico de incentivar, mantendo-se realista e nem um pouco fantasioso, só um pouco metafórico.

Mas por onde flores, floresça.

Às vezes a verdade é um segredo que você guarda de si mesmo porque viver uma mentira é mais fácil.

Os dois morrem no final, Adam Silvera

Aos vinte anos, é natural que você acumule um cemitério de amores mortos. Mas jamais cogitou ter que enterrar tantas amizades valiosas em covas rasas.

Especial - Ryan O'Connell

Nos meses subsequente a meu aniversário resolvi que me tornaria a pessoa que sempre esperei em minhas fanfics, até tentei mas no fim, não consegui, só cheguei perto, resultado: frustração. Bem, este episódio foi referente a uma área da vida, agora tento de novo por outro lado do prisma e tô com medo das frustrações novas que vou ter.

A gente sempre cria ilusões e metas, não necessariamente nessa ordem, mas a gente tenta idealizar uma utopia. Obviamente que tudo o que a gente cria é em caráter palpável, porém depende de diversas situações e a principal delas é sorte. Quem nunca simulou a vida perfeita em ambiente controlado? Nossa cabeça seria esse ambiente tão seguro? Bem, para mim, sim. Ou talvez eu não perceba, ou talvez seja e eu que sou inseguro demais, tanto faz.

Toda essa introdução complicatória foi para dizer que crio fanfics mentais de situações confortáveis e perfeitas para a minha vida e eu queria tanto que fossem reais que as vezes até temo confundir a realidade, mas seria impossível confundir pois logo sentiria falta da confluência das coisas, de tudo dando certo. Engraçado que até imaginar benignamente tudo dar errado eu imagino, mas de uma forma que eu ficaria feliz com qualquer resultado, seria a perfeição, a maturidade ou o cansaço de ver seus planos dando errado?

Sempre tive essa ideia de que planejar faz tudo dar errado, é meio que o destino agindo para atrapalhar ou o excesso de expectativa gerar frustração. Mas acho que fiz entender meu pessimismo. Eu planejo tudo certinho, levo em consideração as falhas mas não penso em tudo o que possa dar errado porque a expectativa do saldo positivo está tão grande que me cega e ilude para outras possíveis alternativas. Enfim, chega-se o momento da concretização do planejamento, até certo ponto tudo sai como o esperado, mas no ápice, as coisas caminham para segmentos nunca imaginados, talvez até que dê certo, mas não exatamente como se pensava ou até que dê errado.

Mas aqui quero deixar claro que para quem planejou todo um roteiro, ter algo saindo do controle ajuda a piorar ainda mais a situação, a concentração vai para as cucunhas. Na situação análoga aqui deu certo, e a frustração é que se precisou de outros meios que não estavam no script para a situação ser contornada e o saldo ter sido positivo. Mas não ter o controle frustra. E eu não sei lidar com a frustração.

Eu sempre me deprecio, sempre tento gerar nas pessoas o entendimento de que eu não sou tudo o que elas pensam, que sou bem menos, ou talvez é a ideia que fica em mim, talvez as pessoas não achem nada. Eu também não sei lidar com a expectativa a alheia, talvez eu me importe demais com isso e isso vem a me atrapalhar, e muito. Talvez eu seja controlador demais, bem, não é um talvez, é um fato. Segurança é ter o controle de tudo, assim nada fará mal.

Voltando ao início, depois de toda essa explicação de contexto, eu idealizei muitas coisas, pessoas, situações, posses, momentos... Mas cheguei na fase de entender que para algo parecido com isso acontecer não precisa só de sorte, eu posso me personificar na pessoa tão esperada, conquistar as posses de tal pessoa, tentar apreciar o que conseguir sozinho e assim tentar ser completo. Não que eu goste da solidão, não que eu queira ser sozinho, mas eu preciso ser completo, não dá para ficar procurando alguém para se completar, porque a expectativa pode virar ilusão, e quando se tocar que estava enganado ou se enganando, a frustração será bem maior e a gente sabe o quão lixo se sente quando se está assim e esse é um sentimento que não quero sentir. Óbvio que ninguém estará blindado de frustrações, mas quero minimizá-las ao máximo. E aí, escrever se tornou para você uma terapia?

Meus escritos são uma bagunça como minha cabeça. A cronologia de tudo é deturpada, tudo misturado, as vezes não me acho, escrevo para me encontrar ou aliviar o fardo já que tenho a ilusão de que terapia não resolve. Terapia é conversa assistida por profissional, entre a gente e a escrita o máximo de profissionalismo que exista é ser fofoqueiro de uma fofoca que não apetece a leitores/ouvintes externos. Desabafar é mesmo uma forma de ajuda, de alívio, de desestresse. Fazer sentido é uma tarefa árdua, poucos possuem o dom, os bagunçados até tentam, não sei se conseguem, ameniza, mas continua só fazendo sentido para eles, talvez seja uma forma de proteção, se expor nunca foi solução para nada, quem não sairia ferido ao adentrar num tiroteio sem colete anti-balas? Cabe aqui diversas analogias, mas elencá-las só faria baldear todas as ideias. Escrevo para ter conforto, para ter alívio, por não ter com quem desabafar de forma segura. Não há cronologia ou ordem, aqui está tudo revirado, na cabeça, no coração, na vida. Todo adolescente busca se encontrar, as vezes os adultos nem sabem quem são. Ninguém sabe como começar, apenas começam de onde acham que é o começo, já outros têm a sorte de começar pelo fim, a vida tem uma forma correta de entrar e sair? Todo mundo pensa como acaba, mas alguém pensou em como começa a vida? Se você for iniciar a sua história pelo seu nascimento, saiba que é impossível sem mencionar como seus pais se conheceram, como seus avós se conheceram, como seus tataravós se conheceram e daí por todo o passado. Sua história começa pelos outros e você não sabe como termina, você pode supor, mas só sabe como será vivendo, e pra muitos viver é bagunçado, ou não, talvez seja simplificado e você que complica. Mas é difícil descomplicar. É difícil se achar na bagunça, no tumulto. É difícil fazer sentido, não o faça, seja. Não se encoraje, exista. Não se exponha, mas não se guarde muito, algumas destruições começam por implosões. Todas as coisas dependem de influência externa, não se iluda achando que só você é o responsável pela mudança, o meio influencia, tome isto como verdade e se resguarde de mais uma frustração. Nem sempre você será capaz, as vezes você é mas te faltou sorte. As vezes não é pra ser. As vezes será, mas no momento você está uma bagunça só. Ninguém se organiza tão rápido, terapia pode acelerar o processo? E se escrever for minha terapia, porque não tem surtido efeito? Porque eu não faço sentido? Porque tenho tantas dúvidas? Porque deu tudo errado? Ou será que deu certo e eu só não percebi porque tô uma bagunça? As vezes as coisas só façam sentido na minha cabeça ou talvez até façam sentido, eu que não sei externar o pensamento de forma compreensível. Enfim, aqui é uma bagunça, você quer tentar arrumar?