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alternative-blood · 11 days
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quando acordamos não passa pela nossa cabeça o mínimo de preocupação de como vai ser o dia, mas somos programados a planejar, bem como o coração a bombear. não é como se fôssemos forçados a isso, não da mesma forma que somos obrigados a comer quando estamos com fome. sabe-se que se uma pessoa ficar 30 dias sem se alimentar, ela morre.
mesmo que morrer em questão não seja problema algum, a morte tem para lá os seus benefícios.
temos que estudar, trabalhar, socializar, planejar e cuidar. você pode até se perguntar, “cuidar de quê exatamente?”. cuidar de si, de pessoas e o mais cansativo que é cuidar para que o próximo não se descuide.
um dia, meu professor de anatomia disse que todo corpo humano depende do bom funcionamento do coração, que se ele relaxa demais ou contrai demais causa insuficiência cardíaca, ou um coração esgotado, como queira falar. ele foi planejado a não parar, sempre se esgotando em batidas fortes. nunca falhando e precisamente certeiro em cada movimento. implicitamente aprendemos tamanha infelicidade com o coração. a gente se esforça ao máximo onde quer que esteja, mas isso nem sequer é um problema também. porque o maior problema de todos é que assim como o coração, a gente precisa se programar para sobreviver porque acredita-se que o amanhã vai ser melhor.
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alternative-blood · 19 days
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em anatomia estudamos que a pele é o órgão mais pesado do corpo humano e que gasta energia no processo de cicatrização. sempre pude imaginar o fato dito sem precisar estudar, porque a gente carrega intensidade, bem daquele tipo que não demonstramos e reprimimos em nome da cautela. sabendo que, em média, a cada 7 anos todas as células do corpo são trocadas, você se reconfortaria se alguém dissesse que suas dores também se vão? nós somos aquilo que sentimos e lembramos, e embora viver para muitos simboliza dor crônica, para facilitar, usa-se alguns momentos, textos, músicas, conversas e pessoas como morfina afim de aguentar a troca celular da alma. a verdade nua e crua é que nem mesmo a melhor literatura é capaz de explicar tamanha força espiritual para se curar, crescer e suportar real peso da pele, célula, órgão, escudo humano, como queira chamar. afinal, só as mais bravas almas não desistem de renascer e tudo o que custar para você existir custará caro demais.
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alternative-blood · 26 days
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eu sou do tipo que não aceita ser pequeno, mesmo que tenha acostumado a me diminuir para caber em ciclos e histórias. sempre soube que algo não estava certo, mas também nunca validei o que sentia. parando para pensar, ninguém diz que há toda uma explicação do porquê eu ter feito acontecer exatamente tudo isso. só eu mesmo, que sempre estive comigo aguentando os trancos, os barrancos e a vontade de não existir. hoje, tenho que compensar meu eu de alguns anos atrás por todo estrago fiz. preciso pegar na mão do garoto assustado que não fazia ideia se iria ou não chegar vivo aos 27 porque pensava que o futuro era difícil demais de ser imaginado, mas sempre soube que valia a pena. viver é um processo constante e talvez se eu tivesse entedido isso mais cedo as coisas teriam sido muito mais fáceis. talvez lidar com a idealização da morte não tivesse sido uma forma de me ausentar do presente e aos poucos apodrecer bem diante dos olhos das pessoas mais próximas a mim. porque eu me apodreci. por fim, hoje eu posso me olhar no espelho e aceitar que estive correndo de mim. posso, finalmente, pegar minhas versões anteriores no colo e dizer que sempre estava indo bem, mesmo que ainda queime em mim tamanha perda de tempo, mas faz parte processo de viver. inclusive, certa vez, li em um texto que podemos matar alguns girassóis, mas não se pode impedir a chegada da primavera, eu concordo, pois nunca foi sobre viver, foi sobre sentir e não entender ou conseguir explicar, mas ainda assim
me permitir sobreviver.
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alternative-blood · 1 year
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ter que lidar com essa dor e ainda manter o sorriso no rosto não é pra qualquer um
e eu, amante da vida
traindo a morte
ando sorrindo.
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alternative-blood · 2 years
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“Não disse que não é amor, definitivamente é, mas eu sei que é efêmero e que o tempo há de mudá-lo como o inverno muda as árvores, e mesmo que eu te amasse com todas as forças do meu corpo nem em cem anos poderia te amar tanto quanto te amei em um único dia. Talvez daqui 100 anos eu ame ainda mais, tanto, que tu já tenha se espalhado de tal forma, sendo impossível de tirar daqui do meu eu mais secreto e íntimo não como um prazer, porque eu não sou um para mim mesma, mas como o meu próprio ser existindo na sombra da tua existência, sendo apenas a metade e não meu todo. Onde não há você, não existe eu, só vazio.”
— O Morro dos Ventos Uivantes.
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alternative-blood · 2 years
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eu já me desfiz várias e incontáveis vezes, mas agora, está diferente porque me desfaço e deixo as partes do meu eu no passado.
me quero de volta, tanto que deixo a porta destrancada e as luzes ligadas, faço café toda noite e deixo minha xícara favorita na mesa para quando eu chegar ser só questão de me acomodar e viver um dia de cada vez.
estava me acostumando com as migalhas, mas hoje também é diferente porque tenho um banquete para me alimentar, e a diferença é que mastigo em intervalos para não deixar com que o meu coração se decepcione mais uma vez porque um dia já existiu um furacão dentro de mim, só que eu não me encontrava mais.
óbvio que eu não superei tudo, mas sinto que não existe mais nada que eu possa fazer, a não ser afastar o medo de perder as pessoas porque entendi que eu também sou uma grande perda, e tenho que deixar de viver na urgência de ser o “quem” para me transformar no “alguém”, tipo um big bang de minhas metades montando o meu inteiro.
acredito que é a situação que vai me transformar e que vou crescer a partir disso, porque sou o melhor que tenho. inclusive porque nos cobramos vôos altos e duradouros, se não temos asas e não podemos voar? não seria como cobrar de um peixe que ele viva na superfície?
nunca vou agradar todo mundo, mas enquanto eu estiver feliz comigo mesmo já vai ser o meu suficiente. mesmo que ainda me pergunto o que deixei de ser quando fui obrigado a crescer e qual sonho foi destruído.
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alternative-blood · 2 years
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ninguém tem o direito de reagir ao que foi causado em mim.
um dia eu li que ter responsabilidade afetiva é assumir o dever de ser transparente sobre o que sente e por quem sente, e que vou precisar tomar cuidado com as pessoas confusas, porque elas sim machucam pessoas incríveis. desde então, tenho percebido que, todas as vezes que tentei salvar alguém era, na verdade, uma tentativa de compensar as minhas falhas pessoais, e notei que não preciso entender o que acontece lá fora, preciso compreender o que existe dentro de mim, porque sou acostumado a me anular, o que, de alguma forma é me renunciar.
ninguém me contou que o preço que se paga por crescer é sempre desconfiar a ponto de desacreditar, ou que as vozes mais difíceis de calar são aquelas que se manifestam quando estou em silêncio, e que a minha história não vai ser sobre matar um dragão por dia para salvar alguém, mas sim sobre me manter bem.
tenho pra mim que as pessoas atropelam umas às outras, colocam prazos de validade nelas mesmas e que, num momento de fraqueza, alguém sempre vai chegar de mansinho, floreando ideologias que não conheço e eu vou me forçar a acreditar para caber naquele mundo que não é meu. a verdade é que, nesse processo de viver errando, a gente sempre vai procurar por algum culpado, mas cada pessoa carrega a sua própria cruz.
todo mundo fere alguém, inclusive a si próprio e a ferida cria casca, talvez queloide, mas sempre se cura quando concluir o percurso.
desviamos os olhos dos erros e evitamos a realidade de propósito para que, possamos parar de frente a mira acreditando que a arma não vai disparar, porém no final quem puxa o gatilho é sempre a pessoa que nos culpa por evitar seus próprios erros.
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alternative-blood · 2 years
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para todas as histórias que eu ouvia quando pequeno:
não é tão importante ter um “felizes para sempre” e sim um “felizes nesse exato momento”. querida fada madrinha, você já parou para pensar que toda alma merece ser vista de perto e notada com calma? alguém já te disse que a vida é muito mais além do que esperar a hora certa para sair da festa? a vida real é composta por corpos machucados não só na pele, mas na alma, porque carregamos lembranças a cada célula e vivemos amontoados de sonhos correndo em cada neurônio.
quero ser enxergado depois da carne, pois sou feito de luz até nas rachaduras dos ossos, sou baseado de destino, não de percursos. mas, de fato, a vida é desse caos todo e se não fosse para amar, eu nem viria, porque sou do tipo que mesmo pesado de tantos vazios, quando me transbordo não paro de sorrir. afinal, amar é fazer o outro se sentir confortável na própria pele, e viver é uma ferida que não cicatriza. é esperar que os anéis de saturno expliquem como fico fora de órbita, é o desejo de alcançar um oceano que não me jogue de volta à costa.
de uma coisa eu sei
às vezes, a gente precisa se retirar um pouco para descarregar o peso da realidade.
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alternative-blood · 2 years
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todo corpo humano depende do bom funcionamento do coração, se ele relaxa demais ou contrai demais causa insuficiência cardíaca, ou um coração esgotado, como queiram falar.
um dia ouvi que laços é um ponto de vista, aos que têm, é tudo o que dão, aos feridos, é distância, e talvez eu até concorde porque sinto o peso de tentar me despir toda vez que desejei me caber.
pessoas vulneráveis são como campo minado e os laços tortos explodem como granada, afinal, a gente sempre apanha quando está desprevenido, mas uma hora o nosso efeito esponja relaxa porque a alma foi o tempo inteiro sugada e drenada para fora. é a natureza da convivência humana desistir depois de tanto amarrar. porque a vida é sinônimo de laços, só não pode deixar com que eles sufoquem o coração, se enrolar é entender que não é o nó que une as coisas. e se amar é a melhor forma para mudar.
até o mais jovem coração tem que relaxar para voltar a bombear, porque não posso permitir a me desatar?
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alternative-blood · 2 years
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alternative-blood · 3 years
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parece que mentir para mim é uma dádiva, mesmo que esteja me destruindo de novo
logo eu
que tento não enganar ninguém, minto para a única pessoa que precisa de mim
e eu, sem eu, fico jogado no meio fio
esperando o carro parar
para
enfim
me
encontrar.
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alternative-blood · 3 years
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odeio esse sentimento que esmaga o peito e rasga a alma. esse sentir de que algo está errado e precisa de mudança o mais rápido possível, mas não conseguir porque a vitalidade se esgotou.
odeio me sentir impotente em relação a mim mesmo. me ver como o atingido, o ferido, mas ouvir que fui o vilão, que destruí tudo, que fiz de novo e que não mudei em nada.
odeio estar dentro dessa batalha interna que parece nunca acabar, lutas que me tiram o sono, a fome e a vontade de lutar. odeio ter que odiar alguma coisa, ainda mais se ela está dentro de mim.
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alternative-blood · 3 years
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de todas as chances para fazer morada, preferi partir e me estraçalhar em mil pedaços, bom, juro que quis me entregar inteiramente para ti, mas você me cheirava a perigo, meu bem.
não me fala que foi em vão, mesmo que eu tenha quebrado o seu coração. é que as palavras da sua boca não me acariciavam mais, elas me cortavam feito navalhas novas e por isso corri para o mais distante que pude, sem olhar para trás. pensei “talvez as feridas parem de sangrar”, mas você me expôs ao explícito, me rasgando em centímetros como cetim.
eu quis que além do meu corpo, você se excitasse com a minha alma.
mas como alguém tão quebrado como você poderia amar alguém tão remontado como eu?
eu sei que foi a beleza daquilo que não se pode compreender. era o acúmulo de dores cegas convergentes em nossos colos, corpos que reclamavam e faziam questão de lembrar que um de nós estava perdido
até se encontrar.
pois é, sei que não sentir pouco é correr o risco de me machucar demais, mas a vida não é possível sem sentir dor.
você se tornou uma despedida legítima e eu sou o que muda de lugar algumas certezas para não magoar. sou feito de toques na alma sem abraços. sou instantes, sou momentos que buscam sentir colo
e alguém para amar.
vivo buscando diminuir o abismo que há entre o que me tornei e o que quero ser. porque aceitei muita coisa em nome do “amor” e não nego que não deveria.
o que me destruiu foi colocar vírgula por medo do ponto final.
no entanto, agora, posso existir para tentar sobreviver e não vou esperar dar tudo errado para arriscar o certo.
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alternative-blood · 3 years
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assustadoramente amando é como já foi chamado minha forma de amar
porque meu amor é de quem acha que não vai amar nunca mais, como quem vive sentindo saudade eterna de tudo que fez, embora tenha novos dias para fazer de novo
é o amor que existe o medo de amar porque sempre é muito arrebatador e faz o meu corpo não suportar
mas ao mesmo tempo é um amor que me faz enfrentar o que a pessoa esconde depois do muro, mesmo querendo fazer em intervalos para que o meu coração não morra de vez
é amor que me faz encarar as partes pretas e tocá-las até serem azul da cor do céu
amo sem a pretensão de amar, tipo aquele sorriso bobo ou quando se percebe que parou com os planos individuais e se programou para planejar por dois
eu amo as curvas dos sorrisos e fico fascinado pelo brilho que reflete nos olhos, sinto mais ainda quando seguro as mãos e sinto confiança a dois, e é como me sinto quando vejo a arte, lugares e ouço o silêncio do amor, igual aqueles poemas não escritos, mas sentidos
gosto de amar a ponto de sentir que o mundo inteiro cabe dentro do meu peito
e
prefiro um amor lento que me ensine como envelhecer do que um amor rápido que me mostre como é morrer
porque mesmo amando mais do que gostaria, sei que a história só acaba quando o último desiste
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alternative-blood · 3 years
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a parte mais difícil de sentir a sua falta é que por mais que ela seja forte, não consigo me lembrar de como eu era quando estava do seu lado ou como me sentia depois de te beijar, e não me lembro mais de como era o seu sorriso
minha memória falha quando tento me lembrar do último dia que conversamos e como foi depois da conversa, o que para mim são as mínimas coisas que me fariam sentir saudade de alguém.
mas e no seu caso, g, sinto saudades de quê?
já que o meu corpo não se retrai mais quando penso no seu nome e meu coração não bate mais forte quando tento resgatar alguma imagem sua.
talvez o amor era tudo que dissemos que estava acontecendo, o que não estava e o que poderia acontecer, mas foi depois que você percebeu que me ter da forma que você tinha era o poder de quebrar qualquer acrílico meu, e você o fez.
nunca entendi o que o seu olhar queria me dizer e aquilo me fascinava
você sempre foi uma incógnita, então viramos trocas de olhares descontrolados querendo uma releitura, porém não tivemos coragem para falar se era o certo ou não.
embora eu não me lembre como era acordar ao teu lado pela madrugada com os nossos corpos suados, calmos e inapropriados
eu
te
escolheria
amanhã.
mas só eu sei o que fica depois da tempestade, e sei que não é você.
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alternative-blood · 3 years
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alternative-blood · 3 years
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parece que o meu mundo está desmoronando, mas de fora para dentro, o que é assustador, não nego.
vivo constantemente em guerra comigo mesmo, já até me acostumei, mas hoje, só hoje, queria um pouco de paz de mim mesmo, alguém para chamar de refúgio ou algum lugar para me esconder.
a vida não para, tudo gira, as pessoas evoluem e outras nem tanto, não quero ter que pensar nas coisas que fiz ou que posso fazer para arriscar a minha felicidade.
e talvez nem exista a felicidade que eu ando buscando pelas esquinas, mas sei que existe algum outro sentimento além desse que me corrói, e sei que sou merecedor dele, sei que ainda posso encontrá-lo.
só não sei quem o carrega ou onde ele está.
o meu barco pode estar furado e um pouco quebrado, mas ele ainda navega, isso até faz com que eu nunca pare de tentar, e, se hoje eu não conseguir, amanhã pode ser o meu dia ou mais um que eu esteja tentando, mas o que importa agora é arriscar
e está tudo bem falhar.
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