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#ser que reflete e investiga
wow-magazine · 1 year
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Lucia Santaella responde se a Inteligência Artificial é mesmo inteligente
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Investigação faz parte do novo livro (Imagem: Divulgação)
Ao comparar os modelos de aprendizagem das máquinas e dos seres humanos, a pesquisadora referência no campo da semiótica contribui para o debate sobre as controvérsias relacionadas ao tema
Referência no campo da semiótica, a pesquisadora e professora Lucia Santaella reflete sobre as potencialidades e limitações de ferramentas como o famigerado Chat GPT no livro A Inteligência Artificial é Inteligente?, publicado pela editora Almedina Brasil. A autora debate as controvérsias entre a intelectualidade humana e a dos algoritmos tendo como ponto de partida a definição da aprendizagem como mola mestra da inteligência.
Com a discussão sobre a inteligência das máquinas fragmentada entre os que não hesitam em demonstrar suas incertezas e aqueles que negam categoricamente a Inteligência Artificial (IA), são comuns os embates sobre o quão próximo da sapiência do ser humano as sequências de códigos já chegaram. Esses questionamentos quase sempre tangenciam as mudanças causadas por este tipo de tecnologia, presente em praticamente tudo, mesmo que, na maioria das vezes, invisível.
A IA, agora popularizada pelos chatbots, softwares capazes de simular conversas naturais com usuários humanos, já faz parte da realidade há muito tempo. Ela está presente na distribuição de conteúdos nas redes sociais, nas sugestões de produtos relacionados em lojas virtuais como a Amazon, em indicações de séries e filmes de plataformas como a Netflix, nos programas de reconhecimento facial, nos aplicativos de localização como o Google Maps e em tantas outros dispositivos e funcionalidades.
"Não vem do acaso a declaração de Webb (2020, p. 2) de que estamos em meio a uma transformação descomunal que está revirando as próprias noções que tínhamos de mundo, não sendo, portanto, de se estranhar o alvoroço cultural sensacionalista que tem acompanhado a emergência das aplicações da IA. Uma das razões para o alvoroço encontra-se no fato de que a performance dos algoritmos é invisível. Tudo se passa por baixo de pequenos aparelhos aparentemente inofensivos. Compartilhamos nosso espaço de vida com eles, não apenas nos pequenos gestos para colocá-los em execução e que podemos controlar, ou seja, a famosa interatividade, mas, sobretudo, nos sistemas complexos cuja presença e atividade sequer podemos perceber. Convivemos com os efeitos, sem que tenhamos ou possamos ter visibilidade das operações da performance algorítmica"
É justamente dessa onipresença que parte o interesse em estudar como a Inteligência Artificial funciona e entender se ela tem comparação com o intelecto humano. Para isso, Santaella ecoa pensadores como C. S. Peirce, apresenta os conceitos filosóficos e lógicos de inteligência e investiga se estes referenciais estão presentes nos modelos de pensamento de uma máquina.
A Inteligência Artificial é Inteligente? procura responder um questionamento que parece intrínseco ao momento em que vivemos. Ao longo das páginas, a autora cumpre esta missão desmontando crenças antropocêntricas, que elevam o homem como único ser dotado de inteligência. Ela também não fomenta as ideias apocalípticas de que os robôs promoverão uma revolta e assumirão o controle da sociedade. Afinal, de acordo com Santaella, ser inteligente não é a mesma coisa que ser consciente.
__Ficha técnica -- Livro: A Inteligência Artificial é Inteligente? Autora: Lucia Santaella Editora: Almedina Brasil, selo Edições 70 ISBN: 9786554270533 Páginas: 178 Formato: 16x23x1,2 Preço: R$ 59,00 Onde encontrar: Almedina Brasil | Amazon
__Lucia Santaella é pesquisadora do CNPQ, professora titular na pós-graduação em Comunicação e Semiótica e coordenadora da pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (PUCSP), doutora em Teoria Literária pela PUCSP e livre-docente em Ciências da Comunicação pela USP. Fez nove estágios de pós-doutorado no exterior e foi professora convidada em várias universidades estrangeiras, tendo levado à defesa 275 mestres e doutores. Publicou mais de 50 livros e organizou outras dezenas, além de artigos, no Brasil e no exterior. Recebeu os prêmios Jabuti (2002/2009 2011/2014), o prêmio Sérgio Motta (2005) e o prêmio Luiz Beltrão (2010).
__Fundada em 1955, em Coimbra, a Almedina orgulha-se de publicar obras que contribuem para o pensamento crítico e a reflexão. Líder em edições jurídicas em Portugal, a editora publica títulos de Filosofia, Administração, Economia, Ciências Sociais e Humanas, Educação e Literatura. Em seu compromisso com a difusão do conhecimento, ela expande suas fronteiras além-mar e hoje traz ao público brasileiro livros sobre temas atuais, em sintonia com as necessidades de uma sociedade em constante mutação.
mar/23, com copy w!m via Ascom LC – [email protected]
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web-series · 1 year
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Rainha do Verão
Com medo do que pode acontecer, Alan vai até a loja onde Bianca trabalha, desesperado.
[Alan]- tem um tempo pra trocar uma ideia? Juro que vai ser rápido.
[Bianca]- o que foi agora, Alan? Cê não vem me trazer problema no meu primeiro dia de trabalho, não, hein!
[Alan]- não quero te prejudicar, mas tenho que pelo menos me despedir de você antes de sumir.
[Bianca]- sumir?! Pra onde?!
[Alan]- é uma longa história, mas quando eu voltar, te conto.
[Bianca]- como assim, Alan? Pra onde cê tá indo?
[Alan]- não sei, mas relaxa que eu me viro. Vou te dando notícias, prometo. Mas se cuida, tá? E vê se não se esquece de mim.
[Bianca]- me fala logo o que tá acontecendo, caralho, eu posso te ajudar de alguma forma?
[Alan]- olha, Bianca...
Nesse momento, a dona da loja se aproxima, desconfiada.
[...]- algum problema por aqui, Bianca? 
[Bianca]- não. Tá tudo certo.
Alan se despede e vai embora rapidamente.
Enquanto isso, na mansão, Dalila reflete sozinha e chora.
[Samuel]- tudo bem, Rainha do Verão?
[Dalila]- tudo. Tô só emocionada mesmo. Tava conversando com meus mentores.
[Samuel]- cê chegou longe demais, hein. Enfim conquistou o que tanto sonhava.
[Dalila]- eu sei que é horrível falar isso, mas eu queria tanto ter conquistado antes, sabe? Não queria ter visto tantas das minhas morrer nas ruas simplesmente por serem quem são.
[Samuel]- elas tão é com um puta orgulho de você. Mano, cê é uma sobrevivente, cê tem noção?
[Dalila]- tenho. E é por isso que eu tô aqui. Valeu demais pela força, Samuka. Sem você e os outros, não sei o que seria de mim.
[Samuel]- relaxa e enxuga essas lágrimas pra gente aproveitar. Essa mansão vai ser nossa o verão todo!
[Dalila]- não, não dá pra relaxar por enquanto. Ainda temos que encontrar a Estela e encarar o Cadu. A vontade que me dá é de mandar ele tomar no olho do cú, mas como sou educada, vou apenas me despedir.
Mariana vai até o flat de Cadu para atualizá-lo das últimas sobre as Panteras.
[Mariana]- parece impaciente, algum problema?
[Cadu]- todos! Todos os problemas! E se você tá aqui, é porque com certeza vem mais por aí!
[Mariana]- acho que vem mesmo. Tá rolando uma coisa bem top secrets entre a Dalila e os aliados, se eu fosse você, ficava de olho.
[Cadu]- seja mais clara.
[Mariana]- eles estão de segredinho. E saíram bem cedo hoje, até então não tinham nem voltado.
[Cadu]- “eles” quem?
[Mariana]- Dalila, João, Sara e Samuel. Ou seja, todos.
[Cadu]- investiga eles pra mim, se possível até segue. Não posso perdê-los de vista.
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petrosolgas · 1 year
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Grupo Master expande sua equipe: contratação imediata de 30 mecânicos, 10 caldeireiros, 10 soldadores, 05 TST e mais!
O Grupo Master Engenharia, empresa especializada em soluções de manutenção industrial, está atualmente promovendo um processo seletivo para a contratação de 65 profissionais qualificados para preencher vagas em suas filiais situadas em Descalvado, Matão, Américo Brasiliense e Araraquara, todas localizadas no estado de São Paulo.
Com um vasto leque de oportunidades disponíveis, a empresa está buscando candidatos para preencher cargos em diversas áreas, tais como mecânicos de manutenção, caldeireiros, soldadores e muito mais, confira abaixo todas as vagas disponíveis e como participar do processo seletivo.
Vagas abertas no Grupo Master
Se você é um profissional talentoso e proativo, que busca um ambiente de trabalho desafiador e gratificante, esta pode ser a sua chance de se juntar a uma empresa líder em seu setor. Confira abaixo as vagas de emprego disponíveis no Grupo Master:
Caldeireiro, 10 vagas
Este profissional atua com montagens, soldagens e fabricação de componentes mecânicos, preparação de inspeções de equipamentos mecânicos, inspeções visuais de componentes construídos em chapas e tubulações.
Soldador, 10 vagas
Este profissional corta peças metálicas, solda aço carbono e inox, furos, chapas e equipamentos, também utiliza processos de soldagem e corte, como: eletrodo revestido, TIG, MIG, MAG, oxigás, arco submerso, brasagem e plasma.
Técnico em segurança do trabalho, 5 vagas
Desenvolve e orienta as atividades de segurança do trabalho e preservação física dos empregados em empresas, prédios e instalações industriais, também inspeciona equipamentos e condições de trabalho, investiga e analisa causas de acidentes para eliminar riscos.
Mecânico de Manutenção, 30 vagas
O trabalho como mecânico de manutenção consiste em realizar a manutenção em máquinas, motores e equipamentos industriais, incluindo a reparação e substituição de peças, bem como fazer ajustes e regulagens utilizando ferramentas e instrumentos de medição e controle.
Requisitos das oportunidades
Além das oportunidades mencionadas existem cargos disponíveis para supervisores (2 vagas), engenheiros mecânicos (1 vaga) e encarregados (6 vagas).
Os candidatos devem possuir experiência prévia na área e habilidade para trabalhar em equipe e proatividade. A contratação é fixa e imediata, permitindo que novos funcionários comecem a trabalhar o mais rápido possível. As vagas da empresa também estão disponíveis para pessoas com deficiência.
Concorra aos cargos disponíveis no Grupo Master
Para se candidatar aos cargos mencionados, é necessário enviar um currículo atualizado para o endereço de e-mail [email protected], indicando a vaga de interesse. É importante que o currículo inclua informações precisas sobre a formação acadêmica, experiência profissional e habilidades relevantes para a posição pretendida.
Não perca esta oportunidade única de fazer parte de uma equipe dinâmica e inovadora, que valoriza o talento e o comprometimento de seus colaboradores.
Benefícios fornecidos pela empresa 
Os profissionais selecionados para trabalhar no Grupo Master serão remunerados com salários compatíveis com a função e ainda poderão usufruir de diversos benefícios, dentre eles:
Vale-transporte;
Vale-alimentação;
Seguro de vida;
Cesta básica;
Prêmio assiduidade.
Conheça o Grupo Master 
O Grupo Master é uma empresa líder no segmento de engenharia mecânica e industrial, com um histórico sólido e confiável desde a sua fundação em 2018. Ao longo dos anos, a empresa vem construindo uma reputação notável de excelência em serviços de engenharia, com uma equipe altamente qualificada e experiente de cerca de 500 colaboradores.
A empresa tem uma visão de crescimento a longo prazo, e isso se reflete na sua estratégia de expansão para novas filiais. A busca diária pela qualidade é o lema do Grupo Master, a companhia está comprometida em fornecer soluções de engenharia inovadoras e de alta qualidade para seus clientes, por meio de um processo de melhoria contínua.
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vidalokanet · 4 years
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Bivolt protagoniza investigação em clipe cinematográfico da faixa “Cubana”
Nova matéria públicada em https://www.vidaloka.net/bivolt-protagoniza-investigacao-em-clipe-cinematografico-da-faixa-cubana
Bivolt protagoniza investigação em clipe cinematográfico da faixa “Cubana”
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Rapper aposta em produção audiovisual da faixa “Cubana” inspirada em clássicos do diretor Quentin Tarantino
O ritmo contagiante da faixa “Cubana” ganhou um clipe à sua altura. A produção possui uma pegada pop, com ares latinos e inspiração nas obras cinematográficas do diretor Quentin Tarantino. O resultado protagonizado pela cantora é regado a muita ação, comédia, presença de mafiosos e final surpreendente.
A faixa faz parte do primeiro álbum da carreira da rapper, que leva seu nome, e foi lançado em março pela Som Livre. Após lançar os clipes interativos das faixas “110v” e “220v” e colher ótimos resultados, Bivolt aposta mais uma vez em uma produção audiovisual para comunicar com muita criatividade as mensagens de suas músicas.
No envolvente clipe de “Cubana”, a rapper investiga um trio de mulheres justiceiras e protagoniza uma emocionante perseguição com um desfecho inesperado. A direção é de Gabriel Augusto e Quemuel Cornelius, da Iconoclast, produtora responsável por clipes de artistas como Beyoncé e Jay-Z, Kendrick Lamar e Tove Lo.
O refrão carrega a personalidade de Cubana: “Ela tá que tá/Bota fogo, ninguém quer apagar/Tá um nojo, quer me provocar/E tá que tá, pra impactar, sabe que tá/Vem jogando na cara pronta pra provar meu néctar”. Bivolt explica que o clipe foi criado para dar vida à personagem Cubana, uma mulher inteligente, extremamente atraente e dona de si, interpretada pela atriz transexual Ona Silva. “Eu escrevi Cubana inspirada em uma mulher real, que rege a própria vida e se entrega ao momento. Ela é linda, chama atenção por onde passa, deixa todo mundo louco no rolê e todos querem saber quem é aquela mulher. No clipe a gente criou uma história para essa música e assim nasceu Cubana”, conta.
A rapper também fala sobre o processo de escolha das referências cinematográficas para o clipe. “A música tem uma pegada muito latina e a narrativa do clipe traz a história de uma mulher muito cobiçada que se apaixona por outra mulher. Eu sou muito fã do estilo do Tarantino e, quando optamos por fazer essa produção inspirada em filmes de ação, achei que seria perfeito ter a pegada de clássicos como Pulp Fiction e Kill Bill. Quem curte esse gênero de cinema vai identificar rapidamente as referências que fizemos. Espero que todos se divirtam como eu me diverti”, diz.
youtube
  O Clipe da faixa “Cubana” do álbum “Bivolt” foi lançado pela Som Livre na última quinta-feira, dia 14 de maio de 2020.
Sobre Bivolt
Estilo, rimas, alto astral e muita garra formam a persona Bivolt – primeira mulher a integrar o time de música urbana da Som Livre. Há 10 anos se faz presente com respeito no cenário da música e entre idas e vindas permanece expressando suas vivências através da arte, trazendo o poder feminino para discussão em suas letras. Para alcançar o sonho de ser cantora, morou na rua por meses, passou por um conturbado e exposto relacionamento e descobriu na música sua maior superação. Começou a quebrar barreiras ao ser a primeira rapper mulher a se apresentar na edição de 2017 do Rock in Rio, descoberta por um olheiro quando cantava na rua.
Em 2019 assinou com a sua primeira gravadora, Som Livre, e lançou o single “Vista Loka”, com clipe gravado na comunidade do Boqueirão, em São Paulo, onde a rapper nasceu e foi criada.
Em 2020 lança o primeiro álbum da carreira, intitulado “Bivolt”, com direção musical do Nave. As 14 faixas autorais apresentam ao público a dupla voltagem da artista, do lado mais pop, com estilo lovesong e um toque de R&B, ao mood vindo das batalhas de rap, com linguagem de rua, rimas mais intensas e muita dança. As composições são baseadas em suas vivências e trazem uma bagagem de música urbana, reflexões sócio-políticas e relações amorosas. Entre as participações especiais estão Xenia França, Tasha & Tracie, Dada Yute, Jé Santiago e Lucas Boombeat.
Sobre Iconoclast
A Iconoclast é uma produtora de origem francesa, com frentes de atuação na Europa, Estados Unidos e Brasil. No Brasil, a Iconoclast produz comerciais em parceria com renomadas agências de publicidade. A produtora também realiza projetos voltados para a área de entretenimento.
Já produziu videoclipes para artistas internacionais, entre eles para a DJ belga Charlotte de Witte, dirigido por Fernando Nogari, e para a popstar sueca Tove Lo, assinado pela dupla Alaska. Pertencem ao time de diretores brasileiros da produtora, Ian Ruschel, Fernando Nogari, Gui Bohn, Rafa Carvalho, Clemente e a Dupla Alaska.
Sobre a Som Livre
De 1969 para cá o mercado fonográfico mudou, assim como a forma de se consumir música. Hoje, 50 anos depois de sua criação, a Som Livre é muito mais do que uma gravadora, é o espelho musical do país. Uma empresa 100% nacional voltada para a música, seja qual for a sua plataforma e que reflete, através de seus lançamentos, o gosto e o hábito de consumo do brasileiro.
A Som Livre possui diversas frentes de negócios: venda física, digital, shows, licenciamento e editora. Em seu time são mais de 100 artistas e sua editora é uma das mais importantes do país, representando os direitos de compositores nacionais e internacionais. Na linha de shows, a empresa aposta em festivais de música, que acontecem por todo o país, com as marcas Festeja, Viva Mais Música e Arena Pop.
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Morte no Nilo assistir filme completo Português online
Assistir filme - https://morte-no-nilo.blogspot.com/
O insuperável detetive belga Hercule Poirot investiga o misterioso assassinato de uma jovem herdeira de uma família rica a bordo de um luxuoso navio de cruzeiro ao longo do Nilo.
O filme recebeu algumas críticas maldosas e não é uma grande surpresa. Esta é uma espécie de embalagem espumosa e charmosa, e a performance de Branagh à parte não é uma peça de grande profundidade ou complexidade. É a elegante conspiração de Christie que faz o trabalho real aqui. O elenco entrega as falas muito bem e parece adequadamente fabulosa, as tomadas são lindamente compostas; a lua reflete no rio como em uma daquelas pinturas a óleo de sua avó, e os figurinos, cenários e paisagens são lindos, especialmente na tela grande. Não há muito aqui, no entanto, em termos de subtexto ou nuances ou emoção de tirar o fôlego. Os espectadores britânicos de uma determinada safra serão atraídos pela experiência, primeiro pelas memórias de David Suchet no mesmo papel na televisão e, em segundo lugar, pela crescente conscientização de que "espere um minuto, esse é Russell Brand?" e finalmente por French e Saunders, filmados de forma cinematográfica, que às vezes fazem você pensar que está assistindo a uma de suas paródias de filmes de meados dos anos 90. Este último é uma pena, porque o casal não está realmente jogando para rir aqui e tem uma das subtramas mais interessantes do filme. Não é ajudado pelo sotaque americano incerto de Jennifer Saunders, que é particularmente não confiável quando colocado diretamente ao lado do inglês impecável de Annette Benning. A morte de Kenneth Branagh no Nilo poderia ter uma maldição. O filme estava originalmente programado para ser lançado em dezembro de 2019, mas foi adiado para outubro de 2020. As filmagens ocorreram de setembro a dezembro de 2019, poucos meses antes da pandemia fechar tudo ao redor do mundo. Mas assim como o estúdio pode ter decidido transmiti-lo em vez de mantê-lo, surgiram alegações de assédio sexual e outros comportamentos ainda mais insidiosos contra o ator Armie Hammer. Nos meses em que este filme estava esperando para ser visto, tanto Hammer quanto Letitia Wright (cujo status anti-vax teria causado problemas para filmar a sequência de Pantera Negra) tiveram uma queda muito pública.
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reinato · 3 years
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Segunda-feira,  05 de julho
Meditação Jovem - Fundamentos da vida
Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: não há Deus. Salmo 10:4, ARC
Faz algum tempo, um comentarista disse no rádio que os cristãos são ignorantes porque, “com certeza”, o relato da criação é uma ilusão. Sua percepção reflete o pensamento daqueles que não acreditam na inspiração da Bíblia. Para os fiéis, porém, o Livro Sagrado expressa a verdade sobre nossas origens e explica tudo o que é necessário para que sejamos salvos. Essas explicações estão além do conhecimento científico e são as únicas que podem dar sentido às questões profundas da vida.
O verso de hoje nos revela que a pessoa que não crê em Deus nem em Sua Palavra, mas segue os próprios caminhos, perde-se na descrença e no ceticismo. Ela acredita que tem explicação para tudo, mas não sabe qual é o verdadeiro sentido da vida nem o que vem depois dela.
Em relação aos descrentes que insistem em negar a existência do Criador, a Bíblia afirma que para eles “não há paz” (Is 57:21). Esse desconforto existencial ocorre porque as coisas criadas evidenciam a existência e o poder de Deus. Assim, ninguém tem desculpa para rejeitar a realidade de um Ser Superior, Criador e Mantenedor de tudo que há (Rm 1:20). Dessa maneira, aqueles que se consideram sábios, de fato, são insensatos. Em outras palavras, têm provas suficientes, mas preferem não crer.
Em contrapartida, aquele que reconhece a existência de Deus pode dizer: “Em paz me deito e logo adormeço, pois só Tu, Senhor, me fazes viver em segurança” (Sl 4:8). Assim, para o cristão, o sono não é uma fuga da realidade, mas uma entrega nos braços do Criador. Se você tem dúvidas em relação às origens da vida e à existência de Deus, faça um teste. Peça ao Senhor para falar a seu coração e convencê-lo das grandes verdades da vida. Nosso Criador e Mantenedor deseja que tenhamos o sono tranquilo resultante de uma vida confiante em Suas palavras, que permanece à sombra de Suas orientações e desfruta a esperança que traz a paz.
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diariodocarioca · 3 years
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O que é Casa Loft? Inspire-se em lindos projetos da CASACOR
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Loft (U). Studio Roca – CASACOR Rio de Janeiro 2017.Divulgação/Veja Rio
Cheias de estilo, com uma atmosfera industrial e ambientes integrados, as casas loft se tornaram verdadeiras tendências de moradia contemporâneas. Quem se identifica com as características citadas anteriormente, vai adorar esse tipo de residência, que alia praticidade e aconchego.
É muito comum que as casas loft sejam provenientes de galpões e armazéns inutilizados – o que, de certa forma, acaba sendo também uma forma de dar nova função para espaços em desuso. Em razão dessa característica, esse tipo de moradia costuma contar com o pé direito duplo.
O que é uma casa loft?
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Loft Cinex. Ney Lima – CASACOR BSB 2017.Divulgação/Veja Rio
Mais do que outros tipos de moradias, o loft possui uma bagagem histórica bem expressiva, que contribui diretamente para a criação de projetos. E por isso, entender o movimento que trouxe essas casas para o Brasil é fundamental.
Na França, a partir dos anos 50, os lofts passaram a ser considerados moradias urbanas. Tratavam-se de um espaço que geralmente ficava no alto de galpões, celeiros ou qualquer outra estrutura ampla em que os ambientes eram integrados  e com pé direito alto.
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Loft Haven Home por Mike Hoffman e Lia Hermann – CASACOR SP 2018.Lio Simas/Veja Rio
O movimento seguiu para Nova York na década de 60, e logo grandes produções de Hollywood começaram a abordar sobre o estilo – como Ghost e Flashdance. A partir desse momento, as casas loft se tornaram queridinhas e sofreram grande expansão ao redor dos Estados Unidos.
Como se tratava de uma moradia “improvisada”, muitas vezes eleita como lar de artistas e profissionais liberais, as casas loft costumavam ser super despojadas e alternativas. E isso é algo que se reflete até os dias de hoje.
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Loft Ninho. Nildo José – CASACOR 2018.Reprodução NJ + Arquitetos/Veja Rio
Reformular o galpão não é totalmente necessário para incorporar um loft. Pelo contrário: o que se espera é manter ao máximo as características marcantes da construção antiga, mas com elementos que garantam conforto. Por essa razão, em muitos ambientes é comum a presença de pilastras.
>> 43 lofts e estúdios da CASACOR para você se inspirar
Características de uma casa loft
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Loft Ninho, para a CASACOR São Paulo 2018.Marco Antonio/Veja Rio
Existem diferentes construções loft diferentes. Hoje, alguns arquitetos inovam e conseguem criar um estilo super elegante nesses modelos rústicos de morar.
Ainda assim, vale trazer algumas características gerais que costumam ser bem incorporadas aos lofts. São elas:
Pé direito alto: por se tratar de um ambiente antes voltado para indústrias, a distância do teto ao piso costuma ser bem significativa;
Ambientes integrados: a integração de espaços é outra característica pensando que esses espaços sofrem poucas alterações de sua estrutura. Geralmente, as divisórias são feitas com o uso de marcenaria;
Janelas amplas: a iluminação é um ponto focal para casas loft. A ideia é tornar os espaços mais amplos;
Tubulação hidráulica a mostra: o que antes poderia ser sinal de desleixo, hoje compõe o design de interiores e de quebra cria um clima industrial cativante.
Estilo Industrial
É impossível falar de casa loft sem falar sobre o estilo industrial. Afinal, esses dois andam lado a lado. Uma decoração industrial possui todas as características de uma casa loft, e por isso, esse estilo é um dos mais queridos para compor o décor desses ambientes.
Incorporar tijolos aparentes, cimento queimado e metais na decoração de uma casa loft é algo bastante comum, afinal, o clima rústico lhe cai super bem.
Diferença entre loft, kitnet e estúdio
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Loft de Los Chicos. Luisa Anticona, Margarita Bracamonte e Marcia Lenz. CASACOR Peru 2019.Reprodução Facebook CASACOR Peru/Veja Rio
Ainda que sejam moradias distintas, existem muitas dúvidas sobre as diferenças entre esses três conceitos. A seguir, separamos as principais características e diferenças entre eles:
Loft: o loft é uma moradia moderna que surgiu com o objetivo de dar nova forma a antigos edifícios comerciais inutilizados. Por essa razão, costumam contar com o pé direito duplo e todos os ambientes integrados;
Estúdio: diferente dos lofts, os estúdios não são totalmente integrados. Os espaços possuem medição de, em média de 30 m², com mais divisórias e geralmente delimitados por paredes. São geralmente incorporados à prédios que oferecem espaços comuns como lavanderia, salão de jogos e academia;
Kitnet: as kitnets são moradias mais populares principalmente nos centros urbanos. Possuem geralmente de 20 m² a 40 m², ou seja, mais extensas do que os modelos tradicionais. Costumam ser divididas em banheiro, cozinha americana que divide o restante dos espaços.
Modelos de casa loft
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Loft Renault. MF + Arquitetos – CASACOR Franca 2017.Divulgação/Veja Rio
Para decorar um loft é importante uma composição coerente, já que todos os espaços são abertos e amplos. O pé direito duplo é um excelente aliado na decoração de interiores, e pode e deve ser aproveitado para uma decoração inovadora.
A seguir, confira os principais modelos de loft para compor o décor do ambiente:
Loft Industrial
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Casa Capital – Ney Lima. CASACOR Brasília 2019.Jomar Bragança/Veja Rio
Decoração com itens metálicos, paredes com tijolo aparente ou mesmo cimento queimado são marcas registradas de lofts que seguem um estilo industrial.
Como você já viu nesse conteúdo, trata-se do modelo de loft mais rotineiro, que remete inclusive às raízes do edifício – voltadas a uma atmosfera mais empresarial, porém cheia de conforto.
Loft contemporâneo
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Loft Mobile. InTown Arquitetura – CASACOR São Paulo.Denilson Machado/Veja Rio
Criar um estilo sofisticado em uma casa loft tem sido uma ideia certeira que muitos especialistas investem. A ideia é aproveitar a boa iluminação e os espaços integrados para compor peças com design arrojado e que garantam máxima elegância ao espaço.
Loft rústico
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Loft Essencial. Cacau Ribeiro – CASACOR Ribeirão Preto 2019.Felipe Araújo/Veja Rio
Incorporar elementos rústicos é uma boa aposta para casas loft. Investir em madeira, móveis de couro e elementos decorativos em cerâmica ajudam a trazer essa sensação mais natural.
É um estilo muito comum em cabanas que pregam pelo ecoturismo, na intenção de oferecer um clima mais intimista e natural.
Decoração de casa loft
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Loft Essência Feminina. Simone Pedreschi. CASACOR Ribeirão Preto 2019.Felipe Araujo/Veja Rio
Fazer a decoração de um loft pode ser desafiador, justamente na parte de criar equilíbrio em cada ambiente. Para isso, é importante contar com alguns recursos-chave que vão ajudar com isso.
Marcenaria: a marcenaria é com certeza uma grande aliada à decoração de lofts. Com ela, é possível criar espaços funcionais, com mobiliários que tenham além de tudo alta durabilidade e estilo.
Espaços multiuso: uma mesa de jantar que também serve como bancada para cozinha, ou um painel de televisão que serve para separar o quarto e a sala de estar são ideias de itens multiuso que podem ser utilizados no loft para ganhar espaço.
Revestimentos harmoniosos: por se tratar de um espaço integrado, é importante que os revestimentos eleitos para compor o cenário sejam harmoniosos e não conflitem entre si, assim, evitando um desgaste visual dos ambientes.
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recantodaeducacao · 3 years
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Sendero Luminoso: conheça o grupo que realizou massacre no Peru e polarizou ainda mais as eleições
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A maior parte dos peruanos achava que o Sendero Luminoso nem existia mais. A crença geral era que o protagonista de um dos conflitos civis mais violentos da América Latina, que deixou pelo menos 69 mil mortos e desaparecidos entre 1980 e 2000, tinha sido praticamente extinto. Porém, a matança de dezesseis pessoas, incluindo duas crianças que tiveram seus corpos carbonizados, serviu como uma espécie de recado dos remanescentes do grupo no último dia 23. Para garantir que a mensagem tinha sido transmitida com precisão, os terroristas ainda deixaram um bilhete na cena do crime, um bar e bordel no meio da selva do Vale dos Rios Apurímac, Ene e Mantaro (Vraem). “Peruano, boicote as eleições burguesas, porque não é teu caminho. Não vá votar, vote em branco ou nulo. Quem vota em Keiko Fujimori é traidor, assassino do Vraem e do Peru“, dizia o panfleto. As palavras e ações remetem e ao mesmo tempo contradizem as origens da guerrilha, ainda na década de 1960, quando foi fundado pelo professor de filosofia Abimael Guzmán como Partido Comunista do Peru – Sendero Luminoso (PCP-SL).
Da inspiração maoísta ao narcotráfico
Diferente do marxismo, que defendia que o proletariado deveria ser a figura central da revolução, a vertente chinesa do comunismo acreditava no potencial dos camponeses pobres de realizar uma insurreição armada. Essa ideia, que ficou conhecida como maoísmo, se encaixou perfeitamente com o contexto geográfico e histórico do surgimento do Sendero Luminoso, na pequena cidade agrícola de Ayacucho e durante o regime militar. O fundador Abimael Guzmán chegou a estudar o idioma quéchua para integrar os povos indígenas tradicionais à luta. “Ele faz parte de um universo de grupos de esquerda comunistas da América Latina. A diferença é que aqueles que seguiram a linha da União Soviética eram mais reformistas, enquanto os que se inspiraram na China aderiram com mais ênfase à luta armada guerrilheira. O Sendero Luminoso pode ser comparado ao PCdoB durante a Guerrilha do Araguaia no Brasil ou às ideias de Che Guevara e Fidel Castro durante a Revolução de Cuba“, explica Alberto Aggio, especialista em história política da América Latina e professor de história da Unesp.
Porém, o Partido Comunista do Peru – Sendero Luminoso só ganhou relevância em 1980, quando se recusou a participar das primeiras eleições após doze anos de regime militar no país. Foi nesse contexto que o grupo começou a realizar ataques para boicotar o pleito e a atuar também nos centros urbanos. Um dos piores atentado executados pelos terroristas aconteceu justamente no bairro nobre de Miraflores, na capital Lima, onde a explosão deliberada de dois carros causou 25 mortes e deixou mais de 200 pessoas feridas. Além disso, um total de 1.823 casas, 400 empresas e 63 automóveis foram danificados. Outro incidente marcante foi a matança de 69 camponeses de origem ayacuchana em Lucanamarca, que prova a existência de comunidades rurais que eram contra a ideologia do Sendero Luminoso. Como os militares se concentravam em lutar contra o grupo em áreas urbanas, muitas regiões isoladas do Peru tiveram que combatê-lo sozinhas para se protegerem. “O Exército não deu conta de todo o território, então a autodefesa das comunidades rurais que viviam na serra e nas florestas passou a ser uma questão de vida ou morte”, explica Aggio. No final da década de 1980, o grupo já controlava grandes áreas do Peru, mas também tinha se afastado das suas origens maoístas e agora reprimia os próprios camponeses e suas tradições indígenas.
Após essa derrota ideológica, o grupo passou a sofrer perdas materiais com a chegada do ditador Alberto Fujimori em 1990. “Havia um temor real entre a população peruana de que o Sendero Luminoso vencesse a luta armada, mas isso não aconteceu porque o governo de Fujimori foi o mais eficiente no combate ao movimento, com uma combinação de inteligência militar e muita violência. Foi uma luta sanguinária, tanto por parte do Sendero quanto pelo Exército do Peru, que terminou com uma vitória do governo”, relata Aggio. Nos anos seguintes, os guerrilheiros foram praticamente extintos após a prisão de Abimael Guzmán e outros importantes líderes do movimento. Os últimos ataques relevantes do PCP-SL foram contra a Embaixada dos Estados Unidos em Lima no ano de 2002 e o sequestro de funcionários da Argentina que trabalhavam em um gasoduto de Ayacucho em 2003. Acredita-se que, de lá para cá, os poucos remanescentes do grupo utilizaram suas habilidades para proteger os plantadores de coca e os narcotraficantes nas regiões mais remotas do Peru.
A história se repete
Atualmente cumprindo pena de 25 anos por crimes contra a humanidade, Alberto Fujimori se viu obrigado a renunciar em 2000 após seu governo ser alvo de diversos escândalos, incluindo acusações de corrupção, sequestro e assassinato de opositores, influência em veículos de imprensa sensacionalistas e esterilização forçada de mais de 300 mil mulheres, a maioria indígenas e pobres, com ajuda dos Estados Unidos. Apesar de ser considerado um ditador e estar envolvido em tantas polêmicas, no próximo dia 6, sua filha Keiko Fujimori disputará o segundo turno das eleições presidenciais contra o professor e líder sindical Pedro Castillo. Uma das promessas de Keiko, caso seja eleita, é justamente tirar seu pai da prisão através de um indulto. O fato dela estar tão próxima do poder reflete a fragmentação política do Peru e o desespero da população por um líder que consiga certa governabilidade. O último ano foi especialmente conturbado, com três presidentes que não terminaram seus mandatos: o atual Francisco Sagasti entrou após a renúncia de Manuel Merino, que estava substituindo o impeachmado Martín Vizcarra, que por sua vez subiu ao poder após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski.
Porém, conforme destaca o especialista em relações internacionais e professor do Ibmec DF Ricardo Caichiolo, a instabilidade é regra desde a renúncia de Alberto Fujimori, há 21 anos atrás. “Essas duas décadas da política peruana foram marcadas por escândalos de corrupção e todo o sistema político foi afetado. Alejandro Toledo está nos Estados Unidos, livre graças ao pagamento de fiança, e tem contra si um pedido de extradição por conta da acusação de ter recebido propina da Odebrecht; Alan García se suicidou ainda quando corria processo contra ele também por acusação de recebimento de propina da Odebrecht; Ollanta Humala está em liberdade condicional enquanto tramita um processo contra ele que investiga lavagem de dinheiro. Por fim, Pedro Pablo Kuczynski está em prisão domiciliar, também acusado de receber propina da Odebrecht”, aponta Caichiolo. O especialista explica que esse cenário se deve em grande parte ao próprio modelo de governo do Peru. “Na prática, trata-se de um sistema que pode ser considerado semiparlamentar: os presidentes estão à mercê da possibilidade de destituição a partir do momento em que apenas 20% dos parlamentares de um Congresso unicameral [que tem apenas uma câmara legislativa] solicitem ao seu presidente a moção de vaga. Essa proposta precisa do apoio de 40% dos parlamentares para ser aceita e 66% para ser aprovada. Portanto, há uma permanente tensão entre os poderes Executivo e Legislativo”, afirma.
Agora, a polarização nas eleições para o segundo turno entre Keiko Fujimori e Pedro Castillo não só indicam a continuidade dessa instabilidade política como também trazem a possibilidade de implementação de um regime linha-dura, independente de quem for o vencedor. “Esse temor já está presente em boa parte da sociedade peruana. Em uma pesquisa realizada por uma consultoria do país no final de abril, 42% dos eleitores responderam que se Castillo vencer, o país terá um governo como o da Venezuela, enquanto 49% responderam que se Fujimori ganhar, o Peru terá um governo autoritário”, afirma Caichiolo. Para Alberto Aggio, a vitória de Fujimori seria uma espécie de regressão para o Peru. “Ela representa o sentimento de que o autoritarismo fujimorista é necessário para resolver os conflitos da sociedade peruana”, diz. Com o recente ataque do Sendero Luminoso, os apoiadores de Keiko tem tentado disseminar a ideia de que ela será mais efetiva no combate ao grupo terrorista, como seu pai foi no passado.
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Uma esquerda atípica
O concorrente de Keiko Fujimori, Pedro Castillo, é um professor sindicalista que já liderou greves em escolas e agora faz parte do partido marxista Peru Libre. Fã declarado do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, ele está baseando sua campanha na promessa de mudanças estruturais que supostamente resolveriam os problemas econômicos do país. Porém, boa parte dos eleitores temem que essas reformas aconteçam de forma autoritária e sem avanços do ponto de vista social. “Castillo não compactua com inúmeras demandas da esquerda ocidental, como igualdade de gênero, legalização do aborto ou direitos da comunidade LGBT. Ou seja, ele é de uma esquerda em que ainda pesa o tradicionalismo. Para se legitimar, então, ele apela para radicalizações no plano econômico, com afirmações de que vai estatizar tudo ou implementar impostos sobre grandes fortunas, por exemplo”, explica Aggio. Ricardo Caichiolo acrescenta que, do ponto de vista internacional, Castillo recebe o apoio do atual presidente da Bolívia, Luis Arce, de Evo Morales, e do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica. “Por outro lado, faz questão de se afastar ao máximo de qualquer tipo de apoio por parte do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Castillo recentemente declarou que não é nem comunista e nem chavista, e que não imporá a realização de uma Assembleia Constituinte, como fez Maduro. Ou seja, ele vem evitando qualquer sinalização de aceitação de apoio que poderá impactar negativamente sua campanha eleitoral”, afirma o especialista.
Da mesma forma, Castillo está negando as acusações feitas pelos apoiadores de Fujimori de que ele teria alguma relação ou proximidade com o Sendero Luminoso. O político não só foi o primeiro a condenar o ataque como também fez questão de afirmar que fez parte dos grupos rurais que lutaram para se defender do PCP-SL no passado. De fato, os especialistas entendem que o grupo comunista maoísta “ressurgiu” no último dia 23 não para apoiar Castillo, mas sim para rechaçar Fujimori, filha do ditador que quase causou o seu extermínio. Além disso, o Sendero Luminoso deixou claro no panfleto deixado na cena do crime que é contra a realização das eleições, relembrando que os seus primeiros ataques foram justamente para boicotar o pleito de 1980. “O recente ataque em Vraem foi uma ação deliberada dos remanescentes do PCP-SL contra o fujimorismo. Caso Keiko seja eleita, o grupo e suas ações terroristas devem voltar a assombrar o Peru de maneira mais agressiva. Porém, o Sendero Luminoso não necessariamente deixará de atuar com uma possível vitória de Castillo. É difícil saber ainda qual é a estratégia deles”, conclui Aggio.
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datafromanon · 3 years
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Vale a pena lembrar que todas as alegações da soberania humana vivem no arco entre o infravermelho e o ultravioleta; uma série de ecossistemas invisíveis coexistem ao reflexo do dia-a-dia cabal. Ao diminuir a intensidade energética da luz e da consciência, colocamos o mundo real entre parênteses para adentrar uma superfície incerta composta de seus sinônimos. Usufruindo de uma condição mais plácida, a consciência pode desenhar a estrutura de uma sensação com maior intimidade. Seremos partícipes ativos em misteriosa comunicação com as coisas. A imaginação dos sentidos, quando na verdade os sentidos do corpo podem estar pausados, se insinua como a notícia deles em uma atmosfera aquém de experimentação, da qual só é possível se apreender naquela situação. As formas sensíveis de exportar essa imaginação não conseguem assegurar a sua reprodução verossímil tal qual ela aconteceu no mundo dos sonhos. Caminhando nas ruas de um sonho, podemos ensaiar a vida sem nos poupar da paixão que temos pelas semelhanças e o resultado disso costuma ser especialmente vívido, às vezes inconspícuo quanto aos estados de suposta lucidez. Nos sonhos, somos testemunhas de eventos dos quais nos damos conta em uma situação peculiar de empirismo e os sentidos do corpo parecem ser ativados de modo muito coerente à maneira como são além-sonho, quase como se não estivéssemos compreendidos em um lugar do subconsciente. Ainda que seja difícil reproduzir para fora delas, a qualidade do nosso comportamento nas vivências oníricas, o absenteísmo do sonho causa-nos recordações. Os acontecimentos dos sonhos às vezes assemelham-se de tal forma à banalidade da vida que chegam a disputar espaço com as experiências acordadas que temos dentro de um tempo de 24 horas e, quanto mais ficamos distantes destes episódios, mais sobra para a nossa seletividade cultivar as suas factualidades, assegurar o que aconteceu ou não. Vivemos sob a determinação de que tudo pode ocupar uma medida sensível no espaço; o tempo que segue uma metodologia científica (uma contabilidade de minutos, horas e dias,) foi inventado pelo ser humano: fruto da delicada operação que é a atribuição de nomes às coisas. À medida que demora-se na leitura de um vocábulo, essa escolha é diretamente proporcional à quantidade crescente de conotações que podem surgir a partir do mesmo, abrindo-se numa fissura de entendimentos e ensaiando um rompante de novidades. O tráfego é pendular, de acordo com o peso atribuído aos movimentos: mesmo que as instâncias de um progresso composto por etapas formem algo como um movimento majoritariamente retilíneo, outros fenômenos podem impregnar esse percurso e magnetizá-lo para outras direções, tornando-o em algo curvilíneo, fazendo com que ele retroceda em algum momento; é quase como se o centro estivesse por toda parte (ao menos, neste caso). Então, o peso da forma lançada na sorte pendular pode vir prescrito de cálculos acerca da probabilidade em como ela irá se comportar; no entanto, até a alternativa mais plausível, ainda assim, é uma opção submetida à aleatoriedade.
Geralmente, existe um momento no qual percebemos como a habitação do mundo é feita através de distâncias; as formas vagam por nossas lembranças com diferentes níveis de nitidez e dispersão já que precisamos economizar alguns detalhes em detrimento da plenitude de outros. Como você consegue ter a certeza de que algo aconteceu? A memória tende a transfigurar as coisas vividas. O que sobra é algo de uma integridade particular, a qual não é inteiriça, talvez, no propósito de representar o passado, mas é responsável pela sua própria autonomia. Apetece-me pensar que os feixes de luz oferecem um jeito análogo de ensaiar a memória de procedimentos: eles, os feixes, são a eminência de algo o qual nos permite fazer a cartografia das paisagens, que é a luz banhando as coisas, quando se constroem da matéria vagante sobre tudo o que você consegue ver; então a luz verbaliza a si mesma, e a memória também. Imagino que as diferentes sensações de pertencimento aos vários âmbitos da vida pelos quais circulamos sirvam para identificarmos a contundência dos nossos cotidianos.
O primeiro interesse suscitado nesta monografia foi o de endereçar as proposições e situações de linguagem à criação artística, dando continuidade a operações perenes que foram iniciadas como respostas a provocações e problemas anteriores. Investiga-se a materialidade da palavra, na qual qualquer premissa semiótica se designa como improvável, (ainda que também seja irrefutável) conforme o desenvolvimento dos trabalhos. Estes precisaram se submeter à sua própria indeterminação, seguindo por seus apontamentos gráficos, ambicionando ativar novos sintagmas e oferecendo escuta aos acontecimentos artísticos que surgem destas experimentações. A natureza da investigação manteve-se também intricada nos problemas de conhecimento e reconhecimento das imagens. Uma série de fenômenos físicos que atravessam todos os cinco sentidos do corpo humano ganharam superfícies de contato e locução através de uma família de objetos que servem equações cambiáveis e são uma amostra (inclusive, também diagramática) do ruído ocasionado pelas circunstâncias supracitadas. À luz desta pesquisa, na vacuidade de um espaço expositivo abstrato, os objetos que compõem este arco possuem escalas, opacidades e dicções próprias que imantam umas às outras e podem se relacionar de diversos modos.
Não procure aqui, eu já saí. Eu sou um estado do futuro que através deste texto não pode se comunicar em plena comutabilidade contigo. Eu sou um resquício das minhas primeiras palavras. Depois de um tempo, é possível que a mensagem endereçada através deste texto já não faça sentido; tanto para mim, quanto para você, se é que para você ele o fez em algum momento. Se eu estivesse articulando meu pensamento através de uma sucessão de argumentos com início, meio e fim, cada detalhe se provaria como fragmento elucidativo de uma revelação maior, semelhante a um conto de detetives, uma história que não dá ponto sem nó. A partir daí, tudo que digo construiria o meu enunciado. A folha do papel tem hierarquias fortíssimas que eu gostaria de estilhaçar…
Algumas expectativas revestem os textos. Antes de surgir neste papel, este aqui foi rotulado como a contribuição escrita de um trabalho final de graduação. Ele fala com a quantidade de energia que ele é capaz de produzir. Sendo designado como um texto acadêmico, admitindo premissas do conceito de propriedade intelectual que o acompanham desde o seu nascimento.
O espelho reproduz índices? Ícones? Revelar uma imagem: velá-la novamente. Ver-se em um espelho requer uma proximidade física para com este, estar à sua periferia visual constantemente. Acontecem tantas coisas na superfície de um espelho. Os espelhos refletem, sobretudo, a si mesmos na paisagem. Tornam-se subordinados a uma certa relação de causalidade e iminência com que compõe o seu entorno. Alguns espelhos são mais ativos na hora de rebater as imagens, a exemplo de quando eles possuem rugosidades em suas superfícies. A textura do espelho está contida em uma vocação física dele que pode sujeitar o seu estado ao de uma textura na paisagem que ele reflete e não em sua própria superfície, mas é importante atentar-se para a sua presença no espaço e a sua habilidade reflexiva, impregnada de problemas gráficos. Percebe-se que o espelho carece de uma intimidade com a existência, por agenciar as formas de tudo ao seu redor, submetendo-se a uma espécie de vazio. A vontade de remover todos os contornos que zelam por algum tipo de singularidade pode causar o esvaziamento que é importante para se dar conta da quantidade de camadas de entendimento subjugadas na semântica das coisas. Enquanto a responsabilidade, a habilidade de responder, acumula um esquema de funções fadado a vacilar, os espelhos rebatem também os poderes e os encargos atribuídos à função das palavras. Às vezes, pode ser válido introduzir-se vazios nas palavras, alargá-las e decalcar delas muitas coisas que foram adicionadas para nos fazer crer que víamos tudo. Certos espelhos são responsáveis por descortinar imagens obtusas, mostrar a alguém pela primeira vez a percepção de determinadas figuras dentro do seu panorama, enquanto outros querem apenas refulgir e viver só da textura que se vê do lado de dentro. A nossa interação física na superfície de um espelho torna visível um dos índices mais polissêmicos que o corpo humano pode produzir: a condensação da água que há em nós na forma de digitais e marcas de respiração é o orvalho que, uma vez depositado, marca, entre outras coisas, a curiosidade de tocar a si mesmo, de se ver minuciosamente de perto, de se ver na perspectiva do outro, uma pausa conveniente para repousar ali e descansar as energias.
O que pensar da luz e da sua vontade incessante de se integrar ao espaço? De trabalhar os terrenos como canteiros de obra nos quais a vida humana faz seus alicerces e se abriga. É em correspondência com a eminência da luz que os seres humanos pensam seus modos de ser e de habitar a vida. À medida que nos qualificamos como seres viventes pela manutenção natural da vida, sem que necessariamente nos demos conta, estamos, também nós, ocasionando transformações geológicas ao passo que manufaturamos os nossos interesses cotidianos. Até a renovação celular do corpo humano autômato vai contribuir de alguma forma, se pensarmos que a poeira da Terra é formada por, entre outras coisas pueris, uma grande quantidade da pele que descama de nossos corpos. Estamos às voltas com a situação de entrada e saída dos meios.
O BREVE É VERBO OBREV É EVERB O
Uma película opaca pode oferecer poucas alternativas de atravessamento sob a ótica de uma leitura superficial. Quando uma massa de cor não se mistura com a predominância cromática que está ao seu redor, a superfície formada pelo seu plano pode ser a janela para a entrada em um outro ambiente, também pode ser o obstáculo que encerra atrás de si mesmo parte de um universo reservado. A partir de tais observações sobre as habilidades de uma forma opaca, imagino-a em uma relação silogística com o desenho bidimensional, na qual a folha pode ser pensada como espaço vago e a computação gráfica, por exemplo, auxilia nessa versão, à medida que a eletricidade das telas digitais as qualificam como efêmeras. Em tempo, sobre a relação silogística que povoa a prática do desenho aberto para a indeterminação sensível: digamos que se todos os espaços opacos são também espaços vagos, se o desenho desliza por esses espaços e nunca lhes penetra da mesma forma que o procedimento invasivo de uma faca ou uma goiva, então a marcação do desenho também é vaga e aponta a área de trabalho como impermeável, boia na superfície. Mas isso se dá não apenas porque ela não foi bruta o suficiente e sim porque, além disto, os valores semióticos falham para com a alegação da sensibilidade em esquemas acachapantes, que diminuem a sua gravidade. Isso pode ser pensado sobre o peso da palavra na escrita de arte, sobre o peso da palavra ensaiada no papel, no peso da palavra enquanto a consciência imaginada do seu sentido, entre outros. Se em um ensaio a palavra desvia das metonímias e fica às voltas com as suas vizinhanças, ela mostra os seus contornos mas ciente das cavidades em sua composição que talvez sejam invisíveis a olho nu. (Acachapante, 2013. Gravura sobre papel.)
De certo modo, o desenho é um caminho rápido para o estatuto da forma. Rápido não é o mesmo que fácil. Rápido pode ser sinônimo de efêmero. Efêmero não é sinônimo de esquecível. (Hyperlink, 2020. Vídeo, 59s.)
A participação gráfica no espaço das folhas de papel pode representar a submersão do desenho no vácuo ou o rebatimento da película opaca que força o instrumento marcador do traço a lhe tangenciar. Na produção de matrizes para os procedimentos de uma xilogravura, ou de uma pintura com máscaras, a erosão forma a imagem. O escavamento deixa a luz ou o pigmento entrar. No embate com as formas opacas é comum recorrer-se à destruição, ao despelamento. Gosto do embate que a superfície espelhada nos propõe. O livro pretendia guardar os detalhes do que se via, mas essa tarefa de algum modo se revelou acima de suas possibilidades no momento.
O escritor precisa silenciar uma cacofonia de falas e desejos, centralizando no conto o que é indispensável através da dicção do narrador. Ao longo do processo de escrita, a membrana que separa as suas emoções �� do narrador — em estado de espírito (circunflexo, dissolvido) daquelas que vem à tona (com agudeza) no papel conduz para fora o humor mais eloquente em um tal momento, por uma osmose irresistível e que tomou conta das extremidades de seu corpo. Com o tempo, será possível dizer qual a voz que mais se sobressaiu. Se as interpelações forem muito prolíferas e causarem uma variação muito grande entre as diferentes participações, isso dificulta a possibilidade de se identificar um padrão na tessitura geral vista em distanciamento.
Há algo nas brechas deixadas pelos trabalhos de arte, braços que são capazes de articular outras perspectivas epistemológicas. Há um jeito de desenhar que admite as brechas, as falhas e as entrelinhas tão quanto a grafia de um entorno e as agencia à sua própria maneira. Quando há a liberdade de se ensaiar as formas e os destinos, quando as lacunas deixadas em uma ficção são a remissão do serviço de provar a existência das coisas, tais lacunas podem ser livremente apenas lacunas e esvaziarem-se para que outras percepções preencham o espaço que elas deixam. A repetição de sinais pode estar presente como pequenos grafismos no corpo de um trabalho, notícias que escondem o início do seu surgimento e apontam para o seu interesse de ocupar as superfícies, podendo engendrar longas peças a partir da reprodução de sua unidade primária. Perceber que existe um ponto de partida é um modo de imaginar que a proliferação não precisa se encerrar no espaço delimitado pelo trabalho. Em “Antessala”, a pesquisa artística e da linguagem se inicia a partir da combinação numérica que radicaliza a colaboração entre visão e tato, adicionando plasticidade e poética à experiência de um jogo enviesadamente lógico. O cubo mágico pode existir de várias formas diferentes da sua versão “resolvida”, sem precisar se comprometer com o utilitarismo. Nas faces do cubo, números são representados pela contagem numérica de pontos e dessa forma é possível que eles estampem o rigor geométrico de tais sinais no arranjo de um desenho extenso, tornando-o menos exigente.
A imagem da interdisciplinaridade causada pelos múltiplos e subjetivos interesses que cultivamos talvez nos evidencie em cópias muito semelhantes de nós mesmos, distintas entre si nas minuciosidades, como imagens de um alvo que estão sendo geradas no outro lado de um prisma. Se antes de sair, a fala circula inúmeras vezes por nossas interioridades é porque esses cacos fazem algo como um congresso a partir de informações íntimas e tratam-nas com o efeito de uma bobina.
Qualquer expedição iniciada na envergadura de um poliedro atravessável como o prisma espelhado rebate o chão tão incessantemente que ele parece ter implodido. É necessário ter o cuidado usual com o que se considera primoroso e acuidade visual o tempo todo. Pode não ser necessário o prisma para sentir-se dentro de uma caminhada vertiginosa, transitando pelas ruas das cidades contemporâneas. O ponto de vista do prisma é, no entanto, uma das articulações poéticas intuídas por essa sensação. Se as formas distantes de repente nos alcançam, a perpendicularidade entre chão e paredes se entrecruza por notícias destes em diferentes ângulos, então a habilidade ou inabilidade de se nortear diz respeito a um controle programático de nossos corpos. Um dos tratamentos para a funcionalidade de uma visão enfraquecida, por exemplo, é o uso dos óculos. Os óculos são algo como ecos dos olhos. Eles são superfícies de contato entre as ondas que são emitidas por uma pessoa e as que perpassam o espaço livre, são superfícies que modulam o apreendimento dos eventos no espaço e que ajudam a selecionar experiências estéticas. Um passeio acometido da perspectiva prismática pode ser algo como um jogo de luzes cambiantes, de câmeras distintas, a justaposição de vários óculos no rosto. Se, ao mesmo tempo que podemos ver à nossa frente, de repente podemos também conhecer a forma como alguém nos vê de costas, precisaremos decidir qual perspectiva é mais interessante. Ao passo que o prisma cliva e divide as imagens, ele é translúcido, é o lugar de passagem das novas percepções que vem a todo instante e da iminência de um “eu” anterior.
Acho esse momento oportuno para evidenciar, segundo minhas experiências e uma incursão que já dura alguns anos, depois de atravessar vários departamentos que dedicam-se aos diferentes estados e estudos das artes visuais, oferecendo escutas aos trabalhos de inúmeros adjetivos, posicionamentos conceituais e formas físicas diversas: tenho achado cada vez mais que a tarefa de conciliação da sensibilidade humana através da prática artística é um comprometimento enviesado, submerso nas vacuidades elásticas por onde dimensionam-se cada laço que fazemos ao longo de nossas vidas.
A geografia formada pelo somatório de caminhos afetivos os quais seguimos está suscetível ao movimento das placas tectônicas que sustentam o campo da sensibilidade. Algumas circunstâncias podem ser responsáveis por mudanças bruscas na nossa forma de se relacionar com as coisas do mundo exterior. Talvez haja sempre o interesse de se encontrar o logradouro do ouro, o ponto de convergência. Lembro-me de conhecer a obra “Como fazer para si um abrigo de livros”, de Daniela Mattos, que é um texto performativo contendo instruções de como se resguardar dentro de um abrigo feito com livros os quais se ama, empilhados ao seu redor. O último contato que eu tive com esta obra e o seu poder imaginativo já faz tanto tempo. A impressão que ela gerou em mim foi a de que Daniela havia de fato criado para si uma instalação seguindo as próprias instruções. Gerou uma lembrança muito fiel de que existia um registro filmográfico do que eu estava certo, até então, tratar-se de uma instalação. O texto fez parte da edição de número 8 da “Recibo 23”, uma revista de artistas, e foi publicado em 2011.
A visão da paisagem que eu mais encarei ao longo da minha vida sempre me remeteu a um grande tampo de mesa escondido debaixo de livros e, a partir da dobra na espacialidade retratada no trabalho de Daniela, as viagens matinais de partida para o mundo, saindo da casa onde morei durante muitos anos, tornaram-se na entrada em uma biblioteca semiótica de proporções apoteóticas. Se os livros são falantes e eloquentes à sua própria maneira, a paisagem, formada em sua grande maioria por casas que ocupavam diferentes alturas de modo que eu pudesse ver ao menos uma fatia de um dos seus lados, também narrava a espacialidade da vida humana de um jeito específico.
Em algum momento, eu passei a imaginar as estruturas das edificações, a fotografia de seus muros, como as camadas de folhas que compõem algo feito os livros. Havia uma predominância cromática: as resmas de páginas eram geralmente da cor laranja, como os tijolos expostos, unidos por cimento, e a encadernação era geralmente cinza e metálica, como os telhados de zinco. No quintal de casa, encostadas em um canto e descartadas do projeto de formarem uma cobertura, estavam algumas telhas de zinco, as quais eu namorei até decidir que deveria usá-las de outra forma. Cortei, em tamanhos menores, as chapas de zinco e removi o seu característico zigue-zague, alisando-as, até que elas pudessem ser manuseadas sem dificuldades pelas minhas mãos e compilar as minhas fábulas sobre a criação das imagens. Escutei a cacofonia do metal sofrendo tal processo de transformação assim como o escritor escuta todos os personagens em gestação na concepção de uma narrativa. Precisei lidar com a energia do material que estava acostumado a resistir ao sol e à chuva, que era testemunho de situações nas quais eu não estava presente ali em concomitância a ele: a sua locução compreendia uma variação tonal de altíssimos ruídos resultantes do atrito no metal sendo atravessado por serras elétricas ou planificado por um outro metal ainda mais duro e espesso. Do atrito surgiam também faíscas grossas, linhas tracejadas e incandescentes que sumiram ao tocar outras superfícies, como o chão.
Quando o espelho está à mão, guardado de modo “impróprio” em um objeto de natureza afetiva, um desafio ruidoso hasteia-se com o seguinte embate: a vontade de abrigar as imagens que estão encobrindo-se e desviando-se umas das outras, resguardar as alteridades que a superfície tocável tenta não perder de vista e que passam a serem refletidas no espaço cuidadosamente arranjado da superfície de materiais metálicos e manufaturados X o interesse de desalojar a escrita que é sensível, algo de uma instância etérea, muitas vezes denominada como imaterial; logo, um tipo de materialidade que abre margem para que se façam associações livres entre ela e a matéria da luz, a qual viabiliza (imanta) a paisagem, é tão palpável e rarefeita quanto o espaço livre é, por isso precisa adequar-se aos meios através de especificidades: ou depositar-se sobre uma superfície de grânulos maiores que o ar, estratificando-se na corporeidade de outros materiais ou decalcar um fragmento da realidade, dando lugar a um acúmulo tão grande de pontos luminosos que é quase como se um caco da parede limítrofe com outra dimensão muito mais saturada de luz tivesse se desprendido e emitisse um holofote através dessa mossa no espaço.
Muitas vezes, a teoria é experimentada como uma abstração que pode, em algum momento, ganhar uma forma e um vislumbre sólido. Ela pode também ser o destaque feito por um highlight, na medida de como determinados trechos de uma escrita elucidam momentos e abrem clareiras na sensibilidade.
Abrigar a ficção & desalojar o texto artístico.
Meu espelho é um dispositivo analógico, análogo e anamórfico, caixa criadora de anamorfoses. Não evita o efeito de espelho infinito. O direito de ir e vir marca a sua edição com bumerangues e anagramas. É como se quase tudo em sua prática desenhasse pontos que podem ser conectados como linhas de diversas formas, na ida e na volta, indiferentemente do vértice do prisma. Ele dá formas anamórficas às dores. Para apreciá-lo de perto é necessária a disposição de olhar a si mesmo, algo que não é inato a todas as pessoas. A tarefa de se olhar no espelho pode ser árdua.
Duas pulsões: a serena contemplativa e a infundida na paixão. Que a lógica ilumine a magia e que a magia ilumine a lógica. Mergulhar nas luzes de um tempo mas também aprender a ver através das suas sombras. O caminho afetivo está associado a uma dimensão psicológica da cultura. A memória, em uma de suas designações biológico-científicas, fica arquivada como uma espécie de slot de energia que é polarizada e colocada para fora em algum momento oportuno. Se pensarmos que a lógica é algo capaz de criar um espaço entre o homem e o objeto, a magia pode ser a responsável por fazer uma espécie de fusão, integrando o homem ao sentimento, uma intuição que não comporta a distância imaginada pela lógica. A magia, com o seu poder de resistir sempre à separação, encontra constantemente modos e formas de responder ao sofrimento causado por esta, irrompendo energeticamente; o choque ocasionado por essa polaridade é o que rompe com o paradigma da linearidade na visão subsidiada das nossas vivências cotidianas. A rememoração é algo que tensiona a própria ciência: a imagem da memória surge como algo que pula em cima do passado em resposta à ameaça do seu sumiço. Quando nos debruçamos sobre documentos fragmentados procurando encontrar uma sequencialidade temporal e/ou temática, estamos fazendo o trabalho de um filólogo. Cada época sonha com a seguinte, como disse Benjamin, o que é curioso pois o comentário assume a maneira como tentamos atribuir sentidos às descobertas a partir de imagens consumidas a priori. Energias emotivas sobrevivem nas imagens latentes e são despertadas quando entram em contato com novas épocas. Imagino o momento no qual uma pessoa entre em contato com uma imagem anamórfica dela mesma na superfície sinuosa do livro-imagem e a ocasião em que isso possa rememorá-la à plasticidade de um sonho que ela teve anteriormente. Existe uma série de razões pelas quais podemos, repentinamente, nos ver de formas tão impróprias e desnaturalizadas. A impropriedade é própria da vida. Maria Gabriela Llansol diz “Ana de Peñalosa não amava os livros: amava a fonte de energia visível que eles constituem quando descobria imagens e imagens na sucessão das descrições e dos conceitos.” Os trabalhos de arte são interlocutores que possibilitam a criação de novas epistemes, de retirar as culturas e os mundos de seus fechamentos e seus guetos identitários.
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julianrodriguesmelo · 4 years
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Brasil sofreu seis apagões de energia elétrica nos últimos 35 anos
Os anos de 1985, 1999, 2001, 2009, 2018 e 2020 estão marcados por um mesmo problema: graves blecautes que abalaram o sistema elétrico brasileiro e a rotina de um sem-número de pessoas. Em mais de três décadas, as falhas — mesmo quando desencadeadas por razões distintas — expõem o quanto o Brasil precisa reorganizar a geração, a transmissão e a distribuição de energia.
A pane que colapsou o Amapá desnudou outra nuance dos apagões: o desleixo com a fiscalização e a manutenção de estruturas que mantêm lâmpadas e tomadas desligadas. O blecaute impactou drasticamente a vida da população do estado: 800 mil pessoas estão às escuras há quase 20 dias.
Pela extensão, complexidade e integração, o sistema elétrico brasileiro é reconhecido internacionalmente. Contudo, há alguns anos vem demostrando “estresses” que podem levar a crises severas no setor.
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Apagão no Amapá: sistema elétrico não é infalível, diz diretor da Aneel
Segundo André Pepitone, o Relatório de Análise de Perturbação, com a causa do problema, fica pronto em 10 dias
Defeito em subestações, raios, falta de planejamento e investimentos em geração de energia, falhas em linhas de transmissão, sobrecargas e, mais recentemente, uma explosão aliada a um incêndio deixaram brasileiros às escuras.
A situação vivenciada em 13 das 16 cidades do Amapá merece destaque. Nunca uma população ficou tanto tento refém da falta de luz. Lá, o escuro acentua a sede, a fome e o risco de contágio por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Nem na crise de 2001 – com o racionamento de energia imposto durante o segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso–, o país experimentou tamanha adversidade.
Para entender o panorama da realidade do sistema elétrico brasileiro – os problemas, as dificuldades do futuro e as principais demandas –, três especialistas analisaram, a convite do Metrópoles, o atual cenário do setor. Eles são categóricos: o país vive um caos na governança, e os efeitos podem degringolar de tal forma que cenas assistidas no Amapá chegarão a outros estados caso nada seja feito.
Veja a seguir os principais pontos das entrevistas:
– Roberto Pereira d’Araújo Engenheiro eletricista formado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e ex-chefe de departamento em Furnas Centrais Elétricas. Tem vasta experiência na área de planejamento do setor elétrico.
No início dos anos 2000, os caminhos tomados pelo setor levaram a soluções, mas também a outros problemas. Se a crise do apagão ocorrida no fim do governo FHC, após uma década sem grandes investimentos no parque gerador de energia do Brasil, resultou em privatizações de estatais e na criação de novos órgãos reguladores, agora – mais do que nunca – exige nova formatação.
Roberto Pereira d’Araújo acredita que a fragmentação do setor elétrico levou o país a enfrentar grandes dificuldades. Se antes tínhamos uma estatal cuidando do planejamento, da operação e da coordenação das empresas que atuavam nessa área, hoje temos uma gama de órgãos (veja os mais importantes abaixo).
Principais órgãos do setor elétrico:
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
Empresa de Pesquisa Energética (EPE)
Ministério de Minas e Energia
É justamente nesse emaranhado de órgãos que, segundo Roberto Pereira, surgem os transtornos. “Existem critérios diferentes para decisões, conflitos de ótica, cargos ocupados politicamente, responsabilidades distintas e entendimentos conflitantes da realidade do setor”, explica.
Para o engenheiro, o principal problema em 2020 é a omissão da Aneel na fiscalização da subestação do Amapá — estrutura que foi privatizada.
“A empresa espanhola que assumiu a subestação estava apresentando prejuízos desde 2014. Bastaria alguém da Aneel analisar as concessões que fizeram e reavaliar a situação. Quem não está ganhando, implanta redução de custos. Isso cria riscos. Essa subestação deveria ter duplo cuidado. A Aneel se omitiu”, critica.
Olhos no futuro
O especialista alerta para um problema que ganhou as manchetes neste ano: as queimadas na Amazônia e no Pantanal. O desmatamento diminui a vazão dos rios voadores, estruturas naturais que levam chuva ao centro-sul do país. A seca afeta diretamente a produção energética das hidrelétricas.
“Olhando a geografia brasileira, estamos sendo irresponsáveis. Não podemos apostar que o padrão dos rios brasileiros vai permanecer. O clima tropical varia muito, e a hidrologia também. Podemos ter mudança do clima e chuva intensa. Isso engana que está tudo bem. Depois, enfrentamos uma seca histórica. Precisamos parar o desmatamento”, defende.
Por dentro do caso Amapá
O especialista explica de forma didática o que ocorreu no Amapá. “Imagine uma cidade isolada por um abismo. Você constrói uma ponte para interligá-la. Se ela não for bem construída, a ponte cai e a cidade fica isolada. Foi isso que ocorreu com a subestação de Macapá. Pelo que já se apurou, houve erros de projeto, de manutenção, além de equipes pequenas para monitoramento”, salienta.
A falha do governo na prevenção reflete na resposta ao problema. “Sem a fonte de energia, para religar é muito complicado. Qualquer sistema com um acidente dessa envergadura resulta em demora para consertar. A barbeiragem foi muito grande. A concessão tem de ser cassada”, frisa.
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População do Amapá sofre com o apagão Hugo Barreto/Metróples
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Novo apagão atingiu o Amapá na terça (17/11) Hugo Barreto/Metróples
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Eleições municipais foram adiadas em Macapá por causa da falta de energia Hugo Barreto/Metróples
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Apagão no Amapá Hugo Barreto/Metróples
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Em todo o estado, 13 dos 16 municípios foram atingidos Hugo Barreto/Metróples
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Polícia Federal investiga o caso Hugo Barreto/Metróples
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Roberto Pereira conclui fazendo um alerta: “Os grandes centros econômicos ou estados do centro-sul — como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerias e Goiás — têm caminhos para solucionar uma crise. Os estados da periferia do sistema estão sob risco e precisam de cuidado redobrado”.
As investigações sobre a falha no Amapá ainda estão em curso. Inicialmente, a empresa que administra a estrutura alegou que um raio teria incendiado uma peça e danificado os equipamentos – hipótese descartada após laudo da Polícia Civil. O transformador que deveria estar em stand-by não estava em funcionamento.
– Adilson de Oliveira Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante a reforma do setor elétrico, foi consultor do Ministério de Minas e Energia.
Com larga experiência nessa área, o professor Adilson de Oliveira faz uma reflexão preocupante sobre o Amapá. “Um apagão como esse só sei do que ocorreu na Costa do Marfim há muitos anos. Isso não acontece em nenhum lugar do mundo civilizado. Essa é uma demonstração de que o Brasil tem um problema no setor elétrico muito grave. Eles deram uma ajeitada no primeiro blecaute e religaram o sistema. Com a pressão, continuou a falha, o equipamento estressou de novo e deu-se o segundo apagão”, pondera.
O docente explica como a junção de coisas distintas prejudicam o pleno funcionamento do sistema de energia. “Quando o FHC reformou o setor elétrico, ele juntou duas coisas que têm de estar separadas: a gestão da confiabilidade e o custo da energia. Quanto maior a confiabilidade, mais você tem que ter capacidade de geração. Isso aumenta o custo. Estamos optando por um custo muito baixo para alguns setores da economia, e isso traz riscos. Quanto custa a energia elétrica no nosso bolso? A confiabilidade é um bem coletivo. Energia barata e correr risco de zerar reservatórios, ter problema de apagão, assistir a cenas como vimos no Amapá… Vale a pena?”, questiona.
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Para o professor da UFRJ, o nó central é como o sistema está organizado. “Antes, a Eletronorte, a Eletrosul e Furnas tinham o monopólio. Eram todas estatais. Estamos num momento em que o governo precisa pensar o sistema como um todo, e não encontrar uma solução apenas para este problema. O sistema elétrico protege muito os grandes centros econômicos. Mas a periferia do sistema — como o Acre e o Amapá — estão em risco. É uma situação caótica”, avalia.
Erro de operação
Adilson de Oliveira acredita que erros de operação levaram ao blecaute no Amapá. “Chega a ser irresponsável você ter uma única ponte ligando o estado inteiro com o resto do Brasil. É preciso ter estruturas que sejam mais resilientes e que sejam alternativas em casos de problema. Como o sistema elétrico está estressado, os reservatórios estão em níveis baixos e tendo que manter oscilação. A falta de capacidade gera erro de operação. Essa tensão aparece mais nos sistemas interligados”, pontua.
O professor salienta o risco do enfraquecimento da estrutura de fiscalização em todo o país. Levantamento informal de sindicatos mostra que a Aneel tem cerca de 300 técnicos para executar todo o serviço no território nacional.
O sistema em números:
108.540 MW É a capacidade das hidrelétricas em 2020. Esse volume representa 65,7% da energia consumida no país.
7.429 Quantidade de usinas hidrelétricas operando no Brasil em 2019, segundo a Aneel.
165.085 MW É a capacidade total do sistema brasileiro, levando em conta outras formas de produção, como termelétricas e fontes renováveis.
141.756 km É a extensão da rede de transmissão instalada.
“O setor público teve muitas aposentadorias. Na Aneel, está faltando pessoal. Para repor, tem de aumentar o custo da máquina pública, o que vai de encontro ao entendimento do governo. Reduzir o número de pessoas, passar todos os processos para estritamente virtual, na verdade, cria um problema de inspeção. Isso sem pensar nos problemas de contenção de custos e de equipamento que são recorrentes”, sinaliza o professor da UFRJ.
– Célio Bermann Professor associado do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do setor elétrico. É especialista na área de planejamento de sistemas energéticos e ex-coordenador do Programa de Pós-Graduação em energia da USP.
Bermann pondera sobre os seis apagões dos últimos anos e frisa um ponto essencial. “Cada um desses eventos teve características distintas. O que aconteceu agora no Amapá não é a mesma coisa de eventos anteriores. Podemos dizer que o sistema elétrico brasileiro — por sua dimensão e por ser interligado — tem um reconhecimento internacional positivo. O sistema dos Estados Unidos também tem falhas e problemas. Mas, no caso do Brasil, tem acontecido com dimensão e efeitos inadmissíveis”, explica.
O docente da USP é enfático ao analisar as falhas da Aneel e do ONS. “O que está acontecendo é a ausência de fiscalização na geração, produção e distribuição. No Amapá, por exemplo, a fiscalização falhou por que se fosse eficiente, teria sido evitada [a falha]. É o que conhecemos por fiscalização preventiva. A agência tem perdido os recursos necessários para a assiduidade de fiscalização”, frisa o especialista.
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População à mercê
O tom das críticas aumenta quando o professor avalia o descaso do setor. “Deixaram a população à mercê de uma única subestação no Amapá. Não havia um sistema de redundância, que é ter um outro equipamento disponível em caso de pane. Os dois estavam parados. Um sem manutenção e o outro vazando o óleo isolante. Mais do que uma nova fonte de energia, é preciso redefinir como é conduzido o sistema, que está tão fragilizado a ponto de levar a uma situação dessa”, pondera.
Versão oficial
A última semana foi a mais tensa desde o início do apagão no Amapá, em 3 de novembro. A Justiça Federal destituiu as diretorias da Aneel e do ONS para preservar as investigações. Os órgãos recorreram da decisão. O ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, foi hostilizado durante visita ao estado.
O Metrópoles procurou as assessorias de imprensa do ONS, da Aneel e do Ministério de Minas e Energia para que os órgãos comentassem as críticas dos especialistas ouvidos na reportagem. Foram enviadas nove perguntas.
O ONS respondeu que tem “muitas demandas relativas ao fornecimento no Amapá” e que não teria como atender ao pedido. Segundo o órgão, a energia será restabelecida em 26 de novembro. A Aneel e o Ministério de Minas e Energia não se manifestaram. O espaço continua aberto para esclarecimentos.
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Fígado livre de gordura
Para povos antigos, caso dos babilônios, o fígado era considerado a sede da vida e da alma humana. Ainda que tal simbologia pertença ao passado, o papel desse órgão continua sendo louvado pela medicina do século 21. Ele desempenha centenas de funções, que vão desde a participação no processo digestivo e a eliminação de toxinas até o processamento de uma série de remédios. Fora isso, atua como reservatório de energia e na transformação de nutrientes. Tamanha versatilidade só perde para a sua resistência. O fígado pode ser castigado por anos a fio sem dar sinais. Entre as causas mais comuns desse sofrimento calado desponta um mal cujo nome científico não reflete sua popularidade na barriga das pessoas: a esteatose hepática não alcoólica.
A designação soa estranha, mas dissecá-la ajuda a entender: “esteato” indica sebo ou gordura, e o sufixo “ose” costuma se referir a doenças. Sendo direto e reto, é gordura no fígado! Ao ficar mais rechonchudo, esse órgão passa a sediar uma inflamação, que, aos poucos, debilita suas atividades e pode terminar em uma cirrose. Pois é, como a terminologia entrega, não é só o abuso de bebida alcoólica que é capaz de levar o fígado à falência. Estima-se que a esteatose acometa entre 25 e 30% da população adulta no planeta — percentual em ascensão, diga-se. “É uma epidemia silenciosa”, afirma a hepatologista Bianca Della Guardia, da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, em São Paulo.
A incidência dispara conforme o mundo engorda. “Alterações metabólicas promovidas pelo ganho excessivo de peso, entre outros aspectos, favorecem o acúmulo de gordura nas células do fígado, os hepatócitos”, explica a gastroenterologista Nilma Ruffeil, do Hospital Moriah, na capital paulista. Não à toa, o emagrecimento é uma das principais estratégias para se livrar do distúrbio. O processo, entretanto, deve ocorrer de forma gradual, sem radicalismos à mesa.
Uma revisão de estudos publicada no periódico Nutrients revela que a perda de apenas 7% do peso já promove a redução de gordura no fígado. Para chegar a essa conclusão, os cientistas destrincharam mais de 100 pesquisas e esmiuçaram o papel do estilo de vida no combate ao problema. Como sempre, a dupla cardápio equilibrado e atividade física aparece como redentora. “Vale frisar que nenhum nutriente pode ser apontado como vilão nem herói”, pondera o nutricionista Dennys Cintra, que investiga o assunto na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista. O equilíbrio é mais que bem-vindo para manter o fígado em forma.
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<span class="hidden">–</span>Ilustrações: May Tanferri/SAÚDE é Vital
Outra vez o passado visita o presente nos assuntos do fígado. Hábitos milenares dos povos que vivem às margens do Mar Mediterrâneo são especialmente aclamados no controle da esteatose hepática. A chamada dieta mediterrânea aparece na revisão da Nutrients e também é destaque em um novo trabalho da Universidade de Sevilha, na Espanha, recém-publicado no periódico da Associação Internacional para o Estudo do Fígado. Considerado um patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco, esse cardápio contempla cultura, ambiente, atividade física e, claro, comida, numa mistura de qualidade nutricional e muito prazer à mesa.
Nenhum ingrediente fica de fora desse menu. Há espaço para carboidratos, vindos especialmente dos grãos, mas também fornecidos por massas e pães caseiros no dia a dia. O azeite de oliva é uma estrela, trazendo gordura da melhor espécie. Pescados preenchem a lacuna das fontes de proteína. Frutas e hortaliças variadas enriquecem e colorem o prato. Acrescentemos, ainda, boas doses de atividade física — lá, ninguém fica parado. Fora as boas escolhas à mesa, sobram evidências de que abolir o sedentarismo da rotina dá um chega pra lá no excesso de gordura pelo corpo, inclusive no fígado.
Outra dieta mencionada no estudo espanhol é a Dash, sigla para Dietary Approaches to Stop Hypertension, ou, traduzindo, dieta para combater a hipertensão. Ela foi criada há mais de 20 anos por pesquisadores americanos com o objetivo original de ajudar no controle da pressão arterial. Mas segue surpreendendo por outros efeitos no organismo. A Dash já se mostrou capaz de facilitar a perda de peso, auxiliar no controle dos níveis de insulina e glicose no sangue e colaborar na manutenção das taxas de colesterol — um combo particularmente bem-vindo às artérias. Essa atuação conjunta também diminui o risco de desequilíbrios metabólicos por trás do estoque exagerado de gordura nas células hepáticas. A receita da Dash é bem parecida com a da mediterrânea: pegue uma porção de cereais integrais, adicione frutas, verduras, legumes, castanhas, carnes e laticínios magros e distribua pelas refeições, moderando no sal e no açúcar.
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Ainda que esses dois modelos dietéticos tenham origem no Hemisfério Norte, não é necessário caçar ingredientes gringos para compor o prato amigo do fígado. “A sugestão é explorar a variedade e a beleza dos alimentos brasileiros”, recomenda o professor Dennys Cintra. Fica o convite para escapar da monotonia no cardápio, experimentando as riquezas nacionais. São muitas opções nutritivas, saborosas e mais acessíveis.
Os cientistas ainda chamam a atenção para o elo entre a saúde do fígado e a microbiota intestinal. A população de bactérias que habita nosso aparelho digestivo tem sido analisada em laboratórios mundo afora. “Na última década, ela passou a ganhar destaque no meio científico e clínico principalmente por seu papel no metabolismo”, comenta a nutricionista Camila Guazzelli Marques, que estuda essa história na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Pesquisas associam males como a obesidade, o diabetes tipo 2 e a esteatose hepática com o desequilíbrio entre certas bactérias que moram na gente, quadro conhecido pelos especialistas como disbiose. Para ajustar esse ecossistema, aumentando o contingente de micro-organismos benéficos, a indicação de Camila é priorizar o consumo de alimentos in natura e minimamente processados. Essa recomendação, inclusive, tem tudo a ver com cardápios plant-based, que, além de excluírem a comida de origem animal da rotina, restringem os industrializados.
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<span class="hidden">–</span>Foto: Juliana Frug/SAÚDE é Vital
“Estudos associativos mostram que dietas livres de carne vermelha, ultraprocessados e afins favorecem a ação da insulina e promovem melhoras no organismo como um todo”, observa a nutricionista Gabriela Parise, da clínica NutriOffice, na capital paulista, e doutoranda em cardiologia na Universidade de São Paulo (USP). Em paralelo, há trabalhos apontando uma conexão entre a doença gordurosa no fígado e o consumo exagerado de gorduras saturadas e trans, além de açúcares, padrão sempre relacionado à chamada “dieta ocidental”.
A nutricionista Giovanna Oliveira, da Clínica Maria Fernanda Barca – Endocrinologia e Metabologia, em São Paulo, também é entusiasta de um espaço privilegiado para os vegetais. “Assim não vão faltar antioxidantes e compostos anti-inflamatórios”, justifica. A lista de benfeitores inclui a turma dos carotenoides (cenoura, tomate…), flavonoides (uva, chá-verde…) e tantos outros. “Dependendo dos alimentos, haverá sinergia entre as substâncias. Com isso, os efeitos serão potencializados”, defende Giovanna. No organismo, isso se traduz em menos inflamação para as bandas do fígado.
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Aliás, fica um recado para quem riscou o suco natural da rotina por medo da frutose, o açúcar presente nas frutas. Jamais a laranja espremida na hora vai botar o fígado em risco. A bebida feita em casa e com bom senso não irá alcançar a quantidade de açúcar encontrada nas versões industrializadas em saquinhos e caixinhas. A lição do passado que continua atualíssima é: dentro do devido equilíbrio, qualquer alimento pode ser degustado sem o pé atrás… e o fígado na berlinda.
A seguir, veja a relação entre componentes da dieta e a gordura no fígado:
Carboidrato no devido lugar
Sem ele, sobra desânimo. Especialistas recomendam priorizar o tipo complexo, que demora a ser convertido em glicose, evitando picos de insulina. Assim, resguarda não só o fígado, mas pâncreas, artérias e afins. Suas fontes — tubérculos, raízes, frutas, cereais, grãos, massas e pães integrais — devem entrar em todas as refeições, na medida certa. A nutricionista Renata Juliana da Silva, coordenadora do curso Nutrição e Dietética Integrada ao Ensino Médio — Etec Uirapuru, em São Paulo, destaca a presença de fibras nesses alimentos e seus impactos positivos nos teores de moléculas gordurosas no sangue e no aumento da saciedade. “Esses efeitos contribuem para a redução de risco e tratamento de doenças crônicas”, diz.
Atenção ao açúcar: Vários estudos mostram que o consumo desenfreado do açúcar que entra na fórmula de refrigerantes e bebidas adoçadas, por exemplo, induz à estocagem de gordura no fígado. Não à toa, adolescentes e crianças, fãs desses produtos, não estão livres da esteatose hepática.
Gordura certa no prato
O macete é apostar nos melhores tipos para a saúde. A trans dos industrializados deve ser evitada a todo custo. As saturadas, que aparecem nas carnes e nos lácteos, pedem parcimônia, porque o exagero desencadeia inflamações e favorece o ganho de peso. Já as monoinsaturadas, que estão no azeite de oliva, abacate, gergelim e amendoim, são celebradas por colaborar no equilíbrio do colesterol. Outro grupo de gorduras prestigiado é o das poli-insaturadas. A mais estudada entre elas é o ômega-3. Pescados de águas profundas, como sardinha, atum, salmão e cavalinha, são seus grandes fornecedores.
Pequena notável: Para quem prefere os vegetais, o ômega-3 surge em sementes como chia e linhaça. Inclusive, a última já se mostrou eficiente no combate à esteatose hepática. “A sinergia de suas substâncias tem ação anti-inflamatória e ajuda a reduzir os triglicérides”, explica a nutricionista e fitoterapeuta Vanderli Marchiori, de São Paulo.
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<span class="hidden">–</span>Foto: Juliana Frug/SAÚDE é Vital
Bem-vindas, proteínas
As de origem vegetal merecem ser enaltecidas. Leguminosas e companhia brindam o corpo com proteínas e fibras, num arranjo que colabora para frear o apetite, mantendo mais estáveis os teores de glicose e gordura na circulação. Lentilha, grão-de-bico, ervilha e soja incrementam o cardápio das mais variadas formas. Outra dica é alternar os tipos de feijão. Fradinho, carioca, preto, branco ou vermelho: são muitos sabores e cores. E, para contemplar todos os aminoácidos (os pedacinhos proteicos) essenciais à saúde, é importante acertar nas combinações. Aveia, arroz, milho, quinoa, entre outros cereais e pseudocereais, são ótimos parceiros das leguminosas. Prove ainda os cogumelos, que enchem o prato de proteínas e substâncias aliadas da imunidade.
Com que carne eu vou: Para quem não fica sem um bife, só não vale exagerar no tamanho e na gordura. O filé-mignon e o patinho são considerados cortes mais magros. Os nutricionistas também pedem para incluir os pescados no cardápio.
Probióticos pedem passagem
Bifidobactérias e lactobacilos: essa é a dupla que representa o que há de mais clássico quando se fala em probióticos. São micro-organismos do bem que povoam nosso intestino e estão presentes em alguns iogurtes e bebidas lácteas enriquecidas. Observe os rótulos e os nomes dos bichinhos. Há ainda suplementos que devem ser consumidos sob orientação profissional. A indústria quer aumentar o leque de alimentos com esses parceiros microscópicos. Mas o desafio é garantir que as bactérias consigam passar, vivas e em grande volume, pelo ambiente ácido do estômago. Na revisão publicada na revista Nutrients, alguns estudos mostram o impacto de probióticos no equilíbrio de glicose e gorduras em circulação, o que contribui para o combate à esteatose.
Não se esqueça dos prebióticos: São fibras especiais que alimentam e fortalecem as bactérias do bem. Respondem ainda pela formação de ácidos graxos de cadeia curta, turma de ação anti-inflamatória. Estão em aspargo, cebola, chicória e alho.
E o álcool?
A esteatose hepática não alcoólica, definição oficial da gordura no fígado, tende a ganhar nova nomenclatura. Um grupo de cientistas propõe que deva ser chamada de doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica. Eles elaboraram um relatório que acaba de ser publicado no periódico científico Journal of Hepatology.
Mas, ainda que a maior parte dos casos realmente tenha relação com a obesidade e as alterações nos níveis de insulina e triglicérides, estima-se que pelo menos 30% da incidência esteja relacionada ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas. É que o álcool também induz a um maior armazenamento de gordura nos hepatócitos e promove inflamações. Sem contar que é um dos principais causadores de cirrose. Beber com muita moderação é, portanto, sempre a melhor pedida para preservar o órgão.
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fabioferreiraroc · 4 years
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12 filmes da última década que são considerados quase perfeitos, disponíveis na Netflix e no Amazon Prime Video
A Bula reuniu em uma lista 12 filmes nos quais é difícil encontrar defeitos. Apesar de não serem perfeitos, foram aclamados pela crítica especializada, além de terem índices de aprovação altíssimos em sites de cinema, como IMDb e Rotten Tomatoes. Os títulos estão disponíveis na Netflix ou no Amazon Prime Video.
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Chamar um filme de perfeito pode soar como pretensioso, mas vários passam perto disso. A Bula selecionou 12 deles que estão disponíveis no streaming: seis na Netflix e seis no Amazon Prime Video. Os longas escolhidos foram aclamados pela crítica especializada, além de terem índices de aprovação altíssimos em sites de cinema, como IMDb e Rotten Tomatoes. Na seleção, foram considerados apenas filmes dos últimos dez anos. Entre eles, destacam-se o argentino “Crimes de Família” (2020), de Sebastián Schindel; e o espanhol “Pecados Antigos, Longas Sombras” (2015), dirigido por Alberto Rodríguez. Os títulos estão organizados de acordo com o ano de lançamento.
Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix e Amazon Prime Video
Netflix
Crimes de Família (2020), Sebastián Schindel
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Alicia é uma mulher bem-sucedida, casada com o engenheiro Inácio, que mora em um dos bairros mais luxuosos de Buenos Aires. Os dois são pais de Daniel, de 35 anos, que é preso pela tentativa de homicídio de sua ex-mulher, Marcela. Desesperada, Alicia contrata os melhores advogados e faz de tudo para tirar o filho da cadeia, sem desconfiar nem por um momento que ele pode ser culpado. A obsessão de Alicia faz com que ela se isole cada vez mais.
O Irlandês (2019), Martin Scorsese
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Frank Sheeran, “O Irlandês”, é um veterano de guerra cheio de condecorações. Ele aprendeu a matar servindo na Segunda Guerra Mundial e divide seu tempo entre os trabalhos de caminhoneiro e assassino de aluguel para a máfia. Já velho, Frank reflete sobre sua carreira no mundo do crime e seu envolvimento com os Bufalino, uma família de mafiosos. Ele também relembra seu envolvimento no desaparecimento do líder do sindicato dos caminhoneiros, Jimmy Hoffa, que era seu amigo de longa data.
A Balada de Buster Scruggs (2018), Ethan e Joel Cohen
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Trabalhando pela primeira vez com a Netflix, os famosos irmãos Coen idealizaram uma antologia faroeste. O filme reúne seis curtas com histórias diferentes, mas que ocorreram no mesmo local, a fronteira selvagem do velho oeste. Os episódios seguem os capítulos do livro fictício “A Balada de Buster Scruggs e Outros Contos da Fronteira Americana”.
Darkest Hour (2018), Joe Wright
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Em maio de 1940, o primeiro-ministro do Reino Unido, Neville Chamberlain, é forçado a renunciar e indica Winston Churchill como seu substituto. Já em seus primeiros dias no governo, Churchill precisa lidar com um grande desafio: fazer um acordo de paz com Hitler ou lutar até o fim contra os nazistas. Em meio às pressões e oposições, ele tenta tomar a melhor decisão para o país.
Sniper Americano (2014), Clint Eastwood
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Adaptado do livro homônimo, o filme conta a história real de Chris Kyle, um atirador de elite das forças especiais da marinha dos Estados Unidos. Durante a Guerra do Iraque, ele mata mais de 150 pessoas e recebe muitas condecorações por sua atuação. Quando finalmente volta para casa, Kyle precisa enfrentar uma nova missão: deixar as lembranças da guerra no passado e se dedicar à esposa e seus filhos.
Django Livre (2013), Quentin Tarantino
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Django é um ex-escravo que vive no Sul dos Estados Unidos, no período anterior à Guerra Civil Americana. Dotado de um talento notável para a caça, ele faz uma aliança com Schultz, um caçador de recompensas que está em busca dos irmãos assassinos Brittle. Django aceita ir atrás dos criminosos com o caçador, desde que Shcultz o ajude a encontrar sua esposa, Broomhilda, que há anos foi comprada por um fazendeiro.
Amazon Prime Video
Dark Waters — O Preço da Verdade (2020), Todd Haynes
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Robert Bilott é um advogado corporativo famoso por defender indústrias de químicos. Mas, ao representar um fazendeiro cujo terreno foi contaminado pelo lixo tóxico da grande DuPont, ele muda de lado. Por mais de 20 anos, Bilott leva ao tribunal os crimes ambientais da empresa. Quanto mais investiga, mais descobre mortes e corrupções. Mas, sua luta pode colocar em risco sua carreira e sua família.
A Chegada (2016), Denis Villeneuve
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Seres extraterrestres pousam 12 espaçonaves em locais diferentes da Terra. Nos Estados Unidos, o governo convoca a linguista Louise Banks e o físico Ian Donnelly para interpretarem os sinais dos alienígenas, numa tentativa de entender o que eles querem na Terra. Louise e Ian fazem uma série de experimentos com os extraterrestres, mas os interesses políticos acabam interferindo no trabalho deles. Enquanto isso, a tensão entre terráqueos e alienígenas continua crescendo.
Pecados Antigos, Longas Sombras (2015), Alberto Rodríguez
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Em um pequeno povoado ultraconservador da Espanha, duas adolescentes morrem misteriosamente. A suspeita é que um serial killer esteja atormentando a região. Juan e Pedro, dois policiais de Madri, são enviados para investigar o caso. Eles são totalmente diferentes: Juan quer apenas realizar seu trabalho e ir embora, enquanto Pedro acredita em justiça social. Mas, eles precisam superar as desavenças para encontrar o assassino.
O Jogo da Imitação (2014), Morten Tyldum
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Em 1939, o governo britânico recruta uma turma de cientistas para analisar o “Enigma”, código usado pelos oficiais nazistas para enviar mensagens aos submarinos. Entre eles está Alan Turing, um criptógrafo que lidera a criação de uma máquina para decifrar os códigos em apenas 18 horas, de forma que os ingleses consigam ler os planos dos alemães. Mas, para que tudo dê certo, Alan precisa aprender a trabalhar em equipe.
O Lobo de Wall Street (2013), Martin Scorsese
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Logo após Jordan Belfort conseguir sua licença de corretor, o escritório onde ele trabalha acaba falindo. Com o mercado de investimentos em crise, ele decide abrir sua própria empresa, lidando com ações pequenas, que não estão na bolsa de valores. Por meio de golpes e fraudes, ele consegue construir um império em pouco tempo. Agora milionário, Jordan esbanja seu estilo luxuoso, trai a esposa com prostitutas e se vicia em drogas. Mas, uma investigação secreta do FBI pode colocar sua fortuna em risco.
Flores do Oriente (2012), Zhang Yimou
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Em 1937, durante um ataque japonês à China, o agente funerário John Miller chega a Nanquim para providenciar o enterro de um padre morto em uma explosão. Na igreja, ele se depara com jovens estudantes de um convento e prostitutas de um bordel próximo que estão se escondendo no local. Inicialmente, Miller se mostra um sujeito egoísta, mas depois assume a responsabilidade de proteger essas mulheres, que fazem parte de dois grupos totalmente diferentes.
12 filmes da última década que são considerados quase perfeitos, disponíveis na Netflix e no Amazon Prime Video Publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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alvaromatias1000 · 4 years
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Spread Elevado no Refinanciamento
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Alex Ribeiro (Valor, 20/02/2020) informa: um estudo feito por três economistas do Banco Central mostra os bancos privados adotarem a estratégia de primeiro cortar os juros dos empréstimos para seduzir novos clientes e, logo depois, subir as taxas a percentuais ainda maiores para extraírem lucros excessivos.
Eles examinaram 13 milhões de operações da base de dados do BC e constataram que, para atrair novos clientes empresariais, os bancos privados oferecem um spread bancário 0,32 ponto percentual menor do que os concorrentes. Mas, no sexto empréstimo, os bancos já cobram um spread 0,5 ponto maior; e, na 15a operação, 1 ponto mais alto. A estratégia — conhecida como “atraia e extraia rendas” — afeta mais as microempresas. Elas pagam spread 1,5 ponto maior na quarta operação. A partir da 18a, o sobrepreço é ao menos 4,5 ponto.
Os empresários não têm muita alternativa para fugir dos custos. Ao migrarem a outro banco com quem já tiveram relacionamento, pagam spreads 0,15 ponto maiores. Essa é uma evidência, segundo os pesquisadores, de que os bancos exercem poder de mercado sobre os clientes porque têm acesso a informações exclusivas sobre eles.
Nos bancos públicos, ocorre algo diferente: os spreads são menores não apenas no primeiro empréstimo, mas também nos subsequentes. São 2 pontos percentuais mais baratos na 20a operação. A partir da 38a, as instituições oficiais retiram um pouco do ganho concedido aos clientes, mas os custos seguem abaixo da primeira operação.
O estudo é de autoria dos economistas do BC José Renato Haas Ornelas, Marcos Soares da Silva e Bernardus Van Doornik. Como de costume, foi publicado com a ressalva de que não reflete necessariamente a visão da autoridade monetária. Apesar disso, as conclusões dão suporte à agenda do BC para ampliar a concorrência bancária. Comprovam a tese de que a abertura de informações dos clientes por meio do chamado “open banking” poderá contribuir para derrubar os spreads.
“As iniciativas de open banking podem fazer as informações mantidas por bancos incumbentes fluírem para outras instituições financeiras, de forma que as empresas poderão obter taxas de juros mais favoráveis”, dizem os economistas, no estudo. O open banking vai abrir a bancos menores e fintechs o acesso a informações da base de dados dos grandes bancos de varejo (com a autorização dos clientes) para ofertar produtos financeiros.
O estudo resolve uma controvérsia teórica entre os especialistas. Nem todos concordam com a tese de o compartilhamento de informações poderá ser benéfico para os clientes. Alguns acham: a exigência poderá levar a uma restrição de crédito.
Uma corrente teórica alerta, ao terem acesso exclusivo de informações, os bancos acumulam poder de mercado de modo a permitir extrair lucros mais altos. Por isso, defendem: a abertura de informações vai baixar custos e ampliar a oferta de crédito.
A outra corrente diz: para o mercado de crédito funcionar, os bancos devem ter algum poder de mercado. Isso porque, segundo essa tese, eles primeiro fazem um investimento acumulando informações sobre os novos clientes. Depois precisam ser pagos com juros mais altos.
O estudo mostra, porém, os bancos extraírem lucros excessivos depois de capturar o novo cliente. Eles superam muito os iniciais em acumular informações. “Embora os bancos privados possam acumular informação durante seu relacionamento com as empresas, reduzindo a assimetria de informação, esses ganhos de eficiência não são repassados para o cliente”, conclui.
Concorrência bancária e custo do crédito
Este estudo do BCB (clique no link acima) investiga os efeitos da concorrência bancária em mercados locais, com ênfase no seu impacto no custo e volume do crédito. Para tal, são explorados episódios de fusões e aquisições (F&As) de bancos com ampla atuação geográfica que alteram a estrutura de mercados bancários locais no Brasil. Por meio de metodologia de diferenças-em-diferenças, compara-se a variação do custo e volume do crédito para empresas nas localidades afetadas pelos eventos de F&A – isto é, localidades onde houve redução do número de bancos – com a variação observada em localidades que não foram afetadas pelos eventos de F&As. Os principais resultados são:
Competição importa: a diminuição da competição bancária no nível do município reduz a oferta de crédito e eleva os spreads cobrados localmente.
Esse efeito anticoncorrencial só é estatisticamente relevante em municípios onde o grau de competição era inicialmente baixo.
Quando já há mais competição no mercado local ou quando não há alterações na competição, os atos de concentração produzem ganhos de escala e eficiência produtiva que podem compensar seus potenciais efeitos anticoncorrenciais.
Tecnologias que eliminem a dimensão geográfica podem contribuir significativamente para a ampliação do crédito e redução do seu custo, na medida em que permitem maior concorrência sem a necessidade de presença física em cada localidade.
Spread Elevado no Refinanciamento publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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Comunidades Costeiras e História Marítima
Durante anos, os historiadores têm debatido se pode ou não escrever uma história de um oceano ou outro corpo de água. Um problema é que as pessoas não vivem na água. Assim, quase toda a história foi escrita sobre pessoas que vivem em terra. Há também o problema de saber se um corpo de água tem o suficiente para alinhar isso para torná-lo um objeto adequado de estudo. 'Índia' ou 'Inglaterra' são entidades claramente reconhecidas, mas são os Oceanos do Atlântico ou Índico?
Uma vantagem da história marítima é que ela se encaixa bem com a tendência recente de escrever "História Mundial". Isso significa que o historiador deve evitar ser encadeado por estados ou indivíduos (então, não há mais histórias de 'Inglaterra' ou 'Charles II'), mas sim escrever uma história que enfatiza as conexões entre pessoas em espaços amplos. Um exemplo desse tipo de história é uma tentativa de escrever uma história do Oceano Índico.
Se olharmos as pessoas que vivem na costa, que é o litoral do oceano, podemos fazer com que demonstrem uma certa unidade social e econômica ao redor das margens do Oceano Índico. Assim, o Oceano Índico é uma unidade viável para estudar. Esse estudo também é claramente a História Mundial, pois investiga semelhanças (e diferenças) entre pessoas em todo o extenso litoral do Oceano Índico.
Que pontos comuns podemos encontrar quando olhamos para as comunidades costeiras nas margens do Oceano Índico? Há primeiro a questão óbvia de localização, ou seja, eles vivem no litoral ou perto disso. Esta localização apresenta outras características comuns. Sua dieta provavelmente será principalmente produtos do mar, obviamente, peixes, e isso os afasta de seus vizinhos do interior. Outros produtos disponíveis apenas na margem também os diferenciam dos que vivem no interior. O sal pode ser coletado ou fabricado. Em muitos lores do Oceano Índico, os recifes de coral abundam, e estes são comumente usados ​​para a construção. O famoso explorador subaquático Jacques Cousteau encontrou coral para ser de utilidade universal nas Maldivas. Foi usado para construir a pista de pouso e as casas, e até as praias eram de corais pulverizados, e não areia. "Em todos os lugares, vimos pequenos cemitérios sob aglomerados de palmeiras. Os túmulos em si, as cruzes e todos, eram feitos de coral. Tudo aqui está ligado ao mar, até a vida e a morte ". Existem outros produtos encontrados apenas na costa cujo uso novamente desencadeia pessoas costeiras do resto. As árvores de manguezais são encontradas apenas nas áreas costeiras, e os pólos deles são amplamente utilizados na construção de casas. Assim também com palmeiras, que fornecem uma estrutura para construção de casas e material para telhados de palha. "Em todos os lugares, vimos pequenos cemitérios sob aglomerados de palmeiras. Os túmulos em si, as cruzes e todos, eram feitos de coral. Tudo aqui está ligado ao mar, até a vida e a morte ". Existem outros produtos encontrados apenas na costa cujo uso novamente desencadeia pessoas costeiras do resto. As árvores de manguezais são encontradas apenas nas áreas costeiras, e os pólos deles são amplamente utilizados na construção de casas. Assim também com palmeiras, que fornecem uma estrutura para construção de casas e material para telhados de palha. "Em todos os lugares, vimos pequenos cemitérios sob aglomerados de palmeiras. Os túmulos em si, as cruzes e todos, eram feitos de coral. Tudo aqui está ligado ao mar, até a vida e a morte ". Existem outros produtos encontrados apenas na costa cujo uso novamente desencadeia pessoas costeiras do resto. As árvores de manguezais são encontradas apenas nas áreas costeiras, e os pólos deles são amplamente utilizados na construção de casas. Assim também com palmeiras, que fornecem uma estrutura para construção de casas e material para telhados de palha. Existem outros produtos encontrados apenas na costa cujo uso novamente desencadeia pessoas costeiras do resto. As árvores de manguezais são encontradas apenas nas áreas costeiras, e os pólos deles são amplamente utilizados na construção de casas. Assim também com palmeiras, que fornecem uma estrutura para construção de casas e material para telhados de palha. Existem outros produtos encontrados apenas na costa cujo uso novamente desencadeia pessoas costeiras do resto. As árvores de manguezais são encontradas apenas nas áreas costeiras, e os pólos deles são amplamente utilizados na construção de casas. Assim também com palmeiras, que fornecem uma estrutura para construção de casas e material para telhados de palha.
Certas línguas alcançaram ampla moeda, isso proporcionava comunicações em torno das margens do Oceano Índico. Um deles era o árabe nos séculos anteriores. Existem cerca de 5.000 palavras de influência árabe em Malay, e mais do que em Swahili, e cerca de 80 por cento delas são as mesmas, isto é, em Malaio e Swahili, de modo que possamos um "corpus de palavras árabes". Mais tarde, uma espécie de português náutico, e hoje uma variante do inglês, alcançaram um status quase universal.
Da mesma forma, a religião costeira é geralmente distinta. As pessoas litorais, que vivem em um ambiente mais cosmopolita do que as do interior, são mais propensas a se converter. No caso do Oceano Índico, o aspecto cosmopolita, internacional, do islamismo tem sido frequentemente citado como uma motivação principal para a conversão. As pessoas costeiras, especialmente, encontraram suas crenças indígenas, localizadas e muito específicas, para serem inadequadas à medida que seu mundo se expandia. Quando foram expostos a uma fé universal, o Islã, como exemplificado por visitantes do norte, a atração era óbvia e os resultados podem ser vistos em todo o mundo do Oceano Índico desde o início do período moderno. Havia e são conexões religiosas islâmicas generalizadas em torno das costas. Em Zanzibar, um grupo usa um certificado de autenticidade e autoridade emitido na Indonésia. Em Mayotte, fora de Madagáscar, os reformadores islâmicos do sul da Ásia estão ativos.
A religião popular no litoral, sob um folheado islâmico, reflete as necessidades de seus praticantes. As preocupações das pessoas costeiras geralmente eram bastante diferentes das dos camponeses e pastores no interior. Na costa, a religião tinha que ver com os costumes para garantir viagens seguras ou uma grande captura, ou uma monção favorável para que a pesca pudesse recomeçar. Os deuses particulares foram propiciados para esses propósitos.
No sul de Sulawesi, todo o processo de construção de um prahu , de cortar a árvore para o lançamento do barco, foi governado e acompanhado por cerimônias rituais precisas, e muitos deles também não eram puramente islâmicos. Entre outras coisas, uma bode negra viva foi sacrificada pelo fogo antes do lançamento. Em Goa hoje, os barcos de pesca são nomeados pelos santos, e os proprietários e a equipe fazem ofertas para o santo relevante no dia da festa. Em tudo isso, encontramos pontos fortes em todas as margens do Oceano Índico, pontos comuns que não são compartilhados com os vários povos do interior.
Nos últimos tempos, as áreas costeiras ao redor do Oceano Índico foram ameaçadas pelo turismo, embora isso não diga que isso reduz os pontos em comum ao redor do oceano; Em vez disso, foi criado um novo, que é o impacto às vezes deletério da fabricação de férias no mercado de massa. Quando turistas ocidentais permanecem nas áreas costeiras ao redor do Oceano Índico, sua relação com o mar é muito diferente dos pescadores com quem se misturam. Para os habitantes da praia tradicionais, o mar é uma fonte de vida precária, muitas vezes um lugar perigoso ou hostil, não necessariamente benigno. Para ocidentais de classe média ociosos, o mar e a costa são um espaço longe da vida normal. Isso é novo na história mundial.
Goa, a antiga colônia portuguesa na costa oeste indiana, um lugar que visitei freqüentemente nos últimos 36 anos, oferece um estudo de caso excelente, se deprimido. A região oferece o estereótipo do paraíso tropical: palmeiras, pores do sol sobre o mar da Arábia, areia branca, alojamento barato, álcool prontamente disponível e habitantes locais de língua inglesa. Uma cena de praia freqüentemente encontrada em Goa, e em outros resorts de praia na costa oeste, como Kovalam, é um homem ocidental preso em G-strings que conscientemente ajuda os pescadores tradicionais a transportar nas redes. Suas mulheres vestidas com biquíni pegaram com entusiasmo fotos de vídeo desta cena pitoresca. Hoje, os habitantes do litoral participam do chamado 'autenticidade encenada', Isso é que eles se tornam um "típico" pescador Goan, aldeão, toddy tapper, que atua em hotéis. 'Goa foi construído para servir como uma das periferias de lazer do mundo, um espaço cultural para o consumo de lazer de turistas divorciados das necessidades e preocupações da vida cotidiana'. Essas pessoas estão localizadas em ou perto da praia, mas sua ocupação é governada por forças econômicas de muito longe, e a "cultura" que eles oferecem é longe de uma vida litorânea tradicional e autêntica. No entanto, dado que esse impacto pode ser encontrado ao redor das margens do oceano, e talvez, acima de tudo, nas ilhas do oceano, isso reforça a noção de uma certa semelhança das áreas costeiras, embora agora unida por um novo desafio.
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apoloniotemporada · 5 years
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Espetáculo de dança Contemporânea ‘Cyber’
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Entre os dias 21 a 24 de outubro, a Galeria de Arte Matias Brotas vai receber o espetáculo de dança contemporânea “Cyber”. Em uma relação entre corpo e tecnologia com dois artistas em cena, Maicom Souza e Gabriela Moriondo, a poética do espetáculo se desdobra numa pesquisa que tem como ponto de partida as provocações e reflexões da filosofa e escritora Donna Haraway em seu livro “Antropologia do ciborgue”. O espetáculo foi selecionado no Edital Setorial de Dança (024/2018) da Secult e tem a entrada gratuita. O trabalho apresenta o corpo do bailarino somado as premissas antropológicas de Haraway que, investiga a transformação do ato em quatro cenas de partituras coreográficas, através do uso de tecnologias que possibilitam os movimentos dos bailarinos desafiarem a gravidade. A concepção de “Cyber” envolve a possibilidade de acoplar o corpo de diversas formas numa estrutura de aço. Apresentando novas ações sobre a dança ao lidar com o risco das acrobacias aéreas; ao evidenciar as nuances da imobilidade; e ao realçar o drama da possibilidade da queda. Em uma apresentação próxima ao público, procura problematizar a relação de possibilidade/dependência do humano com a máquina. O espetáculo Cyber é um trabalho de arte contemporânea disparado pela dança, proposto por Gabriela Moriondo. Reflete sobre um ser híbrido, humano-máquina, resultante das relações que caminham para uma nova cidadania dentro do contexto tecnocientífico, que expande fronteiras sobre diversas dimensões. Gabriela Moriondo Capixaba, formada em Dança Contemporânea na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil (2014), Gabriela Moriondo se especializou em Estudos de Dança no Trinity Laban Conservatoire of Music and Dance (2016). A dançarina é qualificada em Performance de Dança Contemporânea (ATCL) pelo Trinity College London (2016); estudante de Artes Plásticas na Universidade Federal do Espírito Santo, e atua como bailarina, instrutora, coreógrafa e produtora cultural independente no Espírito Santo. Fonte: Governo ES Read the full article
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diariodocarioca · 3 years
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Brasil se aproxima ainda mais de Israel com visita e decisão contra TPI
A viagem de integrantes do governo de Jair Bolsonaro a Israel e a posição do Brasil contra a decisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) de investigar possíveis crimes de guerra nos territórios palestinos ocupados anunciada no último final de semana marcaram uma aproximação ainda mais profunda entre as duas nações.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gabi Ashkenazi, agradeceu neste domingo a “clara posição” do Brasil em relação à investigação do TPI, durante encontro com o chanceler Ernesto Araújo em Jerusalém. O brasileiro não tocou no assunto durante seu pronunciamento, mas Ashkenazi afirmou que a decisão, tomada na última semana, distorce a lei internacional e atrapalha as negociações de paz com os palestinos.
Na semana passada, a promotora do TPI, Fatou Bensouda, anunciou a abertura do inquérito sobre eventuais crimes de guerra nos territórios palestinos envolvendo dirigentes de Israel e milícias lideradas pelo Hamas. A decisão foi tomada depois que o tribunal decidiu, em 5 de fevereiro, que tinha jurisdição em tais casos.
“Eu agradeço o Brasil e as lideranças brasileiras pela posição clara de que a Corte não tem jurisdição ou autoridade para discutir esse assunto”, declarou Ashkenazi neste domingo 7. Após o encontro, uma declaração conjunta dos dois ministros afirmou que o israelense “expressou o profundo apreço de Israel pela posição consistente e de princípio do Brasil de que a abertura de uma investigação no TPI é um desserviço à causa da justiça, o que enfraquecerá as perspectivas de um acordo negociado para o conflito israelense-palestino”.
Após o encontro com Ashkenazi, Ernesto Araújo também se reuniu com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta segunda-feira 8, para debater o aumento da cooperação econômica e em defesa dos dois países. O deputado Eduardo Bolsonaro também participou da reunião.
O compromisso para seguir avançando nas já próximas relações acompanha uma série de acordos bilaterais firmados na capital israelense, que abordam a luta contra o novo coronavírus, e também temas sobre os setores tecnológico, agrícola, científico, de segurança, entre outros.
O apoio brasileiro ao governo de Netanyahu consolida a aproximação entre os dois países, iniciada após a posse de Bolsonaro. Em maio de 2019, o presidente brasileiro visitou Israel e anunciou a abertura de um escritório de negócios em Jerusalém, em uma demonstração de reconhecimento da cidade santa como capital do país judeu.
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A posição contra o TPI é também estratégica para o Brasil, já que o próprio governo de Bolsonaro é alvo de denúncias por parte de entidades da sociedade civil. Em dezembro, o Tribunal aceitou uma denúncia por violações contra o meio ambiente e povos indígenas, e agora investiga a questão de forma preliminar.
Pandemia e constrangimento
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Chanceler Ernesto Araújo e deputado Eduardo Bolsonaro em encontro com Benjamin Netanyhu – 08/03/2021GPOKobi Gideon/Reprodução
O principal objetivo da viagem, de acordo com o governo brasileiro, foi a ampliação da cooperação na área médica e científica. A comitiva brasileira se encontrou com dirigentes do Centro Médico Sourasky (conhecido como Hospital Ichilov), que estuda a eficácia do spray nasal EXO-CD 24 contra a Covid-19.
Em sua reunião, Netanyahu e o chanceler brasileiro discutiram também assuntos relacionados à área de saúde. “Ajudaremos o Brasil de todas as formas possíveis e avaliaremos formas de ampliar a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos e outras soluções para combater o vírus”, disse Gabi Ashkenazi no domingo.
Apesar de ser o motivador da visita, o combate ao novo coronavírus não poupou os integrantes da comitiva brasileira de alguns constrangimentos pelo descuido nas medidas de proteção. Durante a cerimônia de boas-vindas ao grupo, logo após a chegada, Ernesto Araújo foi advertido a colocar a máscara antes de se aproximar de Gabi Ashkenazi para uma fotografia.
Diferentemente do colega, o brasileiro não usava a proteção. Ele foi advertido pelo locutor do evento, que falou em inglês: “Nós precisamos fazer isso com a máscara”. “Oh, yeah!”, respondeu Araújo demonstrando constrangimento, para logo depois colocar a máscara.
O comportamento do chanceler reflete a resistência de autoridades federais brasileiras em usar a proteção. Ao deixar o Brasil, por exemplo, todos os integrantes da comitiva foram fotografados com os rostos descobertos. O próprio deputado Eduardo Bolsonaro, durante encontro com Netanyahu na segunda, usou a máscara de forma equivocada, sem cobrir o nariz.
Ainda segundo o site de notícias israelense Ynet, o governo israelense determinou que a delegação brasileira deveria ficar confinada em seu hotel durante toda a visita, exceto nos encontros com Netanyahu e com ministro das Relações Exteriores Gabi Ashkenazi, devido aos riscos de contaminação.
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