❛ — ❄Com uma prancheta em mãos, ziguezagueava pelo espaço aberto, inspecionando as barraquinhas e fazendo notas. Tantos talentos ocultos que já havia identificado... Verena Brunelleschi definitivamente sabia que a propagando era a alma do negócio, teria dado uma excelente seguidora anos antes. Já o rapaz que cuidava da barraca onde estava, a de bebidas, precisava de um grande polimento. A prancheta fora colocada sobre o balcão e dera um gole no martini após questionar a outra loira, bastando sua resposta para que ostentasse um leve beicinho. ❛ Pensei que eu fosse a sua diversão, daor¹. Estou ultrajada! Como pode me dizer que não está se divertindo? ❜ Caçoou da mais jovem, incapaz no entanto, de discordar dela. Erguera a própria taça ao ser questionada sobre a bebida, aproveitando-se para sorver do destilado. ❛ Além da bebida, o que pode lhe causar mínimo de diversão? Já que eu sou incapaz... ❜

“Se estou me divertindo?” Ela pendeu a cabeça pro lado, projetando os lábios em um bico. “Uhm… não. O festival parece perder a graça conforme crescemos. Deve ser por isso que incentivam o consumo de bebidas alcoólicas, afinal encher a cara não é uma coisa muito religiosa a se fazer. Não que eu esteja julgando…” Deu de ombros. “E, por falar em bebidas, o que acha de pegarmos um copo?”

❛ — ❄ Mordera mais uma vez o morango antes de simplesmente levantar-se da mesa no refeitório. Longe dos olhares alheios, a loira poderia respirar sofregamente, e foi a ânsia que a distanciou do café matutino. Tudo parecia menos doloroso do que se manter ali, onde encontrava-se rodeada pela juventude. Sobrecarregada, abriu rapidamente a primeira porta que viu, o coração batendo mais forte em seu peito ao se apoiar na madeira antes de sequer abrir os olhos e encontrar Lorsan no que aprecia uma conversa descontraída com um amigo qualquer. Naquele momento, o sangue se acumulou na região da clavícula e do rosto, e não fosse a pergunta do príncipe, se desculparia e sairia dali naquele exato momento. ❛ As pessoas poderiam torná-lo menos... pesado. ❜ Sugeriu com um dar de ombros, se colocando da forma como fora concebida, levantando o queixo e encarando o homem de cima. ❛ Este não parece um exemplo de programa de entretenimento. Mas certamente soube me deixar curiosa, Vossa Alteza. Devo manter a biblioteca fechada por mais uma hora? ❜

“  Como o clima dessa ilha poderia ser agradável?  ”, perguntou, com um meio sorriso, ao mesmo tempo em que negava com a cabeça. Como príncipe da RANU, ele tinha tido acesso a documentos que contavam a história de Alcatraz, ainda que não de maneira detalhada. Assuntos relacionados à Antiga Era mantinham-se sigilosos. “  Às vezes, tenho a impressão de que fede a sangue dos antigos prisioneiros. Ouvi falar que construíram até mesmo uma ala escondida, abaixo das celas, própria para a tortura. Nós poderíamos procurar…  ”

❛ — ❄ Centralizadora, conseguia imaginar-se estudando ali alguns anos antes, Hyacinthum sendo seu pequeno exército de meninas qualificadas e extraordinárias. Certamente se tornaria neurótica quando uma delas sucedesse em seus projetos, enquanto ela, não raramente, fosse dispensada. Mas encontraria uma forma de lidar com a situação, sempre encontrava. As unhas batiam ritmicamente contra a superfície da mesa, os olhos focados nas páginas do livro de registros não o enxergando verdadeiramente. Embora ainda estivesse na metade do dia, seus olhos pesavam, e tudo o que Myrcella mais desejava era retirar os saltos. Mas em público, jamais! Fora retirada de devaneios, ajeitando-se em um salto na cadeira ao ouvir as palavras femininas. Os olhos procuraram pela origem da voz pela biblioteca, e quando encontrou a morena, fez questão de exibir seu melhor sorriso conforme se aproximava. Ainda poderia ter seu pequeno exército de meninas qualificadas e extraordinárias. ❛ Vejo que encontrou alguns dos livros proibidos. ❜ Comentou em tom jocoso, inclinando-se sobre a cadeira à sua frente de modo a apoiar-se na mesa que a separava da princesa. A pose não era digna de uma duquesa, mas ninguém parecia importar-se quando era simplesmente uma bibliotecária. Rolou os olhos internamente para si, sustentando em seu exterior o lindo sorriso. ❛ É impressionante que uma princesa como a senhorita se interesse por este tipo de material. Diga-me, como pensa em compartilhar esse conhecimento? Talvez eu possa ajudá-la! Se prometer falar um pouco mais baixo, é claro, os outros não demonstram estar curiosos em Buracos de Minhoca. ❜

❛ —— Nós deveríamos espalhar todas as descobertas de Albert Einstein pelas ruas… É sério! Ele foi de longe uma das mentes mais brilhantes de toda a humanidade e a maioria da população sequer sabe de sua existência. Os feitos dele mereciam ser relembrados. ❜ a italiana exclamou de maneira frustada, dando uns tapinhas na página do livro que tinha em mãos e girando o corpo para encarar o outro no banco.  ❛ —— Em 1935 da Antiga Era ele já citava o Buraco de Minhoca. Tem noção do que é isso?! Da genialidade dessa descoberta para aquela época? ❜  Brunelleschi poderia ser considerada uma das maiores fãs existentes do físico e tendia a ficar entusiasmada toda vez que lia livros que citavam os feitos do falecido homem – coisa que não era ruim, graças aos recentes episódios de sua vida.

❛ — ❄ Não que fosse uma criatura incapaz de manter relações sociais por muito tempo, mas a grande maioria delas a cansava, e, por vezes, aguentar a própria cabeça parecia um fardo pesado demais. Cada contato, conquista ou beleza alheia a irritava, e, depois de anos tendo que lidar com o fato de que nunca seria tão bela, rica ou graciosa quanto seus conhecidos, Myrcella parecia novamente à beira do precipício. Sempre desejara coisas que não pertenciam a si, e acabava tomando de mãos indefesas sempre que podia, incapaz de entender as consequências de seus feitos — era apenas seu modus operandi, não havia realmente como mudá-la desde o momento em que nasceu, ainda que o buraco negro que cultivava dentro de si a cada dia se tornasse mais voraz. O olhar à diante não significava que prestava atenção no caminho que seguia, estava trabalhando em modo automático, desesperada demais para alcançar seu quarto para sequer perceber a ruiva até sentir seu corpo contra o dela e a exclamação irritadiça da mais nova. Antes de responder, no entanto, precisou piscar algumas vezes, recobrando-se da realidade. ❛ Você não gostaria de tê-lo feito. Agora, se me permite, a única coisa que quero no momento é chegar à biblioteca. Tenho diversas prateleiras de livros para organizar. Sozinha... ❜

Isabela estava há algumas horas praticando o arco e flecha — uma modalidade que, modéstia à parte, ela tinha bastante habilidade. Estava muito focada no alvo, os ombros tensionados e um dos olhos fechados, afim de mirar melhor, completamente alheia ao mundo ao seu redor. Na realidade, isso é um acontecimento muito raro; Bela tem o hábito de estar sempre alerta a tudo que acontece no Instituto. Um dos motivos de preferir ser atenta às coisas é para não correr o risco de se assustar tão facilmente: quando estava prestes a soltar a flecha, alguém tocou em seu ombro e seu instinto foi relaxar o dedo, liberando a flecha. Olhou para a pessoa com certa fúria contida, colocando a mão livre no peito. “Eu poderia ter te matado!” Reclamou, mas estava aliviada que não fizera nenhuma bobagem. Tirou a mecha ruiva que insistia em cair em seu olho antes de encarar o rosto alheio agora com curiosidade. “Mas, me diga, o que quer?”

❛ — ❄ Virtude não era algo que a duquesa costumava esbanjar, nem mesmo em momentos críticos como os que viviam naquele momento — o marido a criara para não precisar pensar naquilo, gastando tempo somente com coisas mais significantes, como oque comeriam no jantar ou qual seria sua próxima joia adquirida. Mas ali ela representava alguém com mais responsabilidade, quando comparada com os discentes, e disponibilizar-se para buscar o engradado de água no cômodo ao lado fora por obrigação. Já na pequena sala, estalou os dedos uma vez, como se buscasse chamar a atenção dos outros antes de começar a falar. ❛ Eu trouxe a água, afinal, alguém precisava hidratar os meus nobres preferidos... ❜ O tom jocoso era usado com sabedoria, enquanto exibia um sorriso para a pessoa mais próxima. ❛ Turns out that a escolhida para cargo tão braçal seria eu. ❜

❛ — ❄ Àquela altura, a única coisa que desejava era deitar-se em sua cama e só acordar quando tudo aquilo houvesse acabado, já não aguentando mais a sensação de ter de ficar enclausurada com tantas pessoas à sua volta. Tudo, entretanto, era melhor do que voltar para Galway, onde o marido a esperava com os punhos de aço. Ainda àquela altura, sentia o aperto de ferro que ele dera em seu pescoço e, apenas por reflexo, levou a própria mão ao local. ❛ O que levar muito tempo, querida? A nevasca acabar e a neve acumulada derreter, ou eles... acabarem com todo o grupo? ❜ Sussurrou para que apenas a morena pudesse ouvir, o tom levemente jocoso mesmo que evitasse fazer alarde sobre suas teorias. Seu humor era negro. O restante das palavras femininas, no entanto, fizeram com que Myrcella elevasse um pouco a voz, ocupando o lugar que lhe era esperado — mas que não se importava em ocupar verdadeiramente. ❛ Tudo, exceto os livros. Queime algumas roupas, talvez possa ser interessante. Fará com que queimem ainda mais calorias, antes mesmo da comida acabar. ❜

Ela nunca tinha experimentado clima como aquele até então, e se pudesse fugiria do frio. Estando terminantemente proibidos de arriscarem-se do lado de fora, não havia nada que pudesse fazer a não ser importunar os pobres coitados que tinham ficado trancados consigo dentro do hotel. “  Será que isso vai levar muito tempo ainda?  ” — disse, batucando os dedos na mesa, impaciente. “ Talvez devêssemos queimar os livros para aumentar o fogo das lareiras… E eu não quero nem pensar em quando a comida acabar  ”

❛ — ❄ Enquanto observava a venezuelana, só conseguia pensar que caso fosse um pouco mais esperta, teria ficado em Alcatraz junto dos poucos alunos que se recusaram à viajar. Mas Myrcella não se permitiria perder àquela diversão. Não pela viagem e os atrativos que esta carregava em si, mas para depois também ter histórias para contar à Maew. ❛ Eles não vão acreditar nisso, senhorita Leatitia. ❜ Murmurou, como se a conclusão fosse óbvia, o pronome de tratamento escapando de seus lábios com certo amargor. Ah, se a latina soubesse que ela era uma duquesa, aquela situação mudaria! Mas eles não poderiam saber, jamais. Por isso, com um sorriso forçado moveu-se pelo quarto, o mais silenciosa que era capaz. ❛ Deve ter alguns em algum local aqui... ❜

 * ♕ . — — Munida de toda sua coragem, Leatitia se espreitou pela porta, observando os rebeldes que adentravam o quarto ao lado mas aparentemente, não havia xs visto. Tea rapidamente voltou a colar a suas costas na porta, fechando-a atrás de si em um suspiro longo e trêmulo. — — Aqui o meu plano: Se nos pegarem você é mudx e eu não falo inglês! — — Ela propôs como se tratasse de um plano muito lógico. — — Você tem um grampo?

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Myrcella quando ninguém está olhando -qqq

Amber Heard for Coveteur (2018)

rpxmusings:

                                                        love   is    n o t h i n g                                                         but   a   WEAKNESS

I want your worst,“ she says, “I want everything, so that when you are screaming at me that your life is falling apart, I can say that I want you anyway.

Maybe you have to know the darkness before you can appreciate the light.