Teo semicerrou os olhos, o semblante deixando claro o quão entretido estava. “Qual é, todo mundo dança” Argumentou, o que não deixava de ser verdade. Nem todos dançavam muito bem, claro, mas qualquer um podia encontrar ao menos um pouco de ritmo em seu corpo. E se ela não encontrasse, então podia ficar tranquila pois o colombiano tinha ritmo pelos dois. Mesmo assim, o rapaz cedeu, concordando com a cabeça enquanto olhava para as pessoas a sua volta. Ele não entendia muito bem introvertidos, afinal, toda sua existência parecia guiada pela específica vontade de chamar atenção para si mesmo. Não havia dúvidas que o colombiano adorava ser o centro das atenções onde quer que fosse, e portanto dançar nem mesmo remetia a algo chamativo demais àquele ponto. Mas havia prometido que cuidaria de Bridgit caso ela optasse por beber, e força-la em uma situação embaraçosa não parecia condizente com sua promessa. Pensou no que ele faria bêbado que não incluísse uma multidão o encarando, o que diminuía e muito suas opções. Finalmente teve uma ideia, e então passou o braço em torno dos ombros da garota, com um sorriso um tanto travesso. “Já sei.” E após roubar o drink de um cara que passou a seu lado, bebendo de uma vez, Teo começou a caminhar para fora dali. “Muitas das vezes fazemos um after party no lago” Comentou, durante a caminhada “Claro que costuma ter algumas pessoas a mais, mas acho que vai ser melhor assim” Disse, sem entrar em muitos detalhes do motivo de ser mais adequado que não houvessem tantas pessoas. Não muito depois e estavam já no local, caminhando ao redor da água, e Timoteo parou no ponto onde as tais festas costumavam se dar. “Então vamos lá: sua primeira noite de diversão embriagada, mas sem precisar lidar com a atenção das pessoas” Explicou enfim, tirando o celular do bolso e selecionando algumas músicas. Apesar de muito distante da própria embriaguez, havia consumido álcool suficiente para sentir a característica leveza causada pela substância. Alcançou as mãos da jovem ao som do pop animado que ressoava no espaço deserto e ligeiramente escuro; qualquer um que os visse ali certamente pensaria que eram dois loucos. “Agora não tem mais desculpas para não dançar, até porque eu sou um ótimo professor”

texflxres​:

O círculo social de Timoteo não era rodeado pelas mais estáveis e responsáveis pessoas. Além de Tom que geralmente estava ocupado com algum novo emprego ou chorando por uma garota bonita, ou Tyler que dividia seus esforços entre o esporte e a personificação da frase ‘o diabo veste Prada’; o restante das pessoas que marcavam presença em seus dias basicamente eram aquelas que partilhavam de mesmos gostos imprudentes que o colombiano. Que já estavam acostumadas à embriaguez ou aos efeitos de substâncias mais pesadas e que curtiam festas como se não houvesse o dia seguinte. Desse modo, ele não se recordava de presenciar alguém ficar bêbado em tão pouco tempo - o que deixava a situação particularmente engraçada, mesmo que por enquanto ele pudesse apenas perceber nela a letargia característica daquele tipo de situação. “Eu tenho segredos demais, nena. Alguns deles eu teria que te matar se descobrisse” Apesar da óbvia piada, ele tinha mesmo segredos demais. E que não entendessem mal: não era como se ele guardasse segredos de Bridgit especificamente, ou mesmo de outras pessoas. Quanto a diversos aspectos, Timoteo guardava pontos de vistas e sentimentos tão bem que se tornavam segredos até para si mesmo. Tinha em seus olhos escuros um brilho de expectativa, mesmo que plenamente convencido de seus dotes, curioso para saber se a jovem apreciaria a mistura. Verdade que a versão original do drink que aprendera não recebia o licor escarlate que acrescentou ao fim, e levava uma cerveja de gengibre, e não aquela coisa barata que usavam ali — mas esperava ser suficientemente agradável ao paladar. Ela poderia atingir os objetivos daquela noite com mais um shot, claro, mas qual graça teria em sofrer com a ardência e o consumo de algo que detestava? A graça também estava em todo o processo. A resposta viera em duas partes, primeiro no rosto impressionado e depois nas palavras que deixavam claro o resultado que ele queria. Ela tinha razão, e aquele era um dos segredos que escondia de si mesmo. Teo era talentoso e, arriscaria dizer, inteligente. Apenas escolhia não se aplicar em absolutamente nada - para que o faria, de qualquer maneira? Para alguém acostumado a não receber atenção, fosse ela positiva ou negativa, não fazia sentido o esforço. Tomou um gole da própria criação, que de fato estava delicioso, mas devolveu sem demora à loira que parecia mesmo apreciar o drink. A pergunta o fez rir; a primeira coisa que vinha em sua cabeça era indecente. A segunda, ilegal. A terceira, imprudente. Tentou pensar em outras coisas que fazia, que melhor caberiam à inexperiência da jovem artista. “Bom, a primeira coisa que eu faço é dançar, claro.” Disse enfim, o que era verdade. “Que tal assim que acabar com a bebida a gente ir até a pista?” Não havia uma pista de verdade, mas um bom número de pessoas dançavam há apenas alguns metros dali.

As primeiras palavras que recebeu de resposta fizeram Bridgit arquear as sobrancelhas uma vez, logo desfazendo a expressão com uma risada baixa. “Um dia eu consigo descobrir eles.” Fora sua réplica, simples e expelida com um sorriso pequeno por parte da loira. A Hughes até se identificava um pouco com aquilo, mesmo que não encarasse as suas coisas como segredo. Haviam alguns pontos que ela simplesmente não gostava de falar. Muitos deles relacionados aos acontecimentos de seu passado, os motivos de ser como era atualmente, isto é, reservada, hesitante, insegura, e todos os outros pontos que faziam-na ser alguém muito reclusa em si mesma. Havia demorado algum tempo para conseguir voltar a confiar nas pessoas desde que o acidente que tirou a vida de seus pais também mudou completamente a dinâmica de sua rotina, e esse era o principal motivo de não gostar de tocar tanto naqueles pontos; era um assunto cicatrizado. Tinha medo de cutucar a ferida demais, e acabar retrocedendo o avanço que havia lutado tanto para fazer. Antes que permitir-se embarcar demais naquela espiral de pensamentos, Bridgit voltou a atenção para o drink quando este retornara para suas mãos, roubando dali mais um gole generoso da mistura. A cada nova porção que lhe descia pela garganta, parecia ficar mais fácil de continuar bebendo. Sua atenção ainda era concentrada sobre o rosto do amigo enquanto esperava pela sua resposta, e quando esta veio, o cenho da loira franziu-se um pouco. “Dançar? Ah, não, não… Eu não danço.” Negou prontamente com a cabeça. “Quero dizer, eu sou péssima nisso. Você não vai querer me ver dançando.” Completou, com uma risadinha baixa enquanto passava rapidamente o olhar pelas pessoas que dançavam, concentradas há alguns metros deles. Observar os movimentos que elas faziam só fez a Hughes ter mais certeza de que, com certeza, não era o tipo de pessoa que conseguia soltar-se daquela forma em festas. Não achava que conseguiria ficar confortável, e o clima estava tão bom que Bridgit não queria fazer qualquer coisa que interferisse naquilo. “Não tem outra coisa pra gente fazer? Uma que não exija ficar tão no meio de todo mundo assim…” Sugeriu ao que mais um gole fora tomado, voltando o olhar para Teo em seguida.

Era inegável que Timoteo de fato carregava uma grande popularidade, dentro e fora do campus. Filho de artistas constantemente na mídia, era inevitável que recebesse tanta atenção. Além do mais, a extroversão e a frequência com a qual era visto em festas aumentava mais e mais a enorme lista de amizades. Claro que, por mais que ele pudesse ter muito mais números gravados no celular do que pudesse de fato ser útil, e uma pessoa diferente para festejar por dia se quisesse, não podia efetivamente considerar muitos como verdadeiros amigos. Quiçá ainda pudesse contar em uma só mão as pessoas que ele realmente considerava e vice versa. E dentro das poucas pessoas, havia só uma que parecia capaz de ter algum impacto verdadeiramente positivo naquele amontoado de traumas e morais duvidosas. Se os amigos mais próximos, Ty, Tom e Liam, também conseguiam instigar no colombiano instintos bons de proteção e lealdade, nenhum chegava perto dos efeitos que Bridgit causava. E para qualquer um que olhasse de fora, certamente aquilo parecia uma coisa boa! Para Timoteo, no entanto, era quase uma tortura. Uma tortura que ele não parecia ter qualquer intenção de se livrar. O que muito provavelmente poderia ser comprovado pela disposição de marcar permanentemente sua pele com algo que estivesse diretamente relacionado à responsável pelas suas confusões mentais. Mas afinal, o que poderia dizer? Não era como se a palavra “não” fizesse parte de seu dicionário quando muito próximo da loira.

Então lá estava ele, ouvindo a risada do colega pela quinta vez naquela manhã. ‘Você realmente vai me deixar tatuar o desenho que uma garota fez pra você?’ Teve de ouvir, de novo; e para isso revirou os olhos uma vez mais. O som da porta abrindo fez com que se erguesse quase que abruptamente da cadeira, saindo da parte do estúdio em direção ao lado de fora, para a sala de espera. Ele sorriu diante não apenas da figura feminina mas de sua animação, que o relembrava o motivo de ter concordado com tudo aquilo. “Nena” Aproximou-se, beijando brevemente a bochecha da loira antes de encontrar-se afogado em tantas palavras animadas e ansiosas. Com o caderno em mãos, analisava os traços enquanto a ouvia, o rosto demonstrando apenas a atenção que dedicava inicialmente, mas aos poucos ficando claro a aprovação. O desenho em si era mesmo lindo e ela parecia ter tido a sensibilidade de buscar traços que combinassem com as já existentes marcas em sua pele, mas o que mais havia lhe agradado era a explicação. Sinceramente, estava um pouco tenso ao pensar em como a outra o enxergava, mas ficara feliz por ser algo positivo daquela maneira. “Bem, acho que ficará perfeito aqui” Apontou para uma parte do antebraço esquerdo, um dos pouquíssimos espaços do braço ainda não completamente preenchido pela tinta escura. “Eu colocaria no ombro ou nas costas, mas prefiro em um lugar que eu possa ver sempre que eu quiser” Disse, por meio segundo esquecendo que havia mais alguém ali. Keegan havia saído da pequena sala no momento perfeito para ouvi-lo, e Flores já sabia que com a risada que se seguiu viria algum tipo de provocação. ‘Então você é a famosa Bridgit?’ O colega cumprimentou, apresentando-se em seguida e sendo interrompido por Teo no momento em que começou a externalizar mais uma brincadeira não muito bem vinda. “Ok, chega. Quer saber, não preciso de você” Avisou ao rapaz, que ainda se divertia, empurrando-o para fora com alguns tapinhas nas costas. “Pode deixar que eu me viro aqui, vai tomar um café, parce” E depois de efetivamente expulsar o amigo dali, voltou-se à loira. “Vem cá” Chamou, abrindo a porta para que ela entrasse na sala bem iluminada e devidamente decorada, onde algumas músicas tocavam ao fundo. Sentou-se em uma das mesas e pediu que ela se sentasse logo à frente, colocando o desenho dela sobre uma folha de papel hectográfico e refazendo os traços com calma. Com o desenho refeito com a tinta daquele papel, aplicou em sua pele na posição desejada e após um pouco de álcool por cima, afastou a folha, demonstrando os traços já transferidos para a pele, pelos quais ele contornaria com a agulha. “Já tatuou alguém, Bee?”

O sorriso largo em seus lábios não permitia que Bridgit fosse capaz de esconder o quão animada estava com aquilo. Havia passado dias inteiros concentrada naquele desenho, que por muitos motivos, era um dos mais especiais que já havia feito. Até mesmo durante suas aulas deixava os cadernos de lado e puxava seus rascunhos de volta, apenas para ter certeza de que estaria perfeito – o que era algo difícil, considerando o quão crítica a garota era com sua própria arte. Ainda assim, depois de horas gastas naquilo, e ainda mais algumas para garantir de que estava realmente satisfeita, Bridgit achava que estava pronto. Avisou @texflxres​ com antecedência, para que ele pudesse marcar a sessão da tatuagem a ser feita, e por querer fazer uma surpresa, disse que iria mostrar os traços apenas quando chegasse o dia da realização desta. E assim o fez. Podia ser impressão pessoal, mas naquela manhã, até mesmo o sol parecia brilhar mais forte, enquanto a Hughes praticamente saltitava pela calçada até a frente da fachada do estúdio de tatuagem, onde o amigo lhe esperava.

“Timoteo!” Cumprimentou com animação e um sorriso largo nos lábios, ao que parava em frente a ele com o caderno em mãos. “Ok, você está pronto?” Ela mal conseguia fazer suspense, tão ansiosa quanto estava para mostrar logo a ele o fruto de seu trabalho. Estava entusiasmada, porém, com um pouco de medo, deveria admitir, afinal, corria o risco dele simplesmente não gostar. Apesar disso, não demorou muito para puxar do caderno a folha solta que revelava o desenho concluído, e logo em seguida, prosseguiu para sua explicação. “É meio clichê, eu sei, mas… Eu gosto de clichês.” Riu baixinho. “E eu também gosto de muitas coisas em você, Teo, tantas que eu nem sei por onde começar a listar… Mas acho que uma das que eu mais gosto é que você é a pessoa mais livre que eu já conheci. Fiquei muito tempo pensando em como poderia expressar isso, e é difícil, sabe? Desenhar liberdade, acho que não foi feito pra ser fácil. Depois de muito pensar, acho que o que melhor representaria seria um pássaro, então…” Continuou, e conforme falava, os dedos migravam pelo desenho para apontar os traços aos quais ela se referia. “O ramo de flores é porque flores sempre florescem nos lugares mais improváveis, e eu acho esse um conceito muito bonito. Pareceu um complemento apropriado.” Murmurou, só então erguendo os olhos para o rosto dele, para tentar ler sua reação. “Você pode me dizer se não gostou, é sério! Não vou ficar magoada. A gente remarca a sessão com o tatuador, e hoje mesmo eu começo a trabalhar em algo diferente! Eu quero que você goste do desenho o tanto quanto eu gosto de você, e olha, eu gosto muito de você.”

perfectbxy​:

ah não. miguel subiu os olhos para seja lá quem estava se intrometendo na conversa, mas já com um terrível nó na garganta digno de quem já sabia da pessoa se tratava apenas pelo timbre da voz grave. sentiu cessar a respiração quando se tocou que estava frente a frente com o pior indivíduo para se convidar para uma saída de meio de semana para um bar. onde havia álcool em demasia, piadas indecentes e flertes. e esses últimos eram potencialmente perigosos perto de timoteo. nem se lembrava a última vez que ficaram juntos, mas o aproximar dele bastava para que fizesse os mais recentes flashes voltarem à sua mente como um turbilhão. a mão que segurava a alça da mochila pendurada no ônibus ajeitava o tecido de forma constante, claramente nervoso. em compensação, o sorriso carismático no rosto, comos nada tivesse acontecido, poderia disfarçar o jogo para, ao menos, as pessoas ao redor. desgraçado filho da puta. « Oras, mas é claro que não, jamais! » miguel se corroía por dentro. merda, agora teria de achar outro bar para beber com outros amigos. talvez os colegas do time de futebol americano estivessem disponíveis. « Com certeza tá convidado também. Ah, a essa altura, eu deveria fazer um evento no MySpace logo! » miguel riu sozinho, dando um par amigável de tapinhas no ombro da primeira pessoa que estava convidando e estalando os dedos na direção de timoteo em um rápido cumprimento. « Vejo vocês lá, hein? Não vão furar comigo! » e saiu apressado dali, a passos largos, evitando qualquer outro contato em público com o flores.

Ah, sim, o sorriso falsamente simpático e contido de quem não escondia um segredinho sujo. Sinceramente, em um dia tão merda como aquele, era sorte grande esbarrar com o rapaz que tanto representava o que Timoteo mais apreciava: segredos, indecências e irritação gratuita. Manteve-se ali, parado, apenas observando o teatro do garoto popular e esperou que os outros convidados enfim se retirassem, totalmente alheios ao que acontecia dentro daquela linda cabecinha problemática que era Miguel. O colombiano não pôde deixar de perceber a rapidez dos passos do garoto, quase que desesperados para que se afastasse do tatuador. Como um daqueles assassinos em filme de terror trash, Teo caminhou com tranquilidade, olhando em volta sem uma mísera preocupação enquanto seguia o outro. Demorou até alcançá-lo, mas propositalmente -- já que o fez suficientemente distante do público, isto é, já não mais nos corredores cheios e sim na lateral da estrutura da universidade, no caminho do campus antes do campo de futebol. O braço direito foi imediatamente colocado sobre seus ombros em um meio abraço que os faziam aparentar velhos e bons amigos, e o sorriso ladino no rosto bonito não parecia com o de alguém que facilmente poderia apanhar se incomodasse demais o outro. “Algo me diz que você não tinha planejado me convidar, Miguelito. Isso machuca meu coração, sabe?” Tinha uma falsa tristeza na voz, enquanto a canhota dava tapinhas leves no peitoral alheio como quem agia com intimidade com um camarada qualquer - mas se demorou um pouco mais do que o necessário ali. “Assim me faz pensar que você não gosta de mim. E acho que pode concordar que eu to recebendo uns mixed signals” Provocou, a última parte saindo em um sussurro.

dearlina​:

Com a testa franzida, a McCoy prestava atenção em cada detalhe contado pelo outro. Não colocava suas mãos no fogo pelo relato, considerando ainda as possíveis tentativas falhas de piada ou mesmo a consideração final sobre Tyler. Desde que nascera, há mais de vinte anos, tinha plena consciência que existia um primo por parte de pai e, mesmo com o pouco tempo convivido pessoalmente, Lina sentia plena confiança no outro McCoy. Não acredita por isso na fala do outro, afinal se tratava apenas de um cara estranho que se esconde debaixo da mesa da biblioteca. Nada normal. “Eu confio no Ty” começou a andar, sem se preocupar se o outro a acompanhava “Se quiser minha companhia, vai ter que me entreter com histórias mais criativas que essa. Você sabia que ela namorava, não sabia? Se sim, foi extremamente ridículo e devia ter deixado você apanhar do namorado dela”

“Péssima escolha.” Respondeu ao comentário dela, mas havia um claro tom de piada em seus dizeres, afinal, ele era sim grande amigo do rapaz. E seria mentira se não dissesse que, de algum modo, também confiava nele. Claro que para Flores a confiança era algo ligeiramente delicado, até porque não era como se ele tivera exemplos disso no decorrer da vida. Interpretou a fala alheia como se a garota aceitasse sua companhia, e portanto o latino colocou um sorriso no rosto e se aproximou dela sem demora, passando a caminhar a seu lado. Torceu os lábios diante de sua pergunta, encolhendo os ombros como se estivesse envergonhado -- mas não, ele não tinha qualquer vergonha na cara. “Eu sabia. Mas, ei, eu sou a vítima aqui. Eu tava lá de boa, seguindo a minha vida, e ela veio com essa história de me seduzir. E sei lá, a carne é fraca.” Ele gesticulava e exagerava nas expressões como o artista que era, como se representasse um conto. Porque, bem, de fato estava um pouco distante da verdade. “Quando eu vi, já era. E depois o cara apareceu. Tive sorte de já estar vestido, se não teria invadido a biblioteca pelado, o que seria um problema a mais.”

Como um daqueles pratos finos que misturam ingredientes inesperados e resultam em um inigualável presente ao paladar, assim eram os três rapazes que não partilhavam de uma semelhança sequer e ainda sim nutriam uma forte amizade, independente da improbabilidade do sucesso daquela dinâmica. Poderiam mesmo buscar com algum afinco qualquer tipo de ponto em comum, mas não havia nada. Fosse no aspecto familiar, nos planos para o futuro, nas personalidades; diabos, até mesmo na aparência! Alguns poderiam dizer que era justamente aquela diferenciação que os fazia encaixar tão bem, muito embora tampouco pudessem classificar a amizade como a mais bela e saudável do mundo. Ou do campus. Veja bem: eles de fato eram leais, como amigos deveriam ser, e tinham sempre as melhores intenções. O único problema? Nenhum dos três imbecis tinha propriedade suficiente para auxiliar um ao outro, o que eventualmente resultava em situações como a daquela noite, repleta de péssimos conselhos e diversões de segurança questionável. Claro que as falhas de caráter não eram suficiente para que parassem de ouvir os conselhos oferecidos pelos amigos membros do Triple T’s — como infantilmente haviam se auto denominado — e muito embora não tivessem qualquer história que pudesse apontar a efetividade daquele tipo de reunião e brainstorming, eles seguiam a repetindo. Bom, talvez no fim eles tinham, sim, algo em comum: aquela amizade torta era a maior base que tinham. Não que qualquer um dos três estivesse disposto a dizer algo tão meloso e emocional! Não eram Zetas, afinal de contas. A noite da Califórnia estava consideravelmente menos quente que o comum, provavelmente por se aproximar do inverno, e por isso Teo, Tom e Tyler encontravam-se aproveitando as duas melhores fontes de calor que puderam pensar; a fogueira improvisada na areia, e a bebida forte dentro do saco marrom da mercearia. Timoteo havia acabado de se servir de um gole que mais valia por três, antes de entregar a garrafa ao amigo à direita. “Mas afinal, talvez seja esse o seu talento, então. Ser demitido” Provocou, passando as costas da mão nos lábios umedecidos. “Será que não dá pra trabalhar com isso? Sei lá. Um reality show sobre como irritar seu chefe de mil e uma formas. Eu assistiria.”

@tomgxrcia @mccoyt

O campus não estava muito recheado de boas pessoas. Bom, o país não estava, se fosse sincero. Por isso frases com aquele tom inocente e verdadeiro eram mesmo coisas raras de se ouvir. A única pessoa que de fato agia daquele modo simpático e autêntico era Bridgit, e muito embora fosse uma dinâmica rara em seus dias, ele havia aprendido a reconhecer aquele mesmo ar bondoso que agora estavam presentes na frase da jovem sobre como seria de fato interessante a presença dele no clube. Sem malícia, sem segundos interesses. Até onde ele podia morar, claro. Por isso ele apenas assentou, sem responder de fato. Tinha sempre respostas preparadas na ponta da língua para a forma ácida que as pessoas tratavam umas as outras em seus mais comuns círculos sociais, e portanto não sabia bem como agir com leveza. A pobre de sua amiga da Theta saberia com certeza atestar aquilo, afinal, frequentemente escutava as piadas idiotas que saiam de seus lábios. Escutou atento aos comandos da mais nova, fazendo o curativo conforme ela indicava, com a calma e o cuidado que ele melhor podia oferecer. De fato era algo extremamente simples, mas para Flores a sensação foi de quem fazia uma cirurgia de sucesso. “Opa! Agora sim, parce” Ele sorriu para o cachorro, como se o animalzinho pudesse compreender de que se tratava a comemoração. “Eu sou mesmo muito talentoso. Posso te mostrar meus pontos fortes qualquer dia desses” Retrucou, com uma piscadela. Ele ainda era, no fim, o fuckboy que não perdia uma oportunidade. Depois de deixar o pequeno animal livre para testar a pata enfaixada, o colombiano olhou em volta, pensativo. Gostava dali? O fato de ser uma obrigação as vezes o incomodava, mas seria mesmo uma mentira dizer que não apreciava comparecer no lugar. “Nem se eu não gostasse eu teria a opção de não vir” Brincou, e como que na hora perfeita, pôde enfim encontrar a caçula que vinha em sua direção. “É aquela ali a ditadorazinha que me força vir toda semana” Explicou, e dessa vez, sim, havia um sorriso verdadeiramente leve em seu rosto. A expressão, sinceramente, nem parecia combinar com ele. “Nia!” Chamou a garotinha que tinha um filhote nas mãos. “Venha se apresentar para minha amiga”

texflxres​:

Ao contrário da maioria de seus colegas, Timoteo não costumava ignorar as outras pessoas simplesmente pela diferença de status social ou monetário. Certo, aquilo não era uma completa verdade. Ele tinha sim o mesmo complexo de superioridade que a enorme maioria dos riquinhos daquele campus, mas tinha uma tolerância muito maior. Até porque não era como se ele tivesse mesmo qualquer preocupação com o tipo de lugar que frequentava; ia desde os locais caros até os becos perigosos. Conhecia desde as pessoas mais finas e ricas até as que seriam consideradas inadequadas por literalmente qualquer um. Eclético, podiam dizer. A garota diante de si, portanto, não representava qualquer aspecto que a tornasse intragável ao rapaz; muito pelo contrário, era inclusive atraente. Enquanto a auxiliava como podia - e como sabia, o que não queria dizer muito -, Teo prestou atenção no que ela explicava, erguendo as sobrancelhas com a menção do clube. “Ah, nesse caso talvez eu deva ir mais vezes para lá.” Comentou, com um sorriso charmoso muito característico do Flores. O clube de ricos engomados não era exatamente o seu lugar favorito —- preferia os bares frequentados pelos riquinhos rebeldes. “Eu tenho pelo menos sete piadas sobre cavalgar, mas vou poupar você disso.” Provocou, observando a forma que ela cuidadosa e habilidosamente cuidava do cãozinho. Pegou o algodão solicitado, ainda focado no que as mãos da jovem podiam fazer. “Laranja” Ele respondeu com uma animação quase infantil, e então concordou. Não se animava com a ideia de fazer coisas trabalhosas num geral, mas parecia no mínimo interessante poder dizer que conseguira enfaixar um cachorrrinho. “Mas, tem certeza?” Franziu o cenho, um resquício de um instinto que nem sempre estava lá transparecendo. “E se eu machucar o bichinho?”

Ao ouvir o comentário dele, Amy soltou um pequeno riso, segurando a revirada de olhos. “Na verdade, acho que não vai ser nada que eu já não tenha ouvido.”, deu de ombros. Os comentários sobre a montaria sempre rolavam soltos quando ela se apresentava como jóquei, mas eles já haviam passado de algo que a incomodava para algo divertido, a ponto de até mesmo ela fazer as piadas daquele tipo quando achava conveniente. “Mas se estiver falando sério, seria muito legal te ver por lá qualquer dia.”, sorriu de canto, um sorriso sincero que praticamente dizia ‘por favor, vá, eu preciso de amigos que me apoiem no que eu faço’, mas que ela jamais admitiria significar tal coisa. Assim que ele concordou em realizar a etapa final, ela se afastou do paciente para que ele pudesse ter o espaço necessário. “Não se preocupe, ele vai ficar bem, é só você ser delicado ao levantar a pata para transpassar a faixa.”, sinalizou o movimento que ele deveria fazer, mas aquilo até mesmo uma criança de dez anos conseguiria fazer. Observou, então, atentamente enquanto ele realizava o ato com mais facilidade do que até ele mesmo poderia pensar. “Viu só? Você tem tipo um talento nato.”, comentou com um sorriso, aprendera com os pais que era sempre importante elogiar as pessoas para motivá-las a seguir em frente. “Agora eu entendo porque gosta de vir aqui.”

Seria totalmente incorreto dizer que Timoteo não apreciava o curso. Oras, apreciava tanto que havia até colocado um ano a mais em seu período ali apenas para continuar aproveitando as aulas. O fato era simplesmente que ele não tinha a menor noção de compromisso e responsabilidade, o que acarretava na displicência para com as matérias e seus respectivos trabalhos. Vez ou outra conseguia pagar alguém de última hora para lhe ajudar, ou simplesmente convencer um colega a colocar seu nome no projeto em troca de inserí-lo em alguma festa badalada entre os famosos de Hollywood. Daquela vez, no entanto, a professora lhe havia oferecido um ultimato: ou fazia um trabalho decente - e sozinho, e àquele ponto ela já sabia reconhecer quais palavras eram do colombiano e quais não -, ou ele reprovaria pela terceira vez aquela matéria. Até mesmo Flores sabia que existiam alguns limites para a sua irresponsabilidade, o que não o deixava exatamente feliz. Era difícil que o rapaz se sentisse irritado (tendo tudo de seu jeito sempre, como poderia?), mas naquele dia a frustração parecia correr pelas veias. Não entendia o motivo de tanta pesquisa e conhecimento teórico - ele era um artista talentoso, aquilo não deveria bastar? Até tentou argumentar com a professora, em vão. Só restava-lhe mesmo retornar ao dormitório e resolver sua situação de uma vez por todas. Checava em seu celular os contatos marcados, procurando alguém que talvez fosse capaz de oferecer alguma força, até algo lhe fisgou a atenção. A voz era conhecida, mesmo que fosse forçado a fingir que não. Ergueu o rosto na direção de Miguel, feliz em ter diante de si uma distração que pudesse lhe aliviar um pouco. Literalmente. Ele parecia convidar o outro rapaz para o que devia ser um encontro com alguma galera, e Teo aproximou-se sem qualquer receio, o sorriso charmoso e convencido sempre presente no rosto. “Oras, e o meu convite? Não vai me dizer que ficou perdido no correio”

era no mínimo irônico cobrar de miguel boa atenção e bom comprometimento em uma aula chamada leis, saúde mental e ética. ainda que fosse ética dentro do direito trabalhista. ainda que os cenários fossem hipotéticos. ainda que ele só prestasse atenção porque era divertido fingir cenários para gerar discussão. ele dizia ao professor baixinho e careca, com uma barba digna de um filósofo, que seus pensamentos caóticos eram apenas para apimentar a discussão dentro da sala, e não porquê ele realmente não acreditava que seu psicológico não seria abalado por conseguir a inocência de uma pessoa claramente culpada. haha. de certeza, era uma das aulas mais divertidas de todas! valia a pena não se atrasar para ela só para ver o olhar entristecido do professor toda vez que erguia a mão para mais um comentário espertinho. seu humor se tornava claramente melhor depois daquela aula; estava tão feliz que, enquanto saía da sala, terminando de colocar o único caderno de 96 folhas que usava para todas as matérias (do curso inteiro, não do semestre) dentro da mochila, ao mesmo tempo em que arrumava nos braços o casaco de mangas diferentes do time de futebol nas cores da instituição, sorria na direção de alguém que acreditava ser um dos poucos amigos dentro do curso de direito, colocando a mão livre no ombro da tal pessoa: « Eu. Você. Oito horas. Lubits—– » miguel engoliu as palavras assim que subiu os olhos e percebeu que não estava falando com seu amigo. ainda manteve o sorriso perfeito e carismático de dentes brilhantes, apesar da clara surpresa, por mais que houvesse recolhido a mão para si para fechar a mochila e deixá-la largada um dos ombros. « Ah, perdão. Pessoa errada. Mas se quiser colar lá também, tamo junto. »

or press ♥ for a closed starter!

xamelynx​:

Ao oferecer a proposta, não imaginou que ele fosse aceitar. Teo não tinha obrigação nenhuma de dirigir a palavra a ela, afinal, estavam no mesmo lugar, mas ninguém ali os conhecia e se ele quisesse ser ignorante, ele poderia ser, mas não fora e isso já fizera com que Amelyn começasse a pensar diferente do outro. É claro que ainda era muito cedo para concluir qualquer coisa sobre ele. Se ela aprendera uma coisa na prisão era que as aparências e amizades podiam ser muito enganosas, então, ela não se deixava levar tão facilmente quanto parecia. Assentiu ao comentário dele e pôs-se a preparar os materiais para atender ao cão machucado. Foi até onde Max estava localizado e abaixou-se em sua altura para oferecer-lhe um carinho antes de começar o que devia. Não sabia ao certo como ele havia se machucado, a cuidadora do canil não fora muito específica, mas sabia que Border Collies eram animais muito fortes e que em pouco tempo ele estaria recuperado, era apenas necessário que Amy desse a atenção e cuidado necessário a ele. Assim que Teo se aproximou e perguntou aquilo a ela, assentiu, fazendo um sinal de mais ou menos com a mão. “Sim, eu faço veterinária, mas na verdade isso daqui é mais um trabalho voluntário do que estágio, não ganho nada e faço porque quero ajudar os animais mesmo.”, sorriu de canto, oferecendo a ele o algodão hidrófobo. “Eu trabalho no jóquei clube, na verdade, cavalos são a minha ‘coisa’”, comentou com um riso nasalado, não que ele quisesse saber, mas lá estava ela abrindo a matraca. Assim que se livrou do antigo curativo, estendeu a mão para ele. “Pode me alcançar o algodão.”, e assim que pegou o objeto, começou a traçar o curativo. “Temos que colocar esse porque é mais resistente e repele água, ajuda muito a proteger da tala para que não machuque a pele dele.”, comentou, fazendo as etapas seguintes. “Agora precisamos apenas escolher a faixa para fechar, temos azul, verde ou laranja, quer fazer? Deixo até você escolher a cor.”, perguntou, seu olhar encontrando o dele. O procedimento era simples, como enfaixar o próprio pé machucado, então imaginou que talvez ele quisesse se sentir como um veterinário por um dia.

Ao contrário da maioria de seus colegas, Timoteo não costumava ignorar as outras pessoas simplesmente pela diferença de status social ou monetário. Certo, aquilo não era uma completa verdade. Ele tinha sim o mesmo complexo de superioridade que a enorme maioria dos riquinhos daquele campus, mas tinha uma tolerância muito maior. Até porque não era como se ele tivesse mesmo qualquer preocupação com o tipo de lugar que frequentava; ia desde os locais caros até os becos perigosos. Conhecia desde as pessoas mais finas e ricas até as que seriam consideradas inadequadas por literalmente qualquer um. Eclético, podiam dizer. A garota diante de si, portanto, não representava qualquer aspecto que a tornasse intragável ao rapaz; muito pelo contrário, era inclusive atraente. Enquanto a auxiliava como podia - e como sabia, o que não queria dizer muito -, Teo prestou atenção no que ela explicava, erguendo as sobrancelhas com a menção do clube. “Ah, nesse caso talvez eu deva ir mais vezes para lá.” Comentou, com um sorriso charmoso muito característico do Flores. O clube de ricos engomados não era exatamente o seu lugar favorito ---- preferia os bares frequentados pelos riquinhos rebeldes. “Eu tenho pelo menos sete piadas sobre cavalgar, mas vou poupar você disso.” Provocou, observando a forma que ela cuidadosa e habilidosamente cuidava do cãozinho. Pegou o algodão solicitado, ainda focado no que as mãos da jovem podiam fazer. “Laranja” Ele respondeu com uma animação quase infantil, e então concordou. Não se animava com a ideia de fazer coisas trabalhosas num geral, mas parecia no mínimo interessante poder dizer que conseguira enfaixar um cachorrrinho. “Mas, tem certeza?” Franziu o cenho, um resquício de um instinto que nem sempre estava lá transparecendo. “E se eu machucar o bichinho?”

dearlina​:

No primeiro momento em que ofereceu ajuda, não era bem sua intenção ser acompanhada pelo rapaz. Talvez só até ele conseguir ficar longe do balcão e não levantar maiores suspeitas da estranha situação ocorrida ali e, que confessava que ela mesma mal tinha entendido. Lina respirou fundo com o veredito do estranho em acompanhá-la pelo campus, tentando de alguma maneira se desvencilhar da cena. “Okay, espera aí” avisou o rapaz e seguiu até a direção de sua substituta, dando um breve relato sobre os novos cadastros que precisavam ser realizados até o fim do dia. Ao retornar e ficar frente a frente com o mais velho e com a expressão menos simpática que conseguia fazer, Lina deu início ao discurso “Olha, se você vai ficar me seguindo por aí, acho bom me explicar o que você fez pra esse cara estranho estar atrás de você. Se não sabe eu sou prima do Tyler McCoy. Sim, o cara do time de basquete. Minha avó me faz andar com uma faca e não vou te falar se ela tá no meu bolso da calça ou na mochila. Good luck with that. Acho bom você não ser um estranho tarado. Eu posso falar estranho e claramente você sabe que eu não sou daqui, mas sei o número da polícia e sei gritar e pedir socorro.” deu um longo suspiro aliviado depois da longa, porém rápida fala “Pode me explicar o que aconteceu entre vocês dois ou eu chamo o segurança da biblioteca” cruzou os braços e olhou em sua volta, ainda sem sair da porta da biblioteca “Vai”

Já estava perfeitamente pronto para seguir seu caminho ao lado da garota se não fosse pelo súbito discurso que iniciara. Ela era pequena (bem, não tanto de altura mas certamente de tamanho), mas era brava. Infelizmente para ela e o poder que esperava que suas palavras tivessem, mencionar Tyler McCoy foi o que a fizera perder toda a credibilidade na visão do colombiano. Bem, sim, a parada da faca o assuntou um pouco, ele admitiria. Ficou em silêncio conforme a jovem colocava tudo para fora, e quando foi dado a permissão de resposta, ele se atreveu a falar. “Seguinte: tem essa gatinha que me dá mole há um tempo. E aí, bom, eu sou humano sabe? Nós meio que estavamos resolvendo esse assunto quando o namorado dela chegou, e é ele que tá querendo me bater. Por isso entrei aqui, e agora acho que já despistei ele, mas to me perguntando se seria mais perigoso lá fora ou aqui dentro com você.” Brincou, esperando fazê-la rir; sem sucesso. Prosseguiu então. “Não sou um tarado. Quer dizer, não nesse sentido.” A piscada também não pareceu nutrir uma resposta positiva da parte dela. “Ah, e se quer saber, eu conheço o Tyler. Uma dica: não use ele na tentativa de assustar alguém. Até eu dou um pau nele, e olha que eu tava me escondendo debaixo da tua mesa.”

badlily​:

Trombou levemente com o corpo do homem quando ele entrou na sua frente, deu um passo para atrás tentando fugir da vulnerabilidade que sentia por estar tão próxima ao rapaz. Respirou fundo e cerrou os olhos. Ele tinha razão. Seu pai não gostaria nada que a menina aparecesse na delegacia, mesmo como reclamante, a reputação como juiz e de o patriarca de uma família perfeita era algo que o homem protegia a qualquer custo, e além do mais, aquele não era um bom momento para começar uma briga com o Sr. Pearson, afinal, tinha acabado de bater o carro. Fechou o celular e cruzou os braços. “Tudo bem…” deu-se por vencida “Vou te poupar de tirar uma foto na delegacia, com certeza não iria ficar boa” disse ácida, sorriu de maneira sarcástica e começou a caminhar em direção ao seu próprio carro.

Soltou o ar aliviado diante da pequena vitória, a mão livre afastando a camiseta de perto do pescoço, como se o tecido lhe sufocasse. Até um completo idiota inconsequente como Timoteo sabia bem os limites das ilimitações. “¿Que? Sou o cara mais fotogênico desse condado” Garantiu, como se verdadeiramente ofendido pelas palavras alheias. Resguardou alguns instantes ainda para observar a garota enquanto se afastava - sua parte traseira, mais especificamente. Então focou no que deveria fazer, digitando o número do seguro a fim de resolver uma vez a situação. O papo foi simples, afinal, não era a primeira e nem décima vez que se encontrava em uma situação como aquela, e em poucos minutos finalizou a conversa. “Bem, disseram que daqui vinte minutos estarão aqui. Enquanto esperamos, por que não me diz o seu nome, braveza?”

20. your character walking in on mine… [mun’s choice] (april!)

Atrair as garotas do campus era mais do que somente uma distração; para Teo, era como um esporte. Deus sabia que ele se esforçava muito mais para aquilo do que para qualquer matéria acadêmica ou competição do clube de nado. Costumava dizer que era uma arte, e como toda arte demandava paciência, entendimento, e sobretudo: talento. Normalmente provava sua teoria conseguindo conquistar os mais diversos tipos de garotas, desde as excluídas até as populares, das estudantes de moda às programadoras, desde as atiradas até as tímidas. Havia um nome, no entanto, que há muito seguia em seu caderno e que ainda não tinha chegado bem mesmo perto da conquista. Considerou pedir a Tyler que apresentasse a amiga de sua namorada, mas duvidava que poderiam ter qualquer tipo de encontro pacífico com os dois que mais se assemelhavam a uma bomba relógio. Fato era que April James simplesmente parecia não saber de sua existência, mesmo com todos os esforços. Bem, o máximo que a palavra “esforço” poderia representar à Timoteo Flores, é claro. Era um novo dia, e uma nova tentativa. Estava confiante; mas até então aquilo não era diferente de outras ocasiões. Soube pelo amigo que as garotas estariam comemorando a vitória da competição de líderes de torcida em uma das lanchonetes próximas do campus, e por isso o rapaz entrava no espaço já ansioso para tentar sua sorte com as palavras grandes e complicadas que achou na internet, e que jurava serem capazes de fazê-lo parecer inteligente. A porta de vidro anunciou sua presença ao tocar o sino logo acima, e os olhos repousaram na morena apoiada no balcão fazendo seu pedido. O colombiano sorriu, indo direto até onde ela estava, mas infelizmente não calculara que a jovem se viraria naquele instante, esbarrando nele e derrubando o slushie azul na sua roupa favorita. Olhou para si mesmo enquanto o líquido gelado percorria o corpo, afastando um pouco a camisa do corpo que já ameaçava começar a colar, enquanto ouvia a voz da garota se desculpando. Oras, aquilo podia ser sorte, não? Ela com certeza prestaria atenção nele, e pela culpa certamente ofereceria ajuda! Não deveria ter apostado naquilo tão cedo, pois dois segundos depois pôde notar que a atenção de James já não estava mais no garoto molhado e sim em alguém que entrava no lugar. ‘Kit?’ Foi a última coisa que ouviu dos lábios da jovem antes de ser devidamente ignorado conforme a menina andava para longe. Soltou o ar, frustrado e banhado na bebida azulada. “Ótima jogada, Teo.”

18. your character walking in on mine throwing up. (tyler!)

Era como se o corpo de Teo já tivesse há muito desistido de tentar ajudá-lo a expelir as substâncias, e por isso o rapaz dançava e pulava sem preocupação alguma enquanto a mente se encontrava agitada pelo abuso do álcool e do ecstasy. A velocidade das coisas estava um pouco diferente do normal — bom, do normal das outras pessoas. Enquanto ele caminhava entre a multidão, era como se corresse, ao mesmo tempo que sentia como se arrastasse o corpo devagar entre os outros. Perguntou sobre o amigo para um dos colegas em que esbarrou, recebendo a notícia de que ele havia saído da festa. Tyler ficava daquela forma as vezes quando a namorada terminava com ele e se encontrava aos beijos com outro em menos de vinte e quatro horas - se perguntassem a Flores (o que nunca faziam), diria para colocar um fim logo naquela palhaçada. Mas o amigo não queria conselhos, apenas uma noite de distração, e isso o colombiano tinha oferecido. Infelizmente McCoy tinha virado copos de distração demais, e agora estava do lado de fora da casa apoiado na lateral da construção, vomitando atrás de um arbusto. Aproximou-se do Alpha, dando tapinhas em suas costas. “Isso, amigão, coloca pra fora. É isso que se fala nessas ocasiões né? Eu não sei. Mas não se preocupe, eu tô aqui, e vou ficar do seu lado!” Garantiu, segundos antes dos olhos repousarem em uma figura interessante. “Aquela é Marianne? Mas que sainha maravilhosa. Aê, Ty, aguenta aí que eu volto em dez minutos”

👄 + lily

“Ei, essa é a bravinha gostosa, não? Eu não sei muito sobre ela não, mas tenho uma lista de coisas que queria descobrir.”

👄 + bridgit

“Ah, a Bee é minha amiga, sabe? Uma boa amiga, é isso. E sinceramente, a menina mais bonita do campus, mesmo que pareça não perceber isso. Já viram como os olhos dela brilham quando ela recebe alguma surpresa legal? Ah, ela é muito talentosa também! Os desenhos são realmente bons, até vou deixá-la fazer minha próxima tatuagem. Às vezes eu me pergunto se ela é de verdade, porque é boazinha demais. O que me preocupa também, já que não é muito difícil de serem folgados com ela, daí eu tenho que ficar de olho e cuidar dela. Digo, eu teria. Teria que ficar. Se eu me importasse tanto, claro. O que não é o caso. Já que ela é só uma amiga.”

👄 + lina

“Primeiramente: são os olhos mais azuis que eu já vi. Ela parece bem forte e decidida, eu tenho certeza que se ela tivesse mais que 40kg poderia facilmente me nocautear - e isso normalmente me atrai muito em uma garota. O sotaque também é uma graça, mas eu não entendo metade do que ela fala por conta disso. Acho que nem em um milhão de anos eu adivinharia que ela é prima do Tyler, porque a garota é realmente interessante”

LACE: what is something in your life completely different from last year?

“Acho que a quantidade de amigos. Bom, talvez não amigos, colegas. Eu ainda não sei a diferença muito bem”