Tumgik
deepestside · 7 years
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flowersinherhead:
Ouvia seu nome constantemente, fosse na escola ou em casa, todo mundo soando agradado ao pronunciar as letras de seu nome e quase era como se sussurrassem, um segredo. Ela nunca entendeu por que os coleguinhas de escola costumavam rodeá-la para fica falando seu nome, oferecendo uma flor a ela de cada cor diferente. Ela adorava, é claro, quem negaria presentes tão lindos? Com o passar dos tempos, porém, ela foi entendendo o motivo daquilo ter acontecido. Sua mãe dizia que era devido à sua beleza, que ela era exatamente como uma flor desabrochando, o momento mais importante na vida da flora. Chohee não acreditava que sua beleza fosse algo além do costumeiro, afinal de contas, ela se via como uma garota regular, que sim, gostava de se arrumar em algumas ocasiões, era meiga e doce e procurava sempre fazer a bondade com outras pessoas. Por isso, ouvir seu nome sendo dito pelo outro, não chegou a impactar a florista como muitos teriam presumido. Devolveu seu olhar com um carinhoso, sabendo que, por mais que fosse um sonho trabalhar numa biblioteca, o cargo de ficar ali dentro o dia todo e apenas falar com as pessoas, sem sentir o ar livre ou o cheiro de flores durante o dia era extremamente cansativo. Não estava com pena, porque sabia que um rapaz como ele podia simplesmente largar o emprego e ir a procura de um outro, um melhor, se assim quisesse. Não, ela estava sendo solidária. Suspirou aliviada com o veredito final, a apreensão de antes, de não poder emprestar seus livros por ter o cadastro suspenso evaporando. ❝ Isso é realmente adorável, agradeço sua compreensão. ❞ Talvez fosse exagero dela, mas quando ele se levantou, Chohee praticamente teve de dobrar o pescoço para fitá-lo.
Como ela própria não era tão alta, mas não baixa também, se viu desconfortada ao continuar encarando-o, o que era difícil devido à altura do rapaz. Não podia ser mais velho que ela, mas como deve ter crescido tanto a tal ponto? O pensamento a fez sorrir, seus olhos quase fechando enquanto eyesmile era formado. Aquela era uma de suas melhores expressões e não se surpreendeu ao ver o sorriso no rosto do rapaz. Fosse ou não em resposta ao dela, Chohee não perguntaria. Olhou ao redor, apenas para confirmar que ele ainda estava falando com ela e não outro funcionário, já que nunca haviam lhe pedido aquele tipo de ajuda antes. Mas como a florista não era de recusar ajudar, em hipótese alguma, Chohee se viu assentindo, pegando nos braços a pilha restante, fazendo seu caminho atrás dele, em direção à seção que conhecia bem. Em todos seus vinte e cinco anos, ou menos, desde os quatro anos, quando aprendeu a ler, Chohee tinha como meta ler tantos livros quanto podia, quanto fosse possível. E foi quando descobriu seu gosto pendendo mais para o romance, que ela passou a se empenhar mais, absorvendo os livros como uma esponja absorve água. Quando por fim pararam na primeira estante, onde o livro Mrs Dalloway seria guardado, ela olhou em sua pilha, vendo que o mesmo estava ali e o entregou a ele. Já tinha ido lá tantas vezes que havia memorizado em qual das estantes estaria cada livro. ❝ Desculpe, eu não sei seu nome? ❞ Gostar de romance podia ser algo extremamente ruim, se Chohee fosse uma sonhadora cega. Mas ela era consciente de que o que lia, era mais fantasia do que realidade, ela mesma provou da dura e amarga realidade antes. O diferencial era que tinha escolhido acreditar no amor porque… algo ruim havia acontecido com ela apenas uma vez. Enquanto aquilo não mudasse, sua visão sobre o amor seria a mesma, mas é claro, com alguma precaução.  ❝ Realmente, acredito que isso tenha ficado bastante óbvio, não é mesmo? Sim, é um de meus pecados proibidos. ❞ Disse, sorrindo ao sentir as bochechas esquentarem devido à confissão embaraçosa, ou talvez fosse a escolha de palavras.
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Faltou muito pouco para Jaebum sentir-se tonto com tamanha a doçura que brilhava nos olhos da garota. Sim, aquilo era um ponto ruim, no entanto, a beleza dela ainda continuava prendendo a si cada vez que se atrevia a passear o olhar por ela. De repente, por piedade, Jaebum desejou que ela notasse logo agora que ele não era o cavalheiro que ela devia estar esperando, desejou que ela fugisse, porque dificilmente a deixaria em paz agora que havia provado o verdadeiro sabor da beleza caótica. Enquanto andava, ele também a imaginou sob o escuro absoluto, sendo iluminada por suas fogueiras. Parecia ainda mais bonita. Quis pintá-la, desenhar a garota. Quis muito fazer dela eterna, bem como Mona Lisa. Suspirou, aproveitando para guardar um livro de sua pilha que ficava na mesma fileira que o livro alheio. — Im Jaebum. ― Respondeu em um tom até desinteressado. Os mesmos sobrenomes continuavam a lhe prender, era muita coincidência, o destino deveria estar brincando consigo, mas sempre gostou de desafios. ― Romances sempre parecem prender as pessoas, não é? ― Talvez, sim, aquilo fosse verdade. Mas as pessoas eram sonhadoras, aquelas que tinham esperanças eram as que gostavam de ler romances. Jaebum não os suportava. Romance adolescente então. O enojava de tal forma. Mas nada era pior que livros infanto-juvenis com as suas séries ridículas e enjoativas. J. K. Rowling quem o diga. Era difícil confiar na autora depois que ele descobrira ser ela a escritora de Harry Potter. Cada vez que um adolescente imbecil aparecia em sua mesa, devolvendo algum livro dela e dizendo que ele deveria MUITO ler, Jaebum sentia desgosto do tipo de leitor as pessoas pensavam que era.
― Confesso que li poucos romances e gostei de um número ainda menor. Romeu e Julieta é um deles. ― Continuou o assunto, desviando para a próxima prateleira. ― A verdade é que eu me foco muito em livros de cunho filosófico e político. ― Ler O Príncipe, de Maquiavel, era um belíssimo exemplo de sua estranhava obsessão por livros do tipo. Também adorava reler A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo e outros parecidos. Mas ela não tinha cara de quem lia esses livros por puro prazer de ler. Mordeu o lábio ao passar por uma fileira inteira de livros de Sociologia. ― O último livro que li que não fosse algo do tipo foi Madame Bovary. ― Verdade, em partes. O livro não era um dos melhores, mas parecia ser um clássico. Era bom a medida de contexto histórico e como colocava a igreja e toda a moral da época para queimar. Sorriu de canto, os lábios se repuxando em um sorriso discreto ao lembrar do hype com apenas aquele livro. ― Se pudesse me recomendar alguns livros. Seu favorito talvez? ― Então voltou a fixar o olhar nela, fazer-se de interessado no que ela dizia quando na maior parte do tempo estava interessado por sua beleza. Era até mesmo difícil se concentrar. A sua posição ganhou a visão alheia na lateral e ele suspirou. ― Você realmente faria bem mais sucesso que a Mona Lisa como um quadro meu. ― Suspirou meio bêbado, sonhando acordado. No entanto, continuava a guardar o próximo livro. 
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❝ cold as the weather but beautiful as snow ❞
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deepestside · 7 years
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necropsykyein:
Você está dando sentido à expressão ‘’fazendo arte’’, pelo visto. Que bagunça!
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— Os incomodados que se retirem~
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deepestside · 7 years
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mikrosprinkipas:
A-Ah, eu m-me desculpe! Vou f-ficar quieto.
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O-Obrigado.
— De nada. 
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 — Se está estudando para uma prova, eu ficaria preocupado.
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deepestside · 7 years
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A pintura tinha deixado tudo uma bagunça só, mas era só o que ele podia fazer quando só tinha o caos em sua cabeça. No entanto, alguns funcionários já haviam enchido o saco por estar pintando em uma área pública (principalmente por estar fazendo uma bagunça), por isso quando virou-se ao mínimo toque, respondeu de imediato, sem realmente olhar para  a pessoa. — Já disse que não vou deixar de pintar aqui.
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deepestside · 7 years
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— Pintando.
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— Achei que estava bem claro.
Mas… O quê…? O quê você está… Fazendo?
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deepestside · 7 years
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— Juliet. 
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— Você está fazendo muito barulho. Sabe o que é uma biblioteca? Sabe suas normas sociais? Obedeça.
Ani, não é isso. Como é mesmo o nome da protagonista da terrível estória de amor de Shakespeare? Janette…. Juliana… Ani, Siwon, vamos lá, você precisa saber disso.
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deepestside · 7 years
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xfreespiritedx:
Mas eu não me sinto responsável por ninguém além de mim mesmo? Então não é estranho ela dizer que estou me excedendo e pedir para eu pegar leve? Não estou fazendo mais do que minha obrigação. Você não concorda?
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— Tem certeza de que não? Não dizem isso à toa.
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deepestside · 7 years
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flowersinherhead:
A bolsa que comportava seus livros estava cheia. Tinha lido todo e cada livro que carregava, do começo ao fim, praticamente devorando-os em questão de horas, de tão envolvida neles que ficava. Por isso ela visitava a biblioteca toda semana, sem falta. No momento ela estava indo fazer sua visita semanal para trocar os livros lidos por outros, novos da seção de romance da biblioteca. Com todos que já tinha lido, poderia preencher uma prateleira das largas estantes de livros que havia no local. Era ávida para histórias de amor com final feliz, talvez porque nutria sua esperança de que talvez ela também tivesse um daqueles finais felizes. Não custava nada sonhar. Saint-Exupéry foi verdadeiro ao dizer que era loucura odiar uma rosa porque uma lhe espetou, que era loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo, então Chohee não descartaria o amor completamente porque seu primeiro não findou ser o que ela esperava. Na verdade, ela apenas tinha aprendido com seus erros. Se julgava mais sábia e madura para tomar decisões relacionadas ao coração, mesmo sabendo que não se podia opinar quando o mesmo escolhia alguém para se apaixonar.
Seus devaneios foram instantaneamente interrompidos quando ela avistou o prédio que era seu segundo paraíso preferido, o primeiro sendo sua pequena lojinha de flores, que morava em seu coração desde que tinha entrado lá pela primeira vez. Já podia se imaginar livre de todo o peso que carregava, e que vestia pois tinha se precavido contra o frio maluco que fazia naquele mês de Janeiro. Era tanto que seu nariz e bochechas estavam coloridos com o mais adorável vermelho possível. E foi uma Chohee corada que entrou no quase calor do interior da biblioteca. A mudança dramática de temperatura a deixou ainda mais corada, a florista sentindo o fluxo contínuo de sangue para suas bochechas. Retirou seu casaco grosso, dobrando-o e carregando-o consigo até chegar na banca de recepção. O sorriso gentil e meigo estava em seu rosto mais uma vez, ao ver um rapaz sentado em sua posição. Parecia quase entediado, se ela tivesse que adivinhar e aquilo aumentou ainda mais seu sorriso. ❝ Oh, olá! Eu vim devolver estes livros. ❞ Abriu a bolsa onde os guardava e retirou um por um, colocando em cima do balcão o cartão de identificação. ❝ Eu sei que passei um dia da data de entrega, mas eu realmente não pude vir ontem. Será que isso vai acrescentar algum obstáculo caso eu queira levar outros? ❞ Sua loja estava tão cheia de encomendas no dia anterior, devido a ter concordado em fornecer buquês para um casamento, que Chohee tinha saído tarde do trabalho, chegando em casa praticamente exausta.
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with: @deepestside
Jaebum particularmente não gostava do frio intenso que fazia em Gwangju. Mas se fosse para falar sobre gostos, do que é que ele gostava? Sua expressão parecia ainda mais emburrada enquanto desenhava em uma das últimas folhas que sobrava do caderno. As outras, ou estavam desenhadas ou rasgadas, em algum canto de seu apartamento. Começava a soar mais cansado do que antes, as dores de cabeça apenas pioravam a cada semana e o pouco bom humor que lhe sobrava parecia fugir de si. A senhora com quem dividia o trabalho já havia lhe dito ‘ehh, estresse demais mata’ e ele ainda lembrava de como o tom alheio soara sério quando ela se esticara para lhe tocar a cabeça como sempre fazia. Como resposta, ela ganhara um de seus sorrisos de canto, que entre tanto significados que podiam esconder estampavam um grandioso vazio. Se era de morte que tinham de falar, Jaebum poderia começar um discurso sobre como o desconhecimento da morte propriamente dita poderia privar os seres humanos do momento de maior aceitação que poderiam enfrentar. Quando se fez satisfeito com o rabisco de traços grossos na folha branca, trocou. Leria algo que havia sido deixado ali por algum dos frequentadores da biblioteca. Se arrependeria segundos após começar a leitura, a escrita tinha sabor de romance adolescente. O que era horrível, afinal nem um quarto de sua atenção conseguira ser captada pelas palavras vazias e de vazio ali já havia ele.
Por sorte, a rajada de vento frio ganhou mais atenção do que o livro ruim. O único som que foi ouvido além dos passos da outra foi o da capa batendo forte quando fechou-o, pronto para erguer-se e ir guardar os livros. Contudo, ele se deixou levar pelo observar e ganhou a visão da visitante. Jaebum, até então, estava certo de que o belo estava unicamente em Minhyuk - que havia sumido - e jurou ser brincadeira de sua visão quando conseguiu o rosto alheio em foco. Era puro caos, ele conseguia ver e seu desejo de fazê-lo emergir era tão grande que não se conteve. Conhecê-la. Para apreciar sua beleza e bagunçá-la. Suas mãos fizeram caminho para a pilha que já existia lá. — Im Chohee. — Leu baixinho e a olhou, com um quase sorriso. Ele colocou alguns livros para o lado quando pegou o cartão de identificação, procurando no computador por ela penas para confirmar que ela era uma leitora assídua e que o atraso de um dia era o único atraso desde quando ela tinha. — Não vai ter problema nenhum. — Respondeu enquanto dava baixa de cada um dos livros. Então ergueu-se apenas para notar a diferença de tamanho e sorriu de canto, olhando-a fixamente em seus olhos apenas para poder ter algo a mais no que se ater. — Você não vai se importar em me ajudar, não é? Preciso guardá-los. — Apontou para as duas pilhas de livro. O tom cordial era falso e ele podia muito bem levar uma de cada vez. Pegou a maior, acumulada no balcão. — Você realmente gosta de romance, hm?
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❝ cold as the weather but beautiful as snow ❞
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deepestside · 7 years
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xstxrx:
MinHee não desviou os olhos do outro enquanto ele falava, tendo um estranho senso de reconhecimento ao fitá-lo. Não o tinha conhecido antes, mas havia aquela estranha sensação de que o reconhecia. A parte poética que havia nela dizia que duas almas podiam se conhecer antes mesmo de se verem. E não, ela não estava pensando nisso de modo romântico. MinHee via a si mesma como alguém incapaz de se relacionar com alguém depois do fiasco de seu primeiro relacionamento. A sensação era mais como você ouvir uma música que lhe faz sentir saudades de algo que nunca aconteceu com você antes. Sim, era isso mesmo. Sorriu ao pegar o lápis e seu rosto logo suavizou as expressões com a pergunta dele. Desviou os olhos para o sketchbook e quase se viu tentada a mostrá-lo, para que uma visão nova a ajudasse a ter novamente a inspiração do que estava fazendo anteriormente. Mas era muito tímida com seus trabalhos ainda mais quando nem conhecia a pessoa. A última vez que mostrava seu trabalho a alguém não fora bem recebida e aquilo causara um trauma na garota. Então suspirou, dando um sorriso mínimo à ele e balançou a cabeça. ~Ah não, obrigada. Eu não quero incomodá-lo. Está tudo… bem.~ O que claramente não estava, mas MinHee estava testando as habilidades de contar mentiras já que muitas coisas ela escondia para si.
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A ridicularização da primeira apresentação. Jaebum olhou em volta, já sentindo o arrependimento de ter se oferecido. Pior do que se fingir interessado era receber um não como resposta. Ele afundou as mãos no bolso do casaco, embora estivesse até bem calor do lado de fora do estabelecimento. Seus dedos brincaram na embalagem do cigarro e com o isqueiro, lembrando-o de como as mãos coçavam para fazer a chama arder em frente aos olhos. A mesma desculpa esfarrapada que Im já estava cansado de ouvir. Ninguém realmente sentia-se receoso em incomodar o próximo, bem como ninguém realmente sentia muito pelo morte de alguém. O sorriso em seu rosto não foi muito mais que vazio, erguendo-se em um dos cantos, estreitando-se em sua extensão. Conseguia ainda dizer que a mentira se estendia ao ‘estar tudo bem’ dela. Mas por pura vaidade e preguiça, calou-se. Não era de seu interesse também. — Isso aí... Você desenha? — Apontou com a expressão mais neutra que conseguia por no rosto. 
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deepestside · 7 years
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96fqy:
❛ Eu ia adorar se fosse tão fácil. Geralmente é o que eu faço. Ou tento fazer. ❜
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— Tem como tornar isso difícil? ‘Olha, minha caligrafia não é boa. Já a dele ali, é ótima.’ 
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deepestside · 7 years
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96fqy:
❛ ‘Não, eu não trabalho nem no caixa, nem no balcão de bebidas. Sendo assim, eu não posso nem quero escrever teu nome na porcaria do teu copo.’ Como eu falo isso para um freguês sem ser demitido?❜
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 — É só passar a função para outra pessoa.
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deepestside · 7 years
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xfreespiritedx:
Algo que minha mãe comentou quando nos falamos no telefone há um tempo atrás. Ela disse que eu pareço carregar o mundo nas costas, mas realmente, essa metáfora não faz sentido algum. Por que eu carregaria o mundo nas costas?
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— Ahhhh, dizem isso para quem se parece cansado. — Jaebum resmungou, entediado. Não conseguira entender porque o respondera quando nem interessado estava.  — Ou para quem se sente responsável por todos.
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deepestside · 7 years
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xfreespiritedx:
Eu estava tão envolvido na discussão mental que acontecia dentro da minha cabeça, mas o toque do seu celular me distraiu. Você não vai atender?
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— Ani. Sobre o que estava discutindo?
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deepestside · 8 years
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O olhar de julgamento fingindo pesar sobre os ombros e o sorriso de canto em resposta. Mesmo o não se importar era rotineiro. Gostava de tê-los confusos em sua mão, enquanto na outra tinha o cigarro; gostava de fazê-los se confundir na própria crise de identidade e de fazê-los questionar o que fora ensinado pela maldita sociedade. Gostava… Mas não era o caso; ali era mais embaixo, porque no vazio dos olhos alheio, JaeBum conseguia ver o que podia chamar de chama de alguém que pode segui-lo tão bem quanto gostaria, alguém cuja beleza faz parte daquelas que despertaria qualquer vanguardista do túmulo apenas para que pudessem falar e clamá-la ainda por tempo necessária. A beleza de pureza tempestuosa, capaz de confundir mais do que suas palavras desmedidas e ácidas. “Muitas perguntas”, suspirou e não desconversou; apenas deixou a preguiça falar mais do que o normal. Será que ele sabia do que estava falando? Será que ele fazia ideia de como combinava ao ideal dinâmico de beleza futurista? Mesmo ao ideal caótico do dadaísta? Provavelmente não; o que era uma pena, mas apreciá-lo de perto, em todo o seu melhor lado, já seria o suficiente. “Mas o porque é óbvio: porque eu quero e porque você vai adorar”, concluiu colocando o ponto final inegável ali.
Talvez devesse ceder ao comportamento usual e fazer como faziam; como as pessoas agiam falsamente, mas ser falso não era bem parte do seu ser, porque era rápido e qualquer um que fosse tinha a resposta no mesmo instante em que a questão (mesmo que não seja necessário que seja uma pergunta) é lançada. Fugiria do seu ser; então como dar a volta na cabecinha moldada (e muito bem, pois teimava em não ceder) e fazê-lo ver que aceitar o que dizia seria bem melhor para a sua sanidade mental (embora isso pudesse significar enlouquecer de vez)? A mexida na nuca, o balançar dos fios rebeldes, o mexer na cruz significativa pendurada em seu pescoço, refletindo-se em meio ao peitoral branco; ações que o demonstravam irritadiço com algo, mas não estava realmente. Talvez ansioso, talvez nervoso no mesmo significado, mas irritado? Difícil. Como se para garantir a inocência que pouco existia ali, sorriu, um sorriu um tanto quanto mais verdadeiro que os outros, um sorriso por completo, onde os dois cantos se erguiam em conjunto. Seria tão ruim assim dizer que estava se divertindo com um adolescente? E o que tinha a idade de metida na história? Não era grande coisa para si, embora estivesse ciente dos problemas que a não maioridade do garoto poderia acabar por complicar sua vida. Então a pergunta soaria mais como um… Seria tão ruim assim dizer que estava se divertindo que alguém que se aprisionava por inteiro? Ergueu o olhar novamente, ainda no sorriso que fazia os olhos ainda menores nas meias luas que os abrigavam; dessa vez, olhos nos olhos, porque gostava de desafiar as pessoas ao fazer aquilo, gostava de ver que poucos ainda tinham a coragem de retribuir a encarada. Seria ele um dos que fugiam? Se fosse, perdoaria por conta da luz, afinal estava realmente atraído pela beleza quase pura do outro. Quase.
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O acusar pela igreja, o acusar das palavras certas. Não julgava interesse, contrário a isso. E também achava ridículo que ainda achasse que era um dos lunáticos religiosos que serviam a causa de salvar pessoas no mundo. Não era possível que sua aparência tivesse fugido do olhar atencioso do garoto. Riu, riu alto e malicioso, negando. De qualquer maneira, aquilo não o ofendera, apesar do leve tom de indignação que surgiu em sua expressão. Fora impossível não reagir de imediato, mas o controle veio logo em seguida. “Você realmente acha que sou algum religioso lunático e que você é uma causa?”, perguntou em tom de divertimento. “Sei que carrego uma cruz, mas nem por isso sou religioso, muito menos lunático; me abstenho da religião, uma das formas de aprisionamento mais comuns no nosso agora”, completou um tanto quanto mais sério. Sempre que falava sobre seu relacionamento com a religião, deixava alguém confuso ali e outro duvidando da própria existência acolá, então que passasse. Mas já que JaeBum era vidrado por rasgar a pele de cordeiro das pessoas, não seria o primeiro a ter que frequentar a igreja? Certamente responderia me mostre uma igreja com uma beleza tão caótica quanto essa, então começarei a frequentá-las. Se houvesse alguém na igreja tão bonito quanto MinHyuk que se resguardasse quanto JaeBum julga que ele se guarda, then iria imediatamente ao encontro dessa. O assunto, os pensamentos, arrancavam o melhor dos risos descarados do maior. “Quer beber? Seja água, chá, refrigerante, ou álcool. Quer? Ou pretende continuar nesse joguinho de tentar me entender?”
Os lábios de Nam se entreabiram enquanto permanecia estático, uma espécie de reação nova com a qual viria a se familiarizar ao longo do convívio com Jaebum - o ato de encontrar-se sem palavras. O moreno sempre dizia as coisas mais inesperadas e… complexas, apesar da escolha simples de palavras, não dando a ele quaisquer chances de retorquidas rápidas e inteligentes como era de costume. Com efeito, a afirmação seguinte e soberba do mais alto provocou nele um efeito rasteiro, de queda, que tirava de seus pulmões todo o ar na forma de um riso singular e ofegante que ele próprio estranhou com fluida obviedade descrita no modo como sua expressão se anuviou logo em seguida ao tempo que parecia questionar-se de onde teria saído aquilo. Entretanto, não havia muito espaço para autoavaliação na presença de quem estava. “Então eu tenho uma impressão errada de mim mesmo.” Repetir as palavras era uma estratégia batida para recuperar o fio da meada mas ele não se encontrava em condições de pensar duas vezes a respeito. “Interessante.” E de fato o era. Pois apesar de saber que a amplitude do julgamento alheio era muito mais estreito e superficial, Minhyuk deparou-se com a comparação da imagem errada que todos tinham dele em contrapartida com a imagem vaga que tinha de si - quem era ele? Sequer tinha identidade? “E como planeja fazer isso? Ani…” Adicionou no mesmo fôlego antes que o outro tivesse chance de dizer qualquer coisa. “Por que faria isso?” A desconfiança iniciada na pergunta anterior prolongou-se diante da declaração dada. Não que fosse algo inadmissível que morassem no mesmo complexo - todo tipo de pessoa residia nos apartamentos, afinal - mas era a particularidade e improbabilidade de seus encontros que o fazia suspeitar. Devia confiar nele? Não. Não devia confiar em ninguém. Não podia confiar em ninguém. Já havia cedido demais ao estranho sem sequer se dar conta… “Minha… companhia?” A desconfiança foi substituída pela descrença e aquela frequente repetição das palavras alheias já começava a deixá-lo irritado consigo. Muitas pessoas desejavam estar em sua presença e Nam sabia ser um bom anfitrião quando queria mas Jaebum não era remotamente parecido com o tipo de pessoa que usufruiria de sua companhia e, naquele momento ele não esperava um complemento, uma justificativa ou quaisquer outras palavras que elucidassem as intenções do mais velho então, mais uma vez, foi surpreendido quando ele prosseguiu. O que ele estava dizendo? Beleza? Comportamento? Incompatíveis? Ele teria negado se não estivesse tão chocado. Pensava de modo muito inverso - sua aparência não podia servir melhor à pele de cordeiro que usava… opa. Era isso então? “Quero trazer a tona o seu… Melhor lado.” Os dedos gelados tocaram a pele nua do pescoço e Minhyuk engoliu em seco. Aquilo não podia estar acontecendo. Se o que o outro dizia era verdade, então já devia saber que era um estudante e Jaebum parecia ser grandinho demais para preencher os momentos de tédio brincando com adolescentes. Baderneiro… ele tomou o cuidado de repetir apenas mentalmente desta vez. Sim… o termo combinava como nenhum outro com aquele visual e atitude. Agora que analisava as coisas sob essa perspectiva, percebeu que não podiam ser mais opostos: enquanto um estava aprisionado em si, o outro era a imagem da liberdade. “As freiras…” Ele realmente estava abusando desta técnica cognitiva. Os olhos que haviam sido desviados para a grama voltaram-se para a cruz de madeira que aguçava sua curiosidade. “Por acaso… você é um desses religiosos lunáticos que cismam com uma causa?” Percebeu que faltava a seriedade de sempre em seu tom de voz. “E se este é o caso… então eu sou a sua causa? Você quer me salvar, é isso?”
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deepestside · 8 years
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xstxrx:
Seus dedos pareciam ter vontade própria quanto ao que ela estava fazendo. Estava ali há algum tempo já, pensando e pensando em temas para estórias futuras, mas nada lhe vinha à mente. Foi somente quando abriu os olhos depois de uma longa exalada que seus dedos começaram a ter aquele formigamento de quando estão prestes a se mover. Ela abriu o sketchbook e começou, as linhas se traçando diante de seus olhos e Minhee observou admirada quando um olhar surgiu diante de seus olhos. Mas tão logo a empolgação surgiu, tão logo ela se foi, deixando o desenho inacabado e uma Minhee frustrada. Já era a terceira vez que aquilo acontecia. O lápis voltou a descansar em cima do caderno, frustração exalando de cada poro do corpo dela. Num movimento rápido, um suspiro forte demais, seu lápis saiu voando de sua mesa e parando no chão. Droga, a ponta com certeza tinha danificado. Ela se virou na direção do barulho que o lápis havia feito e seus olhos encontraram um par de tênis. Levantou o olhar antes de de pegar o lápis do chão, o segurando firmemente enquanto o olhar voltava à subia à imensa figura que agora estava em sua frente. ~Desculpe, isso foi um… acidente, mianhae.~
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@deepestside
Podia sentir o gosto amargo do cigarro enquanto voltava para dentro da biblioteca bem como podia sentir o ácido das últimas palavras trocadas com o ser humano irritadiço que estava ao seu lado. Havia um campo gigantesco em frente ao prédio já velho; a escolha não fora sua mas dele para permanecer ali, inalando o cigarro e agindo como um perfeito fumante passivo. E fora exatamente isso que resmungara ao primeiro encher de saco. Claro que não tivera bom resultado algum para cima do outro, pois tão irritadiço quanto o desconhecido era JaeBum, mas tudo se resolveu com um soprar de fumaça no rosto e uma despedida bem rude, acompanhada do sorriso torto. Quando entrou pela porta de funcionários, não estava irritado, apesar disso. Estava entediado. Seus planos se resumiam a pegar algum livro qualquer e passar a tarde o lendo até que algum adolescente idiota ou algum babaca que se rendera ao sistema viesse fazer perguntas que mesmo sua boca parecia não querer responder. Suspirou pesado; culpa dos pulmões que estavam longe de serem os mais saudáveis. “Ah...”, procurou o ser que havia se direcionado a ele; logo que o achou, franziu o cenho. Lápis na mão enquanto se erguia. “Ah!”, conseguiu pronunciar, tentando se fazer o mínimo interessado. “Isso? Realmente foi um acidente”, deixou passar porque não o incomodara de fato. O silêncio na biblioteca denunciava; as únicas respirações ouvidas eram a sua e a da garota, e o tédio era grande. Por que não? “Precisa de... eh... ajuda?”
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deepestside · 8 years
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“Você era importante. Agora, aqui, comigo, deixou de ser”, respondeu com certeza invejável, arqueando uma sobrancelha. E não esperava que ele entendesse o que fazia ali. A verdade era que se ele escolhesse permanecer ao seu lado - e podia vê-lo analisar a situação, pensando a negativa e a afirmativa -, deixaria de ser importante. Seria como Jaebum, como qualquer outro. Poderia errar e falar o que bem entendesse. Poderia expressar sentimentos. “Não se preocupe, farei de tudo para apagar essa imagem errada que tem de você mesmo”, garantiu e falava sério. Se estivesse com MinHyuk, não era para que ele ainda continuasse com a ideia de que era importante e foda-se se realmente o fosse. Sua intenção com o garoto, alem de estar perto da beleza peculiar que continuava ganhando olhares demais de sua parte, era arrancar a pior parte que ele tinha, guardado por baixo daquela maquiagem que esbanjava falsidade. Queria os sentimentos presentes em toda e qualquer obra vanguardista e os queria em conjunto com aquele que julgava ser um dos mais representantes da beleza mundial. Quando o vira, podia jurar que Tzara estava errado quando dissera que a beleza estava morta, fosse qual fosse o momento histórico social em que estava inserido. Foram segundos em que permaneceu sério, complementando o tom usado para respondê-lo, então tornou a erguer o canto dos lábios. Alguns podia considerar uma ação irônica e ele não discordava de quem achava isso. “Vai ser fácil”, concluiu e os lábios se juntaram em uma especie de bico que estava longe de ser considerado manhoso como aqueles adolescentes tinham a mania de fazer. Estava mais para pensativo, como se planejasse como o faria, qual o primeiro passo que daria. 
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“Moro”, assentiu para intensificar a resposta. “Bloco B, apartamento 502”, e deu ainda mais do que a resposta que ele esperava. “Já o vi algumas vezes para lá e pra cá, mas acho que deixei passar”, comentou pensativo. Soava como verdade porque era verdade. Foi tempo o suficiente para que mexesse nos fios de cabelo, distraindo-se facilmente com aquele passatempo. Jogou os próprios fios, já bem compridos, para o lado contrario e para trás, mas eles sempre acabavam voltando para o local de onde haviam sido tirados; a pergunta o sobressaltando apos esse breve instante de distração. As sobrancelhas se arquearam enquanto um sorriso completo se abria perfeitamente nos lábios carnudos. “O que eu quero de você? Hm, poderia dizer… Sua companhia?”, tentou dizer algo que deveria soar como uma piada, mas ele nunca fora o melhor piadista de todos os tempos. Sabia prever tudo de ruim que poderia acontecer em um certo momentos, mas piadas não eram o seu forte. “Você já olhou para uma pessoa e pensou que a beleza dela não se encaixa em como ela estava agindo?”, perguntou retoricamente e apontou com o queixo para o mais baixo. A pessoa em questão era ele. “Quero trazer a tona o seu... “, uma pausa para um riso suave, soprado, malicioso. “Melhor lado”, explicou delicadamente. “Você não combina com todo esse agir correto… Você não é isso. Você agir dessa maneira… Simplesmente não desce”, pontuou sem medo. Não tinha medo nem mesmo da morte, havia feito um pacto com ela e mostraria a ela quem é que mandava, então por que deveria temer o que dizia para qualquer pessoa ao seu redor? “Bom, isso ou você pode simplesmente me chamar de baderneiro”, a risada soara verdadeira e o era. “As freiras diziam que são sinônimos.” 
Sustentou o olhar tranquilo do outro com o seu que demandava respostas mas a tensão unilateral foi rompida com a ação aleatória do mais alto. Sem a máscara cobrindo o rosto, Nam sentiu-se momentaneamente despido, só então percebendo como o acessório lhe fizera baixar a guarda ao usá-lo como armadura. Ele desviou o olhar buscando outros curiosos como se ser visto em tal companhia fosse algo a temer, disfarçou e deu as costas para o salão, os passos vagarosos levando-o em direção à área menos iluminada do jardim. “Até onde sei a primeira hipótese é tão densa quanto a segunda. E na verdade… eu sou importante, independentemente da sua opinião.” Retorquiu secamente sem o menor resquício de orgulho. Foi-se o tempo em que se envaidecia ante o poder que lhe aguardava na linha de sucessão, ainda mais agora que sua posse estava ameaçada pela sombra do irmão que sequer conhecia mas cuja existência era inegável e sufocante. A relevância de Minhyuk era um fato - não um universal que se estenderia até o nível no qual Jaebum estava inserido mas não deixava de ser, em seu próprio, um fato. De todo modo, se a segunda hipótese fosse a verdadeira, ele era mera ferramenta e ferramentas podiam ser facilmente… manipuladas? Virou-se e mediu o rapaz, tão relaxado como sempre fora. Não… não pode ser. 
Um pequeno sorriso, tão pequeno que mal poderia ser percebido, brincou em seus lábios diante da resposta não tradicional, uma das marcas de Jaebum, mas nenhuma resposta foi dada pois não se sentia confrontado. Não com ele. “Mora aqui?” Seu tom balançava entre o ceticismo e a curiosidade, os olhos baixando até a cruz de madeira que contrastava com o peito nu de Jaebum e prolongando-se ali até que suas suspeitas fossem sacudidas por aquelas palavras ambíguas e pesadas de significado. O sorriso desapareceu completamente como se obedecesse o comando por si próprio. Não… ele não poderia ser manipulado. Sempre era observado de muito perto por ele de modo que já não o podia enganar. Não… Pegou a máscara de volta e a segurou diante do corpo, mantendo os olhos ali, pensativo, enquanto tentava decifrar o sentido naquela mensagem. Ele quase negou imediatamente. A solidão era sua melhor amiga mas podia contar nos dedos de uma das mãos as pessoas cuja companhia prezava e aquele diante de si, que era - ainda - um mistério, estava bem no topo. Então… teria sido óbvio demais? Como pôde ter deixado aquilo transparecer? Ele se perguntava, ciente de que conhecimento é poder e que, caso o outro desejasse lhe prejudicar de qualquer modo, teve o caminho aberto todo esse tempo sem que se desse conta. Pressionou a máscara entre os dedos para controlar a ansiedade crescente que a perda de controle proporcionava e voltou a encarar Jaebum cujas intenções, se é que existiam, permaneciam veladas. “O que quer de mim?” 
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Forçou a pergunta através da garganta apertada após um momento de silêncio. Todos queriam algo dele afinal, restava descobrir o quê. Contudo, mesmo que tivesse o rosto coberto pelas sombras enquanto aguardava a resposta, sentia-se totalmente exposto, dividido entre querer ouvir a verdade e voltar no tempo para o momento anterior à decisão de fazer aquela pergunta idiota sem planejamento prévio.
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deepestside · 8 years
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 Sabia que havia o surpreendido no momento em que o sentira hesitar diante ao toque, o corpo se contraindo, por esse motivo o sorriso ainda não havia saído de seu rosto mesmo no momento em que já houvessem alcançada a parte aberta do evento. A mão delicadamente tirou a máscara que cobria seu rosto, irritado em ter de usar aquilo, e o fez o mesmo com o mais novo. Ele não precisava que lhe dessem liberdade, pois já a tinha por suficiente. Aquela era só uma tentativa de poder vê-lo com mais clareza e dessa forma guardar os traços contínuos que inspiraram alguns dos desenhos passados. O rosto alheio era sempre tão suave; gostava de passá-lo para o papel da forma que mais lhe parecia correta. “Ou está me chamando de psicopata ou então está se achando muito importante”, disse ao arquear as sobrancelhas, contrariando-o, querendo uma resposta imediata, talvez até mal educada. Parecia querer arrancar o pior de MinHyuk - pior esse que era questão de ponto de vista; para si não seria nada mais do que apenas o melhor. “O que eu pensava estar fazendo? Te assustando. Por quê? Algum problema?”, continuou e dessa vez o sorriso voltava a tomar lugar no rosto de JaeBum. Ah, como ele desejava ouvir uma malcriação que fosse. 
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Com dificuldade, lembrou-se. MinHyuk não fazia ideia de que morava no mesmo condomínio que ele apenas; apenas ele que havia percebido ao vê-lo em uma tarde. Tal fato arrancou um riso descarado de seus lábios cheios. “Eu moro aqui”, explicou simplista e fez uma expressão denunciando tédio ao ouvi-lo insistir naquilo. Isso até os olhos alcançarem a visão daquele sorriso, tal falso que lhe fizera sentir náuseas. “Ok, desafaça isso… Agora”, ralhou de imediato, analisando o quão feia a expressão alheia ficava com aquele tipo de sorriso. “Não me rebaixe ao nível dos seus colegas sorrindo para mim dessa forma”, e soou como uma ordem, bagunçando os fios de cabelo após entregar a máscara a ele. “Me faz até pensar que preferia estar com… aquela”, não soube nomeá-la, mas aquilo era o suficiente para que ele soubesse de quem falava.
Já estava erguendo o braço para chamar a atenção de sua prima que ainda não o havia visto quer fosse pela máscara que cobria quase totalidade de seu rosto ou por outra distração qualquer quando sua visão foi bloqueada, fazendo-o sobressaltar de volta à realidade. O toque em sua cintura causou outro susto demonstrado apenas por uma contração involuntária na região e ao sentir o calor de outro corpo tão próximo ao seu, seu rosto ficou vermelho. Não corado, mas vermelho. De repúdio. Frustração. Ódio. Alguém certamente estava embriagado o bastante para ousar tocá-lo e quem quer que fosse, por um meio ou outro, se arrependeria - ele se asseguraria disso. Trincando os dentes com tanta força que fez as mandíbulas ressaltarem, começou a virar-se mas a orelha fez contato com lábios volumosos e a voz macia que se tornara tão familiar pareceu varrer suas emoções por completo, enviando um arrepio dali até a base de sua espinha. Jaebum? Não conseguiu confirmar e, mesmo sem ter completa certeza, deixou-se ser levado e, quando finalmente foi solto, pôs algum espaço entre eles e voltou-se atônito para o mais velho, absorvendo sua aparência bastante peculiar (e agradável, para todos os efeitos) antes de checar os arredores. 
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“O que pensa que está fazendo?” Inquiriu aos sussurros. “O que faz aqui, aliás? Por acaso… está me seguindo?” Sabia tratar-se de uma pergunta rasa e estúpida - Que transgressor confessaria tão facilmente, afinal? - mas precisava de uma confirmação contrária imediatamente pois aquela hipótese tomou conta dele, tornando-o distante e desconfiado. Tantos se aproximavam de Nam por interesse e enquanto este não parecia ser o caso com Jaebum, ele bem que poderia ter sido enviado à si com algum propósito oculto, apenas um dos contras de viver sob os holofotes. Diante daquela ameaça, portanto, empertigou-se e inspirou profundamente, exalando enquanto um de seus sorrisos superficiais se formava. “Esta é a terceira vez que nos encontramos “por acaso”, não é? Coincidência?”
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